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Volume 7
PRÁTICA EDUCATIVA IV
ANÁLISE LINGUÍSTICA
ANÁLISE LINGUÍSTICA NA
NA PRÁTICA
PRÁTICA ESCOLAR
ESCOLAR
Ilhéus . 2013
Reitora
Profª. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro
Vice-reitor
Prof. Evandro Sena Freire
Pró-reitor de Graduação
Prof. Elias Lins Guimarães
Ministério da
Educação
Letras Vernáculas | Módulo 4 | Volume 7 - Prática Educativa IV – Análise Linguística na prática escolar
Capa
Saul Edgardo Mendez Sanchez Filho
Impressão e acabamento
JM Gráfica e Editora
Ficha Catalográfica
EAD . UAB|UESC
Coordenação UAB – UESC
Profª. Drª. Maridalva de Souza Penteado
Elaboração de Conteúdo
Profª. Ma. Lenilza Teodoro dos Santos Mendes
Profª. Esp. Miame Chan Souza Santos
Instrucional Design
Profª. Ma. Marileide dos Santos de Oliveira
Profª. Ma. Anabel Mascarenhas
Profª. Drª. Cláudia Celeste Lima Costa Menezes
Revisão
Prof. Me. Roberto Santos de Carvalho
Coordenação de Design
Me. Saul Edgardo Mendez Sanchez Filho
SUMÁRIO
AULA 1
ANÁLISE LINGUÍSTICA: ORIGEM CONCEITUAL,
OBJETO DE ESTUDO E RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES.......................13
1 INTRODUÇÃO................................................................................... 15
2 O QUE É ANÁLISE LINGUÍSTICA?......................................................... 16
3 INTERFACE ENTRE OS GÊNEROS DO DISCURSO E ANÁLISE LINGUÍSTICA .18
4 SEQUÊNCIA DIDÁTICA E TRABALHO COM GÊNERO:
EXAME DE UM PROCEDIMENTO...........................................................19
5 LINGUÍSTICA TEXTUAL E A ANÁLISE LINGUÍSTICA:
PONTOS DE CONVERGÊNCIA...............................................................22
5.1 Conceitos básicos da Linguística Textual: coesão e coerência........... 23
5.2 Conceitos dos mecanismos de coesão referencial........................... 24
5.3 Conceitos de mecanismos de coesão sequencial............................. 29
5.3.1 Tipos de sequenciação............................................................. 29
ATIVIDADES...........................................................................................36
RESUMINDO...........................................................................................39
REFERÊNCIAS.........................................................................................40
AULA 2
ABORDAGEM DE MÉTODOS E TÉCNICAS DE TRABALHO COM ANÁLISE
LINGUÍSTICA .......................................................................................43
1 INTRODUÇÃO................................................................................... 45
2 O QUE ORIENTAM OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
SOBRE A ANÁLISE LINGUÍSTICA?....................................................... 46
2.1 O que sugerem os PCNs do Ensino Fundamental II?...................... 46
2.2 E o que dizem os PCNs do Ensino Médio?..................................... 49
2.2.1 Competências e habilidades a serem desenvolvidas
em Língua Portuguesa...................................................... 51
3 QUE ANÁLISE LINGUÍSTICA UTILIZAR NO ENSINO
DE LÍNGUA PORTUGUESA?.................................................................54
3.1 Uma proposta metodológica para a prática de Análise Linguística..... 55
3.1.1 Ensino de gramática X Prática de Análise Linguística.................... 56
ATIVIDADES...........................................................................................61
RESUMINDO...........................................................................................64
REFERÊNCIAS.........................................................................................64
AULA 3
COESÃO REFERENCIAL: ANÁLISE DE TEXTOS........................................ 67
1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 69
2 COESÃO REFERENCIAL: MECANISMOS DE REFERÊNCIA
QUE CONSTROEM O SENTIDO DO TEXTO.............................................. 70
2.1 Análise do editorial “Disparidade educacional”.............................. 72
3 ANÁLISE DO TEXTO “QUEM SALVA O JORGE?”....................................... 76
4 ANÁLISE DO TEXTO “PARA PROMOTOR,
SITUAÇÃO DE BRUNO PIOROU COM A CONDENAÇÃO DE MACARRÃO”...... 79
ATIVIDADES...........................................................................................83
RESUMINDO...........................................................................................85
REFERÊNCIAS........................................................................................87
AULA 4
ANÁLISE LINGUÍSTICA DE TEXTOS
COM BASE NA COESÃO SEQUENCIAL.....................................................89
1 INTRODUÇÃO...................................................................................91
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA MÚSICA........................................................91
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA MÚSICA “MUITO TUDO” DO RPM ............92
4 ANÁLISE DO TEXTO “DEGRAUS DA ILUSÃO”
COM BASE NA SEQUENCIAÇÃO FRÁSTICA............................................99
4.1 Análise textual.........................................................................103
ATIVIDADES..........................................................................................105
RESUMINDO..........................................................................................108
REFERÊNCIAS........................................................................................109
AULA 5
COERÊNCIA TEXTUAL: ANÁLISE DE TEXTOS.........................................113
1 INTRODUÇÃO...................................................................................115
2 O QUE É COERÊNCIA TEXTUAL NA PRÁTICA DE ANÁLISE DE TEXTOS?.....115
3 PRÁTICA DE ANÁLISE DE TEXTOS.......................................................118
3.1 Análise do texto “Como se conjuga um empresário”......................119
3.2 Análise da propaganda “Todo mundo tem seu lado Devassa”.........122
ATIVIDADES..........................................................................................125
RESUMINDO..........................................................................................126
REFERÊNCIAS........................................................................................127
E-MAIL: lenilzate7@yahoo.com.br
E-MAIL: miamechan@hotmail.com
DISCIPLINA
EMENTA
Desenvolvimento e aplicação de métodos e técnicas de Análise Lin-
guística na prática escolar.
1
ANÁLISE LINGUÍSTICA: ORIGEM
CONCEITUAL, OBJETO DE ESTUDO
E RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES
Objetivos:
• definir o conceito de Análise Linguística em suas dimensões epilinguísticas
e metalinguísticas;
• compreender a relação entre a Análise Linguística e os gêneros do dis-
curso;
• descrever os passos de uma sequência didática;
• entender como ocorre a convergência entre a Análise Linguística e a Lin-
guística Textual;
• apreender os conceitos básicos da Linguística Textual, centrados nos me-
canismos de coesão e fatores de coerência.
ANÁLISE LINGUÍSTICA: ORIGEM CONCEITUAL, OBJETO DE ESTUDO E RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES
1
Aula
1 INTRODUÇÃO
1
Apesar de ser um tema bastante discutido na
Aula
contemporaneidade, vale registrar que, em obra intitulada
O texto na sala de aula, publicada em 1984 e organizada
por J. W. Geraldi, em artigo intitulado Unidades básicas do
ensino de português, já havia uma proposta de reorientação
para o ensino de português, voltada para a ênfase na leitura,
produção de textos e a prática da Análise Linguística,
elaborada com base nos problemas encontrados nas
produções dos alunos. Sobre isso, Geraldi enfatiza que
1
verbal espontânea, como, por exemplo, o diálogo cotidiano
Aula
e a carta pessoal. Já os gêneros secundários (complexos)
são o romance, o teatro, o discurso científico, o discurso
ideológico etc. Os gêneros secundários poderão absorver
e transmutar os primários, adquirindo características
particulares, como um romance que contém um diálogo
cotidiano ou uma carta.
O mais importante agora é que você entenda
que a Análise Linguística não deve acontecer de forma
descontextualizada, desprovida de sentido e que o trabalho
com o texto, centrado nos gêneros do discurso, deve servir
de base para que se proceda a uma Análise Linguística
significativa, que leve em conta tanto a natureza gramatical
do enunciado quanto a particularidade dos gêneros. De
outro modo, para que o aluno possa produzir textos
eficazes é extremamente necessário que esses textos
tenham utilidade dentro das inúmeras atividades humanas.
1
pelo seguinte esquema:
Aula
A seguir, descreveremos, de forma sucinta, como
os autores explicitam os passos de uma sequência didática.
a) Apresentação da situação – Descrição detalhada da
tarefa de expressão oral ou escrita que os alunos
deverão realizar.
1
elementos linguísticos de forma consciente, conforme
Aula
citação a seguir:
coesão sequencial.
QUADRO 1
MECANISMOS
CONCEITO EXEMPLO
DE COESÃO
O homenzinho subiu
É anterior ao refe- correndo os três
rente. A anáfora tem lances de escadas. Lá
ANÁFORA
como função retomar em cima, ele parou
algo que já foi dito. diante de uma porta e
bateu furiosamente.
É posterior ao
referente. A catáfora,
Ele era tão bom, o
CATÁFORA ao contrário, tem a
meu marido!
função de anunciar o
que vai ser dito.
1
presas ou livres e remissivas lexicais. Vejamos:
Aula
Um conceito direto do que são formas remissivas
gramaticais presas (Quadro 2) é proposto por Koch (2010,
p. 34), que as classifica como “as que acompanham um
nome, antecedendo-o e também ao(s) modificador(es)
anteposto(s) ao nome dentro do grupo nominal”. Apesar
dessas formas não serem sempre artigos, quando se
encontram nessa posição (acompanhando um nome), elas
exercem a chamada “função artigo”. Observe com atenção
o Quadro 2 em que constam os mecanismos, conceitos e
exemplos expostos por Koch (2010, p. 36-43).
QUADRO 2
QUADRO 3
É a substituição por
1
zero: omite-se uma
Os convidados che-
palavra, uma frase,
Aula
garam atrasados.
uma oração ou todo
Ø Tinham errado o
Elipse um enunciado, facil-
caminho e custaram
mente recuperável
a encontrar alguém
pelo contexto. A elip-
que os orientasse.
se é representada
pelo símbolo Ø.
Um encapuzado
atravessou a praça
Podem ser demons- e sumiu ao longe.
Pronomes subs- trativos, possessivos, Que vulto era aquele
tantivos indefinidos, interroga- a vagar, altas horas
tivos e relativos. da noite, pelas ruas
desertas? (demons-
trativo)
Na semana passada,
Podem ser cardinais, Renata ganhou 100
Numerais ordinais, multiplicati- reais na Loteca. Hoje,
vos e fracionários. Mariana ganhou o do-
bro. (multiplicativo)
São formas remissi- Perto do parque há
Advérbios prono- vas que se reportam um pequeno restau-
minais: lá, aí, ali, a grupos nominais rante. Lá se reúnem
aqui, onde. portadores de traço muitos jovens ao en-
semântico. tardecer.
São formas dêiticas
que atuam anafórica Luciano acha que a
Expressões adver- ou cataforicamente, desonestidade não
biais como: acima, geralmente, reme- compensa. Pena é
abaixo, a seguir, tem a partes maiores que sua mulher não
assim, desse mo- do texto, como por pense {assim, desse
do etc. exemplo, predicados, modo, de modo se-
orações, enunciados melhante}.
anteriores.
É importante observar
que essas formas vêm
acompanhadas de O presidente resolveu
Formas verbais uma forma pronomi- reduzir os gastos da
remissivas (Pró- nal do tipo: o mesmo, administração públi-
formas verbais) o, isto, assim etc. E ca. Os governadores
remetem a todo o fizeram o mesmo.
predicado e não ape-
nas ao verbo.
QUADRO 4
Os grevistas parali-
Trata-se de formas
saram todas as ati-
nominalizadas que se
vidades da fábrica. A
Nominalizações remetem ao verbo e
paralisação durou uma
argumentos da ora-
semana.
ção anterior.
1
5.3 Conceitos de mecanismos de coesão
Aula
sequencial
QUADRO 5
SEQUENCIAÇÃO
PARAFRÁSTICA –
CONCEITO EXEMPLO
PROCEDIMENTOS
DE RECORRÊNCIA
Em todo enunciado,
fala-se de um deter-
minado estado de
O mesmo conteúdo
RECORRÊNCIA DE coisas, de uma de-
semântico é apresen-
CONTEÚDOS - PA- terminada maneira:
tado sob formas es-
RÁFRASE isto é, ao lado da-
truturais diferentes.
quilo que se diz, há
o modo como aquilo
que se diz é dito.
O poeta é um fingi-
dor: finge tão com-
RECORRÊNCIA DE Existência de uma
pletamente
RECURSOS FO- invariante, como
Que chega a fingir
NOLÓGICOS SEG- igualdade de metro,
que é dor
MENTAIS E/OU SU- rima, assonâncias,
A dor que deveras
PRASSEGMENTAIS aliterações etc.
sente. (Fernando
Pessoa)
1
através de encadeamentos que garantem a Na recorrência de conte-
Aula
manutenção do tema e o estabelecimento de údos poderá haver altera-
ção que consiste em ajus-
relações semânticas e/ou pragmáticas, assinaladas tar, sintetizar, desenvolver
ou ampliar o sentido pri-
por marcas linguísticas, sem a necessidade de meiro. Outros exemplos
de expressões linguísticas
retornos no fluxo da informação. Ela acontece que introduzem paráfrases
são: em outras palavras,
através de procedimentos de manutenção quer dizer, ou seja, em re-
temática, progressão temática e encadeamento sumo, em síntese, ou me-
lhor etc.
que serão explicitados a seguir:
Quanto à recorrência de
tempo e aspecto verbal,
no exemplo apresentado,
PROCEDIMENTOS DE MANUTEN- Koch baseia-se em Weinri-
ch (1964,1971) que abor-
ÇÃO TEMÁTICA - Garantem a continuidade da essa questão dentro
de uma “macrossintaxe
de sentidos do texto por meio de termos que textual”. A partir dessas
pertencem ao mesmo campo lexical, ativando características, o exemplo
poderá ser analisado da
um frame (modelo cognitivo) na memória do seguinte forma: na pri-
meira parte do texto, há a
receptor, conforme exemplo de koch (2010, recorrência do imperfeito
do indicativo, chamada de
p. 62) “O desabamento de barreiras provocou transições homogêneas,
indicando que se refere ao
sérios acidentes na estrada. Diversas ambulâncias segundo plano de um re-
transportaram as vítimas para o hospital da cidade lato.
mais próxima”. Atente para o sentido dos termos Quando acontece a mu-
dança do imperfeito para
acidentes, ambulâncias e vítimas que contribuem o perfeito do indicativo,
observa-se uma mudança
para a manutenção do tema. de perspectiva que aponta
para o primeiro plano do
relato, dando continuidade
à sequenciação parafrásti-
PROGRESSÃO TEMÁTICA – ca.
Concretiza-se a partir de blocos comunicativos
O presente do indicativo, o
denominados de tema (tópico, dado) e rema pretérito perfeito simples
e composto assim como o
(foco, comentário, novo). Danes (1970 apud futuro do presente perten-
cem ao chamado mundo
KOCH, 2010, p. 62-65) classificou o “esqueleto” comentado. Já o pretérito
perfeito simples, o pre-
da estrutura textual em cinco tipos, conforme térito imperfeito, o mais-
descritos no quadro 6, apresentado a seguir: que-perfeito e o futuro
do pretérito do indicativo
pertencem aos tempos do
mundo narrado.
QUADRO 6
TIPOS DE PRO-
GRESSÃO TEMÁ- DEFINIÇÃO EXEMPLO
TICA
A “Eneida” é um poema
Quando o rema de
épico. Os poemas épicos
um enunciado passa
Progressão te- contêm longas narrati-
a tema do seguinte
mática linear vas. Tais narrativas in-
e o rema deste, a
cluem sempre elementos
tema do seguinte.
convencionais...
1
Para Koch (2010), a
Poderá ocorrer por justaposição ou conexão. Devido justaposição poderá
Aula
à extensão do tema e de acordo com a proposta desse ocorrer com ou sem o
uso de elementos se-
módulo, para a Análise Linguística serão privilegiados quenciadores. Dessa
forma, no texto escri-
os procedimentos de recorrência sequencial parafrástica to, a justaposição sem
partículas ultrapassa
e a recorrência sequencial frástica, apenas no que se o âmbito da coesão
textual, ou seja, dos
refere aos procedimentos de manutenção temática. elementos linguísti-
Agora que já vimos os elementos de coesão, cos, cabendo ao leitor
construir a coerência
abordaremos, a seguir, os fatores de coerência, do texto por meio de
relações semânticas e/
explicitados nos Quadros 7 e 8, com base em Koch; ou discursivas, esta-
belecidas mentalmen-
Travaglia (2011, p. 71- 100). te. A justaposição por
conexão dar-se-á por
meio de conjunções,
advérbios sentenciais
QUADRO 7
ou advérbios de texto
e com outras palavras
FATORES DE estabelecem tipos di-
CONCEITO EXEMPLO
COERÊNCIA versificados de relação
relações semânticas e/
Servem como pistas para ou pragmáticas, entre
Texto “O show” as orações, enunciados
ELEMENTOS a ativação dos conheci-
(Koch e Travaglia, ou partes do texto.
LINGUÍSTICOS mentos arquivados na
2011, p. 10)
memória.
Paulo comprou um
Kadett novinho em
folha.
É operação pela qual,
utilizando seu conhe-
Inferências:
cimento de mundo, o
1 – Paulo tem um
receptor estabelece rela-
carro.
INFERÊNCIAS ções não explícitas entre
2 – Paulo tinha
segmentos de texto e os
recursos para com-
conhecimentos necessá-
prar um carro. 3 -
rios para sua compreen-
Paulo é rico.
são.
4 – Paulo é melhor
companhia que
você.
Um texto que é
SITUACIONA- Adequação do texto à coerente em dada
LIDADE situação comunicativa. situação pode não
ser em outra.
O oceano é água.
Mas ele se com-
põe, na verdade,
Diz respeito ao grau de de uma solução de
INFORMATI- previsibilidade (ou ex- gases e sais.
VIDADE pectabilidade) da infor- O oceano não é
mação contida no texto. água. Na verdade,
ele é composto de
uma solução de
gases e sais.
Um mesmo texto,
É a concentração dos
dependendo da
FOCALIZA- usuários (produtor e re-
focalização, pode
ÇÃO ceptor) em apenas uma
ser lido de modos
parte do seu conheci-
totalmente diferen-
mento.
tes.
É quando o processa-
mento cognitivo (pro-
Hino Nacional Bra-
INTERTEXTU- dução/recepção) de
sileiro e Canção do
ALIDADE um texto recorre-se ao
Exílio.
conhecimento prévio de
outros textos.
A propaganda pu-
Modo como os emissores
blicitária tem a
INTENCIO- usam o texto para perse-
intenção de persu-
NALIDADE E guir e realizar suas in-
adir o consumidor
ACEITABILI- tenções. A aceitabilidade
a comprar o pro-
DADE constitui a contraparte
duto ou usufruir do
da intencionalidade.
serviço.
Numa conversação
podem existir di-
versos tópicos que
Cada enunciado de um podem ou não ser
texto deve ser consisten- englobados num
CONSISTÊN- te como os anteriores. E tópico mais amplo,
CIA E RELE- os enunciados que com- assim como os
VÂNCIA põem um texto sejam parceiros devem
relevantes para um mes- contribuir para a
*Estes são os tipos de mo tópico discursivo. manutenção do tó-
modelos cognitivos que pico conversacional
serão explicitados no com informações
quadro 8 a seguir. relevantes.
QUADRO 8
1
CONHECIMENTO
CONCEITO EXEMPLOS
Aula
DE MUNDO
Conjuntos de conheci-
mentos armazenados
na memória sob certo Carnaval, natal, via-
OS FRAMES
“rótulo”, sem que haja gem de turismo.
qualquer ordenação
entre eles.
Conjunto de conhe-
Como vencer uma
cimentos sobre como
OS PLANOS partida de xadrez.
agir para atingir deter-
minado objetivo.
Conjuntos de conheci-
Os rituais religiosos,
mentos sobre modos
as fórmulas de corte-
de agir altamente es-
OS SCRIPTS sia, as praxes jurídi-
tereotipados em dada
cas.
cultura, inclusive em
termos de linguagem.
Conjunto de conheci-
mentos sobre os di-
versos tipos de textos,
AS SUPERES-
que vão sendo adqui- O texto “Circuito Fe-
TRUTURAS OU
ridos à proporção que chado” Koch e Trava-
ESQUEMAS TEX-
temos contato com glia (2011, p. 73).
TUAIS
esses tipos e fazemos
comparações entre
eles.
ATIvIDADES
ATIVIDADES
a) Atividade epilinguística.
b) Atividade metalingüística.
b)
c)
d)
1
ao referente chama-se anáfora e o posterior recebe o
Aula
nome de catáfora. Leia com atenção os exemplos citados e
elabore um exemplo diferente para cada mecanismo.
NÃO HÁ VAGAS
(Ferreira Gullar)
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabem no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
está fechado:
“não há vagas”
Só cabem no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema senhores,
não fede
nem cheira
Antologia poética. Rio de Janeiro, Fontana/Summus, 1977.
QUADRILHA
Carlos Drummond de Andrade
1
RESUMINDO
Aula
7Nesta aula, vimos que:
• a reflexão sobre a linguagem veicula a ideia de como
atividade discursiva e o texto como unidade de
ensino;
8 REFERÊNCIAS
leitura recomendada
REFERÊNCIAS
Para complementar o
conteúdo do tema da
coesão, recomenda-
mos a leitura do capítu- BAKHTIN, Mikail Mikahailovitch. Os gêneros do
lo que trata da Coesão
Sequencial em KOCH,
discurso. In. BAKHTIN, M. M. Estética da criação
Ingedore Villaça. A coe- verbal. Tradução feita a partir do francês por Maria
são textual. 22. ed. São Ermantina Galvão Gomes Pereira; revisão de tradução
Paulo: Contexto, 2010 Marina Appenzeller. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
e PRESTES, Maria Luci
de Mesquita. Leitura
e (re)escritura de tex- BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros
tos: subsídios teóricos Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: MEC,
e práticos para o seu 2000.
ensino. 4. ed. Catandu-
va, SP: Editora Rêspel,
2001. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto
Para a aula que trata da
coerência, recomenda-
ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa.
mos a leitura do capítu- Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/
lo 4 Fatores de coerên- SEF, 1998.
cia em KOCH, Ingedore
Grunfeld Villaça; TRA-
VAGLIA, Luiz Carlos. A
GERALDI, J. W. O texto na sala de aula. São Paulo:
coerência textual. 18. Martins Fontes, 1997.
ed. São Paulo: Contex-
to, 2011. MENDONÇA, Márcia. Análise Linguística no ensino
É importante que você
médio: um novo olhar, um outro objeto. In: BUNZEN,
leia, na íntegra, o tex- Clecio; MENDONÇA, Márcia (Org.). Português no
to Sequências didáticas ensino médio e formação do professor. São Paulo:
para o oral e a escri-
ta: apresentação de
Parábola, 2007. p. 199-226.
um procedimento. In.
SCHNEUWLY, Bernard KOCH, Ingedore G. Villaça. A coesão textual. 22. ed.
e colaboradores; DOLZ, São Paulo: Contexto, 2010.
Joaquim. Gêneros orais
e escritos na escola.
Tradução e organização KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; TRAVAGLIA,
de Roxane Rojo e Glaís Luiz Carlos. A coerência textual. 18. ed. São Paulo:
Sales Cordeiro. Campi- Contexto, 2011.
nas, SP: Mercado de le-
tras, 2004. p. 95-128.
SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Sequências didáticas para
o oral e a escrita: Apresentação de um procedimento. In:
Gêneros orais e escritos: Estudo e ensino. Campinas:
Mercado de Letras, 2004.
1
Aula
.......................................................................................................................
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aula
2
ABORDAGEM DE MÉTODOS E
TÉCNICAS DE TRABALHO COM
ANÁLISE LINGUÍSTICA
Objetivos:
Ao final da aula, você deverá ser capaz de:
• utilizar o que orienta os PCNs sobre o uso da Análise Linguística nas aulas
de Língua Portuguesa;
• definir objetivos para as aulas, estabelecendo que competências devem
ser alcançadas;
• elaborar atividades de prática da Análise Linguística com base nos PCNs;
• diferenciar atividades de ensino tradicional de gramática e as de práti-
ca de Análise Linguística.
ABORDAGEM DE MÉTODOS E TÉCNICAS DE TRABALHO COM ANÁLISE LINGUÍSTICA
2
Aula
1 INTRODUÇÃO
2
Linguística é a escolha do texto/gênero, seja ele oral ou
Aula
escrito; em seguida, deve-se praticar a escuta e/ou leitura
do gênero e, por fim, permitir a reflexão e análise dos
aspectos envolvidos no texto. Os PCNs (1998) orientam
que não podemos reduzir esse processo ao trabalho
sistemático com a matéria gramatical e acrescenta que não
é justificável tratar o ensino gramatical desarticulado das
práticas de linguagem.
Reiterando o que foi dito na aula anterior, a Análise
Linguística tem o seu foco voltado para o planejamento
de questões didáticas, promove uma reflexão sobre o uso
de recursos expressivos na construção das condições de
produção do discurso e os limites impostos pelo gênero
ou suporte. Como o trabalho com a Análise Linguística
pressupõe planejamento, elaboração e refacção de textos,
vale a pena nos determos um pouco mais nesse ponto.
O termo refacção dos textos revela uma prática
pouco utilizada nas salas de aula, mas que tem efeitos
significativos na formação do aluno e no uso que ele faz
da língua. Essa prática consiste em o aluno atuar sobre
a própria linguagem, na reelaboração do próprio texto:
acrescentando, apagando, ajustando, modificando etc. Em
outras palavras, os PCNs afirmam que:
2
um diagnóstico do que o aluno sabe e do que ele ainda geral” eram adjetivos e
solicitou que os alunos
Aula
precisa aprender. E os objetivos devem visar um saber construíssem frases
com as palavras. Um
linguístico amplo, baseando-se na comunicação. Em dos alunos escreveu:
O azul do céu é bonito.
outras palavras, o que é ensinado na escola não pode O branco significa paz
etc. Logicamente um
estar dissociado do contexto social no qual o aluno está X foi colocado sobre as
frases. O porquê, o alu-
inserido.
no nunca sabe.
Com certeza, você já sabe que o ensino
tradicional de Língua Portuguesa não tem garantido
bons resultados. O aluno estuda as nomenclaturas desde
as séries iniciais e chega ao Ensino Médio sem dominá-
las. E, novamente, surge uma crítica ao conteúdo
gramatical ensinado na maioria das escolas, aquele
onde o eixo principal é descrição e norma, com base na
análise de frases e períodos deslocados da função, do
uso e do texto. Mas, se a gramática é tão estereotipada,
por que ensiná-la? O problema não está em ensiná-la,
mas sim em como ensiná-la. A gramática vai além de
um conjunto de frases deslocadas do texto, portanto
deve ser trabalhada em função da comunicação. Sobre
esse aspecto esclarecem os PCNs:
O processo de ensino/aprendizagem de
Língua Portuguesa, no Ensino Médio, deve
pressupor uma visão sobre o que é linguagem
verbal. Ela se caracteriza como construção
humana e histórica de um sistema linguístico
e comunicativo em determinados contextos.
Assim, na gênese da linguagem verbal
estão presentes o homem, seus sistemas
simbólicos e comunicativos, em um mundo
sociocultural (2000, p.18).
2
no sentido de capacidade humana de articular significados
Aula
e compartilhá-los. Na intenção de destacar a natureza
interativa e social da linguagem, o documento estabelece
competências e habilidades a serem desenvolvidas em
alunos de Língua Portuguesa:
2
se no texto e ver o texto como objeto, dialogar com o
Aula
‘outro’ que o produziu, criar seu próprio texto”. (Brasil,
2000, p.22)
2
gramática da sala de aula? Se responder que não, está certo!
Aula
Ao contrário do que muitos pensam, a Análise Linguística
não desconsidera a gramática, até porque é impossível
fazer uso da língua ou refletir sobre ela sem gramática.
Mas, como funciona a Análise Linguística na
prática? Essa proposta abarca vários aspectos, inclusive
os estudos gramaticais, porém de um ponto de vista
diferente, pautado nos objetivos a serem alcançados. Para
você entender melhor, vamos a uma citação de Geraldi
(1997, p. 74):
QUADRO 9
ENSINO DE PRÁTICA DE
GRAMÁTICA ANÁLISE LINGUÍSTICA
2
drão. tido.
Aula
Ausência de relação com as
especificidades dos gêneros,
Fusão com o trabalho com os
uma vez que a análise é mais
gêneros, na medida em que con-
de cunho estrutural e, quan-
templa justamente a interseção
do normativa, desconsidera o
das condições de produção dos
funcionamento desses gêne-
textos e as escolhas lingüísticas.
ros nos contextos de interação
verbal.
QUADRO 10
O que é sequência
didática?
A sequência didática
Esse esquema de ordem das atividades se alia
é definida como “um ao que é proposto por Schneuwly; Dolz (2004) como
conjunto de ativida-
des escolares orga- solução para a parte metodológica, o procedimento
nizadas, de maneira
sistemática, em torno “sequência didática”, com intuito de oferecer uma
de um gênero textual
oral ou escrito.” (SCH- maneira precisa e, de certa forma, sistemática de
NEUWLY; DOLZ, 2004,
p. 97). Uma sequência
trabalhar a língua portuguesa em sala de aula, mas sem
didática tem como ob-
jetivo auxiliar o aluno
a pretensão de esgotar as possibilidades desse trabalho
a produzir textos orais com o texto.
e escritos adequados
ao contexto e às prá- Mas por que usar esta organização? É simples,
ticas de comunicação.
a reflexão organizada e esquematizada sobre a língua
2
reflete sobre a língua com a Análise Linguística e com a
Aula
reescrita do texto e, por fim, volta a fazer uso consciente
da linguagem em seus contextos comunicativos.
Ficou clara a diferença entre o ensino tradicional
de gramática e a prática de Análise Linguística? Para
esclarecer melhor, Mendonça (2007, p. 210) elaborou
uma tabela resumindo as principais diferenças entres essas
práticas.
QUADRO 11
ENSINO DE GRAMÁTICA
Objeto de Estratégia mais
Competência esperada
ensino usada
- Exposição de
frases e períodos
Sujeito e - Identificar e classificar os ter-
para identificação
predicado mos em orações e períodos.
e classificação dos
termos.
- Resolução de - Utilizar as formas verbais cor-
exercícios com retas em frases e períodos, ge-
Concordân- frases e períodos ralmente preenchendo lacunas.
cia verbal para escrita da - Justificar a concordância, ex-
forma verbal cor- plicitando a regra prescrita pela
reta. gramática normativa.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
Objeto de Sugestão de estra-
Competência esperada
ensino tégias
- Análise e com-
- Perceber a que termo o ver-
paração de textos,
bo se refere (qual é o sujeito),
especialmente
para efetuar a concordância, de
produções dos alu-
acordo com a norma-padrão.
nos com posterior
- Habituar-se a consultar gra-
Concordân- reescrita; consulta
máticas para tirar dúvidas nos
cia verbal e a gramáticas para
casos menos comuns.
referência compreender por
- Compreender as regras aí
que determinada
apresentadas para ser capaz
concordância se
de recorrer às gramáticas com
faz de certa forma
autonomia em momentos de
etc.
dúvidas.
4 ATIVIDADES
ATIvIDADES
2
a) Agora responda: essa proposta de atividade é
Aula
voltada para a Gramática Tradicional ou para a
Análise Linguística? Justifique sua resposta.
b) Ouça a música, encontre os verbos que estão
presentes e explique o que eles representam no
contexto do texto.
Errar é útil
Sofrer é chato
Chorar é triste
Sorrir é rápido
Não ver é fácil
Trair é tátil
Olhar é móvel
Falar é mágico
Calar é tático
Desfazer é árduo
Esperar é sábio
Refazer é ótimo
Amar é profundo
E nele sempre cabem de vez
Todos os verbos do mundo
E nele sempre cabem
de vez
Abraçar é quente
Beijar é chama
Pensar é ser humano
Fantasiar também
Nascer é dar partida
Viver é ser alguém
Saudade é despedida
Morrer um dia vem
Mas amar é profundo
E nele sempre cabem de vez
Todos os verbos do mundo
2
as estratégias de análise textual.5 RESUMINDO
Aula
RESUMINDO
REFERÊNCIAS
2
Aula
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aula
3
COESÃO REFERENCIAL:
ANÁLISE DE TEXTOS
Objetivos:
Ao final da aula, você deverá ser capaz de:
1 INTRODUÇÃO
3
Na aula passada, você viu a abordagem de métodos
Aula
e técnicas de trabalho com Análise Linguística de forma
bastante detalhada. Nesta aula, você estudará a coesão
referencial e seus mecanismos. Os elementos de referência,
com base em Koch (2010), são os itens da língua que não
podem ser interpretados semanticamente por si mesmos,
mas remetem a outros itens do discurso necessários à sua
interpretação.
Vamos analisar, à luz dos fatores de coesão
referencial, o editorial “Disparidade educacional”, do
jornal “A Tarde” e os textos “Quem salva o Jorge?” e “E
para promotor, situação de Bruno piorou com condenação
de macarrão” do jornal “Folha de São Paulo”. Na intenção
de reforçarmos a teoria do gênero, utilizaremos gêneros
jornalísticos. Vamos tomar como parâmetro os conceitos
propostos por Koch (2010) em seu livro “A coesão textual”,
desta forma, utilizaremos, em boxe, exemplos dados pela
autora, a fim de facilitar a sua compreensão. Salientamos
que a proposta aqui realizada não tem a pretensão de
esgotar os textos analisados, nem os mecanismos de
coesão referencial.
DISPARIDADE EDUCACIONAL
3
familiar. Pais de escolas particulares tendem a
Aula
participar mais da vida escolar dos filhos, o que
comprovadamente ajuda no processo pedagógico.
Mas isso (11) não basta para explicar as diferenças.
Para sobreviver à concorrência (12), as escolas
privadas (13) têm mesmo oferecido um ensino
melhor. Cabe aos estados um grande esforço para não
permitir que o fosso entre as duas realidades fique
ainda maior.
(Jornal “A Tarde”, Salvador, 25 de novembro de
2012). Grifos nossos.
1. O homenzinho subiu
a outro (s) elemento(s) nela presentes ou inferíveis
correndo os três lan- a partir do universo textual. O primeiro elemento é
ces de escadas. Lá em
cima, ele parou diante chamado de forma referencial ou remissiva, e o segundo,
de uma porta e bateu
furiosamente. (anáfora) elemento de referência ou referente textual.
2. Ele era tão bom, o
meu marido! (catáfora) Podemos encontrar duas formas de remissão,
a anáfora e a catáfora, que são feitas para trás ou para
frente, respectivamente.
3
tendem a participar mais da vida escolar dos filhos, o
Aula
que comprovadamente ajuda no processo pedagógico”.
O artigo indefinido destacado nesse trecho remete
à informação que ainda será dita, essa geralmente é a
função dessa classe, portanto, funciona como elemento
catafórico.
Em outro trecho do texto “A situação
encontrada na Bahia é ainda mais grave. A instituição
mantida pelo governo do Estado melhor colocada é
a Thales de Azevedo, de Salvador, na 4973ª posição
entre 10.076 escolas”. Nesse caso, estão em destaque É importante saber que
Weinrich (1971,1973),
os artigos definidos que fazem remissão à informação citado por Koch (2010,
p. 36)
que precede no texto, que trata da péssima posição das
escolas estaduais no ranking nacional. De modo geral, [...] mostra que o arti-
go definido pode não só
os artigos definidos têm função anafórica. remeter a informações
do contexto preceden-
Koch (2010) ressalva que a remissão, por meio te, como a elementos
da situação comunica-
de artigo, à informação subsequente (catafórica) só tiva e ao conhecimento
prévio – culturalmente
pode ocorrer dentro do mesmo enunciado, ao passo partilhado – dos inter-
locutores, como, por
que a remissão à informação anterior (anafórica) pode exemplo, em o sol, o
ultrapassar – e geralmente ultrapassa – os limites do cristianismo etc.; a
classes, gêneros ou ti-
enunciado que o contém. pos [...]
3
ela é representada pelo símbolo Ø. Então “os alunos” 25. Um encapuzado atra-
Aula
vessou a praça e sumiu ao
e “os estudantes” são referentes e o elemento de longe. Que vulto era aque-
le a vagar, altas horas da
remissão é a elipse. noite, pelas ruas desertas?
É importante observar
que essas formas vêm
Batizada com nome de santo católico (1),
acompanhadas de uma
forma pronominal do
também cultuado em religiões afro-brasileiras, a
tipo: o mesmo, o, isto, novela “Salve Jorge” (2), da Globo, parece mesmo
assim etc. e remetem
a todo o predicado e precisar de ajuda divina.
não apenas ao verbo.
Há mais de um mês no ar, a trama (3) das
21h não emplacou. Os primeiros 26 capítulos do
folhetim (4) tiveram média de 30,8 pontos no Ibope
cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande
São Paulo. É o pior índice entre novelas (5) do
3
novembro, caiu para 50,8%.
No período, o SBT foi o canal que mais cresceu.
Aula
Saltou de 4,5 para 7,8 pontos no Ibope, passando de
7,5% para 12,8% dos aparelhos ligados (10).
Discípula de Janete Clair, a autora Glória Perez
já está mexendo na história. Aumentou a participação
de Carolina Dieckmann, que morreria vítima do
tráfico humano logo no início. Veterana na TV, ela
dividirá espaço com Nanda Costa, que estreia como
protagonista.
O núcleo da Turquia, semelhante ao de “O
Clone” (2001) e “Caminho das Índias” (2009),
perderá espaço.
saiba mais representado por uma oração, mas também pode ser
A autora cita as ex- composto por um nome, um sintagma etc. O sentido
pressões sinônimas ou
quase sinônimas como da oração (1) é recuperado pela (2).
forma remissiva lexical
e exemplifica:
No texto, o autor também faz uso de expressões
“A porta se abriu e
equivalentes em significados, observem: “Há mais de
apareceu uma menina. um mês no ar, a trama (3) das 21h não emplacou. Os
A garotinha tinha olhos
azuis e longos cabelos primeiros 26 capítulos do folhetim (4) tiveram média
dourados.”
de 30,8 pontos no Ibope. Cada ponto equivale a 60 mil
E ainda traz expres-
sões com nomes gené- domicílios na Grande São Paulo. É o pior índice entre
ricos (ex: coisa, pes-
soa, fato, fenômeno):
novelas (5) do horário no canal em 12 anos”. Os termos
(3), (4) e (5) são o que Koch (2010) chama de expressões
“A multidão ouviu o
ruído de um motor. sinônimas ou quase sinônimas que funcionam como
Todos olharam para o
alto e viram a coisa se recurso para a eliminação da repetição.
aproximando.” (KOCH,
2010, p.50) No trecho: “Quando sua (6) antecessora,
“Avenida Brasil”, entrou no ar, havia menos televisores
(7) ligados em São Paulo: 60,2% sintonizavam algum
canal, hoje, 60,7% Ø (8) estão ligados”. O pronome
possessivo “sua” se refere à “novela Salve Jorge”. O uso
desse mecanismo evita a redundância do texto. Já em
(8), o termo (7) é omitido, mas o sentido é mantido
e pode ser facilmente recuperado pelo contexto. A
palavra “televisores” é ocultada na intenção de deixar o
saiba mais
texto mais elegante e com maior fluência.
Koch (2010, p. 50)
classifica os itens lexi- Nessa produção escrita, encontramos palavras
cais que designam gê-
nero ou espécie como que designam gênero ou espécie com a finalidade de
Hiperônimos ou indica-
dores de classe. Veja
referenciar outro termo, vejam: “Curiosamente, a
o exemplo: “Vimos o Globo foi a rede que mais perdeu fatia nesse bolo. Entre
carro do ministro apro-
ximar-se. Alguns mi- março e abril, tinha 59,6% do total de TVs ligadas (9).
nutos depois, o veículo
estacionava adiante do Em outubro e novembro, caiu para 50,8%. No período,
Palácio do Governo.”
Neste exemplo, o ter- o SBT foi o canal que mais cresceu. Saltou de 4,5 para
mo “veículo” designa o
gênero e “carro” é es-
7,8 pontos no Ibope, passando de 7,5% para 12,8%
pécie.
dos aparelhos ligados (10)”. O item lexical “aparelhos”
3
Aula
PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A CONTAGEM (MG)
3
políticas (KOCH, 2010,
(2010) define como “ativação parcial” de propriedades p. 48).
Aula
e características do elemento de referência que a
precede. Nesse caso, o dado referente seria “Bruno”,
que é caracterizado pela forma remissiva “atleta” que
remete a sua profissão. saiba mais
Ainda nesse texto identificamos: “A condenação Koch (2010, p. 49)
de Macarrão tornou a situação mais difícil para Bruno chama de Nominaliza-
ções o que se trata de
se defender (3). A defesa (4) do ex-goleiro, entretanto formas nominalizadas
que “se remetem ao
dá sinais de que deve manter o questionamento”. O verbo e argumentos da
oração anterior”. A au-
termo (4) é a forma nominalizada do verbo anterior, ou tora ratifica a definição
com o seguinte exem-
seja, faz remissão ao termo (3). plo: (...) “Os grevistas
Ao longo dessa aula pudemos observar que a paralisaram todas as
atividades da fábrica.
noção de elementos de referência é bastante ampla, e, A paralisação durou
uma semana” (KOCH,
nas palavras de Koch (2010), podem ser representados 2010, p. 50).
ATIvIDADES
5 ATIVIDADES
INSERIR MOLDURA
Pior escola do Enem diz que falta de professores e
‘ressaca’ justificam resultado
3
chorou”, assim Carina Gomes dos Santos, 16, descreveu
Aula
a reação dos alunos e professores do Colégio Aquiles
Lisboa, em São Domingos do Azeitão (MA), que
obteve a pior nota no Enem 2011.
A diretora do colégio, Leia Barbosa da Silva,
atribui o mau desempenho à realidade socioeconômica
local, ao descaso do Estado em relação à educação e à
ressaca dos alunos no dia do exame.
Entre os alunos, poucos têm condição de fazer
um curso superior. Não há faculdade na cidade, e a opção
mais próxima é um centro da Universidade Estadual do
Maranhão que fica a 180 km da cidade.
Além do perfil dos estudantes, problemas de
falta de professores contribuíram para o resultado no
Enem. A diretora diz que, no ano passado, os alunos
permaneceram sem professor de química, filosofia e
sociologia até junho. Neste ano, quatro dos professores
concursados estão dando aulas em disciplinas nas quais
não são formados. Destes, três vêm de outras cidades
para lecionar.
Anáfora e catáfora
3
textual. Explique e exemplifique com trechos do texto
como acontece esse processo de coesão.
Aula
6 RESUMINDO
RESUMINDO
REFERÊNCIAS
7 REFERÊNCIAS
3
Aula
PEREIRA, Alexandre Jr. Quem salva o Jorge? Folha de
São Paulo. São Paulo em 25 de nov 2012. Ilustrada, p. 1.
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aula
4
ANÁLISE LINGUÍSTICA DE
TEXTOS COM BASE NA COESÃO
SEQUENCIAL
Objetivos:
Ao final da aula, você deverá ser capaz de:
1 INTRODUÇÃO
4
Aula
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA MÚSICA
Muito Tudo
RPM
4
Tanta dor, tanta notícia, tanto sofrimento em vão (18)
Aula
Tanto site, tanta mídia, muita ofensa e pouco pão (19)
(grifos nossos)
4
(1) ao (21). De acordo com a versificação, poderemos
Aula
afirmar que, na primeira estrofe, foi utilizado o recurso
da rima emparelhada, do tipo AABB, e que, nas
demais, a rima ficou por conta da semelhança sonora
de segmentos externos, terminados em /u/, recurso
chamado de aliteração por se tratar da repetição de um
segmento vocálico.
saiba mais
Para entender melhor a organização dos recur-
sos musicais, sonoros e rítmicos das palavras é
preciso conhecer sobre a função poética da lin-
guagem, expressa pelo recurso expressivo da
conotação que não é exclusivo da Literatura,
sendo usada também em letras de músicas. O
estudo desses recursos é chamado de versifi-
cação.
saiba mais
Há o encontro de duas vogais tônicas ou átonas no final da palavra e início da outra. Além dis-
so, na divisão silábica poética, a contagem para na última sílaba tônica. De acordo com o nú-
mero de sílabas poéticas, os versos recebem o nome de: monossílabo – dissílabo – trissílabo
...redondilha menor ou pentassílabo (cinco sílabas) – redondilha maior ou heptassílabo (sete
sílabas) o octossílabo (oito sílabas) – decassílabo (dez sílabas), e alexandrino (doze sílabas).
RITMO: Um poema também tem um ritmo, que lhe é dado pela alternância das sílabas acen-
tuadas e não acentuadas, com maior ou menor intensidade.
RIMA: É o recurso musical baseado na semelhança sonora das palavras. Rima externa (no
final dos versos), e às vezes rima interna (no interior dos versos). As rimas classificam-se
segundo sua organização em esquemas: Interpoladas: ABBA; intercaladas: ABAB; em-
parelhadas: AABB. Os versos que não apresentam rimas são chamados de versos brancos.
4
A partir do título “Muito Tudo”, formado por um advérbio
Aula
de intensidade (muito) e por um pronome indefinido
(tudo), que, de acordo com o contexto apresentado,
tem a intenção de retratar essa invasão provocada pela
globalização que valoriza a quantidade e a rapidez da
informação, o poder, a mídia e o dinheiro que, na visão do
compositor, é como se fossem ruídos dissonantes e que
redundam na fome e no sofrimento de muitos.
Percebeu-se pelos 2 últimos versos da segunda
estrofe em forma de refrão que o eu lírico da música
expressa o desejo de mudar o mundo, mas é o mundo que
o muda. No último verso do refrão, no final da música,
ocorre uma mudança em que o eu lírico repete o que
foi dito antes: E eu queria mudar o mundo, o mundo...
prá você/ Mas às vezes eu me pergunto... “Por quê”? Essa
pergunta, acompanhada de interrogação, demonstra uma
• Resulta de um conhecimento de
mundo ativado pelo conjunto de
elementos contextuais e textuais.
DEGRAUS DA ILUSÃO
(Artigo publicado na edição impressa de VEJA)
Lya Luft
4
Aula
1. Fala-se muito na ascensão das classes menos
favorecidas, formando uma “nova classe média”,
realizada por degraus que levam a outro patamar
social e econômico (cultural, não ouço falar).
Em teoria, seria um grande passo para reduzir a
catastrófica desigualdade que aqui reina.
4
começar a própria vida com dignidade.
Aula
7. Tais ensinamentos parecem abolidos,
ultrapassadas a prudência e a cautela, pouco
estimulados o desejo de crescimento firme e a
construção de uma vida mais segura. Pois tudo
é uma construção: a vida pessoal, a profissão, os
ganhos, as relações de amor e amizade, a família,
a velhice (naturalmente tudo isso sujeito a
fatalidades como doença e outras, que ninguém
controla). Mas, mesmo em tempos de fatalidade,
ter um pouco de economia, ter uma casinha, ter
um diploma, ter objetivos certamente ajuda a
enfrentar seja o que for. Podemos ser derrotados,
mas não estaremos jogados na cova dos leões do
destino, totalmente desarmados.
4
com o Quadro 6 da aula 1, é perceptível a utilização de
Aula
procedimentos de manutenção temática, ou seja, aqueles que
garantem a continuidade de sentido do texto por meio de
termos que pertencem ao mesmo campo lexical, ativando
um frame ou modelo cognitivo na memória do receptor.
Observe o tema central do texto referente à
“ascensão das classes menos favorecidas” abordado no
início do primeiro parágrafo. Esse tema é mantido através
de um frame (modelo cognitivo) que o relaciona a outros
termos lexicais como: “nova classe média”, “degraus” e
“patamar social e econômico”.
No segundo parágrafo, a autora utiliza o mesmo
procedimento quando apresenta o que seria uma vida
digna para os despossuídos, a saber, boa escolaridade para
os iletrados, serviços públicos ótimos para a população
inteira, educação, saúde, transporte, energia elétrica,
4
Aula
ATIVIDADES
ATIvIDADES
Gente
Jauperi
SEXA
Luís Fernando Veríssimo
- Pai...
- Hmmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não tem.
- Sexo não tem feminino?
- Não.
- Só tem sexo masculino?
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e
4
feminino.
Aula
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e
feminino...
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra
“sexo” é masculina. O sexo masculino, o sexo feminino.
- Não devia ser “a sexa”?
- Não.
- Por que não?
- Porque não! Desculpe, porque não. “Sexo” é sempre
masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- Sexo mesmo. Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É. Quer dizer... Olha aqui: tem sexo masculino e o sexo
feminino, certo?
- Certo.
- São duas coisas diferentes.
RESUMINDO
RESUMINDO
REFERÊNCIAS
4
leitura recomendada
Aula
Para aprofundar o co-
ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e nhecimento sobre seg-
mentos fonéticos, in-
práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
dicamos a leitura do
capítulo “Fonética” do
RPM. Muito Tudo. Disponível em <http://letras.mus. livro SILVA, Thaïs Cris-
br/rpm/1887499/>.Acesso em: 12 nov. 2012. tófaro. Fonética e Fo-
nologia do Português
Brasileiro: roteiro de
BENTES, Anna Christina. Linguística Textual. In. estudo e guia de exer-
MUSSALIN, Fernanda; BENTES, Anna Christina cícios. São Paulo: Con-
(Orgs.). Introdução à Linguística: domínios e texto, 1999.
consumir-como-se-isso-constituisse-um-bem-em-si-e-
promovesse-real-crescimento-do-pais-isso-nao-e-subir-
de-classe-social/>Acesso em: 26 nov. 20012.
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aula
5
COERÊNCIA TEXTUAL:
ANÁLISE DE TEXTOS
…é na linguagem e pela
linguagem que o homem
se constitui como sujeito”.
Benveniste
Objetivos:
Ao final da aula, você deverá ser capaz de:
1 INTRODUÇÃO
5
em sua estrutura e funcionamento. Não temos a intenção
Aula
de apresentar aqui todos os fatores. Apresentaremos
aqueles que mais se destacaram.
• açúcar;
• sabonete;
• papel higiênico;
• canetas;
5
• cotonetes;
Aula
• esponja de aço;
• refrigerante;
• ...
• ...
• ...
• perecíveis;
• produtos de limpeza;
5
Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu.
Aula
Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou.
Convidou. Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraçou. Deitou-
se. Mexeu. Gemeu. Fungou. Babou. Antecipou. Frustrou.
Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Presenteou.
Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou.
Lamentou. Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou.
Sobressaltou-se. Acordou. Preocupou-se. Temeu.
Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se.
Temeu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu.
Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dormiu.
Acordou. Levantou-se. Aprontou-se...
saiba mais
sem elementos de ligação e nem mesmo chegam a formar
Nesse sentido, nosso co-
frases completas. Porém, ao observar os elementos
nhecimento de mundo linguísticos explícitos, estabelecemos as relações de
desempenha papel impor-
tante no estabelecimento sentido e compreendemos o texto.
de coerência “se o texto
falar de coisas que abso- É indiscutível a importância dos elementos
lutamente não conhece-
mos, será difícil calcular- linguísticos do texto para o estabelecimento de
mos o seu sentido e ele
nos parecerá destituído
coerência. A seleção lexical de um texto, além de
de coerência”. (KOCH e
possibilitar relações de sentido define a sua unidade
TRAVAGLIA, 2011, p.72).
Esse conhecimento é ad- semântica e ainda adéqua o texto a suas condições
quirido por nós ao longo
de nossa vida por meio sociais de seus contextos de usos.
do nosso contato com o
mundo. Vamos armaze- Nesse texto, a sequência linguística que estabelece
nando esse conhecimento
em blocos que Koch e Tra- a unidade de sentido possibilita a compreensão do
vaglia (2011) denominam
modelos cognitivos.
mesmo. Apesar de as palavras não apresentarem
ligações sintáticas ou qualquer ligação explícita entre
elas, o leitor percebe que os elementos linguísticos se
relacionam entre si: nota-se que é uma narração do dia
de um homem de negócios.
Como isso é possível? Primeiro, a sequência
é proposta como um texto, ou seja, o autor do texto
tem uma intenção comunicativa. O receptor o aceita
como texto, atribuindo-lhe sentido. Esse sentido é
alcançado por meio da associação semântica entre as
palavras do texto, ou seja, são palavras com sentidos
afins e pertencentes ao campo semântico “Empresário”,
podemos destacar: vendeu, sacou, depositou, lucrou,
lesou.
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dos conhecimentos ar-
Depositou. Depositou. Depositou. Associou-se. quivados na memória,
Aula
e que constituem o
Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. ponto de partida para a
compreensão e para a
Repreendeu. Suspendeu. Demitiu”. elaboração de interfe-
Tal esquema, quando ativado, nos permite rências ajuda a captar
a orientação argumen-
compreender o texto. Assim, a sequência “aleatória” tativa que compõem o
texto etc.
de verbos passa a fazer sentido para nós e acabamos
considerando o texto coerente.
Podemos, nesse texto, fazer uma série de
inferências. Podemos inferir que ele tem uma amante,
com base no seguinte trecho: Chegou. Despiu-
se. Abraçou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou.
Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se.
Fonte: mundodasmarcas.blogspot.com.
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citude do texto, pois o
o produtor dessa propaganda e os receptores tenham receptor será capaz de
Aula
suprir as lacunas, por
esses conhecimentos em comum, o que Koch e Travaglia
exemplo, através de in-
(2011) chamam de conhecimento compartilhado. ferências”.
coerente.
Nessa propaganda, o produtor, notadamente,
está carregado de intenções. O objetivo, nesse caso, é
persuadir o receptor a consumir a bebida. A estratégia
de usar a imagem de Sandy e a expressão “Todo mundo
tem seu lado Devassa” consiste no propósito de alcançar
o público que, como a cantora, também tem estereótipos
de mocinhos e mocinhas.
A propaganda dá pistas ao receptor, que permitem
que ele construa o sentido desejado. Nesse sentido, o
público alvo da propaganda vai tentar estabelecer sua
coerência, dando-lhe a interpretação cabível, construindo,
assim, a aceitabilidade, a contrapartida da intencionalidade.
Outros fatores também contribuem para tornar
o texto coerente ao leitor/consumidor como a roupa da
moça, a posição, a postura corporal e a expressão facial.
Esses elementos contextualizam a propaganda e auxiliam
na construção dos sentidos.
Fonte:conhecimentolivrepublico.blogspot.com
ATIVIDADES
ATIvIDADES
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ou não, justificando sua resposta.
Aula
a)
b)
Fonte: profjosemaria.com.br
RESUMINDO
RESUMINDO
REFERÊNCIAS
ERÊCIAS
ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e
práticas. São Paulo. Parábola Editorial, 2010.
leitura recomendada
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Aula
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Palavras finais das autoras
As autoras,
Lenilza Teodoro dos Santos Mendes
Miame Chan Souza Santos