Sie sind auf Seite 1von 39

Mecânico de Manutenção

Aeronáutica

AVIÔNICOS II
ELETRÔNICA

1ª Edição
23 de Outubro de 2003

INSTITUTO DE AVIAÇÃO CIVIL


DIVISÃO DE INSTRUÇÃO PROFISSIONAL
PREFÁCIO

Este volume, Eletrônica, contendo as matérias necessárias ao


desenvolvimento da instrução referente a uma parte da habilitação Aviônicos,
tem por finalidade padronizar a instrução em todos os cursos de formação de
mecânicos de manutenção aeronáutica.
Este volume tem como complemento obrigatório, o conteúdo dos
volumes Instrumentos e Sistemas Elétricos e Matérias Básicas.
Os assuntos técnicos estão aqui apresentados sob um ponto de vista
generalizado e, de maneira nenhuma, devem substituir as informações e
regulamentos oficiais fornecidos pelos fabricantes das aeronaves e autoridades
aeronáuticas.
É proibida a reprodução total ou parcial deste volume sem a autorização
do IAC (DIP).
É de nosso interesse receber críticas e sugestões às deficiências
encontradas para as devidas alterações em uma próxima revisão.
A correspondência relativa a esse livro deverá ser endereçada a:
Instituto de Aviação Civil
Divisão de Instrução Profissional
Avenida Almirante Silvio de Noronha, 369, edifício anexo,
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
CEP 20021-010
Ou enviada ao e-mail: dacg302@uninet.com.br
AVIÔNICOS II - ELETRÔNICA

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - CIRCUITOS REATIVOS

Circuito Reativo em série .................................................................................. 1-1


Circuito RC em série ........................................................................................... 1-5
Circuito RCL em série ......................................................................................... 1-8
Ressonância em série ........................................................................................ 1-10
Circuito RL em paralelo ..................................................................................... 1-16
Circuito RC em paralelo.................................................................................... 1-18
Circuito RCL em paralelo.................................................................................. 1-20
Ressonância em paralelo e circuito tanque ideal ..................................... 1-23
Circuito tanque real e circuito tanque com resistor em derivação ....... 1-26
Filtros de freqüência........................................................................................... 1-29

CAPÍTULO 2 - OSCILOSCÓPIO

Introdução ............................................................................................................ 2-1


Tubos de raios catódicos .................................................................................. 2-1
Circuito gerador de base de tempo ............................................................. 2-4
Funções básicas dos controles........................................................................ 2-5

CAPÍTULO 3 - REQUISITOS PARA ANÁLISE DE CIRCUITOS

Introdução............................................................................................................ 3-1
Fontes ou geradores de tensão constante .................................................. 3-1
Fontes ou geradores de corrente constante............................................... 3-2
Elementos de circuitos....................................................................................... 3-4
Teorema das estruturas elétricas..................................................................... 3-5
Divisor de tensão e divisor de corrente ......................................................... 3-9
Teorema da superposição ............................................................................... 3-10
Teorema de Thévenin........................................................................................ 3-11
Teorema de Norton............................................................................................ 3-16
Conversão do equivalente de Norton para o equivalente de
Thévenin e vice-versa........................................................................................ 3-20
Teorema da máxima transferência de energia .......................................... 3-22

CAPÍTULO 4 - DISPOSITIVOS SEMICONDUTORES

Introdução............................................................................................................ 4-1
Estrutura da matéria........................................................................................... 4-1
Ligação atômica ................................................................................................ 4-2
Materiais semicondutores ................................................................................. 4-2
Junção PN - Formação ..................................................................................... 4-4
Polarização de uma junção PN ...................................................................... 4-7
Diodo semicondutor........................................................................................... 4-7
Diodo retificador ................................................................................................. 4-8
Ruptura da junção PN ....................................................................................... 4-9
Aplicação do diodo retificador....................................................................... 4-9
I
Diodo em tensão alternada............................................................................ 4-10

CAPÍTULO 5 - FONTES DE FORÇA ELETRÔNICA

Tipos de fontes de força ................................................................................... 5-1


Circuitos retificadores ........................................................................................ 5-2
Filtros ...................................................................................................................... 5-5
Tipos de proteção contra sobrecarga.......................................................... 5-9

CAPÍTULO 6 - TRANSISTOR DE JUNÇÃO

Introdução ........................................................................................................... 6-1


Formação das junções PNP e NPN ................................................................ 6-1
Ganhos e amplificação no transistor ............................................................ 6-3
Amplificador em configuração emissor comum ........................................ 6-4
Curvas características do amplificador em emissor comum................... 6-6
Ganhos do transistor em emissor comum..................................................... 6-8
Características estáticas e dinâmicas em um amplificador em
emissor comum ............................................................................................ 6-9
Ganhos dinâmicos do circuito emissor comum .......................................... 6-11
Amplificador em configuração coletor comum ........................................ 6-12
Linha de carga no circuito coletor comum................................................. 6-14

CAPÍTULO 7 - ESTABILIZAÇÃO DA POLARIZAÇÃO DO TRANSISTOR

Introdução ........................................................................................................... 7-1


Limitações dos transistores bipolares ............................................................. 7-1
Curva de máxima dissipação de potência ................................................. 7-3
Instabilidade térmica dos transistores............................................................ 7-5
Valores típicos de tensões de junção para transistores ............................ 7-8
Métodos de polarização para estabilização da Ic ................................. 7-9
Estabilização da polarização de estágios de potência ........................... 7-11
Resumo ................................................................................................................. 7-13

CAPÍTULO 8 - AMPLIFICADORES TRANSISTORIZADOS

Classificação geral dos amplificadores........................................................ 8-1


Freqüências de operação ............................................................................... 8-1
Classes de operação. ....................................................................................... 8-1
Sistemas de acoplamento. .............................................................................. 8-3
Amplificadores de áudio básico..................................................................... 8-6
Amplificadores de áudio transistorizados...................................................... 8-6

CAPÍTULO 9 - OSCILADORES TRANSISTORIZADOS

Introdução ........................................................................................................... 9-1


Princípios de oscilação ..................................................................................... 9-1
Requisitos do circuito oscilador ....................................................................... 9-2
Circuitos osciladores básicos ........................................................................... 9-3
Multivibrador astável ......................................................................................... 9-7

II
CAPÍTULO 10 - TRANSISTORES ESPECIAIS

Introdução............................................................................................................ 10-1
Transistor de efeito de campo......................................................................... 10-1
Transistor de unijunção ...................................................................................... 10-4

CAPÍTULO 11 - CIRCUITOS INTEGRADOS

Introdução............................................................................................................ 11-1
Microeletrônica ................................................................................................... 11-1
Técnica de fabricação de circuitos integrados monolíticos.................... 11-1
Tipos de encapsulamento e contagem de pinos ...................................... 11-2

CAPÍTULO 12 - SENSORES

Sensor de umidade ............................................................................................ 12-1


Termistores. ........................................................................................................... 12-1
Dispositivos fotossensíveis .................................................................................. 12-2

CAPÍTULO 13 - REGULADORES DE TENSÃO

O diodo Zener como regulador de tensão.................................................. 13-1


Características do diodo Zener....................................................................... 13-1
Especificações da tensão Zener..................................................................... 13-2
Impedância dinânica........................................................................................ 13-3
Limitações do diodo Zener............................................................................... 13-4
Aplicações do diodo Zener.............................................................................. 13-4
Diodos Zener comerciais................................................................................... 13-5
Regulador eletrônico de tensão..................................................................... 13-7
Sumário.................................................................................................................. 13-8

CAPÍTULO 14 - DIODOS ESPECIAIS

Thyristores (RCR) ........................................................................................... 14-1


Curva característica de um Thyristor......................................................... 14-3
O Triac ................................................................................................................... 14-7
Diac........................................................................................................................ 14-8
Fotothyristores .............................................................................................. 14-9
Thyristor bloqueável ........................................................................................... 14-10
Q14-10uadrac.............................................................................................. 14-10
Diodo Shockley ............................................................................................ 14-10
Diodo Túnel .......................................................................................................... 14-10
Diodos emissores de luz (Led)........................................................................... 14-11
Sumário.................................................................................................................. 14-13

CAPÍTULO 15 - DECIBÉIS

Introdução............................................................................................................ 15-1
Relações de tensão e corrente ...................................................................... 15-2
Níveis de referência ........................................................................................... 15-2
Medida de potência ......................................................................................... 15-2

III
Medidores de potência .................................................................................... 15-4
Sumário ................................................................................................................. 15-4

CAPÍTULO 16 - AMPLIADORES OPERACIONAIS

Introdução ........................................................................................................... 16-1


Características elétricas.................................................................................... 16-1
Alimentação........................................................................................................ 16-1
Pinagem ............................................................................................................... 16-1
Ampliador operacional como amplificador................................................ 16-2
Aplicações dos ampliadores operacionais.................................................. 16-2

CAPÍTULO 17 - TÉCNICAS DIGITAIS

Sistema de numeração .................................................................................... 17-1


Operações binárias............................................................................................ 17-5
Álgebra de Boole ............................................................................................... 17-7
Circuitos de comutação................................................................................... 17-10
Famílias de circuitos lógicos............................................................................. 17-12
Circuitos combinacionais ................................................................................. 17-15
Circuitos seqüenciais ......................................................................................... 17-19
Memórias .............................................................................................................. 17-22
Conversão de sinais........................................................................................... 17-24

CAPÍTULO 18 - SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO


Princípios da comunicação............................................................................. 18-1
Principais sistemas de radiocomunicações.................................................. 18-12
Propagação das ondas eletromagnéticas e antenas ............................. 18-18
Finalidade de uma antena.............................................................................. 18-21
Antenas básicas.................................................................................................. 18-23
Sistemas de intercomunicação ...................................................................... 18-28
Sistema de alarme ............................................................................................. 18-42
Sistema gravador de voz.................................................................................. 18-49
Sistemas de radiocomunicação..................................................................... 18-52
Transmissor Localizador de Emergência ( ELT ) ............................................ 18-62
Sistema de Chamada Seletiva (SELCAL) ...................................................... 18-64

CAPÍTULO 19 - SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO

Sistema anemométrico............................................................................ ........ 19-1


Instrumentos de navegação.................................................................. ........ 19-7
Sistema automático de direção ............................................................ ........ 19-16
Sistema VOR/LOC – GS - MB ................................................................... ........ 19-20
Equipamento Medidor de Distância (DME)......................................... ........ 19-29
Sistema TRANSPONDER............................................................................. ........ 19-36
Rádio altímetro .......................................................................................... ........ 19-39
Radar meteorológico............................................................................... ........ 19-42
Piloto automático............................................................................................... 19-49
Sistema de Referência de Atitude e Proa .................................................... 19-61
Sistema de Instrumentação de Vôo – FIS ..................................................... 19-71

IV
CAPÍTULO 20 - INTRODUÇÃO AOS COMPUTADORES

Histórico ................................................................................................................. 20-1


Aplicações............................................................................................................ 20-1
Termos e convenções ....................................................................................... 20-2
Memória................................................................................................................ 20-3
Entrada e saída................................................................................................... 20-3
Palavras do computador.................................................................................. 20-4
Princípios de funcionamento ........................................................................... 20-4
Unidade Central de Processamento (CPU) ................................................. 20-6
Conceitos de fluxograma................................................................................. 20-8
Linguagem do computador ............................................................................ 20-9

V
CAPÍTULO 1

CIRCUITOS REATIVOS

CIRCUITO REATIVO EM SÉRIE Desse modo, pode-se ver que a presença


do indutor no circuito, resulta uma defasagem
Para que os equipamentos eletrônicos de 90º entre as tensões.
(rádio, radar etc.) possam desempenhar suas A tensão resultante de qualquer circuito
funções, os circuitos resistivos, indutivos e RL pode ser determinada por meio de vetores.
capacitivos são combinados em associações RL, Assim sendo, por intermédio do gráfico da
RC e RLC. Em virtude de tais associações figura 1-3, podemos achar a tensão resultante,
conterem reatâncias, as mesmas são chamadas que vem a ser a própria tensão aplicada.
de circuitos reativos. Todo circuito constituído
por resistores e que não contenham quantidades
apreciáveis de indutância ou capacitância, são
considerados como circuitos resistivos.
Quando uma corrente alternada (CA) é
aplicada a um circuito resistivo, a corrente e a
tensão do circuito estarão em fase, conforme
figura 1-1

Figura 1-3
A tensão no resistor é tomada sobre o
vetor horizontal e a tensão no indutor, sobre o
vetor vertical: como as tensões estão defasadas
de 90º, o ângulo entre elas será reto.
Traçando um paralelogramo baseado
nestes dois vetores, teremos um vetor resultante
(Ea) que é a hipotenusa de um triângulo
retângulo. Segundo o teorema de Pitágoras o
quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados dos catetos; logo:
Figura 1-1
2
Ao se ligar um indutor em série com um E 2 = E + E 2 ou
a R L
resistor, a queda de tensão no resistor (ER)
estará em fase com a corrente (IR); porém, a 2 2
tensão no indutor (EL) está adiantada de 90º. E = E + E
a R L
A figura 1-2A nos mostra um circuito RL
em série e a figura 1-2B, a relação de fase entre Impedância
a corrente e a tensão no indutor e resistor.
Quando um resistor e um indutor estão
ligados em série, a oposição total à passagem da
corrente não é uma simples soma aritmética,
mas sim uma soma vetorial, em virtude da
defasagem de 90º existente entre as tensões no
circuito.
Suponha-se, por exemplo, que um resistor
de 400 ohms esteja ligado em série com um
indutor, cuja reatância indutiva seja de 300
A ohms.
A oposição total à passagem da corrente
Figura 1-2 não será de 700 ohms mas sim de 500 ohms.

1-1
Cálculo da Impedância Assim, podemos traçar o diagrama
vetorial, conforme figura 1-4, uma vez que ZT
Por intermédio da lei de Ohm, a queda de 2
corresponde à hipotenusa e R + XL , à soma
2

tensão num resistor (ER) é o produto da


dos quadrados dos catetos.
resistência (R) pela corrente (IT), ou seja:
Ângulo de Fase
E = R x I
R T
Denomina-se ângulo de fase (θ), ao
Como XL representa a oposição ao fluxo ângulo formado pelo vetor da tensão aplicada ao
da corrente, a tensão no indutor (EL) será: circuito (Ea), com o vetor da tensão (ER),
conforme a figura 1-5.
EL = X L × I T Tomando-se por base o valor da corrente,
o ângulo de fase θ será positivo, contando no
Já que, a tensão aplicada (Ea) no circuito é sentido inverso dos ponteiros do relógio, a partir
o produto da corrente (IT) pela oposição total dessa referência. Uma vez conhecido o ângulo θ
(ZT), logo: podemos, também determinar se o circuito é
resistivo, indutivo ou capacitivo, da seguinte
E
a
= Z
T
× I
T
forma: o circuito será resistivo quando θ, for
igual a zero, indutivo quando θ for positivo e
Uma vez que: capacitivo quando θ for negativo.

2 2
Ea = ER + EL

Logo teremos:

2 2
E = (R × I ) + ( X × I )
a T L T
Figura 1-5
2 2 2
Z T × IT = IT (R + XL ) O ângulo de fase θ poderá ser
determinado por meio das funções trigono-
métricas dos diagramas das figuras 1-6 e 1-7
2 2
Z T × IT = IT R + XL

2 2
ZT = R + XL

Desse modo, a impedância de um circuito


RL em série, é igual a raiz quadrada da soma dos
quadrados da resistência e da reatância indutiva. Figura 1-6
E L
E
R
Logo: tg θ = cos θ =
ER E
a

Figura 1-4 Figura 1-7

1-2
XL R resistor, a qual será o produto da tensão no
Logo: tg θ = cos θ =
R Z resistor (E R ) pela corrente (IT ) , ou seja:
T
P = E .I
R R T
Potência Elétrica
E
No estudo dos circuitos resistivos, a Uma vez que: cos θ = R
potência dissipada por um resistor, foi E
a
determinada pelo produto de tensão (E a ) pela
corrente (IT ) , ou seja: P T = E a . IT isto, porém Logo: E =E . cos θ
R a
não acontece num circuito de CA que contenha
resistência e indutância. Portanto: P =E .I . cos θ
R a T
A corrente no circuito fluirá, sendo
limitada pela impedância, mas a energia
Fator de Potência:
utilizada para produzir o campo magnético será
desenvolvida à fonte no desenvolvimento do
O fator de potência de um circuito, é
mesmo.
muito importante, porque ele nos permite
Portanto, num circuito de CA que
converter a potência aparente, em potência real
contenha resistência, parte da potência é
ou efetiva.
dissipada no resistor sob a forma de calor e
Define-se como fator de potência ( fp ) , a
parte é devolvida à fonte.
Assim sendo, o produto, PT = E a . IT não relação entre a potência real (Pr ) e a potência
só dá a potência que realmente está sendo aparente (Pa ) de um circuito.
consumida pelo circuito, mas sim uma potência P
que aparenta estar sendo absorvida. f = R
p P
Este produto é chamado de potência A
aparente (PA ) , sendo expresso volt/ampère
Como:
(VA), e não em watts, para diferenciar da
potência real. P =E .I . cos θ e P = E . I
A potência aparente (PA ) , poderá ser R a T A a T
calculada por qualquer uma das equações
abaixo: E I . cos θ
Logo: f = a T
p
P =E . I E I
A a T a T
f = cos θ
p
2
P =I .Z R
A T T Porém, como: cos θ =
Z
T
2 R
E Logo: fp =
P = Z
A Z T
T
Em conseqüência, o fator de potência
poderá ser calculado por qualquer um das três
Sempre que a corrente circula num
equações apresentadas.
circuito que contenha resistência e reatância,
O fator de potência é usualmente expresso
haverá sempre por parte do resistor, uma
em fração decimal ou percentagem.
dissipação de potência, que é chamada potência
real (PR ) , verdadeira ou efetiva do circuito, Exercício resolvido:
sendo expressa em watts. Calcular o fator de potência de um
Portanto, para se achar a potência real de circuito, sabendo-se que a potência aparente é
um circuito que contenha resistência e reatância, de 400 VA (Volt/Ampère) e a potência real é de
basta calcular apenas a potência dissipada pelo 200 Watts.

1-3
P = 400 VA P = 200 W 100
a R Logo: I = I = 1A
T 100 T
P
Como: f = R
p P Freqüência de Corte
A
200 Qualquer circuito que contenha reatância,
Logo: f =
p 400 não responderá igualmente a todas as
freqüências.
f = 0,5 ou 50 % Ao analisarmos um circuito RL, vimos
p
que seu comportamento foi diferente nas altas
Lei de Ohm freqüências em relação às baixas. No processo
de análise, somente uma simples freqüência de
A lei de ohm para circuitos de CA, diz cada vez foi aplicada ao circuito.
que, a corrente (IT ) é diretamente proporcional Contudo, se um sinal contendo uma faixa
à tensão (E ) e inversamente proporcional à de freqüências é aplicado ao circuito série RL, a
a
reação do circuito será diferente para cada
impedância ( Z T ) . Logo, teremos:
freqüência individual contida neste sinal.
E Por exemplo, conforme a freqüência
I = a diminui, a corrente total aumenta. Haverá mais
T Z
T corrente circulando para as baixas freqüências
do que para as altas freqüências.
Exercício resolvido
O valor da resistência de um circuito,
Calcule a corrente total do circuito da todavia não é afetada por uma variação de
figura 1-8. freqüência, mas XL é uma função direta da
Dados: freqüência. Portanto, num circuito de CC, a
oposição da bobina é desprezível e o circuito é
R = 60 ohms considerado resistivo; o ângulo de fase é zero e
a potência real estará no seu máximo valor.
E
a = 100 V
X L = 80 ohms Exemplo:
Considere o circuito série consistindo de
um resistor de 80 ohms e uma bobina de 12,73
mH, com uma tensão aplicada de 100 vcc.
Desde que o ângulo de fase é zero, a
impedância do circuito será igual a 80 ohms. A
corrente será:
Ea
Figura 1-8 IT = 100 IT = 1, 25 A
I =
ZT T 80

Uma vez que: Z = R2 + X2 A potência real do circuito terá como


T L valor:

Logo: P
R = E a x IT x cos θ

Z = 60
2
+ 80
2
Z = 100ohms
P
R = 100 x 1,25 x 1
T T P
R = 125 W

E A fonte de CC é substituída por uma fonte


Como: I = a de CA de freqüência variável, com 100v RMS
T Z
de saída. Ao se aumentar a freqüência de saída
T
da fonte, a reatância indutiva ( XL) aumentará,

1-4
enquanto o valor do resistor permanecerá em 80 O termo freqüência de corte é usado
ohms. porque, para freqüências abaixo do ponto de
Quando a freqüência atingir a corte, a resposta do circuito é considerada (em
500Hz, XL terá aumentando para 40 ohms. muitos casos) abaixo de um valor utilizável.
Na freqüência de corte, a tensão de corte
Calculando os valores teremos: (E co ) assim como a corrente de corte (Ico ) ,
serão respectivamente:
Z
T = 89,4 ohms
E co = E a x 0,707
I
T = 1,1 A
cos θ = 0,89 Ico = IM x 0,707

Usando os valores acima observaremos Uma fórmula pode ser deduzida para
que a potência real do circuito diminui com o determinar a freqüência de corte ( fco ) da
aumento da freqüência: seguinte maneira:

PR = Ea x I T x cosθ Na freqüência de corte:


R = XL
P = 100 x 1,1 x 0,89
R
Como:
P
R = 97,9 W XL = 2 π x f x L
Conforme a freqüência é aumentada ainda Então: R=2πxf xL
mais, a corrente continuará a diminuir e XL
continuará a aumentar. Teremos: R = 2 π x fco x L
Eventualmente atingiremos uma
R
freqüência na qual XL será igual a resistência. fco =
2π xL
Por exemplo em 1 KHz:
Onde:
XL = 2 π x f x L
fco = freqüência de corte (Hertz)
3 −3
XL = 6,28 x 10 x 12,73 x 10 R = Resistência (Ohms)
L = indutância em (Henry)
XL = 79,94 ohms

Portanto em 1 K H , XL = R. O ângulo de
z CIRCUITO RC EM SÉRIE
fase do circuito é de 45º e a impedância total é
de 113 ohms.
Desde que XL = R, as tensões As considerações básicas feitas para o
circuito RL em série continuam a ter valor para
EL e ER também são iguais.
o circuito RC em série que agora vamos estudar
A potência real do circuito é: e no qual temos um resistor e um capacitor
associados, como mostra a figura 1-9.
PR = E a x IT cos θ
PR = 100 x 0,884 x 0,707
PR = 62,5 W
Nota-se que a potência real foi diminuída
para a metade de seu valor máximo de 125W. A
freqüência em que XL = R EL = ER e a
potência real foi diminuída para à metade de seu
valor máximo, é denominada de freqüência de
corte, ponte de meia potência, ou ponto 0,707. Figura 1-9

1-5
Num circuito série contendo resistor e De acordo com o gráfico da figura 1-12, a
capacitor, a queda de tensão no resistor (ER ) impedância ou oposição total ao fluxo da
está em fase com a corrente; porém, a queda de corrente no circuito, será expressa pela equação:
tensão no capacitor (E C ) está atrasada de 90º,
ZT = R 2 + X C2
em relação a ER , conforme nos mostra a figura
1-10.

Figura 1-12

Ângulo de Fase
O ângulo de fase θ , como já vimos, é o
Figura 1-10 ângulo formado pelo vetor da tensão aplicada
(E ) com o vetor da tensão (E ) , conforme
Assim, por intermédio do gráfico da a T
figura 1-11, podemos achar a tensão resultante nos mostra a figura 1-13. É fácil de se verificar
(E a ) que vem a ser a própria tensão aplicada, que o ângulo de fase é negativo.
através da composição vetorial entre ER e E C .

Figura 1-13
Figura 1-11
O ângulo de fase θ poderá ser
Do gráfico, tiramos a seguinte equação
determinado por meio das funções
para o cálculo da tensão aplicada (E a ) ao
trigonométricas dos diagramas das figuras 1-14
circuito: e 1-15.
2 2 Como:
E = E +E
a R C

Ainda, podemos concluir que a tensão


resultante (E a ) está atrasada em relação a ER
de um ângulo 0 negativo.

Impedância

Num circuito contendo resistor e Figura 1-14


capacitor, a oposição à passagem da corrente E E
não é uma soma aritmética, mas sim uma soma Logo: t θ = C cos θ = R
vetorial semelhante ao circuito RL em série. g E E
R a

1-6
Como: de um circuito. O fator de potência ( f ) poderá
p
ser calculado por qualquer uma das equações
seguintes:
P R
f = R f = cos θ f =
p P p p Z
A T

Freqüência de Corte
Figura 1-15 Um circuito série RC apresentará uma
X discriminação de freqüência similar, em muitos
Logo: t θ = C cos θ = R aspectos, àquela encontrada em um circuito
g R Z
T série RL.
Os termos freqüência de corte, ponto de
Potência Elétrica meia potência e freqüência crítica têm o mesmo
significado, conforme previamente definidos.
Todo circuito que contenha resistência e Nos circuitos séries, a tensão desenvolvida nos
reatância, parte de potência é dissipada no componentes reativos, depende da reatância do
resistor sob a forma de calor e parte é devolvida componente a qual, por sua vez, depende da
à fonte. Portanto, o produto P = E x I , não freqüência.
T a T
Como X é uma função inversa da
nos dá a potência que está sendo consumida C
pelo circuito. freqüência, logo, à medida que a freqüência for
Este produto é chamado de potência aumentada, a reatância do capacitor diminuirá e
aparente (P ) . a tensão será dividida entre o resistor e o
A
capacitor.
A potência aparente poderá ser calculada
A freqüência de corte será atingida
por qualquer umas das equações abaixo:
quando a tensão estiver dividida igualmente
P = E x I entre R e C.
A a T
A freqüência de corte de um circuito série
2 RC pode ser determinada da seguinte maneira:
P = I xZ
A T T
Desde que a freqüência de corte ( f )
2 co
E
PA = a ocorre quando: R = X
ZT C

Sempre que a corrente circule num Substituindo a equação para X , teremos:


C
circuito que contenha resistência e reatância,
1
haverá sempre por parte do resistor, uma R =
dissipação de potência, que é chamada de 2 πxf x C
potência real, verdadeira ou efetiva do circuito. Substituindo f por f , teremos:
Podemos calcular a potência real de um co
circuito, por intermédio das equações abaixo: 1
R=
P = E x I
R R T
e 2 π x f CO x C

P = E x I x cos θ 1
R a T Logo: fco =
2πxRxC
Fator de Potência Onde:FCO = frequência de corte (Hertz)

Fator de potência é a relação entre a R = resistência (ohms)


potência real (P ) e a potência aparente (P ) C = capacitância (Farad )
R A

1-7
CIRCUITO RCL EM SÉRIE A soma vetorial das tensões
E , E e E e igual à tensão aplicada (E )
Quando se aplica uma CA em um circuito R L C a
série contendo resistor, capacitor e indutor, ao circuito. Como a tensão no capacitor E ea
C
conforme figura 1-16, é necessário levar em tensão no indutor E estão defasadas 180º,
consideração o fato de que os ângulos de fase L
entre a corrente e a tensão diferem em todos os logo, a tensão resultante da composição vetorial
três elementos. entre E e E é a diferença, já que são vetores
L C
diretamente opostos entre si. Esta tensão
resultante será somada vetorialmente com a
queda de tensão no resistor (E ) , para a
R
determinação da tensão aplicada (E ) ao
a
circuito. Isto é expresso pelo gráfico da figura 1-
18.
Figura 1-16 Pelo teorema de Pitágoras, teremos:
Tomando-se a corrente de um circuito
série como referência, temos: No resistor, a 2 2
E = E + (E − E ) )
tensão (E ) está em fase; no indutor, a tensão a R L C
R
(EL) está adiantada de 90º e no capacitor, a
tensão (E ) está atrasada de 90º. Como em
C
qualquer circuito série, a corrente é a mesma,
através de todos seus componentes, podemos
concluir que E está adiantada de 90º de E e
L R
E , atrasada de 90º de E , conforme nos
C R
mostra a figura 1-17A.
Logo, podemos compor o diagrama vetorial,
conforme figura 1-17B:

Figura 1-18

Impedância
A
O raciocínio para o cálculo da impedância
de um circuito RCL em série de CA é
semelhante ao que foi visto para o cálculo da
Assim tensão aplicada., a primeira
operação será a diferença entre X e X , em
L C
virtude de serem vetores diretamente opostos
entre si, conforme nos mostra a figura 1-19.
Este resultado será composto
vetorialmente com o valor da impedância.
B
Pelo teorema de Pitágoras, teremos:

2 2
Z = R + (X − X )
Figura 1-17 T L C

1-8
R
cos θ =
Z
T
Classificação dos Circuitos RCL em Série:
a) Quando X for maior que X ou E
L C L
maior que E temos: θ positivo,
C
circuito RL;
b) Quando X for maior que X ou
Figura 1-19 C L
E maior que E temos: θ negativo,
Ângulo de Fase C L
circuito RC;
O ângulo de fase θ , como já vimos, é o c) Quando X for igual a X ou
ângulo formado pelo vetor da tensão aplicada L C
(E ) , com o vetor da tensão (E ) e poderá ser E igual a E temos: θ igual a zero,
a R L C
determinado por meio das funções circuito resistivo.
trigonométricas dos diagramas das figuras 1-20
e 1-21. Potência aparente, real e fator de potência
Como:
Empregam-se as mesmas equações já
vistas nos circuitos RL ou RC, ou seja:

P =E xI P =I 2 x Z
A a T A T T

E 2
P = a
A Z
T

Figura 1-20 P =E x I P = E x I x cos θ


R R T R a T

Logo: P
f = R f p = cos θ
E − EC p P
tg θ = L A
ER
R
E f =
R p Z
cos θ = T
E
a
Exercício resolvido:
Como:
Determine no circuito da figura 1-22, a
impedância, o fator de potência, a intensidade
da corrente, a potência aparente, real e a tensão
em cada um dos elementos.
Dados:
X = 900 ohms
L

X = 500 0hms
Figura 1-21 C
R = 300 ohms
X −X
Logo: tg θ = L C
E = 125 V
R a

1-9
E = 75 V
R
300 Ω 500 Ω 900 Ω
Cálculo da tensão no indutor:
E = X x I E = 900 x 0,25
125 V L L T L

E = 225 V
L
Figura 1-22
Cálculo da tensão no capacitor:
Cálculo da impedância
E =X x I E = 500 x 0,25
2 2 C C T C
Z = R + (X −X )
T L C E = 125 V
C
2 2
Z = 300 + (900 − 500 )
T
RESSONÂNCIA EM SÉRIE
Z = 500 Ω
T

Cálculo do fator de potência: Os fenômenos de um circuito ressonante


constituem uma característica muito
R 300
cos θ = cos θ = significativa dos circuitos eletrônicos. São
Z 500 encontrados em rádio, radar, televisão,
T
aplicações em projéteis teleguiados, etc. A
cos θ = 0,6 forma que um aparelho de rádio pode sintonizar
Como: f = cos θ uma estação desejada, encontra sua resposta no
p estudo dos circuitos ressonantes.
Quando é estabelecida a igualdade entre a
Logo: f = 0,6 ou 60% reatância indutiva e a reatância capacitiva
p
( X = X ) , a qual determina a igualdade entre
Cálculo da intensidade da corrente: L C
as tensões E = E , dizemos que o circuito
E 125 L C
IT = a I = está em ressonância.
ZT T 500
Esta condição é desejável em vários
I = 0,25 A ou 250 mA circuitos usados em eletrônica, mas pode trazer
T conseqüências desagradáveis, com danos para
Cálculo da potência aparente: os elementos de um circuito, quando não é
prevista.
P = E x I P = 125 x 0,25 Sabemos que a reatância indutiva é
A a T A
diretamente proporcional à freqüência e que a
P = 31,25 VA reatância capacitiva é inversamente
A proporcional à mesma.
Cálculo da potência real: Assim, quando aplicamos uma CA a um
circuito RCL em série e fazemos a freqüência
PR = E a x I T x cos θ variar desde um valor praticamente nulo a um
P = 125 x 0,25 x 0,6 valor alto, podemos observar o crescimento da
R reatância indutiva e a queda da reatância
capacitiva.
P = 18,75 W
R Numa determinada freqüência as duas
grandezas tornam-se iguais, veja a figura 1-23, e
Cálculo da tensão no resistor: o circuito apresenta características que
E = Rx I E = 300 x 0,25 correspondem à condição denominada
R T R ressonância.

1-10
Na figura 1-24, temos circuito RCL em
série, em que podemos calcular a tensão, a
corrente e a impedância.
A freqüência do gerador pode ser variada
de 100 a 600 K HZ , permitindo dessa maneira
que se observe a conduta do circuito ao entrar e
ao sair de ressonância.
A corrente do circuito é calculada para as
diversas freqüências do gerador. Empregando-se
Figura 1-23 as equações já conhecidas, para 100 K HZ , tem-
Impedância se:

Quando o circuito RCL em série entra em X =2πf xL


L
ressonância, a reatância total do circuito é zero,
2
uma vez que X L e XC se anulam mutuamente X = 6,28 x 2 x 10
L
porque estão 180° defasadas. É claro, portanto,
5 −3
que quando XL = XC a impedância ( Z ) do X = 6,28 x 10 x 2 x 10
T L
circuito será a própria resistência (R), uma vez
X = 1256 ohms
que: L
2 2
Z = R + (X −X ) 1
T L C
Como: X C =
2πf x C
Como: X = X 1
L C X =
C 5 −11
Logo: Z = R 6,28 x 10 x 8 x 10
T
X = 19890 ohms
C
Do exposto, é evidente, que quando um
circuito RCL em série entra em ressonância, a
corrente do circuito é máxima, uma vez que a A reatância efetiva ou total do circuito (X)
impedância é mínima, pois a única oposição que pode então ser calculada:
o circuito oferece deve-se somente à sua
resistência. Portanto, a corrente de um circuito X= X − X
C L
RCL em série atinge seu maior valor no ponto
de ressonância. X = 19890 − 1256

Análise do Circuito Ressonante X = 18634

O estudo feito até agora registra as


A impedância do circuito será:
condições de um circuito sintonizado no ponto
de ressonância; contudo, para que se possa 2 2
Z = R + X
entender melhor o comportamento do circuito, é T
necessário analisar as condições que nele
existem, em ambos os lados da ressonância.
Como X é 200 vezes maior que R, a
impedância pode ser considerada, na prática,
igual à própria reatância.

R = 100 Ω Então, ter-se-á: Z = 18634


T
A corrente I , calcula-se pela Lei de
T
E
a
Ohm, logo teremos: IT =
Z
Figura 1-24 T

1-11
3000 No circuito da figura 27, temos o circuito
IT = I = 16 mA
RCL em ressonância, onde os medidores nos
18634 T
Em uma análise do comportamento do mostram as leituras das tensões e correntes.
circuito, podem-se calcular os valores acima
determinados entre os limites de trabalho do
equipamento (100 a 600KHz).
A tabela abaixo (figura 1-25) relaciona os
valores das reatâncias, a diferença entre elas, a
impedância e a corrente no circuito, para cada
freqüência de operação.

FREQ. x x x R Z E I
l c
KHz OHM OHM xi-xc OHM OHM VOLT AMPERE

100 1256 19890 18634 100 18634 300 0,016 Figura 1-27
200 2512 9945 7433 100 7433 300 0,04
398 5000 5000 ZERO 100 100 300 3 E =I x X = 3 x 5000 = 15000 v
L T L
500 6280 3978 2302 100 2302 300 0,13
600 7536 3315 4221 100 4221 300 0,071
E = I x X = 3 x 5000 = 15000 v
C T C
Figura 1-25
A tensão em L ou C é igual a 50 vezes a
A figura 1-26 apresenta o gráfico da tensão aplicada. A tensão reativa depende da
variação da corrente em função da freqüência. O corrente que percorre o circuito a qual, por sua
conjunto gráfico e tabela mostra claramente que, vez, depende da resistência ôhmica.
na freqüência de ressonância (398), a Desta forma, um circuito ressonante de
impedância é mínima (igual a R), a corrente é resistência pequena é capaz de gerar tensões
máxima e as reatâncias são iguais. elevadas através das reatâncias.
Portanto, um circuito série ressonante Isto se aplica a circuitos que necessitam
RCL atua como se fora um circuito simples, de um ganho de tensão, embora lhes seja
unicamente resistivo. O fluxo da corrente é aplicada uma baixa tensão.
limitado exclusivamente pela resistência.
Freqüência de Ressonância
A freqüência em que um circuito RCL em
série entra em ressonância pode ser determinada
da seguinte maneira:
Como: X =X
L C

Logo teremos:
1
2π f x L =
2πf x c

2 2
4π xf x C xL =1
Figura 1-26 2 1
f =
Todavia, as tensões nos elementos 2
4π xLxC
reativos, embora iguais e opostas, podem atingir
valores bastante elevados. Essas tensões são 1
determinadas pela corrente que percorre o f =
r 2π LxC
circuito multiplicado pela reatância do elemento
(Lei de Ohm). Onde:

1-12
f = freqüência de ressonância (Hertz )
r
L = indutância (Henry)

C = Capacitância (Farad)
Um exame da equação em apreço faz-nos
concluir que a resistência do circuito não influi
na sua freqüência de ressonância e que esta só I
depende do produto LC. Isto significa que
circuitos com valores diferentes para L e para C
podem entrar em ressonância na mesma
freqüência, desde que os produtos LC sejam f = freqüência ressonante
r
iguais.
Por isto, podem-se fazer num circuito, Figura 1-28
várias combinações de L e C, obtendo-se o
mesmo produto. Sendo constante o produto, Assim, o circuito perde a vantagem de
constante será também a freqüência de seletividade de freqüência.
ressonância. Exemplo: uma indutância de 0,5
mH e uma capacitância de 32 µµ F irão ressonar
O “Q” e a seletividade
na mesma freqüência (398HZ que uma bobina de
2 mH e uma capacitância de 80µµ F.
A fim de que os receptores de rádio
Curvas de Ressonância possam desempenhar suas funções, é necessário
que este selecione uma estreita faixa de
Como já foi visto, a freqüência de freqüência, rejeitando as demais.
ressonância independe do valor da resistência Só assim se conseguirá separar emissoras
do circuito. Um circuito que tenha uma que se acham muito próximas no dial do rádio.
resistência de 100 ohms terá a mesma Quanto mais estreita for a faixa de
freqüência de ressonância que um circuito com freqüência, maior será sua seletividade.
1 ohm de resistência, desde que o produto LC Portanto, seletividade é a aptidão que tem um
seja constante, em ambos os casos. Entretanto, a receptor de selecionar um sinal, entre muitos
intensidade da corrente no circuito cresce à outros de freqüências próximas.
medida que a resistência diminui. A seletividade de um aparelho é
Se fosse possível montar um circuito com determinada pelos seus circuitos sintonizados.
resistência nula, a corrente na ressonância seria Quanto menor possamos fazer a
infinitamente grande. resistência de uma bobina, com respeito à sua
Na prática, a resistência nunca é nula, mas reatância, maior será a seletividade.
pode ser elevada e dentro dos limites finitos. Na A seletividade de uma bobina é medida
figura 1-28, temos algumas curvas típicas de pela relação “Q” que é igual à sua reatância
ressonância para um circuito que tenha os dividida pela sua resistência.
mesmos valores L de e C, mas valores Como a resistência de um capacitor é
diferentes para a resistência. mais baixa do que a resistência de uma bobina,
A diferença entre os valores de pico de esta constitui o elo mais fraco do circuito
cada um das curvas deve-se ao fato das sintonizado.
resistências possuírem valores diferentes. O “Q” do circuito sintonizado é o “Q” da
Observe-se também que à medida que a bobina.
resistência R aumenta, as curvas de respostas
tornam-se mais achatadas e mais largas nas X
L
Q=
proximidades da freqüência de ressonância. R
Se a resistência de um circuito ressonante
for muito grande, o circuito perde sua utilidade Como:
como seletor de freqüência, por ser diminuta a E E
L a
discriminação do fluxo de corrente entre as X = e R=
L I I
freqüências que são e as que não o são. T T

1-13
E
L
Largura de Faixa
I E I
Logo: Q = T
Q= L
x T Largura de faixa (Band Width) ou faixa de
E I E passagem de um circuito é uma faixa de
a T a
I T freqüência na qual a variação da tensão
aplicada, produz resposta que não difere muito
E da obtida na freqüência de ressonância.
L
Q =
E Os limites mínimos da resposta em geral,
a
são tomadas na curva de ressonância a 0,707 do
Portanto, o “Q” de um circuito série
valor máximo da corrente ou tensão, conforme o
ressonante vem a ser também a relação que
que se esteja calculando.
existe entre a tensão no indutor ou no capacitor
Na figura 1-29, a área sombreada
(E = E ) e a tensão aplicada (E ) ao circuito.
L C a representa a faixa de freqüência para a qual a
A expressão anterior indica que o “Q” corrente é maior que 0,707 do valor de pico.
varia inversamente com a resistência do Observe-se que a metade desta faixa fica acima
circuito; quanto mais baixa a resistência, maior da freqüência de ressonância ( f até f ) e a
r 2
será o “Q”.
outra metade abaixo ( f até f ) .
As curvas de ressonância indicam que, r 1
quanto mais baixa for a resistência do circuito, As duas freqüências, uma acima e outra
maior será sua discriminação de freqüência. Por abaixo da ressonância, nas quais são obtidas
isto, o “Q” indica a capacidade de um circuito respostas mínimas, formam os limites da largura
ressonante para selecionar ou rejeitar uma da faixa aceita do circuito.
determinada faixa de freqüência, sendo por isso, Os pontos f e f são chamados pontos
1 2
conhecido como fator de qualidade ou mérito de de meia potência, em virtude desses pontos
um circuito. corresponderem a 50% da potência máxima.
Quanto maior for o “Q” de um circuito
ressonante em série, maior será seu valor como A largura da faixa de passagem, também
seletor de freqüência. conhecida como passa banda (ban pass), pode
ser determinada pela seguinte equação:
Influência do “Q” no Ganho de Tensão Bw = f − f
2 1

No circuito da figura 1-27, as tensões nas Em que:


reatâncias por ocasião da ressonância são de
15000 volts, ao passo que a tensão aplicada (que Bw = faixa de passagem (Hertz )
é a mesma da resistência) é de 300 volts.
Esta alta tensão depende diretamente da f = freqüência mais alta que passa pelo
2
corrente que percorre o circuito, a qual, por sua circuito (Hertz)
vez, depende da tensão aplicada e da resistência.
Comparando-se a tensão em uma das f = freqüência mais baixa que passa pelo
1
reatâncias com a tensão aplicada, tem-se uma
idéia exata da qualidade do circuito ressonante. circuito (Hertz)
O circuito ressonante em série amplifica a Todavia, como o “Q” do circuito
tensão aplicada na freqüência de ressonância. Se determina a largura total da curva de
as perdas do circuito são baixas, o “Q” do ressonância, a faixa de passagem também pode
circuito será alto e a amplificação de tensão será ser calculada baseando-se na freqüência de
relativamente grande. A amplificação de tensão ressonância ( f ) e no “Q” do circuito, ou seja:
r
do circuito da figura 1-27, será de:

E fr
Q= L Bw =
E Q
a
Em que:
15000
Q= Q = 50
300 B = faixa de passagem (Hertz)
w

1-14
f = freqüência de ressonância (Hertz)
r

Q = qualidade ou ganho

Nesta fórmula, permite ver-se que quanto XC = 400 Ω


maior for o “Q”, menor será a faixa de
passagem e, inversamente, quanto menor for o
“Q”, maior será a faixa de passagem.
A freqüência mais baixa que passa pelo
circuito ( f ) assim como a mais alta ( f ) podem
1 2
Figura 1-30
ser calculadas da seguinte maneira:
Cálculo da corrente:
E 50
I = I = I = 10 A
R 5
Cálculo do “Q”:
400
Q = X Q = Q = 80
L 5

Cálculo da Faixa de Passagem:


Faixa de passagem:

f
r = 160000 = 2000 Hz
Q 80

Para a Curva de Ressonância, teremos:


Figura 1-29
Como:
Bw Bw
f − f = e f − f =
r 1 2 2 r 2

Logo:

Bw Bw
f = f − f = f +
1 r 2 2 r 2

Exercício resolvido:
Figura 1-31
Calcule a faixa de passagem do circuito da
figura 1-30, sabendo-se que sua freqüência de
ressonância é de 160HZ e monte sua curva de No rádio, da mesma forma que nos outros
ressonância. equipamentos eletrônicos, é muito freqüente o
uso e a aplicação dos circuitos reativos em
Dados: X = 400 ohms paralelo.
L
A importância dos circuitos reativos em
X = 400 ohms f = 160000 Hz paralelo deve-se ao fato de que eles aparecem
C r
no estudo dos amplificadores eletrônicos e,
R = 5 ohms E = 50v devido a isso, é essencial a compreensão das
a
relações existentes entre tensões, intensidade de
corrente, impedância e potência nesses circuitos.

1-15
CIRCUITO RL EM PARALELO

Vimos que, no circuito reativo em série,


por ser a corrente um elemento constante em
todos os pontos do circuito, tomávamos seu
vetor como referência, para representação
gráfica e cálculos.
No circuito reativo em paralelo, porém, o
elemento constante é a tensão, ou seja, a tensão
aplicada é a mesma em todos os ramos do
circuito. Além de terem o mesmo valor estão em
fase.
Daí a razão porque a tomaremos como
vetor referência. Figura 1-33

Intensidade de corrente No gráfico da figura 1-34, a corrente no


resistor I é representada pelo vetor horizontal e
R
Ao se ligar um indutor em paralelo com a corrente no indutor I , pelo vetor vertical. O
L
um resistor, a tensão no indutor (E ) e no
L vetor I é orientado no sentido negativo porque
L
resistor (E ) é idêntica à tensão aplicada e
R está atrasado em relação a I .
R
estão em fase entre si.
Todavia, a corrente através do indutor está
2 2
atrasada de 90º em relação à tensão aplicada, e a I I +I
T = R L
corrente através do resistor está em fase com a
tensão aplicada. Logo, podemos concluir que a
corrente no indutor (I ) está atrasada de 90º em
L
relação a corrente no resistor (I ) .
R
A figura 1-32, nos mostra um circuito RL
em paralelo e a figura 1-33, sua relação de fase.
A corrente total de qualquer circuito RL
em paralelo não pode ser determinada pela soma
aritmética das correntes nos vários ramais, por
causa da diferença de fase.
Figura 1-34

O módulo do vetor da corrente de linha I


T
é sempre maior do que I ou I , porque ele é a
R L
hipotenusa de um triângulo retângulo.
Para se calcular a corrente no resistor e no
indutor, emprega-se a Lei de Ohm:
E E
IR = R IL = L
R XL
Como: E =E = E
a R L

Logo:
Figura 1-32 E
a Ea
I
R
= IL =
R XL

1-16
Em que: I
L
Logo: tg θ =
E = tensão aplicada (volts) I
a R

E tensão no resistor (volts) E E


R = a a
Como: IL = e I
R
=
X R
L
E = tensão no indutor (volts)
L

Cálculo da Impedância
A impedância de um circuito RL em
paralelo pode ser determinada pela Lei de Ohm,
ou seja:
E
a
Z =
T I
T
Figura 1-36
Todavia, nos circuitos CC, vimos que,
para efetuar o cálculo da resistência equivalente E
a
entre dois resistores no circuito, empregávamos X
L
a seguinte fórmula: Logo: tg θ =
E
a
R x R R
1 2
R =
T R + R E
1 2 a R R
Analogamente, nos circuitos reativos em tg θ = x tg θ =
X E X
paralelo, podemos calcular a impedância por L a L
intermédio de uma fórmula semelhante a esta. Em função do diagrama da figura 1-36
Donde, por analogia, teremos: I
R
temos que, o cos θ =
R x X I
L
Z = T
T 2 2
R x X E E
L a a
Como: I = e I =
R R T Z
Ângulo de Fase T

Denomina-se ângulo de fase (θ) , ao


ângulo que a corrente de linha (I ) forma com a Ea
T
tensão aplicada (E ) . Veja a figura 1-35.
a Logo: cos θ = R
Ea
ZT

E Z Z
a T T
cos θ = x cos θ =
R E R
a

Potência Elétrica
Todo circuito que contenha resistência e
reatância, parte da potência é dissipada no
Figura 1-35
resistor sob a forma de calor e parte é devolvida
O ângulo de fase (θ) poderá ser à fonte. O produto PT = Ea x I T , é chamado de
determinado por meio das funções potência aparente, (P ) sendo sua unidade o
a
trigonométricas do diagrama vetorial da figura
1-36. Volt Ampère (VA).

1-17
A potência aparente poderá ser calculada O fator de potência é usualmente expresso
por qualquer uma das equações abaixo: em fração decimal ou percentagem.
P = E x I
A a T
CIRCUITO RC EM PARALELO
2
P = I x Z
a T T As considerações básicas, feitas para o
circuito RL em paralelo, continuam a ter valor
E 2 para o circuito RC em paralelo que agora vamos
a
P =
a Z estudar e no qual temos um resistor e um
T
capacitor associados, como mostra a figura 1-
A potência dissipada pelo resistor é 37.
chamada de potência real, verdadeira ou efetiva Tratando-se de um circuito em paralelo, a
do circuito, sendo sua unidade o Watt. tensão é a mesma em qualquer ponto do circuito
e estão em fase entre si.
Podemos calcular a potência real ( PR ) de
Contudo, a corrente que atravessa o
um circuito por intermédio da seguinte equação:
capacitor está adiantada de 90º em relação ã
P = E x I tensão aplicada e a corrente que percorre o
R a R
resistor está em fase com a mesma tensão,
Como: conforme nos mostra a figura 1-38.
Isto quer dizer que a corrente capacitiva se
I
cos θ = R apresenta defasada de 90º, em avanço sobre a
I corrente resistiva.
T

Logo::
P = E x I x cos θ
R a T

Fator de Potência
Defini-se como fator de potência ( f ) , a
p
relação entre a potência real (P ) e a potência
R
aparente (P ) de um circuito.
A
Figura 1-37
P
R
f =
p P
A

Como:
P = E x I e P = E x I
R a R A a T

E x I I
a R
Logo: fp = f = R
E x I p I
a T T

I
R
Porém, como cos θ =
I
T

Logo: f = cos θ Figura 1-38


p
No gráfico da figura 1-39, a corrente I é
Em conseqüência, o fator de potência R
poderá ser calculado por qualquer uma das representada pelo vetor horizontal e a corrente
equações apresentadas.
no indutor I pelo vetor vertical. O vetor I é
C C

1-18
orientado no sentido positivo porque está
adiantado em relação a I .
R

Figura 1-40
O ângulo de fase θ poderá ser
Figura 1-39 determinado por meio das funções
trigonométricas do diagrama vetorial da figura
A corrente resultante (I ) ou de linha é a 1-41.
T
soma vetorial destas duas correntes, ou seja: Como:

IT = I R2 + I C2

O módulo do vetor da corrente de linha


(IT) é sempre maior do que I ou I , porque ele
R C
é a hipotenusa de um triângulo retângulo.
Para se calcular a corrente no resistor e no
capacitor, emprega-se a Lei de Ohm:

E Ea
I = a IC =
R Figura 1-41
R XC
I
Logo: tg θ = C
Cálculo da Impedância I
R

A impedância de um circuito RC em E E
Porém, como: IC = a e IR = a
paralelo pode ser determinada pela lei de Ohm, X R
ou seja: C

E
a
E X E
ZT = a Logo: tg θ = C
tg θ = a
x
R
IT E X E
a C a
Ou através da seguinte equação: R
R x X R
Z = C tg θ =
2 2 X
C
R + X
C
Em função do diagrama da figura 1-41,
Ângulo de Fase I
temos que, o cos θ = R
IT

O ângulo de fase θ , como já vimos, é o E


a
E
a
ângulo formado pelo vetor da corrente de linha Como: IR = e IT =
R Z
(I ) com o vetor da tensão aplicada (E ) . T
T a

1-19
Logo: corrente (I ) está atrasada de 90º e no capacitor,
L
E a corrente (I ) está adiantada de 90º.
a C
E Z
cos θ = R cos θ = a
x T
E R E
a a
Z
T

Z
T
cos θ =
R

Potência aparente e real Figura 1-42

Para se calcular a potência aparente (P ) e Como em qualquer circuito em paralelo, a


a tensão é a mesma em qualquer ponto do circuito
a potência real (P ) , empregam-se as mesmas e estão em fase entre si, podemos concluir que
R
equações já vistas no circuito RL em paralelo, I está atrasada de 90º de I e I adiantada de
L R C
ou seja: 90º de I , conforme nos mostra a figura 1-43.
R
2 Logo, podemos compor o diagrama vetorial,
P =E x I P = I x Z
a a T a T T
conforme figura 1-44.
E 2
a
P = P = E x I
a Z R a R
T

P = E x I x cos θ
R a T

Fator de Potência

Para o cálculo do fator de potência


empregam-se as mesmas equações vistas no
circuito RL em paralelo, em que:
P Figura 1-43
R
f =
p P
a

I
f = R
p I
T

f = cos θ
p

CIRCUITO RCL EM PARALELO


Figura 1-44
Quando se aplica uma CA em um circuito
paralelo contendo resistor, capacitor e indutor,
A soma vetorial das correntes
conforme mostra a figura 1-42, é necessário
I , I e I é igual a corrente total ou de linha
levar em consideração o fato de que os ângulos R L C
de fase entre a corrente e a tensão diferem nos do circuito. Como a corrente no capacitor I ea
C
três elementos.
corrente no indutor I estão defasadas de 180º,
Tomando-se a tensão de um circuito L
paralelo como referência, temos: no resistor, a logo, a corrente resultante da composição
corrente (I ) está em fase: no indutor, a vetorial entre I e I é a diferença, já que são
R C L

1-20
vetores diretamente apostos entre si. Esta E
a
corrente resultante será somada vetorialmente, I =
C X
com a corrente do resistor I , para a C
R
determinação da corrente total ou de linha do E
a
circuito. Isto é expresso pelo gráfico da figura 1- I =
L X
45. L

Cálculo da Impedância

A impedância de um circuito RCL em


paralelo pode ser determinada pela Lei de Ohm,
em que:
E
a
Z =
T I
T
Figura 1-45
ou através da seguinte equação:
Pelo teorema de Pitágoras, teremos:
R x Z1
ZT =
R 2 + Z12
2
IT = I R + ( IC − I L ) 2

Onde:
Neste tipo de circuito existe uma corrente X L x XC
circulatória que vem a ser a menor entre as duas ZT =
XC − X L
correntes I e I . Esta corrente circula apenas
L C
no circuito formado por L e C. Depois da carga
inicial do capacitor, ele descarrega através da Ângulo de Fase
bobina.
O fluxo da corrente através da bobina
produz um campo magnético que se mantém, O ângulo de fase θ poderá ser
enquanto a corrente estiver fluindo. determinado por meio das funções
Quando a corrente se reduz a zero, o trigonométricas do diagrama da figura 1-47.
campo magnético se desvanece, induzindo uma Como:
corrente que carrega o capacitor, mas com
polaridade oposta à original. Aí o capacitor se
descarrega em sentido oposto.

Figura 1-46
Os ciclos se repetem e o capacitor volta a
se carregar ao seu estado original. Esses ciclos Figura 1-47
se repetem periodicamente e a sua ação dá
origem a corrente circulatória, veja a figura 1-
46.Para se calcular a corrente no resistor, Logo:
capacitor e indutor, emprega-se a Lei de Ohm.
I − I I Z
E
a
tg θ = C L
cos θ = R
ou T
I = I
R
I
T
R
R R

1-21
Classificação dos circuitos RCL em paralelo: E 100 V
a
I = I = I = 5A
a) Quando X for menor que X ou C X C 20 Ω C
L C C
I maior que I , temos: θ negativo, E
L C 100 V
a
circuito R . I = I = I = 8A
L L X L 12,5 Ω L
L
b) Quando X for menor que X ou
C L
I maior que I temos: θ positivo, A corrente total ou de linha:
C L
circuito R . 2 2
C
I = I + (I − I )
c) Quando X for igual a X ou I igual T R L C
L C L
a I , temos: θ igual a zero, circuito 2 2
C I = 4 + (8 − 5 )
RESISTIVO. T

I = 16 + 9 I = 5A
Potência aparente, real e fator de potência T T

Para o cálculo, empregam-se as mesmas A impedância total do circuito:


equações já vistas nos circuitos R ou RC em E
L 100 V
a
paralelo, ou seja: Z = Z =
T I T 5A
T
2
P = E x I P = I x Z Z = 20 Ω
A a T A T T T

E 2 O fator de potência:
a
P =
A Z I
T R 4A
f = f =
p I p 5A
P = E x I T
R a R
f = 0,8 ou 80%
P = E x I x cos θ p
R a T

P
A potência real:
R
f = f = cos θ P = E x I x cos θ
p P p R a T
A

I Z P = 100 x 5 x 0,8
R
f = R f = T
p I p R
T P = 400 W
R
Dado o circuito da figura 1-48, A potência aparente:
determinar:
P = E x I
A a T

P = 100 x 5
A

P = 500 VA
A

Figura 1-48 A corrente circulante no tanque:

As intensidades de corrente I , I e I :
A corrente circulatória é a menor entre as
R C L duas correntes I ou I .
L C
E 100
I = a
I = I = 4A Como I é a menor corrente, logo, a
C
R R R 25 Ω R
corrente circulatória será de 5A..

1-22
RESSONÂNCIA EM PARALELO E Para uma determinada freqüência a
CIRCUITO TANQUE IDEAL reatância indutiva será igual à reatância
capacitiva ( X L = X C ) , logo, o circuito entra
Ressonância em paralelo em ressonância.
O circuito sintonizado em paralelo é um A figura 1-51 mostra o gráfico da variação
dos mais importantes da eletrônica, sendo da reatância indutiva e capacitiva em função da
amplamente empregado em transmissores, freqüência.
radio, radar, etc.
O fenômeno da ressonância em série,
também se presta a uma análise nos circuitos em
paralelo, entretanto, sua aplicação revela
condições diferentes de operação.
Um circuito em paralelo encontra-se em
ressonância quando é estabelecida a igualdade
entre a reatância indutiva e a reatância
capacitiva ( X = X ) a qual determina a
L C
igualdade entre as correntes I = I .
L C Figura 1-50
Circuito Tanque Ideal
Chama-se comumente tanque a qualquer
associação LC, particularmente quando as
reatâncias são ligadas, conforme a figura 1-49.

Figura 1-51
Figura 1-49

A designação tanque resulta da Uma vez estando o circuito em


capacidade que têm os circuitos LC de ressonância, a corrente através do indutor e do
armazenar energia. Embora o circuito tanque capacitor são iguais (I = I ) , porém
L C
ideal não seja exeqüível na prática, uma análise
defasadas de 180º. Assim sendo, a corrente total
de seu comportamento é instrutiva.
ou de linha que é a soma vetorial de I e I , é
A figura 1-50 representa o esquema de um L C
circuito tanque ideal (R = 0) em que um igual a zero. Este fato é mostrado por
indutor e um capacitor estão associados em intermédio do diagrama vetorial da figura 1-52.
paralelo e ligados a uma fonte de CA de Assim, nesse circuito ressonante em paralelo
freqüência variável. hipotético, a impedância do circuito será infinita
Há, portanto, dois caminhos por onde a e não haverá corrente de linha.
corrente pode circular; um pelo indutor e outro Todavia, haverá uma corrente circulatória
pelo capacitor. no tanque apesar de nenhuma corrente ser
Se a fonte de CA operar em baixa fornecida pela fonte.
freqüência, a maior parte da corrente circulará Depois da carga inicial do capacitor, ele
pelo indutor do que pelo capacitor, porque X é descarrega sobre o indutor, isto é, a energia
L
armazenada no capacitor fornece a corrente que
menor que X . Se, porém, a fonte de CA
C percorre o indutor.
operar em alta freqüência, a maior parte da O campo magnético resultante em torno
corrente circulará pelo capacitor porque X é do indutor age como fonte de energia para
C
menor que X . recarregar o capacitor.
L

1-23
Essa transferência de energia entre os dois
elementos continua na freqüência de
ressonância sem qualquer perda.
O sistema está em estado oscilatório e
pode ser comparado com um pêndulo em que,
não havendo atrito, oscila continuamente, desde
que tenha recebido um deslocamento inicial
devido a uma fonte de energia.

IL = I C e XL = XC

Figura 1-53

Figura 1-52

Mas, da mesma maneira que o pêndulo Figura 1-54


real nunca é totalmente desprovido de atrito e
dissipa alguma energia durante a oscilação, os A ressonância nos circuitos paralelos é
circuitos ressonantes em paralelo, na prática, chamada de anti-ressonante, por serem seus
incluem alguma resistência que absorve energia efeitos exatamente opostos aos observados nos
da fonte original. circuitos em série.
Conseqüentemente apesar da impedância
do circuito ser máxima na ressonância, tem Freqüência Anti-ressonante
valor finito, e não infinito e a corrente de linha,
apesar de ser mínima e estar em fase com a Aplica-se a expressão de freqüência anti-
tensão aplicada, não é igual a zero. ressonante ao circuito em paralelo e freqüência
Na figura 1-53, temos o gráfico de ressonância ao circuito em série. Em
representativo da impedância e corrente em qualquer caso, uma combinação LC tem uma
relação à variação de freqüência. freqüência ressonante, qualquer que seja o nome
A corrente circulatória no tanque tem o que esta receba.
mesmo sentido e é máxima quando o circuito A freqüência anti-ressonante de um
encontra-se em ressonância. circuito paralelo é determinada da mesma
Veja a figura 1-54. maneira que num circuito em série, ou seja:
A corrente circulatória, é considerada 1
como sendo a corrente do capacitor I ou do fr =
C 2π L x C
indutor I , uma vez que I = I e pode ser
L L C
facilmente determinada pela Lei de Ohm: Impedância no circuito tanque ideal

No circuito ressonante em paralelo a


E E tensão é a mesma e as correntes em cada ramo e
a a
I = e I =
C X L X na linha são determinadas pela impedância total
C L
da linha. Assim, a corrente no ramo indutivo ou
capacitivo em qualquer instante é:

1-24
E E versátil. Pode ser usado para
a a
I = I = substituir um capacitor ou um indutor.
L X C X
L C
Exercício resolvido
A corrente total I na linha, pela Lei de
T A figura 1-55 mostra o esquema de um
Ohm, é: circuito RC em paralelo. O gerador de
E freqüência variável entrega 300V.
a A freqüência anti-ressonante será:
I =
T Z
T

Além disso, como já foi visto, a corrente


total é igual à soma vetorial das correntes nos
ramos. Como essas correntes estão defasadas de
180º e X é convencionalmente negativo, tem-
C
se:
I = I − I
T L C

Donde:
Figura 1-55
E E
a a 1
I − I = Z =
L C Z T I − I fr =
T L C 2π L x C
E 1
a
Z = f =
T E E r −3 −11
a a
− 6,28 4 x 10 x 4 x 10
X X
L C
f r = 398000 Hz
X x X
L C
Z =
T X − X A corrente em qualquer um dos ramos é
C L
determinada pela reatância nesse ramo. Como
I é igual a I , qualquer reatância pode ser
A impedância de um circuito em paralelo L C
difere de um circuito em série. Uma reatância usada.
indutiva grande em um circuito em série faz
com que este haja indutivamente, porém, uma X L = 2π x f x L
grande reatância indutiva num circuito em 3 −3
paralelo faz este agir capacitivamente, pois X = 6,28 x 398 x 10 x 4 x 10
L
passa mais corrente pelo ramo capacitivo.
Um circuito tanque ideal apresenta as Logo:
seguintes características: E
a 300
I = I =
a) Na ressonância, a impedância é L X L 10000
L
infinita;
X = 10000 ohms I = 0,03 A
L L
b) À medida que a freqüência se afasta
da freqüência de ressonância, a Assim, a corrente circulatória no tanque é
impedância se aproxima de zero; de 0,03A, mas a corrente na linha é
praticamente nula; como já sabemos, a
c) O circuito se aproxima indutivamente freqüência de ressonância oferece o máximo de
para as freqüências inferiores à de impedância à linha.
ressonância e, capacitivamente, para Se a freqüência do gerador for mudada
as freqüências maiores que a de para 200 KHz a corrente nos ramos diferirá:
ressonância. Os pontos precedentes
indicam que o circuito tanque é muito XL = 2 π x f x L

1-25
3 −3 I = 0,059 − 0,015 T = 0,044A
X = 6,28 398 x 10 x 4 x 10 T T
L
Assim, a corrente na linha é de 44 mA,
E
Logo: I = a atrasada de 90º em relação à tensão aplicada. A
L X figura 1-56, mostra o diagrama vetorial deste
L
circuito na freqüência de 200 KHz.
300
I =
L 10000
X = 10000ohms
L

I = 0,03 A
L

Assim, a corrente circulatória no tanque é


de 0,03A, mas a corrente na linha é
praticamente nula; como já sabemos, a Figura 1-56
freqüência de ressonância oferece o máximo de
impedância à linha. Empregando-se a fórmula da impedância,
tem-se:
Se a freqüência do gerador for mudada
para 200 KHz a corrente nos ramos diferirá: X x X
L C
Z =
T X − X
X L = 2π x f x L C L

X L = 6,28 x 2 x 105 x 4 x 10−3 5024 x 19900


Z =
T 19900 − 5024
X = 5024 ohms
L
Z = 6720 ohms
T
Logo:
E 300
a
I = I = CIRCUITO TANQUE REAL E CIRCUITO
L X L 5024
L TANQUE COM RESISTOR EM
DERIVAÇÃO
I = 0,059 A
L
Circuito Tanque Real
1
Como: XC =
2π x f x c As conclusões obtidas no estudo do
circuito tanque ideal e os resultados da análise
1
X = do circuito anterior foram baseados na hipótese
C 5 −11
6,28 x 2 10 x 4 x 10 da resistência nos ramos em paralelo ser nula ou
desprezível.
106 A figura 1-57 apresenta um diagrama
XC = X = 19900 ohms
50,24 C esquemático equivalente a um circuito real. O
ramo capacitivo contém uma resistência
Logo: desprezível, enquanto que o ramo indutivo
E inclui toda a resistência do circuito.
a 300
I = I = A presença da resistência no circuito em
C X C 19900
C paralelo significa que as correntes dos
respectivos ramos não estão exatamente
I = 0,015 A
C defasadas de 180º na ressonância. A resistência
altera o ângulo de fase de cada ramo, como é
Como a corrente indutiva é maior que a
visto na figura 1-58.
capacitiva, o circuito se conduz indutivamente.
Assim as correntes dos ramos não se
A corrente de linha é:
anulam completamente e resulta disso uma
I = I − I corrente de linha.
T L C

1-26
Dessa forma, o valor da corrente de linha Como a corrente ressonante do tanque é
na ressonância é, pois um indicativo da igual à corrente de menor valor, I ou I e em
C L
quantidade de resistência presente no circuito.
virtude de I ser menor que I teremos:
À medida que a resistência diminui, a L C
corrente de linha tende para uma amplitude
I I
mínima e a entrar em fase com a tensão Q =
tan que
Q= L
aplicada. I I
T

E
a
X Z
L T
Q = Q =
E X
a L
Z
T

Como: X = X
L C

Z
T
Figura 1-57 Logo: Q =
X
C

Obs.: esta equação, somente deve ser


empregada quando o valor de R for
muito baixo em relação a XL.
Assim, o Q de um circuito ressonante em
paralelo também é considerado como sendo a
relação entre a impedância e a reatância indutiva
ou capacitiva.
Os circuitos de Q elevados são, como já
vimos, muito úteis nos circuitos eletrônicos
seletivos. Quanto maior for o Q, maior será a
seletividade do circuito.

Curvas de Ressonância
Figura 1-58
Nos circuitos ressonantes em paralelo, a
curva de impedância é a curva característica de
Fator de Qualidade
ressonância (figura 1-59).
O fator de qualidade ou “Q” de um Como já foi visto, a freqüência de
circuito ressonante em paralelo é igual ao de um ressonância independe do valor da resistência
circuito ressonante em série, em que: do circuito.
X
L
Q=
R
Porém, no circuito ressonante em série, a
qualidade ou Q do circuito também é
determinada pela relação entre a tensão em cada
reatância e a tensão aplicada. Como a tensão é a
mesma no circuito ressonante em paralelo, o Q
do circuito também é determinado pela relação
entre a corrente no tanque e a corrente na linha,
ou seja:
I
tan que
Q =
I Figura 1-59
linha

1-27
A agudeza da curva depende do Q do figura 1-61. O resistor R é chamado de “resistor
circuito e pode ser aumentada ou diminuída, de amortecimento” e aumenta efetivamente a
respectivamente com o acréscimo ou largura de faixa de um circuito, porque ele será
decréscimo do valor da resistência. Se a responsável por uma parte da corrente de linha
resistência do circuito ressonante for muito que a ressonância não pode cancelar. O
grande, o circuito perde sua utilidade como amortecimento de derivação faz diminuir o Q do
seletor de freqüência. circuito e portanto o circuito fica menos
seletivo.
Largura de Faixa
A largura de faixa do circuito ressonante
em paralelo, segue as especificações para a
largura de faixa do circuito ressonante em série.
Portanto, os limites efetivos da faixa de
passagem são tomados nos pontos da curva de
ressonância a 0,707 do valor de pico. Assim, as
duas freqüências, uma acima e outra abaixo da
ressonância (pontos de meia potência), formam
os limites da largura de faixa. Veja a figura 1- Figura 1-61
60.
Exercício resolvido
Estando o circuito da figura 1-62 em
f ressonância, calcular:
Bw = r
Q
Q = Z = I =
T

I = P =
tan que R

Figura 1-60

A largura de faixa de um circuito


sintonizado pode ser determinada por meio da Figura 1-62
fórmula: Cálculo do Q:
f
Bw = r X 10000
L
Q Q = Q =
R 200
Onde: Q = 50
Bw = largura de faixa (hertz) Cálculo da impedância:
Fr = freqüência anti-ressonante (hertz) Z = Q x X Z = 50 x 10000
L
Q = Qualidade
Z = 500 KΩ
Circuito Tanque com resistor em derivação Cálculo da corrente de linha:
Outro caso que deve ser mencionado é o E 300
a
que acontece quando um resistor está ligado em I = I =
T Z T 500000
paralelo com o circuito tanque, conforme a T

1-28
I = 0,6 mA O filtro “corta-faixa” barra as freqüências
T
que ficam dentro de uma faixa, deixando passar
Cálculo da corrente no tanque: todas as demais.
O ponto de corte em um circuito de filtro
Itanque = Q x IT
pode ser facilmente determinado pelas equações
Itanque = 50 x 0,0006 Itanque = 30 mA abaixo:
Cálculo da largura de faixa: P = E x 0,707 ou
co a
f
r P = I x 0,707
Bw = Q
co T

100000 Em que:
Bw =
50 P = ponto de corte
co
Bw = 2 KHz E = tensão aplicada
2 a
P = I x R I = corrente total
R R
T
2
P = 0,03 x 200
R
Desde que, idealmente, um filtro deve
P = 0,18 W deixar passar freqüências escolhidas sem
R
atenuação, as perdas de energia devem ser
baixas.
FILTROS DE FREQÜÊNCIA Em conseqüência, os componentes de um
circuito de filtro consistem comumente em
Comumente, a corrente em um circuito de elementos reativos.
rádio contém vários componentes de freqüência. Pela disposição conveniente de indutores
A função de um circuito de filtro é efetuar uma e capacitores, os filtros podem ser construídos
determinada separação destes componentes. de maneira a permitir qualquer característica de
Assim, um filtro pode ser usado para separar os seleção de freqüência.
componentes de corrente contínua dos de
corrente alternada ou para separar grupos de
componentes de corrente alternada por faixas de Filtro Passa-Baixa
freqüência.
Para conseguir esta finalidade, o filtro
A figura 1-63 ilustra um filtro passa-
deve apresentar baixa atenuação (oposição) para
baixa. Na entrada, as altas freqüências
componentes de freqüência dentro de uma faixa
encontram uma reatância indutiva relativamente
particular, a faixa de passagem, e alta atenuação
elevada em L e uma baixa reatância capacitiva
em freqüências dentro de outras faixas
em C.
atenuadas.
Assim, as altas freqüências são detidas por
L e postas em curto circuito, por C. As
Características dos circuitos de filtros
freqüências baixas encontram fraca oposição em
L e alta oposição em C.
Os filtros são comumente classificados de
Por conseguinte, as baixas freqüências
acordo com as suas características de
passam da entrada para a saída.
seletividade: o filtro “passa-baixa” transmite
Portanto, um filtro pass-baixa destina-se a
todas as freqüências abaixo de uma freqüência
conduzir todas as freqüências abaixo de uma
limite, chamada freqüência de corte ( f ) , e
co freqüência crítica pré-determinada ou
barra as freqüências mais altas que a freqüência freqüência de corte e a reduzir ou atenuar
de corte e o filtro “passa-alta” faz exatamente o consideravelmente as correntes de todas as
contrário. freqüências acima desta freqüência.
O filtro “passa-faixa” deixa passar as Nesse filtro passará também a freqüência
freqüências contidas numa faixa entre duas que se encontra no ponto de corte.
freqüências de corte e elimina as freqüências Na figura 1-64 vemos o gráfico
que ficarem acima e abaixo dos limites da faixa. característico de seu ponto de corte.

1-29
Figura 1-66
Figura 1-63
As figuras 1-67 e 1-68 mostram
respectivamente filtros passa-baixa e passa-alta
e do tipo “π”, assim designados por causa de
sua semelhança com a letra pi.
Os elementos mais perto da entrada
caracterizam o filtro. Assim, as figuras 1-69 e 1-
70, mostram respectivamente, filtros passa-
baixa com entrada a indutor e passa-alta com
entrada a capacitor. Todavia, para que estes
filtros possam desempenhar satisfatoriamente
suas funções, os componentes reativos, devem
ser iguais, ou seja: C = C eL = L
1 2 1 2
Figura 1-64
Filtro Passa-alta
Na figura 1-65 , temos um filtro passa-
alta. As baixas freqüências deparam com uma
reatância capacitiva relativamente alta em C e
uma reatância indutiva baixa em L. As altas
freqüências encontram diminuta oposição em C
e alta oposição em L. Por conseguinte, as altas
freqüências passam da entrada para a saída. Figura 1-67
Portanto, um filtro desse tipo destina-se a deixar
passar correntes de todas as freqüências acima
do ponto de corte e atenuar todas as freqüências
abaixo desse ponto. Neste filtro passará também
a freqüência que se encontra no ponto de corte.
Na figura 1-66, vemos o gráfico característico
de seu ponto de corte. Para melhor a ação
seletiva dos filtros passa-alta e passa-baixa, eles
são projetados com duas ou mais secções. Figura 1-68

Figura 1-65 Figura 1-69

1-30
Figura 1-72
Figura 1-70 Os circuitos sintonizados em série
oferecem dentro dessa faixa, uma pequena
Filtros de circuitos sintonizados impedância às correntes dessas freqüências e
fora dela uma alta impedância. Assim, as
Os circuitos ressonantes (sintonizados) correntes dessas freqüências desejadas dentro da
possuem características que os tornam ideais faixa circularão pelo circuito sem serem
para filtros, quando se deseja, grande afetadas, mas as correntes de freqüências
seletividade. indesejadas, isto é, fora da faixa, encontrarão
O circuito ressonante em série oferece grande impedância e não poderão passar.
baixa impedância à corrente de freqüência em Na figura 1-73, temos um circuito
que está sintonizado e uma impedância ressonante em paralelo como filtro passa-faixa.
relativamente grande às correntes das demais
freqüências.
O circuito ressonante em paralelo oferece
uma impedância muito grande à corrente de sua
freqüência ressonante e uma impedância
relativamente baixa às outras.

Filtro passa-faixa

Os filtros passa-faixa ou passa-banda Figura 1-73


destina-se a deixar passar correntes dentro dos Os circuitos sintonizados em paralelo
limites de uma faixa contínua, limitada por uma oferecem, dentro dessa faixa, uma alta
alta e por uma baixa freqüência de corte e para impedância às correntes dessas freqüências e
reduzir ou atenuar todas as freqüências acima e fora dela uma baixa impedância.
abaixo desta faixa. De modo que as correntes das freqüências
Na figura 1-71, utiliza-se um circuito fora da faixa serão desviadas pelo tanque, ao
ressonante em série como filtro passa-faixa. passo que as correntes das freqüências dentro da
Na figura 1-72 vemos o gráfico que ilustra faixa circularão pelo circuito sem serem
a faixa de freqüência desejada. afetadas pelo tanque.
Filtro corta-faixa

Os filtros corta-faixa são destinados a


suprimir as correntes de todas as freqüências
dentro de uma faixa contínua limitada por duas
freqüências de corte, um mais alta e outra mais
baixa, e a deixar passar todas as freqüências
acima e abaixo dessa faixa.
Na figura 1-74, temos um circuito
ressonante em paralelo com filtro corta-faixa e,
na figura 1-75, temos o seu gráfico
Figura 1-71 característico.

1-31
O circuito ressonante em paralelo é
sintonizado na freqüência do sinal que não se
deseja. Logo, o filtro apresenta alta impedância
às correntes dessa freqüência e permite a
passagem de todas as outras freqüências.
A figura 1-76 ilustra um circuito
ressonante em série como filtro corta-faixa.

Figura 1-74

Figura 1-76

O circuito ressonante em série é


sintonizado também, na freqüência do sinal
indesejado, e estas correntes indesejadas serão
eficazmente desviadas, geralmente, para a terra;
porém, as demais freqüências não serão
Figura 1-75 afetadas.

1-32

Das könnte Ihnen auch gefallen