Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Documento assinado via Token digitalmente por PROCURADORA-GERAL DA REPÚBLICA RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE, em 22/03/2019 20:02. Para verificar a assinatura acesse
GABINETE DO PROCURADOR-GERAL DAREPÚBLICA
PGR-MANIFESTAÇÃO
75342/2019
sido questionadas por meio próprio (interposição de recurso em sentido estrito, por
interpretação extensiva do art. 581-V do CPP, ou de habeas corpus, caso houvesse restrição à
liberdade de locomoção) e não de embargos de declaração, cuja admissão – no processo
penal – se restringe às sentenças ou acórdão, não se admitindo em decisões interlocutórias e
iv) o manejo dos aclaratórios na seara criminal se volta para sanear omissão, contradição,
ambiguidade e obscuridade, o que não se vislumbrou nos autos, pois o reclamante, em
nenhum momento, discutiu matéria já tratada nos autos, ao contrário, fez uma argumentação
totalmente nova.
Relevante destacar que no dia 29/1/2019, diante da liminar favorável obtida pelo
Supremo Tribunal Federal, nos autos do Habeas Corpus nº 167.174, o reclamante pleiteou
também medida liminar na presente reclamação, para o fim de suspender as cautelares
impostas em razão de terem sido proferidas por juízo incompetente, alegando violação do art.
53-§2º da Constituição, com a interpretação dada pela ADI n. 5.526.
Além disso, afirma que a decisão da autoridade reclamada não tem meios
coercitivos para garantir o adimplemento das cautelares pessoais impostas contra um
Deputado Federal, pois o art. 282-§4º do Código de Processo Penal não se aplica aos
parlamentares, na medida em que o art. 53-§2º da Constituição não prevê a hipótese de prisão
preventiva após a diplomação de congressista, mas tão somente a prisão em flagrante de
crime inafiançável.
Pugna, desse modo, pela concessão de liminar para suspender a validade de todos
os atos decisórios praticados pelo juízo da 2ª Zona Eleitoral de Aracaju/SE, no curso do
processo n. 0000062-05.2018.6.25.0002 e n. 0000061-20.2018.6.25.0002, após a diplomação
do reclamante em 17.12.18, obstando o prosseguimento da ação penal n. 0000062-
05.2018.6.25.0002 até a apreciação do mérito da presente reclamação. E, sucessivamente,
ainda em sede liminar, a suspensão das cautelares postas, pois alega terem sido proferidas por
juízo incompetente e em violação ao art. 53-§2º da Constituição, com interpretação dada pela
ADI n. 5.526.
formulado por Evilázio Ribeiro da Cruz, Karina dos Santos Liberal e João Henrique Alves
dos Santos.
É o relatório.
II
O reclamante aduz que o juízo eleitoral, ora reclamado, não é competente para
processar e julgar a ação penal a qual responde pelos fatos denunciados pelo Ministério
Público Eleitoral, consistentes na inserção de declarações falsas em dezenas de documentos
destinados à prestação de contas eleitorais, com a finalidade de apresentá-los ao Tribunal
Regional Eleitoral de Sergipe para fins eleitoral.
Da mesma forma: INQ 3598/AC, Rel. Min. Celso de Mello; INQ 4026/DF, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski; INQ 4214/SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; INQ 4395/DF,
Rel. Min. Dias Toffoli; INQ 4396/DF, Rel. Min. Celso de Mello; INQ 4409/DF, Rel. Min.
Rosa Weber; INQ 4453/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, entre outros.
Por último, registro que após a concessão da liminar na presente reclamação, com
a suspensão da ação penal na origem e dos desdobramentos cautelares que implicassem
cerceamento à liberdade de locomoção do reclamante, Evilázio Ribeiro da Cruz, Karina dos
Santos Liberal e João Henrique Alves dos Santos apresentaram pedido de extensão da
reclamação em seu favor.
III