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Alódia Iris Daniel

Arrone Abílio Macuácua

Brígida Guilherme Nhavene

Edilson Elias Manhiça

Nirma Matilde Chihongo

Língua em Sociedade

Universidade Pedagógica

Maputo

Outubro de 2018
Alódia Iris Daniel

Arrone Abílio Macuácua

Brígida Guilherme Nhavene

Edilson Elias Manhiça

Nirma Matilde Chihongo

Variação linguística

Línguas em contacto

Mudança linguística

Trabalho elaborado sob orientação da Prof.


Dra. Dalila Cunha, como requisito parcial de
avaliação da Linguística Geral II.

Universidade Pedagógica

Maputo

Outubro de 2018
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Introdução

No presente trabalho não abordamos somente temas de estudo como variação linguística, línguas
em contacto e mudança linguística mas também os seus subtópicos da melhor forma explícita e
progressiva possível. De tal modo que tomamos como ponto de partida a definição de termos, isto
é, a conceitualização de língua e variação linguística, sendo que, posteriormente, seguimos uma
sequência progressiva debruçando sobre os seguintes temas: os tipos de variação linguística, a
relação entre a língua e sociedade, as línguas em contacto e mudança linguística, tendo em conta
os seus subtópicos.
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I. Variação Linguística

1. Definição de termos
1.1. Língua – CUNHA & CINTRA (1984:1) considera que, é um sistema gramatical
pertencente a um grupo de indivíduos. Nesta conformidade, a língua é vista como um
fenómeno social.
1.2.Variação linguística – é cada um dos sistemas em que uma língua se diversifica, em
função das possibilidades de variação de seus elementos (vocabulário, pronúncia,
morfologia, sintaxe). A língua que usamos (português) está sujeita a variações, isto é, ela
possui a característica de ser dinâmica e sensível a factores históricos, sociais, situacionais
e a região geográfica no contexto da comunicação.

2. Tipos de variação linguística


2.1. Variação histórica

É a forma como a língua evolui de acordo com o tempo, isto é, a língua passa por várias
transformações no decorrer do tempo, ela acarreta alterações na maneira de escrever, no
significado de determinadas palavras e no seu emprego.

Na língua portuguesa a variação histórica é observada quando palavras ou expressões e grafemas


deixam de ser utilizadas. Por exemplo, a palavra “farmácia” que sua forma antiga era “pharmácia”.
Nesta conformidade, com a evolução do tempo podemos observar que o “ph” foi trocado pela letra
“f”.

2.2. Variação social

É a maneira como a língua evolui em virtude da convivência entre grupos sociais, pois em cada
rede social que o indivíduo possui (na família, vizinhança, amigos de infância, academia de
ginástica, trabalho, etc.), ele tende a apresentar um comportamento linguístico semelhante aos das
pessoas que compõem a rede. As diferenças linguísticas na dimensão social ocorrem em função
de as pessoas pertencerem a classes ou grupos sociais distintos. Importa ainda referir que a
sociolinguística é a disciplina que estuda este tipo de variação.
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2.3. Variação situacional


É a maneira como a língua evolui em função do contexto comunicativo, influenciando e
determinando a maneira como o locutor se derige ao interlocutor, adoptando a línguagem
formal ou informal.
2.4. Variação regional
É a maneira como a língua evolui de acordo com a região. As pessoas das diferentes regiões
em que se fala a língua portuguesa apresentam variação no uso da mesma, que pode ser
relativa à forma de pronunciar os sons, ao uso característico do vocabulário ou à forma de
construir as estruturas sintáticas.

3. Relação entre variação linguística e língua na sociedade

A sociolinguística, ramo da linguística que estuda a língua como fenómeno social e cultura, mostra
uma inter-relação, pois dentro e cada grupo social e parte integrante da competência linguística
dos seus membros, a variação é inerente ao sistema da língua e ocorre em todos os níveis: fonético,
fonológico, morfológico e sintático. Deste modo, cabe à sociolinguística estabelecer correlações
entre variáveis sociais e fenómenos linguísticos.

II. Línguas em contacto

Como as arvores duma floresta, as línguas do mundo estabelecem, entre si, relações de
proximidade ou de afastamento. É, assim possível distribuir florestas e línguas segundo modelos
de representação de famílias genéticas. É ainda possível classificar as línguas segundo critérios
que fundam na comparação das semelhanças e diferenças formais existentes entre elas.

Do ponto de vista das relações genealógicas, se grande parte das línguas pode ser classificada em
termos de família genética, muitas há que esse modelo não explica por não terem uma transmissão
normal. Estão nesse caso as chamadas línguas mistas.

Sendo a origem destas línguas dita não-genética, a sua caracterização exige o recurso a uma
metodologia específica que integra parâmetros linguísticos mas também sócio históricos.
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Esta metodologia recorrerá a comparação entre evidencias panteadas pelas línguas mistas e as de
outras línguas que à quando da formação das primeiras, possam de algum modo ter concorrido
para o seu surgimento e ou desenvolvimento.

Por um lado, o conhecimento sócio histórico sobre as sociedades envolvidas na construção desses
produtos de contacto permite, na maioria dos casos, determinar as condições em que elas surgiram
e que grupos de falantes plausivelmente estariam, nesse momento, em presença. Estão nesse caso
o sabir ou língua franca, os pidgins e os crioulos de origem muito antiga, alguns deles
desaparecidos. Apesar de se conhecerem as condições gerais em que este tipo de língua surge,
pode ser difícil determinar com segurança o percurso da sua gramática e do seu léxico.

1. Línguas Pidgin

Pidgin é um género especial de língua que se forma quando grupos de falantes de diversas línguas
mantem um contacto prolongado e se comunicam dentro de um domínio restrito. Devido as
condições sociais nenhum destes grupos apreende uma segunda língua, entretanto devido a
necessidade de se comunicar entram num processo de negociação e acomodação linguística e
criam uma língua de emergência. Numa primeira fase o Pidgin é limitado a um determinado
domínio entretanto as condições socias podem estende-lo a outro.

1.1. Algumas tendências estruturais características das línguas Pidgin

O factor mais surpreendente das línguas Pidgin é a semelhança estrutural. Seguem-se algumas
tendências frequentemente observadas:

 Estabelecimento do padrão SVO como ordem básica dos constituintes da oração;


 A mesma ordem básica de constituintes para frases declarativas, interrogativas e
imperativas;
 Ausência de morfologia flexional e consequentemente o desaparecimento das regras de
concordância;
 Sistema pronominal reduzido com tendência a não indicar nem género nem caso;
 Nota-se o uso reduzido de proposições, facto que é frequente nos pidgins das línguas
europeias;
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 Sintaxe mínima e ausência de estruturas complexas, assim como a presença de palavras


interrogativas bimorfemicas.

Contudo, o léxico Pidgin tem como uma característica económica o papel que a gramática
desempenha nele, sendo que é possível notar na multifuncionalidade gramatical dos lexemas e
também no uso da sintaxe.

Ao longo do tempo estas tendências têm sido explicadas em termos de simplificação da língua de
superestrato e influência de factores universais, tanto que, o resultado da pidginação é determinado
por uma interação das semelhanças tipológicas da língua em contacto e restrições determinadas
pelas condições universais de marcação.

Para alguns linguistas a diversidade estrutural entre as línguas Pidgins é maior do que se tinha
pensado, de tal forma que algumas das semelhanças observadas com frequência podem ser uma
ficção da amostra estudada.

1. Línguas Crioulas

Designa-se por Crioulo uma língua nativa que surgiu em circunstâncias especiais que conduziram
a aquisição de uma primeira língua com base num modelo de segunda língua defectiva.

Esta língua é falada por uma sociedade cujos antepassados perderam de forma parcial os seus laços
linguísticos assim como culturais devido a colonização europeia, tanto que na primeira geração de
escravos houve uma situação que obrigou o uso de uma segunda língua muito fragmentada,
rudimentar e fortemente influenciada pela homogeneidade das línguas maternas dos escravos.

2.1. Línguas crioulas de plantação e línguas crioulas de fortaleza

As línguas crioulas de plantação surgiram quando as crianças que nasciam nestes contextos sociais
eram expostas as línguas nativas de seus pais e também à aquela segunda língua baseada na língua
europeia, sendo que por vários motivos a segunda língua vinha se tornando mais viável
socialmente e passando a ser usada como primeira. Facto que difere nas línguas crioulas de
fortaleza, pois estas línguas formavam-se na medida em que um grupo de forasteiros penetrasse
numa determinada área multilingue e estabelecesse uma sociedade nova.
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A partir daí o crioulo passava a ser desenvolvido por uma população variada (mestiços, escravos,
comerciantes, trabalhadores contratados, etc.).

Todavia, a aquisição e o desenvolvimento de uma primeira língua com base nos estímulos e
modelos de variedades de uma segunda língua constituem um factor comum a génese dos dois
tipos de crioulo.

No entanto, os efeitos desse processo variam segundo a natureza da segunda língua que também
depende de um conjunto de variáveis socio-históricas.

Constitui outro factor comum a crioulização o facto de que desde o início do contacto, alguns
representantes do substrato teriam tido melhor acesso ao superestrato de modo que algumas
crianças devem ter tido melhores estímulos em relação a outras.

2.2. Algumas tendências estruturais características das línguas crioulas

As línguas crioulas apresentam uma serie de semelhanças estruturais, tais como:

 Certos elementos da oração podem ser destacados através de uma regra sintáctica que
coloca uma cópia do elemento em causa à cabeça da oração;
 O sistema de artigos compreende artigos definidos derivados de demostrativo ou de outros
pronomes e artigos indefinidos de derivados do numeral “um”;
 O tempo, o modo e o aspecto são traduzidos por um sistema de partículas pré-verbais bem
definidas;
 Existência de orações relativas sem relativizador;
 Ausência de verbo copulativo;
 Inexistência da passiva;
 As orações declarativas e interrogativas têm a mesma estrutura;
 Possibilidade de um verbo lexical adquirir a função de preposição;

A pesar destas comparações se basearem principalmente em dados do crioulo exogéneos, muitas


das características aparecem também em crioulos endógenos.
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2. Teorias de semelhança estrutural entre as línguas crioulas

Várias teorias debruçam sobre as semelhanças estruturais destas línguas, entretanto as teorias com
mais influência na área nos últimos 20 anos são de dois géneros: universal e substratal.

2.1. Abordagens dentro da prespectiva dos universais linguísticos

A teoria principal é a do Bioprograma que tem fomentado um grande número de pesquisas sobre
línguas crioulas em diversas prespectivas.

Esta teoria propõe que nas línguas crioulas que se formam cedo as crianças vão criar o crioulo
compensando qualquer défice entre os requisitos de uma língua natural e o modelo deficiente do
Pré-pidgin. Ainda nesta teoria, acredita-se que o aparecimento de estruturas especificas nos
crioulos é determinado por uma teoria de qualidade marcante.

2.2. O papel do substrato

Segundo alguns linguistas quase todos os casos de crioulização repentina se deram a partir de uma
língua europeia ocidental, como superestrato e línguas Níger-congo como substrato.

As situações de crioulização abrupta, as formas do crioulo emergente são o resultados da aquisição


parcial da língua de superestrato e da incorporação de itens linguísticos compartilhados pelas
línguas de substrato.

Em suma, os processos de crioulização e pidginação têm como resultados tendências semelhantes


quanto a sua organização linguística.

Conclui-se também que as abordagens teóricas da crioulização seguem duas tendências principais:
a influência dos universais linguísticos e a influência da língua de substrato.
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III. Mudança linguística


1. O conceito

A mudança é um processo inerente à própria língua natural humana, qualquer língua natural
humana evolui. Evolui o sistema linguístico, evolui aqueles que o usem (comunidade linguística).

1.1. Causas da mudança linguística

 Factores individuais;

 Má audição/compreensão do falante;

 Falhas de memória;

 Problemas de visão;

 Lei do menor esforço;

 Tendência para a analogia (ex. Hambúrguer: de Hamburgo, Cheeseburger?);

 Aparecimento de novas realidades (criação/formação de palavras; ex. Internet, Sida).

 Melhoramento da expressão do pensamento:

 Mudança de significado (alargamento, restrição ou troca).

 Desaparecimento de palavras (ex. Azinha = pressa).

1.2 Caracterização da mudança linguística (Labov, Weinreich, Herzog)

 Não corresponde a desvios resultantes da fala, só quando se generaliza (vindo dum


subgrupo da comunidade) e impondo-se gradualmente até ser reconhecida como regra
(ex. Informar de que: o «de» tem tendência a desaparecer).

 Não pode confundir-se estrutura com homogeneidade. A variação nunca é desordenada,


há regras. Falar uma língua é dominar as estruturas heterogéneas que o constituem (fala
de Olhão, de Braga, etc.).
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 Nem sempre a variação implica mudança no sistema, porém toda a mudança resulta da
variabilidade do sistema.

 A mudança não se generaliza de forme uniforme e instantânea, o sistema pode albergar


formas alternativas durante muito tempo antes de adoptar alguma delas como regra.

 A mudança ocorre nos idiolectos. Estes não são coesos nem internamente consistentes
pois dependem de factores sociais.

 A mudança não se restringe à variação dentro da família para ser considerada como tal
tem de transmitir-se a toda a comunidade.

 A mudança decorre da conjunção de factores intra e extra linguísticos


indissociavelmente ligados. Todas as prespectivas que se limitam ao estudo de apenas
umas destas vertentes, falha na descrição dos fenómenos.

2. Mudança fonética/fonológica

A mudança linguística afecta os vários níveis constitutivos da língua: fonético, fonológico,


morfológico, sintáctico e semântico.

 Fonética: estudo dos sons da fala (fones).

 Fonologia: estudo dos sons da língua (fonemas).

 Princípio da regularidade da mudança fonética; um som muda quando:

 Se mantém o contexto fonético em que ocorre;

 Ocorre num determinado período de tempo;

 Se verifica na mesma região ou comunidade.

 Não houver interferência de nenhum factor de outra natureza como por exemplo:

 Condicionamento semântico;
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 Influência de tipo dialectal;

 Influência de articulação individual.


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Conclusão

Com o presente trabalho concluímos que a língua portuguesa, assim como algumas outras estão
sujeitas a variações, isto é, essas línguas possuem uma característica comum de serem dinâmicas
e sensíveis a factores influentes como: históricos, sociais, situacionais e ainda factores relativos a
região geográfica no contexto da comunicação. Importa relembrar ainda neste contexto a situação
da criação e evolução das línguas Pidgins e Crioulos com bases e traços comuns aos de línguas
europeias.

Contudo, diversos factores têm contribuído de forma significativa para que ocorram estas
variações.
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Bibliografia

CUNHA, Celso & CINTRA, L.F.L. Nova Gramática contemporâneo. 7a ed, Lisboa.1984

FARIA, I.H. Introdução à Linguística Geral e Portuguesa. Editorial, Caminho, Lisboa, , 1996

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