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Complementos
de Matemática XVII
O conceito de limite é o ponto de partida para definir todos os outros conceitos do Cálculo,
como os de continuidade, derivada e integral. Nesse capítulo vamos discutir o que são os limites e
como podem ser calculados. Também vamos estudar o conceito de continuidade.
x2 x 2
Vamos supor que queremos saber o que acontece com f(x) = à medida que x se
x 1
aproxima de 1.
Embora f(x) não seja definida em x = 1, podemos avaliar f(x) para valores de x próximos de
1. Para fazer isto, preparamos uma tabela como a que aparece a seguir:
Podemos obter valores para f(x) tão próximos de 3 quanto quisermos, bastando para isso
tomar valores de x suficientemente próximos de 1.
Esse comportamento pode ser descrito, intuitivamente, dizendo que “o limite de f(x) quando
x tende a 1 é igual a 3” e abreviado por
x2 x 2
lim f(x) = 3 ou lim =3
x 1 x 1 x 1
x2 x 2
O gráfico de f(x) = é uma reta com um “buraco”
x 1
em (1,3), e os pontos (x, y) no gráfico se aproximam desse buraco à
medida que x se aproxima de 1 de ambos os lados.
1
Temos a seguinte definição (informal) de limite:
Definição: Seja f uma função definida em um intervalo aberto em torno de c, exceto talvez
em c. Se o valor de f(x) fica arbitrariamente próximo de L para todos os valores suficientemente
próximos de c, dizemos que f tem limite L e escrevemos
lim f(x) = L
x c
Ao definirmos limite, admitimos que f(x) é definida para todos os valores de x nas
proximidades de c, mas não necessariamente em x = c. A função não precisa nem existir em x = c,
e, mesmo que exista, seu valor f(c) neste ponto pode ser diferente do limite quando x tende a c.
Isso está ilustrado na figura 1 abaixo. Para as três funções representadas, o limite de f(x)
quando x tende a c, é igual a L, embora as funções se comportem de forma bastante diferente em
x = c. Em (a), f(c) é igual ao limite L; em (b), f(c) é diferente de L, e em (c), f(c) não está definido.
figura 1
A figura 2 abaixo mostra os gráficos de duas funções que não têm limite quando x tende a c.
O limite não existe na figura 2(a) porque os “limites laterais” são diferentes, isto é, f(x) se aproxima
de 5 quando x tende a c pela direita e se aproxima de 3 (um valor diferente) quando x tende a c pela
esquerda. A função da figura 2(b) não tem limite (finito) quando x tende a c porque os valores de
f(x) aumentam indefinidamente à medida que x se aproxima de c. Dizemos que funções como a da
figura 2(b) têm um “limite infinito” quando x tende a c. Limites laterais e limites infinitos serão
estudados mais adiante.
figura 2
2
1.2 – Propriedades dos limites
Seria muito trabalhoso calcular cada limite por meio de uma tabela, como fizemos na seção
anterior. O nosso objetivo agora é introduzir propriedades (teoremas) que permitam simplificar o
cálculo dos limites de funções algébricas.
a) lim k k
x c
b) lim x c
x c
O teorema 2 mostra como calcular limites de funções que são combinações aritméticas de
funções cujos limites já conhecemos.
f(x) L
f) Se M ≠ 0 então lim =
x c g(x) M
n
g) lim n f(x) = L onde n é um número natural ímpar ou n é um número natural par e L > 0.
x c
Teorema 3: a) Seja p(x) uma função polinomial. Então lim p(x) p(c)
x c
p(x)
b) Seja r(x) = uma função racional. Se q(c) ≠ 0 então lim r(x) r(c)
q(x) x c
3
Exemplos:
1) lim 7
x 5
2) lim x
x4
3) lim (x – 5)
x 3
4) lim (x3 + 2x + 5)
x 2
5) lim (3x2 – 5)
x4
x2
7) lim
x 0 x 8
2x 1
8) lim
x 1 x 2 3x
x 2 2x 3
9) lim
x 3 x 1
10) lim 4
x 2 4x 4
x 2
11) lim 3
5x 3
x 1
3x
12) lim
x 5 x4
Teorema 4: Se lim h(x) L e f(x) é uma função tal que f(x) = h(x) para todos os valores de
x c
x2 4
Queremos calcular, por exemplo, lim
x 2 x2
x2 4
A função f(x) = não está definida para x = 2, pois à medida que x se aproxima de 2,
x2
tanto o numerador quanto o denominador se aproximam de zero.
4
x 2 4 (x 2)(x 2)
= =x+2
x2 x2
x2 4
Logo, pelo teorema 4, podemos concluir que: lim =4
x 2 x2
Exemplos:
x2 x 2
1) lim
x 1 x 1
x2 x 6
2) lim
x 3 x 2 4x 3
4 x2
3) lim
x 2 2x 4
x 3 2x 2
4) lim
x 2 3x 6
x2 x
5) lim
x 1 x 2 3x 2
(x 1) 2 1
6) lim
x 0 x
1 x
7) lim
x 1
1 x
x 2
8) lim
x4 x4
x 6 3
9) lim
x 3 x 3
4x
10) lim
x 0 2x
5
Exercícios – lista 1
Determine os limites:
x2 x 1 4x 2 25
3) lim 4) lim
x 2 x 2 2x x 5/2 2x 3
2 x2 x2 1
5) lim 6) lim
x 2 4x x 1/2
1 2x 8
x 3 5x 27x 3 4x 4
7) lim 8) lim 3
x 2 x3 x 1 x 10 4x 2 3x
4 x2 x 2 4x 3
9) lim 10) lim
x 1 2x x 1 x 2 1
8x 1 9x 2 64
11) lim 12) lim
x 1 x 3 x 8/3 3x 8
x 2 49 x4
13) lim 14) lim 3
x 7 x7 x 3 6x 2 2
x 2 4x 3 (3 x) 2 9
15) lim 16) lim
x 3 x3 x 0 x
x2 2 3 x
17) lim 18) lim
x 0 x x 3
3 3x
x 3 3x 3 2x 2 4x 1
19) lim 20) lim
x 3
x 1 2 x 1 x 1
x 2 2x 1 x3 x
21) lim 22) lim
x 0 x 5 x 0 x
x2 9 x2
23) lim 24) lim
x 2 3x 2 x 3 x 3 x3
Respostas:
Quando uma função é definida apenas de um lado de um número c, ou quando uma função
se comporta de forma diferente de cada lado de um número c, é mais natural, ao definir o limite,
exigir que a variável independente tenda para c apenas do lado que está sendo considerado. Essa
situação é ilustrada no seguinte exemplo:
3x 2 se x 3
Seja f(x) =
5 x se x 3
lim f(x) 7
x 3
A figura mostra, também, que o valor de f(x) tende a 2 quando x tende a 3 para valores
maiores que 3, isto é, f(x) tende a 2 quando x tende a 3 pela direita. Simbolicamente temos
lim f ( x ) 2
x 3
Os limites quando x tende para a pela direita e quando x tende para a pela esquerda são
chamados de limites laterais.
Teorema: O lim f(x) existe e é igual a L se e somente se lim f(x) = lim f(x) = L
x c x c x c
No exemplo anterior, como lim f(x) lim f(x) concluímos que lim f(x) não existe.
x 3 x 3 x3
Exemplos:
4x 7 se x 1
1 – Seja f(x) = 2 Determine, se existir, lim f(x)
x 2 se x 1 x-1
x 2 1 se x 2
2 – Seja f(x) = 2 se x 2 Determine, se existir, lim f(x)
9 x 2 se x 2
x2
x 1 se x 3
3 – Seja f(x) = Determine, caso existam, os seguintes limites:
3x 7 se x 3
7
1.4 – Continuidade
a) f(c) é definida
b) lim f(x) existe
xc
f(x) = x3 – 2x + 1
x2 1
g(x) =
x 1
x 7 se x 2
h(x) = 5 se x 2
3 x se x 2
Vimos na seção 1.2 que, se p(x) e q(x) são funções polinomiais, então,
p(x) p(c)
lim p(x) p(c) e lim = se q(c) ≠ 0
x c xc q(x) q(c)
Teorema 2: Uma função racional é contínua em todos os números nos quais é definida.
x 1
Exemplo 3: f(x) = é contínua em IR – {2}
x2
8
Apresentamos abaixo os gráficos de três funções descontínuas em c.
f(c) não é definida lim f(x) não existe lim f(x) ≠ f(c)
x c x c
x2 4
Exemplo 4: Verifique se f(x) = x 2 se x 2 é contínua em x = 2
1 se x 2
x 2 1 se x 4
Exemplo 5: Verifique se f(x) = 15 se x 4 é contínua em x = 4.
3x 3 se x 4
x 4 se x 0
Exemplo 6: Verifique se f(x) = é contínua em x = 0
x 2 se x 0
x3 1
Exemplo 7: Seja f(x) = x 1 se x 1
a se x 1
9
Exercícios – lista 2
x2 9 x 2 2x 3
3) lim 4) lim
x 3 3 x x 1 x 1
Nas questões de 5 a 12, verifique se as funções são contínuas nos valores dados:
5 x se x 3 2 x se x 1
5) f(x) = em x = 3 9) f(x) = 2 em x = 1
9 x se x 3 x se x 1
1 se x 0 x 2 2x 3
se x 1
6) f(x) = 0 se x 0 em x = 0 10) f(x) = x 1 em x = –1
1 se x 0
4 se x 1
3 x se x 1 x2 9
7) f(x) = em x = 1 11) f(x) = x 3 se x 3 em x = 3
3 x se x 1
2 se x 3
3 x2 se x 2
2x 1 se x 1
8) f(x) = 2 em x = 1 12) f(x) = 0 se x 2 em x = – 2
x se x 1 11 x 2
se x 2
Nas questões de 13 a 16, determine o valor de a para que f(x) seja contínua no valor indicado.
9 x 2 4x 2 36
13) f(x) = 3x 9 se x 3 em x = – 3 15) f(x) = 5x 15 se x 3 em x = 3
a se x 3
a se x 3
x2 4
se x 2
ax 5 se x 1 x2
14) f(x) = 2 em x = 1 16) f(x) = em x = – 2
x 3x 4 se x 1 a x 10 se x 2
Respostas:
1) 9 2) 0 3) 0 4) 4 5) não 6) não
10
1.5 – Limites que envolvem infinito
Na seção 1.1 calculamos o limite L dos valores f(x) de uma função quando x tende para um
número real c, isto é, lim f(x) = L onde L é um número real. Pode ocorrer que, à medida que x se
x c
aproxime de um número c, os valores de f(x) tornem-se muito grandes (em valor absoluto). Esse
fato pode ser ilustrado pelos seguintes exemplos:
1
Seja f(x) =
(x 1) 2
Essa função não é definida para x = 1, mas podemos analisar o comportamento dos valores
de f(x) quando x está à esquerda ou à direita desse número. Para x próximo de 1, o denominador é
muito pequeno, o que significa que o quociente é muito grande. A tabela abaixo mostra o aumento
de f(x) à medida que x se aproxima de 1.
Observamos que quando x se aproxima de 1 pela esquerda ou pela direita, os valores de f(x)
aumentam. Se admitirmos que esses valores possam crescer ilimitadamente, diremos que:
1
o limite de f(x) = quando x tende a 1 pela esquerda é mais infinito e indicaremos por
(x 1) 2
lim f(x) = +
x 1
1
o limite de f(x) = quando x tende a 1 pela direita é mais infinito e indicaremos por
(x 1) 2
lim f(x) = +
x 1
x
Vamos considerar a função g(x) =
( x 3) 2
11
Vemos que os valores de g(x) são negativos e muito grandes em valor absoluto para valores
de x próximos de – 3, isto é, os valores de g(x) decrescem ilimitadamente à medida que x se
aproxima de – 3 pela esquerda ou pela direita. O gráfico de g aparece abaixo.
Como os limites laterais são iguais podemos afirmar que lim g(x) = –
x 3
2
Seja h(x) =
x 1
Como a função tem comportamento distinto à esquerda e à direita de 1, concluímos que não
existe limite de h(x) quando x tende para 1.
f(x)
Teorema: Se lim f(x) = L, L 0 e lim g(x) = 0 então lim = , com o sinal
x c x c x c g(x)
dependendo dos sinais de L e de g(x) à direita de c.
Observação: O teorema anterior pode ser enunciado para o limite à esquerda de c com as
mesmas conclusões. A existência do limite em c depende da igualdade dos limites laterais.
9x 3x
Exemplos: 1) lim 2) lim
x 5 x 5 x 2 x2
x2 1 1 x
3) lim 4) lim
x 0 x2 x x 2 x2
5 x2
5) lim 6) lim
x 0 x x2
3 x 1 x 1
12
1.5.2 – Limites no infinito
Estamos interessados, agora, em conhecer o comportamento dos valores f(x) de uma função
quando x cresce ou decresce ilimitadamente.
1
Vamos calcular alguns valores de f(x) = quando x cresce ilimitadamente.
x
1
O gráfico de f(x) = está esboçado ao lado.
x
c c
lim =0 e lim =0
x xn x xn
Teorema 3: Sejam P(x) = a0 + a1 x + a2x2 + ... + anxn e Q(x) = b0 + b1 x + b2x2 + ... + bmxm
Exemplos:
5
1) lim =
x x4
13
2
2) lim =
x 3x 5
5) lim (2x5 + x2 – 4) =
x
2x 5
6) lim =
x 7x 8
2x 3 3x 5
7) lim =
x 4x 5 2
x 4 3x 5
8) lim =
x 2 4x x 2
3 2x x 2 4x 3
9) lim =
x x 3 5x 2 4
x 3 3x 2 5
10) lim =
x 8 5x x 2
14
Exercícios - lista 3
Determine os limites:
2x 1
1) lim 9) lim
x 1 x 1 x 3 x 3
x2 x2 1
2) lim 10) lim
x 2 x2 x 2 x2
4 3x 2 x7
3) lim 11) lim
x 0 5x x 7 x7
x2 1 1
4) lim 12) lim
x 2 x2 x 0 x3
x2 1 1
5) lim 13) lim
x 2 x2 x 0 x2
1 1
6) lim 14) lim
x 2 2x x 1 2x 2
1 x 3x
7) lim 15) lim
x 5 (x 5) 2 x 8 (x 8) 2
3 x 5
8) lim 16) lim
x 1 (x 1) 2 x 4 x4
Respostas:
1) + 5) + 9) + 13) –
3) + 7) – 11) – 15) –
15
Exercícios – lista 4
Determine os limites:
4 3
5) lim 6) lim
x x5 x 10x 2
7 x2
7) lim 8) lim
x 2x 2 x x4
2x 4 x 2 4 x 2 3x 1
9) lim 10) lim
x x 2 2x 7 x 3x 3 1
6x 4 1 1 x2
11) lim 12) lim
x 5x 3 x 1 2x
5 x 7x 2 4x 1
13) lim 14) lim
x x 3 2x 1 x 4x
2x 3 2 3x x 3
15) lim 16) lim
x 6x 7 x 5
Respostas:
1) 5) 0 9) – 13) 0
2) – 6) 0 10) 0 14) – 4
3) – 7) 0 11) 15) 1 / 3
4) 8) 1 12) – 16)
16
Exercícios de revisão de limites – lista 5
x 3 3x 2 2x x 3 5x 2 x2 x
1) lim 11) lim 21) lim
x 2 x 2 2x x 3x x 0 4x
3 x 5 x 2 5x 3
2) lim 12) lim 22) lim
x 9 9x x 0 x x2
3 x 2 x 2 3x 2
1 1 x 4 16
3) lim 13) lim 2 23) lim 2
x 2 (x 2) 2 x 2 x 2x x 2 x 4
1 3x 3 1
4) lim 14) lim 24) lim
x 3 x3 x 1 x 2 1 x 0 3
x
3x x 2 5x 7 5x 2 8x
5) lim 15) lim 25) lim
x 1 x 1 x 2 x 2 4x 6 x 0
2x
1 6x x 100 x 99
6) lim 16) lim 101
x 2 x x x x 100
2x 2 x 1 2 1
7) lim 17) lim 2x
x 4x 2 5x 9 x 1/2 x x2
x 2 5x 35 x 1
8) lim 18) lim
x 9 8x x x
2 4x x2
9) lim 19) lim
x 0 x x x 1
6
1 2 5x 3x 3
10) lim x 20) lim 3
x 1
x x 3 x2 1
Respostas:
Vamos iniciar esse capítulo considerando dois problemas aplicados: o primeiro consiste em
determinar o coeficiente angular (inclinação) da reta tangente em um ponto do gráfico de uma
função e o segundo em definir a velocidade de um objeto em movimento retilíneo. Essas duas
aplicações, aparentemente tão diversas, vão conduzir ao mesmo conceito: o de derivada. Mais
adiante, abandonaremos os aspectos geométrico e físico dos dois problemas e definiremos a
derivada como o limite de uma função. Isso vai permitir aplicar o conceito de derivada a qualquer
quantidade ou grandeza que possa ser representada por uma função.
Vamos supor que P é um ponto no gráfico de uma função f e queremos determinar a reta t
tangente ao gráfico de f em P. Sabemos que uma reta no plano é determinada quando conhecemos
seu coeficiente angular e um ponto pertencente a ela. Precisamos calcular, então, o coeficiente
angular de t. A ideia para obter esse coeficiente angular é aproximar a reta tangente por retas
secantes.
Vamos escolher outro ponto Q no gráfico de f e traçar uma reta (secante) passando por P e
Q. Tomando Q bem próximo de P, podemos fazer com que o coeficiente angular da reta secante se
aproxime do coeficiente angular da reta tangente com qualquer precisão desejada.
Vamos supor que P = (x0, f(x0)) e que a abscissa de Q esteja a x unidades de x0. Desse
modo, a abscissa de Q é x0 + x. Como Q pertence ao gráfico de f, a ordenada de Q é f(x 0 + x).
Assim, Q = (x0 + x, f(x0 + x)).
18
Definição: Seja f uma função definida em um intervalo contendo x0 e seja y0 = f(x0).
Se o limite
f(x 0 Δx) f(x 0 )
m = lim
Δx 0 Δx
existe (é finito), dizemos que a reta no plano xy contendo o ponto (x0, y0) e tendo coeficiente
angular m é a reta tangente ao gráfico de f no ponto (x0, y0).
Vamos considerar a seguinte situação: um carro está se movendo ao longo de uma estrada
reta e d(t) representa a sua distância do ponto de partida após t horas e queremos determinar a
velocidade do carro num instante t1.
19
Exemplo: Um teste para diabetes envolve a medida da concentração de glicose no sangue de
um paciente durante certo período de tempo. Suponha que t horas após uma injeção de glicose sua
concentração no sangue seja dada pela função
3,6
f(t) =1,8 +
t
onde f(t) é o número de miligramas de glicose por centímetro cúbico de sangue. Com que rapidez a
concentração de glicose no sangue está variando 4 horas após a injeção?
3,6 3,6
1,8 3,6 1,8
f(4 t) f(4) 4 t 4 t
Então lim = lim = lim =
t 0 t t 0 t t 0 t
3,6 1,8 4 t
4 t 3,6 1,8 4 t 3,6 1,8 4 t 3,6 1,8 4 t
= lim = lim = lim . =
t 0 t t 0
t 4 t t 0
t 4 t 3,6 1,8 4 t
3,24t 3,24
= lim = lim = 3,24 0,225
t 0
t 4 t (3,6 1,8 4 t ) t 0
4 t (3,6 1,8 4 t ) 14,4
Resposta: A taxa de glicose no sangue diminui a uma taxa de 0,225 mg por cm3 por hora
Vimos nas seções 1 e 2 que o problema de determinar o coeficiente angular da reta tangente
ao gráfico de uma função em um ponto dado e o problema de encontrar a taxa de variação de uma
variável em relação à outra são ambos resolvidos pelo cálculo do mesmo limite, que é a base de um
dos conceitos fundamentais do Cálculo, a derivada, definida a seguir.
Observações:
1 – O limite indicado na definição de derivada pode existir para alguns valores de x e deixar de
existir para outros. Se o limite existe (é finito) para x = a, dizemos que a função é derivável
(diferenciável) em a.
20
2 – A notação f usada na definição anterior tem a vantagem de enfatizar que a derivada de f é uma
função de x que está associada de certa maneira com a função f dada. Se a função é apresentada na
forma y = f(x), com a variável dependente explícita, então o símbolo y é usado em lugar de f (x). A
dy
derivada de y = f(x) é também indicada por e algumas vezes por Dx y.
dx
6) Regra do produto por uma constante: Se f(x) = c.u então f (x) = c.u
u u ' v uv '
7) Regras do quociente: a) Se f(x) = e v 0 então f (x) =
v v2
c cv '
b) Se f(x) = e v 0 então f (x) =
v v2
Exemplos:
1) f(x) = x3 + 4x + 7
3) f(x) = 2x5 + 3x – 10 – 9x – 2 – x + 8
4) f(x) = 3x + 4 x
21
5) f(x) = (2x + 1)(3x2 + 5x)
2
7) f(x) =
x
1
8) f(x) = 3
x2
7
9) f(x) =
5x 3
5x 7
10) f(x) =
2x 1
3x 2 2
11) f(x) =
x
x3
12) f(x) =
x2 7
13) Determine o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f(x) = x2 + 4x no ponto (1, 5).
14) A massa de uma cultura de bactérias tem seu crescimento representado pela função
m(t) = p0 + 60t – 2,5t2
para t medido em horas e m em cm3 e sendo p0 uma constante positiva. Calcule a velocidade de
crescimento dessa cultura quando t = 6
15) Suponhamos que uma proteína de massa m se decomponha em aminoácidos segundo a função
25
m(t) =
t 3
onde t representa o tempo medido em horas. Determine a taxa de variação de m em relação a t
quando t = 2.
16) Um teste para diabetes envolve a medida da concentração de glicose no sangue de um paciente
durante certo período de tempo. Suponha que t horas após uma injeção de glicose sua concentração
no sangue seja dada pela função
3,6
f(t) = 1,8 +
t
onde f(t) é o número de miligramas de glicose por centímetro cúbico de sangue. Com que rapidez a
concentração de glicose no sangue está variando 4 horas após a injeção?
22
Exercícios - lista 6
3 4 3x 2 4
5) f(x) = x 6) f(x) = +
4 5x
x4 1 1
11) f(x) = 12) f(x) =
2 2x
2x 7 3x 2 7
13) f(x) = 14) f(x) = 2
3x 1 x 1
x3 4x 4
15) f(x) = 1 16) f(x) = 17) f(x) =
3 x2 x
Nos itens de 19 e 20, determine a taxa de variação de f(x) em relação a x para o valor especificado.
1
19) f(x) = x3 – 3x + 5 ; x = 2 20) f(x) = x – x+ ;x=1
x2
Respostas:
43 x 3 4
5) 6) x – x–2 7) 15x4 – 2x 8) 10x4 + 6x2 + 10x
3 2 5
1
9) – 45x2 + 6 10) 15x4 – 4x3 – 6x + 1 11) 2x3 12)
(2 x) 2
23 20x
13) 14) (x 2 1) 2 15) 16 16) – 2
(3x 1) 2
23
2.5 – Diferenciais
dy
Nesta seção vamos estudar o conceito de “diferencial”, que permitirá encararmos como
dx
um quociente em lugar de apenas um símbolo para a derivada de y em relação a x. As diferenciais
são utilizadas, por exemplo, para aproximar variações da variável dependente, associadas com
pequenas variações da variável independente e no cálculo integral.
∆y = f(x2) – f(x1)
Exemplo 2: Seja y = x3
a) Determine dy
dy
Observação: Pela definição anterior podemos escrever que = f (x) e assim, a notação
dx
dy
usada como símbolo para derivada pode ser considerada um quociente entre diferenciais.
dx
24
Interpretação geométrica de dy: Vamos considerar a figura abaixo que representa o
gráfico de uma função y = f(x) derivável.
A reta t é tangente à curva no ponto P. Esta reta corta a reta x = x 2 no ponto R, formando o
triângulo retângulo PMR. O coeficiente angular desta reta t é dado por f (x1) ou tg . Observando o
triângulo PMR, escrevemos:
MR
f (x1) = tg =
PM
onde MR e PM são, respectivamente, as medidas dos segmentos MR e PM.
dy dy MR
Usando o fato de que f (x1) = , temos daí que =
dx dx PM
É fácil perceber que, quanto menor for ∆x, mais próximo dy estará de ∆y. Assim, podemos
dizer que dy ∆y para pequenos valores de ∆x. Dessa forma, a diferencial de uma função pode ser
usada para calcular aproximadamente variações de f para pequenos valores de ∆x.
Observação: Vimos que f(x + ∆x) – f(x) = ∆y. Então f(x + ∆x) = f(x) + ∆y
Exemplo 4: Seja f(x) = 4x5 – 6x4 + 3x2 – 5. Use diferenciais para achar um valor
aproximado para f(0,97).
3
Exemplo 5: Calcule um valor aproximado para 65,5 usando diferenciais
25
Exercícios – lista 7
1) Sendo f(x) = 4x2 – 3x + 1, use diferenciais para achar um valor aproximado para f(2,1)
2) Sendo f(x) = x4, use diferenciais para achar um valor aproximado para f(0,95)
x
4) Estime a variação da função f(x) = 3 quando x varia de 4 para 3,8.
x 1
5) Suponha que f(100) = 200 e f (100) = 10. Faça uma estimativa de:
a) f(100,5) b) f(99,75)
6) Suponha que f(50) = 5.000 e f (50) = 45. Faça uma estimativa do valor de f(52)
1 1
10) Use a função f(x) = para estimar o valor de
x 2,108
Respostas:
1) 12,3
2) 0,8
3) 2,1
4) – 0,008
5) a) 205 b) 197,5
6) 5.090
7) 10,05
8) 1,9875
9) 2,031
10) 0,473
26
2.6 – Regra da Cadeia e Regra geral da potência
dy
Logo = 6x5 + 75x4 + 300x3 + 375x2 (1)
dx
dy du
Então = 3u2 e = 2x + 5 (2)
du dx
dy dy
É importante lembrar que é a derivada de y quando y é uma função de u e que éa
du dx
derivada de y quando y é uma função de x.
dy du
Se considerarmos o produto . e tratarmos as derivadas como quocientes de
du dx
diferenciais, então o produto sugere a seguinte regra:
dy dy du
= .
dx du dx
dy
Daí e por (2), = 3u2(2x + 5) = 3(x2 + 5x)2(2x + 5)
dx
Para ver isso, suponhamos que y = f(u) e u = g(x) de modo que y = f(u) = f(g(x)) = (fog)(x)
dy
Então = (fog)(x)
dx
dy dy du
Mas, pela regra da cadeia, = . = f (u).g (x) = f (g(x)).g(x)
dx du dx
27
Teorema: Se g é uma função derivável em x e f uma função derivável em g(x), então
(fog)(x) = f (g(x)).g(x)
Nesse exemplo, a função dada é uma potência da função g(x) = x2 + 5x. Como as potências
de funções ocorrem com frequência no Cálculo, é conveniente estabelecer uma regra de derivação
que possa ser aplicada nesses casos. Utilizando a regra da potência introduzida em 2.4 e a regra da
cadeia, podemos provar o resultado enunciado a seguir.
Exemplos:
1) y = (x2 + 3x – 2)9
2) y = (3x3 + 5x2 – 4) – 5
3) y = 6x 1
4) y = 4x2(2x – 1)4
x 2
10
5) y =
x 1
28
Exercícios - lista 8
1) y = (5 – 2x)10 2) y = (4x + 1) – 5
5) y = x 2 2x 1 6) y = x2 5
3
1 3
7) y = 8) y =
4x 2 1 (1 x 2 ) 4
x 1
4
4x 1
3
15) y = 16) y =
x x2
17) Se g(0) = 4 e g(0) = 2, determine a equação da reta tangente ao gráfico de f(x) = x g(x) no
ponto (0, 2).
19) Escreva a equação da reta tangente ao gráfico de f(x) = (2x – 3)5 quando x = 2.
20) Ache o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da função f(x) = 4x x no ponto (1,4)
Respostas:
x 1 2x
4) 7(x2 – 3x + 2)6(2x – 3) 5) 6)
x 2x 1
2
33 ( x 2 5) 2
4x 24x
7) 8) 9) 10x(2x + 3)3(6x + 3)
(4x 2 1) 3 / 2 (1 x 2 ) 5
2x 2 1 4(x 1) 3
13) 3(2x + 1)2(8x3 + 3x2 – 10) 14) 15)
x2 1 x5
21(4x 1) 2 1 3x
16) 18) m = 17) y = 2
(x 2) 4 2 4
29
2.7 – Derivação Implícita
Todas as funções com as quais trabalhamos até o momento foram dadas por equações da
forma y = f(x), nas quais a variável dependente y é definida explicitamente por uma expressão
envolvendo a variável independente x. É o caso, por exemplo, de y = x3 – 4x + 1
A equação 4x – 1 = x3 – y define a mesma função y = f(x), mas dizemos, nesse caso, que
y = f(x) está definida implicitamente pela equação.
Nesse exemplo, a função pode ser expressa facilmente nas formas explícita e implícita.
Outras funções, no entanto, são definidas implicitamente por uma equação que envolve tanto a
variável independente como a variável dependente e na qual é difícil ou mesmo impossível
explicitar a variável dependente. É o caso, por exemplo, da equação x2y + 2y3 = 3x + 2y
Vamos supor que conhecemos uma equação que define y implicitamente como uma função
dy
de x e temos necessidade de calcular a derivada .
dx
Se a equação dada não pode ser resolvida explicitamente para y, mas sabemos que existe
dy
uma função f tal que y = f(x), podemos obter através de uma técnica simples, que utiliza a regra
dx
da cadeia, e que pode ser usada sem a necessidade de explicitar y. Essa técnica é conhecida como
derivação implícita.
Dada uma equação na qual se estabelece y implicitamente como uma função de x, podemos
dy
calcular derivando a equação termo a termo e utilizando a regra da cadeia quando derivarmos
dx
dy
os termos contendo y; a seguir, resolvemos a equação resultante para .
dx
Exemplos:
dy
1) Sabendo que x e y estão relacionados pela equação x 3 – 3x2y4 + 4y2 = 6x + 1, determine
dx
utilizando derivação implícita.
3) Use a derivação implícita para determinar o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da
função y = f(x) definida implicitamente na equação x2y3 – 6 = 5y3 + x quando x = 2.
30
Exercícios – lista 9
1) 4xy² + 3x²y = 2 3) x + y =1
Nas questões de 5 a 8 determine o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico da função definida
implicitamente pela equação dada para o valor indicado.
5) x² = y³ ; x = 8 7) x²y³ – 2xy = 6x + y + 1 ; x = 0
6) xy = 2 ; x = 2 8) (2x + y)3 = x ; x = –1
Respostas:
4y 2 6xy 1
1) 5) 9) y = 2
8xy 3x 2 3
y 2 2xy 2x 1 3 5
2) 6) 10) y = – x +
x 2 2xy 2 2 2
y x
3) 7) – 4 11) y = –2
x 2
5 13 11
4) 2 x y – 1 8) 12) y = x+
3 12 12
31
2.8 – Derivadas de funções exponenciais e de funções logarítmicas
Casos particulares:
Exemplos:
2
1) f(x) = 3 x
2
7 x
2) f(x) = 5 2x
3) f(x) = 7 1 / x
x
4) f(x) = e
5) f(x) = e 6x 1
Casos particulares:
u'
1) Se f(x) = ln u então f (x) =
u
1
2) Se f(x) = ln x então f (x) =
x
32
Exemplos:
3) f(x) = 3 ln(2x – 1)
3x
6) f(x) = ln
2
x 1
7) f(x) = ln
x
Muitas vezes, as propriedades dos logaritmos podem ser usadas para simplificar o processo
de derivação, mesmo que tenhamos que introduzir os logaritmos como um passo a mais no
processo, chamado derivação logarítmica.
Para acharmos a derivada de uma função por derivação logarítmica procedemos da seguinte
maneira:
1º Escrevemos a equação y = f(x)
Exemplo 1: y = xx
ln y = ln xx = x ln x
33
Portanto y = y (ln x + 1) ou y = xx (ln x + 1)
(5x 4) 3
Exemplo 2: y =
2x 1
(5x 4) 3
Solução: Usando o logaritmo de cada membro: ln y = ln
2x 1
1
ln y = 3 ln(5x – 4) – ln (2x + 1)
2
y' 5 1 2 15 1
Usando derivação implícita e simplificando vem: = 3. . =
y 5x 4 2 2x 1 5x 4 2x 1
y' 25x 19
Então =
y (5x 4)(2x 1)
Derivando y = 20x3 obtemos a derivada terceira y = 60x2, e assim por diante.
De modo geral, o resultado de duas ou mais derivações sucessivas de uma função é uma
derivada de ordem superior.
34
Exercícios - Lista 10
1) f(x) = e 5x x
3
11) f(x) = ln (4 + 5x)
2) f(x) = 2 5x x
3
12) f(x) = ln 4 5x
1
4) f(x) = e x
14) f(x) = (ln (3x + 1))2
2
5) f(x) = 3 3x 15) f(x) = ln 1 4x 2
e 2x
8) f(x) = 18) f(x) = ln x
2x 3
ex 1 3
9) f(x) = 19) f(x) = ln
ex x
lnx
10) f(x) = exlnx 20) f(x) =
x
dy
Nas questões de 21 a 25 use derivação logarítmica para calcular
dx
21) y = x x
22) y = x 2x + 1
(x 5) 7
25) y =
(x 3) 4
35
Respostas:
1 1 x
3) f (x) = (– 7ln 10) 10 – 7x + 2 4) f (x) = e
x2
2e 4x e 2x (2x 3)
7) f (x) = 8) f (x) =
e 4x 5 2x 4
1 1
9) f (x) = 10) f (x) = ex lnx
ex x
5 5
11) f (x) = 12) f (x) =
4 5x 8 10x
5 6ln(3x 1)
13) f (x) = 14) f (x) =
4x 3x 1
4x 12x 4
15) f (x) = 16) f (x) =
1 4x 2 (3x 2 x 1) ln 10
2
1 1
17) f (x) = 18) f (x) =
2xln2 2x lnx
1 1 lnx
19) f (x) = – 20) f (x) =
x x2
2 ln x 1
21) y' = x x
22) y' = x 2x + 1 2lnx 2 x
2 x
3x
23) y' = (5x + 2)2(6x + 1)(150x + 39) 24) y' = (3x – 5)x ln(3x 5) 3x 5
(3x 1)(x 5) 6
25) y' =
(x 3) 5
36
Capítulo 3 – Regra de L’Hôpital
x2 9 x 1
lim e lim
x 3 x 3 x 1 x 1
Usamos, anteriormente, métodos algébricos para calcular esses limites, mas eles também
podem ser determinados utilizando as derivadas das funções do numerador e do denominador do
quociente.
Vamos considerar também a forma indeterminada na qual o numerador c o denominador
tendem para ou – .
Exemplos:
x 2 5x 6
1) lim
x - 2 x 2 3x 2
37
x 5 3x 4 5x 3
2) lim
x1 4x 5 2x 3 5x 2 1
7x 4
3) lim
x x5 1
x 1 2
4) lim
x 5 x 2 25
e x 1
5) lim
x 0 x2
ex e x
6) lim
x 0 ln(x 1)
2x 3 1
7) lim
x ln x
8) lim
7
ln x
x 7 7 x
Algumas vezes, a aplicação da regra de L’Hôpital a uma forma indeterminada conduz a uma
nova forma indeterminada. Quando isso acontece, uma segunda aplicação da regra pode ser
necessária. Em alguns casos, é preciso aplicar a regra várias vezes para eliminar a indeterminação.
x 3 3x 2
9) lim
x1 x3 x2 x 1
e 3x
10) lim
x x3
38
Exercícios – lista 11
2x 2 3x 2 ln(7 x)
1) lim 11) lim
x 2 3x 2 x 14 x x
x 4 16 ex 1
2) lim 12) lim
x 2 x2 x x4 x3
x 3 3x 2 e 4x
3) lim 13) lim
x 1 x 2 2x 1 x x2
x 4 x 3 3x 2 5x 2 e x 2x 1
4) lim 14) lim
x1 x 4 5x 3 9x 2 7 x 2 x 0 x3
ln(x 2 8) ln(x e x )
5) lim 15) lim
x 3 3 x x x
ln(e 2x 1) ln 2 lnx
6) lim 16) lim
x 0 x2 x x2
ln(2x 3) x 2 4e x 4
7) lim 17) lim
x 2 ln(3x 5) x 0 x2 x
x2 x2 1 1
8) lim 18) lim
x lnx x 0 x
lnx lnx
9) lim 19) lim
x x2 x 1
x x
4x 3 5x 1 x e x 1
10) lim 20) lim
x 1 lnx x 0 x3
Respostas:
1) 5 / 13 2) 32 3) 3 4) – 3 5) – 6
6) 7) 2 / 3 8) 9) 0 10) 7
39
Capítulo 4 – Aplicações da derivada
Vimos no capítulo 2, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente
angular da reta tangente ao seu gráfico. Neste capítulo, vamos explorar este fato e desenvolver
técnicas para o uso da derivada como auxílio à construção de gráficos. Também estão incluídas
neste capítulo, aplicações da derivada a “problemas de otimização”.
Figura 1 Figura 2
Outros exemplos:
f(x) = x2 – 2x f(x) = 4 – x2
40
Observamos na figura abaixo, que nos intervalos onde os coeficientes angulares das retas
tangentes são positivos, a função é crescente, e que nos intervalos onde os coeficientes angulares
das retas tangentes são negativos, a função é decrescente.
a) Se f (x) > 0 para todo x em I, exceto possivelmente nos pontos extremos de I, então f(x) é
crescente em I
b) Se f (x) < 0 para todo x em I, exceto possivelmente nos pontos extremos de I, então f(x) é
decrescente em I
Exemplos:
3
3) f(x) = x é crescente em IR
4) f(x) = 3
x 2 é decrescente em ]– , 0] e é crescente em [0, [
2x
5) f(x) = é decrescente em ]– , 1[ e em ] 1, [
x 1
x2 4
6) f(x) = é decrescente [–2,0[ e ]0, 2] e é crescente em]– , –2] e [2, [
x
41
4.2 – Extremos relativos
Os pontos (0, 5) e (2, 1) são exemplos de extremos relativos no sentido de que cada um
deles representa um extremo apenas na vizinhança do ponto. Devemos considerar, portanto, que
uma função pode admitir vários extremos relativos, isto é, vários mínimos e máximos relativos.
Quando conhecemos os intervalos nos quais uma função é crescente ou decrescente, podemos
identificar os seus máximos e mínimos relativos. Um máximo relativo ocorre quando a função para
de crescer e começa a decrescer. Um mínimo relativo ocorre quando a função para de decrescer e
começa a crescer.
Sabemos que uma função f(x) é crescente quando f (x) > 0 e é decrescente quando f (x) < 0
então os únicos pontos onde f(x) pode ter extremos relativos são aqueles onde f (x) = 0 ou onde não
existe f (x). Esses pontos são chamados de pontos críticos.
Para encontrar todos os extremos relativos de uma função f, começamos achando todos os
pontos críticos (que são os “candidatos” a extremos relativos). Cada ponto crítico precisa ser testado
para verificar se é realmente um extremo relativo. Esse teste pode ser feito usando a derivada
primeira de f.
a) Se f (x) > 0 à esquerda de c e f (x) < 0 à direita de c então (c, f(c)) é um ponto de máximo
relativo.
b) Se f (x) < 0 à esquerda de c e f (x) > 0 à direita de c então (c, f(c)) é um ponto de mínimo
relativo
42
Exemplos:
1) f(x) = x3 – 6x2 + 9x + 1
2) f(x) = x4 – 2x2 + 2
3
3) f(x) = x
4) f(x) = 3 x 2
2x
5) f(x) =
x 1
x2 4
6) f(x) = f(x) =
x
A derivada segunda também pode ser usada para classificar os pontos críticos de uma
função como máximos ou mínimos relativos. Para isso, basta aplicar o resultado conhecido como:
43
Exemplo: f(x) = 2x3 + 3x2 – 12x – 7
Embora tenha sido fácil usar o teste da derivada segunda para classificar os pontos críticos
no exemplo anterior, ele apresenta algumas limitações. O teste se aplica aos pontos críticos nos
quais a derivada primeira é nula, mas não aos pontos em que a derivada primeira não existe. Além
disso, se tanto f (c) como f (c) são nulas, o teste da derivada segunda não permite chegar a
nenhuma conclusão.
Nos problemas discutidos na seção anterior, os métodos do Cálculo foram usados para
determinar máximos e mínimos relativos de funções. Em muitos problemas, no entanto, o objetivo é
encontrar o “máximo absoluto” ou o “mínimo absoluto” de uma função dentro de certo intervalo de
interesse. A noção de extremo absoluto pode ser entendida através do gráfico da função f esboçado
a seguir.
a) f possui um máximo absoluto em (c, f(c)) se, para todo x[a, b], f(x) f(c). Nesse caso,
f(c) é o valor máximo absoluto de f em [a, b].
b) f possui um mínimo absoluto em (c, f(c)) se, para todo x[a, b], f(x) f(c). Nesse caso, f(c)
é o valor mínimo absoluto de f em [a, b].
44
Podemos provar que se uma função f é contínua em um intervalo fechado I então f tem um
máximo absoluto e um mínimo absoluto em algum ponto de I.
Além disso, se f é uma função contínua em [a, b], um extremo absoluto de f ocorrerá num
extremo relativo em [a, b] ou nas extremidades do intervalo (isto é, em x = a ou em x = b).
Então, para encontrar os extremos absolutos de uma função contínua f em [a, b] devemos:
2 – Calcular todos os valores f(c) para os números críticos do passo 1 e determinar f(a) e f(b).
3 – Selecionar o maior e o menor dos valores do passo 2. Esses são, respectivamente, os valores de
máximo e mínimo absolutos de f em [a, b].
Exemplos:
Então f tem um máximo absoluto em (0, 4) e assume em [–2, 2], o valor mínimo zero duas
vezes, ou seja, em x = – 2 e em x = 2. Isso significa que é possível um mínimo (máximo) absoluto
ocorrer em dois ou mais pontos do intervalo. Assim, (–2, 0) e (2, 0) são mínimos absolutos de f em
[–2, 2].
45
4.4 – Concavidade do gráfico de uma função
figura 1 figura 2
a) O gráfico de f(x) tem concavidade (ou é côncavo) para cima em I, se f (x) é crescente em I.
b) O gráfico de f(x) tem concavidade (ou é côncavo) para baixo em I, se f (x) é decrescente em I.
Para saber se a concavidade de um gráfico é para cima ou para baixo, ou seja, se f (x) é
crescente ou decrescente, basta aplicar a f (x) o teste da derivada primeira para funções crescentes e
decrescentes apresentado na seção 4.1: f (x) é crescente se sua derivada é positiva; f (x) é
decrescente se sua derivada é negativa. Como a derivada de f (x) é a derivada segunda de f, isto é,
f (x), podemos estabelecer o seguinte teorema:
Exemplos:
46
1 1
2) O gráfico de f(x) = x4 – 2x2 + 2 tem concavidade para cima em , e , e para
3 3
1 1
baixo em ,
3 3
2x
3) O gráfico de f(x) = tem concavidade para baixo em ]– , –1[ e para cima em ]1, [
x 1
4) O gráfico de f(x) = 3
x tem concavidade para baixo em ]– , 0[ e para cima em ]0, [
5) O gráfico de f(x) = 3
x 2 tem concavidade para baixo em ]– , 0[ e em ]0, [
Exemplos:
1) f(x) = x3 – 6x2 + 9x + 1
2) f(x) = x4 – 2x2 + 2
1 13 1 13
, e , são pontos de inflexão do gráfico de f
3 9 3 9
2x
3) f(x) =
x 1
3
4) f(x) = x
3
5) f(x) = x2
47
4.5 – Assíntota vertical e assíntota horizontal
Os limites envolvendo infinito que estudamos no capítulo 1 são úteis no traçado de gráficos
porque podem ser usados para a localização das assíntotas.
2x 6
Seja f(x) = cujo gráfico está esboçado ao lado.
x 5
Exemplos:
2x
1) f(x) =
x 1
48
x2
2) f(x) =
x2 4
2x
3) f (x) =
x2 4
x2 4
4) f(x) =
x
Para esboçar o gráfico de uma função, precisamos verificar sua continuidade, os intervalos
nos quais é crescente ou decrescente, a concavidade e a existência de assíntotas, extremos relativos
e pontos de inflexão. Como o estudo dessas características foi realizado em várias seções anteriores,
vamos estabelecer um roteiro para o traçado do gráfico de uma função real f.
3 – Calcular f (x) e determinar os números críticos (isto é, os valores de x tais que f (x) = 0
ou f (x) não existe). Utilizar o teste da derivada primeira para achar os intervalos em que f é
crescente (f (c) > 0) ou decrescente (f (c) < 0). Usar o teste da derivada primeira para encontrar os
pontos de máximos e mínimos relativos (se existirem).
4 – Calcular f (x) e usar o teste da derivada segunda para determinar os intervalos onde o
gráfico de f é côncavo para cima (f (x) > 0) e onde é côncavo para baixo (f (x) < 0). Se f é
contínua em c e se f (x) mudar de sinal em c, determinar o ponto de inflexão (c, f (c)).
4 4 8
7) Sabe-se que f (x) = f (x) = f (x) =
x2 (x 2) 2 (x 2) 3
x 1 3 6
8) Sabe-se que f(x) = f (x) = f (x) =
x2 (x 2) 2 (x 2) 3
1 1 2
9) Sabe-se que f (x) = f (x) = f (x) =
1 x (1 x) 2 (1 x) 3
2x 2 4
10) Sabe-se que f (x) = f (x) = f (x) =
x 1 (x 1) 2 (x 1) 3
x x 1 2x 4
11) Sabe-se que f(x) = f '(x) = f "(x) =
(x 1) 2 (x 1) 3 (x 1) 4
2x 2x 2 2 4x 3 12x
12) Sabe-se que f (x) = 2 f '(x) = 2 f "(x) =
x 1 (x 1) 2 (x 2 1) 3
50
Respostas:
f(x) = 12x2 – x4
4 x 1
f(x) = x 2 f(x) =
x 2
2x x 2x
f (x) = f(x) = f (x) =
x 1 (x 1) 2 2
x 1
51
Exercícios – lista 13
5) Estima-se que uma colônia de bactérias tenha t horas após a introdução de uma toxina, uma
população de p(t) = – t2 + 2t + 15 (em milhares de indivíduos). Use o Cálculo para determinar o
tempo no qual a população está no seu ponto máximo e calcule a população neste ponto.
6) A concentração de um remédio t horas após ter sido injetado no braço de um paciente é dada pela
0,15t
função C(t) = 2 . Para que valor de t a concentração é máxima?
t 0,81
7) Certo modelo biológico sugere que a reação R do corpo humano a uma dose x de medicamento é
1
dada pela função R(x) = (kx 2 x 3 ) onde k é uma constante positiva. Para que valor de x a reação
3
é máxima?
24t 10
8) A população (em milhares de indivíduos) de uma colônia de bactérias é dada por f(t) =
t2 1
t horas após a introdução de uma toxina. Determine o instante em que a população é máxima e a
população nesse instante.
1
9) A eficácia de um remédio t horas após ter sido tomado é dada por E(t) = (9t + 3t2 – t3) com
27
0 t 5. Para que valor de t a eficácia é máxima?
10) Determine os valores das constantes a e b para que a função f(x) = x3 + ax + b possua um
mínimo relativo no ponto (1,3).
p
11) Encontre os valores para as constantes p e q de modo que a função f(x) = + qx tenha um
x
mínimo relativo no ponto (1,6).
12) Determine os valores das constantes a, b e c para que a função f(x) = ax 2 + bx + c tenha um
máximo relativo no ponto (5,12) e intercepte o eixo x no ponto (0,3).
1
13) Ache o valor de a de modo que a função f(x) = ax2 + tenha um ponto de inflexão em x = 1.
x2
52
Respostas:
6) t = 0,9 h
2k
7) x =
3
9) t = 3
10) a = – 3 e b = 5
11) p = q = 3
9 18
12) a = , b= e c=3
25 5
13) a = – 3
53
Capítulo 5 – Integral
Na maioria dos exemplos e problemas estudados até agora, começamos com uma função
dada e calculamos a derivada para obter informações a respeito da função. Em muitas situações, no
entanto, o problema é o inverso: conhecemos a derivada e estamos interessados em determinar a
função. Isso acontece, por exemplo, quando sabemos a taxa com a qual uma população está
aumentando e queremos calcular qual será a população em um determinado instante futuro. A
função encontrada nesse problema é uma antiderivada.
É fácil verificar, por exemplo, que g1(x) = x3 é uma antiderivada de f(x) = 3x2, pois
g1' (x) 3x 2 . Além disso, como acrescentar um termo constante não muda a derivada, cada uma das
funções
4
g2(x) = x3 + 5 g3(x) = x3 – 2 g4(x) = x3 +
7
e mais geralmente
g(x) = x3 + C
Portanto, quando achamos uma antiderivada g(x) de uma função f(x), temos
automaticamente uma infinidade de antiderivadas de f(x) e todas da forma g(x) + C onde C é uma
constante arbitrária.
f(x) dx = g(x) + C
54
3x dx = x3 + C
2
Para o exemplo dado temos
Daremos razões, mais adiante, para o uso da diferencial dx que aparece no integrando. No
momento vamos considerar que o símbolo dx indica que a antiderivada deve ser calculada em
relação à variável x.
O processo que permite achar a integral indefinida de uma função é chamado de integração
indefinida ou antiderivação.
Dizer que g(x) é uma antiderivada de f(x) equivale a dizer que f(x) é a derivada de g(x), mas
agora pensamos em f(x) como a função dada e em g(x) como a função a ser encontrada.
3) dx = x+C
x n 1
4) Se n Q e n – 1 então x n dx =
n 1
+C
dx
x
1
5) = dx = ln x+ C
x
Exemplos:
1) 7 dx
(x 5) dx
2
2)
55
(5x 4x 5 4) dx
3
3)
5
4) 6x 6 x dx
x6
(3x 2)
2
5) dx
(x 5)(8x 3) dx
2
6)
x2 4
7) x2
dx
3x 4 5x 2 2
8) x2
dx
2x 7 5x 3 4x 2 6x
9) 2x 3
dx
1 3
10) 2x
x
5 3 x 2 dx
56
Exercícios - lista 14
1) (3x 2 4x 5) dx 2) (x 3 3x 2 + 2x 4) dx
5) (3x 2 5 x + 2) dx 6) (4x 2 + 3) 2 dx
7) (x 2 + 3x + x 2 ) dx 8) (3x 2 + 5x 4 ) dx
3x 5 x 4 7x 3 4x 9x 4 4x 3 5x 2 2x 1
13) x3
dx 14) x2
dx
Respostas:
x4
1) x3 – 2x2 – 5x + C 2) – x3 + x2 – 4x + C
4
x 4 4x 3 5x 2 x 6 5x 4 x 3
3) – – + 6x + C 4) + – – 5x + C
2 3 2 3 2 3
10 3 / 2
3 16x 5
5) x – x + 2x + C 6) + 8x3 + 9x + C
3 5
x3 3x 2 5 –3
7) + – x –1 + C 8) – 3x – 1 – x +C
3 2 3
50 7 / 2 2 9/2
9) x – 2x 1 / 2 + C 10) x + 4x5 / 4 + C
7 9
1 3
11) x + 2x – 7 lnx + C 12) x3 – 3x2 + 4 lnx + C
3
x2
13) x3 – + 7x – 4x – 1
+C 14) 3x3 – 2x2 + 5x – 2 lnx + x – 1 + C
2
57
5.2 – Integração por substituição
Muitas antiderivadas não podem ser encontradas aplicando-se diretamente as regras básicas.
No entanto, algumas vezes é possível encontrar uma antiderivada utilizando-se essas regras após
mudar a variável.
2 3
Resolvendo (2) encontramos u +C (3)
3
2
Substituindo u por x2 + 5 em (3) temos nosso resultado: (x 2 5) 3 + C
3
A justificativa do procedimento usado no exemplo anterior é dada pelo teorema a seguir, que
é análogo à regra da cadeia para derivação.
Exemplos:
1) 5x 8 dx
x(3x 1) 8 dx
2
2)
6x 2 dx
3) (x 3 4) 5
4) (5x 2 1)4 5x 3 3x 2 dx
5) x x 5 dx
58
Exercícios - lista 15
Calcule as integrais:
3) 4x x 2 5 dx 4) 3x(4 – 3x2) – 8 dx
x 8x 2
5) 3
5x 16
2
dx 6) (4x 2
2x 6)17
dx
6x 2 x 3
7) 3 dx 8) (x dx
(x 1) 3 2
6x 1) 2
Respostas:
1)
4x 35 C 2)
4x 2
7
C
10
20 80
4 1
3) (x 2 5) 3 C 4) C
3 14(4 3x 2 ) 7
3 1
5) (5x2 + 16)2 / 3 + C 6) (4x2 + 2x + 6) – 16 + C
20 16
1 2
7) – (x3 + 1) – 2 + C 8) (x – 6x + 1) – 1 + C
2
2
9) (6x3 – 9x + 1) – 1 / 2 + C 10) (x2 + 3x + 5)9 + C
9
2 10 2
11) (x + 1) 3 / 2 – 2(x + 1) 1 / 2 + C 12) (5 – x) 3 / 2 + (5 – x) 5 / 2 + C
3 3 5
59
5.3 – Integração por Partes
Nesta seção vamos estudar uma técnica que pode ser usada para integrar certos produtos de
funções. Essa técnica, conhecida como integração por partes, é uma conseqüência direta da regra
do produto para diferenciais. A fórmula de integração por partes é apresentada a seguir.
Esta fórmula transforma o problema do cálculo de udv no cálculo de vdu. Através de uma
escolha conveniente de u e dv pode ser mais fácil calcular a segunda integral do que a primeira.
Exemplos:
1) x lnx dx
2) ln 2x2 dx
3) x e4x dx
3) 6x e– 2x dx
60
Às vezes, a integração por partes leva a uma nova integral que também pode ser integrada
por partes.
5) x2 ex dx
Algumas integrais podem ser calculadas por integração por partes ou por substituição. As
soluções podem parecer diferentes, mas se estiverem corretas, poderão diferir, no máximo, por uma
constante.
Exemplo: x x 5 dx
2
Fazendo u = x e dv = x 5 , temos que du = dx e v = (x + 5) 3 / 2
3
2x 4
x x 5 dx = (x + 5) 3 / 2 – (x + 5) 5 / 2 + C
3 15
2 10
x x 5 dx = (x + 5) 5 / 2 – (x + 5) 3 / 2 + C
5 3
2x 4 2x 4
Observe que (x + 5) 3 / 2 – (x + 5) 5 / 2 = (x + 5) 3 / 2 ( x 5) =
3 15 3 15
2x 4x 20 10x 4x 10 10
= (x + 5) 3 / 2 = (x + 5) 3 / 2 =
3 15 15 15 15 5 3
2x 10 10 2 10
= (x + 5) 3 / 2 = (x + 5) 3 / 2 ( x 5)
5 5 3 5 3
2 10
= ( x 5) 5 / 2 ( x 5) 3 / 2
5 3
61
Exercícios – lista 16
1) ln x dx 6) x – 2 ln x dx
2) x.e – 2x dx
x/2
7) x e dx
3) x ln 3x dx 8) x2ln x2 dx
4) x ex dx 9) 5x e 3x dx
x
5) x ln x dx 10) 3x2 ln dx
2
Respostas:
lnx 1
1) x ln x – x + C 6) C
x x
x2 x2 x3 2
3) ln3x – +C 8) lnx2 – x3 + C
2 4 3 9
5 5
4) x ex – ex + C 9) x e 3x – e 3x + C
3 9
x x
3
2 4
5) x 3 / 2 ln x – x 3 / 2 + C 3
10) x ln – +C
3 9 2 3
62
5.4 – Integral Definida – Noção intuitiva
Já sabemos que a derivada tem origem geométrica: está ligada ao problema de traçar a reta
tangente a uma curva. A integral definida também tem origem geométrica: está ligada ao problema
de determinar a área de uma região plana limitada por uma curva qualquer.
Para determinar essa área, vamos dividir a região dada em uma série de regiões retangulares
e calcular o valor aproximado da área A somando as áreas dessas regiões retangulares. Quanto
maior o número de retângulos, mais a soma de suas áreas se aproxima do que consideramos,
intuitivamente, a área sob a curva dada.
A área A pode ser interpretada, portanto, como a soma de uma infinidade de retângulos que
podemos descrever assim: em cada ponto x há um retângulo de altura f(x) e base infinitamente
pequena, indicada por dx, de modo que a área de cada retângulo é dada pelo produto f(x)dx.
Para indicar que estamos obtendo a área A como a soma infinita das áreas f(x)dx de todos
b
esses retângulos no intervalo [a, b] escrevemos: A = f(x)dx
a
b
O símbolo f(x)dx é chamado de integral definida de a até b de f(x).
a
O cálculo da integral definida de a até b de f (x) pode ser facilmente realizado graças a um
importante resultado, conhecido como Teorema Fundamental do Cálculo:
Seja f(x) uma função contínua em [a, b]. Se g(x) é uma antiderivada de f(x) em [a, b] então
b
Exemplos:
4
1) (x 2 4x 3)dx
1
63
Observação: Nos cálculos que envolvem integrais definidas costuma-se usar o símbolo
b
g(x) a para indicar a diferença entre g(b) e g(a).
1
2) (x 4 3x 2 1)dx
1
1
3) 8x(x 2 1) 3 dx
0
9
4) 1
2x 7 dx
3
x
5) e
0
3
dx
Observação: Quando a integral definida de a até b de f(x) existe, dizemos que f(x) é
integrável em [a, b]. Podemos provar que toda função contínua em [a, b] é integrável em [a, b],
mas existem muitas funções descontínuas que são integráveis.
a
a) f(x)dx = 0
a
b a
b) f(x)dx = – f(x)dx
a b
b b
c) c.f(x)dx = c f(x)dx
a a
b b b
d) (f(x) g(x)) dx = f(x)dx + g(x)dx
a a a
b c b
e) Se a < c < b então f(x)dx = f(x)dx + f(x)dx
a a c
64
Exercícios – lista 17
3
x2 1
4
3) 5 x dx 4) dx
1
2 x 1
2x 3 4x 2 3
3
1
5) x2
dx 6) (3x + 1) – 1 / 2 dx
1
0
1 2
7) x(x2 – 1)3 dx 8) x x 1 dx
2 3
1 0
x
8
4
9) 6 dx 10) ( x x) 2 dx
4 2
1
Respostas:
1) –18 6) 2 / 3
2) 81 / 10 7) 0
3) 14 / 3 8) 52 / 9
4) 7 / 2 9) 12
5) 2 10) 37 / 10
65
5.5 – Áreas de regiões planas
Usando a notação de integral definida, a definição da área da região sob o gráfico de uma
função (1) pode ser expressa da seguinte maneira:
Definição 1: Seja f uma função contínua em [a, b] e tal que f(x) ≥ 0 em [a, b]. A área da
b
região sob o gráfico de f entre x = a e x = b é dada por A = f(x)dx
a
Exemplos:
A região sob o gráfico de uma função f entre x = a e x = b pode estar inteiramente abaixo do
eixo como mostra a figura (1) abaixo.
Nesse caso, para calcular a área da região destacada, vamos considerar a função h(x) = – f(x)
definida no intervalo [a, b]. Os gráficos de f e h são simétricos em relação ao eixo x (figura 2), e a
área A da região sob o gráfico de f entre x = a e x = b é igual à área da região sob o gráfico de h
entre x = a e x = b.
Figura 1 Figura 2
b b b
Então, utilizando a definição 1, temos A = h(x)dx = f(x)dx = – f(x)dx
a a a
________________________________________________________________________________
(1) Chamamos de região sob o gráfico de uma função (ou região limitada pelo gráfico de uma
função) f entre x = a e x = b à região compreendida entre o gráfico de f, o eixo x e as retas verticais
x = a e x = b.
66
Definição 2: Seja f uma função contínua em [a, b] e tal que f(x) ≤ 0 em [a, b]. A área da
b
região sob o gráfico de f entre x = a e x = b é dada por A = – f(x)dx
a
Exemplos:
c d e b
A = A1 + A2 + A3 + A4 = f(x)dx – f(x)dx + f(x)dx – f(x)dx
a c d e
67
Para determinar a área da região R entre os gráficos de f e g de x = a até x = b (figura
abaixo), basta subtrair a área da região sob o gráfico de g da área da região sob o gráfico de f.
b b b
Ou seja, área de R = f(x)dx – g(x)dx = (f(x) g(x)) dx
a a a
Podemos provar que essa expressão é válida mesmo que as funções não sejam não-
negativas.
Definição 3: Se f e g são funções contínuas em [a, b] tais que f(x) ≥ g(x) em [a, b] e se R é a
região limitada pelos gráficos de f e g e pelas retas x = a e x = b, então
b
Área de R = (f(x) g(x)) dx
a
Algumas vezes temos de considerar o problema de encontrar a área entre duas curvas sem
que os valores de a e b sejam determinados. Nestes casos, existe uma região que está
completamente envolta pelas duas curvas. Como o próximo exemplo ilustra, temos que encontrar os
pontos de interseção entre as duas curvas para obter os valores de a e b.
68
Exercícios – lista 18
Respostas:
26 9 8 9 8
1) a) b) c) 9 d) e) f)
3 2 3 2 3
32
2)
3
9
3)
2
8
4)
3
32
5)
3
8
6)
3
69
5.6 – Integração de Funções Racionais por Frações Parciais
Sabemos que uma função racional f é um quociente entre duas funções polinomiais, isto é,
p(x)
f(x) = onde p(x) e q(x) são polinômios.
q(x)
As integrais de algumas funções racionais simples podem ser calculadas, por exemplo,
utilizando as regras básicas ou por substituição, como já vimos anteriormente.
Nesta seção, vamos apresentar um método para calcular a integral indefinida de qualquer
função racional.
A idéia básica é decompor a função racional dada em uma soma de funções racionais
mais simples, chamadas frações parciais, e então achar as integrais destas frações parciais pelos
métodos conhecidos.
5x 4
Por exemplo, queremos calcular x 2
x2
dx
5x 4 3 2
É fácil verificar que =
x x 2 x 1 x 2
2
5x 4 3 2
Então x 2
x2
dx = x 1 dx x 2 dx
5x 4
Logo x 2
x2
dx = 3lnx + 1+ 2lnx – 2+ C
Além disso, esse método é válido somente para funções racionais próprias, isto é, aquelas
nas quais o polinômio do numerador possui grau menor que o do denominador. Qualquer função
racional imprópria, isto é, a função na qual o polinômio do numerador é do mesmo grau ou de grau
maior que o do denominador, deve ser reduzida por divisão, à soma de um polinômio (que é fácil de
integrar) com uma função racional própria (integrável pelo método das frações parciais).
x 3 6x 2 5x 3
Por exemplo, dada a função racional imprópria f(x) = , obtemos, pela
x 2 1
6x 9 6x 9
divisão, x – 6 + 2 e passamos, então, à decomposição de 2 , que é uma função racional
x 1 x 1
própria, em frações parciais.
70
Teorema: Se p(x) é um polinômio com coeficientes reais, então p(x) pode ser expresso
como um produto de polinômios que serão lineares ou quadráticos, todos com coeficientes reais.
Exemplos:
1) p(x) = x2 – 3x + 2 pode ser escrito como um produto dos polinômios lineares x – 2 e x – 1, isto é,
p(x) = (x – 2)(x – 1).
p(x)
A decomposição da função f(x) = em frações parciais está subordinada ao modo como
q(x)
o denominador q(x) se decompõe em fatores lineares ou quadráticos irredutíveis. Vamos considerar
os vários casos separadamente. As formas das respectivas frações parciais são asseguradas por
resultados da Álgebra e as diversas situações serão analisadas nos exemplos.
p(x)
Seja f(x) = uma função racional própria cujo denominador é um polinômio de grau n.
q(x)
A1 A2 An
f(x) = + + ... +
a 1 x b1 a 2 x b 2 a n x bn
onde A1, A2, ..., An são constantes que devem ser determinadas.
. Exemplos:
4x 2
1) x 3
x 2 2x
dx
4x 2 A B C
Então e precisamos determinar A, B e C.
x(x 2)(x 1) x x 2 x 1
Em casos como este, em que os fatores são todos lineares e distintos, as constantes A, B e C
podem ser obtidas substituindo x em (1) por valores que anulem os vários fatores. Essa equação é
uma identidade para todo valor de x, inclusive para 0, 2 e – 1.
71
Substituindo x por zero em (1), obtemos:
– 2 = – 2A A = 1
4x 2 dx dx dx
x 3
x 2 2x
dx = x
+ x2 – 2
x 1
4x 2
Logo x 3
x 2 2x
dx = lnx+ lnx – 2– 2 lnx + 1+ C
x2
2) x 3
3x 2 x 3
dx
x 17
3) 2x 2
5x 3
dx
x 3 8x 5
4) 2 dx
x 2x 3
p(x)
Seja f(x) =e vamos admitir que q(x) pode ser fatorado em polinômios lineares, alguns
q(x)
dos quais se repetem.
Um exemplo seria q(x) = (3x – 2)(x – 1)(3x – 2)(x – 1)(x + 1)(x – 1) , onde (3x – 2) aparece
duas vezes e (x – 1) aparece três vezes.
Então, para cada fator da forma (ax + b)K, K > 1, teremos K frações parciais da forma:
A1 A2 A3 Ak
+ + + ... +
ax b (ax b) 2
(ax b) 3
(ax b) k
onde A1, A2, A3, ..., AK são constantes que devem ser determinadas.
72
Exemplos:
5x 2 x 2
5) x 4 2x 3 dx
Fatorando o denominador obtemos: x4 + 2x3 = x3(x + 2)
5x 2 x 2 A B C D
Então 2 3 e precisamos determinar A, B, C e D.
x (x 2)
3
x x x x2
Sabemos que, se dois polinômios são iguais então os coeficientes dos termos de mesma
potência da x são iguais. Temos, portanto, que:
A – 2 = 0 A = 2 e 2B – 1 = 1 B = 1
5x 2 x 2 dx dx dx dx
x 4 2x 3 dx = 2 x + x 2
– x 3
– 2
x2
5x 2 x 2 x2
x 4 2x 3
–1
Logo dx = 2 lnx– x + – 2 lnx + 2+ C
2
3x 2 4x 2
6) x 3 2x 2 x dx
2x 2 27
7) x 4 6x 3 9x 2 dx
x 2 5x 4
8) x 2 2x 1 dx
73
3o caso: Os fatores do denominador são lineares e quadráticos irredutíveis, sendo que os
fatores quadráticos não se repetem.
Para se obter a decomposição de f(x) em frações parciais apropriadas, para cada fator
quadrático (irredutível e distinto) ax2 + bx + c em q(x) deverá corresponder uma fração da forma
Ax B
ax 2 bx c
As frações parciais correspondentes aos fatores lineares são tratadas como antes.
Exemplos:
x 2 x 21
19) 2x 3 x 2 8x 4 dx
Fatorando o denominador: 2x3 – x2 + 8x – 4 = x2(2x – 1) + 4(2x – 1) = (2x – 1)(x2 + 4)
x 2 x 21 A Bx C
Então 2
(2x 1)(x 4) 2x 1 x 4
2
85 17A
ou A = – 5
4 4
Daí, – 5 + 2B = 1 B = 3 e – 20 – C = – 21 C = 1
x 2 x 21 dx x dx dx
Então 2x 3 x 2 8x 4 dx = – 5 2x 1 + 3 x 2 4 + x 2 4
x 2 x 21 5 3 1 x
Logo 3 dx = ln 2x – 1 + ln (x2 + 4) + tg – 1 + C
2x x 8x 4
2
2 2 2 2
du 1 u
Observação: u 2
a 2
tg 1 C
a a
74
6x 3 2x 2 18x 27
10) x 4 9x 2
dx
8x 2 3x 20
11) 3 dx
x x 2 4x 4
5x 2 4x 13
12) 2 dx
(x 1)(x 2 5)
4o caso: Os fatores do denominador são lineares e quadráticos irredutíveis sendo que alguns
dos fatores quadráticos se repetem.
A cada fator (ax2 + bx + c)K de q(x) corresponderá uma soma de frações parciais da forma:
A1 x B1 A 2 x B2 A k x Bk
+ + ... +
ax bx c
2
(ax bx c)
2 2
(ax 2 bx c) k
Exemplos:
5x 4 5x 3 9x 2 5x 3
13) dx
x 5 2x 3 x
4x 3 3x 2 39x 27
14) (x 2 9) 2
dx
75
Exercícios – lista 19
Calcule as integrais:
dx x 3 x 2 3x 1
1) x3 x 6) x2 x dx
x 2x 3
2) (x 1)(x 1)(x 2) dx 7) x (4x 1)
2
dx
x 3 5x 2 x 22 x2 1
3) x 2 3x 10 dx 8) (x 3)(x 2 4x 4) dx
14x 1 x 2 31x 24
4) 4x 2 1 dx 9) (x 7)(x 1) 2 dx
x2 5x 2 10x 8
5) x 2 x 6 dx 10) x 4 4x 3 dx
Respostas:
1 1
1) – lnx+ lnx + 1+ lnx – 1+ C
2 2
1 1 2
2) lnx – 1 + lnx + 1 – lnx + 2 + C
6 2 3
x2 4 17
3) + 2x + lnx – 2 + lnx + 5 + C
2 7 7
3
4) ln2x + 1 + 2 ln2x – 1 + C
2
4 9
5) x – lnx + 2 + lnx – 3 + C
5 5
2
x
6) + lnx+ 2 lnx + 1 + C
2
7) – 10 lnx – 3x – 1 + 10 ln4x + 1 + C
76
Exercícios – lista 20
Calcule as integrais:
x3 x 5 9x 3 1
1) dx 5) dx
x(x 2 1) x 3 9x
5x 2 11x 17 16dx
2) x 3 5x 2 4x 20 dx 6) x(x2
4) 2
x 2x 3 10x
3) 4 dx 7) 2 dx
x 1 (x 1) 2
dx x 3 dx
4) (x 1)(x 2 4) 8) (x 2 2) 2
Respostas:
3
1) 3 lnx – ln(x2 + 1) + tg – 1 x + C
2
1 x
2) 3 lnx + 5 + ln(x2 + 4) + tg – 1 + C
2 2
1 1 1
3) lnx + 1 + lnx – 1 – ln(x2 + 1) + C
4 4 4
1 1 1 x
4) lnx – 1 – ln(x2 + 4) – tg – 1 + C
5 10 10 2
x3 1 1
5) + lnx – ln(x2 + 9) + C
3 9 18
1
6) lnx – ln(x2 + 4) + 2(x2 + 4) – 1 + C
2
7) ln(x2 + 1) – 4(x2 + 1) – 1 + C
1
8) ln(x2 + 2) + (x2 + 2) – 1 + C
2
77
Revisão 1 – Álgebra básica
1 – Produtos Notáveis
Solução: Como os dois termos dessa expressão são divisíveis por 4x 3, podemos usar a lei da
distributividade para colocar 4x3 “em evidência” e escrever:
10(x – 5)4(x + 1)4 + 8(x + 1)5(x – 5)3 = 2(x – 5)3(x + 1)4[5(x – 5) + 4(x + 1)]
Efetuamos os produtos nos termos entre colchetes e reduzimos os termos semelhantes para
chegar ao resultado final.
10(x – 5)4(x + 1)4 + 8(x + 1)5(x – 5)3 = 2(x – 5)3(x + 1)4(9x – 21)
Exemplo: Fatore ax – bx + 2a – 2b
78
Soma de dois cubos: a3 + b3 = (a + b)(a2 – ab + b2)
Exemplo: x3 + 8 = x3 + 23 = (x + 2)(x2 – 2x + 4)
Exemplo: x3 – 8 = x3 – 23 = (x – 2)(x2 + 2x + 4)
(x + a)(x + b) = x2 + ax + bx + ab = x2 + (a + b)x + ab
a) x2 + 5x + 6
b) x2 – 5x + 6
c) x2 – 5x – 6
Logo x2 – 5x – 6 = (x – 6)(x + 1)
6a 2 bx 3a
Exemplos: 1) 3
2
2ab x 4b
79
4 Resolução de equações por fatoração
A fatoração pode ser usada para resolver certas equações. A técnica se baseia no fato de que
se o produto de dois ou mais termos é nulo, pelo menos um dos termos deve ser nulo. Por exemplo,
se a.b = 0 devemos ter a = 0 ou b = 0.
Exemplos: 1) x2 – 3x – 10 = 0
Então x – 5 = 0 ou x + 2 = 0 x = 5 ou x = – 2
2) x3 + x2 – 4x – 4 = 0
(x + 1)(x + 2)(x – 2) = 0
Então x + 1 = 0 ou x + 2 = 0 ou x – 2 = 0 x = –1 ou x = – 2 ou x = 2
Exemplos: 1) x2 – 5x + 6 = 0
( 5) 25 24 5 1
x= = x = 3 ou x = 2
2 2
2) 4x2 – 4x + 1 = 0
( 4) 16 16 40 1
x= = x=
8 8 2
3) x2 + 2x + 3 = 0
2 4 12 2 8
x= =
2 2
80
Exercícios
11) x2 + x – 2 12) x2 + 3x – 10
13) x2 – 7x + 12 14) x2 + 8x + 12
19) x3 – 1 20) x3 – 27
27) 4(x – 3)2(x + 1) + 10(x – 3)3 28) 4(x + 3)4(x – 2)2 – 6(x + 3)3(x – 2)3
x 2 5x 6 (x 5) 3 ( x 2) (x 5) 2 (x 2) 2
29) 30)
x 2 5x 14 x 2 7x 10
35) x2 – 4x + 3 = 0 36) x2 – 8x + 16 = 0
81
Nas questões 37 a 40 use a fórmula de Báskara para resolver a equação dada:
4 5
39) x2 – 2x + 3 = 0 40) 1 + 2 0
x x
Respostas:
3) x4 + 2x2y3 + y6 4) 49 – 14x + x2
7) x2 – 9 8) x4 – 16y2
x3
29) 30) 3(x + 5)
x7
2(x 3) 3 (x 7)
31) x(x + 1) 32)
1 x
33) x = 4 ; x = – 2 34) x = – 5
35) x = 1 ; x = 3 36) x = 4
37) x = – 5 38) x = – 1 ; x = – ½
82
Revisão 2 – Função
Frequentemente, nas mais diversas relações envolvendo duas variáveis, o valor de uma delas
depende do valor da outra. Assim, por exemplo, o valor de uma conta de energia elétrica depende
da quantidade consumida; a poluição do ar em uma cidade depende do número de veículos nas ruas;
o preço de uma garrafa de vinho depende do ano em que o vinho foi fabricado.
Grande parte das relações apresenta a propriedade de que a cada valor de uma variável
corresponde um único valor da outra. Relações como essas muitas vezes podem ser representadas
matematicamente através de funções.
Em termos gerais, uma função consiste em dois conjuntos e uma “regra” que associa os
elementos de um conjunto aos elementos do outro. Vamos supor, por exemplo, que um fabricante
esteja interessado em determinar o efeito do preço sobre o número de unidades vendidas de certo
produto. Para estudar essa relação, é preciso conhecer o conjunto de preços admissíveis, o conjunto
de vendas possíveis e uma regra para associar cada preço a um determinado número de unidades
vendidas.
Definição: Uma função é uma relação que associa a cada elemento de um conjunto A um
único elemento de um conjunto B.
As letras f, g e h serão usadas para representar funções embora, em situações práticas, seja
comum usar letras que lembrem as grandezas envolvidas.
Um elemento genérico do domínio de uma função f será indicado por x e seu correspondente
no contradomínio será indicado por y ou por f(x). Nesse contexto, o elemento y é chamado de
imagem de x por f. Assim, por exemplo, quando escrevemos f(4) = 2 estamos indicando que o
número que a função f associa ao número 4 é 2 ou que 2 é a imagem de 4 por f.
Se x está no domínio de f dizemos que f está definida em x ou que f(x) existe. A expressão
f não está definida em x significa que x não está no domínio de f.
Usualmente definimos uma função f enunciando apenas uma “regra” para achar f(x). Nesse
caso, fica subentendido que o domínio de f é o conjunto de todos os números reais que tornam
possíveis as operações indicadas na regra. Por exemplo, se f(x) = x então o domínio é o conjunto
de todos os números reais maiores ou iguais a zero.
Muitas fórmulas que ocorrem na Matemática e nas ciências determinam funções. Por
exemplo, a fórmula S = π r2 da área S de um círculo de raio r associa a cada número real positivo r
exatamente um valor de S. A letra r que representa um número arbitrário do domínio é uma
variável independente. A letra S, cujo valor depende do valor atribuído a r, é uma variável
dependente. Quando duas variáveis r e S estão relacionadas desta maneira dizemos que S é uma
função de r.
Funções também podem ser representadas por tabelas e descrições por palavras. Outras se
representam naturalmente com gráficos, como o eletrocardiograma (EKG). Embora seja possível
construir uma fórmula para representar aproximadamente uma função EKG, isto raramente é feito.
83
O que o médico precisa é o esquema de repetições, e é muito mais fácil vê-lo num gráfico do que
numa fórmula. Mas cada EKG representa uma função que dá a amplitude de impulsos elétricos
gerados no músculo cardíaco em função do tempo.
onde os coeficientes an, an – 1, … , a1, a0 são números reais e os expoentes são números inteiros não-
negativos. Se an ≠ 0 então f é de grau n. Exemplos:
3) Função algébrica é aquela que pode ser expressa como soma, diferença, produto, quociente ou
potência racional de polinômios. As funções que não são algébricas são chamadas de
transcendentes. As funções exponenciais, logarítmicas e trigonométricas são exemplos de funções
transcendentes.
84
Exercícios
1 x
1) f(x) = x2 + 2 2) f(x) = 3) f(x) =
x x 1
2
6) f(x) = x2 + 4
1
a) f(–1) b) f(0) c) f d) f( 2 )
2
1
7) f(x) =
x
1 3
a) f(7) b) f(–1) c) f d) f e) f( 2 )
2 4
x
8) f(x) =
x 12
9) f(x) = x2
10) f(x) = 3
x2
Nas questões 11 e 12 as funções são “definidas por mais de uma sentença”. Determine o domínio e
os valores especificados de cada uma delas:
1
se x 1
11) Sendo f(x) = x 1
4x 1
2
se x 1
3
a) f(0) b) f(1) c) f d) f(4)
2
85
1 se x0
12) Sendo f(x) = 5 se 0 x 2
1 se x2
1 11
a) f(–5) b) f(0) c) f(2) d) f e) f
2 3
x2 x 2
13) Seja f(x) =
x 1
a) Determine o domínio de f
b) Calcule, se possível:
Respostas:
17
6) a) 5 b) 4 c) d) 6
4
1 4 1
7) a) b) – 1 c) 2 d) e)
7 3 2
2 2 5
8) a) 0 b) c) d)
3 3 24
9) a) 0 b) 1 c) 2 d) 2
10) a) – 1 b) 0 c) 3
2 d) 2
86
Revisão 3 – Coeficiente angular – Equações de retas
As linhas retas num plano têm equações muito simples, relativamente a um sistema de
coordenadas cartesianas. Estas equações podem ser deduzidas utilizando-se o conceito de
coeficiente angular.
Definição: Sejam (x1, y1) e (x2, y2) pontos distintos de uma reta r. Se x1 x2 então o
coeficiente angular (ou inclinação) m de r é dado por
y 2 y1
m=
x 2 x1
Exemplo 1: Ache o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (–2, 5) e (3, –1).
Exemplo 2: Determine o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (7, 1) e (3, 1).
Observações:
1– O valor de m calculado pela definição anterior é independente da escolha dos dois pontos em r.
2 – Se x1 = x2 então r é uma reta vertical e seu coeficiente angular não está definido.
y y1
Então, para qualquer outro ponto (x,y) da reta temos que =m
x x1
Daí, multiplicando ambos os membros por (x – x1) obtemos a equação da reta na forma
chamada ponto-coeficiente angular.
Se o ponto conhecido é aquele em que a reta corta o eixo y, e é denotado por (0, n), então a
equação (1) torna-se
y = mx + n (2)
Neste caso, n chama-se interseção y da reta ou coeficiente linear e a equação (2) chama-se
equação reduzida da reta.
87
Exemplo 4: Determine o coeficiente angular das retas abaixo:
y
a) y = 3x – 6 b) =x+1 c) 5y – 2x = 4 d) 4x = – 2y + 6
4
Observações:
1 – Como uma reta horizontal tem coeficiente angular zero, a reta horizontal que passa pelo ponto
(x1, y1) tem a equação y = y1.
2 – O coeficiente angular de uma reta vertical não é definido, por isso as fórmulas (1) e (2) não são
apropriadas para se obter sua equação. No entanto, como as primeiras coordenadas de todos os
pontos de uma reta vertical são iguais, uma reta vertical que passa pelo ponto (x1, y1) tem equação
x = x 1.
Exemplo 5: Seja r a reta que passa pelos pontos (– 2,9) e (1,3) e seja s a reta que passa pelos
pontos (– 4, 10) e (3, – 4). Mostre que r e s são paralelas.
Exemplo 6: Seja r a reta que passa pelos pontos (2,9) e (–1,3) e seja s a reta que passa pelos
pontos (4, – 5) e (– 2, – 2). Mostre que r e s são perpendiculares.
Observação: O coeficiente angular de uma reta é uma constante sempre que ele está
definido. O número y2 – y1 é a variação na coordenada y e x2 – x1 é a variação na coordenada x.
Dessa forma, o coeficiente angular de uma reta fornece a razão entre a variação de y e a variação de
x, ou ainda, a taxa de variação de y em relação à x.
1 5 6 11 0
1) m = 2) m = 0
3 (2) 5 37 4
3) a) y = 10x – 42 b) y = – 4x + 5 c) y = 2x – 5 d) x = 3
4) a) 3 b) 4 c) 2 / 5 d) – 2
1 1
6) mr = 2 e ms = . Logo mr = . Então r e s são perpendiculares.
2 ms
88
Revisão 4 – Função Exponencial e Função Logarítmica
Exemplos:
x
1
2) Seja f(x) =
2
1 1 1
Temos que f(4) = ; f(–3) = 8; f(0) = 1; f =
16 2 2
1
b) Seja f(x) = 0x. Então, por exemplo, f(–2) = 0 – 2 = IR
0
c) Seja f(x) = 1x. Então f(x) = 1 para todo número real, isto é, f(x) é uma função constante.
De modo geral, o gráfico de y = bx é representado por uma curva que está toda acima do
eixo x, corta o eixo y no ponto (0,1) e tem concavidade voltada para cima em IR. Além disso, y = bx
é crescente em IR para b > 1 e é decrescente em IR para 0 < b < 1.
a) bx = by x = y
89
b) bx.by = b x + y
bx
c) y
= b x–y
b
d) (bx) y = b xy
e) (a.b)x = ax.bx
x
a ax
f) = x
b b
Exemplos:
1) log 2 8 = 3 pois 23 = 8
2) log3 81 = 4 pois 34 = 81
1 1
3) log 5 = – 3 porque 5 – 3 =
125 125
As bases mais usadas na prática são a base 10 e a base e (onde e representa o número
irracional cujo valor é aproximadamente 2,718).
a
5) log b a c = c. log b a 6) log b = log b a – log b c
c
90
Definição 3: Seja b IR * 1. A função de IR * em IR tal que f(x) = log b x é chamada
de função logarítmica de base b.
Observações:
1) b log b x = x
2) log b bx = x
91
Exercícios Complementares 1
3x 2 x x 2 3x 2
1) lim 11) lim 2
x 0 2x x 1 x 5x 4
x 3 x
2) lim 12) lim
x 3 2x 1 x 0
x4 2
3x 1 x 9
3) lim 13) lim
x 2 x4 x 9
x 3
x 2 3x 2 1 1 x
4) lim 14) lim
x 2 x2 x 6 x 0 x 2 3x
x 2 6x 9 x3 8
5) lim 15) lim
x 3 x 3 x 2 x2
(x 1) 3 5x 11
6) lim 16) lim
x 1 3x 3 x 3
x 1
x 4 16 x 5 4x 3 x 2
7) lim 2 17) lim
x 2 x x 2 x 0 x 3 4x 2
1 x 2x 1 3
8) lim 18) lim
x 1
5x 2 2 x 5 x 5
x 2 9x 9 x2
9) lim 19) lim
x 9
x 3 x 3 3 x
x2 4 5x 4 1
10) lim 20) lim
x 2 x 2 5x 6 x 8 x2 4
Respostas:
1) – 1 / 2 2) 0 3) 5 / 6 4) 1 / 5 5) 0
6) 0 7) 32 / 3 8) 2 9) 54 10) – 4
92
x2 1 x 5 4x 1
21) lim 31) lim
x 0 x2 x3 x x 2 4x
9x 3 x 3 2x x 4
22) lim 32) lim
x x4 7 x x 5 6x
3x 3 5x 2 x 4x 1
23) lim 33) lim
x 1 7x x 2 x 1 x 1
5x 3 x 2
24) lim 34) lim
x 2x 7 x 1 x 1
5x 6 2x 5x 4 x 2
25) lim 35) lim
x x9 7 x 2x x 2
3x 3 2x 2 4x 1 x 3
26) lim 36) lim
x 1 x 1 x 0 x x2
3x 3 2x 2 4x 1 5x 3x 2
27) lim 37) lim
x 1 x 1 x x2 1
1 x2 1
28) lim 38) lim
x 0 x x 0 x2 x
1 x 5
29) lim 39) lim
x 4 x4 x 0 x x2
3
4 x 3 5x 2 x 1 x
30) lim 40) lim
x 1 7 x 2 x 3 x 2 x 2
Respostas:
93
Exercícios Complementares 2
4x 3 x4 3 2
3) f(x) = 4 4) f(x) = x x
3 2 2
1 5 x5
5) f(x) = (x – 2x3 + 4) 6) f(x) =
7 120
1 5 8
9) f(x) = 10) f(x) =
3x 2
2x x x 2
13) f(x) = (3x + 1)4(2x – 1)5 14) f(x) = (2x + 5)3(x + 1)2
2x 5 x2 4
15) f(x) = 16) f(x) =
3x 2 x 1
x 2 1 1 x
17) f(x) = 18) f(x) =
x2 x 2 x2 1
x3 7 x2 2
19) f(x) = 20) f(x) = 2
x x 4
1 5
25) f(x) = 26) f(x) =
(2x 3) 5 (1 x) 4
2
x 1
3
4x
27) f(x) = 28) f(x) =
x 1 x 1
94
Respostas:
1) 2x + 1 2) 15x2 – 15x4
3) 4x2 4) 2x3 – 3x – 1
1 x4
5) (5x4 – 6x2) 6)
7 24
7) 12x – 10 + 10x – 3 8) – 9x – 4 + x – 2
2 5 8(2x 1)
9) 2 10)
3
3x 2x (x 2 x) 2
19 x 2 2x 4
15) 16)
(3x 2) 2 (x 1) 2
1 x 2 2x 1
17) 18)
(x 2) 2 (x 2 1) 2
2x 3 7 12x
19) 20)
x2 (x 2 4) 2
x
23) 24) (3x + 5) – 2/3
x 2
2
10 20
25) 26)
(2x 3) 6 (1 x) 5
6( x 1) 2 (x 1)
27) 28)
(x 1) 4 8x 3
95
Bibliografia
3 – Cálculo – volume 1
Mustafa A. Munem e David J. Foulis
Editora LTC
96