Sie sind auf Seite 1von 140

Universidade Federal da Paraíba – UFPB

Centro de Tecnologia – CT
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental – DECA

INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS E DE GÁS

- APOSTILA -

Prof. Gilson Barbosa Athayde Júnior

Monitores que participaram da elaboração (digitação e diagramação)

Celso Gabriel Barroso Filho


Fabiana Lima Onofre
Genival Hermano Guedes Guerra
Nara Juliana Vieira de Farias

João Pessoa
2015
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Capitulo I – Água Fria


O termo “água fria” é usado para se referir à água na temperatura ambiente, diferenciando-se portanto
da “água quente”, a qual é aquecida e fornecida numa temperatura superior à temperatura ambiente.
A presença da água numa residência é extremamente importante. Ela é utilizada na higienização
pessoal e do ambiente, ingestão, preparo de alimentos, limpeza de utensílios culinários e lavagem de
roupas dentre outros, além de combate a incêndio.
Por ser utilizada para ingestão a água deve ser potável, ou seja, apresentar parâmetros de qualidade
em consonância com os padrões de potabilidade, que atualmente no Brasil, são regidos pela Portaria
2914/2011 do Ministério da Saúde.
Uma instalação predial de água fria pode ser definida como o conjunto de tubos, conexões, acessórios,
reservatórios e peças e aparelhos de utilização que permitem o suprimento, medição, armazenamento,
distribuição e utilização da água na edificação.
No Brasil, o projeto de instalações prediais de água fria é regido pela NBR 5626 da ABNT, cujo última
edição é de 1998.

Partes componentes de uma instalação predial de água fria

As instalações de água fria se iniciam com o ramal


predial, que pode ser definido como o trecho da
tubulação compreendido entre a rede pública (ou
privada) da concessionária de serviços de água local e
o hidrômetro. A ligação entre a rede externa de
distribuição de água e o ramal predial é geralmente
efetuada por meio de uma peça denominada colar (Fig.
1.1).
O ramal predial é dimensionado pela concessionária
de água. Após o hidrômetro, a tubulação passa a
receber o nome de alimentador predial, tendo esta
parte como ponto final a válvula do flutuador do
reservatório inferior ou superior, conforme o caso. Há
ainda os casos em que não existem o hidrômetro ou os
reservatórios. Neste caso, o alimentador estende-se
até à primeira derivação, e o ponto onde termina o
ramal predial e começa o alimentador predial é definido Fig 1.1: Colar para ligação predial de água fria
(Fonte: TIGRE (2008)
pela concessionária local. Em algumas localidades, o ramal predial é conhecido como ramal externo e o
alimentador predial como ramal interno de alimentação.
Os reservatórios são componentes da instalação destinados a reservar água (reservatórios inferior e
superior), bem como a conferir pressão à rede predial de distribuição de água (apenas o superior).
No caso da existência dos reservatórios inferior e superior, intercalado entre os mesmos, existem o
conjunto elevatório e as tubulações de sucção e de recalque. O conjunto elevatório é o conjunto motor-
bomba, destinado a elevar a água do reservatório inferior para o superior. A tubulação de sucção é a que
antecede o conjunto motor-bomba, e conduz a água do reservatório inferior até à bomba, e a tubulação
de recalque é aquela que vem após a bomba, indo até o reservatório superior.
Após o reservatório superior, encontra-se o barrilete, que interliga o reservatório às colunas de
distribuição. A utilização do barrilete evita que o reservatório superior seja perfurado em vários pontos,
em quantidade correspondente ao número de colunas de distribuição existentes na edificação. As
colunas de distribuição são os tubos, de disposição predominantemente vertical, que interligam o
barrilete aos ramais nos diversos pavimentos da edificação. Subsequentemente às colunas, vem os
ramais, que levam a água até os sub-ramais, os quais terminam no ponto de utilização, onde se encontra
a peça de utilização.
Existem ainda, ligados aos reservatórios superiores, as tubulações de aviso, de extravasão e de limpeza.
A tubulação de aviso é aquela destinada a alertar os usuários que o nível da água no interior do
reservatório alcançou um nível superior ao máximo previsto, e deve ser dirigida para desaguar em local
habitualmente observável. A tubulação de extravasão é a tubulação destinada a escoar o eventual
excesso de água de reservatórios onde foi superado o nível de transbordamento. E a tubulação de
limpeza se destina ao esvaziamento do reservatório, para permitir sua limpeza e manutenção.
A Figura 1.2 mostra esquematicamente as varias partes componentes de uma instalaçõa predial de água
fria.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 1
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Figura 1.2: Partes componentes de uma instalação predial de água fria

Classificação do sistema quanto ao modo de distribuição

a) Distribuição direta

É aquela em que a água é


distribuída diretamente a partir da
rede pública de distribuição, sem a
interposição de reservatórios. É
adotada quando existe regularidade
no fornecimento de água e quando a
pressão na rede pública de
distribuição é suficiente para fazer a
água chegar aos pontos de
utilização com vazão e pressão
adequadas ao funcionamento das
peças.
No Brasil, como ocorrem faltas de
água com frequência baixa,
moderada ou mesmo alta,
dependendo da localidade, a
distribuição direta é muito pouco
utilizada. Além disso, como a
pressão na rede pública de
distribuição pode ser de até um
mínimo de 100 kPa (10 m.c.a.), em
edificações com altura superior a 10
m (cerca de 3 pavimentos) esta
forma de distribuição não pode ou
não deve ser adotada.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 2
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Figura 1.3: Sistema de distribuição direta

b) Distribuição indireta

É aquela em que a água é


distribuída a partir de um
reservatório superior. É adotada
quando ocorrem faltas d’água ou no
caso de edificações de grande
altura, onde a pressão na rede de
distribuição pública não é suficiente
para fazer a água chegar aos pontos
mais elevados. Neste último caso se
faz necessário um reservatório
inferior, além do superior, e um
conjunto elevatório.

Figura 1.4: Sistema de distribuição indireta, sem bombeamento

Figura 1.5: Sistema de distribuição indireta, com bombeamento

_________________________________________________________________________________________________________________________ 3
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

c) Distribuição mista

É aquela em que parte do sistema é


alimentado de forma direta e parte é
alimentado de forma indireta. No
Brasil, ocorre bastante esta forma de
distribuição, com predominância da
distribuição indireta perante a direta.
É o caso em que a torneira do jardim
de uma residência é alimentada de
forma direta e o restante das peças
de forma indireta.

Figura 1.6: Sistema de distribuição mista

d) Distribuição com sistema


hidropneumático

É aquela em que se utiliza um


equipamento para pressurização da
rede predial, sem haver a
necessidade do reservatório superior
para conferir tal pressão. Caso não
ocorram faltas de água, o
reservatório inferior também não é
necessário. Este sistema ainda é
muito pouco utilizado no Brasil. Sua
vantagem é que pode-se eliminar os
reservatórios. Como desvantagem,
apresenta a necessidade de
manutenção especializada e gerador
para o caso de falta de energia
elétrica.

Figura 1.7: Sistema de distribuição hidropneumático

_________________________________________________________________________________________________________________________ 4
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Do ponto de vista da manutenção da
qualidade da água, a distribuição
direta ou com sistema
hidropneumático (sem reservatórios)
deve ser preferida, pois os
reservatórios consistem em pontos
de vulnerabilidade da qualidade da
água. Esta vulnerabilidade está
associada a estagnação da água,
com volatilização do cloro residual,
bem como com a intrusão de insetos
e mesmo pequenos animais no
interior do reservatório, caso o
mesmo não esteja com tampa bem
ajustada ao reservatório.

Figura 1.8: Tanque de pressão

Estimativa de vazões

Para efeito de dimensionamento da tubulação, as vazões encontradas em uma instalação predial de água fria
podem ser as seguintes:

• vazão média diária;


• vazão máxima possível e
• vazão máxima provável.

a) Vazão média diária


O consumo médio diário (CD) é o volume de água que, em média, é utilizado em um intervalo de tempo de 24 horas.
O mesmo varia em função da natureza da edificação, ou seja, se a mesma é residencial, comercial ou industrial,
dentre outros, e no caso de edificações residenciais, com o poder aquisitivo dos moradores. A tabela 1.1 traz um
indicativo do consumo médio diário em algumas edificações, enquanto que a tabela 1.2 taz estes consumos para o
setor industrial. Para a estimativa do número de habitantes em edificações residenciais, considera-se 2 pessoas por
2
dormitório social (opicionalmente pode-se considerar 1 possoa por dormitório social se este for menor que 8 m ) e 1
pessoa por dormitório de serviço. Para edificações públicas e comerciais, na falta de outra indicação, pode-se utilizar
os valores apresentados na Tabela 1.3.
Cd
Q MD = Eq. 1
86400

QMD: vazão média diária (l/s)


CD: consumo médio diário (l/d)

A vazão média diária é usada para dimensionamento do alimentador predial, dos reservatórios e indiretamente para
o conjunto motor-bomba e tubulações de sucção e recalque.

b) Vazão máxima possível


A vazão máxima possível é a vazão instantânea decorrente do uso simultâneo de todos aparelhos
existentes na edificação. Nota-se que esta vazão não está diretamente relacionada ao número de
habitantes, mas sim à quantidade e tipos de aparelhos existentes. Esta vazão normalmente não ocorre
em edifícios residenciais, mas pode ocorrer em situações em que todos os aparelhos possam ser
utilizados simultaneamente, como no caso de banheiros coletivos de acesso ao público. Apenas nesta
última situação é que é empregada para dimensionamento de tubulação.

n
QMPOS = ∑ Qi Eq. 2
i =1

QMPOS : vazão máxima possível (l/s)


Qi : vazão específica de cada aparelho (l/s)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 5
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 1.1: Consumo específico em função da natureza da edificação.


Prédio Consumo (litros/dia)
Serviço doméstico
Alojamentos provisórios de obras 80 per capita
Residências unifamiliares populares 120 a 150 per capita
Residência unifamiliares de médio valor 150 per capita
Residência unifamiliares de luxo 300 a 400 per capita
Apartamentos* de médio valor 150 per capita
Apartamentos* de médio valor 200 per capita
Apartamentos* de luxo 300 a 400 per capita
Serviço público
Edifícios de escritórios 50 a 80 ocupante efetivo
Escolas (internatos) 150 per capita
Escolas (externatos) 50 aluno
Escolas (semi-internatos) 100 aluno
Ambulatórios 25 per capita
Hospitais e casas de saúde 250 leito
Creches 50 per capita
Hotéis com cozinha e lavanderia 250 a 350 hóspede
Hotéis sem cozinha e lavanderia 120 hóspede
Lavanderias 30 kg de roupa seca
Quartéis 150 per capita
Restaurantes e similares 25 refeição
2
Mercados 5 m
Cinemas e teatros 2 lugar
Igrejas e templos 2 lugar
Serviço industrial
Fábricas (uso pessoal) 70 a 80 operário
Fábricas com restaurante (uso pessoal) 100 operário
Usinas de leite 5 litro de leite
Matadouros (grandes animais) 300 cabeça abatida
Matadouros (pequenos animais) 150 cabeça abatida
* Caso o apartamento seja dotado de medição individualizada de água, adorar os mesmos consumos Fonte: Adaptado de
Macintyre (1990)

Tabela 1.2: Consumo específico para o setor industrial em função da natureza da indústria.
a
Indústria Unidade de Produção Necessidade hídrica
3
(m /unidade de produção)
Pães e massas Tonelada 1,1 – 4,2
Suco frutas cítricas Tonelada 2–4
Abatedouro Tonelada (animal vivo) 3–9
Carne em conserva Tonelada 10 – 20
Manteiga Tonelada 15 – 30
Sabão Tonelada 1,0 – 2,1
Beneficiamento de couro Tonelada de peles 50 – 125
Gasolina 1000 litros 7 – 10
Vidro Tonelada 68
Laminação de aço Tonelada 85
Têxtil Tonelada 1000
Papel Tonelada 250
Usina de açúcar Tonelada 75
Fonte: Adaptado de CIRRA (2004)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 6
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 1.3:Taxa de ocupação para prédios públicos ou comerciais


Local Taxa de ocupação
2
Bancos Uma pessoa por 5,00 m de área
2
Escritórios Uma pessoa por 6,00 m de área
2
Lojas Uma pessoa por 5,00 m de área
2
Museus e bibliotecas Uma pessoa por 5,50 m de área
2
Restaurantes Uma pessoa por 1,40 m de área
2
Teatros, cinemas e auditórios Uma cadeira para cada 0,70 m de área
Fonte: Creder (1995)

c) Vazão máxima provável


A vazão máxima provável é a vazão instantânea que pode ser empregada com o uso normal dos
aparelhos. É a vazão que normalmente ocorre em edificações residenciais pelo fato de nem todos os
aparelhos serem utilizados simultaneamente. É utilizada para o dimensionamento do barrilete, colunas e
ramais em edificações residenciais. Os sub-ramais, por sua vez, por atenderem a uma única peça, são
dimensionados com a vazão específica da peça.

QMPRO = 0,3 ∑ p Eq. 3

QMPRO : vazão máxima provável (l/s)


p: peso relativo das peças/aparelhos de utilização

Os pesos de cada peça/aparelho são estabelecidos empiricamente e são em função da vazão específica
e da frequência de utilização da peça/aparelho. A tabela 1.4 mostra as vazões específicas e os pesos
relativos das peças/aparelhos mais comuns.

Tabela 1.4: Vazão e peso relativo nos pontos de utilização identificados em função do aparelho
sanitário e da peça de utilização
Aparelho sanitário Peça de utilização Vazão de projeto Peso
(l/s) relativo
Bacia sanitária Caixa de descarga 0,15 0,3
Bacia sanitária Válvula de descarga 1,70 32
Banheira Misturador (água fria) 0,30 1,0
Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,1
Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,1
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,4
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,1
Lavadora de pratos Registro de pressão 0,30 1,0
Lavadora de roupas Registro de pressão 0,30 1,0
Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,3
Mictório cerâmico com sifão Válvula de descarga 0,50 2,8
integrado
Mictório cerâmico sem sifão Caixa de descarga, registro de pressão 0,15 0,3
integrado ou válvula de descarga para mictório
Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão 0,15 / m de calha 0,3
Pia Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,7
Pia Torneira elétrica 0,10 0,1
Tanque Torneira 0,25 0,7
Torneira de jardim ou lavagem Torneira 0,20 0,4
em geral
Fonte: NBR 5626 (ABNT,1998)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 7
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Dimensionamento dos componentes

Para o dimensionamento geral das tubulações, utiliza-se como critério a adoção de uma velocidade
máxima. A NBR 5626/1998 recomenda que essa velocidade nas tubulações seja no máximo 3m/s. Além
disso, a literatura relativa ao assunto recomenda que, quando o ruído produzido pelo escoamento da
água nas tubulações puder perturbar o sossego, a velocidade deve ser limitada também em 14 D ,
onde D é o diâmetro do tubo , em m. Dessa forma, essa segunda limitação deve ser considerada em se
tratando de edificações residenciais, escolares, hospitalares, dentre outras.
Para o material PVC, o mais utilizado em instalações prediais de água fria (com possível exceção para a
tubulação de recalque e sucção), a tabela 1.5 mostra as velocidades máximas e respectivas vazões
máximas para os diâmetros comercialmente disponíveis.

Tabela 1.5: Velocidades e vazões máximas em encanamentos prediais de PVC


Diâmetros (DN) Dint Seção Vmax Qmax 1 Qmax 2
2
mm m m/s L/s L/s
20 17,0 0,000227 1,83 0,414 0,681
25 21,6 0,000336 2,06 0,754 1,099
32 27,8 0,000607 2,33 1,417 1,821
40 35,2 0,000973 2,63 2,556 2,919
50 44,0 0,001521 2,94 4,465 4,562
60 53,4 0,002240 3,00 6,719 6,719
75 66,6 0,003484 3,00 10,451 10,451
85 75,6 0,004489 3,00 13,467 13,467
110 97,8 0,007512 3,00 22,537 22,537
Qmax 1: quando a questão do ruído possa incomodar.
Qmax 2: quando a questão do ruído puder ser negligenciada.

a) Alimentador predial

É dimensionado para a vazão média diária (QMD). O alimentador predial pode ser enterrado, aparente,
embutido ou recoberto. A NBR 5626/1998 recomenda que, quando enterrado, o alimentador predial deve
distar no mínimo 3 metros de qualquer fonte potencialmente poluidora, tais como fossas, sumidouros e
valas de infiltração. A mesma norma preconiza ainda que, quando instalado na mesma vala de
tubulações enterradas de esgoto, o alimentador deve apresentar geratriz inferior 30cm, no mínimo,
acima da geratriz superior do tubo de esgoto, e ainda que o alimentador predial deve se situar acima do
nível do lençol freático. Estas recomendações são no sentido de se preservar a qualidade potável da
água.

b) Reservatórios

A NBR 5626/1998 recomenda que os reservatórios sejam dimensionados para armazenar, no mínimo, o
volume equivalente a 1 dia de consumo do edifício, sendo o valor mínimo de 500L. Esta mesma norma
preconiza que para o volume máximo deve-se observar a garantia da potabilidade da água. Isso implica
em que volumes muito grandes devem ser evitados para que o cloro residual não se volatilize. A
literatura relativa ao tema sugere que o volume máximo de reservação não deve ser superior ao
equivalente a 3 dias de consumo da edificação. Dessa forma, o volume de reservação deve está
compreendido entre os equivalente de 1 e 3 dias de consumo. Em localidades onde ocorre muita falta de
água, pode-se adotar o limite de 3 dias, e, em localidades com sistema de abastecimento confiável e
regular, o limite de 1 dia pode ser adotado.
Quando da existência de reservatórios inferior e superior, o fracionamento do volume de reservação
deve ser o seguinte: de 60 a 70 % no reservatório inferior e o restante no superior. Para reservatórios
com capacidade superior a 5000L, deve-se perever a sua construção em 2 compartimentos. Os
reservatórios devem ser dotados de tubo extravasor, tubulação de aviso e tubulação de limpeza.
A NBR 5626/1998 recomenda que, em princípio um reservatório para água potável não deve ser apoiado
no solo, ou ser enterrado total ou parcialmente, tendo em vista o risco de contaminação proveniente do
solo, face à permeabilidade das paredes do reservatório ou qualquer falha que implique a perda da
estanqueidade. Nos casos em que tal exigência seja impossível de ser atendida, o reservatório deve ser
executado dentro de compartimento próprio, que permita operações de inspeção e manutenção,
devendo haver um afastamento, mínimo, de 60 cm entre as faces externas do reservatório (laterais,
_________________________________________________________________________________________________________________________ 8
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
fundo e cobertura) e as faces internas do compartimento. O compartimento deve ser dotado de
drenagem por gravidade, ou bombeamento, sendo que, neste caso, a bomba hidráulica deve ser
instalada em poço adequado e dotada de sistema elétrico que adverte em casos de falha no
funcionamento na bomba.
Ainda se referindo à NBR 5626/1998, o posicionamento relativo entre entrada e saída de água deve
evitar o risco de ocorrência de zonas de estagnação dentro do reservatório. Assim, recomenda-se
posicionar a entrada e a saída diametralmente opostas. Nos reservatórios em que há reserva de água
para outras finalidades, como é o caso de reserva para combate a incêndios, deve haver especial
cuidado com esta exigência.
Outra recomendação da NBR 5626/1998 e que a extremidade da tomada de água no reservatório deve
ser elevada em relação ao fundo deste reservatório para evitar a entrada de resíduos eventualmente
existentes na rede predial de distribuição. A altura dessa extremidade, em relação ao fundo do
reservatório, deve ser relacionada com o diâmetro da tubulação de tomada e com a forma de limpeza
que será adotada ao longo da vida do reservatório. Em reservatório de pequena capacidade (por
exemplo: para casas unifamiliares, pequenos edifícios comerciais, etc.) e de fundo plano e liso,
recomenda-se uma altura mínima de 2 cm. No caso específico de reservatório de fibrocimento (cimento-
amianto), a NBR 5649 dispõe que a tomada de água esteja 3 cm acima da região mais profunda do
reservatório.
Para facilitar as operações de manutenção do reservatório, que exigem a interrupção da entrada de água
no mesmo, a NBR 5626/1998 recomenda-se que seja instalado na tubulação de alimentação,
externamente ao reservatório, um registro de fechamento ou outro dispositivo ou componente que
cumpra a mesma função.

c) Conjunto motor-bomba

A potência do conjunto motor-bomba é dada por:

γQH
P= Eq. 4
η

onde:

P: potência (W)
3
γ: peso específico da água (N/m )
H: altura manométrica
η: rendimento do conjunto motor-bomba.

O rendimento do conjunto motor-bomba para instalações prediais de água fria geralmente se situa na
faixa de 30–80%. Para efeito de pré-dimensionamento, adota-se 50% e calcula-se a potência do
conjunto. De posse da curva de rendimento do conjunto, escolhe-se o disponível mais adequado, se
verifica o rendimento e se refaz o cálculo da potência.

d) Tubulação de recalque e de sucção

É dimensionado de acordo com a fórmula de Forschheimmer:

Dr = 1,3 X 0, 25 QR Eq. 5
Onde,

Dr = diâmetro da tubulação (m)


X = N° de horas de bombeamento / 24h
3
QR = vazão (m /s)

A vazão de recalque QR é o consumo diário Cd, em m³, dividido pelo tempo de funcionamento da
bomba, em segundos. A NBR 5626/1998 recomenda que, para edificações residenciais X seja de no
máximo 6/24, ou seja, 6 horas de funcionamento diário para o conjunto motor-bomba. Para a tubulação
de sucção, adota-se o diâmetro imediatamente superior ao de recalque.
Os tubos em PVC para instalações de água fria possuem pressão de serviço máxima de 75 m.c.a.
Dessa forma, para edificações de grande altura faz-se necessário o uso de tubos de outros materiais,
como aço galvanizado, CPVC e PPR (polipropileno), sendo estes dois últimos usados em instalações
prediais de água quente. As tabelas 1.6, 1.7 e 1.8 mostram os diâmetros para estes materiais.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 9
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 1.6: Dimensões de tubos de aço galvanizado (NBR 5580/2013)

Espessura da Parede Diâmetro Externo


Tamanho
Nominal Classe Classe Classe
Máx. Min.
Leve Média Pesada
Pol mm mm mm mm mm mm
1/8 6 1,80 2,00 2,65 10,6 9,8
1/4 8 2,00 2,25 3,00 14,0 13,2
3/8 10 2,00 2,25 3,00 17,5 16,7
1/2 15 2,25 2,65 3,00 21,8 21,0
3/4 20 2,25 2,65 3,00 27,3 26,5
1 25 2,65 3,35 3,75 34,2 33,3
1¼ 32 2,65 3,35 3,75 42,9 42,0
1½ 40 3,00 3,35 3,75 48,8 47,9
2 50 3,00 3,75 4,50 60,8 59,7
2½ 65 3,35 3,75 4,50 76,6 75,3
3 80 3,35 4,05 4,50 89,5 88,0
3½ 90 3,75 4,25 5,00 102,1 100,4
4 100 3,75 4,50 5,60 115,0 113,1
5 125 - 5,00 5,60 140,8 138,5
6 150 - 5,30 5,60 166,5 163,9
Fonte: ABNT (2013)

1.7: Dimensões e pressão de serviço para tubos em CPVC


DN Dint (mm) Pressão de serviço Pressão de serviço Pressão de serviço
máxima à 20 ºC (m.c.a) máxima à 30 ºC (m.c.a) máxima à 40 ºC (m.c.a)
15 11,8
22 18,0
28 23,1
35 28,5
42 33,7 240 210 185
54 44,2
73 59,9
89 72,8
114 93,6
Fonte: TIGRE (2015)

1.8: Dimensões e pressão de serviço para tubos em PPR – Linha Azul (para água fria)
DN Dint (mm) Pressão de serviço máxima (temp.
média 27 ºC), (m.c.a)
32 26,0
40 32,6
50 40,8
63 51,4 100
75 61,2
90 73,6
110 90,0
Fonte: AMANCO (2015)

e) Barrilete, colunas e ramais

São pré-dimensionados com base na vazão máxima provável do trecho em questão. Após o pré-dimensionamento,
deve-se fazer o cálculo da presão no final de cada trecho, não devendo esta pressão ser inferior a 0,5 m.c.a,
conforme preconizado pela NBR 5626/1998. Caso ocorram pressões inferiores a este valor, deve-se adotar medidas
no sentido de se aumentar esta pressão. Geralmente, tais medidas consistem no aumento do diâmetro do tubo,
substituição de joelhos por curvas ou ainda a elevação do fundo do reservatório superior. Quando do aumento do
diâmetro de um dado trecho para aumento da pressão residual, considerar a seguinte regra: um trecho de jusante
(trecho posterior) não deve ficar com diâmetro superior a outro de montante (trecho anterior).
_________________________________________________________________________________________________________________________ 10
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
A NBR 5626 recomenda que, para possibilitar a manutenção de qualquer parte da rede predial de distribuição,
dentro de um nível de conforto previamente estabelecido e considerados os custos de implantação e operação da
instalação predial de água fria, deve ser prevista a instalação de registros de fechamento, ou de outros componentes
ou de dispositivos que cumpram a mesma função. Particularmente, re-comenda-se o emprego de registros de
fechamento:
• no barrilete, posicionado no trecho que alimenta o próprio barrilete (no caso de tipo de abastecimento
indireto posicionado em cada trecho que se liga ao reservatório);
• na coluna de distribuição, posicionado a montante do primeiro ramal;
• no ramal, posicionado a montante do primeiro sub-ramal.

f) Sub-ramais Tabela 1.9: Diâmetro mínimo (em PVC) dos


sub-ramais de agua fria
São dimensionados considerando-se a vazão Aparelho sanitário DN
específica da peça/aparelho que atendem. Como
esta vazão é sempre a mesma, a princípio o Aquecedor de baixa pressão 20
diâmetro são os constantes na tabela 1.9. A NBR
Aquecedor de alta pressão 20
5626 recomenda que para o funcionamento
adequado das peças/aparelhos sanitários, a água Vaso sanitário com caixa de descarga 20
deve ser fornecida com uma presãp mínima no Vaso sanitário com válvula de descarga 50
ponto de suprimento de água. Estas pressões são Banheira 20
as constantes na tabela 1.10. Bebedouro 20
Bidê 20
Chuveiro 20
Filtro de pressão 20
Lavatório 20
Máquina de lavar roupa 20
Máquina de lavar louça 20
Mictório auto-aspirante 25
Mictório de descarga descontínua 20
Pia de despejo 20
Pia de cozinha 20
Tanque de lavar roupa 20
Torneira de jardim 20

Tabela 1.10: Pressão dinâmica mínima nos pontos de em função do aparelho sanitário e da peça de
utilização
Aparelho sanitário Peça de utilização Pressão dinâmica
mínima (kPa)
Bacia sanitária Caixa de descarga 5
Bacia sanitária Válvula de descarga 15
Banheira Misturador (água fria) 10
Bebedouro Registro de pressão 10
Bidê Misturador (água fria) 10
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 10
Chuveiro elétrico Registro de pressão 10
Lavadora de pratos Registro de pressão 10
Lavadora de roupas Registro de pressão 10
Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 10
Mictório cerâmico com sifão integrado Válvula de descarga 10
Mictório cerâmico sem sifão integrado Caixa de descarga, registro de pressão ou 10
válvula de descarga para mictório
Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão 10
Pia Torneira ou misturador (água fria) 10
Pia Torneira elétrica 10
Tanque Torneira 10
Torneira de jardim ou lavagem em geral Torneira 10

Fonte: NBR 5626/1998


_________________________________________________________________________________________________________________________ 11
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Estimativas de pressão e determinação das perdas de carga

Como se faz necessário o cálculo das pressões nos vários pontos da rede predial de distribuição de
água, deve-se efetuar o cálculo das perdas de carga nos vários trechos. A NBR 5626/1998 recomenda
para o cálculo da perda de carga distribuída a utilização da fórmula fórmula universal (Darcy-Weisbach)
apresentada na Eq. 6, ou através da formula prática de Fair-Whipple-Hsiao, apresentada nas Eq. 7
(tubos hidraulicamente rugosos: aço carbono galvanizado ou não) e Eq. 8 (tubos hidraulicamente lisos:
PVC, cobre, ligas de cobre).

v2
J = f Eq. 6
D2g

onde,
J = perda de carga unitária (m/m)
f = coeficiente de atrito
v = velocidade de escoamento (m/s)
D = diâmetro (m)
2
g = aceleração da gravidade (m/s )

J = 19,8 x10 5 Q 1,88 D −4 ,88 Eq. 7

J = 8,69 x105 Q1,75 D −4,75 Eq. 8

com,
J = perda de carga unitária (m/m)
Q = vazão (L/s)
D = diâmetro do tubo (mm)

Para estimativa das perdas de carga localizadas, a NBR 5626/1998 recomenda o processo dos
comprimentos equivalentes, sugerindo os valores constantes nas tabelas 1.11 e 1.12.

Para estimativa da perda de carga em hidrômetros, a NBR 5626/1998 recomenda a Eq. 9.

2
 36Q 
∆h =  
 Eq. 9
 QMÁX 

∆ h: perda de carga no hidrômetro (kPa)


Q: vazão estimada na seção considerada (L/s)
QMÁX: vazão máxima especificada para o hidrômetro (m3/h)

Os hidrômetros de uso residencial/comercial são fabricados com as seguintes capacidades (vazão


3
máxima): 1,5, 3, 5, 7, 10, 20, 30 m /h.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 12
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 1.11: Comprimentos equivalentes a perdas localizadas, em metros de canalização retilínea de PVC rígido

JOELHO 90°

JOELHO 45°

CURVA 90°

PASSAGEM
CURVA 45°

RETENÇAO

RETENÇAO
BILATERAL
DN

DE BORDA

REGISTRO

REGISTRO

REGISTRO
TIPO LEVE
ENTRADA

ENTRADA
SAIDA DE

SAIDA DE

VÁLVULA

VALV. DE

VALV. DE
CANALIZ.
NORMAL

ANGULO
PESADO

ABERTO

ABERTO

ABERTO
GAVETA
DE PÉ E
DIRETA

GLOBO
TE 90°

TE 90°

CRIVO
SAIDA
LADO

TIPO

15 1,1 0,4 0,4 0,2 0,7 2,3 2,3 0,3 0,9 0,8 8,1 2,5 3,6 11,1 0,1 5,9
20 1,2 0,5 0,5 0,3 0,8 2,4 2,4 0,4 1,0 0,9 9,5 2,7 4,1 11,4 0,2 6,1
25 1,5 0,7 0,6 0,4 0,9 3,1 3,1 0,5 1,2 1,3 13,3 3,8 5,8 15,0 0,3 8,4
32 2,0 1,0 0,7 0,5 1,5 4,6 4,6 0,6 1,8 1,4 15,5 4,9 7,4 22,0 0,4 10,5
40 3,2 1,3 1,2 0,6 2,2 7,3 7,3 1,0 2,3 3,2 18,3 6,8 9,1 35,8 0,7 17,0
50 3,4 1,5 1,3 0,7 2,3 7,6 7,6 1,5 2,8 3,3 23,7 7,1 10,8 37,9 0,8 18,5
60 3,7 1,7 1,4 0,8 2,4 7,8 7,8 1,6 3,3 3,5 25,0 8,2 12,5 38,0 0,9 19,0
75 3,9 1,8 1,5 0,9 2,5 8,0 8,0 2,0 3,7 3,7 26,8 9,3 14,2 40,0 0,9 20,0
85 4,1 1,8 1,5 0,9 2,5 8,1 8,1 2,1 3,8 3,8 27,5 9,8 15,0 41,0 0,9 21,0
110 4,3 1,9 1,6 1,0 2,6 8,3 8,3 2,2 4,0 3,9 28,6 10,4 16,0 42,3 1,0 22,1

Fonte: Adaptado de Macintyre (1990)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 13
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 1.12: Comprimentos equivalentes a perdas localizadas, em metros de canalização retilínea de aço galvanizado

Diâmetro

BILATERA
ENTRADA

ENTRADA

PASSAGE

RETENÇA

RETENÇA
COTOVEL

COTOVEL

COTOVEL

COTOVEL

SAIDA DA
Nominal D

TE SAÍDA

TE SAIDA

VÁLVULA

VÁLV. DE

VALV. DE
CANALIZ.
REGISTR

REGISTR

REGISTR
90° R/D-1

DE LADO
NORMAL

ANGULO

PESADO
GAVETA

DE PÉ E
90° R/D-

GLOBO
BORDA
CURVA

CURVA

CURVA

O TIPO

O TIPO
CRIVO
O 90°

O 90°

O 90°
(ref)

O45°
RAIO

RAIO

RAIO

O DE

O DE

O DE
mm

11/2

45°

NM
pol

DE

TE

L
15 1/2 0,3 0,4 0,5 0,2 0,2 0,3 0,2 0,2 0,4 0,1 4,9 2,6 0,3 1,0 1,0 3,6 0,4 1,1 1,6
20 3/4 0,4 0,6 0,7 0,3 0,3 0,4 0,2 0,2 0,5 0,1 6,7 3,6 0,4 1,4 1,4 5,6 0,5 1,6 2,4
25 1 0,5 0,7 0,8 0,4 0,3 0,5 0,2 0,3 0,7 0,2 8,2 4,6 0,5 1,7 1,7 7,3 0,7 2,1 3,2
32 1 1/4 0,7 0,9 1,1 0,5 0,4 0,6 0,3 0,4 0,9 0,2 11,3 5,6 0,7 2,3 2,3 10 0,9 2,7 4,0
40 1 1/2 0,9 1,1 1,3 0,6 0,5 0,7 0,3 0,5 1,0 0,3 13,4 6,7 0,9 2,8 2,8 11 1,0 3,2 4,8
50 2 1,1 1,4 1,7 0,8 0,6 0,9 0,4 0,7 1,5 0,4 17,4 8,5 1,1 3,5 3,5 14 1,5 4,2 6,4
65 2 1/2 1,3 1,7 2,0 0,9 0,8 1,0 0,5 0,9 1,9 0,4 21 10 1,3 4,3 4,3 17 1,9 5,2 8,1
80 3 1,6 2,1 2,5 1,2 1,0 1,3 0,6 1,1 2,2 0,5 26 13 1,6 5,2 5,2 20 2,2 6,3 9,7
90 3 1/2 1,8 2,4 2,9 1,3 1,1 1,4 0,6 1,3 2,7 0,6 30 15 1,8 5,9 5,9 21 2,7 7,3 11,4
100 4 2,1 2,8 3,4 1,5 1,3 1,6 0,7 1,6 3,2 0,7 34 17 2,1 6,7 6,7 23 3,2 8,4 12,9
125 5 2,7 3,7 4,2 1,9 1,6 2,1 0,9 2,0 4,0 0,9 43 21 2,7 8,4 8,4 30 4,0 10,4 16,1
150 6 3,4 4,3 4,9 2,3 1,9 2,5 1,1 2,5 5,0 1,1 51 26 3,4 10,0 10,0 39 5,0 12,5 19,3
200 8 4,3 5,5 6,4 3,0 2,4 3,3 1,5 3,5 6,0 1,4 67 34 4,3 13,0 13,0 52 6,0 16 25
250 10 5,5 6,7 7,9 3,8 3,0 4,1 1,8 4,5 7,5 1,7 85 43 5,5 16,0 16,0 65 7,5 20 32
300 12 6,1 7,9 9,5 4,6 3,6 4,8 2,2 5,5 9,0 2,1 102 51 6,1 19,0 19,0 78 9,0 24 38
350 14 7,3 9,5 10,5 5,3 4,4 5,4 2,5 6,2 11,0 2,4 120 60 7,3 22,0 22,0 90 11 28 45
Fonte: Adaptado de Macintyre (1990)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 14
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
O caso de edificações altas

A pressão estática máxima admissivel na rede predial de água


fria é de 40 m.c.a., conforme recomenda a NBR 5626/1998.
Sendo assim, em edificações nas quais o desnivel geométrico
entre o nível máximo de água no reservatório superior e o mais
baixo ponto de suprimento de água superar 40 m, deve-se
tomar medidas no sentido de se reduzir a pressão nos pontos
tem a pressão superior ao valor citado. Atualmente são
bastante utilizadas as válvulas redutoras de pressão, sendo as
mais modernas bastante compactas (Figura 1.8), podendo ser
instaladas na própria coluna de distribuição em shafts. Outro
modelo é mostrado na figura 1.9. Tais dispositivos possuem
mecanismo de regulação da pressão de saída.

Figura 1.8: Válvula redutora de pressão

Figura 1.9. Válvula Redutora de Pressão (VALLOY)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 15
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Medição individualizada de água em apartamentos

È crescente no Brasil a adoção de medição individualizada de água em apartamentos, sendo as


principais vantagens apontadas em relação ao sistema de medição coletivo as seguintes (COELHO E
MYNARD, 1999):

• Os consumidores pagam apenas pelo que consomem, e não pelo que os outros venham
também a consumir, resultando em uma conta mais justa;
• Redução do consumo de água, pelo uso mais racional do recurso (ver Figura 1.11);
• Maior possibilidade de detecção de vazamentos;
• Redução da inadinplencia e aumento no faturamento para às concessionarias de água;

Os hidrômetros podem ser


colocados junto a cada unidade
consumidora (apartamento), ou
centralizados em local de fácil
acesso para o leiturista,
geralmente no pavimento térreo.
Do ponto de vista de projeto, a
primeira opção é mais vantajosa,
pois evita que a água percorra um
longo caminho entre o reservatório
superior e as unidades
consumidora, passando pelo
medidores localizados no térreo.
São de aplicação bastante util,
neste caso, a utilização de
hidrômetros que possibilitem a
medição remota, seja por cabo ou
por sinal de rádio (Figura 1.10).

Figura 1.10: Hidrômetro unijato magnético com saida de sinal - LAO

Souza (2012) comparou o cosumo


per capita de água em edifícios
com (176 L/hab.dia) e sem (236
L/hab.dia) medição individualizada
de água. A diferença foi de 25%
para menos nos efifícios com
medição individualizada de água.

Figura 1.11: Média do consumo per capita dos edifícios com medição
individualizada e coletiva de água (Fonte: Souza, 2012)

As concesionárias de água geralmente possuem regulamentos específicos para a medição


individualizada de água em apartamentos. No caso da Paraíba, ver a Instrução Normativa 17/2005 da
CAGEPA (em anexo).

_________________________________________________________________________________________________________________________ 16
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Roteiro de cálculo

Como sugestão para roteiro de cálculo, apresenta-se a tabela 1.13.

Coluna 1: demominação dos trechos


Coluna 2: somatório dos pesos das peças/aparelhos atendidos pos aquele trecho (tabela 1.4)
Coluna 3: vazão do trecho (Eq. 3 para barrilete, colunas e ramais e tabela 1.4 para sub-ramais)
Coluna 4: DN da tubulação do trecho (tabela 1.5)
Coluna 5: diâmetro interno da tubulação do trecho (tabela 1.5)
Coluna 6: velocidade média da agua no tracho (calculada pela equação da continuidade Q = A.v)
Coluna 7: perda de caga no trecho (calculada por uma das Eqs. 6, 7 ou 8)
Coluna 8: comprimento real da trecho (leitura direta na planta)
Coluna 9: comprimento equivalente das singularidades (tabelas 1.11 e 1.12)
Coluna 10: comprimento total (soma das células correspondentes da coluna 8 com a 9)
Coluna 11: perda de carga (multiplicação das células correspondentes das colunas 7 e 10)
Coluna 12: pressão disponível à montante do trecho (nula para o barrilete e igual a pressão final do trecho precedente
Coluna 13: diferença de cotas de montante e jusante do trecho (leitura direta em esquema vertical)
Coluna 14: pressão disponível residual no final do trecho (pressão de inicio de trecho mais a diferença de cota e menos a perda de carga)
Coluna 15: pressão requerida no ponto (para efeito de comparação com a coluna 14)

Tabela 1.13: roteiro de cálculo para dimensionamento do barrilete, colunas, ramais e sub-ramais de agua fria.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Σp Vazao Diâmetro D interno Velocidade Perda Comprimento Comprimento Comprimento Perda Pressao Diferenca Presao Pressao
de carga real equivalente total de carga disponível de cota disponivel requerida
unitaria singularidades montante m-j residual
(acumulados) (l/s) (mm) (mm) (m/s) (m/m) (m) (m) (m) (mca) (mca) (m) (mca) (mca)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 17
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Exercício resolvido:

Dimensionar o sistema água fria do edifício hipotético apresentado em anexo.


4.00
2,00

4,50

Figura 1.11: planta baixa do pavimento tipo

Informações adicionais:

• 10 pavimentos-tipo mais pilotis (distância piso-à-piso de 3,00m)


• Tubulação em PVC
• 150L/hab.dia (padrão médio)

Consumo diário

Cd = 10 × 2 × 4 × 150 = 12000 L / dia


a) Alimentador predial

12000
QMD = = 0,139 L / s
86400
Entrando-se com esta vazão naTabela 1.5 (para Q1MAX) tem-se que o diâmetro de 20 mm atende à situação.

DN 20

b) Reservatórios

_________________________________________________________________________________________________________________________ 18
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Para fins de resolução deste exercício, adotar reservação de 2 dias

VT = 2 x 12000 = 24000L

VRI = (0,6 x 24000) = 14400 L (2 compartimentos)


VRs = (0,4 x 24000 + 9600) = 19200 L (2 compartimentos)

A parcela de 9600 L alocada no reservatório superior, se refere à reserva técnica de incêndia (RTI) que será
abordada no capítulo II

Considerando ambos os reservatórios inferior e superior de seção horizontal retangular de 2x4m, locado
conforme a Figura 1.12.

Figura 1.12: locação dos reservatório inferior e superior

Assim, para o reservatório inferior, temos uma altura molhada h1 de:

14,4
h1 = = 2,39m
1,7 × 3,55

E para o reservatório superior, temos h2 de:

19,2
h2 = = 3,18m
1,7 × 3,55

_________________________________________________________________________________________________________________________ 19
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

0,31
3,00

2,39
Figura 1.13: Esquema do reservatório inferior

0,32
3,80

3,18

Figura 1.14: Esquema do reservatório superior

_________________________________________________________________________________________________________________________ 20
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
c) Diâmetro de recalque

È encontrado pela fórmula de Forschheimmer

DR = 1,3 X 0, 25 QR

Onde,

DR = diâmetro da tubulação (m)


6h
X adotado = de funcionamento
24h
3
QR = vazão (m /s)

12000
QR = ⇒ QR = 2000 L / h ⇒ QR = 2m 3 / h ⇒ QR = 5,56 × 10 − 4 m 3 / s
6

 DN R = 25mm
DR = 0,0217m = 21,7mm
 DN S = 32mm

DNrecalque = 25
DNsucção = 32 (adotado como o imediatamente superior ao de recalque)

4) Potência do conjunto elevatório

γ × QR × H
Pot =
η η é o rendimento do conjunto motor-bomba

Adotar η = 50% (geralmente varia de 30 a 80%)

γ = 998 × 9,81 = 9790 N / m 3


QR = 5,56 × 10 −4 m 3 / s
H = Hgs + ∆Hs + Hgr + ∆Hr

Para as altura geométricas de sucção e recalque, ver figura 1.15. As perdas de carga unitárias foram
calculadas através da fórmula de Fair-Whipple-Hsiao.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 21
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

3,80
2,75

3,00

Figura 1.15: Esquema vertical das tubulações de recalque e sucção


_________________________________________________________________________________________________________________________ 22
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Na sucção, além do comprimento real, de 3 m, foram considerados os comprimentos equivalentes das


seguintes singularidades (Tabela 1.11 para DN 32):

1 Válvula de pé com crivo = 15,5 m


1 Cotovelo = 2,0 m
2 Registros de fechamento tipo gaveta (2 x 0,4) = 0,8 m
1 T de passagem direta = 1,5 m

∆Hs = hf S + hs S
8,69 × 10 5 × (5,56 × 10 −1 )1, 75
∆Hs = × (3,75 + 15,5 + 2 + 0,8 + 1,5) ⇒ ∆Hs = 1,01m
(27,8) 4, 75

No recalque, além do comprimento real de 40,8 m foram considerados os comprimentos equivalentes das
seguintes singularidades (Tabela 1.11 para DN 25):

2 Registros de fechamento tipo gaveta (2 x 0,3) = 0,6 m


2 Joelhos de 45º (2 x 0,7)= 1,4 m
1 Válvula de retensão do tipo pesado = 5,8 m
2 cotovelos (2 x 1,5) = 3,0 m
1 Tê de saída lateral = 3,1 m
1 saída de canalização = 1,3 m

∆Hr = hfr + hsr


8,69 × 10 5 × (5,56 × 10 −1 )1, 75
∆Hr = × [41,6 + 0,6 + 1,4 + 5,8 + 3,0 + 3,1 + 1,3] ⇒ ∆Hr = 8,10m
(21,6) 4, 75

H = 2,75 + 1,01 + 40,8 + 8,10 ⇒ H = 52,66m

9790 × 5,56 x10 −4 × 52,66


Pot = = 573,28W
0,5

Pot = 0,780CV = 1 CV

Assim, existindo no mercado um conjunto motor-bomba de 1 de CV e que apresente rendimento maior ou


igual a 50% para a vazão e altura manométrica em questão, este atenderá à situação.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 23
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
4) Barrilete

Para o dimensionamento de barrilete, vamos considerar a situação mais desfavorável em termos de


pressão. Vamos considerar que um dos registros de fechamento nos dois ramos do barrilete esteja fechado
(por exemplo, o da direita) e o outro aberto (o da esquerda).
Como temos 4 saídas para este barrilete, vamos considerar a mais afastada do ponto A, ou seja, a
localizada em B. Assim, dimensionaremos o trecho AB com a vazão máxima provável para a totalidade das
peças/aparelhos do prédio.

Para 1 apartamento:

• 2 WC (chuveiro elétrico, bacia sanit com cx


acoplada, ducha, lavatório) = 2 x 1,1 = 2,2
• 1 WCserv (bacia sanit com cx acoplada,
ducha, lavatório) = 1,0
• 1 Tanque de lavar roupas = 0,7

0,32
• 1 Pia de cozinha = 0,7

Total APTO. = 4,6

Para o prédio, 4,6 x 20 = 92


ou seja, ∑ p = 92 3,18
A

Assim,

1,59
Q MPRO = 0 ,3 ∑ p = 2 ,88 L / s

Pela Tabela 1.5 (para Q1MAX), temos que B


DN = 50

Cálculo da pressão residual no final do barrilete

PB = PA + ∆H − h
∆H = desnível (diferença entre a cota do inicio e a cota
do final do trecho, em m)
h = perda de carga (m.c.a.)

cálculo da perda de carga unitária

Figura 1.16: Esquema do barrilete


J = 8,69 × 105 × Q1, 75 × D −4, 75
Unidades: h = 0,0868 × 18,14 ⇒ h = 1,57 m
PB = 0+ 1,70 – 1,57 = 0,13 m.c.a.
J é a perda de carga unitária em m/m
Q é a vazão em L/s Esta pressão é menor que 0,5 m.c.a. requerida. Dessa forma,
D é o diâmetro em mm vamos aumentar o diâmetro do barrilete para o imediatamente
seguinte (DN 60) e refazer o cálculo da pressão em B.
J = 0,0864 m/m

L = 2,24 + 2 + 2,8 + 0,8 + 3,4 + 6,9 Para DN 60

L = 18,14m J = 0,0344 m/m


Foram consideradas as seguintes singularidades h = 0,67 m.c.a
(Tabela 1.9 para DN 50): PB = 2,24 − 0,67 ⇒ PB = 1,57m.c.a
• 1 entrada de borda = 2,8 m Como esta pressão é maior que a requerida (0,5
• 1 registro de fechamento tipo gaveta = 0,8 m
m.c.a.), o DN 60 para o barrilete atende à situação.
• 1 joelho = 3,4 m
• 3 T de passagem direta (3 x 2,3) = 6,9 m (o T
localizado no ponto B será computado
quando do dimensionamento da coluna)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 24
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

5) Colunas

Coluna 1
Atende ao conjunto de 10 banheiros
das suítes e 10 banheiros sociais
(WC social e suíte) S P= 2,2

0,5m A
Cálculo do somatório dos pesos:
a)
Para 1 apartamento
ΣP = 22,0
2 WCs (chuveiro elétrico, bacia sanit 3,5m
com cx acoplada, ducha, lavatório)
4m
S P = 2 ,2

Σp = 2 x 1,1 = 2,2 1m
B
Para a coluna
b) RG
Σp = 10 x 2,2 = 22 3m ΣP = 19,8

C ΣP = 2,2
Assim, o trecho AB da coluna 1 tem
somatório de pesos igual a 22. Para ΣP = 17,6
os trechos subseqüentes, diminui-se 3m
o somatório do trecho anterior de
2,2. D ΣP = 2,2

Serão consideradas as seguintes ΣP = 15,4


3m
singularidades:

Trecho AB: 1 T de saída lateral, 1 E ΣP = 2,2


registro de fechamento tipo gaveta,
ΣP = 13,2
2 joelhos 3m

Demais trechos: T de passagem


F ΣP = 2,2
direta
ΣP = 11,0
O joelho do ponto K será computado 3m
quando do dimensionamento do
respectivo ramal G ΣP = 2,2
O dimensionamento encontra-se na ΣP = 8,8
tabela 1.14 3m

H ΣP = 2,2
ΣP = 6,6
3m

I ΣP = 2,2
ΣP = 4,4
3m

J ΣP = 2,2
ΣP = 2,2
3m

K ΣP = 2,2

Figura 1.17: Esquema da coluna C1, que atente ao conjunto de banheiros da


suíte e social de um dos lados do predio

_________________________________________________________________________________________________________________________ 25
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 1.14: dimensionamento da coluna C1 (e C2) que atendem ao conjunto de banheiros da suíte e social de um dos lados do predio

Identificação:colunas c1 e c2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Σp Vazao Diâmetro D interno Velocidade Perda Comprimento Comprimento Comprimento Perda Pressao Diferenca Presao Pressao
de carga real equivalente virtual de carga disponível de cota disponivel requerida
unitaria singularidades (total) montante m-j residual
(acumulados) (l/s) (mm) (mm) (m/s) (m/m) (m) (m) (m) (mca) (mca) (m) (mca) (mca)

ab 22,0 1,407 32 27,8 2,32 0,2185 8,5 9 17,5 3,823 1,57 4,5 2,25 0,5
bc 19,8 1,335 32 27,8 2,20 0,1992 3 1,5 4,5 0,897 2,25 3,0 4,35 0,5
cd 17,6 1,259 32 27,8 2,07 0,1797 3 1,5 4,5 0,809 4,35 3,0 6,54 0,5
de 15,4 1,177 32 27,8 1,94 0,1599 3 1,5 4,5 0,720 6,54 3,0 8,82 0,5
ef 13,2 1,090 32 27,8 1,80 0,1397 3 1,5 4,5 0,629 8,82 3,0 11,19 0,5
fg 11,0 0,995 32 27,8 1,64 0,1191 3 1,5 4,5 0,536 11,19 3,0 13,66 0,5
gh 8,8 0,890 32 27,8 1,47 0,0980 3 1,5 4,5 0,441 13,66 3,0 16,22 0,5
hi 6,6 0,771 32 27,8 1,27 0,0762 3 1,5 4,5 0,343 16,22 3,0 18,87 0,5
ij 4,4 0,629 25 21,6 1,72 0,1772 3 0,9 3,9 0,691 18,87 3,0 21,18 0,5
jk 2,2 0,445 25 21,6 1,21 0,0966 3 0,9 3,9 0,377 21,18 3,0 23,80 0,5

_________________________________________________________________________________________________________________________ 26
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Coluna 3
Atende ao conjunto de 10 banheiros
da área de serviço, 10 tanques de
lavar roupas e 10 pias de cozinha

Cálculo do somatório dos pesos:

Para 1 apartamento

1 WC (bacia sanit com cx acoplada,


ducha, lavatório): Σp = 1,0
1 tanque de lavar roupa: p = 0,7
1 pia de cozinha: p = 0,7

Σp = 2,4

Para a coluna

Σp = 10 x 2,4 = 24

Assim, o trecho AB da coluna 3 tem


somatório de pesos igual a 24. Para
os trechos subseqüentes, diminui-se
o somatório do trecho anterior de 2,4.

Serão consideradas as seguintes


singularidades:

Trecho AB: 1 T de saída lateral, 1


registro de fechamento tipo gaveta

Demais trechos: T de passagem


direta

O joelho do ponto K será computado


quando do dimensionamento do
respectivo ramal

O dimensionamento encontra-se na
tabela 1.15

Figura 1.18: Esquema da coluna C3, que atente ao conjunto de 10 banheiros da


área de serviço, 10 tanques de lavar roupas e 10 pias de cozinha de um dos
lados do predio

_________________________________________________________________________________________________________________________ 27
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 1.15: dimensionamento da coluna C3 (e C4) que atendem ao conjunto de cozinhas, area d serviço e banheiros da área de serviço da suíte e social de um
dos lados do prédio

Identificação:coluna c3 e c4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Σp Vazao Diâmetro D interno Velocidade Perda Comprimento Comprimento Comprimento Perda Pressao Diferenca Presao Pressao
de carga real equivalente virtual de carga disponível de cota disponivel requerida
unitaria singularidades (total) montante m-j residual
(acumulados) (l/s) (mm) (mm) (m/s) (m/m) (m) (m) (m) (mca) (mca) (m) (mca) (mca)

ab 24,0 1,470 40 35,2 1,51 0,0768 4,5 8 12,5 0,961 1,57 4,5 5,11 0,5
bc 21,6 1,394 32 27,8 2,30 0,2150 3 1,5 4,5 0,967 5,11 3 7,14 0,5
cd 19,2 1,315 32 27,8 2,17 0,1939 3 1,5 4,5 0,873 7,14 3 9,27 0,5
de 16,8 1,230 32 27,8 2,03 0,1725 3 1,5 4,5 0,776 9,27 3 11,49 0,5
ef 14,4 1,138 32 27,8 1,88 0,1508 3 1,5 4,5 0,678 11,49 3 13,82 0,5
fg 12,0 1,039 32 27,8 1,71 0,1285 3 1,5 4,5 0,578 13,82 3 16,24 0,5
gh 9,6 0,930 32 27,8 1,53 0,1057 3 1,5 4,5 0,476 16,24 3 18,76 0,5
hi 7,2 0,805 32 27,8 1,33 0,0822 3 1,5 4,5 0,370 18,76 3 21,39 0,5
ij 4,8 0,657 25 21,6 1,79 0,1912 3 0,9 3,9 0,746 21,39 3 23,65 0,5
jk 2,4 0,465 25 21,6 1,27 0,1042 3 0,9 3,9 0,407 23,65 3 26,24 0,5

_________________________________________________________________________________________________________________________ 28
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
6) Ramais e subramais

Ramal 1 (WC da suíte e WC social)


A: derivação da coluna 1 (ou 2)
B: inicio dos subramais dos chuveiros
C: chuveiro do banheiro social
C´: chuveiro do banheiro da suíte
D: inicio dos subramais das duchas
higiênicas
E: bacia sanitária do banheiro social
E´: bacia sanitária do banheiro da suíte
F: inicio dos subramais das bacias sanitárias
G: ducha higiênica do banheiro social
G´: ducha higiênica do banheiro da suíte
H: início dos subramais dos lavatórios
I: lavatório do banheiro social
I´: lavatório do banheiro social

COLUNA
C C'
0, 2
5
0,10
H A
0,7
1,00

0
0,40

R.G.

I' 0,3
F 0
I R.P.
1,00

R.P.
D 0, 7
0
0,80

0,2
B 5
0,80

G G'
E E'
COLUNA

Figura 1.19: Esquema isométrico do ramal 1

_________________________________________________________________________________________________________________________ 29
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 1.16: dimensionamento do ramal 1 do 10º pavimento, que atende a 1 banheiro social e 1 banheiro da suíte
Identificação:ramal 1 do 10° pavimento (primeira tentativa)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Σp Vazao Diâmetro D interno Velocidade Perda Comprimento Comprimento Comprimento Perda Pressao Diferenca Presao Pressao
de carga real equivalente virtual de carga disponível de cota disponivel requerida
unitaria singularidades (total) montante m-j residual
(acumulados) (l/s) (mm) (mm) (m/s) (m/m) (m) (m) (m) (mca) (mca) (m) (mca) (mca)

ab 2,2 0,445 25 21,6 1,21 0,0966 1,5 6,4 7,9 0,763 2,27 1 2,50 0,50
bc - 0,100 20 17,0 0,44 0,0221 1,0 15,0 16,0 0,354 2,50 -1 1,15 1,00
bc' - 0,100 20 17,0 0,44 0,0221 1,1 17,0 18,1 0,400 2,50 -1 1,10 1,00
bd 2,0 0,424 25 21,6 1,16 0,0889 0,7 1,8 2,5 0,222 2,50 0 2,28 0,50
de - 0,150 20 17,0 0,66 0,0449 0,8 3,6 4,4 0,198 2,28 0,8 2,88 0,50
de' - 0,150 20 17,0 0,66 0,0449 0,9 5,6 6,5 0,292 2,28 0,8 2,79 0,50
df 1,4 0,355 20 17,0 1,56 0,2029 0,3 1,6 1,9 0,385 2,28 0 1,89 0,50
fg - 0,200 20 17,0 0,88 0,0743 0,8 3,6 4,4 0,327 1,89 0,8 2,36 1,00
fg' - 0,200 20 17,0 0,88 0,0743 0,9 5,6 6,5 0,483 1,89 0,8 2,21 1,00
fh 0,6 0,232 20 17,0 1,02 0,0967 0,7 1,6 2,3 0,222 1,89 0 1,67 0,50
hi - 0,150 20 17,0 0,66 0,0449 0,4 3,6 4,0 0,180 1,67 0,4 1,89 1,00
hi' - 0,150 20 17,0 0,66 0,0449 0,5 4,4 4,9 0,220 1,67 0,4 1,85 1,00

Para efeito do cálculo das perdas de carga, foram consideradas as seguintes singularidades:

Trecho AB: 1Tlat, 1 registro de fechamento tipo gaveta, 2 joelhos


Trecho BC: 1 Tlat, 1 registro de funcionamento tipo globo, 1 joelho
Trecho BC´: 1 Tdir, 1 Tlat, 1 registro de funcionamento tipo globo, 2 joelhos
Trecho BD: 2 Tdir
Trecho DE: 1 Tlat, 1 joelho
Trecho DE´: 1 Tdir, 1 Tlat, 2 joelhos
Trecho DF: 2 Tdir
Trecho FG: 1 Tlat, 1 joelho
Trecho FG´: 1 Tdir, 1 Tlat, 2 joelhos
Trecho FH: 2 Tdir
Trecho HI: 1 Tlat, 1 joelho
Trecho HI´: 1 Tdir, 3 joelhos

_________________________________________________________________________________________________________________________ 30
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Ramal 2 (Àrea de serviço e cozinha)

A: derivação da coluna 3 (ou 4)


B: inicio do subramal do lavatório
C: lavatório
D: inicio do subramal do tanque de lavar roupas
E: início do subramal da bacia sanitária
F: bacia sanitária
G: ducha higiênica
H: tanque de lavar roupas
I: pia de cozinha

0,2
5
A
COLUNA
0, 2
5
0,10 D 1,00
0,3 E R.G.
0
0,20

0, 5 0, 2 H (TQ) R.G.
0 0 1, 5
0
1,00

0,80
0,80

B
0,80

0,2
5
0,40

0,8
(BS) F 5
G C
(DU) LV
I (PIA) 1,00
COLUNA

Figura 1.20: Esquema isométrico do ramal 2


_________________________________________________________________________________________________________________________ 31
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 1.16: dimensionamento do ramal 2 do 10º pavimento, que atende a 1 área de serviço e 1 cozinha

Identificação: ramal 2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Σp Vazao Diâmetro D interno Velocidade Perda Comprimento Comprimento Comprimento Perda Pressao Diferenca Presao Pressao
de carga real equivalente virtual de carga disponível de cota disponivel requerida
unitaria singularidades (total) montante m-j residual
(acumulados) (l/s) (mm) (mm) (m/s) (m/m) (m) (m) (m) (mca) (mca) (m) (mca) (mca)

ab 1,7 0,391 20 17 1,72 0,2404 1,5 5,0 6,5 1,563 4,59 1,0 4,026 0,5
bc - 0,150 20 17 0,66 0,0449 0,4 3,6 4,0 0,180 4,03 0,4 4,246 1,0
bd 1,4 0,355 20 17 1,56 0,2029 2,5 2,0 4,5 0,913 4,03 0,0 3,113 0,5
de 0,7 0,251 20 17 1,11 0,1106 0,3 2,4 2,7 0,299 3,11 0,0 2,815 0,5
ef - 0,300 20 17 1,32 0,1511 0,8 3,6 4,4 0,665 2,81 0,8 2,950 0,5
eg - 0,200 20 17 0,88 0,0743 1,0 3,2 4,2 0,312 2,81 0,8 3,302 1,0
dh - 0,250 20 17 1,10 0,1098 0,8 4,4 5,2 0,571 3,11 -0,2 2,342 1,0
ai - 0,250 20 17 1,10 0,1098 3,3 7,4 10,7 1,175 4,59 0,8 4,214 1,0

Para efeito do cálculo das perdas de carga, foram consideradas as seguintes singularidades:

Trecho AB: 1Tlat, 1 registro de fechamento tipo gaveta, 2 joelhos


Trecho BC: 1 Tlat, 1 joelho
Trecho BD: 1 Tdir, 1 joelho
Trecho DE: 1 Tlat
Trecho EF: 1 Tdir, 1 joelho
Trecho EG: 1 Tdir, 2 joelho
Trecho DH: 1 Tdir, 3 joelhos
Trecho AI: 1 Tlat, 1 registro de fechamento tipo gaveta, 4 joelhos

Como a pressão calculada para cada ponto foi maior que a correspondente requerida, o dimensionamento pode ser aceito. Este dimensionamento se aplica ao
ramal 2 dos demais pavimentos, pois o ganho de pressão devido à diferença de cota é muito maior que a perda de carga de 3 m de tubulação adicionais.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 32
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Referências bibliográficas

ABNT. NBR 5626. Intalação predial de água fria. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de
Janeiro-RJ. 1998.

BRASIL. Portaria Ministério da Saúde 2914/2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de


vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Brasília-DF. 2011.

COELHO, A.C.; MAYNARD, J.C.B. Medição individualizada de água em apartamentos. Recife. 1999.

MACINTYRE, A.J. Manual de instalações hidráulicas e Sanitárias. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
1990.

SOUZA, C. Estimativa de consumo e racionalização de água em edifícios residenciais na cidade de


Joinville. Trabalho de conclusão de curso (Engenharia Civil). Universidade do Estado de Santa Catarina.
2012.

TIGRE. Ligação Predial. Disponível em: < http://www.tigre.com.br/pt/produtos_


linha.php?p=1&rcr_id=5&cpr_id=7&cpr_id_pai=4&lnh_id=5&ver=1. Visitado em 14/05/2012.

VALLOY. Disponível em: <http://www.valloy.com.br/.>. Visitado em: 14/05/2012.

VIANNA, M.R. Instalações Hidráulicas Prediais. Imprimatur Artes LTDA. 3ª edição. Belo Hoizonte-MG.
2003.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 33
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulo II – Instalações hidráulicas de combate a incêndio

A água é a substância mais utilizada para combate a incêndio. Alguns motivos para tal são:
a) elevado calor específico: um elevado calor específico significa que a água consegue trocar (neste caso,
absorver) grande quantidade de calor por unidade de massa e variação de temperatura.
b) bastante acessível: pode ser obtida em grandes quantidades devido aos sistemas urbanos de
abastecimento de água, através dos hidrantes.
c) é de baixo custo: se assim não fosse, não serviria para tal propósito.
d) funciona como isolante: cria uma camada que isola o combustível (oxigênio existente no ar) do
comburente.

Os sistemas hidráulicos de combate e prevenção contra incêndio podem ser divididos em:

1) Sistemas de hidrantes e mangotinhos;


2) Sistemas de chuveiros automáticos.

Sistemas de hidrantes e mangotinhos

A NBR 13714/2000 da ABNT rege as instalações hidráulicas de combate a incêndio por hidrantes ou
2
mangotinhos. Esta norma recomenda que edificações com área construída superior a 750m e/ou altura
superior a 12m, devem ser protegidas por sistemas de mangotinhos ou de hidrantes, conforme o quadro
abaixo. As vazões e outras características dos tipos de sistemas referidos na tabela 2.1 são descritas na
tabela 2.2.

Tabela 2.1 – Classificação dos edifícios e aplicabilidade dos sistemas

Grupo Ocupação/uso Sistema Divisão Descrição Exemplos


1) Habitações Edifícios de apartamentos em geral
A Residencial 1 A-1
multifamiliares
2) Hotéis e Hóteis, moteis, pensões, hospedarias,
1 B-1
assemelhados albergues, casas de cômodos
Serviços de
B Hotéis residenciais Hóteis e assemelhados, com cozinha
hospedagem
B-2 própria nas apartamentos (incluem-se
apart-hotéis, hotéis residenciais)
Comércio em geral, Armarinhos, tabacarias, mercearias,
de pequeno, médio e fruteiras, butiques e outros
grande portes Edifícios de lojas de departamentos,
C-1
Comercial magazinesn galerias comerciais,
C 2
varejista supermercados em geral, mercados e
outros
Centros comerciais Centros de compras em geral (shopping
C-2
centers)
Locais para Escritórios administrativos ou técnicos,
prestação de serviços consultórios, instituições financeiras,
Serviçoes agências bancarias, lavanderias,
profissionais, 2) reparação e manutenção de aparelhos
D 1 -
pessoais e eletrodomésticos, pintura de letreiros,
técnicos repartições públicas, cabelereiros,
laboratório de análises clínicas sem
internação, centros profissionais e outros
Escolas em geral Escolas em geral, locais de ensino,
inclusive de artes marciais e ginásica,
Educacional e 2) esportes coletivos, saunas, casas de
E 1 -
cultura física fisioterapias, escola para excepcionais,
creches, escolas maternais, jardins de
infância e outros
Locais onde há Museus, galerias de arte
Locais de
2) F-1 objetos de valor
F reunião de 1
inestimável
público
F-2 Templos e auditórios Igrejas, sinagogas, templos e auditórios

_________________________________________________________________________________________________________________________ 34
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
em geral

Centros esportivos Estádios, ginásios e piscinas cobertas


F-3
com arquibancadas, arenas em geral
Clubes sociais Boates e clubes noturnos em geral,
F-4 salões de baile, restaurantes dançantes,
clubes sociais e assemelhados
Locais para refeições Restaurantes, lanchonetes, bares, cafés,
F-5
refeitórios, cantinas e outros
Estações e terminais Estações rodoferroviárias, aeroportos,
F-6
de passageiros estações de transbordo e outros
Locais para produção Teatros em geral, cinemas, óperas,
3)
2 F-7 e apresentação de auditórios de estúdios de rádio e televisão
artes ciências e outros
Locais para pesquisa Arquivos, bibliotecas e assemelhados
F-8
e consulta
Garagens com ou Garagens automáticas, coletivas, oficinas,
sem o acesso de borracharias, postos de combustíbeis,
público, rodoviárias, etc.
Serviços
G 2 - abastecimento de
automotivos
combustível, serviços
de manutenção e
reparo
Hospitais em geral Hospitais, clínicas e consultórios
veterinários e assemelhados (inclui-se
alojamento com ou sem adestramento),
asilos, orfanatos, abrigos geriátricos,
reformatórios sem celas, hospitais, casas
de saúde, prontos-socorros, clínicas com
Serviços de internação, ambulatórios e postos de
2)
H saúde e 1 - atendimento de urgência, postos de
institucionais saúde e puericultura, quartéis, centrais
policiais, hospitais psiquiátricos,
reformatórios, prisões em geral e
assemelhados

Locais onde as Atividades que manipulam e/ou


atividades exercidas depositam os materiais classificados
I-1 e os materiais como de baixo risco de incêndio,tais
Baixo utilizados e/ou como fábricas em geral, onde os
risco depositados materiais utilizados não são combustíveis
apresentam baixo e os processos não envolvem a utilização
potencial de incêndio intensiva de materiais combustíveis
Locais onde as Atividades que manipulam e/ou
2
atividades exercidas depositam os materiais classificados
e os materiais como de médio risco de incêndio, tais
I-2 utilizados e/ou como marcenarias, fábricas de caixas, de
Industrial,
Médio depositados colchões, subestações, lavanderias a
I atacadista e
risco apresentam médio seco, estúdios de Tv, impressoras, fábrica
depósitos
potencial de incêndio. de doces, heliportos, oficinas de conserto
Depósitos sem de veículos e outros
conteúdo específico
Locais onde há alto Fábricas e depósitos de explosivos, gases
risco de incêndio pela e líquidos inflamáveis, materiais oxidantes
existência de e outros definidos pelas normas
I-3
quantidade suficiente brasileiras, tais como destilarias,
3 Alto
de materiais refinarias (exceto petróleo, terminais e
risco
perigosos bases de distribuiçaõ de derivados e
petroquímicos) e elevadores de grãos,
tintas, borrachas e outros
1)
Ver D.2
2)
Ver D.3
3)
Ver D.4
Fonte: NRB 13714 (ABNT 2000)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 35
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 2.2 – Tipos de sistemas

Mangueira
Comprime
Tipo Esquincho Diâmetro Sáidas Vazão L/min
nto
mm
máximo m
1) 2)
1 Regulável 25 ou 32 30 1 80 ou 100
Jato compacto
2 40 30 2 300
φ16mm ou regulável
Jato compacto
3 65 30 2 900
φ 25mm ou regulável
1)
Ver D.2
2)
Ver D.3
NOTAS
1 Os diâmetros dos esquinchos e das mangueiras são nominais
2 As vazões correspondem a cada saída
Fonte: NBR 13714 (ABNT 2000)

Partes componentes e critérios de projeto

O sistema hidráulico de combate a incêndio por mangotinhos ou hidrantes é constituído da reserva técnica
de incêndio, da tubulação e acessórios, de bombas (opcional) dos mangotinhos ou hidrantes, do abrigo para
hidrante e do hidrante de passeio (ou hidrante de recalque).
A reserva técnica de incêndio (RTI) consiste no volume de água necessário para combate do incêndio por
um certo período inicial, após o que o Corpo de Bombeiros local deverá atuar na atividade, utilizando o
sistema público de abastecimento de água, caminhões tanque ou fontes naturais de água. De acordo com a
NBR 13714/2000, o tempo para o cálculo da RTI é de 60 minutos para sistemas do tipo 1 e 2, e de 30
minutos para sistema do tipo 3, ambos para o funcionamento de 2 saídas.
A tubulação deve ser de material resistente ao calor, sendo o material mais utilizado atualmente o aço
galvanizado. Segundo a NBR 13714/2000, o diâmetro mínimo a ser utilizado é o DN 65 (2½”). Esta mesma
norma faz uma ressalva de que o DN 50 pode ser utilizado desde que comprovado tecnicamente o
desempenho hidráulico dos componentes e do sistema e que seja aprovado pelo orgão competente
(geralmente o Corpo de Bombeiros local). A velocidade máxima da água na tubulação é de 5m/s. Este valor
serve como critério de dimensionamento da tubulação, através da equação da continuidade.Para tubos de
aço galvanizado, os mais emnpregados atualmente para tubulação de combate a incêndio, ver tabela 2.3.
Tabela 2.3: Dimensões de tubos de aço galvanizado (NBR 5580)
Espessura da Parede Diâmetro Externo Peso doTubo Preto
Tamanho
Nominal Classe Classe Classe Classe Classe Classe
Máx. Min.
Leve Média Pesada Leve Média Pesada
Pol mm mm mm mm mm mm kg/m kg/m kg/m
1/8 6 1,80 2,00 2,65 10,6 9,8 0,373 0,404 0,493
1/4 8 2,00 2,25 3,00 14,0 13,2 0,567 0,624 0,777
3/8 10 2,00 2,25 3,00 17,5 16,7 0,750 0,830 1,051
1/2 15 2,25 2,65 3,00 21,8 21,0 1,057 1,219 1,354
3/4 20 2,25 2,65 3,00 27,3 26,5 1,368 1,595 1,768
1 25 2,65 3,35 3,75 34,2 33,3 2,030 2,270 2,770
1¼ 32 2,65 3,35 3,75 42,9 42,0 2,630 2,920 3,570
1½ 40 3,00 3,35 3,75 48,8 47,9 3,350 3,710 4,120
2 50 3,00 3,75 4,50 60,8 59,7 4,240 4,710 6,190
2½ 65 3,35 3,75 4,50 76,6 75,3 6,010 6,690 7,950
3 80 3,35 4,05 4,50 89,5 88,0 7,070 7,870 9,370
3½ 90 3,75 4,25 5,00 102,1 100,4 9,050 10,200 11,910
4 100 3,75 4,50 5,60 115,0 113,1 10,220 12,180 15,010
5 125 - 5,00 5,60 140,8 138,5 - 16,610 18,520
6 150 - 5,30 5,60 166,5 163,9 - 20,890 22,030

_________________________________________________________________________________________________________________________ 36
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Para efeito de cálculo de pressões, quando o abastecimento é feito por ações da gravidade, os reservatórios
elevados devem estar a altura suficiente para fornecer as pressões mínimas requeridas. Esta altura é
considerada a partir do fundo do reservatório até os hidrantes ou mangotinhos mais desfavoráveis
hidraulicamente.
Dentre os acessórios, deve ser previsto uma válvula de retenção, permitindo o fluxo d’água de cima para
baixo (do reservatório superior para os hidrantes ou mangotinhos) para não permitir o retorno de água
àquele reservatório quando da atuação da viatura do Corpo de Bombeiros através do hidrante de passeio.
Os hidrantes consistem nos pontos de tomada de água onde há uma ou duas saídas (conforme o tipo de
sistema) contendo válvulas angulares com seus respectivos adaptadores, tampões, mangueiras de incêndio
e demais acessórios.
Os mangotinhos são, também como os hidrantes, pontos de tomada de água onde há uma única saída de
água, contendo válvula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semi-rígida, esguicho
regulável e demais acessórios.

Figura 2.1: Hidrante de parede Figura 2.2: Carretel com mangotinho

Os hidrantes ou mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma que qualquer ponto da área a ser protegida
seja alcançado por um (sistema tipo 1) ou dois (sistemas tipos 2 e 3) esguichos, considerando-se o
comprimento da(s) mangueira(s) e seu trajeto real e desconsiderando-se o alcance do jato de água. O
comprimento máximo para as mangueiras é de 30m.
Os hidrantes ou mangotinhos devem ser posicionados a uma altura de 1,0 a 1,5m acima do piso.
Para o dimensionamento, deve ser considerado o uso simultâneo dos dois jatos de água mais desfavoráveis
hidraulicamente, para qualquer tipo de sistema especificado, considerando-se no mínimo as vazões obtidas conforme a
tabela 2.1.
As perdas de carga podem ser cauculadas através da fórmula prática de Hazen-Williams:
1,85
Q
J = 10,643 ×   × D − 4,87
C 
onde:
J: perda de carga unitária (m/m)
3
Q: vazão (m /s)
C: fator de atrito de Hazen-Williams

Existem ainda os hidrantes de recalque, localizados no passeio, adjacente à via pública de acesso de
viaturas (Figura 2.3). Tais hidrantes de recalque constituem de um prolongamento de mesmo diâmetro do da
tubulação principal e cujos engastes são compatíveis aos utilizados pelo Corpo de Bombeiros local.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 37
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Figura 2.3 – Dispositivo de recalque no passeio. Fonte: NBR 13714 (ABNT 2000)

Sistemas de chuveiros automáticos para extinção de incêndio

Os sistemas de chuveiros automáticos para Tabela 2.4: Elemento sensível tipo fusível ou
combate e prevenção de incêndios são regidos químico
pela NBR 6135/1992 da ABNT. Consistem em
dispositivo destinado a projetar água em forma de Faixa de temperatura
gotículas, dotado de elemento sensível à elevação nominal (°C)
Coloração dos braços
da temperatura. Esta elevação, quando alcança a
temperatura de operação do elemento fusível, 68 a 74 Incolor
provoca a abertura do orifício de descarga. 93 a 110 Branca
111 a 141 Azul
O tipo de elemento fusível pode ser: 142 a 182 Amarela
a) tipo fusível ou químico; 183 a 227 Vermelha
b) tipo ampola de vidro.
Tabela 2.5 – Elemento sensível tipo ampola de vidro
A temperatura nominal de operação do elemento
sensível, tipo fusível ou química e do tipo ampola
de vidro, devem ser de acordo com as Tabela 2.4 e Temperatura nominal (°C) Coloração dos líquido
5, respectivamente.
57 Laranja
68 Vermelha
79 Amarela
93 Verde
141 Azul
182 Roxa
183 a 260 Preta

Figura 2.4: Aspersores

_________________________________________________________________________________________________________________________ 38
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Exercício resolvido:

Dimensionar o sistema hidráulico de combate a incêncdio do edifício apresentado na figura 2.5 (planta baixa
do exercício anterior.

Figura 2.5: planta baixa


1) Sistema de mangotinhos (tipo I), por gravidade

Q = 80 l/min (cada saída)

2) RTI = 2 × 80 × 60 = 9600l (RS)

3) Diâmetro da coluna

Q = A× v

2
160 πD
= ×5
60 × 1000 4

D = 26mm

DN min = 65

Aço galvanizado (classe leve)

Dext = 75,3 Dint = 68,6mm = 0,0686m


Esp. Da parede = 3,35

_________________________________________________________________________________________________________________________ 39
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

1,20 m

Registro de gaveta

0,5m Válvula de retenção


4,00m pesada

4,00 m

2,00 m

B
0,3 m
1,00 m
10º Pav.

2,00 m

Figura 2.6: Esquema da rede de combate a incêndio


_________________________________________________________________________________________________________________________ 40
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

PB = PA + ∆H − hAB
PB = 0 + 6 − hAB

h = J×L
1,85
Q
J = 10,643 ×   × D − 4,87
C 

Q = 0,00267 m 3 / s
C = 125
D = 68,6 mm

J = 0,0113m / m

L = (4 + 0,5 + 4 + 2 + 0,3) + (0,9 + 3 × 2 + 0,4 + 2 × 4,3 + 8,1)

L = 34,8m
h = 0,39mca

PB = 6 – 0,39 = 5,61 m.c.a

PC = PB + 3 − hBC

PC = 5,61 + 3 − hBC

Q = 0,00133m 3 / s
C = 125
D = 68,6 mm

1,85
 0,00133 
J = 10,643  (0,0686)− 4,87
 125 

J = 0,0031m / m

h = 0,0031 × (3 + 4,3) = 0,02m.c.a

Pc = 5,61 + 3 − 0,02 = 8,59m.c.a

_________________________________________________________________________________________________________________________ 41
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Exercícios propostos: Água fria e combate a incêndio

1) Nas sentenças abaixo, assinale V caso a mesma seja verdadeira, ou F caso seja falsa, ou deixe em
branco, caso você preferir. Uma sentença assinalada de forma errada anula uma assinalada de forma
correta.

( ) O requisito necessário e suficiente para se adotar o sistema predial de distribuição direta de água é um
fornecimento de água sem interrupções por parte da concessionária.

( ) Uma das situações em que se adota o sistema indireto de distribuição predial de água é quando não
existe interrupções no fornecimento de água porém com pressão insuficiente para alimentação das peças e
aparelhos.

( ) Uma das situações em que se adota o sistema indireto de distribuição predial de água é quando existe
interrupções no fornecimento de água porém com pressão suficiente para alimentação das peças e
aparelhos.

( ) Uma das situações em que se adota o sistema direto de distribuição predial de água é quando não
existe interrupções no fornecimento de água e com pressão insuficiente para alimentação das peças e
aparelhos.

( ) Num sistema predial de distribuição de água fria, os reservatórios são previstos com o objetivo de suprir
água durante as possíveis interrupções no fornecimento de água e para se evitar excesso de pressão na
rede predial.

( ) Em nenhuma hipótese se recomenda o dimensionamento de ramais de água fria com o consumo


máximo possível.

( ) A elevação do reservatório superior é sempre definida pelo projeto de combate a incêndio;

( ) A elevação do reservatório superior é sempre definida pelo projeto de água fria;

( ) O dimensionamento de ramais de água fria de edificações residenciais é normalmente efetuado


utilizando-se o consumo máximo provável;

2) No âmbito de um sistema predial de água fria, o que você entende por “consumo máximo provável”? Em
que situações ele deve ser considerado no dimensionamento das tubulações?

3) A NBR 5626/1998 da ABNT, “Instalação predial de água fria” recomenda que a vazão de
dimensionamento para as colunas e ramais de alimentação sejam encontradas pela fórmula Q = 0,3 Σp ,
sendo Q a vazão em L/s e p o peso atribuído a uma determinada peça de utilização. Que fatores devem ser
considerados na composição do peso das peças de utilização?

4) Dimensionar todos os trechos da coluna (única) de água fria, em PVC, de um edifício de 10 pavimentos,
com 1 apartamento por pavimento, sabendo que a pressão disponível no ponto A (saída do reservatório e
entrada da coluna) é de 0,0 m.c.a. e o pé-direito (incluindo espessura da laje) da edificação é de 3,0 m.

Informações complementares:
a) O comprimento total, a partir da saída do reservatório até o ponto de derivação, na coluna, para o
ramal do pavimento mais elevado é de 4 m, sendo integralmente na vertical.
b) A pressão requerida na entrada de cada ramal é de 3,2 m.c.a.
c) O somatório dos pesos das peças/aparelhos em cada apartamento é de 7,9.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 42
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
5) Dimensionar todos os trechos do ramal bem como os sub-ramais de água fria mostrados na figura abaixo.
A pressão disponível no ponto A (saída da coluna e entrada do ramal) é de 2,9 m.c.a.

c: lavatório
e: ducha
g: bacia sanitária com
caixa acoplada
i: chuveiro elétrico
a i

1,0m

2,0m

b d f h j (continuação)
Σp = 2,7
0,4m Pressão
c requerida = 1,9 m.c.a
0,8m

g
e

0,3m 0,3m 0,6m 0,3m 0,9m 0,5m

3
6) Uma fábrica com 240 empregados consumirá 40 m /h de água nos processos industriais. A derivação da
rede pública alimentará um reservatório, cujo nível de água estará a 2 m acima da via pública. Dimensionar o
ramal predial de ligação, sabendo-se que a pressão no distribuidor geral é 18 m.c.a e a distância da
canalização pública ao reservatório é 30 m. O período de funcionamento da fábrica é de 24h/dia. Verificar a
pressão residual no final do ramal, imediatamente antes de água desaguar no reservatório. A perda de carga
devido a singularidades é de 0,5 m.c.a.
Adotar um consumo per capita de 70 L/dia para demanda doméstica da fábrica.

7) O sistema de recalque de um edifício residencial com 6 pavimentos é o representado pela figura abaixo.
Deseja-se especificar um conjunto moto-bomba centrífugo de recalque para água. Para isso, pede-se
calcular:

a) o diâmetro comercial de sucção e o de recalque;

b) a altura manométrica total.

Dados/Informações Técnicas:

- consumo médio diário = 18000 litros;


- horas de funcionamento diário do conjunto moto-bomba = 5 horas;
- tubulação de PVC;
- na sucção há: 1 válvula de pé e 1 curva de 90°, cuja soma de comprimentos virtuais resulta em 19,5 m;
- no recalque há: 1 válvula de retenção, 1 registro de gaveta, 3 joelhos de 90° e 1 saída de canalização, cuja
soma de comprimentos virtuais resulta em 15,2 m;
- diâmetros comerciais de tubos de PVC: DN 20; DN 25; DN 32; DN 40; DN 50; DN 60; DN 75; DN 100;
- para o cálculo da perda de carga, apresente os resultados com dois dígitos após a vírgula;
- no cálculo da altura manométrica total, despreze a coluna d'água acima da válvula de pé.
0,571 2,714
- Fórmula de Fair - Whipple - Hsiao -> Q = 55,934 x J xD ;

_________________________________________________________________________________________________________________________ 43
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
- Fórmula de Forchheimer ->;
D = 1,3 × Q × 4 X

Onde: Q = vazão (m³/s);

J = perda de carga unitária (m/m);

D = diâmetro (m);

X = relação entre o número de horas de


funcionamento diário do conjunto elevatório
e 24 horas.

8) ENC – 1998. Um amigo o convidou para


conhecer o seu apartamento no último andar de
um edifício. Chegando lá, ele lhe explicou que o
chuveiro, às vezes, funcionava bem, às vezes,
não, solicitando-lhe sua opinião e, também, que
indicasse uma solução para o problema.
Ao analisar o esquema hidráulico (figura ao
lado), o memorial descritivo e as memórias de
cálculo ali fornecidas, você observou que o (a):

- nível mínimo de água do reservatório está


localizado na cota 38,00 m (nível em que o
sensor aciona o conjunto elevatório);
- nível máximo de água do reservatório está
localizado na cota 40,00 m (nível em que o Com base nestas observações e na figura acima,
sensor desliga o conjunto elevatório); explique:
- perda total de carga entre o reservatório e o a) a razão de, em algumas vezes, o chuveiro funcionar
chuveiro é de 2,1 m.c.a. (m.c.a. = metros de bem e, em outras, não;
coluna de água); b) a solução que você recomendaria para que o chuveiro
- pressão mínima recomendada para o sempre funcionasse adequadamente, utilizando
funcionamento de um chuveiro elétrico é de 1 exclusivamente o sistema existente (tubulações e
m.c.a. reservatório). Considere que, por razões econômicas,
você não quer utilizar estruturas e equipamentos
adicionais.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 44
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
1.9) ENC 2002. Você é o engenheiro responsável pela obra de um edifício, visitada por alunos de
Engenharia Civil que estavam cursando a disciplina de Instalações Hidráulicas. Observando a instalação
hidráulica executada, um dos alunos lhe perguntou em qual dos chuveiros a água chegaria com menor
pressão. Para responder à pergunta do aluno, você fez o esboço representado na Figura abaixo e forneceu
a resposta com base nas seguintes informações:

· os chuveiros estão instalados nos pontos 8, 9,


10 e 11;
· o barrilete possui, em toda a sua extensão, o
diâmetro de 32 mm;
· as colunas de água fria possuem diâmetro de
25 mm;
· as vazões que abastecem as duas colunas de
água fria são idênticas;
· cada um dos ramais que levam a qualquer dos
chuveiros possui uma perda de carga
equivalente a 0,50 m.

Qual foi a sua resposta ao aluno? Justifique,


analisando a perda de carga e a pressão
dinâmica.

1.10) Comente sobre os pontos conflitantes entre o Regulamento de Combate a Incêndio do Corpo de
Bombeiros do Estado da Paraíba e a NBR-13714 – Sistemas de hidrantes e mangotinhos para combate a
incêndio.

1.11) Encontrar a reserva técnica de combate a incêndio para uma escola de ensino médio com capacidade
para atender 500 alunos. Justificar.

1.12) Um pequeno hotel está sendo projetado em João Pessoa e você é o responsável pela elaboração dos
projetos hidráulicos de água fria e combate a incêndio. O hotel será composto por 4 pavimentos-tipo, sendo
cada um desses pavimentos compostos por 4 suítes. Cada suíte pode comportar até dois hóspedes. Além
dos quatro pavimentos-tipo, existirá também um pavimento térreo com recepção/administração e garagens.

Um esquema dos pavimentos-tipo e da coberta/reservatório superior é apresentado nas figuras abaixo.

Para as instalações de água fria, pede-se encontrar o diâmetro do barrilete, do primeiro trecho das colunas,
além dos trechos do ramal e subramais do pavimento mais elevado.

Para as instalações de combate a incêndio, encontrar o diâmetro do barrilete e coluna de distribuição.

Encontre ainda a distâncias x e y de modo a atender aos requisitos mínimos das instalações com os
menores diâmetros possíveis de tubulação.

Fazer demais considerações que se fizer necessário.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 45
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
(Obs.: distâncias em metro)

Pavimento Tipo Reservatório Superior (Planta)

1. Dormitório 5. Barrilete
2. WC de água fria
3. Hall 6. Barrilete
4. Escada e elevador de incêndio

Reservatório Superior – Incêndio (Corte)

Reservatório Superior – Água Fria (Corte)

Registro de gaveta

Válvula de retenção

Última laje
Coberta - Tubulação de Água Fria Perspectiva – Barrilete e colunas de Água Fria

_________________________________________________________________________________________________________________________ 46
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Vista do Ramal – WC

E: chuveiro elétrico
G: bacia sanitária com
caixa acoplada
I: ducha
J: lavatório

1.13) Você faz parte de uma equipe técnica responsável por elaborar o projeto de uma edificação que
abrigará uma fábrica de colchões no distrito industrial de João Pessoa – PB. Você ficou incumbido de
elaborar os projetos hidráulicos de combate a incêndio e de água fria, tanto para o consumo no processo
fabril quanto para o uso doméstico (banheiros). Para uma reunião sobre o andamento dos projetos, que iria
acontecer à tarde no escritório da empresa, o responsável pela equipe solicitou que você providenciasse o
dimensionamento das tubulações citadas e perguntou ainda qual será a elevação mínima do fundo do
reservatório elevado para atender às pressões requeridas pelas peças/aparelhos sanitários/hidrantes e
usando os menores diâmetros possíveis.

Para cumprimento da tarefa, você se baseou nos esquemas da edificação abaixo e nas seguintes
considerações:

a) Materiais utilizados:

Combate a incêndio Aço galvanizado (classe média)


Água fria – consumo fabril PVC
Àgua fria – consumo doméstico PVC

b) Para alimentação do maquinário (consumo fabril) será necessário apenas um ponto de alimentação
(F1), elevado de 2,0 m acima do nível do piso, e que necessita de uma pressão mínima de
funcionamento de 3,0 m.c.a.
3
c) O consumo diário de água fria para o processo fabril será de 1500 m , uniforme no período
compreendido entre 07:00h e 22:00h de cada dia.
d) Existem dois banheiros coletivos, um masculino e outro feminino, contendo cada um 2 chuveiros, 2
bacias sanitárias com caixa acoplada e dois lavatórios.
e) Como não havia tempo suficiente para o cálculo completo, você considerou que para um correto
funcionamento das peças/aparelhos sanitários dos banheiros coletivos, a pressão mínima no ponto
D1 seria de 4 m.c.a.
f) As saídas dos hidrantes se elevam 1,0 m acima do nível do piso.

Encontrar o que foi solicitado.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 47
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Planta Baixa – reservatório

1. I2
2. F2
3. D2

Detalhe do Reservatório Elevado

_________________________________________________________________________________________________________________________ 48
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Esquema isométrico das instalações de combate a incêndio, água fria (consumo doméstico) e água fria (consumo industrial).

_________________________________________________________________________________________________________________________ 49
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Esquema isométrico da instalação de água fria dos banheiros coletivos masculino e femininos.

OBS: Além das singularidades notórias, existe um registro de funcionamento do tipo pressão em cada
sub-ramal de chuveiro.

1.14) A reunião referida na questão anterior foi bastante proveitosa e você recebeu vários elogios pela
sua participação. Porém, o responsável pela equipe, que era bastante exigente para com o trabalho,
pediu que você verificasse a pressão dinâmica disponível para os dois chuveiros no fim do ramal, que
são os dois mais desfavoráveis em termos de pressão. Após a verificação ele sugeriu que você
ajustasse o valor de X (elevação mínima do fundo do reservatório elevado) para mais ou para menos,
conforme fosse possível e/ou necessário.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 50
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulo III – Esgoto sanitário


Esgotos sanitários são as águas servidas na edificação, tais como efluentes de bacia sanitária, ralos,
chuveiros, lavatórios, pias, tanques de lavar roupas, dentre outros. Contém elevada quantidade de
materia orgânica putrescível, que ao se decompor originam gases mau cheirosos, além de
microorganismos patogênicos. Devido a esse conteúdo nocivo à saúde e bem-estar dos habitantes da
edificação, os esgotos devem ser coletados e transportados à rede pública coletora de esgotos ou, na
inexistência desta, a outro destino, tais como tanques sépticos e sumidouros, dentre outros. Tal coleta e
transporte é feita por meio de uma rede de tubos e acessórios denominada rede predial de esgoto
sanitário. No Brasil, o projeto de redes prediais de esgoto sanitário é regido pela NBR 8160 da ABNT,
cuja última edição é de 1999.

Partes componentes de uma instalação predial de esgotos sanitários

Os esgotos se originam nos aparelhos sanitários, os quais


estão ligados a um tubo denominado ramal de descarga.
Os ramais de descarga atendem a um único aparelho
sanitário e podem desaguar em caixas sinfonadas, caixas
de passagem, tubos de queda ou subcoletores, conforme
seja o caso.
As caixas sinfonadas ou caixas de passagem são pequeno
compartimento, geralmente de forma cilíndrica, destinadas
a permitir a junção de tubulações (ramais de descarga). No
caso da sinfonada, existe um selo hídrico destinado a
vedar a passagem de gases de jusante para montante
(considerando o sentido do escoamento dos esgotos).
Quando dois ou mais ramais de descarga se unem, numa
caixa de passagem ou sinfonada, a partir deste ponto
temos os ramais de esgoto, que portanto atendem a dois
ou mais aparelhos sanitários. Os ramais de esgoto, por sua
vez, podem desaguar em tubos de queda ou subcoletores
de esgoto, conforme seja o caso. Os tubos de queda são
tubos verticais, existentes em edificações de dois ou mais
pavimentos, que recebe efluentes de ramais de descarga
e/ou de esgotos de vários pavimentos sobrepostos e os
conduzem para os subcoletores.
Os subcoletores recebem os efluentes de ramais de
descarga, esgoto ou tubos de queda e os conduzem a rede
pública de coleta ou a outro destino dos esgotos. O trecho
compreendido entre a última ligação de subcoletor ou
ramal de descarga ou de esgoto, conforme seja o caso, e a
rede pública de coleta de esgotos ou o dispositivo de
Figura 3.1: Caia sifonada de 7 entradas
tratamento ou disposição final, é denominado coletor
predial.
Existem ainda as tubulações de ventilação, as quais tem como função manter a pressão atmosférica nos
condutos de esgotos, evitando o rompimento dos selos hídricos. Os tubos ventilados mais comumente
encontrados são: ramais de ventilação, colunas de ventilação e tubo ventilador primário. Os ramais de
ventilação são tubos ventiladores que interligam o desconector, ou ramal de descarga, ou ramal de
esgoto de um ou mais aparelhos sanitários, a uma coluna de ventilação ou a um tubo ventilador primário.
As colunas de ventilação são os tubos ventiladores, de disposição vertical, que se prolongam através de
um ou mais pavimentos da edificação e têm sua extremidade superior aberta à atmosfera ou ligada a um
tubo ventilador primário.O tubo ventilador primário consiste no prolongamento do tubo de queda, acima
do ponto da mais elevada ligação de esgoto, para efeito de ventilação. A extremidade superior do tubo
ventilador primário é aberta para a atmosfera.
Fazendo parte da rede predial de esgoto sanitário, existem ainda o dispositivo de inspeção, limpeza e
desobistrução das tubulações, e podem ser de dois tipos: caixas de inspeção e poços de visita.

Rede primária e rede secundária

A rede predial de esgoto sanitário pode ser dividida em rede primária e rede secundária. A rede primária
é aquela à qual os gases mau cheirosos do sistema público de coleta ou do dispositivo de tratamento e
_________________________________________________________________________________________________________________________ 51
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
disposição final têm acesso, ou seja, aquela à jusante dos desconectores. À montante dos
desconectores temos a rede secundária, onde os referidos gases não têm acesso.

O sistema separador de esgotos

O sistema público de coleta de esgotos pode ser classificado em:


• unitário
• separador parcial
• separador absoluto

O sistema unitário é aquele em que os esgotos sanitários são coletados juntamente com as águas
pluviais. Estes sistemas foram os primeiros a serem empregados quando do surgimento das redes de
esgotos na Europa. Ainda na atualidade, estes sistemas são utilizados em algumas localidades de clima
temperado, onde existe compatibilidade entre as vazões de esgotos e os de águas pluviais. O sistema
unitário mostra-se inadequado à realidade econômica e climática de localidades tropicias, como o Brasil.
Quando da implantação do sistema de coleta de esgotos da cidade do Rio de Janeiro e Santos, o estudo
de concepção apontou para incompatibilidade entre as vazões de esgotos e vazões de águas pluviais,
tendo sido nesta ocasião proposto o sistema separador parcial, no qual os esgotos sanitários e fração
das águas pluviais que caiam no interior dos lotes eram drenados pelo mesmo sistema. Anos mais tarde,
quando do projeto do sistema de esgotos da cidade de Menphis, o engenheiro George Waring propôs
um sistema de coleta de esgotos sanitários totalmente separado do de águas pluviais, tendo este sido
denominado de sistema separador absoluto. Este sistema é o adotado no Brasil desde 1912. Por conta
de o sistema público de coleta de esgotos ser o separador absoluto, o sistema predial também o deve
ser, recomendação esta preconizada pela NBR 8160/1999.

Dimensionamento dos componentes

A NBR 8160/1999 recomenda dois métodos para dimensionamento das instalações prediais de esgoto
sanitário: o Método de Hunter e o Método Hidráulico. O primeiro já é utilizado a bastante tempo,
enquanto que o segundo teve sua proposição mais recentemente e é vindo muito pouco utilizado.
Abordar-se-a nesta publucação, apenas o Método das unidades Hunter de contribuição.

a) Ramais de descarga e ramais de esgoto

Como os ramais de descarga atendem a único aparelho, o número de UHC é sempre o mesmo e seus
diâmetros são os apresentados na tabela 3.1. Para aparelhos sanitários não listados na tabela 3.1, o diâmetro
do ramal de descarga pode ser obtido apartir da tabela 3.2 mostrada abaixo. Os ramais de esgoto são
dimensionados com base no somatório dos UHC dos aparelhos atendidos pelo trecho, conforme a tabela 3.3.

Com relação aos ramais de descarga e de esgoto, a NBR 8160/1999 recomenda ainda que as
declividades mínimas para ramais de descarga e ramais de esgoto sejam as seguintes:

• Tenham declividade mínima de 2% para tubulação com diâmetro igual ou inferior a 75


(para tubos de PVC para esgoto, são eles: 40, 50, 60 e 75mm) e de 1% para tubulação
com diâmetro igual ou superior a 100mm (para tubos de PVC para esgotos, são eles: 100,
150 e 200).
• As mudanças de direção nos trechos horizontais devem ser feitas com peças com ângulo
central igual ou inferior a 45°.
• As mudanças de direção (horizontal para vertical e vice-versa) podem ser executadas com
peças com ângulo central igual ou inferior a 90°.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 52
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 3.1 – Unidades de Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal
mínimo dos ramais de descarga
Aparelho Sanitário Número de unidades de Hunter de DN mínimo do ramal
contribuição de descarga

1)
Bacia Sanitária 6 100

Banheira de residência 2 40
Bebedouro 0,5 40
De residência 2 40
Chuveiro
Coletivo 4 40
De residência 1 40
Lavatório
De uso geral 2 40

Válvula de descarga 6 75
Caixa de descarga 5 50
Mictório
Descarga automática 2 40
2)
De calha 2 50

Pia de cozinha residencial 3 50


Pia de cozinha industrial
3 50
Preparação
4 50
Lavagem de panelas
Tanque de lavar roupas 3 40
3)
Máquina de lavar louças 2 50
3)
Máquina de lavar roupas 3 50
1) O diâmetro nominal DN mínimo para o ramal de descarga da bacia sanitária pode ser reduzido para DN 75, caso justificado pelo cálculo de
dimensionamento efetuado pelo método hidráulico apresentado no anexo B e somente depois da revisão da NBR 6452:1985 (aparelhos sanitários
de material cerâmico), pela qual os fabricantes devem confeccionar variantes das bacias sanitárias com saída própria para ponto de esgoto de DN
75, sem necessidade de peça especial de captação.
2) Por metro de calha – considerar como ramal de esgoto (ver tabela 3.3).
3) Devem ser consideradas as recomendações dos fabricantes.
Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

Tabela 3.2 – Unidades de Hunter de Tabela 3.3 – Dimensionamento de ramais de


contribuição para aparelhos não relacionados esgoto
na tabela 3.1

Diâmetro Nominal Número de unidades Diâmetro Nominal Número máximo de


mínimo do ramal de Hunter de mínimo do tubo unidades Hunter de
descarga contribuição contribuição
DN
DN UHC UHC
40 3
40 2
50 6
50 3
75 20
75 5
100 160
100 6
Fonte: NBR 8160 (ABNT, 1999) Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 53
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
b) tubos de queda

São dimensonados conforme a tabela 3.4

Tabela 3.4 – Dimensinamento de tubos de queda


Diâmetro nominal do tubo Número máximo de unidades Hunter de contribuição

DN
Prédio de até 3 pavimentos Prédio com mais de 3 pavimentos
40 4 8
50 10 24
75 30 70
100 240 500
150 960 1900
200 2200 3600
250 3800 5600
300 6000 8400
Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

Com relação a critérios de projeto paratubos de queda, a NBR 8160/1999 recomenda ainda que:

• Os tubos de queda devem, sempre que possível, ser instalados em um único alinhamento.
Quando necessários, os desvios devem ser feitos com peças formando ângulo central
igual ou inferior a 90°, de preferência com curvas de raio longo ou duas curvas de 45°.

• Para os edifícios de dois ou mais andares, nos tubos de queda que recebam efluentes de
aparelhos sanitários tais como pias, tanques, máquinas de lavar e outros similares, onde
são utilizados detergentes que provoquem a formação de espuma, devem ser adotadas
soluções no sentido de evitar o retorno de espuma para os ambientes sanitários, tais
como:

a) não efetuar ligações de tubulações de esgoto ou de ventilação nas regiões de


ocorrência de sobrepressão, conforme detalhado em 4.2.4.3;
b) efetuar o desvio do tubo de queda para a horizontal com dispositivos que atenuem a
sobrepressão, ou seja, curva de 90° de raio longo ou duas curvas de 45°; ou c) instalar
dispositivos com a finalidade de evitar o retorno de espuma.

• São considerados zonas de sobrepressão (ver figura 3.2):

a) o trecho, de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a montante do desvio


para horizontal;
b) o trecho de comprimento igual a 10 diâmetros, imediatamente a jusante do mesmo
desvio;
c) o trecho horizontal de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a montante
do próximo desvio;
d) o trecho de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a montante da base do
tubo de queda, e o trecho do coletor ou subcoletor imediatamente a jusante da mesma
base;
e) os trechos a montante e a jusante do primeiro desvio na horizontal do coletor com
comprimento igual a 40 diâmetros ou subcoletor com comprimento igual a 10 diâmetros;
f) o trecho da coluna de ventilação, para o caso de sistemas com ventilação secundária,
com comprimento igual a 40 diâmetros, a partir da ligação da base da coluna com o tubo
de queda ou ramal de esgoto.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 54
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Figura 3.2- Zonas de sobrepressão. Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

• Devem ser previstos tubos de queda especiais para pias de cozinha e máquinas de lavar
louças, providos de ventilação primária, os quais devem descarregar em uma caixa de
gordura coletiva.

c) Subcoletores e coletor predial

Os trechos de subcoletores e coletor predial devem possibilitar o escoamento dos efluentes por
gravidade, devendo apresentar declividade mínima de 1% e máxima de 5%. O dimensionamento deve
ser conforme a tabela 3.5

Tabela 3.5 – Dimensionamento de subcoletores e coletor predial


Diâmetro nominal do tubo Número máximo de unidades de Hunter de contribuição em função
das declividades mínimas
%
DN 1 2 4
100 180 216 250
150 700 840 1000
200 1600 1920 2300
250 2900 3500 4200
300 4600 5600 6700
400 8300 10000 12000
Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

Com relação a critérios de projeto para subcoletores e coletor predial, a NBR 8160/1999 recomenda
ainda que:

• No dimensionamento do coletor predial e dos subcoletores em prédios residenciais, deve


ser considerado apenas o aparelho de maior descarga de cada banheiro para a somatória

_________________________________________________________________________________________________________________________ 55
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
do número de unidades de Hunter de contribuição. Nos demais casos, devem ser
considerados todos os aparelhos contribuintes para o cálculo do número de UHC.

• As variações de diâmetro, direção ou declividade de subcoletores devem ser feitos


mediante o emprego de dispositivos de isnpeção.

• Quando as tubulações forem aparentes, as interligações de ramais de descarga, ramais de


esgoto e subcoletores devem ser feitas através de junções a 45°, com dispositivos de
inspeção nos trechos adjacentes; quando as tubulações forem enterradas, devem ser
feitas através de caixa de inspeção ou poço de visita.

d) Ramais de ventilação

Primeiramente, deve-se verificar a necessidade da instalação de um ramal de ventilação, conforme a


distância máxima admitida entre o desconector e o tubo ventilador mais próximo, conforme Tabela 3.6.
Havendo a necessidade de instalação de ramais de ventilação, o mesmo pode ser dimensionado pela
tabela 3.7.

Tabela 3.6 – Distância máxima de um conector ao tubo ventilador


Diâmetro nominal do ramal de esgoto Distância máxima
DN m
40 1,00
50 1,20
75 1,80
100 2,40
Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

Tabela 3.7 – Dimensionamento de ramais de ventilação


Grupo de aparelhos sem bacias sanitárias Grupo de aparelhos com bacias sanitárias

Número de unidades de Diâmetro nominal do Número de unidades de Diâmetro nominal do


Hunter de contribuição ramal de ventilação Hunter de contribuição ramal de ventilação

Até 12 40 Até 17 50
13 a 18 50 18 a 60 75
19 a 36 75 - -
Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

A distância entre a saída do


aparelho sanitário e a inserção
do ramal de ventilação deve
ser igual a no mínimo duas
vezes o diâmetro do ramal de
descarga.

Figura 3.3 - Ligação de ramal de ventilação.


Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 56
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

e) Colunas de ventilação

As colunas de ventilação são dimensionadas conforme a tabela 3.8. Observa-se nesta tabela que o
dimensionamento das colunas de ventilação dependem de: DN do tubo de queda ao qual ela está
atrelada, somatório do número de UHC dos aparelhos atendidos pela coluna e do comprimento da
coluna.

Tabela 3.8: Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação


Diâmetro Diâmetro nominal mínimo do tubo de ventilação
nominal do
Número de
tubo de
unidades de 40 50 75 100 150 200 250 300
queda ou
Hunter de
do ramal de
contribuição Comprimento permitido
esgoto
DN m
40 8 46 - - - - - - -
40 10 30 - - - - - - -
50 12 23 61 - - - - - -
50 20 15 46 - - - - - -
75 10 13 46 317 - - - - -
75 21 10 33 247 - - - - -
75 53 8 29 207 - - - - -
75 102 8 26 189 - - - - -
100 43 - 11 76 299 - - - -
100 140 - 8 61 229 - - - -
100 320 - 7 52 195 - - - -
100 530 - 6 46 177 - - - -
150 500 - - 10 40 305 - - -
150 1100 - - 8 31 238 - - -
150 2000 - - 7 26 201 - - -
150 2900 - - 6 23 183 - - -
200 1800 - - - 10 73 286 - -
200 3400 - - - 7 57 219 - -
200 5600 - - - 6 49 186 - -
200 7600 - - - 5 43 171 - -
250 4000 - - - - 24 94 293 -
250 7200 - - - - 18 73 225 -
250 11000 - - - - 16 60 192 -
250 15000 - - - - 14 55 174 -
300 73000 - - - - 9 37 116 287
300 13000 - - - - 7 29 90 219
300 20000 - - - - 6 24 76 186
300 26000 - - - - 5 22 70 152
Fonte: NBR 8160 (ABNT 1999)

A NBR 8160/1999 recomenda ainda que:

• Toda coluna de ventilação deve ter diâmetro uniforme;


• A extremidade inferior da coluna de ventilação deve estar ligada a um subcoletor ou a um tubo
de queda, em ponto situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou de descarga, ou
neste ramal de esgoto ou de descarga;
• A extremidade superior da coluna deve estar situada acima da cobertura do edifício, ou ligada a
um tubo ventilador primário a no mínimo 15 cm acima do nível de transbordamento da água do
mais elevado aparelho sanitário por ele servido.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 57
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
f) Tubo ventilador primário

Consiste pura e simplesmente no prolongamento do tubo de queda a partir da mais elevada inserção de
ramais de descarga ou de esgoto até além da coberta. Tem, portanto, o mesmo diâmetro do tubo de
queda correspondente.

A NBR 8160 recomenda ainda que:

• A extremidade aberta do tubo ventilador primário ou coluna de ventilação deve estar situada acima
da cobertura do edifício a uma distância mínima que impossibilite o encaminhamento à mesma das
águas pluviais provenientes do telhado ou laje impermeabilizada.

• A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou coluna de ventilação:

a) não deve estar situada a menos de 4,00 m de qualquer janela, porta ou vão de ventilação,
salvo se elevada pelo menos 1,00 m das vergas dos respectivos vãos;
b) deve situar-se a uma altura mínima igual a 2,00 m acima da cobertura, no caso de laje
utilizada para outros fins além de cobertura; caso contrário, esta altura deve ser no mínimo igual a
0,30 m;
c) deve ser devidamente protegida nos trechos aparentes contra choques ou acidentes que
possam danificá-la;
d) deve ser provida de terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça a entrada das
águas pluviais diretamente ao tubo de ventilação.

• Quando não for conveniente o prolongamento de cada tubo ventilador até acima da cobertura, pode
ser usado um barrilete de ventilação.

g) Caixas sifonadas

As caixa sifonadas pré-fabricadas podemter 1, 3, 5 ou 7 entradas. De acordo com a NBR 8160/1999, as


caixas sifonadas devem ter as seguintes características mínimas:

a) ser de DN 100, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite de 6 UHC;
b) ser de DN 125, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite de 10 UHC;
c) ser de DN 150, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite de 15 UHC.

Já as caixas sifonadas especiais devem ter as seguintes características mínimas:

a) fecho hídrico com altura de 0,20 m;


b) quando cilíndricas, devem ter o diâmetro interno de 0,30 m e, quando prismáticas de base
poligonal, devem permitir na base a inscrição de um círculo de diâmetro de 0,30 m;
c) devem ser fechadas hermeticamente com tampa facilmente removível;
d) devem ter orifício de saída com o diâmetro nominal DN 75.

Além disso, a mesma norma recomenda que o dimensionamento de seu ramal de esgoto deve ser
efetuado pela tabela 3.2.

h) Caixas de gordura

De acordo com a NBR 8160/1999, as caixas de gordura devem ser dimensionadas como se segue:

• Para a coleta de apenas uma cozinha, pode ser usada a caixa de gordura pequena ou a caixa
de gordura simples;

• Para a coleta de duas cozinhas, pode ser usada a caixa de gordura simples ou a caixa de
gordura dupla;

• Para a coleta de três até 12 cozinhas, deve ser usada a caixa de gordura dupla;

• Para a coleta de mais de 12 cozinhas, ou ainda, para cozinhas de restaurantes, escolas,


hospitais, quartéis, etc., devem ser previstas caixas de gordura especiais.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 58
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Pequena (CGP), cilíndrica, com as seguintes dimensões
mínimas:

• diâmetro interno: 0,30 m;


• parte submersa do septo: 0,20 m;
• capacidade de retenção: 18 L;
• diâmetro nominal da tubulação de saída: DN 75;

Simples (CGS), cilíndrica, com as seguintes dimensões


mínimas:

• diâmetro interno: 0,40 m;


• parte submersa do septo: 0,20 m;
• capacidade de retenção: 31 L;
• diâmetro nominal da tubulação de saída: DN 75;

Dupla (CGD), cilíndrica, com as seguintes dimensões


mínimas:

• diâmetro interno: 0,60 m;


• parte submersa do septo: 0,35 m
• capacidade de retenção: 120 L;
• diâmetro nominal da tubulação de saída: DN 100;

Especial (CGE), prismática de base retangular, com as


seguintes características:

• distância mínima entre o septo e a saída: 0,20 m;


• volume da câmara de retenção de gordura obtido
pela fórmula:

V = 2 N + 20

onde: N: é o número de pessoas servidas pelas


cozinhas que contribuem para a caixa de
gordura no turno em que existe maior Figura 3.4: Caixa de gordura pré-fabricada
afluxo; Fonte: TIGRE (2008)
V: é o volume, em litros;

• altura molhada: 0,60 m;


• parte submersa do septo: 0,40 m;
• diâmetro nominal mínimo da tubulação de saída:
DN 100.

i) Caixas de passagem

As caixas de passagem devem ter as seguintes características:

• quando cilíndricas, ter diâmetro mínimo igual a 0,15 m e, quando prismáticas de base poligonal,
permitir na base a inscrição de um círculo de diâmetro mínimo igual a 0,15 m;
• ser providas de tampa cega, quando previstas em instalações de esgoto primário;
• ter altura mínima igual a 0,10 m;
• ter tubulação de saída dimensionada pela tabela de dimensionamento de ramais de esgoto,
sendo o diâmetro mínimo igual a DN 50.

j) Caixas de inspeção e poços de visita

As caixas de inspeção devem ter:


_________________________________________________________________________________________________________________________ 59
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

• profundidade máxima de 1,00 m;


• forma prismática, de base quadrada ou retangular, de lado interno mínimo de 0,60 m, ou
cilíndrica com diâmetro mínimo igual a 0,60 m;
• tampa facilmente removível, permitindo perfeita vedação;
• fundo construído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar formação de depósitos.

Os poços de visita devem ter:

• profundidade maior que 1,00 m;


• forma prismática de base quadrada ou retangular, com dimensão mínima de 1,10 m, ou cilíndrica
com um diâmetro interno mínimo de 1,10 m;
• degraus que permitam o acesso ao seu interior;
• tampa removível que garanta perfeita vedação;
• fundo constituído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar formação de sedimentos;
• duas partes, quando a profundidade total for igual ou inferior a 1,80 m, sendo a parte inferior
formada pela câmara de trabalho (balão) de altura mínima de 1,50 m, e a parte superior formada
pela câmara de acesso, ou chaminé de acesso, com diâmetro interno mínimo de 0,60 m.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 60
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Exercício resolvido:

Dimensionar a rede de esgoto sanitário para a mesma situação do exercício de água fria.

Figura 3.5 – Planta baixa do pavimento tipo

a) Banheiro da suíte

_________________________________________________________________________________________________________________________ 61
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

O diâmetro dos ramais de descarga são encontrados na tabela 3.1.

Lavatório  = 40

Bacia sanitária  = 100

Ralo (chuveiro)  = 40

A caixa sinfonada recebe as seguintes UHC:

- lavatório: 1
- ralo (chuveiro): 2
- ralo (próprio)*: 2

TOTAL: 5 UHC.

Assim, o mesmo deve ser de DN 100.

O ramal de esgoto da caixa sinfonada deve ser (tabela 3.2): DN 75.

Como a distância do desconector da caixa sinfonada até a coluna de ventilação deste banheiro é
de 1,50 metros que é menos que o limite de 1,80m para DN do ramal de esgoto (da caixa
sinfonada) de 75, não há necessidade da instalação de ramal de ventilação.

b) Banheiro social

Dimensionamento idêntico ao banheiro da suíte

c) Banheiro da área de serviço

_________________________________________________________________________________________________________________________ 62
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

O diâmetro dos ramais de descarga são encontrados na tabela 3.1.

Lavatório  = 40

Bacia sanitária  = 100

A caixa sinfonada recebe as seguintes UHC:

- lavatório: 1
- ralo (próprio)*: 2

TOTAL: 3 UHC.

Assim, a mesma deve ser de DN 100.

O ramal de esgoto da caixa sinfonada deve ser de (tabela 3.2): DN 50.

Como a distância do desconector da caixa sinfonada até a coluna de ventilação deste banheiro é
de cerca de 0,7 metros, que é menor que o limite de 1,20m para o DN do ramal de esgoto de 50
da caixa sinfonada, não há necessidade de ramal de ventilação para este banheiro.

d) Área de serviço

O ramal de descarga do tanque de lavar roupas é de DN 40, conforme tabela 3.2, e do ralo sinfonado é
DN 40.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 63
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

e) Cozinha

O ramal de descarga da pia é de DN 50 (tabela 3.1).

f) Tubos de queda

• Do banheiro da suíte

- lavatório : 1 UHC
- bacia sanitária: 6 UHC
- ralo (caixa sinfonada): 2 UHC
- ralo (chuveiro): 2 UHC

Σ UHC = 11 (do pavimento)

Σ UHC = 10 x 11 = 110 (para o conjunto de 10 banheiros sobrepostos)

Assim, pela tabela 3.4, temos que o DN deve ser de 100.

• Do banheiro social

Idem ao do banheiro da suíte.

• Do banheiro da área de serviço

Foi considerado que o esgoto dos dois banheiros da área de serviço de cada pavimento, por serem
adjacentes, foi conduzido pelo mesmo tubo de queda..

- lavatórios: 2 x 1 = 2 UHC
- bacia sanitária: 2 x 6 = 12 UHC
- ralo (caixa sinfonada): 2 x 2 = 4 UHC

Σ UHC = 18 (para cada pavimento)

Σ UHC = 10 x 18 = 180 (para o conjunto dos 20 banheiros)

Assim, pela tabela 3.4, temos que o DN deve ser de 100.

• Da área de serviço

- tanque de lavar roupas: 3 UHC


- ralo sinfonado: 2 UHC

_________________________________________________________________________________________________________________________ 64
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Σ UHC = 5 (para cada pavimento)

Σ UHC = 10 x 5 = 50 (para o conjunto dos 10 pavimentos)

Assim, pela tabela 3.4, temos que o DN deve ser 75

• Da cozinha (tubo de gordura)

Pia: 2 x 3 UHC = 6 UHC (por pavimento)

Σ UHC = 10 x 6 = 60 (para os 10 pavimentos)

Assim, pela tabela 3.4, temos que o DN deve ser 75.

g) Subcoletores e coletor predial

A disposição dos subcoletores e coletor predial foi conforme a figura 3.6.

11 6,5m 10 50,00m
1,5 9
8 5

CSE CSE
7 4
2
6 3
CGE

1
Área de
1,5 10,0m jardinagem
(não-pavi-
mentada)

Pilotis
(área pavimentada)

12 3,0

48,80m 3,0
13 m

Figura 3.6: Subcoletores e coletor predial

Ponto Origem do tubo de queda


_________________________________________________________________________________________________________________________ 65
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
1 2 cozinhas

2 2 banheiros da área de serviço

3e6 Área de serviço

4e7 Banheiro social

5e8 Banheiros da suíte

Verifica-se qual a inclinação disponível para a situação. Para efeito de resolução deste exercício,
considerou-se a cota do terreno regularizado de 50,00m e a da geratriz superior do coletor público de
48,80m. Para áreas não-pavimentadas é prudente se considerar um recobrimento mínimo de 30cm para
a tubulação de esgoto.

A partir do ponto 3 (ou 6), que dista 29,16m do ponto 13 (coletor público de esgotos), e tomando por
base a geratriz inferior dos subcoletores, temos uma diferença de nível de
∆H = cota do ponto 3 – cota do ponto 13

Cota do ponto 3 = 50,00 – rec – DN

Rec: recombrimento (30 cm)


DN: diâmetro nominal do trecho 3-9 (ou 6-9), que suporemos ser de 100.

Cota do ponto 3 = 50,00-0,30-0,10 = 49,60


Cota do ponto 13 = 48,80
∆H = 49,60-48,80=0,80m.

TRECHO Σ UHC i DN

Assim, a inclinação máxima disponível para os 1-2 60 2% 100


subcoletores é de:
∆H 0,8 2-9 180 2% 100
i= = = 0,027.
Ltot 29,16
3-9 50 2% 100
i = 2,7% 6-9 50 2% 100

Como na tabela 3.5 não tem essa inclinação, 4-5 60 2% 100


utiliza-se o imediatamente inferior (2%).
7-8 60 2% 100
Preenche-se a tabela ao lado:
5-9 120 2% 100

8-10 120 2% 100

9-10 400 2% 150

10-11 520 2% 150

11-12 520 2% 150

12-13 520 2% 150

_________________________________________________________________________________________________________________________ 66
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

g) Caixa de gordura

V = 2 × 80 + 20
V = 180 L
V = 0,18m 3

0,4 x 2 = 0,18
x = 0,54

0,4

Fig. 3.7:

_________________________________________________________________________________________________________________________ 67
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulo IV – Unidades de tratamento e disposição final de


esgotos sanitaios
Em localidades onde não existe rede coletora de esgotos, faz-se imprescindível a previsão de
instalações de tratamento e disposição final dos esgotos sanitários. Atualmente, cerca de 50% dos
domicílios urbanos brasileiros encontram-se nesta situação (não atendido por rede coletora de esgotos),
sendo que nas grandes cidades este percentual é menor. A alternativa mais comumente utilizada para
tratamento de esgotos sanitários no âmbito predial são os tanques sépticos, também conhecidos como
fossas sépticas. No Brasil, o projeto e execução de tanques sépticos é regido pela NBR 7229, da ABNT,
cuja última edição é de 1993.
Apesar de remover boa parte da matéria orgânica presente no esgoto, os tanques sépticos dificilmente
apresentam efluente ao lançamento em corpos aquáticos. Dessa forma, existem ainda alternativas para
tratamento complementar de tanques sépticos cuja mais comum é o filtro anaeróbio. Para disposição
final, podem ser utilizados, dentre outras opções, os sumidouros (também conhecidos como poços
absorventes) e as valas de infiltração. No Brasil, opções de tratamento e disposição final para efluentes
de tanques sépticos são regidos pela NBR 13969, da ABNT, cuja última edição é de 1997.

Tanques sépticos

São câmaras, geralmente prismáticas, mas também existindo cilíndricas, nas quais os esgotos são
submetidos a uma retenção temporária de até 1 dia, durante a qual os esgotos sofrem processos físicos
e biológicos, resultando num efluente com menor teor de matéria orgânica quando comparado ao
afluente.
Segundo relatos de Pessoa e Jordão (1995), registros históricos apontam como inventor dos tanques
sépticos Jean Louis Mouras que, em 1860, construiu um tanque de alvenaria, no qual eram coletados,
antes de serem encaminhados para um sumidouro, os esgotos, restos de cozinha e águas pluviais de
uma pequena habitação em Veoul, na França. Este tanque, aberto 12 anos mais tarde, não apresentava
acumulada a quantidade de sólidos que foi previamente estimada em função da redução apresentada no
efluente líquido do tanque. Posterioemente, em colaboração com Moigne, autoridade científica da época,
Mouros realizou uma séria de experiências e, em face dos resultados obtidos, registrou a patente em 2
de setembro de 1881.

Os tanques sépticos são empregados primordialmente ao tratamento de esgotos domésticos e são


economicamente recomendados para tratar os despejos de até 100 pessoas, sendo o limite máximo de
até 500 pessoas. Entende-se por esgoto doméstico, aquele proveniente das atividades de limpeza e
higiêne, proveniente principalmente de residências, mas também de outras edificações.

O processo de tratamento que ocorre num tanque séptico é como se segue (Pessoa e Jordão, 1995):

a) Retenção do esgoto
O esgoto é detido na fossa por um período racionalmente estabelecido que pode variar de 24 a 12 horas,
dependendo as condições afluentes.

b) Decantação do esgoto
Simultaneamente à fase anterior, processa-se uma sedimentação de 60 a 70% dos sólidos em
suspensão contidos nos esgotos, formando-se uma subatância semilíquida denominada lodo. Parte dos
sólidos não sedimentados, formados por óleos, graxas, gorduras e outros materiais misturados com
gases, emerge e é retida na superfície livre do líquido, no interior da fosse séptica, os quais são
comumente denominados de escuma.

c) Digestão anaeróbia do lodo


Ambos, lodo e escuma, são atacados por bactérias anaeróbias, provocando destruição total ou parcial
de material volátil e organismos patogênicos.

d) Redução de volume do lodo


Do fenômeno anterior, digestão anaeróbia, resultam gases, líquidos e acentuada redução de volume dos
sólidos retidos e digeridos, que adquirem características estáveis capazes de permitir que o efluente
líquido da fossas séptica possa ser disposto em melhores condições de segurança.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 68
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Figura 4.1 - Funcionamento geral de um tanque séptico Fonte: NBR 7229 (ABNT 1993)

Critérios de projeto para tanques sépticos

O volume útil total do tanque séptico deve ser calculado pela fórmula:

V = 1000 + N (CT + K Lf)

Onde:

V = volume útil, em litros


N = número de pessoas ou unidades de contribuição
C = contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver Tabela 4.1)
T = período de detenção, em dias (ver Tabela 4.2)
K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo
fresco (ver Tabela 4.3)
Lf = contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver Tabela 4.1)

No cálculo da contribuição de despejos, deve ser considerado o seguinte:

a) número de pessoas a serem atendidas;


b) 80% do consumo local de água. Em casos plenamente justificados, podem ser adotados
percentuais diferentes de 80% e, na falta de dados locais relativos ao consumo, são adotadas as
vazões e contri-buições constantes na Tabela 4.1;
c) nos prédios em que haja, simultaneamente, ocupantes permanentes e temporários, a vazão
total de contribuição resulta da soma das vazões correspondentes a cada tipo de ocupante.

A contribuição de lodo fresco é estimada conforme a Tabela 4.1. Para os casos de esgotos não-
domésticos, a contribuição deve ser fixada a partir de observações de campo ou em laboratório, pelos
indicadores menos favoráveis.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 69
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 4.1 – Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de
ocupante
Unid.: L
Prédio Unidade Contribuição de esgoto (C) e lodo fresco (Lf)

1. Ocupantes permanentes
- residência
padrão alto pessoa 160 1

padrão médio pessoa 130 1

padrão baixo pessoa 100 1

-hotel (exceto lavanderia e conzinha) pessoa 100 1


-alojamento provisório pessoa 80 1

2. Ocupantes temporários
- fábrica em geral pessoa 70 0,30
- escritório pessoa 50 0,20
- edifícios públicos ou comerciais pessoa 50 0,20
- escolas (externatos) e locais de longa
0,20
permanência pessoa 50
- bares pessoa 6 0,10
- restaurantes e similares refeição 25 0,10
- cinemas, teatros e locais de curta
permanência lugar 2 0,02
(A)
-sanitários públicos bacia sanitária 480 4,0

(A)
Apenas de acesso aberto ao público (estação rodoviária, ferroviária, logradouro público, estadio esportivo, etc.)
Fonte: NBR 7229 (ABNT 1993)

Os tanques sépticos devem ser projetados para períodos mínimos de detenção, conforme a Tabela 4.2.

Tabela 4.2 – Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição

Tempo de detenção
Contribuição diária (L)
Dias Horas

Até 1500
1,00 24
De 1501 a 3000
0,92 22
De 3001 a 4500
0,83 20
De 4501 a 6000
0,75 18
De 6001 a 7500
0,67 16
De 7501 a 9000
0,58 14
Mais que 9000
0,50 12
Fonte: NBR 7229 (ABNT 1993)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 70
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

A taxa de acumulação total de lodo, em dias, é obtida em função de:

a) volumes de lodo digerido e em digestão, produzidos por cada usuário, em litros;


b) faixas de temperatura ambiente (média do mês mais frio, em graus Celsius);
c) intervalo entre limpezas, em anos.

As taxas resultantes são as da Tabela 4.3. Para acumulação em períodos superiores a cinco anos,
devem ser estudadas as condições particulares de contribuição, acumulação e adensamento do lodo em
cada caso.

Tabela 4.3 – Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por


intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio

Intervalo entre Valores de K por faixa de


limpezas (anos) Temperatura ambienete (t), em ºC

t ≤ 10 10 ≤ t ≤ 20 t > 20
1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
5 254 225 217
Fonte: NBR 7229 (ABNT 1993)

A Figura 4.2 mostar a temperatura média do mês de agosto, o mais frio para o Brasil.

Figura 4.2: Temperatura média do mês mais frio (agosto) para o Brasil (Fonte: INMET, 2015)
_________________________________________________________________________________________________________________________ 71
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Geometria dos tanques

Os tanques sépticos podem ser cilíndricos ou prismáticos retangulares. Os cilíndricos são empregados
em situações onde se pretende minimizar a área útil em favor da profundidade; os prismáticos
retangulares, nos casos em que sejam desejáveis maior área horizontal e menor profundidade.

Medidas internas mínimas (ver Figura 4.3)

As medidas internas dos tanques devem observar o que segue:

a) profundidade útil: varia entre os valores mínimos e máximos recomendados na Tabela 4.4, de
acordo com o volume útil;
b) diâmetro interno mínimo: 1,10 m;
c) largura interna mínima: 0,80 m;
d) relação comprimento/largura (para tanques prismáticos retangulares): mínimo 2:1; máximo
4:1.

Tabela 4.4 – Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume


útil

Volume útil Profundidade Profundidade


útil mínima útil máxima
3
(m ) (m) (m)

Até 6,0 1,20 2,20

De 6,0 a 10 1,50 2,50

Mais que 10 1,80 2,80

Fonte: NBR 7229 (ABNT 1993)

Afastamentos mínimos

Os tanques sépticos devem observar as seguintes distâncias horizontais mínimas:

a) 1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e ramal predial de


água;
b) 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água;
c) 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.

As distâncias mínimas são computadas a partir da face externa mais próxima aos elementos.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 72
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

a > 5 cm
b > 5 cm
c = 1/3 h
h = profundidade útil
H = altura interna total
L = comprimento interno total
W = largura interna total (> 80 cm)
Relação L/W: entre 2:1 e 4:1

Figura 4.3 – Detalhes e dimensões de um tanque séptico de câmara única


Fonte: NBR 7229 (ABNT 1993)

considerados.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 73
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tratamento complementar para efluente de tanque séptico

A NBR 13969/1997 sugere as seguintes opções para tratamento complementar de efluentes de tanques
sépticos:

a) filtro anaeróbico (de leito fixo e fluxo ascendente);


b) filtro aeróbio submerso;
c) valas de filtração e filtro de areia;
d) lodo ativado por batelada;
e) lagoa com plantas aquáticas.

Para disposição final, a mesma norma sugere o seguinte:

a) vala de infiltração;
b)sumidouros;
c)canteiro de infiltração.

Dessas opções para tratamento, a primeira, o filtro anaeróbio, é a mais exeqüível e de fácil manutenção
para uma residência e, por isso, será a única opção aqui comentada. As demais são de difícil operação
para uma residência, mas, no entanto, podem ser empregadas quando um nível mais avançado de
tratamento for requerido.

O filtro anaeróbio de leito fixo e fluxo Tabela 4.5: Contribuição de despejos por tipo de
ascendente é um reator biológico com esgoto prédio e de cupantes.
em fluxo ascendente, composto de uma Prédio Unidade Contribuição
câmara inferior vazia e uma câmara superior de esgoto
preenchida de meio filtrante submerso em que (L/dia)
atuam microorganismos facultativos ou 1. Ocupantes
anaeróbios, responsáveis pela estabilização permanentes
da matéria orgânica. Residência
Padrão alto Pessoa 160
O filtro anaeróbio é dimensionado como se Padrão médio Pessoa 130
segue: Padrão baixo Pessoa 100
Hotel (exceto
Pessoa 100
lavanderia e cozinha)
Vu = 1,6 NCT Alojamento provisório Pessoa 80
2. Ocupantes
Onde, temporários
Vu: volume útil (L); Fábrica em geral Pessoa 70
N: número de contribuintes (hab) Escritório Pessoa 50
C: contribuição de despejos (L/hab.d) Edifício público ou
Pessoa 50
comercial
T: tempo de detenção hidráulica (d)
Escolas (externatos)
e locais de longa Pessoa 50
A contribuição C é dada pela tabela 4.5, permanência
enquanto que o tempo de detenção hidráulico Bares Pessoa 6
é dado pela tabela 4.6. Restaurantes e
Pessoa 25
similares
Um esquema de uma configuração para filtro Cinemas, teatros e
anaeróbio é apresentada na figura 4.4. locais de curta Lugar 2
permanência
O leito filtrante deve ser de brita nº 4 ou nº 5, 1) Bacia
Sanitários públicos 480
ou de peças de plástico equivalentes. Sanitária
Fonte: NBR 13969 (ABNT 1997)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 74
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 4.6 – Tempo de detenção hidráulica de esgotos (T), por faixa de vazão e
temperatura do esgoto (em dias)
Vazão Temperatura média do mês mais frio

L/dia Abaixo de 15º C Entre 15ºC e 25ºC Maior que 25º C

Até 1500 1,17 1,00 0,92


De 1501 a 3000 1,08 0,92 0,83
De 3000 a 4500 1,00 0,83 0,75
De 4501 a 6000 0,82 0,75 0,67
De 6001 a 7500 0,83 0,67 0,58
De 7501 a 9000 0,75 0,58 0,50
Acima de 9000
0,75 0,50 0,50

Fonte: NBR 13969 (ABNT 1997)

Figura 4.4 Filtro anaeróbio tipo circular com entrada única de esgoto.
Fonte: NBR 13969 (ABNT 1997)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 75
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Disposição final para esgoto sanitário

Para as opções de disposição final, a mais utilizada é o Tabela 4.7 – Conversão de valores
sumidouro, por ser de simples execução e opreração e ainda de taxas de percolação em taxa de
requerer pouca area para implantação. Quando o nível do aplicação superficial
lençol freático é elevado, pode-se adotar as valas de
infiltração, que são bastante semelhantes aos sumidouros, Taxa de
Taxa máxima de
mas de disposição horizontal. percolação
aplicação diária
3 2
m /m .d
O lançamento dos esgotos domésticos no subsolo é uma min/m
prática tão natural e lógica, tendo pesquisas arqueológicas
40 ou menos 0,2
registrado que há cerca de 6000 anos os habitantes de
Sumere descarregavam seus esgotos em covas, cujas 80 0,14
profundidades variavam de 12 a 15 metros (FNS, 2003)
120 0,12
Sumidouro é a unidade de disposição final de esgotos
sanitários pré-tratados. Consistem em escavação de 160 0,1
disposição vertical, geralmente de seção transversal circular.
200 0,09
São dimensionanos com base na taxa de percolação do solo,
a qual está relacionada a uma taxa máxima de aplicação de 400 0,065
esgotos, conforme Tabela 4.7. A taxa de percolação do solo é
determinada conforme procedimento descrito no Anexo A da 600 0,053
NBR 13969/1997. Um esquema de sumidouro é apresentado
na Figura 4.5. 1200 0,037

1400 0,032

2400 0,024
Fonte: NBR 13969 (ABNT 1997)

Figura 4.5. – Esquema de sumidouro


_________________________________________________________________________________________________________________________ 76
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Exercício resolvido:

Dimensionar o sistema de tratamento e disposição final da edificação apresentada no capítulo anterior. O


sistema deverá ser constituído de tanque séptico, filtro anaeróbio e sumiouro.

Informações complementares:

Localidade: João Pessoa


Intervalo entre limpeza consecutivas: 2 anos
Profundidade no nível máximo do lencol freático: 30 m
Taxa de percolação do solo: 120 min/m

a) Tanque séptico

Vu = 1000 + N (CT + KL f )
Pop = 4 x 20 = 80 hab
C= 130 L/hab x dia (padrão médio; tabela 4.1)
Q = 80 x 130 = 10.400 L/d

Com essa contribuição diária (Q=10.400 L/d), temos que:


T=0,5 d (tabela 4.2)

Para um intervalo entre as limpezas para remoção do lodo de 2 anos e para uma temperatura ambiente
maior que 20ºC (João Pessoa), temos que K=97 dias (tabela 4.3)
Lf = 1 dia (Tabela 4.1)

Vu = 1000 + 80(130 × 0,5 + 97 × 1)


Vu = 13.960 L
3
Adotandtando uma profundidade útil de 2m (entre 1,80 e 2,80, para Vu ≥ 10m ; tabela 4.4), temos uma
área de seção horizontal de:

13,96
AH = = 6,98m 2
2
Adotando uma relação comprimento/largura de 2 (entre 2 e 4), temos:

x A=6,98m2

2x

2 x 2 = 6,98
x = 1,87 m

Comprimento = 3,74m
Largura = 1,87m

_________________________________________________________________________________________________________________________ 77
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

CORTE

PLANTA

b) Filtro anaeróbio

Vu = 1,6 NCT

N = 80 hab
C = 130 L/hab x dia (tabela 4.5)
T = 0,5 d (tabela 4.6)

Vu = 1,6 × 80 × 130 × 0,5


Vu = 8320 L

Adotando h1 = 0,05 m, temos que a profundidade útil (h + h1) é de 1,25 m.

Assim, a área da seção horizontal é de:

8,32
AH = = 6,66m 2
1,25

_________________________________________________________________________________________________________________________ 78
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
πD 2
A=
4
D = 2,91m

Adotando h2 = 0,25 m, temos que H = 1,20+0,05+0,25  H = 1,50 m

c) Sumidouro

Q =10.400 L/d

10,4
A= = 86,7 m 2
0,12

Adotando um diâmetro de 1m, temos:

πD 2
A = πDh +
4
π
86,7 = πh +
4
h = 27,3m

_________________________________________________________________________________________________________________________ 79
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulo V – Águas pluviais


As águas pluviais são aquelas provenientes das precipitações pluviométricas. Para a proteção da
edificação contra enxarcamentos, inunadações ou excesso de unidade, tais água necessitam ser
coletadas e transportadas para o exterior da edificação. Para tal, emprega-se calhas/ralos, condutos
verticais e condutos horizontais, constituíndo o sistema predial de coleta de águas pluviais. Este sitema,
conforme já mencionado no capítulo II, é concebido em separado do sistema de esgotos sanitários pelos
motivos lá descritos. Um outro aspecto importante a ser observado com relação às instalações prediais
de águas pluviais é que, o que a princípio possa ser considerado um problema, as águas pluviasis, pode
também representar um benefício caso as mesmas sejam capitadas, armazenadas e utilizadas na
edificação em fins não-potáveis.

No Brasil, as instalações prediais de águas pluviais são regidas pela NBR 10844, da ABNT, cuja última
edicão é de 1989.

Partes componentes de um sistema predial de águas pluviais

As águas pluviais são coletadas a partir dos telhados ou cobertas por meio de calhas ou ralos. As calhas
de beiral e de platibanda são quasi-horizontais, com incluinações geralmente na faixa de 0,5 a 1%. As
calhas de água furtada seguem a inclinação da água furtada correspondente. Após as calhas ou ralos,
tem-se os condutos verticias, que levam as águas da coberta e pavimentos intermediários até o térreo,
desaguando no solo, em caixas de infiltração, ou nos chamados condutos horizontais, que também, na
verdade, são quasi-horizontais. Os condutos horizontais levam as águas até a sarjeta ou até a rede
coletora de águas pluviais. No caso de haver aproveitamento das águas pluviais na edificação, os
condutos verticais ou horizontais levam as águas até o reservatório inferior.

Critérios de projeto

A vazão de projeto é dada pela equação 5.1

AI
Q=
60 Eq. 5.1

Onde:
Q: vazão (l/min)
2
A: área de contribuição (m )
I: intensidade pluviométrica (mm/h)

A NBR 10844 recomenda que:

• A ação dos ventos deve ser


levada em conta através da
adoção de um ângulo de
inclinação da chuva em relação
2
à horizontal igual a arc tg θ, para
o cálculo da quantidade de
chuva a ser interceptada por
superfícies inclinadas ou
verticais. O vento deve ser
considerado na direção que
ocasionar maior quantidade de Figura 5.1 – Influência do vento na inclinação da
chuva interceptada pelas chuva Fonte: NBR 10844 (ABNT 1989)
superfícies consideradas (Ver
Figura 5.1).

_________________________________________________________________________________________________________________________ 80
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

• No cálculo da área de contribuição, devem-se considerar os incrementos devidos à inclinação da


cobertura e às paredes que interceptem água de chuva que também deva ser drenada pela
cobertura (Ver Figura 5.2).

Figura 5.2 – Indicações para cálculos da área de contribuição Fonte: NBR 10844 (ABNT 1989)
_________________________________________________________________________________________________________________________ 81
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Para a intensidade pluviométrica, a duração da chuva deve ser de 5 min e o período de retorno como se
segue:

T = 1 ano, para áreas pavimentadas, onde empoçamentos possam ser tolerados;


T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços;
T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamento ou extravasamento não possa ser
tolerado.
2
Para construção até 100 m e área de projeção horizontal, salvo casos especiais, pode-se adotar I =
150mm/h.

A tabela 5.1 apresenta intensidades de chuva de 5 min para algumas cidades brasileiras.

Tabela 5.1 – Chuvas intensas noBrasil (Duração – 5 min)

Intensidade Pluviométrica (mm/h)


Local
periodo de retorno (anos)

1 5 25

1 - Alegrete/RS 174 238 313(17)


2 - Alto Itatiaia/RJ 124 164 240
3 - Alto Tapajós/PA 168 229 267(21)
4 - Alto Teresópolis/RJ 114 137(3) -
5 - Aracaju/SE 116 122 126
6 - Avaré/SP 115 144 170
7 - Bagé/RS 126 204 234(10)
8 - Barbacena/MG 156 222 265(12)
9 - Barra do Corda/MA 120 128 152(20)
10 - Bauro/SP 110 120 148(9)
11 - Bélem/PA 138 157 185(20)
12 - Belo Horizonte/MG 132 227 230(12)
13 - Blumenau/SC 120 125 152(15)
14 - Bonsucesso/MG 143 196 -
15 - Cabo Frio - RJ 113 146 218
16 - Campos/RJ 132 206 240
17 - Campos do Jordão/SP 122 144 164(9)
18 - Catalão/GO 132 174 198(22)
19 - Caxambu/MG 106 137(3) -
20 - Caxias do Sul/RS 120 127 218
21 - Corumbá/MT 120 131 161(9)
22 - Cruz Alta/RS 204 246 347(14)
23 - Cuiabá/MT 144 190 230(12)
24 - Curitiba/PR 132 204 228
25 - Encruzilhada/RS 106 126 158(17)
26 - Fernando de Norolha/FN 110 120 140(6)
27 - Florianópolis - SC 114 120 144
28 - Formosa/GO 136 176 217(20)
29 - Fortaleza/CE 120 156 180(21)
30 - Goiânia/GO 120 178 192(17)
31 - Guaramiranga/CE 114 126 152(19)
32 - Iraí/RS 120 198 228(16)
33 - Jacarezinho/PR 115 122 146(11)
34 - João Pessoa/PB 115 140 163(23)
35 - Juaretê/AM 192 240 288(10)
36 - km 47 - Rodovia Presidente Dutra/RJ 122 164 174(14)
37 - Lins/SP 96 122 137(13)
38 - Maceió/AL 102 122 174
39 - Manaus/AM 138 180 198
40 - Natal/RN 113 120 143(19)
41 - Nazaré/PE 118 134 155(19)
42- Niterói/RJ 130 183 250
43 - Nova Friburgo/RJ 120 124 156
44 - Olinda/PE 115 167 173(20)
45 - Ouro Preto/MG 120 211 -
46 - Paracatu/MG 122 233 -
47 - Paranaguá/PR 127 186 191(23)
48 - Paratins/AM 130 200 205(13)
_________________________________________________________________________________________________________________________ 82
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
49 - Passa Quatro/MG 118 180 192(10)
50 - Passo Fundo/RS 110 125 180
51 - Petrópolis/RJ 120 126 156
52 - Pinheira/RJ 142 214 244
53 - Piracicaba/SP 119 122 151(10)
54 - Ponta Grossa/PR 120 126 148
55 - Porto Alegre/RS 118 146 167(21)
56 - Porto Velho/RO 130 167 184(10)
57 - Quixeramobim/CE 115 121 126
58 - Resende/RJ 130 203 264
59 - Rio Branco/AC 126 139(2) -
60 - Rio de Janeiro/RJ (Bangu) 122 156 174(20)
61 - Rio de Janeiro/RJ (Ipanema) 119 125 160(15)
62 - Rio de Janeiro/RJ (Jacarepaguá) 120 142 152(6)
63 - Rio de Janeiro/RJ (Jardim Botânico) 122 167 227
64 - Rio de Janeiro/RJ (Praça XV) 120 174 204(14)
65 - Rio de Janeiro/RJ (Praça SaenzPeña) 125 139 167(18)
66 - Rio de Janeiro/RJ (Santa Cruz) 121 132 172(20)
67 - Rio Grande/RS 121 204 222(20)
68 - Salvador/BA 108 122 145(24)
69 - Santa Maria/RS 114 122 145(16)
70 - Santa Maria Madalena/RJ 120 126 152(7)
71 - Santa Vitória do Palmar/RS 120 126 152(18)
72 - Santos/SP 136 198 240
73 - Santos-Itapema/SP 120 174 204(21)
74 - São Carlos/SP 120 178 161(10)
75 - São Francisco do Sul/SC 118 132 167(18)
76 - São Gonçalo/PB 120 124 152(15)
77 - São Luiz/MA 120 126 152(21)
78 - São Luiz Gonzaga/RS 158 209 253(21)
79 - São Paulo/SP (Congonhas) 122 132 -
80 - São Paulo/SP (Mirante Santana) 122 172 191(7)
81 - São Simão/SP 116 148 175
82 - Sena Madureira /AC 120 160 170(7)
83 - Sete Lagoas/MG 122 182 281(19)
84 - Soure/PA 149 162 212(18)
85 - Taperinha/PA 149 202 241
86 - Taubaté/SP 122 172 208(6)
87 - Teófilo Otoni/MG 108 121 154(6)
88 - Teresina/PI 154 240 262(23)
89 - Teresópolis/RJ 115 149 176
90 - Tuoi/SP 122 154 -
91 - Turiaçi - MG 126 162 230
92 - Uaupés/AM 144 204 230(17)
93 - Ubatuba/SP 122 149 184(7)
94 - Uruguaiana/RS 120 142 161(17)
95 - Vassouras/RJ 125 179 222
96 - Viamão/RS 114 126 152(15)
97 - Vitória/ES 102 156 210
98 - Volta Redonda/RJ 156 216 265(13)
Notas:
a) Para locais não mencionados nesta Tabela, deve-se procurar correlação com dados dos pontos mais próximos que
tenham condições meteorológicas semelhantes às do local em questão
b) Os valores entre parênteses indicam os períodos de retorno a que se referem as intensidades pluviométricas, em vez
de 5 ou 25 anos, em virtude de os períodos de observação dos postos não terem sido suficientes.
c)Os dados apresentados obtidos do trabalho "Chuvas intensas do Brasil", de Otto Pfafstetter - Ministério da Viação e
Obras Públicas - Departamento Nacional de Obras e Saneamento -1957.
Fonte: NBR 10844 (ABNT 1989)

a) calhas

São dimensionadas como condutos livres, através da fórmula de Manning.

S 2 1
Q = 60.000 × RH 3 × i 2
n Eq. 5.2

Onde:
Q: vazão (l/min)
S:área da seção molhada da calha (m2)
RH: raio hidráulico (m)
i: inclinação (admensional)
n: coeficiente de rugosidade de Manning.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 83
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Na equação 5.2, geralmente são conhecidos os Tabela 5.2 – Coeficientes de rugosidade


valores da vazão, do coeficiente de Manning e da
inclinação, enquanto que as dimensões da calha,
expressa por meio da área molhada e o raio Material n
hidráulico constituem a incógnita.
plástico, fibrocimento, aço, metais
Segundo a NBR 10844/1989, a inclinação das 0,011
não ferrosos
calhas de beiral e platibanda, deve ser uniforme e
de valor mínimo igual a 0,5%. Esta mesma norma ferro fundido, concreto alisado,
não limita a inclinação num valor mínimo, porém, 0,012
alvenaria revestida
na prática, a inclinação das calhas geralmente fica
de no máximo 1%. cerâmica, concreto não-alisado 0,013

A Tabela 5.2 apresenta valores do coeficiente de alvenaria de tijolos não revestida 0,015
rugosidade de Manning para alguns materiais.

Fonte: NBR 10844 (ABNT 1989)

A Figura 5.3 mostar uma calha pré-fabricada, em PVC. A tabela 5.3 fornece as capacidades de calhas
semicirculares para n = 0,011 (PVC, por exemplo), para alguns valores de declividade, com h/D = ½
(cheia).

D = 125 mm; L = 3 m; A = 90 mm

Figura 5.3: Calha pre-fabricada de seção semicircular


Fonte: TIGRE (2008)

Tabela 5.3 – Capacidades de calhas semicirculares com coeficientes


de rugosidade n=0,011 (Vazão em L/min)
D Declividades (%)
(mm) 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0
100 129 142 153 164 174 183 192 201 209 217 224 232 239 246 252 259
125 235 257 278 297 315 332 348 364 379 393 407 420 433 446 458 470
150 382 418 452 483 512 540 566 592 616 638 661 683 704 724 744 764
200 822 901 973 1040 1103 1163 1220 1274 1326 1376 1424 1471 1516 1560 1603 1644

A NBR 10844 recomenda ainda que: Tabela 5.4 - Coeficientes multiplicativos da


vazao de projeto
• Quando a saída não estiver colocada em
uma das extremidades, a vazão de projeto Tipo de Curva a menos Curva entre 2
para o dimensionamento das calhas de curva de 2m da saída e 4m da saída
beiral ou platibanda deve ser aquela da calha da calha
correspondente à maior das áreas de Canto reto 1,2 1,1
contribuição. Canto 1,1 1,05
arredondado
• Em calhas de beiral ou platibanda, quando
a saída estiver a menos de 4m de uma
mudança de direção, a vazão de projeto
deve ser multiplicada pelos coeficientes da
tabela 5.4.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 84
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

b) Condutos verticias

De acorodo com a NBR 10844/1989, o dimensionamento dos condutos verticias deve ser feito através
dos ábacos apresentados na figura 5.4:

Estes ábacos podem ser utilizados da seguinte forma:

a) para um dado valor de vazão de projeto (eixo horizontal), traça-se uma linha vertical.

b) encontra-se os pontos de interseção desta reta com as curvas correspondentes a L e H. L é a


extensão do conduto vertical, em metros, e H é a altura molhada calculada para a calha, em
milímetros.

c) transporta-se o mais elevado dessas duas interseções para o eixo dos diâmetros (eixo
vertical).

Para tubos de PVC, é fabricado apenas um diâmetro, DN 88. Sendo assim, o ábaco pode ser utilizado
para se encontrar a vazão (ou área) que um conduto vertical de DN 88 consegue atender.

A NBR 10844 recomenda ainda que:

• Os condutores verticais devem ser projetados, sempre que possível, em uma só prumada.
o
Quando houver necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 90 de raio longo ou curvas
o
de 45 e devem ser previstas peças de inspeção.

• O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de seção circular é 70mm.

(a) Calha com saída em aresta viva Fonte: NBR 10844 (ABNT 1989)

Figura 5.4: Ábaco para dimensionamento de conduto vertical

_________________________________________________________________________________________________________________________ 85
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

(b) calha com funil de saída Fonte: NBR 10844 (ABNT 1989)

Figura 5.4: Ábaco para dimensionamento de conduto vertical

c) Condutos horizontais

Segundo a NBR 10844/1989, os condutores horizontais devem ser projetados, sempre que possível,
com declividade uniforme, com valor mínimo de 0,5%. O dimensionamento dos condutores horizontais
de seção circular deve ser feito para escoamento com lâmina de altura igual a 2/3 do diâmetro interno do
tubo.

As vazões para tubos de vários materiais e inclinações usuais estão indicadas nas Tabelas 5,5, 5.6 e
5.7.

Nas tubulações aparentes, devem ser previstas inspeções sempre que houver conexões com outra
tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e ainda a cada trecho de 20 m nos percursos
retilíneos.

Nas tubulações enterradas, devem ser previstas caixas de areia sempre que houver conexões com outra
tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e ainda a cada trecho de 20m nos percursos
retilíneos.

A ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de raio longo, com
inspeção ou caixa de areia, estando o condutor horizontal aparente ou enterrado.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 86
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 5.5: Capacidade de condutos horizontais para lâmina de 2/3 do diâmetro, em L/min (n = 0,011)

Declividades (%)
D
(mm) 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 4
50 32 35 38 40 43 45 47 50 52 54 55 57 59 61 62 64 66 67 69 70 72 73 74 76 77 78 80 81 82 83 85 86 87 88 89 91
75 94 103 112 119 127 133 140 146 152 158 163 169 174 179 184 189 193 198 202 207 211 215 219 223 227 231 235 239 242 246 250 253 257 260 263 267
100 203 223 240 257 273 287 301 315 328 340 352 363 375 385 396 406 416 426 436 445 454 463 472 481 489 498 506 514 522 530 538 545 553 560 567 575
150 599 656 709 758 804 847 888 928 966 1002 1038 1072 1105 1137 1168 1198 1228 1256 1285 1312 1339 1366 1392 1418 1443 1467 1492 1515 1539 1562 1585 1607 1629 1651 1673 1694
200 1290 1413 1526 1632 1731 1824 1913 1999 2080 2159 2234 2308 2379 2448 2515 2580 2644 2706 2767 2826 2885 2942 2998 3053 3107 3160 3212 3264 3314 3364 3413 3462 3509 3556 3603 3649
300 3803 4166 4500 4811 5103 5379 5641 5892 6133 6364 6588 6804 7013 7217 7414 7607 7795 7978 8158 8333 8505 8673 8838 9001 9160 9317 9471 9622 9771 9918 10063 10206 10347 10485 10622 10758
400 8191 8973 9692 10361 10990 11584 12150 12690 13208 13707 14188 14653 15104 15542 15968 16382 16787 17182 17568 17946 18316 18679 19035 19384 19727 20064 20396 20722 21044 21360 21672 21979 22283 22582 22877 23168
500 14852 16269 17573 18786 19926 21003 22029 23008 23948 24852 25724 26568 27385 28179 28951 29703 30437 31153 31853 32538 33209 33867 34512 35146 35768 36379 36980 37572 38155 38728 39294 39851 40401 40943 41479 42007

Tabela 5.6: Capacidade de condutos horizontais para lâmina de 2/3 do diâmetro, em L/min (n = 0,012)

Declividades (%)
D
(mm) 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 4
50 29 32 35 37 39 41 44 45 47 49 51 52 54 56 57 59 60 62 63 64 66 67 68 69 71 72 73 74 75 76 78 79 80 81 82 83
75 86 95 102 109 116 122 128 134 139 145 150 155 159 164 169 173 177 181 185 189 193 197 201 205 208 212 215 219 222 226 229 232 235 238 242 245
100 186 204 220 236 250 263 276 289 300 312 323 333 343 353 363 372 382 391 399 408 416 425 433 441 449 456 464 471 478 486 493 500 507 513 520 527
150 549 601 650 695 737 777 814 851 885 919 951 982 1012 1042 1070 1098 1125 1152 1178 1203 1228 1252 1276 1299 1322 1345 1367 1389 1411 1432 1453 1473 1494 1514 1534 1553
200 1183 1295 1399 1496 1587 1672 1754 1832 1907 1979 2048 2115 2180 2244 2305 2365 2423 2481 2536 2591 2644 2697 2748 2798 2848 2897 2944 2992 3038 3084 3129 3173 3217 3260 3303 3345
300 3487 3819 4125 4410 4678 4931 5171 5401 5622 5834 6039 6237 6429 6615 6796 6973 7145 7313 7478 7639 7796 7950 8102 8251 8397 8540 8681 8820 8957 9092 9224 9355 9484 9612 9737 9861
400 7509 8225 8884 9498 10074 10619 11137 11632 12107 12564 13005 13432 13845 14247 14637 15017 15388 15750 16104 16451 16790 17122 17448 17769 18083 18392 18696 18995 19290 19580 19866 20148 20426 20700 20970 21238
500 13614 14913 16108 17221 18265 19253 20193 21091 21952 22781 23580 24354 25103 25831 26539 27228 27900 28557 29199 29827 30442 31045 31636 32217 32787 33347 33899 34441 34975 35501 36019 36530 37034 37531 38022 38506

Tabela 5.7: Capacidade de condutos horizontais para lâmina de 2/3 do diâmetro, em L/min (n = 0,013)

Declividades (%)
D
(mm) 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 4
50 27 30 32 34 36 38 40 42 44 45 47 48 50 51 53 54 55 57 58 59 61 62 63 64 65 66 67 68 70 71 72 73 74 75 76 77
75 80 87 94 101 107 113 118 124 129 134 138 143 147 151 156 160 164 167 171 175 178 182 185 189 192 196 199 202 205 208 211 214 217 220 223 226
100 172 188 203 217 231 243 255 266 277 288 298 308 317 326 335 344 352 361 369 377 384 392 399 407 414 421 428 435 442 448 455 461 468 474 480 486
150 507 555 600 641 680 717 752 785 817 848 878 907 935 962 988 1014 1039 1063 1087 1110 1133 1156 1178 1199 1221 1242 1262 1282 1302 1322 1341 1360 1379 1397 1416 1434
200 1092 1196 1292 1381 1464 1544 1619 1691 1760 1827 1891 1953 2013 2071 2128 2183 2237 2290 2341 2392 2441 2489 2537 2583 2629 2674 2718 2761 2804 2846 2888 2929 2969 3009 3049 3087
300 3218 3525 3808 4071 4318 4551 4774 4986 5189 5385 5574 5757 5934 6106 6274 6437 6596 6751 6903 7051 7196 7339 7479 7616 7751 7883 8014 8142 8268 8392 8515 8636 8755 8872 8988 9103
400 6931 7593 8201 8767 9299 9802 10280 10738 11176 11598 12005 12399 12780 13151 13511 13862 14204 14539 14865 15185 15498 15805 16106 16402 16692 16978 17258 17534 17806 18074 18338 18598 18854 19108 19357 19604
500 12567 13766 14869 15896 16860 17772 18640 19468 20263 21028 21766 22480 23172 23844 24497 25134 25754 26360 26953 27533 28100 28657 29203 29739 30265 30782 31291 31792 32285 32770 33249 33720 34185 34644 35097 35544

_________________________________________________________________________________________________________________________ 87
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Exercício resolvido:

Dimensionar o sistema de coleta de águas pluviais do edifício apresentado em anexo.

1m

2m

8,0 m

2,0 m

1,5 m 7,5 m
_________________________________________________________________________________________________________________________ 88
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

6,8 m

platibanda
0,5m
A5 A3 1m
1,3m

1,2m 2,0m

1,5m

A4

A1

A2

a) Calhas

Área de contribuição:

A3
Ac = A1 + + A4
2

 1x1  2
A1 = (8,0 × 7,5) − (2 × 1) − (2,30 x 2,225) −   = 52,38m
 2 

1
A3 = .(0,5 x7,5).sen 45 o = 1,33m 2
2

 2,3 2   1 
(
A4 = 3,4 + 2,3 2 + 3,4 x )  x  x 2 = 16,35m 2

 2  2
_________________________________________________________________________________________________________________________ 89
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Ac = 52,38 + 1,33 + 16,35 = 70,06m 2

Vazão :

140 × 70,06
Q=
60

Q = 163,47l / min

Seção útil da calha: a


2a

60.000 2 1
Q= × S × RH 3 ×i 2
η
2
60.000  2a 2  3 1
163,47 = × 2a 2 ×   × (0,005) 2
0,011  4a 

a = 0,050m = 5,0cm
Considerando-se uma borda livre de 50% da profundidade útil, temos:

7,5cm
5,0cm

10,0 cm
b) Condutos Verticais

Nesta ocasião a área de contribuição será:

Ac = A1 + A2 + A4 + 10 A5

A5 é a contribuição das varandas em cada pavimento.


A5 = 1,625m 2

(1,5 x1,3)2 + (2,0 x1,3)2 Ac = 99,98m 2


A5 =
2

_________________________________________________________________________________________________________________________ 90
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Vazão

99,98 × 140
Q= = 233,29l / min
60
Para Q = 233,25 l/min
H = 50mm DN 88
L = 33m

d) Condutos Horizontais

Q = 233,29 L/min
i = 0,5%  DN 150 (tabela 5.5)
n = 0,011

_________________________________________________________________________________________________________________________ 91
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Exercicios propostos: esgoto sanitário e águas pluviais

1) Nas sentenças abaixo, assinale V caso a mesma seja verdadeira, ou F caso seja falsa, ou deixe em
branco, casos você preferir. Uma sentença assinalada de forma errada anula uma assinalada de forma
correta.

( ) O sistema de coleta de esgoto sanitário em um edifício é concebido em separado do sistema de


drenagem de águas pluviais para se evitar que o mau cheiro proveniente do primeiro sistema seja
exalado pelos ralos que atendem ao segundo.
( ) A NBR 8160/1999 recomenda que inclinação de coletores e subcoletores de uma rede predial
coletora de esgotos sanitários esteja entre 0,5% e 4%.
( ) A região de ligação dos ramais de ventilação com os ramais de esgoto deve ser sempre o mais
próximo possível da geratriz superior destes últimos.
( ) Segundo a NBR 8160/1999, os condutos de uma rede predial coletora de esgotos sanitários podem
ser dimensionados tanto como condutos forçados quanto como condutos livres, dependendo do porte do
edifício, sendo os forçados mais comuns nos prédios de pequeno porte.
( ) Segundo a NBR 8160/1999, os condutos de uma rede predial coletora de esgotos sanitários podem
ser dimensionados tanto como condutos forçados quanto como condutos livres, dependendo do porte do
edifício, sendo os forçados mais comuns nos prédios de grande porte.

2) A NBR 10844/1989 (Instalações prediais de águas pluviais), em seu item 5.6 fornece diretrizes para o
dimensionamento dos condutos verticais. Neste item, nas figuras 3a e 3b (página 8) para um dado valor
L do comprimento do conduto vertical e uma dada vazão Q, constata-se que se obtém diâmetros
maiores para o conduto vertical à medida que se tem valores menores de H (altura da lâmina de água na
calha). Você acha que esta constatação está coerente? Explique porquê.

3) A NBR 8160/1999 recomenda diretrizes para o dimensionamento de coletores e subcoletores de


esgotos sanitários no âmbito predial. Analise criticamente o disposto nos itens 4.2.5.2 (página 5) e
5.1.4.1 (página 17) da referida norma.

4) Dimensionar um tubo de queda e uma coluna de ventilação a ele associada de uma rede predial de
esgoto sanitário sabendo que os mesmos atenderão a um banheiro dos apartamentos de um edifício
com 20 pavimentos-tipo e pilotis, contendo cada banheiro 1 chuveiro, 1 bacia sanitária com caixa
acoplada, 1 lavatório, 1 ducha, 1 caixa sifonada com ralo. O pé-direito de cada pavimento é 2,90 m.

5) Dimensionar o trecho de coletor predial de esgoto sanitário mostrado na figura abaixo sabendo que o
coletor atenderá a um edifício com 80 apartamentos idênticos, contendo cada um: 4 banheiros, cozinha,
área de serviço, banheiro de empregada. O material será PVC e os diâmetros disponíveis serão: 100,
150, 200, 250, 300 e 400 mm. Descrição dos cômodos com aparelhos sanitários:
Banheiros: chuveiro, bacia sanitária com caixa acoplada, lavatório, ducha, caixa sifonada com ralo.
Cozinha: pia, máquina de lavar louças.
Área de serviço: tanque de lavar roupas, máquina de lavar roupas, caixa sifonada com ralo.
Banheiro de serviço: chuveiro, lavatório, bacia sanitária com caixa acoplada, caixa sifonada com ralo.

Cota do terreno: 20 m
Cota da geratriz superior do coletor público: Cota do terreno: 20,00 m
19,23 m Cota do fundo da cx de
Fluxo inspeção: 19,50 m

Coletor
público Planta Caixa de inspeção

9m

Perfil do terreno

Corte
_________________________________________________________________________________________________________________________ 92
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

6) Considerando a inexistência de rede coletora de esgotos para o edifício apresentado na questão


anterior, dimensionar um tanque séptico seguido de filtro anaeróbio, ambos de seção horizontal
retangular, para tratamento do esgoto sanitário. Fornecer volume útil, volume total, profundidade útil,
profundidade total, largura e comprimento para cada unidade de tratamento.
Considerar que o prédio é de padrão de acabamento alto e que cada apartamento comportará em
média, 5 habitantes. A temperatura ambiente é de 25 ºC.

Obs.: adotar um intervalo de limpeza para o tanque séptico de 3 anos.

7) Considere o desenho abaixo, que representa um telhado em sua vista frontal e superior (incompleta),
e atenda ao solicitado:

a) dimensione a calha retangular entre os pontos A e C, encontrando a medida “c” da figura abaixo
apresentada a seguir, para dar vazão às precipitações do plano ABCD.

Dado: inclinação das calhas de 0,5%

Localidade: João Pessoa.

Fonte: Adaptado de Exame Nacional de Cursos – 1999.

8) Você faz parte de uma equipe que está desenvolvendo um projeto para adequação de tanques
sépticos de câmara única e dos sistemas de disposição de seus efluentes para uma fábrica localizada
em uma região desprovida de rede pública coletora de esgotos. Em contato com o proprietário da fábrica
você foi informado da existência de 3 tanques sépticos que não dispunham de sistema de disposição
para os seus efluentes. A você coube o estudo do tanque 1 que atende os sanitários masculino e
feminino da administração para um total de 50 pessoas e um restaurante para 120 refeições.
Em vistoria in loco, você constatou que essa fossa séptica existente era cilíndrica e tinha as seguintes
dimensões: diâmetro de 2,0 m e altura de 2,6 m. Ensaios realizados no terreno, em 3 pontos próximos às
edificações, para determinação da capacidade de absorção do solo, indicaram os tempos de infiltração
apresentados no Quadro 1.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 93
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Quadro 1:Tempo de infiltração

Pontos Tempo de infiltração (min)


1 2
2 3
3 1

Consultando bibliografia especializada, você também constatou que o volume correspondente ao espaço
destinado à circulação de gases no interior deste tanque séptico, acima do nível do líquido, deveria ser
3
de 0,80 m .
Em uma reunião com o proprietário da fábrica, você foi chamado a responder às perguntas abaixo,
apresentando os cálculos que forem necessários.

a) o tanque séptico 1 existente tem dimensões que atendem à contribuição de esgotos a ele
destinada?
b) Qual o sistema de disposição que você indica para o tanque séptico 1?
c) Qual a área de absorção do sistema de disposição indicado para atender ao tanque séptico 1?

Dados/informações adicionais:

Fonte: Adaptado de Volume útil do tanque séptico:


Exame Nacional de
V = 1000 + Σ [N (CT + KLf)]
Cursos – 2000.
Para unidades, ver NBR 7229
(1993)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 94
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

9) A cobertura de um bloco do Centro de Tecnologia da UFPB (Campus I) medindo 30 x 15m será


drenada por uma única calha, de seção retangular (base = 2 x altura), e único conduto vertical (seção
circular) de 10 m de extensão. Dimensionar a calha e o conduto vertical referidos, sabendo que a
primeira será de aço galvanizado e o segundo de PVC.

1m

15 m

Obs.: a) Adotar uma inclinação de 1% para a calha.

10) Dado o esquema de uma coberta mostrada nas figuras abaixo, pede-se dimensionar as calhas
(seção quadrangular em aço), o conduto vertical (seção circular em PVC) e o conduto horizontal (seção
circular em PVC).

Dados: a) as calha possuem curvas com canto reto e saída da em arestas vivas;
b) inclinação utilizada nas calhas é 0,5%;
c) extensão do conduto vertical: 3,0 m;
d) inclinação utilizada no conduto horizontal: 1%;
e) Localidade: Manaus-AM;

Obs.: a) as setas representam o sentido do caimento nas calhas.


b) para efeito de resolução desta questão, considerar todos os diâmetros disponíveis
apresentados na NBR10844/1989.

Calhas

Conduto vertical

_________________________________________________________________________________________________________________________ 95
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Lembretes: seja um triângulo qualquer mostrado abaixo

a) Fórmula de Hierão (área do triângulo)

1
A= p ⋅ ( p − a ) ⋅ ( p − b) ⋅ ( p − c ) p= (a + b + c)
2

b) Lei dos cossenos

a 2 = b 2 + c 2 − 2 ⋅ b ⋅ c ⋅ cos Â

11) Uma edificação tipo galpão está sendo projetada para abrigar uma indústria nas proximidades de
João Pessoa e você foi incumbido de elaborar os projetos hidro-sanitários e de águas pluviais. A
edificação é apresentada esquematicamente nas figura abaixo.

a) Determine o número de calhas necessárias para drenar a área de coberta da edificação sabendo
que todas as calhas serão como as apresentadas na figura acima, e serão de fibrocimento com
inclinação de 0,5%.
b) Dimensione o respectivos condutos verticais (um para cada calha)
c) Dimensione todos os trechos dos condutos horizontais sabendo que os mesmos serão de seção
transversal circular e serão de PVC. Todos os trechos terão inclinação de 2%, com exceção do
ultimo trecho, que terá inclinação 4%.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 96
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Planta

Borda livre
Calha
CV
Altura útil
máxima

Corte XY CH Detalhe das calhas (sáida em aresta viva)

C - calha
CV - conduto vertical
CH - conduto horizontal

_________________________________________________________________________________________________________________________ 97
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

12) Uma pousada está sendo projetada para ser construida na praia da penha em João Pessoa e você
ficou responsável pelos projetos hidráulicos de esgoto sanitário e águas pluviais. Um esquema da
edificação é mostrado nas figuras abaixo.

A pousada será composta por recepção (com um banheiro privativo da administração), restaurante (para
atendemento apenas dos hóspedes) com cozinha contendo pia do tipo industrial (para preparação das
refeições e lavagem dos utensílios) e mais12 suítes que podem acomodar até três hospedes, cada uma.

Cada um dos banheiros (recepção e suítes) será composto por uma bacia sanitária com caixa acoplada,
uma ducha, um lavatório, um ralo externo ao box do chuveiro e um chuveiro(com ralo no box).

Para o sistema de esgotos sanitários, pede-se dimensionar o coletor predial e um sistema de tratamento
e disposição dos mesmos, composto de tanque séptico, filtro anaeróbio e vala de infiltração.

Para o sistema de águas pluviais, pede-se dimensionar as calhas (C1, C2, C3 e C4) e condutos verticais
(CV1 e CV2) mostrados nas figuras abaixo.

Dados / informações adicionais:

• Considerar que existem 5 funconários;


• Intervalo de limpeza do tanque séptico = 2 anos;
• Profundidade do nível máximo do lençol freático = 4 m;
• Taxa de percolação do solo = 80 min/m;
• Calhas serão de aço galvanizado, de seção retangular, com largura sendo o dodro da
profundidade de escoamento e 30% de borda livre (saída em aresta viva);
• Condutos verticais serão de seção circular de PVC;
• Inclinação da calhas = 0,5%
• Inclinação do coletor predial = 1%

Planta da coberta

Corte AB

_________________________________________________________________________________________________________________________ 98
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

13) Um edificio residencial, mostrado no esquema abaixo, está sendo projetado em Natal e você ficou
responsável pelos projetos hidráulicos de águas pluviais e esgoto sanitário.

Para o sistema de águas pluviais, pede-se dimensionar a calha AB e DE e os condutos verticais BC e


EF, sabendo que não existem obstáculos nas redondezas capazes de interferir na interceptação de
precipitação pluviométrica.

Par o sistema de esgoto sanitário, pede-se dimensionar o tubo de queda e a coluna de ventilação a ele
atrelada, além do único trecho de coletor predial. Todo o sistema de esgoto do edifício será feito por um
único tubo de queda.

Dados:
a) Calha em aço galvanizado, de seção útil quadrática e saída em aresta viva (i = 0,7%).
b) Inclinação do coletor predial de esgoto de 2%, sendo este em PVC.
c) O prédio todo tem 40 apartamentos, sendo que cada apartamento possui 2 banheiros, uma pia
de cozinha e um tanque de lavar roupas.
d) Em cada banheiro dos apartamentos existem: 1 bacia sanitária com caixa acoplada, 1 lavatório,
1 ducha, 1 chuveiro com ralo próprio e uma caixa sifonada.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 99
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

14) Observe a seção das três calhas mostradas abaixo.

15
20 25

15 20 25
As dimensões estão em cm.

a) Verifique a capacidade de vazão das três calhas de zinco mostradas acima, para uma
inclinação de 0,5% e uma borda livre mímina de 30% da altura total da calha.
b) Qual a área de contribuição que cada uma dessas calhas consegue atender considerando a
localidade de João Pessoa?
c) Verifique se um único conduto vertical de DN 88 e 6 m de comprimento atende à capacidade
máxima das mesmas.

15) Você faz parte de uma equipe de engenharia que foi escolhida para elaborar o projeto completo de
um ginásio de esportes que será utilizado nos jogos Pan-Americanos 2007 e será construído próximo
ao Jardim Botânico da cidade do Rio de Janeiro. A você coube a responsabilidade de elaborar o
projeto de drenagem de águas pluviais da edificação. Um esquema da edificação é apresentado na
figura abaixo.

calha
calha
6m 3m

50m

25m

O pessoal responsável pelas compras lhe perguntou qual o número mínimo de condutos verticais, de
6m cada e de DN 88 (em PVC), serão necessários para atender à situação.

Você considerou que cada conduto vertical será posicionado de modo que cada um cubra áreas iguais
de coberta. Você também realizou inspeção no local e verificou que não existem edificações próximas
que possam interferir na precipitação sobre a edificação.

Para o número de condutos verticais encontrado, dimensione os trechos de calha de modo que os
mesmos sejam os menores possíveis e sabendo que as calhas deverão ter seção transversal
quadrangular e serão confeccionadas em chapa de aço.

Dados complementares que você utilizou:

a) inclinação adotada para as calhas é 0,5%;


b) extensão do conduto vertical: 6,0m.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 100
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
16) Dado o esquema da edificação mostrado abaixo, verificar dentre as calhas e tubos disponíveis,
quais de menor dimensão que atendem as vazões segundo os critérios de dimensionamento
estabelecidos na NBR 10844/1989?

Dados:
a) Calhas disponíveis: Seção quadrática (12x12; 16x16; 22x22; 34x34) cm
Material: PVC

b) Tubos para condutos verticais e horizontais


DN 88 (águas pluviais)
DN 100 ( esgoto – serie reforçada)
DN 150 (esgoto – serie reforçada)
DN 200 (esgoto – serie reforçada)

c) A inclinação longitudinal das calhas A e B é de 0,007


d) As calhas devem funcionar com lâmina d’água máxima de 70% da altura total
e) I = 140mm/h

_________________________________________________________________________________________________________________________ 101
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Capítulo V – Água quente

A água quente é aquela que foi aquecida para utilização em determinados fins, tais como: higienização
corporal, lavagem de utensílios culinários, lavagem de roupas e esterilização,dentre outros.
De uma forma geral, o dimensionamento das tubulações segue o mesmo procedimento utlizado para a
tubulação de água fria, mas as peculiaridades de cada instalação, as condições climáticas e as
características de utilização da instalação devem ser lavadas em consideração quando do projeto.
No Brasil, o projeto de instalações prediaias de água quente é regido pela NBR 7158, da ABNT, cuja
última edição é de 1993.

Partes componentes de uma instalação de água quente

Pode-se considerar que o sistema se inicia com o equipamento responsável pela fonte de calor que irá
aquecer a água, que genericamente pode ser chamado de aquecedor. Os aquecedores podem ser
dos tipos de acumulação ou instantâneos. Os aquecedores de acumulaçao constituem basicamente
em um reservatório dentro do qual a água é aquecida. Os aquecedores instantâneos não exigem
reservatórios, e a água é aquecida instantaneamente quando de sua passagem por ele. Os
aqucedores instantâneos são de potência bastante superior aos aquecedores de acumulação.
No caso de utilização dos aquecedores de acumulação, após o reservatório, que também é conhecido
como boiler, segue a rede de distribuição de água quente, podendo ser constituída por barrilete,
colunas de distribuição, ramais e sub-ramais. Em alguns sistemas, há a possibilidade de existir uma
tubulação de retorno, a qual serve para levar a água que resfriou no interior da tubulação de volta para
o tanque de aquecimento.
No ponto de utilização, existem misturadores, que servem para misturar a água quente com a água
fria, de modo a se ajustar a temperatura da água ao valor adequado à sua utilização.

Consumo per capta e temperatura de utilização de água quente

A tabela 6.1 sugere consumo per capta de água quente conforme a natureza da edificação. Vale
salientar que estes consumos podem variar bastante conforme as condições climáticas, principalente
os associados aos edifícios residenciais.

Tabela 6.1: Consumo predial de água quente


Tipo de edificação Consumo (L/dia)
Alojamento provisório 24 por pessoa
Casa popular ou rural 36 por pessoa
Residência 45 por pessoa
Apartamento 60 por pessoa
Quartel 45 por pessoa
Escola (internato) 45 por pessoa
Hotel (sem cozinha e lavanderia) 36 por hóspede
Hospital 125 por leito
Restaurante ou similar 12 por refeição
Lavanderia 15 por kg de roupa seca
Fonte: Vianna (1998)

Além da previsão de consumo, importância deve ser dada à temperatura na qual a água deve ser
fornecida e, consequentemente, aquecida. A tabela 6.2 fornece indicação da temperatura adequada
da água conforme a sua utilização.

Tabela 6.2 Temperatura (ºC) usuais de utilização da água quente de acordo com a finalidade.
Uso pessoal 40 – 50
Cozinha 60 – 75
Lavanderia 75 – 85
Esterilização clinica Maior que 100
Fonte: Vianna (1998)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 102
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tipos de sistemas de água quente

O fornecimento de água quente pode ocorrer através de um dos seguintes sistemas:

a) Aquecimento central coletivo: é quando a água é aquecida em uma central e distribuída para
várias unidades consumidoras. É o caso de prédios de apartamentos, hotéis, hospitais, etc.

b) Aquecimento central privado: é quando a água é aquecida em uma central e distribuída para
os aparelhos de uma única unidade consumidora. È o caso de residências.

c) Aquecimento localizado: é quando a água é aquecida em aquecedor junto ao aparelho que


utiliza água quente. É o caso de banheiros, cozinhas, etc, de uma unidade consumidora.

O aquecimento central coletivo pode ser com ou sem circulação da água e ascendente ou
descendente. A instalação sem circulação não prevê o retorno da água que venha a se resfriar em
virtude de um tempo prolongado sem utilização da mesma. O inconveniente é que ao se utilizar o
aparelho de água quente após um certo período sem utilização, tem que se aguardar até que toda a
água que se resfriou saia da tubulação (desperdício) e a água quente proveniente do boiler chegue ao
ponto de utilização. Já o sistema com circulação é aquele em que se prevê o retorno da água que se
resfriou para o boiler, sendo, portanto, mais confortável para o usuário, pois a água estará sempre
quente no ponto de utilização.

Os sistemas com circulação podem ainda ser subdivididos em:

a) ascendente
b) descendente (ou por gravidade)
c) misto

No ascendente, no qual a água é elevada por meio de um sistema hidropneumático, o aquecedor é


localizado na porção inferior da instalação. Após o pavimento mais elevado, se instala uma tubulação
de retorno até o boiler. Neste caso, a água resfriada retorna por meio de um termo-sifão. No sistema
descendente, o boiler é instalado no pavimento mais elevado e a água quente é distribuída por
gravidade. O retorno da água resfriada neste caso deve ser através de bombeamento.

Fonte de calor

As fontes de calor podem ser as mais diversas possíveis, desde aquecedores a base de energia
elétrica ou gás, até energia solar.

a) Energia elétrica

Se dá através do calor dissipado com a passagem de uma corrente elérica através de um resistor.
A potência elétrica dissipada é dada por:

P = Ri 2
Onde:
P = potência (W);
R = resistência elétrica (ohms)
i = corrente elétrica (A)

A energia (calor) dissipado é dado por:

E = P×t
Onde:
E = energia (J);
P = potência (W)
t = tempo (s)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 103
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Esta energia, multiplicada pelo rendimento do aquecedor elétrico, que geralmente se situa na faixa de
80 a 90%, é igualada a quantidade de calor Q necessária para o aquecimento da água.

Q = mc∆t

Onde:
Q = quantidade de calor (cal);
c = calor específico da água (cal/gºC)
∆t = variação de temperatura (ºC)

A tabela 6.3 fornece indicação de volume do tanque de aquecimento e potência elétrica a serem
instalados para aquedores elétricos de acumulação.

Tabela 6.3: Dimensionamento indicado para aquecedores elétricos de acumulação


Consumo diário a Capacidade do Potência (kW)
70ºC (litros) aquecedor (litros)
60 50 0,75
95 75 0,75
130 100 1,0
200 150 1,25
260 200 1,5
330 250 2,0
430 300 2,5
570 400 3,0
700 500 4,0
850 600 4,5
1150 750 5,5
1500 1000 7,0
1900 1250 8,5
2300 1500 10,0
2900 1750 12,0
3300 2000 14,0
4200 2500 17,0
5000 3000 20,0

b) Gás

É cada vez mais comum nas cidades brasileiras a implantação de rede de distribuição de gás
combustível na forma de gás natural, ou sua distribuição a granel na forma de GLP. Ambos os gases
são muito utilizados para aquecimento de água e apresentam a vantagem de ser mais barato que a
energia elétrica para tal finalidade. Por outro lado, o aquecimento localizado com gás apresenta risco
de vida para os usuários.

c) Energia solar

A energia solar é uma forma de energia renovável, limpa, e é cada vez mais utlizada para
aquecimento predial de água. O sistema, através de painéis coletores solares, é bastante simples e de
fácil instalação e manutenção. Em países tropicias, como o Brasil, a incidência solar é abundante, o
que faz com que se possa produzir água quente para atender às necessidades de uma residência. Os
períodos noturnos e dias de baixa insolação, estes últimos raro no Brasil, podem ser contornados com
a reservação de água quente produzida durante as horas de forte insolação, bem como com o uso de
sistemas mistos, onde uma forma complementar de energia pode ser utilizada quando a temperatura
no reservatório de água quente cair abaixo de um dado limite previamente estabelecido.
2
A insolação geralmente é dada em Wh/m².dia ou MJ/m .dia. Multiplicando-se tal insolação pelo tempo
de funcionamento do coletor solar, pela sua respectiva área de capitação e pelo seu rendimento (cerca
de 60%) encontra-se a quantidade de calor Q que poderá ser fornecida à água para fins de
aquecimento. O sistema de aquecimento de água com energia solar geralmente funciona com o
reservatório de água quente acoplado aos coletores solar, e a água fica circulando por meio de um
termossifão. Nesses sistemas, como o da figura 6.1, a água circula através do coletor devido a
diferença de densidade entre a água mais fria contida no reservatório e a água quente do coletor. Os
sistemas em termossifão são de extrema confiabilidade e baixa manutenção.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 104
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: ATLAS Solarímétrico do Brasil. Recife : Editora Universitária da UFPE, 2000. (adaptado)

Figura 6.1:

_________________________________________________________________________________________________________________________ 105
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: ATLAS Solarímétrico do Brasil. Recife : Editora Universitária da UFPE, 2000. (adaptado)

Figura 6.2:

Figura 6.3:
_________________________________________________________________________________________________________________________ 106
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Mateiais utilizados nas tubulações

Os fatores que devem ser considerados no estudo econômico são:


- Preços dos tubos
- Continuidade do fornecimento na obra
- Mão-de-obra disponível
- Transporte
- Perda de calor

Os materiais, convencionalmente utilizados em instalações prediais de água quente, são os listados a


seguir (Vianna, 1998):

Cobre
- Excelente resistêcia à corrosão interna e externa.
- Boas características de fluxo à água
- Boa ductilidade e durabilidade
- Facilidade de emendas e soldas
- Alto custo

Aço carbono galvanizado


- Disponibilidade no mercado
- Sofre corrosão e tuberculização em pouco tempo
- Fácil manejo
- Baixo custo

CPVC
- Reistência à corrosão e à oxidação
- Boas características de fluxo a água
- Grande durabilidade e leveza
- Dispensa o uso de isolamento térmico
- Facilidade de instalação
- Soldagem a frio
- Baixos custos de aplicação

PPR
- Paredes extremamente lisas
- Pouca ou nenhuma formação de incrustações
- Alta resistência à corrosão

Capacidade dos tubos de CPVC e PPR

Assim como foi feito para os tubos de PVC para água fria, pode-se calcular a capacidade dos tubos de
CPVC e PPR para as condições limite de velocidade (3 m/s ou 14 D m/s). As tabelas 6.4, 6.5 e 6.6
apresentam tais capacidades.

6.4 Capacidade de vazão dos tubos CPVC


Diâmetros Dint Seção Vmax Qmax 1 Qmax 2
2
(DN) mm m m/s L/s L/s
15 11,8 0,000109 1,521 0,166 0,328
22 18,0 0,000254 1,878 0,478 0,763
28 23,0 0,000415 2,123 0,882 1,246
35 28,6 0,000642 2,368 1,521 1,927
42 34,4 0,000929 2,597 2,413 2,788
54 44,2 0,001534 2,943 4,516 4,603
Qmax 1: quando a questão do ruído possa incomodar.
Qmax 2: quando a questão do ruído puder ser negligenciada.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 107
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

6.5 Capacidade de vazão dos tubos em PPR (linha amarela)


Diâmetros Dint Seção Vmax Qmax 1 Qmax 2
2
(DN) mm m m/s L/s L/s
20 14,4 0,0002 1,68 0,273 0,489
25 18 0,0003 1,88 0,478 0,763
32 23,2 0,0004 2,13 0,901 1,268
40 29 0,0007 2,38 1,575 1,982
50 36,2 0,0010 2,66 2,741 3,088
63 45,8 0,0016 3,00 4,936 4,942
75 54,4 0,0023 3,00 6,973 6,973
90 65,4 0,0034 3,00 10,078 10,078
110 79,8 0,0050 3,00 15,004 15,004
Qmax 1: quando a questão do ruído possa incomodar.
Qmax 2: quando a questão do ruído puder ser negligenciada.

6.6 Capacidade de vazão dos tubos PPR (linha vermelha)


Diâmetros Dint Seção Vmax Qmax 1 Qmax 2
2
(DN) mm m m/s L/s L/s
20 13,2 0,0001 1,61 0,212 0,398
25 16,6 0,0002 1,80 0,390 0,649
32 21,2 0,0004 2,04 0,720 1,059
40 26,6 0,0006 2,28 1,269 1,667
50 33,2 0,0009 2,55 2,205 2,597
63 42 0,0014 2,87 3,975 4,156
75 50 0,0020 3,00 5,891 5,891
90 60 0,0028 3,00 8,482 8,482
110 73,4 0,0042 3,00 12,694 12,694
Qmax 1: quando a questão do ruído possa incomodar.
Qmax 2: quando a questão do ruído puder ser negligenciada.

Dilataçao e isolamento térmico das tubulações

Dois fatores inerentes às instalações de água quente que não devem ser negligenciados são a
dilatação e o isolamento térmico da tubulação.
As instalações de água quente são executadas à temperatura ambiente, porém trabalham aquecidas.
Dessa forma, atenção especial deve ser dada à dilatação que ocorre na tubulação para que a mesma
não provoque o surgimento de esforços que serão transmitidos à própria tubulação e à alvenaria,
esforços estes muitas vezes capazes de originar trincas na tubulação e fissuras na alvenaria. Assim, a
tubulação não deve estar aderida à alvenaria e folgas devem ser previstas.
Quando necessário, pode-se instalar as liras (ou loops) ou, ainda, surgidas mais recentemente, as
juntas de expensão (figura 6.2). Tais peças absorvem as dilatações ocorridas na tubulação, sem que
ocorram tensionamentos na mesma.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 108
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: Tigre, 2008.

Figura 6.2: Junta de expansão em CPVC

Já o isolamento térmico, faz-se necessário para se evitar as perdas e calor e, consequentemente, o


resfriamento da água na tubulação. As tubulações metálicas requerem tal isolamento, enquanto que
as de material plástico (CPVC e PPR) dispensam tal precaução.

Recomendações da NBR 7198

Para o projeto de instalações hidráulicas de água quente, a NBR 7198 recomenda ainda que:

• O projetista deve especificar o tipo de aquecedor previsto nas instalações, se instantâneo ou


de acumulação, com o respectivo volume, as temperaturas máxima e mínima de operação, a
fonte de calor e respectiva potêncica

• A instalação dos aquecedores de acumulação deve observar as seguintes condições:

a) o ramal de alimentação de água fria deve ser executado de modo a não permitir o
esvaziamento do aquecedor, a não ser pelo dreno;
b) quando alimentado por gravidade, o aquecedor deve ter o seu nível superior
abaixo do nível inferior da derivação no reservatório de água fria;
c) a saída da tubulação de água quente deve ser provida de respiro;
d) quando o respiro não for de execução prática, deve ser substituído por dispositivo
de idêntico desempenho;
e) é vedado o uso de válvula de retenção no ramal de alimentação de água fria do
aquecedor, quando este ramal de alimentação de água por gravidade, do aquecedor,
não for protegido por respiro;
f) a tubulação de alimentação da água fria deve ser feita com material resistente à
temperatura máxima admissível da água quente;
g) estes aquecedores devem ser dotados de dreno;
h) é vedado o caso de respiro coletivo.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 109
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
• Os aquecedores devem ser dotados de dispositivo automático que controle a máxima
temperatura admissível da água, e deve ser instalada uma válvula de segurança de
temperatura na saída de água quente.

• A instalação de misturadores é obrigatória se houver possibilidade de a água fornecida ao


ponto de utilização para uso humano ultrapassar 40oC. Na instalação de misturadores, deve
ser evitada a possibilidade de inversão de água quente no sistema frio, ou vice-versa, em
situações normais de utilização.

• A pressão estática máxima nos pontos de utilização não deve ser superior a 400 kPa.

• As pressões dinâmicas nas tubulações não devem ser inferiores a 5 kPa.

• A velocidade da água nas tubulações não deve ser superior a 3 m/s.

• Salvo casos especiais, deve-se admitir, para a determinação das vazões de projeto das
tubulações, o funcionamento não-simultâneo de todos os pontos de utilização instalados a
jusante do trecho considerado.

• Dependendo do tipo de material especificado e das peculiaridades da instalação, o projetista


deve considerar a necessidade de seu isolamento térmico e acústico.

• Deve ser levado em consideração no projeto o efeito de dilatação e contração térmica da


tubulação, e devem ser cumpridas as especificações de instalação para cada tipo de material.

• As tubulações não devem ser solidárias aos elementos estruturais, devendo ser alojadas em
passagens projetadas para este fim.

• Quando as tubulações forem projetadas e executadas de modo a permitir dilatações térmicas,


de acordo com o material, seja por meio de junta de expansão ou outro dispositivo, ou através
do seu traçado, deve-se garantir o perfeito funcionamento do sistema, observando-se que os
tubos e as conexões devem ser confinados por dispositivos apropriados, que permitam livre
movimentação, e devem minimizar a flambagem dos trechos.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 110
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Exercício resolvido:

Dimensionar o sistema de água quente por meio de aquecimento solar do edifício apresentado em
anexo. O material utilizado na tubulação será CPVC. Foi considerado que a instalação de água quente
atenderá aos chuveiros e lavatórios dos banheiros da suíte e social, além da pia da cozinha.

a) Dimensionamento do boiller

O consumo de água quente será de:

60 L
C = 80hab × = 4800 L
hab × dia

Pela tabela 6.3, tem-se que o volume do boiler é de 3000L.

b) Dimensionamento do painés solares

• Considerações:
2
• Localidade: João Pessoa-PB (18MJ/m .d; fig. 6.2)
• Consumo de 4800 l/dia
• Temperatura da água fria: 20º C
• Temperatura da água quente: 60º C
• Rendimento dos coletores solares: 60%
• ρ H 20 = 996kg / m 3 (30º C )

_________________________________________________________________________________________________________________________ 111
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Cálculo da quantidade de calor


necessário para aquecimento da água.

Q = mc∆t

kg 1kcal
Q = 0,996 × 4800 × × × 40º C
d kg º C

Q = 191232kcal / d

Q = 1,91 × 10 8 cal / d
Q = 7,99 × 10 8 J / d
Q7,99 × 10 8
Q' = = = 1,33 × 10 9 J / d
η 0,6 Boiller

Cálculo da área requerida


A
I = 18MJ / m 2 .d

Q' 1,33 × 10 9 J / d
A= =
I 18 × 10 6 J / m 2 d

A = 74m 2

c) Dimensionamento da coluna

Uma única coluna alimentará os pontos de


consumo de água quente.

O somatório dos pesos em cada apartamento é de:


2 chuveiros: 2 x 0,4 = 0,8.
2 lavatórios = 2 x 0,3 = 0,6.
1 pia = 1 x 0,7 = 0,7. C
TOTAL: 2,1.

Assim, o trecho AB da coluna terá Σp igual a 42. Para os trechos subseqüentes, diminui-se o
somatório do trecho anterior de 4,2.

Serão consideradas as seguintes singularidades:

Trecho AB: 1 entrada normal, 2 joelhos, 1 registro de fechamento tipo gaveta


Demais trechos: 1 cruzeta (mesmo que T, neste caso , de passagem direta)
O joelho do ponto K será computado quando do dimensionamento do respectivo ramal
Os comprimentos equivalentes foram tomados comoos de PVC para os diâmetros internos
mais próximos posiveis.

Foi considerada uma pressão de 2,5 m.c.a. na saída do boiler.

O dimensionamento encontra-se na tabela 6.7.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 112
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 6.7: Dimensionamento da coluna de água quente

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Σp Vazao Diâmetro D interno Velocidade Perda Comprimento Comprimento Comprimento Perda Pressao Diferenca Presao Pressao
de carga real equivalente total de carga disponível de cota disponivel requerida
unitaria singularidades montante m-j residual
(acumulados) (l/s) (mm) (mm) (m/s) (m/m) (m) (m) (m) (mca) (mca) (m) (mca) (mca)
ab 42,0 1,944 42 34,4 2,09 0,1399 2,6 8,1 10,7 1,496 2,50 2 3,004 0,5
bc 37,8 1,844 42 34,4 1,98 0,1275 3 2,2 5,2 0,663 3,00 3 5,340 0,5
cd 33,6 1,739 42 34,4 1,87 0,1150 3 2,2 5,2 0,598 5,34 3 7,742 0,5
de 29,4 1,672 42 34,4 1,75 0,1024 3 2,2 5,2 0,532 7,74 3 10,210 0,5
ef 25,2 1,506 35 28,6 2,34 0,2150 3 1,5 4,5 0,968 10,21 3 12,242 0,5
fg 21,0 1,375 35 28,6 2,14 0,1833 3 1,5 4,5 0,825 12,24 3 14,417 0,5
gh 16,8 1,230 35 28,6 1,91 0,1508 3 1,5 4,5 0,679 14,42 3 16,739 0,5
hi 12,6 1,065 35 28,6 1,66 0,1172 3 1,5 4,5 0,528 16,74 3 19,211 0,5
ij 8,4 0,869 28 23,0 2,09 0,2315 3 0,9 3,9 0,903 19,21 3 21,308 0,5
jk 4,2 0,615 28 23,0 1,48 0,1262 3 0,9 3,9 0,492 21,31 3 23,816 0,5

_________________________________________________________________________________________________________________________ 113
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

c) Dimensionamento dos ramais e subramais

Foi considerado um único ramal para alimentação dos dois banheiros (da suíte e social)

O dimensionamento do sub-ramal da pia de cozinha fica proposto como exercício para o aluno.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 114
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 6.8: Dimensionamento dos ramais e subramais de água quente (1ª tentativa)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Σp Vazao Diâmetro D interno Velocidade Perda Comprimento Comprimento Comprimento Perda Pressao Diferenca Presao Pressao
de carga real equivalente total de carga disponível de cota disponivel requerida
unitaria singularidades montante m-j residual
(acumulados) (l/s) (mm) (mm) (m/s) (m/m) (m) (m) (m) (mca) (mca) (m) (mca) (mca)
ab 2,1 0,435 22 18,0 1,71 0,2205 3,5 6,2 9,7 2,139 3,00 2 2,861 0,50
bc - 0,200 22 18,0 0,79 0,0567 1,0 15,0 16,0 0,907 2,86 -1 0,955 1,00
bc’ - 0,200 22 18,0 0,79 0,0567 1,0 17,0 18,0 1,020 2,86 -1 0,841 1,00
bd 0,6 0,232 22 18,0 0,91 0,0737 1,7 1,6 3,3 0,243 2,86 0 2,618 0,50
de - 0,150 15 11,8 1,37 0,2545 0,4 3,4 3,8 0,967 2,62 0,4 2,051 1,00
de' - 0,150 15 11,8 1,37 0,2545 0,4 4,0 4,4 1,120 2,62 0,4 1,898 1,00

Com a pressão nos pontos C e C’ foram menores que as requeridas, foi aumentado o diâmetro do trecho AB de DN 22 para DN 28 (Tabela 6.9)

Tabela 6.9: Dimensionamento dos ramais e subramais de água quente (2ª tentativa)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Σp Vazao Diâmetro D interno Velocidade Perda Comprimento Comprimento Comprimento Perda Pressao Diferenca Presao Pressao
de carga real equivalente total de carga disponível de cota disponivel requerida
unitaria singularidades montante m-j residual
(acumulados) (l/s) (mm) (mm) (m/s) (m/m) (m) (m) (m) (mca) (mca) (m) (mca) (mca)
ab 2,1 0,435 28 23,0 1,05 0,0688 3,5 7,9 11,4 0,785 3,00 2 4,215 0,50
bc - 0,200 22 18,0 0,79 0,0567 1,0 15,0 16,0 0,907 4,22 -1 2,309 1,00
bc’ - 0,200 22 18,0 0,79 0,0567 1,0 17,0 18,0 1,020 4,22 -1 2,196 1,00
bd 0,6 0,232 22 18,0 0,91 0,0737 1,7 1,6 3,3 0,243 4,22 0 3,972 0,50
de - 0,150 15 11,8 1,37 0,2545 0,4 3,4 3,8 0,967 3,97 0,4 3,405 1,00
de' - 0,150 15 11,8 1,37 0,2545 0,4 4,0 4,4 1,120 3,97 0,4 3,252 1,00

_________________________________________________________________________________________________________________________ 115
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Capitulo VI – Gases combustíveis e elementos utilizados em


sistemas prediais

6.1) Tipos de gases

Atualmente, os gases mais utilizados como combustíveis em sistemas prediais são o GLP
(gás liquefeito de petróleo) e o GN (gás natual). O GLP é um produto derivado do petróleo e
constituído de hidrocarbonetos, principalmente com três ou quatro átomos de carbono
(propano, propreno, butano e buteno), mas podendo apresentar pequenas frações de outros
hidrocarbonetos. A Tabela 6.1 apresenta a composição típica do GLP. O GN é uma mistura
de hidrocarbonetos leves, sendo o principal constituínte o metano, que à temperatura
ambiente e pressão atmosférica, permanece no estado gasoso. Ocorre em depósitos
subterrâneos, associados ou não à ocorrência de petróleo. É um combustível incolor, inodoro
e de queima mais “limpa” que a de outros combustíveis fósseis tradicionais, pois as emissões
de materia particulado, de óxidos de enxôfre e de óxidos de nitrogênio são relativamente
baixas. A Tabela 6.2 apresenta as especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP)
para o GN comercializadono Brasil. O GLP, devido ao seu valor econômico agregado mais
alto em relação ao GN, é comercializado envasado, distribuídos em veículos de carga. Já o
GN é distribuído através de redes (tubulações).

Tabela 6.1: Composição típica do GLP.


Componentes Porcentagem (em volume)
Etano (C2H6) 0,03
Propeno (C3H6) 30,47
Propano (C2H8) 14,34
Buteno (C4H8) 31,76
Butano (C4H10) 23,33
Pentano (C5H15) 0,07

Tabela 6.2: Especificações do GN segundo a ANP


Unidad Limites
Característica
e N NE S/SE/CO
3
Poder calorífico superior (PCS) kJ/m 34.000-38.400 35.000-43.000 35.000-43.000
3
Índice de Wobbe kJ/m 40.500-45.000 46.500-53.500 46.500-53.500
Metano (mín.) % vol 68 85 85
Etano (máx.) % vol 12 12 12
Propano (máx.) % vol 3 6 6
Butano e outros mais pesados (máx) % vol 1,5 3,0 3,0
Oxigênio (máx.) % vol 0,8 0,5 0,5
Inertes (N2, CO2) máx. % vol 18 8 6
CO2, máx % vol 3 3 3
3
Enxôfre total (máx.) mg/m 70 70 70
3
Gás sulfídrico (máx.) mg/m 10 13 10
Ponto de orvalho de água a 1 atm (máx.) ºC -39 -39 -45
3
Mercúrio (máx) µg/m anotar anotar anotar
Fonte: ANP (2008).

Atualmente, no Brasil, o projeto de instalações prediais de gás é regido pelas NBR


13523/2008 (Central predial de gás liquefeito de petróleo – GLP) e 15526/2009 (Redes de
distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais e comerciais –
Projeto e execução), ambas da ABNT. Há ainda que se observar os regulamentos locais, que
para João Pessoa são a Lei Nº 10.927/2006 (Dispõe sobre os critérios para instalaçãode gás
canalizado Liquefeito de Petróleo (GLP) ou natural (GN) nas edificaçõesno município de João
Pessoa, e dá outras providências) e o Regulamento de Instalações Prediais, da PBGÁS.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 116
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

6.2) Partes componentes dos sistemas prediais de gás e outras definições

Os sistemas prediais de gás combustível são compostos essencialmente por: ramal externo
(caso de GN distribuído por rede), central de armazenamento (caso de GLP distribuído
envazado), medidores de consumo, reguladores de pressão, válvulas, tubulações, outros
acessórios e aparelhos de consumo. Segue a definição dessas partes bem como de outras
relacionadas.

Tomada para abastecimento (caso do GLP): ponto destinado ao abastecimento a granel por
volume, através de acoplamento de mangueiras para a transferência de GLP do veículo-
tanque para o recipiente e vice-versa.

Linha de abastecimento (caso do GLP): trecho de tubulação para condução do GLP,


normalmente em fase líquida, que interliga a tomada de abastecimento ao recipiente da
central de GLP.

Central de gás (caso do GLP): área destinada para conter os recipientes e demais acessórios
destinados ao armazenamento do GLP.

Recipiente estacionário: recipiente fixo com capacidade volumétrica total superior a 0,5 m3.

Recipiente transportável: recipiente transportavel com capacidade volumétrica total inferior a


0,5 m3.

Ramal externo (caso do GN distribuído por rede): é o trecho da tubulação que interliga a rede
geral de distribuição ao abrigo do medidor/regulador, integrada por registro geral de corte
localizada no logradouro público próximo ao alinhamento. Sua construção e manutenção são
de responsabilidade da concessionária.

Medidor de consumo: equipamento destinado à medição do consumo do gás.

Regulador de pressão: eqipamento destinado a reduzir a pressão do gás.

Regulador de pressão de estágio único: dispositivo destinado a reduzir a pressão de entrada


do gás proveniente da rede geral de distribuição ou da central de gás, antes de sua entrada
na rede secundária.

Regulador de pressão de primeiro estágio: dispositivo destinado a reduzir a pressão de


entrada do gás proveniente da rede geral de distribuição, antes de sua entrada na rede
primária.

Regulador de pressão de segundo estágio: dispositivo destinado a reduzir a pressão do gás


proveniente da rede primária, antes de sua entrada na rede secundária, para um valor
adequado ao funcionamento do aparelho de utilização de gás: 1,96kpa (0,02kg/cm2) (200
mmca) ou abaixo de 7,5 kPa (0, 075kg/cm2) (750 mmca), quando for utilizado estabilizador
de pressão.

Regulador de pressão de terceiro estágio: também denominado de estabilizador de pressão,


é o dispositivo destinado a reduzir e estabilizar a pressão do gás, antes da entrada no
aparelho de utilização, para um valor adequado ao funcionamento do mesmo: 1,96 kpa
(0,02kg/cm2 ou 200 mmca).

Rede de alimentação (caso do GLP envasado): trecho da instalação, em alta pressão,


situado entre os recipientes de GLP e o primeiro regulador de presão.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 117
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Rede de distribuição interna: conjunto de tubulações, medidores, regularores de pressão e
válvulas, destinado à condução e ao uso do gás, com pressão de operação não superior a
150 kPa.

Rede primária: trecho da instalação predial que opera com pressão no valor máximo de150
kPa (1,5 kgf/cm2), comprendido entre o regulador de primeiro estágio e o regulador de
segndo estágio.

Rede secundária: trecho da instalação predial que opera com pressão no valor máximo de
7,5 kPa (0, 075 kgf/cm²) compreendido entre o regulador de estagio único ou regulador de
segundo estágio até o ponto de utilização do gás ou regulador de terceiro estágio.

Alta pressão: toda pressão acima de 400 kPa.

Média pressão: pressão compreendida entre 7,5 e 400 kPa.

Baixa pressão: toda pressão abaixo de 7,5 kPa.

Prumada: tubulação vertical e suas interligações, parte constituínte da rede de distribuição


interna, que conduz o gás para um ou mais pavimentos.

Chaminé: duto aclopado ao aparelho a gásque assegura o escoamento dos gases de


combustão para o exterior da edificação.

Prisma de ventilação: espaço situado no interior da edificação, em comunicação direta com o


exteriorpela parte superior, utilizado para prover a ventilação de ambientes.

Tubo-luva: tubo destinado a envolver a tubulação de condução de gás.

Válvula de bloqueio: válvula que tem como função a obstrução total à passagem do gás.

Válvula de excesso de fluxo: dispositivo de proteção contra fluxo excessivo acima de um


valor predeterminado que pode ocorrer no caso do rompimento de tubulação , mangueira,
etc.

Válvula de retensão: válvula que permite o fluxo em sentido único, sendo automaticamente
acionada para interrupção de um fluxo em sentido contrário.

Válvula de alívio de pressão (ou válvula de segurança): dispositivo destinado a aliviar a


pressão interna do recipiente ou tubulação, por liberação total ou parcial do gás para a
atmosfera.

6.3) Normatização dos sistemas prediais de gás combustível

A seguir, serão abordados os principais aspectos normativos de dimensionamento e projeto


de sistemas prediais de gás, relativos às seguintes normas e regulamentos: NBR 13523/2008
(Central predial de gás liquefeito de petróleo – GLP) e 15526/2009 (Redes de distribuição
interna para gases combustíveis em instalações residenciais e comerciais – Projeto e
execução), ambas da ABNT, e o Regulamento de Instalações Prediais, da PBGÁS.

6.3.1) NBR 13523/2008 - Central predial de gás liquefeito de petróleo – GLP

A pressão de projeto para recipientes, tubulações acessórios e vaporizadores até o primeiro


regulador de pressão é 1,7 MPa.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 118
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Os recipientes para GLP são classificados quanto às seguintes opções:

a) quanto à localização: de superfície, enterrados ou aterrados;


b) quanto ao formato: cilíndricos oo esféricos;
c) quanto à posição: verticais ou horizontais;
d) quanto à fixação: fixos ou não fixos;
e) quanto ao manuseio: transportáveis ou estacionários;
f) quanto ao abastecimento: transportáveis ou abastecidos no local.

Afastamentos

Os recipientes estacionários e transportaveis de GLP devem ser situados no exterior das


edificações,em locais ventilados, obedecendo aos afastamentos mínimos constantes nas
Tabelas 6.3, 6.4, 6.5 e 6.6. É proibida sua instalação em locais confinados, tais como porão,
garagem subterrânea, forro,etc.

Tabela 6.3: Afastamentos de segurança (distâncias em metro)


Capacidade Divisa de propriedade Entre Aberturas abaixo da Fontes de ignição e outras Produtos Materiais
individual edificáveis / edificações recipientes descarga de válvula de aberturas (portas e janelas) tóxicos, combustíveis
d, f, g, h j
do segurança perigosos,
recipiente Superfície Enterrados Abastecidos Destrocáveis Abastecidos Destrocáveis inflamáveis
(m3) a, c, e
/ Aterrados no local no local e chama
b
aberta
i

Até 0,5 0 3 0 1 1 3 1,5 6 3


> 0,5 a 2 1,5 3 0 1,5 - 3 - 6 3
> 2 a 5,5 3 3 1 1,5 - 3 - 6 3
> 5,5 a 8 7,5 3 1 1,5 - 3 - 6 3
> 8 a 120 15 15 1,5 1,5 - 3 - 6 3
> 120 22,5 15 ¼ da 1,5 - 3 - 6 3
soma dos
diâmetros
adjacentes
a
Nos recipientes de superfície, as distâncias apresentadas são medidas a partir da superfície externa do recipiente mais
próximo. A válvula de segurança dos recipientes estacionários deve ester fora das projeções da edificação, tais como telhados,
balções, marquises.
b
A distância para os recipientes enterrados/aterrados deve ser medida a partir da válvula de segurança, enchimento e
indicador de nível máximo. Caso o recipiente esteja instalado em caixa de alvenaria esta distância pode ser reduzida pela
metade, respeitando um mínimo de 1 m do costado de recipiente para a divisa de propriedade edificáveis / edificações.
c
As distâncias de afastamento das edificações não devem considerar projeções e complementos ou partes destas, tais como
telhados, balcões e marquises.
d
Em uma instalação, se a capacidade total com recipientes até 0,5 m3 for igual ou menor a 2 m3, a distância mínima
continuará sendo de 0 metros; se for maior que 2 m3, considerar:
- no mínimo 1,5 m para capacidade total > 2 m3 até 3,5 m3
- no mínimo 3 m para capacidade total > 3,5 m3 até 5,5 m3
- no mínimo 7,5 m para capacidade total > 5,5m3 até 8 m3
- no mínimo 15 m para capacidade total > 8 m3.
Caso o local destinado à instalação da central que utilize recipientes de até 0,5 m3 não permita os afastamentos acima, a
central pode ser subdividida com a utilização de paredes divisórias resistentes ao fogo com TRF mínimo de 2 h de acordo
ABNT NBR 10636, com comprimento e altura de dimensões superiores ao recipiente. Neste caso, deve se adotar o
afastamento mínimo referente à capacidade total de cada subdivisão.
Para recipientes até 0,5 m3, abastecidos no local, a capacidade conjunta total da central é limitada em até 10 m3.
e
No caso de existência de duas ou mais centrais de GLP com recipientes de até 0,5 m3, estas devem distar entre si em no
mínimo 7,5 m se a capacidade total exceder ao limite das faixas de capacidade volumétrica desta tabela, obedecendo para
esta soma os respectivos afastamentos de segurança.
f
Para recipientes acima de 0,5 m3, o número máximo de recipientes deve ser igual a 6. Se mais que uma instalação como esta
for feita ela deve distar pelo menos 7,5 m da outra.
g
A distância de recipientes de superfície de capacidade individual de até 5,5 m3, para edificações/divisa de propriedade, pode
ser reduzida à metade, desde que sejam instalados no máximo três recipientes. Este recipiente ou conjunto de recipientes
deve estar distante de pelo menos 7,5 m de qualquer outro recipiente com capacidade individual maior que 0,5 m3.
h
Os recipientes de GLP não podem ser instalados dentro de bacia de contenção de outros combustíveis.
i
No caso de depósitos de oxigênio e hidrogênio, os afastamentos devem ser conforme as tabelas 5 e 6, respectivamente
j
Para recipientes transportaveis contidos em abrigos com no mínimo paredes laterais e cobertura, a distância pode ser
reduzida pela metade.
Fonte: NBR 15523 (2008)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 119
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Tabela 6.4: Afastamentos para estocagem de oxigênio

Fonte: NBR 15523 (2008)

Tabela 6.5: Afastamentos para estocagem de hidrogênio

Fonte: NBR 15523 (2008)

Tabela 6.6: Afastamentos para rede elétrica

Fonte: NBR 15523 (2008)

Acessórios

Todo recipiente abastecido por volume deve dispor no mínimo dos seguintes acessórios:

a) válvula de abastecimento
b) válvula para consumo
c) indicador de nível máximo de enchimento
d) válvula de segurança ou de alívio de pressão, conectada diretamente à área de vapor
do GLP no recipiebte;
e) um sistema de drenagem, ou qualquer outro meio para retirada do líquido do
recipiente, quando este for estacionário;
f) indicador de nível volumétrico;

Materiais

Para condução de GLP nas centrais , devem ser utilizados:

_________________________________________________________________________________________________________________________ 120
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
a) tubos de aço-carbono, com ou sem costura, preto ou galvanizado, graus A ou B, próprios
para serem unidos por solda,flange ou rosca, atendendo às especificações da ABNT NBR
5590 ou ASTM A 106 ou API %L,com espessura mínima conforme Tabela 6.7;

Tabela 6.7: Tubos de aço-carbono


Espessura mínima do
GLP Pressão Conexão
tubo
Líquido Qualquer
SCH 80
> 860kPa roscada
Vapor
< 860kPa
SCH 40
Líquido ou vapor qualquer soldada

b) conexões de ferro fundido maleável ,preto ou galvanizado,classe 300.conforme ABNT


NBR 6925, comrosca de acordo com a ABNT NBR 12912;
c) conexões de aço forjado que atendam às especificações da ASME/ANSI-B-16.9;
d) mangueira de borracha para alta pressão que atendam às especificações de ABNT NBR
13419 (somente nas interligações);
e) tubos de cobre conforme ANBT NBR 13206, classe A ou I,para pressão deprojeto de no
mínimo 1,7 Mpa,próprios para serem unidos por acoplamento ou solda deponto defusão
acima de 538 ºC;
f) conexões de cobre ebronze conforme ABNT NBR 11720;
g) tubo de condução de cobre flexivel,sem costura conforme ABNT NBR 14745,somente nas
interligações.

NOTA: não é permitida a utilização de tubos e acessórios de ferro fundido cinzento.

Ensaio de estanqueidade

A rede de alimentação deve ser submetida a ensaio de estanqueidade com pressão


pneumática deno mínimo 1,7 MPa ou com pressão hidráulica de no mínimo 2,55 Mpa, por
pelo menos 15 min, de acordo com o descrito a seguir:

a) o ensaio de estanqueidade não deve ser iniciado sem uma inspeção visual dos
componentes da central e,particularmente,dasjuntas e conexões,para se detectar
previamente qualquer tipo d defeito durante sua execução;
b) todas as válvulas dentro da área deprova devem ser ensaiadas na posição aberta,
colocando na extremidade um bujão para terminais com rosca ou um flange cego para
terminais não roscados;
c) deve ser considerado um tempo adicional para estabilizar o sistema com base na
temperatura e pressão ambiente, ou eventuais bolsas de ar na tubulação;
d) a pressão deve ser aumentada gradualmente em faixas não superiores a 10% da pressão
de ensaio, dando tempo necessário para estabilizar a pressão;
e) a pressão deve ser verificada durante todo o período de ensaio, não devendo ser
observadas variações perceptíveis da medição;
f) se for observada uma diminuição significativa da pressão durante o tempo do ensaio, o
vazamento deve ser localizado e reparado. Neste caso, a pressão de ensaio deve ser
repetida;
g) deve ser emitido um relatório do ensaio de pressão após a sua finalização e antes de se
realizar a purga;
h) uma vez finalizadoo ensaio d epressão, deve-se fazer uma limpeza interior exaustiva da
tubulação, através de jatos de ar comprimido ou gás inerte. Este processo deve ser repetido
tantas vezes quantas sejam necessárias, até que o ar ou gás de saída esteja livre de óxidos
e partículas.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 121
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
6.3.2) NBR 15526/2009 - Redes de distribuição interna para gases combustíveis em
instalações residenciais e comerciais – Projeto e execução.

Para execução da rede de distribuição interna são admitidos:

Tubos
a) tubos de condução de aço-carbono, com ou sem costura, conforme ABNT NBR 5580 no
mínimo classe média, ABNT NBR 5590 no mpinimo classe normal, API 5-L grau A com
espessura mínima correspondente a SCH40 conforme ASME/ANSI B36.10M;
b) tubos de condução de core rígido, sem costura, conforme ABNT NBR 13206;
c) tubo de conução decobre flexivel, sem costura, classe 2 ou 3, conforme ABNT NR 14745;
d) tubo de condução depolietileno (PE80 ou PE100),para redes enterradas conforme ABNT
NBR 14462, somente utilizado em trechos enterrados e externos àsprojeções horizontais das
edificações.

Conexões

a) conexões de aço forjado atendendo às especificações da ASME/ANSI B.16.9;


b) conexões de ferro fundido maleável, conforme ABNT NBR 6943, ABNT NBR 6925 ou
ANSI B.16.3;
c) conexões de cobre e liga de cobre para acoplamento soldado ou roscado dos tubos de
cobre, conforme ABNT NBR 11720;
d) conexões com terminais de compressão para uso com tubos de cobre, conforme ABNT
NBR 15277;
e) conexões de PE para redes enterradas, conforme ABNT NBR 14463;
f) conexões para transição entre tubos PE e tubos metálicos, para redes enterradas,
conforme ASTM D 2513, ASTM F 1973 e ASMT F 2509;
g) conexões de ferro fundido maleável com terminais de compressão para uso com tubos
PE, ou transição entre tubos PE e tubos metálicos, para redes enterradas, conforme ISO
10838-1 ou DIN 3387.

Elementos para interligação

a) mangueira flexíveis de borracha, compatíveis com a pressão de operação, conforme


ABNT NBR 13419;
b) tubos flexíveis metálicos, conforme ABNT NBR 14177;
c) tubo de condução de cobre flexível, sem costura, classe 2 ou 3, conforme ABNT NBR
14745;
d) tubo flexível de borracha para uso em instalações de GLP/GN, conforme ABNT NBR
14955.

Válvulas de bloqueio

As válvulas de bloqueio utilizadas na rede de distribuição interna devem ser do tipo esfera.

Instalação da tubulação

A tubulação da rede de distribuição interna pode ser instalada:

a) aparente (instalada com elementos adequados);


b) embutida em paredes ou muros (recomenda-se evitar percursos horizontais longos ao
longo dos mesmos);
c) enterrada;

É proibida a instalação da tubulação da rede de distribuição interna em:

_________________________________________________________________________________________________________________________ 122
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
a) duto em atividade (ventilação de ar-condicionado, produtos residuais, exaustão, chaminés,
etc);
b) cisterna e reservatório;
c) compartimento de equipamento ou dispositivo elétrico (painés elétricos, subestação,
outros);
d) depósito de combustível imflamável;
e) elementos estruturais (lajes, pilares, vigas);
f) espeços fechados que possibilitem o acúmulo de gás eventualmente vazado;
g) escada enclausuradas, inclusive dutos de ventilação da antecâmara.

Dispositivos de segurança

Os dispositivos de segurança devem ser utilizados de forma a garantir integridade e


segurança na operação da rede de distribuição interna. Devem no mínimo ser previstos os
dispositivos de segurança conforme tabela 6.8 (NBR 15526/2009)

Tabela 6.8: Quantidade mínima de dispositivos de segurança


a
PE (kPa) Quantidade Dispositivo
mínima
Menor ou igual a 7,5 0
7,5 à 700 1 Válvula de bloqueio automático por sobrepressão, ou
3
Válvula de alívio pleno (se vazão máx. Regulador < 10 m /h
GN ou < 12 kg/h GLP), ou
Dispositivo de segurança incorporado conforme EN-88-1, ou
b
Limitador de pressão (se PS > 50 kPa)
Maior que 700 2
a
pressão de entrada (PE) – pressão a montanter do regulador de pressão
b
pressão de saída (PS) pressão a jusante do regulador de pressão
Fonte: NBR 15526 (2008)

6.3.3) Regulamento de instalações prediais da PBGÁS

Materiais, equipamentos e dispositivos.

Os materiais, equipamentos e dispositivos utilizados na rede de distribuição interna devem


possuir resistência físico-química adequada à sua aplicação e compatível com o gás
utilizado, bem como devem ser resistentes ou está e adequadamente protegido contra
agressões do meio.

Tubos

Os tubos que são admitidos numa instalação de rede de distribuição interna são:

a) tubos de condução de aço-carbono, com ou sem costura, preto ou galvanizado, conforme ABNT
NBR 5580 no mínimo classe média;
b) tubos de condução de aço-carbono, com ou sem costura, preto ou galvanizado, conforme, ABNT
NBR 5590 no mínimo classe normal;
c) tubos de condução de aço-carbono, com ou sem costura, preto ou galvanizado, conforme API 5-L
grau A com espessura mínima correspondente a SCH40 conforme ANSI/ASME B36.10M;
d) tubos de cobre rígido, sem costura, com espessura mínima de 0,8 mm, conforme ABNT NBR
13206;
e) tubo de condução de cobre flexível, sem costura, classe 2 ou 3, conforme ABNT NBR 14745;
f) tubo de condução de polietileno (PE80 ou PE100), para redes enterradas conforme ABNT NBR
14462, somente utilização em trechos enterrados e externos às projeções horizontais das edificações.

Observação: os tubos pretos, quando forem montados, devem receber tratamento superficial
anticorrosivo.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 123
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Conexões

As conexões admitidas nas instalações internas são:

a) conexões de ferro fundido maleável, conforme ABNT NBR 6943, ABNT NBR 6925 ou ANSI B.16.3;
b) conexões de aço forjado, atendendo às especificações da ASME/ANSI B.16.9;
c) conexões de cobre e liga de cobre para acoplamento soldado ou roscado dos tubos de cobre,
conforme ABNT NBR 11720;
d) conexões com terminais de compressão para uso com tubos de cobre, conforme ABNT NBR
15277;
e) conexões de PE para redes enterradas, conforme ABNT NBR 14463;
f) conexões para transição entre tubos PE e tubos metálicos, para redes enterradas, conforme ASTM
D 2513 e ASTM F 1973;
g) conexões de ferro fundido maleável com terminais de compressão para uso com tubos PE, ou
transição entre tubos PE e tubos metálicos, para redes enterradas, conforme ISO 10838-1 ou DIN
3387.

Elemento para interligação

Para se efetuar a interligação entre um ponto de utilização e o aparelho de gás,


medidor e dispositivos de instrumentação, são admitidos:

a) mangueira flexíveis de borracha, compatíveis com a pressão de operação, conforme ABNT NBR
13419;
b) tubos flexíveis metálicos, conforme ABNT NBR 14177;
c) tubo de condução de cobre flexível, sem costura, classe 2 ou 3, conforme ABNT NBR 14745;
d) tubo flexível de borracha para uso em instalações de GLP/GN, conforme ABNT NBR 14955.

Dispositivos de segurança

São considerados dispositivos de segurança, entre outros, os seguinte:

a) válvula de alívio
b) válvula de bloqueio automático
c) limitador de pressão
d) reguladores ativos e monitores
e) reguladores de pressão com duplo diafrágma

6.4) Dimensionamento de sistemas prediais para gás combustível

A metodologia de cálculo apresentada na NBR 15526/2009 da ABNT será aqui descrita. Esta
metodologia guarda bastante semelhança àquela apresentada no Regulamento de
Instalações Prediais da PBGÁS

a) Considerações gerais

O dimensionamento deve ser realizado para atendimento dos dois gases combustíveis (GN e
GLP), selecionando-se os maiores diâmetros de tubos, trecho a trecho da instalação.
Alternativamente, o dimensionamento pode ser realizado paraatendimento exclusivo de GN
ou GLP.

A pressão máxima na rede de distribuição interna deve ser 150 kPa, enquanto que este valor
não deve ultrapassar 7,5 kPa dentro das unidades habitacionais.

b) Parâmetros de cálculo

_________________________________________________________________________________________________________________________ 124
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
GN: poder calorífico inferior (PCI) 8600 kcal/m3 (20 ºC e 1 atm) e densidade relativa ao ar
0,6. O Regulamento de Instalações Prediais da PBGÁS considera o PCI do GN igual a 8400
kcal/m3.

GLP: poder calorífico inferior (PCI) 24000 kcal/m3 (20 ºC e 1 atm) e densidade relativa ao ar
1,8.

A perda de carga máxima admitida para trecho de rede que alimenta diretamente um
aparelho a gás (rede secundária): 10% da pressão de operação (7,5 kPa), devendo ser
respeitada a faixa de pressão de funcionamento do aparelho a gás.

A perda de carga máxima admitida para trecho de rede que alimenta diretamente um
regulador de pressão (rede primária): 30% da pressão de operação (150 kPa), devendo ser
respeitada a faixa de pressão de funcionamento do regulador de pressão.

Pressão a ser atendia no ponto de utilização: 2 kPa.

Velocidade máxima admitida na rede: 20 m/s.

c) Sequência de cálculo

• Apurar a potência computada (C) a ser instalada no trecho considerado, através do


somatório das potências nominais dos aparelhos a gás por ele supridos (ver tabelas
6.9 e 6.10).

Tabela 6.9: Potência de aparelhos domésticos


Aparelho/ equipamento Tipo Potência nominal média
Kcal/h kW
Fogão 2 bocas Portátil 2494 2,9
Fogão 2 bocas De bancada 3096 3,6
Fogão 4 bocas Sem forno 6966 8,1
Fogão 4 bocas Com forno 9288 10,8
Fogão 5 bocas Sem forno 9976 11,6
Fogão 5 bocas Com forno 13390 15,6
Fogão 6 bocas Sem forno 9976 11,6
Fogão 6 bocas Com forno 13390 15,6
Forno De parede 3010 3,5
Aquecedor de passagem 6 L/min 9600 11,2
Aquecedor de passagem 8 L/min 12308 14,3
Aquecedor de passagem 10-12 L/min 15000 17,4
Aquecedor de passagem 15 L/min 18000 20,9
Aquecedor de passagem 18 L/min 22500 26,2
Aquecedor de passagem 25 L/min 27000 31,4
Aquecedor de passagem 30 L/min 37500 43,6
Aquecedor de passagem 35 L/min 45000 52,3
Aquecedor de acumulação 50 L/min 4360 5,1
Aquecedor de acumulação 75 L/min 6003 7,0
Aquecedor de acumulação 100 L/min 7078 8,2
Aquecedor de acumulação 150 L/min 8153 9,5
Aquecedor de acumulação 200 L/min 10501 12,2
Aquecedor de acumulação 300 L/min 14998 17,4
Secadora de roupas doméstica - 6020 7,0
Lareira - 5000 5,8
Fonte: PBGÁS (2011)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 125
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 6.10: Potência nominal de aparelhos comerciais ou de serviços
Aparelho/ euipamento Tipo Potência nominal média
kcal/h kW
Banho-maria - 3800 4,4
Boca de fogão comercial Dupla 11500 13,4
Boca de fogão comercial Gigante 7650 8,9
Boca de fogão comercial Média 5600 6,5
Boca de fogão comercial Pequena 3900 4,5
Boca de fogão comercial Tripla 17000 19,8
Chapa - 3800 4,4
Forno - 3800 4,4
Bico de Bunsen - 1300 1,5
Grelha 7 queimadores 25000 29,1
Chapa com 3 queimadores Topema ou similar 45000 52,3
Frangueira 6 queimadores 20500 23,8
Fritadeira Simples 21600 25,1
Marmiteiro - 18000 20,9
Panelão Macon 1000 14400 16,7
Churrasqueira Infravermelho 1800 2,1
Queimador chinês Alta pressão 15300 17,8
Espetinho - 3510 4,1
Polenteira - 11520 13,4
Autoclave - 37800 44,0
Secadora de roupas 50 kg 45000 52,3
Secadora de roupas 100 kg 90000 104,7
Calandra Eletrolux 55900 65,0
Estufa de clínica dentária - 18000 20,9
Estufa de hospital - 27000 31,4
Fonte: (PBGÁS, 2011)

• Calcular o fator de simultaneidade, caso pertinente:

Permite-se utilizar o fator de simultaneidade (F) para o cálculo do consumo da rede de


distribuição interna comum a várias unidades habitacionais. O Fator de simultaneidade nãose
aplica ao dimensionamento de uma única unidade domiciliar nem a unidades de comércio.

F: coeficiente de minoração, expresso em porcentagem, aplicado à potência computada (C),


para obtenção da potência adotada (A).

Cálculo do fator de simultaneidade (C em kcal/min):

C < 350 → F = 100

100
350 < C < 9612 → F =
[1 + 0,001(C − 349) ] 0 ,8712

100
9612 < C < 20000 → F =
[1 + 0,4705(C − 1055) 0 ,19931
]
C > 20000 → F = 23
• Calcular a potência adotada (A):

FC
A=
100

A: Potência adotada (kcal/h)


F: fator de simultaneidade (%)
C: Potência computada (kcal/h)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 126
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
• Determinar a vazão (Q) do gás:

A
Q=
PCI

Q: vazão (Nm3/h)
PCI: poder calorífico inferior (kcal/m3)

• Extrair os comprimentos real e as singularidades conforme a situação (desenho).


• Para os comprimentos equivalentes das singularidades, adotar um diâmetro e
verificar sua adequação ao final do dimensionamento. Caso necessário, repetir o
dimensionamento (comprimento equivalente) com novo diâmetro.

Tabela 6.11: dimensões dos tubos de cobre flexíveis conforme ABNT NBR 14745/2004

Fonte: PBGÁS (2011)

Tabela 6.12: dimensões dos tubos de cobre rígido conforme ABNT NBR 13206

Fonte: PBGÁS (2011)

_________________________________________________________________________________________________________________________ 127
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 6.13: Comprimento equivalente de conexões e registros (cobre)

Fonte: PBGÁS (2011)

Tabela 6.14: Dimensões de tubos de aço conforme NBR 5580 e NBR 5590

Fonte: PBGÁS (2011)


_________________________________________________________________________________________________________________________ 128
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
Tabela 6.15: Comprimento equivalente de conexões em ferro fundido maleável

Fonte: PBGÁS (2011)

• Calcular o diâmetro interno:

0 ,9 HD 4,8
Q = 0,0222
LS 0,8

Q: vazão (Nm3/h)
H: perda de carga máxima admitida no trecho (kPa)
D: diâmetro (mm)
L: comprimento total (m)
S: densidade relativa do gás (adimensional)

• Adotar o diâmetro conforme existentes.

• Calcular a variação de pressão devida à perda de carga pelo escoamento do gás

a) Para pressões acima de 7,5 kPA (rede primária)

4,67 x10 5 SLQ 1,82


PA 2 ( ABS ) − PB 2 ( ABS ) =
D 4,82
3
Q: vazão (Nm /h)
D: diâmetro (mm)
L: comprimento total (m)
S: densidade relativa do gás (adimensional)
PA: pressão no início do trecho (kPa)
PA: pressão no final do trecho (kPa)
_________________________________________________________________________________________________________________________ 129
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________

b) Para pressões abaixo de 7,5 kPA (rede secundária)

2273SLQ 1,82
PA( ABS ) − PB( ABS ) =
D 4,82
3
Q: vazão (Nm /h)
D: diâmetro (mm)
L: comprimento total (m)
S: densidade relativa do gás (adimensional)
PA: pressão no início do trecho (kPa)
PA: pressão no final do trecho (kPa)

• Calcular a variação de pressão devida à diferença de cota de início e final de trecho

∆P = 0,01318h(S − 1)

∆P: variação de pressão (kPa)


h: diferença de cota (m)
S: densidade relativa do gás

Para o GLP, um afluxo ascendente terá um ∆P negativo e um afluxo descendente terá ∆P


positivo.

Para o GN, um afluxo ascendente terá um ∆P positivo e um afluxo descendente terá ∆P


negativo.

• Calcular a pressão no final do trecho e comparar com a requerida se for um trecho


terminal (2,0 kPa)

• Calcular a velocidade do gás no trecho e comparar como valor limite 20 m/s.

354Q
V =
 P 
D2  + 1,033 
 100 
3
Q: vazão (Nm /h)
V: velocidade do gás (m/s)
D: diâmetro (mm)
P: pressão manométrica (kPa)

A Tabela 6.16 pode ser utilizada conforme sequencia descrita acima.

Tabela 6.16: Sequência de cálculo para dimensionamento de rede de distribuição interna de


gás.
Trecho C F A Q L Leq Lt D calc D D int Pi Pf V
3
(kcal/h) (%) Kcal/h (m /h) (m) (m) (m) (mm) N (mm) (kPa) (kPa) (m/s)

...

_________________________________________________________________________________________________________________________ 130
Gilson B Athayde Jr
Instalações hidro-sanitárias e de gás
_______________________________________________________________________________________________________________________________
6.5) Exercício resolvido

Dimensionar uma rede de distribuião interna para atender a uma residêencia com os seguites
aparelhos:

a) Fogão de 6bocas com forno;


b) Aquecedor de passagem de 10 L/min;
c) Secadora de roupas

O esquema isométrico da instalação é mostrado na Figura 16. Os tubos serão de cobre


rígdo, classe I.

6.6) REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 13523 - Central predial de gás liquefeito de petróleo – GLP. 34 p. 2008.

ABNT. NBR 15526 - Redes de distribuição interna para gases combustíveis em


instalações residenciais e comerciais – Projeto e execução. 44 p. 2009.

ANP. Portaria Nº 16 de 17 de junho de 2008. Estabelece as especificações do gás


natural de origem nacional ou importado a ser comercializado em todo teritório
nacional. 2008.

PBGÁS. Regulamento de instalações prediais. 171p. 2011.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 131
Gilson B Athayde Jr
Instalações hihráulicas e sanitárias

A:saída do regulador de pressão


C: fogão de 6 bocas com forno
E: Aquecedor de passagem de 10 L/min
F: Secadora de roupas

Figura 6.1: esquema isométrico da instalação

Tabela 6.17: Preenchimento daplanilha relativa ao exercício resolvido


Trecho C (kcl/h) F A Q (m3/h) L Leq Ltot D calc DN D int Pi Pf V
(%) (kcal/h) (m) (m) (m) (mm) (mm) (kPa) (kPa) (m/s)
AB 34410 100 34410 4,10 6,60 4,4 11,00 13,32 22 - - - -
AB* 34410 100 34410 4,10 6,60 4,8 11,40 13,43 22 19,80 7,500 7,386 3,34
BC 13390 100 13390 1,59 0,82 4,5 5,32 8,03 15 13,00 7,386 7,318 3,01
BD 21020 100 21020 2,50 2,00 0,2 2,20 7,92 15 13,00 7,386 7,318 4,73
DE 15000 100 15000 1,79 3,50 4,5 8,00 9,14 15 13,00 7,318 7,187 3,39
DF 6020 100 6020 0,72 4,82 3,5 8,32 6,50 15 13,00 7,318 7,295 1,36
* Recalculado para novos comprimentos equivalentes das singularidades

_________________________________________________________________________________________________________________________ 132
Gilson B Athayde Jr
Instalações hihráulicas e sanitárias

Água quente e gás

3.1) Descreva o princípio de funcionamento de um “termo-sifão”, comumente utilizado em sistemas de


aquecimento de água através de energia solar.

3.2) Comente sobre as características do CPVC que tornam seus tubos adequados para uso em
instalações hidráulicas de água quente.

3.3) No que diz respeito a misturadores utilizados em instalações prediais de água quente, comentar
sobre:

a) sua obrigatoriedade
b) seus inconvenientes

3.4) No que diz respeito ao uso da energia solar para aquecimento de água utilizada em prédios
residenciais, comentar sobre:

a) vantagens
b) inconvenientes

3.5) (ENC) Você faz parte de uma equipe de projetistas que está desenvolvendo um projeto para uma
escola (internato) que atenderá a um total de 80 pessoas. A você coube o estudo de uma solução
alternativa utilizando o aproveitamento da energia solar para o aquecimento da água da edificação.

Pesquisando sobre o assunto, você constatou que, para o caso de aquecimento de água residencial, o
recomendável é dimensionar o(s) coletor (es) em função da radiação solar nos meses de outono e
primavera, e adotar a média da radiação para estes meses. Portanto, para o local onde seria
construída a edificação, haveria:
2
- intensidade média de radiação.................................... I = 1,6 cal/cm .min (durante o período de
insolação)

Por outro lado, sabendo-se que a temperatura com que a água deve ser fornecida depende do uso a
que se destina e, verificando a bibliografia especializada, você achou prudente adotar:

- temperatura da água na entrada do coletor ................ T1 = 15 °C, e


- temperatura da água na saída do coletor ................... T2 = 70 °C.

Consultando, ainda, os fabricantes de coletores solares, você foi informado que para o caso poderia
adotar:
- rendimento do coletor .................................... ηc = 68%,
- tempo de funcionamento do coletor ................ t = 8 horas/dia,

Após algum tempo, em uma reunião da equipe de projetistas, o coordenador do grupo de trabalho lhe
fez a seguinte pergunta: qual a área do coletor solar que você encontrou para aquecimento da água da
residência?
3
Obs.: a) ρH2O = 996 kg/m (massa específica da água)
b) cH2O = 1 cal/gºC (calor específico da água)
c) 1 cal = 4,18 J

3.6) Os dois gases mais utilizados como combustível em instalações prediais são o GLP (gás liquefeito
de petróleo) e o GN (gás natural). A diferença fundamental entre estes dois gases, para os fins aqui
considerados, constitui nos seus poderes caloríficos. Como esta diferença afeta o dimensionamento
das tubulações que conduzem esses gases? Justificar.

3.7) Efetuar o pré-dimensionamento (encontrar o diâmetro) do 1º trecho da tubulação primária de uma


instalação predial de GLP que atende a um edifício 40 andares, sabendo que cada andar comporta 4
apartamentos com, cada um, um fogão de 6 bocas (com forno) e um aquecedor de acumulação de
300L. A extensão deste trecho é de 45 m e o comprimento equivalente à totalidade das singularidades
é de 7 m. Adotar tubos de cobre – classe A.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 133
Gilson B Athayde Jr
Instalações hihráulicas e sanitárias

3.8) Você foi contratado por um proprietário de restaurante para elaborar o projeto da rede de
alimentação (tubos) dos fogões/fornos, que utilizarão GLP. O referido proprietário informou que
utilizará um total de 4 fogões de 6 bocas, com forno, e que deseja que em seu projeto a tubulação seja
dimensionada para a capacidade máxima das peças de utilização, pois em horário de pico, todos os
pontos são utilizados.
A extensão do trecho compreendido entre os reguladores de 1º e 2º estágios é de 28 m, com um
comprimento equivalente das singularidades de 5 m. A extensão entre o regulador de segundo
estágio e cada uma das peças de utilização (trechos independentes) é de 6 m com comprimento
equivalente das singularidades de 2 m. Adotar tubos de aço – classe média (DIN 2440).

a) Fornecer o diâmetro de cada um dos trechos.


b) Caso não existisse a exigência por parte do proprietário de se dimensionar a tubulação para
capacidade máxima, os diâmetros seriam diferentes? Justifique com cálculos.

3.9) Os dois gases mais utilizados como combustível em instalações prediais são o GLP (gás liquefeito
de petróleo) e o GN (gás natural). A diferença fundamental entre estes dois gases, para os fins aqui
considerados, constitui nos seus poderes caloríficos. Como esta diferença afeta o dimensionamento
das tubulações que conduzem esses gases? Justificar.

3.10) Efetuar o pré-dimensionamento (encontrar o diâmetro) do 1º trecho da tubulação primária de


uma instalação predial de GLP que atende a um edifício 30 andares, sabendo que cada andar
comporta 4 apartamentos com, cada um, um fogão de 6 bocas (com forno) e um aquecedor de
acumulação de 200L. A extensão deste trecho é de 25 m e o comprimento equivalente à totalidade
das singularidades é de 6 m. Adotar tubos de cobre – classe A.

3.11) A NBR 13932/1997, em seu item 3.9, define o “fator de simultaneidade” (FS) como sendo um
coeficiente de minoração, expresso em porcentagem, aplicado à potência computada para obtenção
da potência adotada.
a) Você acha prudente tal adoção para dimensionamento de tubulações prediais de gás? Justifique.
b) Em que esta concepção se assemelha ao dimensionamento de instalações de água fria?

_________________________________________________________________________________________________________________________ 134
Gilson B Athayde Jr
Instalações hihráulicas e sanitárias

Respostas dos exercícios propostos

Água fria e combate a incêndio

1.1 F, V, V, F, F, F, F, F, V. 1.4
Trecho Diâmetro Presao
1.2 É aquele que prevê a utilização de algumas
disponivel
peças, diferindo do consumo máximo possível que é
aquele utilizado numa situação de uso simultâneo de residual
todas as peças. Deve ser considerado no (mm) (mca)
dimensionamento de tubulações que possam
alimentar duas ou mais peças simultaneamente, como
por exemplo barriletes, colunas e ramais. ab 50 3,426
bc 40 5,393
1.3 Dois fatores, sendo um deles a vazão de cd 40 7,460
funcionamento da peça e o segundo, a frequência de de 40 9,631
utilização da mesma.
ef 40 11,906
fg 40 14,288
gh 40 16,780
hi 40 19,385
ij 32 21,649
jk 32 24,248

1.5
Pressão Pressão
Trecho Diâmetro Presao requerida Trecho Diâmetro Presao requerida
disponivel disponivel
residual residual
(mm) (mca) (mca) (mm) (mca) (mca)

ab 25 2,653 0,50 ab 25 2,934 0,50


bc 20 2,874 1,00 bc 20 3,154 1,00
bd 25 2,436 0,50 bd 25 2,716 0,50
de 20 2,909 1,00 de 20 3,189 1,00
df 25 2,279 0,50 df 25 2,560 0,50
fg 20 2,882 0,50 fg 20 3,162 0,50
fh 25 2,065 0,50 fh 25 2,345 0,50
hi 20 0,711 1,00 hi 25 1,199 1,00
hj 25 1,903 1,90 hj 25 2,183 1,90
Primeira tentativa (diâmetros mínimos possíveis) Segunda tentativa (foi substituído o sub-ramal do
chuveiro de DN 20 para DN 25 e substituídos os 2
joelhos do trecho AB por curvas)

1.6 DN 85; PB = 13,33 m.c.a.

1.7 Recalque: DN = 32; sucção DN 40; Hm = 27,55 m.

1.8 O nível mínimo de água na caixa para funcionamento adequado do chuveiro tem que atender à pressão
mínima exigida de 1mca. Para tanto, temos:
Hmin = cota do chuveiro + pressão mínima para funcionamento do chuveiro + perdas de cargas do reservatório ao
chuveiro. Hmin = 35,30 + 1,00 + 2,10 = 38,40m
O chuveiro deixa de funcionar bem sempre que o nível mínimo de água no reservatório fica abaixo da cota
38,40m.

1.9 Será o chuveiro 8 porque este deriva da coluna com menor pressão. Apenas olhando a Figura deste exercício,
observa-se que o trecho 1-2 do barrilete é maior que o trecho 1-3. Como a vazão e os diâmetros nesses trechos
são iguais, a perda de carga no trecho 1-2 será maior do que no trecho 1-3, portanto, a pressão em 2 será menor
que em 3.
Como as duas colunas são abastecidas por vazões idênticas e o diâmetro das colunas de água fria é de 25 mm,
as perdas de carga nas colunas serão idênticas. Como todos os chuveiros têm a mesma perda de carga de 0,50
m, o chuveiro com menor pressão será aquele que derivar da coluna com menor pressão.
Neste caso, a menor pressão ocorre no ponto 4, junção do ramal que abastece o chuveiro 8. O ponto 5 possui
uma pressão disponível maior que o ponto 4, devido ao desnível geométrico entre os dois pontos.
_________________________________________________________________________________________________________________________ 135
Gilson B Athayde Jr
Instalações hihráulicas e sanitárias

1.10 SEM GABARITO

1.11 RTI = 12.000 l 1.13.Consumo fabril: DN 150


Trecho Diâmetro Presao
1.12
disponivel
X = (12/4,5x4,0) = 0,67 m residual
(mm) (mca)
Água Fria:
Trecho Diâmetro Presao AD1 40 0,8692x-5,31
disponivel y D1E 40 0,869x-5,86
residual EF 20 0,869x-6,78
(mm) (mca) (m) FG 20 0,869x-7,01
EH 40 0,869x-6,17
AB 32 0,8215y-1,28 2,17 HI 20 0,869x-7,38
BC 32 0,8215y-1,922 2,95 HJ 40 0,869x-6,46
CD1 25 0,8215y-2,166 3,24 JK 20 0,869x-7,67
D1D2 20 0,8215y-2,108 3,17 JL 32 0,869x-7,00
D2E 20 0,8215y-3,664 5,67 LM 32 0,869x-8,69
D2F 20 0,8215y-2,408 3,53 MN 20 0,869x-10,69
FG 20 0,8215y-1,900 2,92 MO 20 0,869x-9,26
FH 20 0,8215y-2,545 3,70 OP 20 0,869x-11,53
HI 20 0,8215y-2,162 3,84 LQ 25 0,869x-7,31
HJ 20 0,8215y-2,332 4,05 QR 20 0,869x-8,52
QS 25 0,869x-7,5
Incêndio:
ST 20 0,869x-8,71
DN 65. SU 20 0,869x-8,51
UV 20 0,869x-8,67
Para x = 0,67m e y = 5,67m, pressão no hidrante mais x = 40m;
desfavorável = 7,57 m.c.a. (OK)
Incêndio: DN 65.

1.14 SEM GABARITO

_________________________________________________________________________________________________________________________ 136
Gilson B Athayde Jr
Instalações hihráulicas e sanitárias

Respostas dos exercícios propostos

Esgoto sanitário e águas pluviais

2.1 F, F, V, F, F.

2.2 A constatação é coerente. A explicação reside no fato de que, para valores fixos de L e Q, quanto maior o
valor de H, maior energia (e velocidade de descida) de escoamento no conduto vertical.

Portanto, quanto maior H, maior v, e para um dado L e Q, o diâmetro será menor.

2.3 O item 4.2.5.2 remete ao item 4.2.3.2, que diz que para diâmetros de 100mm ou mais a inclinação mínima é
de 1%.
Considerando que o diâmetro mínimo de coletor é de 100mm (item 5.1.4), então a inclinação mínima é de 1%,
estando, portanto, a inclinação de 0,5%, constante da tabela 7, impossibilitada de uso.

2.4 Tubo de queda: DN 100; coluna de ventilação: DN 100

2.5 DN 250.

2.6 Tanque séptico: Vutil=87.800l, Vtotal=150.360l, Putil=2m, Ptot=2,40m, largura 3,80 m e comprimento=10,98m.
3 3
Filtro anaeróbio: Vúltil=51,2m , Hútil=1,8m (adotado), l=4,13m (seção quadrada); Ptotal=2 m e Vtotal=34,13m .

2.7 c = 7cm

2.8
a) O tanque séptico não atende, pois o volume do tanque (7,37 m³) é menor que o volume de necessário para
atender os despejos dos sanitários e restaurante (9,05 m³).
b) Sumidouro.
c) Area de absorção de 81,25 m² .

2.9 a = 13cm; h = 6,5cm.

2.10
Calha: a = 8,9 cm (calha quadrada).
Conduto vertical: D ~ 54mm, que é menor que DN 88 para tubos de águas pluviais. Alternativamente, poderia ser
utilizado um tubo de esgoto sanitário de DN 75.
Conduto horizontal: o DN 125 seria suficiente. Como este diâmetro não é fabricado para linha predial de tubos de
águas pluviais ou esgoto sanitário, adotaremos o DN 150 para tubos para esgoto sanitário.

2.11
c) 6 calhas de cada lado
d) D = 90mm
e) CH1 (Q = 1652 l/min)  DN 200
CH2 (Q = 3304 l/min)  DN 250
CH3 (Q = 4956 l/min)  DN 300
CH4 (Q = 6608 l/min)  DN 300

_________________________________________________________________________________________________________________________ 137
Gilson B Athayde Jr
Instalações hihráulicas e sanitárias

CH5 (Q = 8260 l/min)  DN 400


CH6 (Q = 9912 l/min)  DN 400

2.12
Coletor predial: DN= 100
Tanque séptico:

Filtro anaeróbio:

Vala de infiltração: 2 valas de 20m cada.

2.13 SEM GABARITO

2.14 SEM GABARITO

2.15 04 condutos verticais; a = 13,96cm.

2.16
Calhas A. B e C = 12x12

Conduto vertical: calhas A e B  DN 150

Conduto horizontal: DN 150.

_________________________________________________________________________________________________________________________ 138
Gilson B Athayde Jr
Instalações hihráulicas e sanitárias

Anexo I – Instrução Normativa 17/2005 CAGEPA

_________________________________________________________________________________________________________________________ 139
Gilson B Athayde Jr

Das könnte Ihnen auch gefallen