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III Domingo da Quaresma – (17.03.

2019)

Ex 3,1-8a.13-15; Sl 102; 1Cor 10,1-6.10-12; Lc 13,1-9

– Neste III Domingo da Quaresma, Jesus recorre a crônica cotidiana e a parábola contra o nosso coração
dormente e esclerosado, atulhado de impurezas e asperezas; serve-Se de tudo para gravar em nós a
conversão. A crônica diária refere a brutalidade de Pilatos que massacrou um grupo de galileus e a queda da
torre de Siloé que matou 18 pessoas (13,1-2). – Jesus não Se insurge contra os acontecimentos humanos,
nem invoca o fatalismo, tampouco desperta sentimentalismos fáceis e de ocasião; nem Se refugia em
esquemas pré-fabricados. “Eram pecadores e por isso foram castigados por Deus”, julgamos, nós! Jesus nos
interpela a ler os acontecimentos, a história, e nos convida à conversão. – Como estamos a enxergar os
sinais dos nossos tempos: são sinais que nos interpelam ao arrependimento e à conversão? Perdemos horas
incontáveis a fazer juízos sobre os outros. Tudo isso nos mantêm “distraídos”, pois não nos deixa enxergar a
realidade em sua profundidade; assim, não descobrimos a verdade de que nós mesmos, somos os primeiros
a precisar de uma mudança de coração, de que somos talvez, os únicos cujo coração precisa mudar
(NOUWEN, Henri J. M. Mosaicos do presente. São Paulo: Paulinas, p. 50-54).
– Somos como a figueira, com muitas folhas, mas sem figos, sem frutos. Como é a nossa existência:
infrutífera, estéril...? O figo infértil é “símbolo de uma humanidade indiferente e árida”. Se somos como a
figueira da parábola, significa que vivemos para nós mesmos, saciados, tranquilos, aconchegados em nossas
comodidades, incapazes de voltar nosso olhar para aqueles que estão ao lado e se encontram no sofrimento,
na miséria e em dificuldade! Jesus – o vinhateiro – intercede ao Pai em favor da humanidade e pede que
espere e lhe dê mais tempo, para que nela possam germinar os frutos do amor, da justiça e da misericórdia: é
nos dado “ainda mais um ano” de graça para frutificar. Despertemo-nos, vejamos que Jesus nos compara a
uma árvore boa plantada por Deus no mundo, neste mundo, para dar bom fruto.
– Deus sempre fala conosco, vem ao nosso encontro. Moisés foi encontrado por Deus no deserto e foi
incumbido de libertar os seus irmãos oprimidos, escravizados no Egito, e de conduzi-los, através do deserto,
até à entrada da Terra prometida. Moisés é pastor e tem um caminho a seguir: o caminho das suas ovelhas.
Mas vê uma Visão grande e nova: uma sarça que arde, mas não se consome (3,2). Então Moisés se “desviou
do caminho” para ver melhor aquela visão grande (cf. versão original). O caminho de Moisés era o caminho
das ovelhas que pastoreava. Ao “desviar-se” do caminho, Moisés age como uma criança curiosa e
deslumbrada! Mas as crianças são louvadas no Evangelho, e todos somos advertidos que, se não “nos
tornarmos como as crianças, não entraremos no Reino de Deus” (Mc 10,14-15). E Deus, que habitava
naquela “chama que chama”, contou-se a Moisés: α) “Eu BEM VI (‫)ראָ ה‬ ָ o sofrimento do meu povo”; β) e
“OUVI (‫)ש ַמע‬
ָ os seus clamores”; γ) “CONHEÇO (‫ )י ַָדע‬a situação”; δ) “DESCI (‫ )י ַָרד‬a fim de o libertar e conduzir
para a terra da liberdade” (3,7-8). Está aqui, nestes quatro verbos, a “história” de Deus, a “santidade” de
Deus, que SAI DE SI para vir ao nosso encontro. Note-se bem que narrando-se nestes verbos, Deus se
afasta dos ídolos, que a Escritura Santa diz que “não veem, nem ouvem…” (Dt 4,28; Sl 115,4-8) E um pouco
depois, ao dizer o seu NOME, Deus diz-se outra vez, não com um nome estático, mas com um verbo na
forma ativa: “Eu Sou” (’ehyeh ’ăšer ’ehyeh – 3,14). Outra vez diferente dos ídolos inúteis, vazios e inativos (Is
44,9-20). – “Eis que o clamor dos filhos de Israel chegou a mim; e também vi a aflição que o Egito os afligem”
(Ex 3,9). E Deus diz a Moisés: “E agora VAI; Eu te envio ao Faraó, e FAZ SAIR do Egito o meu povo, os filhos
de Israel” (3,10). Deus “está presente”, bem atento a todos as situações difíceis dos seus filhos: Ele nunca
responde alguma coisa, porque responde sempre ALGUÉM! Aqui, nesta situação de opressão do seu povo
no Egito, a resposta de Deus é Moisés. E hoje, quem é hoje a resposta de Deus para as situações difíceis do
mundo hodierno?: a resposta de Deus hoje somos nós!
– De fato, recorda Paulo, que no deserto, o povo conduzido por Deus e por Moisés foi rodeado de tantas
provas de carinho e da presença amorosa de Deus. Todavia, pecaram, entorpeceram os corações, puseram
em causa a presença de Deus… Conclusão: caíram mortos no deserto! E Paulo escreve, por duas vezes
neste texto, para nossa advertência: “Estas coisas aconteceram para nos servir de exemplo” (1Cor 10,6 e 11),
“e foram escritas para nossa instrução” – ἐγράφη δὲ πρὸς νουθεσίαν ἡμῶν (1Cor 10,11).
Caminhemos confiantes em Deus, o dono da figueira: Ele tem paciência, dedica seu tempo aos seus filhos,
perdoa, nos cura, cuida de nós com carinho e misericórdia maternais (Sl 103).

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