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Tzong Kwan

Sabedoria
Revista Trimestral do Templo Tzong Kwan – Janeiro.19

Volume 95

“Só existem dois dias no


ano em que nada pode ser
feito. Um se chama “ontem”
e o outro se chama
“amanhã”, portanto, hoje e
agora é o momento certo
para amar, acreditar, fazer e
principalmente, viver.”

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
SEJA BEM-VINDO!
Programação Tzong Kwan

Sábados: 16h30 às 18h - Meditação para praticantes, não indicado para


inexperientes. Para novos praticantes recomendamos o curso de meditação do
Centro Cultural Tzong Kwan.
Informações e inscrições: www.meditacao.online

Domingos
Domingos: 9h30 às 11h30 - Cerimônia (chegar com antecedência). As
cerimônias são conduzidas em chinês com tradução escrita em português.
Também há recitação de sutra em português.

VISITAS AO TEMPLO SOMENTE AOS DOMINGOS E COM


AGENDAMENTO
Domingos das 9h às 16h. Para agendar, enviar foto do RG (frente e verso) para o
e-mail tzongkwan@gmail.com e aguardar confirmação.

CONTATO | DÚVIDAS | INFORMAÇÕES


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Site: www.tzongkwan.com.br
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Traduções dos Sutras
Sutras: www.dharmatranslation.org

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Sumário
As Cinco Lembranças ..................................................... 6

A Fala Correta ................................................................ 7

Sobre Aproveitar bem o Tempo ................................. 14

Flores ............................................................................ 20

Aprecie o Percurso .......................................................22

“Um dos presentes mais


valiosos que se pode dar a
alguém é o seu tempo.
O seu tempo é uma porção
de vida que nunca mais vai
voltar.”

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As Cinco Lembranças
(Do Livro “Fear - Essential Wisdom For Getting Through The Storm” - Thich Nhat Hanh)

Eu tenho a natureza do envelhecer.


Eu não posso escapar da velhice.

Eu tenho a natureza do adoecer.


Eu não posso escapar de ter problemas de saúde.

Eu tenho a natureza do morrer.


Eu não posso escapar da morte.

Tudo o que é querido para mim e todos que eu amo


têm a natureza da mudança.
Não há maneira de escapar e de ser separado deles.

*Eu herdo os resultados dos meus atos de corpo


corpo, fala e mente
mente.
Minhas ações são minha continuação.

*Estamos falando de herdar não as economias de nossos pais, mas os frutos

de nossas próprias ações. O que temos pensado, dito e feito é chamado karma,

que em sânscrito significa ação. O que nós fazemos, dizemos e pensamos

continua após o ato, e seus frutos nos seguem. Querendo esta herança ou não,

ela fica com a gente. Todos os nossos pertences e entes queridos, deixaremos

para trás, mas o nosso karma, o fruto de nossas ações, sempre nos acompanha.

Nós nunca podemos escapar disso, nós nunca podemos dizer: “Não, você não

tem direito de me perseguir!” Iremos receber os frutos de qualquer ato que

fizermos, sejam saudáveis ou não .

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A Fala Correta
(Do livro “A Essência dos ensinamentos de Buddha” – Thich Nhat Hanh)

Em nossa época, as técnicas de comunicação são muito sofisticadas.


Enviamos notícias para o outro lado do planeta com facilidade e rapidez.
Ao mesmo tempo, a comunicação entre as pessoas se torna cada vez
mais difícil. Os pais não conseguem falar com seus filhos, os maridos com
suas mulheres e os sócios com seus parceiros. A comunicação parece
estar bloqueada. Estamos numa situação difícil, não apenas entre países,
mas também entre pessoas. A prática do Quarto Treinamento da Atenção
Plena (a fala correta) é muito importante.

O enunciado clássico da Fala Correta é o seguinte:

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(1) Falar sempre a verdade. Quando uma coisa é azul, nós dizemos
que ela é azul, e não roxa.

(2) Não falar coisas contraditórias deliberadamente. Não dizemos


uma determinada coisa a uma pessoa e uma coisa diferente a outra pessoa.
É claro que podemos descrever a verdade de várias formas para que o
ouvinte entenda o que estamos dizendo, mas é preciso ser sempre fiel à
verdade.

(3) Não falar com crueldade. Não gritamos, não caluniamos, não
amaldiçoamos, não provocamos sofrimento nem geramos ódio. Mesmo
aqueles que têm um bom coração e não querem ferir ninguém muitas
vezes permitem que saiam palavras tóxicas de sua boca. Nós carregamos
em nós as sementes do Estado de Buddha juntamente com os grilhões
das formações mentais. Quando dizemos algo venenoso, isso em geral se
origina da força do hábito. As palavras são muito poderosas. Elas podem
gerar um complexo em uma pessoa, tirar sua vontade de viver, ou mesmo
conduzir alguém ao suicídio. É preciso não se esquecer disso.

(4) Não exagerar nem retocar os fatos. Não devemos dramatizar


desnecessariamente, querendo que as coisas pareçam melhores, piores
ou mais urgentes do que realmente são. Se alguém está um tanto irritado,
não diremos que está furioso. A prática da Fala Correta consiste em tentar
mudar nossos hábitos para que nossas palavras venham da semente de
Buddha que existe em nós, e não das sementes doentias ou indesejáveis.

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A Fala Correta
se baseia no
Pensamento
Correto.

A fala é o nosso pensamento, expresso sob a forma de som.


Quando falamos, nossos pensamentos deixam de ser particulares.
Oferecemos aos outros fones de ouvido, permitindo que ouçam
a fita de áudio que toca em nossa mente. É claro que existem
coisas que pensamos e não dizemos, e uma parte de nós faz o papel de
censor. Às vezes, quando um amigo ou terapeuta nos confronta com uma
pergunta inesperada, acabamos sem querer dizendo a verdade que
pretendíamos esconder.
Algumas vezes, os blocos de dor que existem incrustados dentro de nós
se expressam na fala (ou nos atos), sem terem antes passado pelo
pensamento. Ou seja, o sofrimento acumulado já não pode mais ser
reprimido, especialmente quando não se pratica a Atenção Plena Correta.
Quando expressamos dor, podemos ferir a nós mesmos ou aos outros, mas
se não praticarmos a Atenção Plena Correta não saberemos o que está se
acumulando dentro de nós. Por isso, terminamos por dizer ou escrever coisas
que não queríamos, e não sabemos de onde essas palavras vieram.

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Não queremos realmente ferir ninguém, mas acabamos dizendo coisas
que ferem. Temos a intenção de só dizer palavras de reconciliação e perdão,
e logo em seguida, dizemos algo cruel. Para regar as sementes da
paz que existem em nós, precisamos praticar a Atenção Plena
Correta enquanto estamos caminhando, sentados, de pé etc.
Com a Atenção Plena Correta, conseguimos ver claramente
nossos pensamentos e sentimentos, e identificar o que nos ajuda
e o que nos machuca. Quando os pensamentos saem de nossa
mente sob a forma de palavras, se a Atenção Plena Correta os
acompanhar
acompanhar,, teremos consciência do que dizemos e se isso é
útil ou pernicioso.
O alicerce da Fala Correta é ouvir com atenção
atenção. Se não
conseguimos escutar com consciência, não podemos praticar a Fala
Correta. Não importa o que dissermos, estaremos apenas relatando nossas
próprias ideias sem realmente responder ao que o outro disse.

No Sutra do Lótus,
somos aconselhados a
olhar e ouvir com os
olhos e ouvidos da
compaixão.

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A escuta compassiva auxilia a cura. Quando alguém nos ouve desta
forma, sentimos alívio imediato. Um bom terapeuta sempre pratica a escuta
compassiva. Temos que aprender a fazer a mesma coisa para poder
ajudar aqueles que amamos, resgatando a comunicação com eles.
Quando a comunicação é cortada, todos sofremos. Quando ninguém
nos ouve ou entende, viramos uma bomba prestes a explodir.

Restaurar a comunicação é
uma tarefa urgente.

Às vezes bastam dez minutos de escuta atenta para transformar uma


pessoa e devolver o sorriso aos seus lábios. Bodhisattva Kwan Yin é aquela
pessoa que ouve os lamentos do mundo. Ela tem a qualidade do verdadeiro
ouvinte compassivo, que não julga nem reage. Quando ouvimos com todo
o nosso ser, conseguimos desarmar diversas bombas-relógio. Se a outra
pessoa acha que estamos criticando o que ela está dizendo, seu sofrimento
não será aliviado. Quando o psicoterapeuta pratica o Ouvir Correto, seus
pacientes têm a coragem de lhe dizer coisas que nunca disseram antes a
ninguém. A escuta verdadeira nutre quem fala e quem ouve.
Nós já perdemos, em geral, a capacidade de ouvir e falar amorosamente
em família. Talvez as pessoas já não consigam mais ouvir umas às outras, e
por isso nos sentimos sós, mesmo estando em família. Por isso fazemos

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terapia, na esperança de que o terapeuta nos ouça. Mas muitos terapeutas
também carregam consigo uma dor profunda, e às vezes não conseguem
ouvir tão bem quanto gostariam. Assim, se você ama alguém, tente aprender
a ser um bom ouvinte. Torne-se um terapeuta. Você será o melhor terapeuta
do mundo para a pessoa que ama, se conseguir aprender a arte da escuta
atenta e compassiva.

Além disso, é preciso aprender


a falar com amor
amor..

Já perdemos a capacidade de dizer as coisas com calma, e nos irritamos


com demasiada facilidade. A cada vez que abrimos a boca, nossa fala
soa amarga ou azeda. Sabemos que isso é verdade, que perdemos a
capacidade de falar com bondade. Este é o Quarto Treinamento da
Atenção Plena, fundamental para a manutenção de relacionamentos
pacíficos e amorosos. Se você não conseguir aprender isto, também não
conseguirá atingir a felicidade, a harmonia e o amor. É por isso que a
prática do Quarto Treinamento da Atenção Plena é tão importante.
Muitas famílias, casais e relacionamentos se rompem porque perderam
a capacidade de ouvir uns aos outros com serenidade e compaixão. Não
sabemos mais usar a fala calma e amorosa. O Quarto Treinamento da
Atenção Plena é fundamental para restaurar a comunicação entre nós. É
uma grande dádiva poder aplicar o Quarto Treinamento à arte de ouvir e

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de falar amorosamente. Por exemplo, um membro da família talvez esteja
sofrendo muito, mas mesmo assim, ninguém se senta calmamente para
ouvi-lo. Se existir alguém na família capaz de ouvir com o coração, pelo
menos durante uma hora, a pessoa que sofre terá a sensação de que sua
dor foi aliviada. Se você sofre e ninguém o escuta, o sofrimento permanece
lá. Mas, ao contrário, se alguém o ouve e compreende, você começa
imediatamente a sentir o alívio de ser ouvido por alguém.(...)
Algumas vezes, falamos intempestivamente e criamos pontos de
bloqueio nas outras pessoas. Dizemos: “Mas eu só estava dizendo a verdade.”
Talvez o que foi dito seja a verdade, mas se esta forma de falar causa
sofrimento desnecessário, então certamente não é a Fala Correta. A
verdade deve ser apresentada de uma forma que o outro seja
capaz de aceitar
aceitar.. PPalavras
alavras que ferem ou destroem não
representam a FFala
ala Correta
Correta.. Antes de falar
falar,, compreenda a pessoa
com quem você está falando. Considere cada palavra
cuidadosamente antes de dizer qualquer coisa, para que sua
fala seja correta na forma e conteúdo.

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Sobre Aproveitar bem o T
(Palestra do Mestre Pu Hsien)

“O Esforço Perseverante e o Trabalho Duro são princípios que norteiam


a vida. A apatia é tentadora como uma cama quentinha e confortável,
mas acaba sendo um berço de mazelas. Quem apenas joga fora o tempo,
também joga fora méritos e virtudes.”
Vivendo neste mundo, é impossível não considerar a questão do tempo.
Suponha que você viva setenta ou oitenta anos. Nesse meio tempo, nós já
somos adultos e não crianças que não ligam pra nada: será que
desperdiçamos muito tempo?
Assim, existem pelo menos esses dois tipos de pessoas: o primeiro
tipo sabe como aproveitar o tempo para nutrir uma vida saudável
saudável.
Eles transformam o tempo em sabedoria e entendimento, transformam o
tempo em compaixão e méritos, transformam o tempo em saúde para
corpo e mente através de exercícios. Eles procuram ampliar seus
conhecimentos ou, senão, fazem trabalhos voluntários e boas ações. Tais
pessoas são muito energéticas, são perseverantes; são pessoas radiantes,
de grande beleza. Ademais, existe ainda outro tipo de pessoa: aqueles
que só comem o dia todo e não fazem nada. Comem, bebem,
cantam, dançam... Mas não fazem mais nada com seu tempo. Mais tarde,
quando possuem dinheiro e tempo livre, começam a pensar em maiores
excitações. Querem curtir, viajar pelo mundo todo, comer todas as comidas
do planeta. Esse é um outro tipo de rumo que seguem na vida.
Nós sempre falamos de vidas passadas, presentes e futuras. Mas o Bud-
dha dizia que dessas três, a vida presente é a mais importante
importante. E
nesta vida presente, sabem qual o tempo mais importante?

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roveitar bem o Tempo
(Palestra do Mestre Pu Hsien)

É o dia de hoje.

E neste dia de hoje, qual o


período mais importante?

Este momento, este


instante é o mais
importante.

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Se nós não sabemos como usar este momento presente para fortalecer
nossos conhecimentos e sabedoria, vamos acabar jogando fora o precioso
tempo da vida. Vamos desperdiçá-lo assistindo algum programa chato de
TV, vendo essas coisas sem sentido. É uma tolice.
Portanto, as pessoas podem ser divididas nesses dois tipos: um deles
estaria em um ciclo positivo, o outro tipo estaria em um ciclo
vicioso
vicioso. Isso que chamamos de ciclo positivo, por exemplo,
acontece quando uma pessoa busca conhecimento sem cessar
cessar..
Conforme ela busca mais sabedoria, ela descobre novos saberes que valem
a pena; e quanto mais busca, mais coisas novas ela descobre. Ao fim,
quanto mais coisas novas ela encontra, tanto mais aumenta o seu inte-
resse: ela estuda cada vez mais alegremente.
A Universidade de Harvard nos Estados Unidos empreendeu uma pesquisa
de 12 anos. Eles pegaram uma centena de nomes entre estudantes
graduados na universidade e selecionaram alguns nomes famosos de
pessoas bem sucedidas em meio àquele grupo. Eles acharam que essas
pessoas tinham algo em comum: gostavam de estudar. Entre os dez
primeiros colocados, havia o costume de ler pelo menos 12 livros ao ano.
E trata-se de leitura a fundo. Não estamos falando de dar uma olhada no
livro, é estudo intensivo.
Essas pessoas de sucesso estudavam no mínimo 12 livros todos os anos.
Quantos uma pessoa normal costuma ler? Depois de casar, arrumar
responsabilidades, todos estão muito ocupados. O tempo para estudar
fica muito reduzido. Pegam um jornal para dar uma olhada, checam as
notícias e pronto. Quase não lêem nada mais profundo, sobre questões e
pensamentos profundos; e isso é uma pena.

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Se vocês já foram ao Japão, repararam que os japoneses têm um
hábito? Eles gostam muito de ler. Mangás, revistas, todo tipo de publicações.
Eles nem sequer precisam comprar, pois há muitas revistas e jornais que
são deixados nos pontos de ônibus. Uma pessoa pode ler se quiser, depois
ela deixa no mesmo lugar. Quando ela termina de ver, não tem mais inte-
resse, ela deixa lá. Quando fui ao Japão, senti que o ponto mais
impressionante era este: quando os japoneses estão nos ônibus, se não
têm o que fazer, eles sempre lêem.
Outro dia desses, eu estava viajando até o sul (de Taiwan) dar uma
palestra. E que desastre! Dentro do vagão do trem, só se ouvia ruídos de
telefone, algumas pessoas gritavam bem alto; deviam pensar que estavam
na própria casa. Você tentava fechar os olhos para descansar um instante
e a pessoa voltava a gritar bem alto: “QUE HORAS VOCÊ VEM ME BUSCAR?
EU VOU CHEGAR...”
E repetia a mesma frase três vezes. Que assustador. Que bizarro. Como
é possível que ela não pense em ficar quieta um instante e ler um livro?
Esse é um problema cultural que temos aqui. Mas ainda há tempo para
melhorar isso.
Vivendo neste mundo, precisamos lembrar que estamos
avançando um passo após ou outro rumo ao ponto final da
velhice, doença e morte. Enquanto ainda não estamos velhos,
doentes e mortos, temos um par de olhos para ler; temos um
par de mãos e pernas para fazer as coisas.
Nós podemos aplicar o melhor dos nossos esforços, trabalhando em
busca de novos conhecimentos. Podemos recitar sutras
sutras,, mantras
mantras,, o
nome de Buddha; podemos fazer boas ações, investindo nossa

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força física e nosso tempo em atividades significativas. Assim,
não vamos sentir que passamos o dia em vão. Não vamos sentir que nossa
vida é algo vão como uma folha em branco. Ao contrário, ela nos parecerá
uma verdadeira obra de arte colorida e deslumbrante.
Cada um de nós está pintando uma obra de arte, momento após
momento. Trata-se de uma pintura muito, muito grande. Primeiro, é
como se fizéssemos os contornos, onde se vêem montanhas, águas,
casas e plantas. E depois, nós começamos a preencher com cores:
quanto mais pintamos, mais nítida fica a imagem.
Se os dias se passam e vocês não estão colorindo a pintura ou, do
contrário, se estão colorindo aleatoriamente fazendo rabiscos, então vão
acabar com um desenho bagunçado e nada mais.

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Hoje, aqui entre os contornos do desenho de nossa vida, vocês coloriram
alguma coisa? Se estiverem a rabiscar tudo de qualquer jeito, o quadro de
vocês vai acabar sem nenhum valor. Mas se nos esforçarmos diariamente
para colorir a vida, ao fim seremos capazes de compor um belo e
inspirador trabalho de arte; nossa vida estará repleta de sentido.

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Flores
Dhammapada

Quem irá compreender este mundo,


o mundo de Yama, e o mundo dos devas?
Quem irá examinar profundamente o bem exposto Dhamma
assim como quem é habilidoso escolhe uma flor?
Dhp44

Assim como uma abelha numa flor,


sem ferir a cor ou o aroma,
coleta o néctar e vai embora,
assim, nos vilarejos, perambula o sábio.
Dhp 49

Tal como de uma massa de flores,


muitas grinaldas podem ser feitas,
alguém nascido como humano
deveria fazer muitas ações benéficas.
Dhp 53

A fragrância de nenhuma flor vai contra o vento,


mesmo a do sândalo, do jasmim ou da lavanda.
Mas a fragrância dos virtuosos vai contra o vento.
A virtude dos bons permeia todas as direções.
Dhp 54

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Sândalo ou lavanda,
lótus ou jasmim,
de todas essas muitas fragrâncias,
a fragrância da virtude é suprema.
Dhp 55

Aqueles com perfeita virtude,


que permanecem diligentes,
libertos através do Conhecimento Supremo:
Mara não é capaz de encontrar os seus rastros.
Dhp 57

Na beira de uma estrada,


numa fossa onde é jogado lixo
ali floresce uma flor de lótus
perfumada e agradável ...
Dhp 58

... similarmente, em meio à escória dos seres,


entre os cegos mundanos,
o discípulo do Supremo Desperto
resplandece em sabedoria.
Dhp 59

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Aprecie o Percurso
(Palestra do Mestre Pu Hsien)

“O segredo da bem-aventurança não é se esforçar para


perseguir a felicidade, mas encontrar a felicidade em meio ao
esforço”

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Vamos supor que estamos fazendo alguma coisa. Isso vai ter um começo
e vai ter um fim, existem esses dois pontos. No meio entre esses pontos,
existe todo um processo. É como se quiséssemos sair de Taipei rumo à
Pingtung: Taipei é o ponto de partida, Pingtung é o destino final. Mas suponha
que começamos essa viagem pensando o tempo todo, preocupados:
•”Quando eu finalmente chegar em Pingtung, só então serei feliz”. Aí eu
pergunto: será que durante aquelas 4 horas de viagem entre Taipei e
Pingtung vamos estar felizes ou não? Não vai ter nem um pouquinho de
felicidade.
Se por acaso existe alguém dirigindo o carro para nós, podemos ir
apreciando a paisagem. Vamos admirando o azul do céu, as nuvens
brancas, as árvores e flores, as plantações... Todo tipo de cenário. Vamos
apreciando cada pedacinho da paisagem, tal como uma pintura, tal como
um sonho, ao longo desse trajeto.
Então, suponha que fiquemos preocupados pensando a cada instante:
•”Quando eu chegar em Pingtung, como será que vai ser?” Se você fica
com esse monte de expectativas, então ao começar a viagem talvez até
esteja animado, mas depois de 4 horas de trajeto... Não vai ter mais ânimo
nenhum. Pode ser que diga: “Quando eu chegar no meu destino, só então
serei feliz”. Só que chegando em Pingtung, você já estará morto de cansaço,
querendo dormir. E então, cadê a felicidade? Não tem. Por isso, precisamos
mesmo é apreciar o trajeto.
Apreciar todo o trajeto não quer dizer que ficamos em qualquer
lugar
lugar.. Mas
Mas,, antes
antes,, significa que ao nos engajarmos em algum
tipo de projeto, durante esse processo nós prestamos atenção
a cada detalhe, a cada parte do percurso. E assim seguimos

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comprometidos até o fim. Com essa postura comprometida de
prestar atenção até o fim, é como se estivéssemos lidando
com a confecção uma obra de arte: dessa maneira apreciamos
todo aquele desenvolvimento.
Afinal, o processo é sempre longo. É como se quiséssemos construir
uma casa - o que levaria dois ou três anos. Aí vocês me dizem que depois
de terminar a casa eu serei feliz. Mas a bem da verdade, aquele
encerramento só dura um instante. Por que será que não pensamos no
processo completo de dois ou três anos que leva para construir a casa?
Nesse processo, é preciso planejar com cuidado: onde ficará o salão de
artes, como vai ser feito para economizar mais, como é possível extrair o
maior benefício daquilo... Não podemos desperdiçar espaço. A cada
instante, a cada momento, investimos nossos conhecimentos e habilidades
naquele processo de construir. Desse modo, estamos sempre concretizando
alguma coisa; cada coisinha que fazemos é percebida como significativa.
Se você me disser que só será feliz quando terminar de construir a casa,
então, lembre que o encerramento daquela construção só vai durar um
instante. E você vai ter perdido o processo como um todo, não é assim?
Portanto, aqui podemos ler: “o segredo da bem-aventurança não
está em chegar àquilo que perseguimos, não se trata de dizer
que seremos felizes só quando possuirmos alguma coisa ”. PPorque
coisa”. orque
do contrário, se neste instante eu ainda não tenho algo, então
não poderia ter felicidade. Mas não funciona assim. Nós podemos
encontrar a felicidade em meio ao esforço.
É como no caso de ler um livro. Vocês vivem dizendo que eu leio, leio e
leio... Mas se deixarmos para ser felizes apenas depois de adquirir todo

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conhecimento das leituras, bem, isso já nem vai nos permitir apreciar um
livro. Quando lemos um livro, fazemos isso para apreciar o momento, para
desfrutar ali naquele instante das façanhas do autor ou dos sábios antigos.
Esse tipo de desfrute, esse tipo de deleite, permite que você se sinta cada
vez mais feliz conforme você lê mais. Você se alegra ao ler. Vocês já tiveram
ou não essa sensação?
É o mesmo quando recitamos sutras. Conforme recitamos, não dá sequer
vontade de ir comer ou dormir. Vocês já passaram por esse tipo de
experiência? Quando você está lendo um sutra muito interessante, seu
estômago não sente fome e você não pensa em comida, nem sente
vontade de ir passear lá fora, nem pensa em outra coisa qualquer. Não
pensa em nada. Você vai lendo uma página atrás da outra sem parar.
Entendendo o sentido profundo dos sutras, nos sentimos verdadeiramente
repletos com a alegria do Dharma! Isso não quer dizer que eu saio lendo só
para acabar com o livro e, depois de ouvir as palavras do Buddha e recitá-
las, ficar pensando: “meus méritos e virtudes são grandiosos!”. Não, esse
não é o propósito de se ler as escrituras. A ideia é que ao ler os sutras,
sua mente mergulha naquela alegria do Dharma; então quanto
mais você lê, mais feliz você fica
fica.. Você acaba passando pelas páginas
sem parar, pois está apreciando o conhecimento ali.
Por isso
isso,, a bem-aventurança não consiste em alcançar uma
coisa que perseguimos e só depois sentirmos felicidade. Ao
contrário, trata-se de encontrar a alegria bem antes, em meio
ao esforço que vai sendo aplicado durante todo o caminho.

25
A Revista Tzong Kwan é uma publicação trimestral, de distribuição gratuita e sem fins

lucrativos.

Doamos mais esta edição feita com todo amor e carinho desejando que ela possa

iluminar todas as pessoas que com ela tiverem contato, fazendo com que se afastem

dos sofrimentos e se beneficiem da riqueza dos ensinamentos do Dharma alcançando a

paz, a sabedoria, a compaixão e a compreensão vasta como um mar.

Agradecemos a todos os colaboradores que doaram seu tempo, dedicação e trabalho

para viabilizar esta edição; e aos que doaram recursos para que a revista fosse impressa.

Namo Amito Fo!

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ASSOC. BUDISTA AMÉRICA do SUL TZONG KWAN

Expediente
Diagramação e Layout: Carolina Castilho
Colaboradores: Sr. Henrique Pires, Sr. Lu e Sr. Marco Moura

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Quadrinhos: Jingquing e o Barulho da Chuva 1) O Mestre Zen Jingquing

perguntou a um de seus discípulos: Que barulho é aquele lá fora? É a chuva. 2)

Todos os seres estão confusos, perdem-se em busca de coisas. 3) Mestre como

eu deveria me sentir? 4) Eu sou o barulho da chuva. 5) Deveríamos nos integrar

ao nosso ambiente, esquecer de nós no mundo e entrar na gota de chuva entre

o céu e a terra. Assim dois se tornam um e compreendemos intuitiva e totalmente.

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