Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
(inter)cultural crítica
Introdução
As respostas que poderiam surgir para essas questões não são, certamente,
consensuais, pois o “nós” – sujeito da ação, contido nas próprias perguntas – não
é homogêneo, não existe um “nós”, ou seja, uma identidade única, capaz de
abarcar todas as perspectivas sobre a vida. Somos sujeitos distintos, não
projetamos um mesmo e único futuro. Isso nos coloca a responsabilidade de
pensar em formas interculturais de existência e em efetivas formas de diálogo.
A pesquisadora surda Karin Strobel (2008, p. 24) explica que “cultura surda é
o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo
acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções visuais, que
contribuem para a definição das identidades surdas”. Já os pesquisadores surdos
Gládis Perlin e Wilson Miranda (2003) afirmam que os surdos partilham uma
experiência visual, que definem da seguinte forma: “experiência visual significa
a utilização da visão (em substituição total à audição), como meio de
comunicação. Desta experiência visual surge a cultura surda representada pela
língua de sinais, pelo modo diferente de ser, de se expressar, de conhecer o
mundo, de entrar nas artes, no conhecimento científico e acadêmico” (p. 218).
Alguns clichês sobre as línguas de sinais devem ser contestados: “não são
línguas fracas, não são línguas pobres, não são conjuntos de mímicas, não são
menos complexas, não são linguagens, em sentido genérico. As línguas de sinais
são produções culturais dos surdos a partir de suas experiências visuais
(qualquer língua é produção cultural feita em contextos e tempos específicos,
que se altera e se modifica no uso), e estão implicadas, também, nas lutas
identitárias e representacionais” (KRENING, 2018, p. 17).
pelos sujeitos são históricas e tem a ver com o poder: quem tem o poder de
definir como uma mulher deve ser portar? Quem define o que pode ou não ser
feito, qual vestuário é adequado, quais adereços podem ser utilizados por
homens e mulheres numa dada cultura? No contexto atual, podemos ver também
como os símbolos do que antes seria típico de homens ou de mulheres se
deslocam, e isso nos ensina que todos esses símbolos são culturais e estão,
sempre, em movimento e seus significados são contextuais e estão sem contínua
construção – incluindo-se aí os sentidos que damos aos nossos corpos e às
relações sociais nos quais eles estão inseridos, aspectos que serão discutidos no
capítulo 4.
Recapitulando
Referências:
diversidad epistêmica mas allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre
Editores/Universidad Central/Pontifícia Universidad Javeriana, 2007, p. 47-62.
Atividades:
Gabaritos:
Questão 3 – alternativa d
Questão 4 – alternativa b
Questão 5 – alternativa a