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FLUMINENSE
RESUMO
As despesas com recursos públicos seguem, em linhas gerais, processo específico para
compra e execução (Licitações). Existem é claro, algumas exceções. Uma delas é o caso da
compra através de processos de Suprimentos de Fundos (SF), executada por um único
servidor (Proposto ou Suprido), portador do Cartão de Pagamento do Governo Federal
(CPGF). Para essa exceção, critérios especiais que o titular do suprimento deve seguir foram
estabelecidos em base legal e própria e em conformidade com a legislação vigente. Com isso
surgiu falta de disponibilidade de informação prática, clara e objetiva dos direitos e
obrigações daqueles que farão uso do programa. É válido lembrar que consequências do
descumprimento das regras na utilização dos recursos e na sua prestação de contas podem
resultar em prejuízos financeiros ao suprido e ainda este ter que responder processo de
Tomada de Conta Especial. De tudo exposto, o objetivo deste trabalho é responder as
seguintes indagações: Quais são os erros os grupos de erros no processo de prestação de
contas de suprimentos de fundos?; A disponibilização de um manual online com todas as
orientações necessárias para a elaboração da solicitação, execução, utilização e prestação de
contas dos Suprimentos de Fundos na UFF eliminaria as distorções e irregularidades?
Propiciaria maior padronização, agilidade e transparência?
PALAVRAS CHAVE:
suprimento de fundos; orientações; prestação de contas.
1. INTRODUÇÃO
Quando se fala em despesas públicas, logo vem à mente atos relacionados à utilização de
recursos financeiros, onde as regras e limites são estabelecidos pela Lei no 8.666, de 21 de
junho de 1993, 1 que é chamada de “Lei das Licitações Públicas”. Abaixo desses limites, estão
caracterizadas as despesas com Suprimento de Fundos.
“Trata-se de adiantamento concedido a servidor, a critério e sob a responsabilidade do Ordenador
de Despesas, com prazo certo para aplicação e comprovação dos gastos. O Suprimento de Fundos
é uma autorização de execução orçamentária e financeira por uma forma diferente da normal,
tendo como meio de pagamento o Cartão de Pagamento do Governo Federal, sempre precedido de
empenho na dotação orçamentária específica e natureza de despesa própria, com a finalidade de
efetuar despesas que, pela sua excepcionalidade, não possam se subordinar ao processo normal de
aplicação, isto é, não seja possível o empenho direto ao fornecedor ou prestador, na forma da Lei
nº 4.320/64, precedido de licitação ou sua dispensa, em conformidade com a Lei nº 8.666/93”
CGU –pag. 2 - Suprimento de Fundos – Perguntas e Respostas -
file:///C:/Users/Artur/Downloads/suprimentos-cpgf%20(1).pdf
As despesas executadas com recursos públicos, com algumas exceções, seguem as regras para
1
- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
1
compras públicas (Licitação – Lei 8.666, de 21 de junho 1993), que requerem uma estrutura
organizacional específica para sua execução.
Uma dessas exceções é o Suprimentos de Fundos (SF), executada por um único servidor
(Proposto ou Suprido), sendo este o portador do Cartão de Pagamento do Governo
Federal (CPGF) amparado legalmente através do Decreto 93.872 de23 de dezembro de 1986;
artigo 45 incisos I e III. Considerando a grande quantidade de supridos utilizando SF e que
através da análise dos processos de utilização e de prestação de contas, é verificada sempre
divergências e, muitas vezes, irregularidades são apontadas pelo setor de controle
(DCF/DCC). Acarretando perda de tempo, prejuízos financeiros, restrições contábeis, além de
apontamentos pelas Auditorias Internas e Externas.
Atualmente, todos os olhos estão voltados para a questão dos gastos do governo, da utilização
dos recursos e do dinheiro público, logo, mais do que nunca, a necessidade de atenção a esta
modalidade de despesa, a esta exceção às regras de despesa pública, que é o Suprimento de
Fundos. Esta exceção não foge aos princípios da Administração Pública (Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência). Diante disto, é muito importante estar
preocupado com o cuidar dos gastos com SF, e principalmente com a pessoa que recebeu este
recurso, o suprido, agora como portador de recursos financeiros, sob a sua responsabilidade,
tornando-se, de certa forma, um “gestor público”, e que poderia ser chamado de “Suprido
Gestor”. O suprido merece, precisa e tem que ter um apoio eficaz, padronizado e rápido,
permitindo executar com eficiência o seu papel de “Suprido Gestor”.
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A quantidade e complexidade dos procedimentos e das informações que são necessárias para
a utilização do SF pelo Suprido Gestor, sendo ele o responsável pela formalização dos
processos de SF devendo o mesmo, observar todas as regras formais, informais e Legais,
pressupõe a possibilidade de ocorrer irregularidades. A constatação, através da análise dos
processos de utilização e de prestação de contas, de divergências e irregularidades que
acarretem perda de tempo, prejuízos financeiros, restrições contábeis, além de apontamentos
pelas Auditorias Internas e Externas. Indicaria a necessidade de se rever, melhorar e criar
meios para evitá-los. A disponibilização de um manual online, por exemplo, com todas as
orientações necessárias para a elaboração da solicitação, execução, utilização e prestação de
contas dos Suprimentos de Fundos na UFF, ou a disponibilização de um curso prático/teórico
sobre Suprimento de Fundos para os Ordenadores de Despesa e/ou um treinamento
prático/específico para os supridos propiciaria maior padronização, agilidade e transparência e
possivelmente eliminaria a maior parte das distorções e irregularidades.
Objetivo Geral
Disponibilizar aos supridos um site, ou seja, mais um meio de consulta das orientações, das
regras, modelos de documentos e procedimentos de utilização e prestação de contas dos SF,
de maneira prática, resumida e padronizada.
Objetivo Específico
- Apurar através da análise dos processos de prestação de conas dos SF, a existência ou não de
irregularidades, identificar as dificuldades dos supridos, minimizando ao máximo a ocorrência
de irregularidades. Evitando perda de prazos e de recursos, propiciar maior agilidade,
transparência e eficiência na utilização dos recursos e, nos processos de prestação de contas
(PC), minimizar ao máximo a ocorrência de não conformidades;
- Identificar as dificuldades, dos supridos, na elaboração dos pedidos de SF, sua utilização e a
formalização das prestações de contas (PC), através da análise dos processos de PC
concedidos no exercício de 2014 e entrevistas com os supridos que apresentaram dificuldades;
- Padronização na formalização de todos os processos de solicitação e de prestação de contas,
como a ordem e a sequencia dos documentos inseridos, segundo as orientações normativas
vigentes;
- Propiciar aos supridos condições eficientes, práticas e corretas na elaboração dos processos
de solicitação e de prestação de contas do Suprimento de Fundos.
1.4 Justificativa
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1.5 Resultados que se espera alcançar
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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Definição dos tipos de irregularidades baseadas nas legislações vigentes
(http://manualsiafi.tesouro.fazenda.gov.br/ macro função 02.11.21 e INSTRUÇÃO DE SERVIÇO CONJUNTA
PROPLAN/DCF Nº 001 DE 29 DE JANEIRO DE 2014 - Regula, no âmbito da Universidade Federa
Fluminense, as disposições para utilização de Recursos através de Suprimento de Fundos)
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A obrigatoriedade da prestação de contas do servidor (suprido) que recebe recursos, no caso
por suprimento de fundos (Artigo 45 - § 2º), solicitado através de processo, formalizado com
os seguintes documentos:
Proposta de Concessão de Suprimento de Fundos (PCSP) e
Termo de Responsabilidade e Autorização de Débito, onde são estabelecidos os
valores limites que serão aplicados para cada elemento de despesa, os prazos para aplicação
dos recursos e de prestação de contas.
A prestação de contas deverá conter os resumos das despesas através dos formulários
RESUMO I e RESUMO II, todas as notas fiscais relacionadas, referentes às despesas
executadas, devidamente atestadas e com o visto do Proponente, todas as declarações e
justificativas necessárias. Cabe ao administrador público a responsabilidade de manter
controle através de rotinas, orientações, instruções e suporte técnico, para que o suprido
apresente sua prestação de contas de maneira adequada, correta, transparente.3 São
disponibilizadas as orientações aos supridos através da UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE – BOLETIM DE SERVIÇO ANO XLIV – N.° 024 10/02/2014 SEÇÃO II
PÁG. 015 INSTRUÇÃO DE SERVIÇO CONJUNTA PROPLAN/DCF Nº. 001 de 29 de
janeiro de 2014. Baseadas nos critérios estabelecidos pela Pró-Reitoria de Planejamento –
PROPLAN, em conjunto com o Departamento de Contabilidade e Finanças - DCF,
fundamentada no que determina a Macro Função 021121 - SUPRIMENTO DE FUNDOS,
com a finalidade de adequar os procedimentos referentes a SF e PC no âmbito da UFF.
Esta regulamentação interna aborda as principais questões referentes aos procedimentos de
utilização e prestação de contas de forma a evitar irregularidades organizadas em três grupos,
a saber:
GRUPO I - Erros comuns: erros de formalização de processo, a falta de apresentação de
documentos, assinaturas, datas, atesto e visto, etc. Suas consequências são atrasos nos
procedimentos de analise e aprovação das prestações de contas. (mera formalidade, resultando
em perda de tempo);
GRUPO II - Procedimentos indevidos: aqueles relacionados à perda de limites de prazos,
ultrapassagem de limites e fracionamento de despesas, compra de material e serviço indevido
sem justificativas, etc. Consequências: Atrasos, indicio de fracionamento, falta de
transparência e não detalhar os itens das notas fiscais no SCP/Comprasnet, consequentemente
a não aprovação do Ordenador de Despesa e prejuízos financeiros. (inconsistências,
resultando perda de tempo e recursos); e
GRUPO III - Irregularidades graves: às que dizem respeito à utilização dos recursos sem
autorização do ordenador, a não prestação de contas das despesas. Suas consequências:
Restrição contábil e Tomada de Conta Especial, prejuízo financeiro. (Improbidade, resultando
perda de tempo, recursos e a Tomada de Conta Especial).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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DCC/CCONT/DCF nos anos de 2012; 2013 e 2014 com a autorização do Diretor do DCF e
do Coordenado da CCONT. Para analisar os processos será utilizada uma listagem (chek-list
– planilha excel) relacionando três situações GRUPO I – Erros comuns; GRUPO II –
Procedimentos Indevidos e GRUPO III – Irregularidades graves. Por simples falta de
necessidade e para manter não expor os supridos, não serão mencionados os nomes dos
supridos e sim o número da PC, em ordem crescente, para Cada ano, exemplo 01/12;
02/12....01/13....01/14. Sabendo que pode haver mais de uma PC para um mesmo suprido, no
ano, estas PCs não serão analisadas em grupo.
São 107 (cento e sete) processos de SF concedidos nos exercícios de 2012; são 111 (cento e
onze) em2013 e 106 (cento e seis) em 2014, os livros de registros eletrônicos, planilhas de
relação de supridos, valores concedidos e gastos, devoluções por GRU, saques, declarações e
justificativas dos supridos, relatório das análises das prestações de contas, todo material
necessário para pesquisa estão ali disponibilizados. Será elaborada uma planilha
quantificando as irregularidades classificadas, correlacionando as mesmas as justificativas,
observações e sugestões de soluções apresentadas pelos supridos correspondentes. Comenta-
se ainda que serão consideradas nas listagens, as mudanças na legislação que determinaram as
regras nos diferentes anos.
4. DESENVOLVIMENTO
Foi atribuído para cada tipo de ocorrência o valor um (1) conforme planilha em anexo.
Apresenta-se o resultado final da apuração quantitativa das ocorrências relacionadas de 1 a 6
como situações problemas nos (GRUPO I, GRUPO II, GRUPO III) dos processos de
Suprimento de Fundos nos anos de 2012, 2013 e 2014.
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6 NÃO DETALHAR NOTA NO SCP 17 5 0 22 7 25 7
TOTAL GRUPO II 34 45 9 88 29 100 29
ANOS
2012 2013 2014 % %
GRUPO III TOTAL MEDIA GRUPO TOTAL
As colunas referentes aos anos (2012; 2013; 2014) indicam a quantidade de ocorrências para
cada item dos Grupos I; II e III: indicando qual item é mais frequente e sua média anual. Ex.
Coluna 2012, item 5, do Grupo I, foi lançada uma (1) ocorrência. Na mesma linha para 2013,
foram lançadas quatro (4) ocorrências e para 2014 três (3) ocorrências, perfazendo um total de
oito (8) ocorrências para os três anos. Resultando uma média de 2,66 ( aproximadamente 3)
ocorrências por ano para o item 5 do Grupo I. Se compararmos com o item 2 que apresentou
uma média de 25 ocorrências para cada ano.
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Quadro 1 - comparativo Grupos/anos
Quadro 1
Quadro3–
GrupoII/Anos
Fonte: Tabulação própria com dados do DCF/PROPLAN – Parte Tabela 1
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Quadro 4 – Grupo III / anos
Demonstrando também, que houve uma resposta dada pelos supridos, melhorando a utilização
e prestações de conas através de sua a experiência e prática na utilização dos suprimentos.
Foram observadas nos processos de prestações de contas com divergências, encaminhamentos
de orientações para correção das divergências aos supridos, e solicitações de justificativas.
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É importante salientar que é constante nos esclarecimentos e justificativas dadas pelos
supridos os motivos das divergências: falta de atenção; não conferiu os documentos;
esquecimento das orientações; necessidade e demanda da unidade; “muitas informações para
seguir”; falta de tempo para executar os procedimentos.
Pode-se verificar ainda que não houve troca significativa de supridos, praticamente o mesmo
grupo de supridos para os três anos. Foi possível, através dos arquivos consultados
originalmente, verificar que foram concedidos 107 suprimentos em 2012 para 45 supridos,
111 em 2013 para 47 supridos e 106 em 2014 para mais ou menos 47 supridos relacionados,
onde cada suprido poderia ter recebido mais de três suprimentos por ano (Tabela 3).
O que dá a ideia de que houve um aprendizado no decorrer dos anos através da utilização dos
suprimentos, sinalizando que houve, através da prática, o aprendizado. Este aprendizado
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caracterizado mais por “tentativa e erro” do que por uma disponibilização preventiva de um
mecanismo eficaz que facilitasse a prática da utilização e prestação de contas.
1. CONCLUSÃO
A conclusão que é possível chegar, a partir dos anos analisados, é que as divergências
relacionadas no GRUPO I são as mais frequentes e comuns, pois durante a pesquisa foi
verificado que todas essas ocorrências já estavam corrigidas nos processos dificultando até a
identificação de sua existência. As ocorrências do GRUPO II apareceram com menor
incidência, podendo ser identificadas através de comunicados, cobranças, ajustes através de
documentos, justificativas e devoluções de recursos. Por fim, as ocorrências do GRUPO III
foram pouco incidentes no período estudado, sendo identificadas somente uma ocorrência em
2012 e uma em 2014, onde as causas foram o extravio do documento de comprovação em um
caso, e a não emissão da nota pelo estabelecimento, ambos os casos devidamente justificados,
apurados e comprovados. O trabalho mostra que a cada ano houve um decréscimo das
ocorrências, demonstrando uma tendência a diminuir cada vez mais a quantidade de
suprimentos com divergências, isto devido somente por consequência das orientações e
correção dadas, pela setorial, posteriormente ao ocorrido. O que dá a ideia de que houve um
aprendizado no decorrer dos anos através da utilização dos suprimentos, sinalizando que
houve, através da prática, o aprendizado. Este aprendizado caracterizado mais por “tentativa
e erro” do que por uma disponibilização preventiva de um mecanismo eficaz que facilitasse a
prática da utilização e prestação de contas. Demonstrando a necessidade dessa ferramenta.
O objetivo era identificar divergências nas prestações de contas de SF que estão claramente
relacionadas e quantificadas, possibilitando tomada de decisão no sentido de providenciar
através dessas informações, ferramentas eficazes para evitar ainda mais a ocorrência dessas
divergências. É importante salientar que foi verificada uma constante nos esclarecimentos e
justificativas dadas pelos supridos dos motivos das divergências: falta de atenção; não
conferiu os documentos; esquecimento das orientações; necessidade e demanda da unidade;
“muitas informações para seguir”; falta de tempo para executar os procedimentos.
A identificação dos motivos que levaram ao surgimento das divergências, indica que a
prática, a orientação e o acompanhamento dos processos, foram eficientes no decorrer dos
anos, conclui-se que, se juntamente com a disponibilização de uma listagem dos itens objeto
da pesquisa aos usuários, gestores e supridos trará resultados melhores e eficaz, evitando
perda de recursos. O interessante foi perceber quantos processos foram apresentados sem
divergências, futuramente serão analisados, para se estabelecer o perfil desses supridos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Decreto nº. 93872 de 23 de dezembro de 1986
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