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A Atuação das Empresas de Segurança Privada no

III Mostra de Pesquisa


Brasil: Investigação de casos encaminhados aos Tribunais
da Pós-Graduação
PUCRS

Cintia Menezes Cardoso, Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo (orientador)

Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais, Faculdade de Direito, PUCRS,

Resumo

Segurança pública é uma atividade desenvolvida pelo Estado cujo objetivo é criar
ações e oferecer estímulos positivos para que os cidadãos possam conviver em paz entre si. É
dever do Estado proteger a sociedade dos riscos a que possa estar exposto, através de três
instrumentos: polícia, ministério público e da justiça e sistema penal.
O Estado moderno detém o monopólio da violência física legítima para fornecer aos
cidadãos a segurança interna necessárias a prevenir e reprimir comportamentos criminosos
lesivos aos interesses do próprio Estado e a integridade física, moral e patrimonial dos
cidadãos.
As novas idéias oriundas da globalização que influenciam o modelo social, econômico
e político do nosso país, favorecem uma concentração de renda injusta. O Estado ao fornecer
de forma ineficaz os serviços considerados essenciais, como de saúde, educação e segurança,
abriu caminho para os movimentos apoiados nos ideais de origem liberal, como o pluralismo
democrático, dividindo prerrogativas até então exclusivas, com outros meios, principalmente
com o setor privado, em nome de um possível fortalecimento da sociedade civil com uma
maior intervenção da mesma na administração pública. É o enfraquecimento da soberania
estatal com o conseqüente fim do monopólio da violência legítima pelo Estado.
O bombardeio de notícias sobre a violência gerou uma sensação de medo desenfreada
na população, que ao buscar alternativas para a criminalidade crescente, contribuiu para o
crescimento da segurança privada em nosso país, criando o que muito doutrinadores chamam
de “indústria” da vigilância, tamanha a expansão e a oferta de tal serviço.
Inúmeras críticas da doutrina vêm recebendo as empresas que oferecem segurança
privada, principalmente por atuarem com “poder de polícia” em nome da “legítima defesa” de

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particulares, o que geram inúmeras outras irregularidades em decorrência de uma fiscalização
e regulação defasada e quase inexistente do próprio Estado. Diante da normatização
ineficiente que regula a atuação das empresas prestadoras de serviços de segurança privada, a
atuação dos Tribunais brasileiros torna-se de extrema importância quando a ação dos
profissionais destas empresas ultrapassa os limites da função de proteção que lhes é atribuída.

Introdução

A escolha do presente tema, busca a abordagem de um problema não muito tratado


nos meios doutrinários, mas de presença constante fora das academias. Escrever sobre o
crescimento das empresas de segurança privada, da atuação dos Tribunais perante as relações
envolvendo estas empresas e profissionais, é trazer à tona um assunto importante, no que
tange à crise da segurança pública do país, e nas alternativas buscadas pela sociedade para
gerar a própria segurança.
A relevância deste trabalho está em fornecer um perfil destas empresas e a forma de
atuação dos Tribunais diante dos excessos cometidos por seus profissionais, que possuem
importância fundamental na gestão da segurança após o fenômeno da minimização do Estado
e da crise do Estado-providência.

Metodologia

Começará com um estudo da legislação e doutrina brasileira no que diz respeito ao


poder punitivo estatal, a segurança pública e as empresas de segurança privada.
Após será feita uma amostragem e análise estatística das empresas de segurança
privada dentro da cidade de Porto Alegre, e, por fim, da forma de atuação dos Tribunais de
todo o Brasil perante as relações envolvendo estas empresas e profissionais, por meio de
amostragem e análise estatística jurisprudencial.

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