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MOTRICIDADE ORAL
UTI NEONATAL
CURITIBA
1999
FABÍOLA BUENO PIAZZA
UTI NEONATAL
CURITIBA
1999
RESUMO
também estar voltado para atender aos pacientes com distúrbios do sistema
sendo atualmente esta uma grande demanda, busca-se com apresente pesquisa
alimentação.
À minha família, pela serenidade, amor e
companheirismo, aceitando e acreditando em
todos os meus projetos de vida.
A Fonoaudióloga Irene Queiroz Marchesam,
minha admiração pela dedicação incansável a
Fonoaudiologia, pelo seu profissionalismo
brilhante e, acima de tudo, pela pessoa
humana que é e que a faz um exemplo de
verdadeiro exemplo de Mestra.
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 08
RESPIRAÇÃO............................................................................................ 15
6 EQUIPE DE TRABALHO............................................................................ 29
INTERVENÇÃO......................................................................................... 32
8 AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA.......................................................... 34
DO PRÉ-TERMO........................................................................................ 39
11 CONCLUSÃO............................................................................................. 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 53
1 INTRODUÇÃO
fase que por excelência, permite a promoção das condições para a aquisição e
sistema sensório motor oral com progresso de prematuridade que não passaram por
motor oral, assim relevando que a prática desta terapêutica propicia a manutenção
esclarecimentos necessários.
mastigação e deglutição serão também usados para a articulação dos sons e fala.
mesmos.
gestação, mas só entre a 34a e 35a semana é que pode estar coordenada
anterior da cavidade oral provocado pelo envolvimento da auréola: por cima pelo
lábio superior, embaixo pela língua e pelo lábio inferior. A parte posterior da língua
fica elevada em contato com o palato mole, provocando uma pressão infra-oral. O
mamilo é comprimido e achatado pela língua contra a papila e seus orifícios ficam
intra-oral, facilitando a extração do leite do seio. Nesta fase a língua toma posição de
Este processo é gradativo e por volta dos seis meses de idade irá permitir
lábios e de língua.
da linguagem.
Seu poder de sucção é fraco e mesmo ausente nas crianças menores, devido da
sistema nervoso.
diretamente relacionada com a nutrição que tem papel vital nas condições
para cada bebê. Além de trocar opiniões com os médicos e a equipe de enfermagem
estimulações.
Além disso, orientações aos pais deverão ser planejadas, para que os
estimulação tátil extra-oral nas bochechas nos lábios, na região sub-hióidea, além de
mucosa internas na boca, para facilitar a transição da alimentação por sonda para
alimentação oral.
O uso de chupetas ortodônticas de tamanho apropriado e do bico de
também são usados para estímulos táteis, possibilitando postura oral e pressão para
a sucção.
extra e intra oral deve ser feita um pouco antes do horário de alimentação. E que a
Esta estimulação na sucção permite que a criança faça uma relação entre o ato de
reflexo de sucção, facilitar a transição mais rápida para a alimentação por via oral e
hospitalar serão mais rápidos. Sabe-se que a sucção não nutritiva tem papel muito
sucção.
corporal freqüente.
posicionamento do neonatal.
se que fique caída para traz. Essa posição faz com que a gravidade traga a língua
para a frente. O bebê deve ser carregado em posição de flexão, com os braços
fletidos e na linha média. O contato visual entre ele e a pessoa que esta nutrindo é
muito importante.
nos horários de alimentação. Sempre que possível a mãe deve segurar o bebê no
cabeceira em posição mais elevada, em decúbito lateral direito. Esta posição auxilia
deverá atingir 2.000g., na medida dos berçários, e a qualidade de vida, entre outros;
para os pais.
equipe médica e terapeuta após alta; pois caso esses bebês apresentem alguma
com o mundo, o recém nascido depara-se com condições para respirar, chorar,
ósseo; é ela que irá responsabilizar-se por tarefas tão vitais como a coordenação
deglutição
fica em contato com o lábio inferior, numa postura anteriorizada e rebaixada, levando
pelo lábio superior e por baixo, pela ponta da língua e lábio inferior, os músculos
intra oral e favorecendo a extração do leite. Nesta fase, a língua está canolada e os
ficam voltados para cima, estimulando o terço anterior da língua. (Bassetto, 1994).
fazer as tentativas de sucção, que varia com o fluxo proveniente do bico e com o tipo
de alimento. A sucção é mais lenta para água glicosada do que para as misturas
lácteas.
na região das bochechas, facilitam a sucção, na medida em que o bebê não precisa
fazer tanto esforço para adquirir o leite. Elas dão firmeza as bochechas e com isto
Até mais ou menos 4 meses de idade, o bebê fica com a ponta da língua
para fora da boca, pois todo o bebê nesta faixa etária é prognata, isto é, a
passa para a sucção denominada Sucking, ou seja, sucção propriamente dita; sem
condição vital para garantir se uma alimentação normal e sem risco para os
neonatos.
4 CARACTERIZAÇÃO DA CRIANÇA DE ALTO RISCO
dois grupos: recém-nascidos de baixo peso de nascimento (menos que 2.500 g.) e
a indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1961), defini-se como recém-
de 42 semanas.
parto.
pequenos para a idade gestacional), o que nos permite uma avaliação antecipada da
morbidade neonatal e, consequentemente a programação dos cuidados a serem
prestados.
geral considera-se que o termo seja utilizado com crianças que tinham sido expostas
a pelo menos um entre vários fatores que possam contribuir para um atraso ou
fatores de alto risco porque, uma vez presentes, colocam a criança em situação de
concordam quanto aos diferentes tipos de fatores de alto risco, dentre os quais:
prematuridade.
são:
• irradiação;
• desnutrição materna;
• tabagismo e etilismo;
• desordens cromossômicas;
• anormalidades da placenta;
• entre outros...
que tenha estes sinais ou sintomas deve ser vigiada e assistida; bem como, a
identificação das mães de alto risco. Pois crianças delas nascidas também se
criança nascida de mãe de alto riso ou que venha a tornar-se criança de alto-risco
pelos fatores neo e pós-natal, deve ser acompanhada e se necessário, iniciada em
programa apropriado.
ocorrer aspirações.
alimentação.
ao seu crescimento mais intenso, mas que seus reflexos de sucção e deglutição
estão ausentes ou são fracos, sua capacidade gástrica é limitada e sua fisiologia
Zuccolotto, 1978).
da forma de alimentação.
(1995).
risco de uma obstrução da corrente aérea nasal por ser colocada na cavidade oral.
da língua, por ficar posicionada sobre toda a sua extensão. A sonda naso-gástrica é
colocada em uma das narinas, passando pela faringe e esôfago, até o estômago e
melhor que o bebê receba a alimentação por sonda gástrica de forma intermitente.
Por ser mais semelhante a uma situação de alimentação natural, vai ajudar o bebê
gastrostomia, possam ser a melhor opção, desde que seja realizado o trabalho
um ponto final no trabalho de intervenção com a função motora oral, e sim a certeza
a hospitalização.
indivíduo único, com características próprias e que vai, ao mesmo tempo necessitar
berçários ou UTI não dispõe de uma equipe completa e muitas vezes ocorre o
atuação direta e específica com o bebê, vão atuar também com os pais, e com todos
com a função motora oral, passagem da alimentação de sonda gástrica por via oral,
onde se torna fundamental o contato com o neonatologista para se estabelecer
de deglutição.
auditivos.
rotina no berçário de alto risco. Já que os mesmos atuam cada um com suas
especialidades e com um mesmo objetivo: propiciar maneiras para uma melhor
INTERVENÇÃO
demasia, está muito apático e hipotônico, mantém-se em hipertonia por muito tempo,
muitas vezes também, maior possibilidade de coincidir a alta médica com a alta
• sucção fraca;
• subnutrição
• história de pneumonias;
alimentação;
alimentação;
• prematuridade.
8 AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
enfermagem que muitas vezes é a que fica a maior parte do tempo com o bebê, de
os pais.
após o parto (1o minuto) e sua adaptação à vida extra-uterina (5o minuto).
profissionais e com os pais; não devemos nos limitar a estas observações a ponto
alimentação previstos pela rotina hospitalar, quando se espera que o bebê esteja
bebê. Deve-se além de observar a presença e ausência dos reflexos primitivos; até
devem ser avaliados são: Gag, ou reflexo de abertura, que é um reflexo defesa, e
portanto, sua presença é importante para o início da alimentação por via oral. Avalia-
se, estando a criança em decúbito supino, com a cabeça em linha média, pelo toque
Mordida fásica: reflexo de defesa, que pode ser avaliado com a criança
em supino ou sentada com a cabeça na linha média. Exerce uma pressão moderada
na área lateral e parte anterior das gengivas superior e inferior bem como a fricção
toques nos cantos da boca, em cima e em baixo desta; a resposta pode-se dar na
utilizando-se para tanto o dedo envolvido por luva, introduzindo entre os lábios da
criança tocando a parte anterior da língua, gengivas e palato duro. Observa-se como
nascido ativo, estado de alerta, reclama), postura e tôno global, membros superiores
estresse.
glicosado.
Osolgawa, (1996); entre outros, concordam que o quadro respiratório é sem dúvida
poderá vir a alterar ainda mais. Deve-se observar qualquer mudança do padrão
calórico (BC), cabe ressaltar que a imaturidade dos recém-nascidos pré-termo não é
gastrointestinal. Quanto mais maturo for o bebê, maior condições ele terá de receber
alterações sobe o ponto de vista motor oral, observadas durante a avaliação; opta-
TERMO
Seu poder de sucção é fraco e mesmo ausente nas crianças menores; devido a
Devido a essa imaturidade dos seus sistemas vitais, o pré-termo pode não
1995). Autores como Hernandez, (1996), Xavier (1997); Silva e Basseto, (1995);
nascido pré-termos.
alimentação via gavagem para via oral, o que favorece a estimulação do tempo de
estímulos táteis (toques peri e intra orais), olfativos (cheiro e amônia), térmico (frio) e
Para que se realize a estimulação por sucção não nutritiva, o bebê deve
ser posicionado em decúbito lateral, com inclinação e suporte necessário para que
fique estável. Deve-se tentar promover uma posição de flexão que facilitará a
realiza-se toques na região extra oral até a abertura da boca da criança, neste
momento introduz o dedo na região intra oral realizando toques nas bochechas,
nutritiva.
condições gerais, por isso é preciso estar atento a todas as suas manifestações
imaturidade global, devem ser alimentados por sondas naso ou orogástricas (sempre
que possível orogástrico, uma vez que o recém-nascido apresenta respiração oral, e
desmame total. Enquanto isso não ocorrer, o restante da dieta deverá ser
ingestão de ar, também são usados para estímulos táteis. No mercado nacional,
encontram-se disponíveis chupetas da marca CHUCA que podem ser adaptadas ao
CHUCA, similares ao da marca NUK. Esses bicos e chupetas podem ser usados
sua conformação, favorece o vedamento labial, dá maior apoio aos lábios e com isto
superior do bico evita que o leite flua diretamente na região posterior da cavidade
oral permitindo que o bebê coordene melhor a sucção versus deglutição versus
furo do bico da mamadeira deve ser de tamanho ideal, de tal forma que, ao virar a
deglutição. O bico deve estar sempre cheio evitando-se uma deglutição excessiva de
ar.
colocando o leite para fora e virando a cabeça para os lados. Se possível, sempre
o berço elevado.
mamar, deve-se deixá-lo de lado com um rolo de pano atrás das costas para
levantar a cabeceira e a terapeuta deverá permanecer presente, observando a
do bebê sob os aspectos avaliados para ocorrer o início da alimentação por via oral.
alimentação por via oral, são eles: prontidão para mamada, postura (membros em
estresse.
Inicia-se a via oral através do seio materno e/ou mamadeiras, sendo que
a sonda gástrica não é ainda retirada, pois o bebê não vai conseguir imediatamente
este novo padrão de maneira tão organizada como fazia na sucção não-nutritiva
receber toda a quantidade de leite por via oral prescrita pelo médico, o que pode
criança está passando pelo período de estimulação, a mãe deve manter o leite,
si.
mama não esteja muito cheia. Caso o bico do seio não seja satisfatório, a terapeuta
auxilia a mãe que estimule o mamilo, puxando-o com o polegar para o lado fazendo
com que apareça. Deve-se observar se o bebê está fazendo a pega do seio
mãe, avaliando o quanto está sendo mamado. Se a quantidade do leite sugado pelo
bebê não estiver compatível com o peso do mesmo, deve-se realizar massagens
ingurgitamento, isto é, o bebê dorme muito e mama pouco, fazendo com que o leite
no seio comece a empedrar. Quando isto acontece, a mãe precisa esgotar o seio, e
o mais indicado é o esgotamento manual, pois a esgotadeira mecânica pode causar
fissuras no seio.
o seio antes da mamada com massagens; auxiliar a mãe a passar o próprio leite no
seio, após o término de cada mamada como cicatrizante e, se necessário, tomar sol.
(Morris, 1987)
o bebê (sem muita luz, sem barulho, sem passagen de pessoas), colocá-lo em
objetos coloridos à 20 cm dos olhos do neonato, alternando-os pelo menos uma vez
bloqueando, assim, a entrada da luz. As atividades auditivas aqui, não podem ser
esquecidas. O prematuro tolera conversa ou canto, especialmente aqueles que
auditivos com estes recém-natos de altos risco é bem maior. Isto é devido tanto às
conseqüências dos fatores acima citados, como à poluição sonora na UTI neonatal.
A poluição sonora nas UTIs ocorre de modo contínuo, variando desde os ruídos
ouvido humano. Isto não é só ameaçado ao adulto que a eles fica exposto por 8, 10
ou 12 horas, mas é muito mais prejudicial ao bebê de alto risco, o qual fica exposto
ao este ambiente ruidoso, durante 4 horas diárias por vários dias, ou até meses.
comportamental.
febril ou com fome e, nem estar habituado com ruídos (crianças que permanecem
estas que podem e devem ser observadas pela terapeuta, são elas:
a) reflexo de Moro;
b) reflexo de Starkes;
c) cessação da atividade;
e) caretas;
f) reflexo de sucção;
g) movimentos generalizados;
h) arregalar os olhos;
i) mudança da respiração;
j) riso ou choro.
alimentação. Este fato muitas vezes leva à frustração da mãe que está motivada a
(Osolgawa, 1996).
Segundo Meyerhof, (1994), em qualquer programa de intervenção, deve
além de reforçar a capacidade deles se sentirem pai e mãe, daquele bebê frágil.
Meyerhof, (1994), diz que intervenção precoce pode ser mais eficiente “se os
aproximadamente 2.000 g. A alta pode ser dada com diversos níveis de peso,
ficar.
seja, o bebê deve ser eficiente, não demorar demais para adquirir a quantidade de
postura.
bebê devem ser dadas. A mãe deve ter prática nas técnicas de amamentação, saber
1993; Bassetto, 1994; Xavier & Cardinalli, 1995; Xavier, Toques & Aves, 1996) em
Xavier, 1997.
importância.
A intervenção fonoaudióloga com bebê de risco assume o papel
importante no que diz respeito a melhoria da qualidade de vida, por todos os fatores
nutrição, que tem papel vital nas condições emocionais e de sobrevivência, tão
hospitalar. Num país como o nosso com condições de saúde precária, em que cada
las numa fase inicial. Além disso, uma orientação precoce aos familiares e um início
de risco é ainda uma área nova e pouco explorada em nosso país, fica evidenciada
Espero, que este trabalho tenha servido como incentivo, aos demais
em UTIs neonatais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1997.
Família. Tópicos em fonoaudiologia (vol. I), 169-192, p. Lovise. São Paulo, 1994.
Paulo, 1991.
Paulo, 1994.
Paulo, 1989.
1995.
Paulo, 1997.