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1 - O Torque
Vamos iniciar a discussão a partir da seguinte situação: uma porta vista por cima, e uma força
aplicada, na maçaneta, para abri-la.
Note que, de acordo com a Figura 1, a mão aplica uma força sobre a maçaneta, tentando girar a
porta em torno do eixo da dobradiça. Esta força não está alinhada perpendicularmente com o eixo
da porta, fazendo um ângulo com esta referência de 50o .
Considere a intensidade da força igual a 5 N e a distância, da dobradiça da porta à maçaneta, de 1
m. Estas grandezas serão consideradas como vetor de força (F~ ) e vetor posição (~r), respectivamente.
O vetor posição indica a posição, a partir do eixo de rotação da porta, até o ponto onde a força é
aplicada para girá-la.
De acordo com o modelo fı́sico, o Torque, representado pela letra τ pode ser calculado a partir da
seguinte expressão:
~τ = ~r × F~ (1)
1
Deste modo, o resultado pode ser obtido a partir do cálculo a partir do determinante (um ótimo
exercı́cio para o aluno), no qual será necessário escrever os vetores ~r e F~ em suas coordenadas.
Uma outra maneira de obter o valor do Torque, é a partir do seu módulo:
τ = r · F · sen(θ) (2)
Na qual, o ângulo θ é o ângulo representado na figura 1.
τ = r · F · sen(θ) =
= 1 · 5 · sen(50o ) =
= 3, 83 (3)
Assim, τ = 3, 83 mN. Faltando apenas definir a orientação do vetor, que pode ser obtida a partir
da “regra da mão direita”. Neste caso, aponta para fora do papel. Esta grandeza fı́sica significa o
torque produzido pela força da mão na maçaneta, tentando girá-la em torno do eixo da dobradiça.
Desde que não haja outro torque equivalente, contrário ao primeiro, a porta irá girar.
2 - O Centro de Massa
Continuando com a discussão sobre o torque. Vamos considerar uma barra de massa desprezı́vel e,
sobre ela, três blocos em posições indicadas na figura 2.
A barra está alinhada horizontalmente, de modo que os blocos têm seus vetores de peso apontando
verticalmente, para baixo nas distâncias de rA = 0, 3 m, rB = 0, 5 m e rC = 0, 7 m. Agora, um
exercı́cio mental. Considerando cada bloco como um ponto, as forças peso, PA = 10 N, PB = 12 N e
PA = 3 N, estão sendo aplicados exatamente nos pontos indicados pelos vetores de posição.
Vamos calcular o efeito do torque proporcionado por todos estes corpos sobre a barra horizontal.
Para o Bloco A:
2
τ = r · F · sen(θ) =
= 10 · 0, 3 · sen(90o ) =
= 3 (4)
Para o Bloco B:
τ = r · F · sen(θ) =
= 12 · 0, 5 · sen(90o ) =
= 6 (5)
Para o Bloco C:
τ = r · F · sen(θ) =
= 2 · 0, 7 · sen(90o ) =
= 1, 4 (6)
N
1 X
xC.M. = xi mi
M i=1
0, 3 · 1 + 0, 5 · 1, 2 + 0, 7 · 0, 2
=
1 + 1, 2 + 0, 2
= 0, 433333333 (8)
O centro de massa, do conjunto de blocos, é, portanto, a uma distância de xC.M. = 0, 433333333 cm
do eixo de rotação da viga.
Lembrando que consideramos a viga de massa desprezı́vel, a situação da Figura 2 pode ser interpre-
tada, também, como um corpo de massa distribuı́da de forma não homogênea. O que acontece com
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o torque, nesta interpretação? Será o torque resultante de cada um dos blocos, como já calculado,
ou o torque total deste corpo de peso total PABC = 10 + 12 + 2 = 24 N, aplicado no ponto referente
ao seu centro de massa, sobre a viga. Ou seja:
O Trampolim
No qual, o torque é calculado por ~τ = ~r × F~ . Sendo que, de acordo com a escolha do eixo na Figura 4, o
torque de F~A é nulo, pois rA = 0, o torque de F~B é positivo (rotação anti-horária) e os torques de P~ e P~N
são negativos (rotação horária).
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Figura 3: Nadador no trampolim
Portanto, FB = 11000 N.
O vetor F~B = 11000ĵ N, considerando o referencial tradicional, é positivo. Perceba que isso é definido na
própria equação de torques pela relação de sinais com as orientações dos vetores (na regra da mão direita).
Para calcular o valor de FA , pode-se aplicar á condição de equilı́brio das forças, de modo que:
X
F~ = 0 (13)
Resulta em:
5
−FA + FB − P − PN = 0
FA = FB − P − PN
FA = 9500
(15)
Portanto, FA = 9500 N.
O vetor F~A = −9500ĵ N, considerando o referencial tradicional, é negativo. Perceba que isso é definido na
própria equação de forças pela relação de sinais com as orientações das componentes verticais (eixo y) dos
vetores.
b) Qual a orientação da força, em cada suporte aplicada pelo trampolim?
A orientação dos vetores de força no suportes é obtida aplicando-se a Terceira Lei de Newton (A toda ação
existe uma reação oposta de mesma intensidade). Pense nisso observando os vetores na Figura 5, compa-
rando com os vetores das forças na Figura 4.
A Viga vertical
Uma viga uniforme, de massa homogênea, está presa por uma dobradiça e um fio, como
indicado na Figura 6. A viga pesa 15 N e tem 2 m de comprimento. A 1,7 m da dobradiça,
uma força horizontal F~H , de módulo 2 N, atua para a direita. O fio faz um ângulo de 40o com
o plano horizontal. Calcule:
Figura 6: Viga
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da dobradiça é representada por F~x e F~y , sendo a componente y reação às forças verticais para baixo e a
componente x reação à tendência de rotação da viga no sentido anti-horário.
É possı́vel iniciar aplicando a condição de equilı́brio dos torques, considerando a própria dobradiça como
eixo de rotação, de modo que as forças com linha de ação que passam pelo eixo não produzem torque. As
forças que irão produzir torque são a componente T~x e F~H , com distâncias ao eixo de, respectivamente,
rT = 2m e rH = 1, 7m, com θ = 40o , tal como a Figura 8. Portanto:
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X
~τ = 0
τ~Tx + τF~H = 0
rT · Tx − rH · FH = 0
rH · FH
Tx =
rT
T x = 1, 7
T x = T · cos(θ) = 1, 7
Tx 1, 7
T = =
cos(θ) cos(40o )
T = 2, 22
(16)
Portanto, T = 2, 22 N.
b) A força aplicada pela dobradiça sobre a viga.
As forças aplicadas pela dobradiça, sobre a viga, podem ser obditas aplicando-se a condição de somatório
das forças.
X
F~ = 0 (17)
Separando as forças horizontais e verticais, temos, a soma das forças em x:
T~y + P~ + F~y = 0
−Ty − P + Fy = 0
Fy = P + Ty
Fy = P + T · sen(θ)
Fy = 16, 43
(19)
Assim, podemos escrever as componentes do vetor F~ , na dobradiça, como F~ = −0, 3î + 16, 43ĵ N.