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PAULO, APÓSTOLO.

TARSO - Uma terra de fértil, de comércio, laguna do Mar Mediterrâneo, clima benigno, pluralismo
cultural.
Influência do helenismo, o modo de pensar dos gregos influenciou o pensamento de Paulo. Ele falava,
pensava e escrevia em grego como se fosse sua língua materna (diferente de Pedro que precisava de
interprete). A crença religiosa em Tarso era no poder de divino, no deus excelso ou Zeus. Acreditavam em
um deus local “Sandam” um deus campestre, protetor dos camponeses.
Na cidade de Tarso viveram mestres ilustres: Atenodoro (amigo do imperador Augusto)que transmitiam
ensinamentos quais: “Comporta-te com o próximo como se Deus te visse, e fala com Deus como se os
outros te ouvissem”.
Tarso era uma cidade séria e conservadora, onde reinava uma serena e rigorosa disciplina moral. As
mulheres saiam na rua com véu. (Costume originário dos Persas). 1Cor 11, 10-16.
Influência do Império Romano: cidade intelectual, artística, ...
Famílias que contribuíam com tributo anual de 500 dracmas tinham a cidadania romana e a família de
Saulo tinha este privilégio. Saulo em Hebraico significa: filho obtido de Deus pela prese.
Filho de fariseu; foi iniciado pelo pai na linguagem da Sagrada Escritura (tradução grega dos setenta. Os
judeus tinham uma estrutura educativa doméstica muito boa. Aos 5 anos os meninos aprendiam o básico
da Lei. 5º e 6º cap. Do Deuteronômio, o grande Hallel, Sl 113-118, o sentido das festas religiosas.
Aos 6 anos, acompanhado por um escravo, o pedagogo que carregava a mochila e os apetrechos da escrita,
levava a criança até a escola da Sinagoga. Os primeiros anos escolares eram dedicados exclusivamente à
História Sagrada.
Aos 10 anos iniciam o tempo de educação sobre a “lei oral”: tradições orais, preceitos de purificação, leis
humanas... Muito rigorismo.
Saulo seguiu este curriculum e, além disto, aprendeu a arte da costura das tendas muito usadas pelos
nómades, beduínos.
Saulo teve um mestre muito respeitado Gamaliel: os estudantes sentavam-se no chão ou em bancos baixos,
em semicírculo em torno do mestre, que os dominava do alto da cátedra. Escolhia-se uma passagem
bíblica, que era lida em hebraico e depois traduzida em aramaico, seguindo as várias interpretações do
mestre, que respondia depois as diversas perguntas.
Saulo não se casou para dedicar-se totalmente à Torá. Normalmente o casamento era obrigação com
exceção de alguns casos seguindo a linha de Elias e Jeremias.
ESTEVÃO E SAULO

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Saulo havia estudado em Jerusalém. Não sabemos por onde andou após sua formação. O reencontramos
em Jerusalém conforme afirma At 7, 58. Ele não seguiu o conselho do mestre Gamaliel: At 5, 34-42.
Estevão era um do “Colégio dos 7” junto com Filipe, pai de 4 filhas solteiras que profetizavam. At 21, 7-9.
As Comunidades se distinguiam por uma crença fervorosa no Messias, pela caridade fraterna, pelas
refeições em comum e pelo culto místico e eucarístico, envolto em certo mistério. At 2, 42-44.
Na controvérsia dos escribas e fariseus com Estevão havia gente muito preparada e eloquente, inclusive
Saulo, porém ninguém podia resistir “à sabedoria e ao Espírito que o inspiravam”. At 6, 10. O fariseu tinha
somente um argumento: “Maldito todo aquele que pende do madeiro”.
Estevão partiu para o ataque falando sobre a transitoriedade do Templo e da lei, seguindo o exemplo do
Mestre. Eles transformaram a assembleia em tribunal. Estevão continua firme em suas afirmações: “Vós vos
tornastes traidores e assassinastes o Justo” At 7, 52-53. Aconteceu o apedrejamento; impressionante o
comportamento de Estevão: “Senhor Jesus, recebei o meu espírito” e “Senhor, não lhes imputeis este
pecado”. Este pedido valeu para Saulo que estava guardando os mantos de quem apedrejava. Mais tarde
dirá: “Não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus” At 22, 20; 26, 10; Gal 1, 13;
1Cor 15, 9.
A morte de Estevão marcou o ponto de partida de uma nova onda de provações e anunciou a mais
sangrenta perseguição que a Igreja nascente já havia experimentado.
Organizou uma espécie de inquisição e Saulo foi nomeado inquisidor-geral. “Saulo respirava ainda
ameaças e morte contra os discípulos do Senhor”. At 9, 1.
Como alguém pode chegar a esta atitude? Toda piedade judaica dessa época estava inteiramente dominada
pela lei e pelo Juízo Final. A vida de cada homem era regulada até nos mais íntimos pormenores pelas 248
prescrições e 346 proibições da Lei que, com as suas inúmeras interpretações orais, formavam uma rede à
qual nada escapava: previam-se todos os casos possíveis, e nada era deixado à responsabilidade pessoal.
Quem ousasse tocar nesses pilares da vida judaica tinha fatalmente de ser exterminado, por mais leve que
fosse a crítica. Exigia-se a entrega total da personalidade ao legalismo – e Saulo estava pronto a fazê-la.
Saulo, porém se depara com algo novo que certamente o questiona: observou nos cristãos que iam morrer
qualquer coisa diferente, uma doçura, uma íntima felicidade, a expressão de uma vida mais alta, uma união
com Jesus Ressuscitado que nada podia abalar um íntimo convívio com Aquele que lhes comunicava a
certeza de que se dirigiam não para a morte, mas para a vida.
A viagem para Damasco durava cerca de uma semana. Havia 3 caminhos diferentes, todos de uns 250
quilômetros. Saulo possivelmente escolheu o caminho da Judeia, passando por Betel, no território de
Benjamim, Samaria com seus lindos trigais (“Levantai os olhos e vede os campos que estão maduros para a
colheita” –Jo 4, 35); “Rogai pois ao dono da messe que mande operários para a sua messe” – Mt 9, 38.
Cristo entra no caminho de Damasco, como entrou no caminho dos discípulos de Emaús.

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No céu relampejou um súbito clarão de luz. Os cavalos empinaram-se desviando-se para o lado. Ouviu-se
um ruído metálico, e Saulo jazia com a face por terra. O círculo de chamas fechou-se sobre ele e na
fulgurante aparição pôde vislumbrar um rosto como de um “homem celeste” (1Cor 15, 48). Este disse:
“Saulo, Saulo porque me persegues?”. Saulo perguntou: Quem és tu, Senhor?”. “Eu sou Jesus a quem tu
persegues!”.
A aparição do Cristo Ressuscitado não foi somente a revelação externa de que Jesus era o Messias;
mostrou-lhe também o erro em que estivera, a sua enorme impotência moral e o seu extravio religioso, e
permitiu-lhe compreender que Cristo é o salvador dos pecadores, Aquele que nos livra do mal e do
afastamento de Deus, o Reconciliador que nos aproxima de Deus pelo seu sangue (Ef 2, 13). Se o
Ressuscitado não lhe tivesse aparecido, Saulo nunca teria conseguido entender o “escândalo da cruz”, de
tal forma o seu espírito se impregnara do preconceito judaico sobre a ignominia do madeiro. Só a
Ressurreição poderia vencer este escândalo, como acontecera com os outros discípulos. “Mas quando se
manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor pela humanidade, ele nos salvou, não por
causa de atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia mediante o banho de
regeneração e renovação do Espírito Santo” (Tit 3,4-5).
Há 4 temáticas paulinas ligadas à experiência de Damasco:
1. O Ressuscitado é o Messias e todas as profecias se realizaram na sua pessoa;
2. Cristo é Deus.
3. A união mística de Cristo com seus fiéis, expressa por Paulo na frase “em Jesus Cristo”, e que
constitui seu ponto de partida para a compreensão da Igreja (At 9, 5; 1Cor 12, 13; Ef 5, 30);
4. A sua vocação para o apostolado com os gentios (1Cor 9, 16).
Em Damasco Paulo terá que ficar quieto na “sala de espera de Deus” enquanto Ananias não chegar.
Acolhido como irmão por Ananias, que tinha superado os medos, recupera a visão integral, após a
imposição das mãos e a oração. Após a pergunta de Ananias “Saulo, meu irmão, crês que Jesus é o Messias,
o Filho de Deus?” e a resposta positiva, ele recebe o Batismo no Rio Barada, tornando-se membro do Corpo
de Cristo. Oficialmente Paulo se apresenta na Sinagoga como seguidor de Cristo e se torna para
comunidade judaica um “irmão perigoso”. Será visto como um inimigo de sua religião e terá que fugir da
cidade.

Paulo um missionário itinerante

1. As viagens de Paulo pelo mundo.


“Fiz muitas viagens. Sofri perigo nos rios, perigo por parte de ladrões, perigos por parte dos meus
compatriotas, perigos da parte dos pagãos, perigos nas cidades, perigos no deserto, perigos no mar. Três
vezes naufraguei. Passei um dia e uma noite em alto mar” (2Cor 11,25,26)…
Os Atos afirmam que o terceiro período da vida de Paulo foi marcado por três grandes viagens
missionárias. A primeira começou no ano 46 (At 13,1-3) quando Paulo tinha mais ou menos 41 anos. A
terceira terminou no ano 58 com sua prisão na praça do templo, em Jerusalém (At 21,27-34). Treze anos de
andanças… E naquele tempo não havia ônibus, asfalto… Andava-se no lombo de um animal, ou a pé, ou de
barco. Milhares de quilômetros. Nas estradas não havia segurança nenhuma. Hospedarias cada trinta
quilômetros, mas somente nas grandes rodovias…
Durante treze anos viajou assim, visitando Antioquia, Atenas, Corinto, Éfeso, Tessalônica, Filippos,
Corinto, Roma, adaptando-se a mentalidades diferentes, a gregos e romanos, a gente das cidades e do
campo… Nunca viajava só. Na 1a viagens foi com Barnabé e Marcos (At 13,3-5). Na segunda com Silas (At
15,36-40) e Timóteo (At 15,1-3), com Lucas.e o casal Priscila/Áquila (At 18,18). Na terceira houve mais
pessoas (At 19,22; 20,4-5; 21,16). Era uma comunidade cristã viajando e Evangelizando.

2. Os companheiros de Paulo.
Alguns companheiros de sexo masculino e feminino aparecem como mais íntimos de Paulo. Sem eles não
teria conseguido fazer o que fez. Eis alguns deles.
 Barnabé: Levita de Chipre que tornado cristão se destacava por sua generosidade. Seu nome era José.
Acolheu Paulo em Jerusalém e foi o intermediário entre ele e os Apóstolos. Buscou Paulo em Tarso

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depois da conversão, trabalhou com ele em Antioquia e o acompanhou em sua 1a viagem e em
Corinto. Desentendeu-se com Paulo ao início da 2a viagem por querer levar junto Marcos, seu
sobrinho, o que Paulo não quis. (At 9,27; 11,25-26; 13,2; ..1Cor 9,6; Gl 2,1.9.13).
 Lídia: Natural de Tiatira e vendedora de púrpura. Ofereceu hospitalidade a Paulo e se converteu com
sua família. Foi uma mulher muito piedosa. Paulo a escolheu como coordenadora da comunidade de
Filipos (At 16,14-15.40; Fl1,5.7-8; 4,15)
 Priscila e Áquila: casal originário do Ponto, mas residente em Roma. Fugiu para Corinto quando o
Imperador Cláudio perseguiu os judeus. Áquila tinha a mesma profissão de Paulo. Acolheu Paulo em
sua casa durante a 2a viagem missionária . Ele e sua mulher Priscila ou Prisca acompanharam Paulo
até Éfeso tornando-se, por sua vez, missionário pregadores. Converteram Apolo (At 18,18-26),
voltaram a Roma depois da morte de Cláudio e retornando a Éfeso pouco depois. São Paulo acentua
em suas cartas todos os serviços que o casal prestou às comunidades cristãs. (At 18,2.18; Rm 16,3-4).
 Febe: gentia-cristã de Roma a serviço da comunidade de Cêncreas, recomendada por São Paulo aos
romanos. Talvez, foi ela quem levou para Roma a Epístola aos Romanos. (Rm 16, 1-2).
 Timóteo: Natural de Listra, na Ásia Menor. Paulo conhecia sua famáilia, a avó Lóide e a mãe Eunice.
Levou consigo Timóteo na sua 2a e 3a viagem apostólica. Recebeu tarefas importantes de Paulo que o
considerava como Filho. Foi o destinatário de duas cartas. Participou do cativeiro de Paulo em Roma.
A tradição venera Timóteo como Bispo de Éfeso. (At 16,1; 14,19-20; 19,22; 2Tm 1,5; 3,14-15; 1Tm 1,3.18-19;
1Ts 3,2.6; 1Cor 4,17;16,10; Fl 2,19-22)
 Marcos: Filho de Maria cuja casa em Jerusalém estava á disposição dos primeiros cristãos. Sobrinho
de Barnabé e de família sacerdotal. Na 1a viagem acompanhou Paulo até Perge mas não aguentou a
parada e voltou. Na segunda viagem Paulo não o quis mais consigo. Ele e Barnabé foram, então, a
Chipre pregar o Evangelho. Mais tarde, em Roma, acompanhou de novo Paulo e também Pedro.
Escreveu o Evangelho que leva seu nome. A tradição diz que fundou a Igreja de Alexandria onde teria
morrido. (At 15,39; 12,12.25; 4,36; 13,5.13; Col 4,10; Fm 24; 2Tm 4,11; 1Pdr 5,13;)
 Tito: Amigo e companheiro de São Paulo. Nunca mencionado nos Atos. Gentio e incircunciso foi com
Paulo a Jerusalém para o Concílio Apostólico. Paulo lhe deu uma missão especial em Corinto e em
Creta onde recebeu uma carta do Apóstolo. Compartilhou o 2o Cativeiro de Paulo, partindo, em
seguida, para uma missão especial na Dalmácia. Teria morrido como Bispo de Creta.
3. Algumas dificuldades nas viagens de Paulo
 Dificuldades de comunicação Paulo falava grego, hebraico, aramaico e, talvez, latim. Na Ásia
Menor os dialetos e as línguas faladas eram dezenas. Paulo diz na carta aos Gálatas: “Diante de vós foi
desenhada a imagem de Jesus crucificado!” (Gl 3,1). O que faz supor que devia muita vez usar gestos de
comunicação e desenhos. Terá tido intérpretes também…
 Dificuldades de saúde Quem não tinha boa saúde não podia aguentar canseiras, noites mal
dormidas, comidas diferentes. Paulo devia ter uma saúde de ferro para aguentar durante treze anos
subidas e descidas de morros, frio e calor, o trabalho para se sustentar e o trabalho missionário… A
doença apareceu durante a 2a viagem e o obrigou a parar na Galácia. Foi assim que nasceu a
comunidade dos gálatas (Gl 4,13). Qual terá sido o problema? Uma doença na vista ou aquele
“aguilhão da carne” (2Cor 12,7)? Paulo não explica. Preocupava-se sim com a saúde dos companheiros,
principalmente de Timóteo que sofria de estômago (1Tm 5,23)
 O sustento Era o problema maior. Uma viagem naquele tempo não era como hoje. Hoje, você entra
no ônibus, passa a viagem dormindo numa cadeira e amanhece a 600 quilômetros de distância.
Naquele tempo, percorrer uma distância de 600 quilômetros levava no mínimo vinte dias, a uma
média de trinta quilômetros por dia. Hoje, quem esquece de levar lanche, aguenta passar a noite no
ônibus de Belo Horizonte a São Paulo. Mas como levar lanche para vinte dias? Impossível! E onde
arrumar dinheiro para comprar comida para quatro ou cinco pessoas durante três semanas? Como é
que eles faziam? Interrompiam a viagem, paravam e trabalhavam para conseguir o dinheiro suficiente.
Assim, uma viagem de 600 quilômetros podia durar dois meses ou mais. Quando Paulo chegava a um
lugar, uma das primeiras providências a tomar era procurar uma oficina onde pudesse conseguir
biscate e ganhar, uns trocados. (O lema de Paulo era: “Quem não quiser trabalhar, também não deve
comer!” (2Ts 3,10). “Vocês mesmos sabem que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário
para mim e para os que estavam comigo” (At 20,33-34).

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 O Contato com as comunidades Paulo mantinha contato com as comunidades através de
mensageiros (Cl 4,10, 1Cor 1,11; 16,12-18; 1Ts 3,2-6) e de cartas. Pedia que suas cartas fossem lidas nas
reuniões de comunidade (1Ts 5,27). Escrever cartas era, para aquele tempo, muito dificultoso e exigia
uma pessoa especializada no assunto. Paulo viajava, formava uma comunidade e continuava líder
desta comunidade. Mantinha constante contato com ela. Não tendo, como nós temos, telefone, rádio,
jornal, TV telegramas, podemos imaginar as dificuldades que devia enfrentar.

4. A geografia das viagens de Paulo.


Lucas (At 2,8-11) enumera os povos presentes em Jerusalém no dia de Pentecostes. No decorrer da narração
ele mostra como aqueles povos foram atingidos pelo Evangelho, sobretudo com as viagens de Paulo.
Realiza-se, pois, a profecia de Pentecostes. A história da humanidade, desintegrada pela confusão das
línguas na construção de Babel (Gen 11,5-9), vai sendo refeita através do trabalho missionário de Paulo e do
povo das comunidades. Jerusalém, porém, é o centro de onde parte a ação missionária. A ordem de Jesus é
de ir até o fim do mundo, começando por Jerusalém. O fim do mundo é Roma. Lá acabam os Atos dos
Apóstolos. Cada uma das viagens de Paulo começa e acaba em Jerusalém.

5. O Concílio de Jerusalém.
Foi no ano 49, depois da 1a viagem missionária.. Em Antioquia os judeus armavam a maior das confusões
pregando que aos pagãos convertidos se deviam aplicar as leis judaicas da circuncisão e outras. A Igreja
antioquena decidiu enviar a Jerusalém Paulo, Barnabé e outros (Gal. 2,11) para consultar os apóstolos e
presbíteros e ter uma decisão sobre os problemas da comunidade. A visita concluiu-se com o
chamado Concílio de Jerusalém. A controvérsia que se deu naquele Concílio diz respeito,
principalmente, à dois pontos doutrinários.
 A circuncisão (Gal. 1-10; At. 15,6-12). Era uma questão com muitas implicâncias. A grande questão era:
“A salvação depende unicamente da fé em Cristo ou da fé em Cristo junto com a circuncisão e a
observância da lei judaica?”
 A questão disciplinar relativa aos alimentos (At. 15,13-29) foi outro assunto quente. Em Jerusalém
Paulo se encontrou com toda a Igreja local, apóstolos e presbíteros. Também aqui os “falsos irmãos”
(eram aqueles que provocaram confusões em Antioquia) insistiam na obrigatoriedade da circuncisão.
Paulo se opôs a essa forma de cristianismo. Os Apóstolos e os presbíteros examinaram a fundo a
questão (Gal. 2,2) e Pedro, como chefe da Igreja, apresentou a opinião da maioria que era contra a

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obrigatoriedade da circuncisão. A assembleia acatou esta decisão e, com este ato, a jovem Igreja se
separou da matriz judaica e se abriu para um apostolado universal. A posição de Paulo foi aprovada e
Paulo pode prosseguir sua pregação sem maiores oposições. Em relação ao segundo ponto Pedro
declarou:” Pois decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas
indispensáveis: abster-sedas carnes sacrificadas aos ídolos, do sangue, de animais sufocados e de uniões
ilícitas. Fareis bem se evitardes estas coisas”.

6. Paulo prisioneiro
Em 58 Paulo foi a Jerusalém e visitou Tiago (At 21,18), pois os judeus preparavam atos de hostilidade para
com Paulo (21,17,22) Tiago lhe deu o conselho de associar-se a 4 homens que estavam para fazer voto de
nazireato, para captar as simpatias dos judeus, de pagar as despesas deles e acompanhá-los ao templo
durante sete dias (At. 21,23-24). Paulo assim fez, mas pouco adiantou. Acusado de profanar a lei judaica
quase foi linchado. Quem o salvou foi um tribuno da coorte romana o qual o prendeu (At. 22,27). Foi,
então, enviado a Cesaréia Marítima ao procurador Antônio Félix (At. 23,23-33) que o segurou prisioneiro
durante dois anos e procurou extorquir dinheiro (At. 24,26). Félix foi substituído no ano 60 por Pórcio
Festo. Paulo apelou para ser processado em Roma (At. 25,11), pois era cidadão romano e foi atendido.
Acompanhado por um centurião e por Lucas, fez a viagem por mar, ao longo da costa, em direção a Creta.
O tempo logo se manifestou ruim e o navio foi arrastado ao largo até Malta, onde naufragou (At. 28,1).
Salvo por milagre do naufrágio e da mordida de uma víbora, passou o inverno em Malta, depois contornou
a Sicília e terminou a viagem de mar em Putéoli, perto de Nápoles. Foi então por via terrestre para Roma,
onde ficou em prisão domiciliar durante dois anos, de 61 a 63, guardado à vista por um soldado (At. 28,16).
A situação não lhe impedia de reunir em sua casa judeus romanos (At. 28,16-28).
Paulo foi absolvido. Viveu durante dois anos numa casa alugada e com o fruto do próprio trabalho (At.
28,30). Sua principal tarefa, porém, era a pregação do Evangelho. Alguns dizem que foi a Espanha, mas a
notícia carece de provas. Certo é que voltou ao oriente, na Grécia, na Macedônia. Quando e onde de novo
foi preso não o sabemos. Parece que foi pelo ano 67, quando foi levado de novo para Roma, onde reinava o
Imperador Nero. Santo Eusébio nos fala de seu martírio. Dionísio de Corinto escreveu que Paulo e Pedro
foram aprisionados ao mesmo tempo. Tertuliano relata que o martírio de Paulo foi semelhante àquele de
João Batista, isto é, foi decapitado. A afirmação de Eusébio a respeito da morte de Paulo durante o reinado
de Nero é universalmente aceita. A perseguição de Nero durou de 64 a 68. Estabelecer o ano exato do
martírio de Paulo é praticamente impossível, mas deve ser colocado entre 66 e 68. Que Pedro e Paulo
tenham morrido na mesma ocasião é improvável. O que pode ser aceito é que o martírio dos dois se deu
durante a mesma perseguição, ao máximo, no mesmo ano. Paulo, segundo a tradição popular, foi
decapitado no lugar onde surge hoje a Basílica de São Paulo fora dos muros. Sua cabeça, destacada do
corpo, teria pulado três vezes e teriam brotado por lá três fontes de água.
Paulo foi sepultado na Via Ostiense, perto da catedral que toma seu nome. No ano 258, por causa da
perseguição do imperador Valeriano, que tinha o mau hábito de profanar as sepulturas dos mártires
famosos, os restos de Paulo foram levados num lugar chamado “Ad Catacumbas”, na Via Ápia. Mais tarde,
passadas as perseguições, foram recolocados no lugar originário onde o Imperador Constantino construiu a
Basílica.

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