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OBRA:

Dos Santos, Theotonio (2015). Teoria da Dependência: Balanços e Perspectivas.


Florianópolis: Insular, v. 1. Obras Escolhidas.

Teoria da Dependência

Balanço e Perspectivas

Parte I

CAPITULO I- ANTECEDENTES HISTÓRICOS: O SURGIMENTO


DA TEORIA DO DESENVOLVIMENTO
No contexto entre guerras mundiais, teve-se o surgimento e acentuação da crise
do colonialismo o que fez insurgir diversas mudanças de caráter territorial, político e
econômico, culminando em movimentos de libertação nacional que buscavam a
liberação do domínio estrangeiro e autonomia para alcançarem o status de Estados
Nacionais. A América Latina, mesmo sendo uma região de Estados independentes,
absorve esses ideários, pois almeja uma independência política legítima diante das
pressões e intervenções que sofria da Inglaterra e dos EUA e principalmente uma
independência econômica que sustentasse seus Estados Nacionais.

Com a Conferência Afro-asiática de 1954, obteve-se uma nova realidade


mundial que influenciou a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
Assim, entrou em questão a “necessidade” mundial de se atingir a modernidade, estágio
social que correspondia ao pleno desenvolvimento da sociedade democrática. Nesse
contexto, para tentar analisar todas essas questões surge a “teoria do Desenvolvimento”
que tinha como principal característica:

“Conceber o desenvolvimento como a adoção de normas de


comportamento, atitudes e valores identificados com a racionalidade
econômica moderna, caracterizada pela busca da produtividade máxima, a
geração de poupança e a criação de investimentos que levassem a acumulação
permanente da riqueza dos indivíduos e, em consequência, de cada sociedade
nacional” (p.18).

A teoria visava identificar fatores que impediam a consolidação da modernidade,


verificando quais eram os instrumentos de intervenção mais eficazes para se conseguir
atingir esse estágio social ideal, exemplificada através da sociedade moderna que
engendrou na Europa e consolidou-se nos EUA. Contudo, foi em meados de 1950/60
que a teoria do desenvolvimento ganhou mais corpo, através da obra de W.W. Rostov
intitulada de “Um Manifesto Anticomunista”. Rostov considerou todas as sociedades
pré-capitalistas como tradicionais e o desenvolvimento passou a ser, assim, um modelo
ideal de ações conjuntas de caráter econômico, social e político que ocorriam em
determinados países, que tivessem as condições ideais para que o processo de
desenvolvimento ocorresse. A grande questão era mostrar que o principio do
desenvolvimento não estava ligado a um Estado revolucionário e sim a um conjunto de
medidas econômicas adotadas por qualquer Estado nacional que vestisse uma ideologia
desenvolvimentista (p.20). Contudo, as ideias de Rostov não anulavam a importância
que teve a obra de Marx para o debate sobre o desenvolvimento.

“Para Marx, a modernidade se identificava com a revolução


democrática - burguesa. Tratava-se de uma versão classista e histórica de um
modelo cujas pretensões universais derivavam de sua origem de classe, isto é a
ideologia burguesa. [...] para Marx, esta formação social representava somente
um estágio do desenvolvimento global da humanidade.” (p.21).

Porém, em meio a esse debate surgia à questão da URRS, tida como a pioneira
em conduzir uma experiência de desenvolvimento econômico por meio de um
planejamento estatal centralizado. Assim, a Revolução Russa trouxe a necessidade de se
explicar como o socialismo surgira como um novo regime politico e econômico com um
modelo de produção novo, numa sociedade que ainda não tinha atingido a maturidade
da revolução burguesa e da modernização.

Outras experiências de aplicação desse modelo de regime russo na China,


Coréia, Vietnã e Cuba; o estabelecimento desses regimes em uma economia mundial
capitalista; o socialismo tido como solução para os problemas do capitalismo, mesmo
em sociedades que ainda não tinham atingido os elementos básicos de uma economia
industrial moderna, deixou mais complexo o debate, haja vista que o desenvolvimento
ainda estava condicionado a uma lógica econômica externa.

Em suma, para alcançar a modernidade era necessário identificar e superar os


obstáculos que impediam a plena consolidação do processo de desenvolvimento e
mesmo buscando alternativas para ultrapassar o subdesenvolvimento ainda estava
evidente a dependência desses países em relação à economia internacional.
CAPITULO II - A TEORIA DA DEPENDÊNCIA: UM
BALANÇO

No contexto de pós 1ª, 2ª guerra, crise de 1929, mais o enaltecimento do


protecionismo e nacionalismo, reestabelecia-se a integração da economia mundial
juntamente com uma série de mudanças de escala global no cenário politico, econômico
e social. A América Latina estava passando por um novo modelo de desenvolvimento
socioeconômico e para conseguir explicar os novos agentes desse processo engendra a
Teoria da Dependência nos anos 1960. Esse novo processo de desenvolvimento estava
ligado ao desenvolvimento industrial, tendo as indústrias instaladas nos países
dependentes nas décadas de 30 e 40, que serviram também para a dinâmica de expansão
do capital internacional. A partir disso, verificou-se que era necessário repensar o
subdesenvolvimento já que a realidade era contraria a teoria de que o
subdesenvolvimento existiria por conta da falta de desenvolvimento, assim, começou-se
a entender esses dois fenômenos/processos como produtos do histórico do
desenvolvimento do capitalismo, como sistema mundial que produzia simultaneamente
esses processos.

A Teoria da Dependência, segundo Santos, representou um esforço crítico para


entender os limites de um processo de desenvolvimento iniciado num período histórico
em que a economia mundial se estabelecera segundo a hegemonia de grandes grupos
econômicos e forças imperialistas dotadas de grande poder, mesmo quando uma parte
delas entrava em crise e abria oportunidade para o processo de descolonização. Segundo
Blomstrom e Hettne (economistas e estudiosos da teoria),existia um “conflito de
paradigmas” entre o paradigma modernizante e o enfoque da dependência, além disso
identificam as ideias centrais da escola da dependência: a) o subdesenvolvimento esta
ligado de maneira direta com a expansão dos países industrializados; b) o
desenvolvimento e o subdesenvolvimento são aspectos diferentes do mesmo processo
universal; c) o subdesenvolvimento não pode ser considerado como primeira condição
para um processo evolucionista e; d) a Dependência, não é só um fenômeno externo,
mas se manifesta também sob diferentes formas na estrutura interna (social, ideológica,
política). A partir disso, identificam as correntes dentro da escola da dependência: a
autocrítica estruturalista, a neomarxista, a marxista ortodoxa e a que não utiliza a
tradição marxista ou neomarxista, essa proposta segundo Santos é a que mais se
aproxima de uma descrição correta das tendências teóricas principais que configuraram
a teoria da dependência, contudo, essa proposta deixou algumas lacunas.

Nesse contexto, na América Latina aconteceu um reordenamento das temáticas


das ciências sócias por conta da teoria e, segundo Dos Santos, as ciências sociais
ganharam papel importante haja vista que:

“[...] já não refletiam somente acerca de novas preocupações sociais


para analise social e econômica, mas também novas opções metodológicas,
além disso, a região teve um afloramento de propostas metodológicas o que
expressava um adensamento de seu pensamento social que superava a simples
aplicação de reflexões, metodologias ou propostas cientificas importadas dos
países centrais para abrir um campo teórico próprio e seu caminho para uma
práxis mais realista” (p.31).

A teoria da dependência tentou ser uma síntese deste movimento intelectual e


histórico. Tendo a América Latina surgida para satisfazer as demandas da Europa,
inserindo-se no mundo do mercado mundial capitalista, sendo ,segundo Frank,
capitalista desde seus primórdios. Dos Santos concorda com a afirmativa de Frank e
corrobora dizendo que a América Latina nasceu como uma economia mercantil, voltada
para o comércio mundial e não poderia ser identificada com modo de produção feudal,
contudo, expõe também que teoria de Frank deixara algumas lacunas, haja vista que não
se podia esperar só pela revolução democrático-burguesa como fator mobilizador da
região, além de que essas lacunas subestimavam o obstáculo representado pela
hegemonia do latifúndio exportador e pela sobrevivência das relações servis ou
semiservis na formação de uma sociedade civil capaz de conduzir uma luta
revolucionária (p.32).

Esse debate acerca do feudalismo culminou num debate sobre a burguesia


nacional e o questionamento de até que ponto o capitalismo da região havia criado uma
burguesia nacional capaz de propor uma revolução democrática. No caso brasileiro no
contexto do projeto de Estado Nacional Democrático dirigido por Getúlio Vargas, Dos
Santos explica que buscava mostrar os limites estruturais desse projeto diante da
expansão de empresas multinacionais para o setor industrial. A burguesia brasileira
verificou que o caminho do aprofundamento da industrialização exigia a reforma agraria
e outras mudanças em direção à criação de um vasto mercado interno e à geração de
uma capacidade intelectual, cientifica e técnica capaz de sustentar um projeto
alternativo (p.34).

Com o golpe de Estado de 1964 o avanço nacional-democrático ficou


comprometido, colocando o país no caminho do desenvolvimento dependente, apoiado
no capital internacional e num ajuste estratégico com o sistema de poder global. Trinta
anos depois com Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência, ele aceitou a
irreversibilidade do desenvolvimento dependente e a possibilidade de compatibiliza-lo
com a democracia representativa. Segundo Cardoso:

Os inimigos da democracia não seriam, portanto, o capital


internacional e sua política monopolista, captadora e expropriadora dos
recursos gerados em nossos países. Os seus verdadeiros inimigos da
democracia são o corporativismo e uma burguesia burocrática e conservadora
que, entre outras coisas, limitou a capacidade de negociação internacional do
país dentro do novo patamar de dependência gerado pelo avanço tecnológico e
pela nova divisão internacional do trabalho que se esboçou nos anos 1970,
como resultado da realocação da indústria mundial (p.35).

Essas teses ganharam corpo internacionalmente e fizeram com que surgissem


alianças proporcionando a América Latina um novo relacionamento internacional com
moedas fortes, estabilidade monetária e fiscal e corte de gastos estatais. A partir disso,
os governos eleitos com apoio internacional visavam uma integração das Américas sob
a hegemonia norte-americana. Segundo Dos Santos, essa posição corroborava o caráter
entreguista e comprador das burguesias latino-americanas. Contudo, existiram
resistências a esse projeto neoliberal e as dificuldades de extermina-las fez com que o
projeto ficasse nos marcos de um regime liberal democrático, parecendo dar razão a tese
de que o desenvolvimento dependente é compatível com os regimes políticos liberais
democráticos, havendo exceções (p.36).

Segundo Dos Santos, o desenvolvimento dependente associado ao capital


internacional tinha três características era: Dependente, concentrador e excludente,
sendo acentuadas na década de 1980 com a globalização e 1990 com o consenso de
Washington. Dos Santos, também fala que como previsto, a expansão industrial da
América Latina não fez com que seus países tornassem–se países industriais
desenvolvidos, pelo contrário, aumentou-se a distancia dos países centrais, ficando as
indústrias obsoletas e poluentes nos países de desenvolvimento médio (p.38).
Na década de 1980 o Estado volta-se para o pagamento da divida externa,
criando um enorme divida interna com altos juros e rotação, contudo, na década de 1990
os juros internacionais baixam e os países dependentes começam a implantar uma
politica de valorização de suas moedas, resultando em déficits comerciais, que buscam
cobrir a atração de capital especulativo de curto prazo, pagando-lhes altos juros,
internamente. E nesse movimento para driblar os juros, o Estado acaba tornando-se
prisioneiro do capital financeiro, com um divida publica em crescimento exponencial e
sem nenhum espaço para investimento estatal, e também, cada vez menos para as
políticas sociais e manutenção do funcionalismo publico da região. Assim, o Estado se
põe completamente a serviço do grande capital financeiro subordinado cada vez mais a
outros setores da burguesia (p.39).

Para Dos Santos a problemática do subdesenvolvimento e do desenvolvimento


deve ser analisada no processo de evolução do sistema econômico mundial.

CAPITULO III- O DEBATE SOBRE A DEPENDÊNCIA

Neste capitulo, o autor faz um levantamento das literaturas, especificamente das


décadas de 1970 e 1980, acerca da Teoria da Dependência, pois julga necessário para
uma melhor compreensão da evolução dessa Teoria alguns aspectos como: sua enorme
difusão e as diversas críticas que a Teoria da Dependência sofreu nas décadas já citadas
acima. Partindo disso, Santos inicia apontando diversas obras da década de 70 que
começaram o debate sobre a temática, desde uma perspectiva universal, obras que
buscavam apresentar a Teoria da Dependência como uma escola de pensamento nova,
propondo um paradigma científico alternativo a principal corrente do pensamento social
ocidental; outras obras enfatizavam a questão de que a noção de dependência era uma
desculpa para explicar o fracasso econômico dos países subdesenvolvidos; obras que
procuraram aplicar o conceito de dependência à realidade de determinado local. O autor
também nos apresenta a relevante fusão que a teoria teve no continente africano,
culminando em congressos, encontros, associações e literaturas a respeito do tema.

Na Ásia, especificamente na Índia, o debate se dava na questão entre o


tradicional e o moderno, entre atraso e desenvolvimento, envolvendo também a cultura,
culminando na pouca influencia da Teoria sobre o pensamento indiano segundo Hettne
e Bromstom, porém, Santos sinaliza para o fato de muitos autores hindus terem
integrado a noção de dependência em seus campos teóricos ou apresentações didáticas,
assumindo a Teoria da Dependência como instrumental analítico e falando da Ásia no
geral, o autor aponta para o grande impacto que o livro organizado por Ngo Man Lan
(1984) demonstrando a profunda influencia dos estudos sobre a dependência nas regiões
mais tipicamente subdesenvolvidas da Ásia.

Sobre a América Latina, Santos também aponta diversos momentos em que a


Teoria da Dependência foi incorporada, um dos exemplos utilizados foi sobre Luigi
Bordin (1986) que buscou demonstrar as relações profundas entre a teologia da
libertação no Brasil e na América Latina e a absorção teórica da ala marxista da Teoria
da Dependência (p.45). Particularmente sobre Cuba, o autor sinaliza que uma revista já
apoiava e dava espaço ao novo pensamento latino-americano e coloca como uma
influencia teórica fundamental, porém isso cessou com a derrota de Che Guevara em um
debate sobre o papel das motivações materiais e morais no planejamento socialista, o
autor também aponta para outros eventos que ocorreram no território cubano e ressalta
Vania Bambirra pelo seu livro A Revolução Cubana, uma Reinterpretação, onde nele
aplicava-se a Teoria da Dependência para mostrar não somente as verdadeiras causas do
processo revolucionário cubano como também suas dificuldades e Santos também
sinaliza para o fato de que o livro foi lido por setores da diretoria politica cubana,
contudo, devido suas concepções não ortodoxas não foi divulgado no país (p.46).

Através destes exemplos, Santos mostra que a Teoria da Dependência


influenciou de maneira intensa os continentes citados acima e também os outros
continentes, encontrando-se espalhada por todo o globo. Contudo, segundo o autor, foi
na América Latina que os estudos acerca do tema avançaram por toda parte, e nos
mostra o movimento de critica que teve inicio no fim da década de 1970 e inicio de
1980 destacando algumas criticas feita a teoria e salientando novamente a obra de
Bambirra que, segundo o mesmo, respondia a todas as criticas mostrando os equívocos
de intepretação que elas tinham, atribuindo aos teóricos da dependência posições que
eles nunca defenderam como a ideia de uma tendência à estagnação econômica, uma
supervalorização dos fatores externos em relação aos internos etc.(p.48).

Santos também chama atenção para os “marxistas ortodoxos”, grupo de críticos


da Teoria da Dependência, a crítica desse grupo se refere ao fato da teoria colocar as
determinações externas como fundamentais e colocar em segundo plano a luta de
classes no interior de cada país, condenam também qualquer visão crítica do
desenvolvimento do capitalismo. Assim, o autor também faz uma critica ao grupo
afirmando que não conseguem compreender o bloqueio as forças produtivas, ao
crescimento econômico, ao desenvolvimento educacional, a saúde, dentre outros que o
imperialismo traz as nações colonizadas e também não conseguem entender o fenômeno
de superexploração e transferência internacional de excedentes gerados no Terceiro
Mundo e enviados para os países centrais (p.48), justificando sua critica com a
afirmação de que Marx jamais autorizaria uma concepção classista que colocasse em
oposição a analise das economias nacionais e o estudo de sua articulação com a
economia mundial (p.49).

Em suma, neste capitulo, como propõe o titulo, Santos nos mostra o debate que
se deu acerca da Teoria da Dependência nos continentes, particularmente o Africano,
Asiático e Latino Americano, ressaltando alguns países como Cuba e Índia e as vezes
perpassando pelo Brasil, apontando para como foi a integração da Teoria da
Dependência ao pensamento já existente, o contexto em que ocorreu, as críticas que
essa teoria sofreu principalmente nas décadas de 1970 e 80, e também um pouco da
evolução dessa teoria que resultou em parte desses diversos debates ocorridos,
chamando atenção para o grande acolhimento da Teoria pela América Latina, além de
trazer também uma perspectiva marxista acerca da Teoria da Dependência.

Capitulo IV- A GLOBALIZAÇÃO E O ENFOQUE DO SISTEMA-


MUNDO

Num contexto de aprimoramento da teoria da dependência, deu-se ênfase ao


global, buscava-se entender a origem e formação do capitalismo enquanto economia
mundial, rever conceitos como a teoria do imperialismo, constituindo uma analise do
sistema mundial que resultou na ampliação da discussão acerca da teoria.
Dos Santos aponta para a relação estreita entre a teoria da dependência e a do
sistema-mundo, tomando como referencia Hettner o qual afirmar que a teoria da
dependência teria sua origem de uma mistura dos modelos marxistas de acumulação e
da influencia econômica e estruturalista da CEPAL e que a teoria do sistema-mundo
seria sua evolução, apontando outras tendências: a estruturalista, a endogenista e a do
desenvolvimento alternativo/ocidentalistas.
Segundo o autor, a teoria do sistema-mundo:

“busca analisar a formação e a evolução do modo capitalista de


produção como um sistema de relações econômico-sociais, políticas e culturais
que nasce no fim da Idade Média europeia e que evolui na direção de se
converter num sistema planetário e confundir-se com a economia mundial”
(p.46).

Esse enfoque teria um core, no qual teria a presença de uma periferia e uma
semiperiferia, destacando dentre as economias centrais uma economia hegemônica
articuladora de todo o sistema. Contudo, segundo Dos Santos, essa teoria foi
absorvendo outras teorias como as dos ciclos longos de Braudel e os ciclos de
Kondratiev, entendendo agora a evolução do capitalismo como uma sucessão de ciclos
vinculados a processos políticos, sociais e culturais. Partindo disso, o autor mostra a
ordenação da formação do capitalismo feita por Arrighi fundamentada numa analise da
relação exitente entre os ciclos e os principais centros financeiros que acabaram
tornando-se centros hegemônicos aliados com centros comerciais. A ordenação se dá
através de quatro ciclos de acumulação baseados em centros hegemônicos que seriam: o
ciclo genovês (séc. XIV-XV); o holandês (séc. XVI, XVII e metade do XVIII); o
britânico (séc. XVIII- XX) e o norte-americano (séc. XX).
Porém, Segundo Dos Santos nessa analise faltava a presença de um maior
enfoque a evolução das forças produtivas e as relações sociais de produção. Partindo
disso, o mesmo tentar articular a noção de sistema mundial com as grandes estruturas de
produção e particularmente com a revolução científico-técnica (Dos Santos,1983 e
1986), para aprimorar a teoria. O autor também sinaliza para o fato de que os
estudos acerca dessa teoria foram influenciados por uma serie de debates sobre as
mudanças ocorridas na economia e politica mundial nos anos 70, existindo também
varias perspectivas.

PARTE II
Capitulo I - A TEMÁTICA DO DESENVOLVIMENTO: CONTINUIDADE E
MUDANÇA
Neste capitulo, o autor aponta para a importância da CEPAL, particularmente
nas décadas de 40 e 50, no que diz respeito ao desenvolvimento de uma linha de
raciocínio que serviu como alicerce de análise econômica, empírica e também de apoio
institucional para a busca de bases autônomas de desenvolvimento, sendo essas bases
definidas por meio da confirmação de que a industrialização era de suma importância
para o processo de desenvolvimento, pois era aglutinadora e articuladora do mesmo, do
progresso, da modernidade, da civilização política e da democracia política. Já que,
segundo as lideranças mais modernas, o atraso era consequência de uma especialização
da economia, voltada para exportação de produtos primários.
Outra ideia a ser ressaltada é a necessidade de superação da monocultura, da
questão racial, o colonialismo interno, o dualismo econômico para poder se avançar no
desenvolvimento, pois a ideia de subdesenvolvimento estaria relacionada a esses
elementos, além de questões mais amplas de cunho social, politico, econômico e
cultural.
O autor também nos aponta que a explicação para o atraso no desenvolvimento
da América Latina era a falta de uma Revolução Burguesa, que também se aplicaria a
questão agrária (Reforma Agrária- influência da R. Mexicana). Assim, observa-se a
América Latina trabalhada como uma REGIÃO- atrasada em seu desenvolvimento com
forte presença da questão étnica, social, cultural.
A grande questão, segundo o autor, era a necessidade de uma Revolução
Burguesa na América Latina, sendo que esta necessitaria de uma classe protagonista, no
caso, a burguesia industrial nacional.

Capitulo II – A CEPAL E A SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES

Nesse capitulo, o autor inicia falando acerca da criação da CEPAL e a função de


sua liderança (Prebisch) para desconstrução da ideia de que o atraso se daria pela falta
de uma revolução burguesa, atribuindo o motivo do atraso no desenvolvimento ao setor
exportador, pois o desenvolvimento industrial da região tornara-se dependente desse
setor através do processo de substituição de importações.
Explica que a CEPAL surgiu a partir dos governos latino-americanos e de um
órgão encarregados da proposição de políticas e assessoria a governos. Tinha a função
de auxiliar no desenvolvimento da região latino-americana, preservando as estruturas de
poder existentes, através de estudos que focavam na busca por políticas capazes de dar
suporte ao processo de industrialização visando a superação de obstáculos referentes ao
desenvolvimento.
Sobre o processo de substituição de importações, surgiu a partir de crises e
contrações do comércio mundial e começando a ser objeto de sistematização teórica e
política na década de 30. Segundo o autor, a primeira e segunda Guerra Mundial foram
conjunturas favoráveis, pois cumpriram o papel de limitantes das importações, contudo,
simultaneamente, funcionaram como estimuladores das exportações.
A principal ideia desse capitulo concentra-se justamente nesse processo de
substituição de importações que foi uma das características do processo de
industrialização, fazendo com que o crescimento industrial ficasse extremamente
dependente das divisas de exportação. Esse processo passou por algumas etapas,
inicialmente se deu pela substituição de importações de produtos de consumo,
principalmente de elite, que em pouco tempo encontram-se saturados, já nos anos 40 a
substituição de importações é voltada para os bens de consumo durável e na década de
60, começa uma substituição no setor de maquinarias.
Essa relação entre a sobrevivência do setor exportador e a industrialização,
segundo o autor, vai configurar uma aliança política singular dos países latino-
americanos, culminando assim numa política de sobrevivência do latifúndio apoiada
pela burguesia industrial. Porém, não se conseguiu estabelecer um mercado interno,
ficando limitada a teoria, o que não permitiu o aumento da capacidade produtiva dos
países através da expansão de sua demanda interna e ai se tem um bloqueio estrutural ao
desenvolvimento econômico da região. Diante disso, a CEPAL vai utilizar de algumas
estratégias como a inflação, nacionalização das divisas e a politica cambial para tentar
superar esse bloqueio, buscando tirar recursos do latifúndio através dessas intervenções
estatais, mas sem criar problemas com isso.
Diante disso, fica clara a importância do capital industrial, pois ele controlava
vários setores. Outro ponto abordado é a burguesia industrial latino-americana, que
segundo o autor, nascia no processo de industrialização dos anos 30 e 40, e se via numa
situação difícil em relação ao capital internacional. Assim, a atitude tomada por essa
burguesia industrial foi recorrer ao Estado para ajudar a sair da subordinação ao capital
internacional, pois sozinha não tinha conhecimento tecnológico e nem recursos
financeiros para competir contra o mesmo.
Era, pois, natural que, em geral, o capital internacional aparecesse
como uma restrição à industrialização da região e um apoio ao setor exportador
e à oligarquia rural, mineira e comercial exportadora (p.72).

Diante da afirmação acima, existia a necessidade de reorientar o investimento


internacional, ai entra a CEPAL colocando o capital internacional como elemento
fundamental de auxilio ao desenvolvimento econômico e industrial dos países da região,
agora sendo necessária à industrialização. A ideia era que esse capital desse suporte
(maquinaria, tecnologias) para o desenvolvimento local, mas na pratica isso não ocorria,
pois para isso precisava-se de infraestruturas que comportassem os investimentos,
infraestrutura essa que não se tinha.
A CEPAL nesse contexto apontava para a perda dos termos de intercambio
relacionados a exportação de produtos primários; hegemonia do setor exportador como
obstáculo a industrialização, contudo era preciso retirar excedentes desse setor para a
indústria o que exigia mecanismos de intervenção direta através do Estado, ex: inflação.
Segundo autor, a discussão do desenvolvimento tal como se apresenta na década
de 50 e 60, influenciada pelo pensamento da CEPAL, passa para outro status de
discussão, superando o debate entre o progresso e o atraso para produzir um debate mais
consistente em termos de desenvolvimento e subdesenvolvimento, entre uma estrutura
industrial moderna, com todas as suas consequências sociais e políticas, em oposição a
uma estrutura exportadora agrária ou mineira, que deveria ser progressivamente
substituída (p.73/74).

Capitulo III – A REVOLUÇÃO BURGUESA E A NOVA DEPENDÊNCIA:

Quando o autor fala de Revolução Democrática Burguesa, entende-se:


necessidade de uma burguesia nacional apoiada pelo proletariado urbano e camponeses,
visando o desenvolvimento da região. Sendo que essa revolução tinha duas vertentes em
relação à liderança do movimento: a primeira entendia que a liderança deveria ficar com
a burguesia nacional e a outra que a liderança deveria ser assumida pelo movimento
operário e camponês, acrescentando a isso nas décadas de 50 e 60 a questão do capital
internacional e a função do imperialismo.
Para essa revolução se consolidar, ela tinha de conter o papel do imperialismo
como força sustentadora dos setores exportadores oligárquicos e anti-industrialistas.
Mas aqui, o autor levanta a problemática direcionada pela interrogação de qual posição
tomar em relação ao imperialismo ligado ao setor industrial, isto é, ao capital
internacional que passava a investir no setor industrial. Isso tornava a questão ainda
mais complexa, segundo o autor a tendência era aceitar o capital internacional, mas
submetê-lo a certo controle para conter a saída dos lucros por ele obtidos e obrigá-lo a
ter um papel subsidiário ao desenvolvimento industrial da região.
Outro apontamento do capitulo é a afirmação de que o domínio do capital
internacional produzia um processo de expropriação de suas riquezas, em vez de ser um
fornecedor de capital e colaborador do desenvolvimento econômico da região.
O autor também se posiciona a favor da burguesia nacional, que entre os anos de
20 e 50 tentou-se afirmar e era de base industrial na região. Segundo o mesmo, ela
esteve na raiz do cardenismo, deu origem ao pensamento da CEPAL e a modelos
ideológicos bastante sofisticados, como o ISEB no Brasil (p.77).
Outro apontamento está relacionado ao avanço do setor industrial, que colocava
a necessidade de estabelecer uma nova política diante do capital internacional que
passava a substituir o capital nacional no processo de industrialização, trazendo
tecnologias, financiamento e padrões de competitividade de economias que já tinham
produtos tecnologicamente maduros. Segundo o autor, era inevitável, que esse capital
internacional submetesse o capital nacional à sua dinâmica, que refletia a força
emergente de uma economia mundial baseada num novo tipo de empresa multinacional
(p.78).
Durante as décadas de 50,60 o processo de industrialização dos países
dependentes ainda continuava fazendo a substituição de importações, porém também se
produzia novos produtos, inovações, essas financiadas pelo capital internacional. O
fortalecimento das barreiras tarifárias estabelecidas durante os anos 30 e 40, foi um dos
elementos favoráveis para indústrias nascentes nos países em desenvolvimento. Diante
disso, o capital internacional buscou ultrapassar as barreiras alfandegárias aplicando
seus investimentos no interior destes mercados protegidos visando beneficiar-se de suas
vantagens. Disso resulta uma mudança na base de investimento do capital internacional
que antes se voltava para os setores primários e de exportação, passando a investir na
produção de manufaturas voltadas para o mercado interno dos países dependentes e
subdesenvolvidos (p.81).
Outro ponto importante diz respeito à questão da dependência no processo de
industrialização. Segundo o autor, esse tipo de desenvolvimento industrial dependente,
era:
[...] subordinado às modalidades de expansão e de organização do
capitalismo internacional que submetia os centros de acumulação locais à lógica
de expansão do centro hegemônico mundial. A partir de então, através de golpes
militares sucessivos, submeteram-se as burguesias locais à condição de sócios
menores do capital internacional, levando-as a abandonar suas perspectivas de
independência nacional e pretensões de desenvolvimento tecnológico próprio
(p.82).

Capitulo IV – A NOVA ORDEM ECONÔMICA MUNDIAL: OFENSIVA DO


TERCEIRO MUNDO:

O capitulo inicia-se abordando os ataques sofridos pela Teoria da Dependência,


no quais uns defendiam (esquerda) que a teoria era uma espécie de evolução do
pensamento cepalino, pois mantinha a importância de questões como capital
internacional, divisão internacional do trabalho e a economia exportadora, afirmavam
que se tratava de uma predominância dos elementos ligados à circulação econômica
sobre o estudo do sistema produtivo. Segundo esses críticos, o foco da discussão deveria
estar no modo de produção e nas relações de classe social como se as classes sociais não
se constituíssem no interior dos modos de produção e dos sistemas econômicos e
formações sociais concretos.
O autor também aponta outra vertente, uma corrente da teoria da dependência
que teria em Fernando Henrique Cardoso sua expressão mais coerente, na qual a tese
proposta era a da viabilidade de um processo de democratização no interior de um
capitalismo dependente. Segundo o autor, essa tese deixava de lado qualquer
perspectiva de crítica e de enfrentamento com o capitalismo dependente, suas
expressões monopólicas e seus interesses articulados com o capital internacional,
limitava os seus objetivos reformistas aos objetivos liberais, ao processo de destruição e
de desestabilização das ditaduras, para construir regimes democráticos (p.88).
Ressalta-se também que a diferença entre as duas correntes não era a constatação
dessas possibilidades de avanço democrático que a segunda perspectiva tinha e a
primeira não, mas sim a tese de que essas possibilidades de avanço democrático são
compatíveis com a sobrevivência de um capitalismo dependente.
O autor também expressa sua opinião a cerca dessa questão:

“É exatamente este o ponto de divergência, posto que a minha visão é de que a


acumulação e o avanço democrático da região desestabilizará crescentemente o
capitalismo dependente na região, e aumentará a contradição entre esse movimento
democrático e a sobrevivência do capitalismo dependente”(p.88).

Outro ponto que Dos Santos destaca é aspecto importante da evolução da teoria
da dependência é o seu direcionamento, já no começo da década de 70, para a análise e
o aprofundamento do estudo do sistema econômico mundial (p.89). Em suma, nesse
capitulo, a discussão gira em torno da Teoria da Dependência e a possibilidade de
existência de um processo de democratização simultâneo a uma economia dependente
do capital internacional.

Capitulo V- A OFENSIVA NEOLIBERAL E SUA CRISE

Em meados da década de 1980, a América Latina estava sofrendo uma ofensiva


neoliberal relacionada ao ajuste de suas economias para pagar a divida externa com
taxas de juros elevadas o que culminou na criação de um excedente exportador
(utilizado só para pagamento da divida) pela região gerando aumento da distribuição de
renda negativa e com isso a elevação da marginalização, da pobreza entre outras
mazelas. Segundo Dos Santos, a tese de Frank na qual a função do capital internacional,
do sistema econômico mundial era a apropriação e a extração violenta de excedentes
das nossas regiões, das regiões dependentes se mostrou verídica diante das estatísticas
geradas em 1980, as quais corroboravam que a América Latina era uma região
exportadora de excedentes e de poupança.
Em meio a esse contexto, para demonstrar que não existia um sistema
econômico tão cruel foram feitas diversas propagandas ideológicas acerca dos casos
ocorridos na Coréia do Sul, Hong Kong entres outras que conseguiram escapar desse
destino. No Brasil o chamado “milagre econômico brasileiro” foi utilizado para esse fim
propagandista e ideológico também.
Com o processo de ajuste estrutural que América Latina teve que passar, os
Estados da região sofreram um enfraquecimento no qual simultaneamente repassavam
seus recursos para o sistema econômico mundial e criavam uma grande divida interna
com elevadas taxas de juros. Segundo Dos Santos, no principio esses recursos ficaram a
cargo do capital financeiro nacional, porém, posteriormente foi repassado para o capital
internacional. Dos Santos também explica que esses processos de ajustes para atender
ao sistema econômico mundial permanecem sendo a essência da história da região e que
os regimes ditatoriais impostos objetivavam o aprofundamento da dependência e
gerando condições extremamente desfavoráveis a uma ação política contestatória.
Esse fator ganha outra face com a recuperação do sistema econômico mundial,
num cenário de crescimento econômico principalmente no EUA e Europa, há uma
articulação de forças interessadas em solucionar as mazelas sofridas pela massa
populacional através dos avanços técnicos e científicos advindos da revolução técnico-
cientifica tendo que superar o discurso neoliberal e retomar algumas questões
socioeconômicas para obter sucesso.
Dos Santos demonstra também a importância dos países do Terceiro Mundo para
reconstrução do sistema mundial sinalizando para grande potencialidade enérgica o que
poderia gerar grande quantidade de riqueza. Além de que a China, a Índia e o Brasil,
potências emergentes do Terceiro Mundo, junto com outros centros importantes que
estão localizados no Terceiro Mundo, ou fora dos centros de poder mundial, corrigir
maior parte das tendências que estão em andamento na economia mundial, contudo,
ressalta que esse processo requerera intensa transformação do desenvolvimento
cientifico e tecnológico.
Para Dos Santos:
O mundo do século XXI rediscutirá a questão do desenvolvimento
dentro de princípios muito mais amplos e complexos. O desenvolvimento não
estará associado somente à apropriação da capacidade tecnológica extensiva,
gerada pela segunda revolução industrial que se estendeu do meado do século
XIX até a década de 60, mas sim pela apropriação de um conhecimento e uma
ação econômica intensiva, cada vez mais qualitativa, promovida pela revolução
científico-técnica, que é o fundamento das transformações econômicas, sociais,
políticas e culturais vividas pelo mundo depois da Segunda Guerra Mundial
(p.94).

O trecho acima, segundo Dos Santos, traz esse novo direcionamento relacionado
a um questionamento da ordem civilizacional mundial, de comportamentos e
fundamentos da ideologia dominante no mundo liberal capitalista. Sendo esses novos
fundamentos voltados mais para o coletivo não dispensando o nascimento e crescimento
do individuo como fundamento da sociedade.
Dos Santos também sinaliza para o fato de que esse indivíduo deve tomar
consciência de seu desenvolvimento, reconhecendo na sua individualidade como uma
relação histórica do social. Para o autor, esse modelo de civilização advindo dessa
situação estabelecera uma nova relação entre individuo e sociedade, a qual a sociedade
buscara indivíduos com elevada potencialidade de desenvolvimento buscando atender
suas necessidades para se obter o máximo de eficiência social (p.95).
Dentro dessa nova sociedade onde o enfoque é a diversidade, a qual oferece de
acordo com a necessidade e recebe enquanto a capacidade do individuo, segundo Dos
Santos, deverá ocorrer um novo movimento para repensar o desenvolvimento levando
em consideração o individuo, a sociedade e o respeito a diversidade buscando a
interação e não a segregação.
Em suma, a partir dessa nova civilização planetária deverá ocorrer um esforço
para a superação no âmbito econômico, politico, social e cultural estabelecido pela
civilização liberal burguesa, superar o eurocentrismo, a situação de dominação e
expropriação de uma região por outra, assim como a dependência de uma região pela
outra visando uma sociedade plural.

PARTE III
OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO GOVERNO FERNANDO
HENRIQUE CARDOSO: UMA ETAPA DE POLEMICA SOBRE A
TEORIA DA DEPENDENCIA

I-Introdução
O contexto abordado é o da eleição presidencial de 1994 na qual foi eleito
presidente Fernando Henrique Cardoso, cientista social e opositor da ditadura. Diante de
algumas obras de FHC publicadas, as quais polemizavam e iam de contra com o debate
estabelecido por Dos Santos e outros estudiosos, o autor explica a necessidade de dar
sequencia a polemica e discutir os destinos do Brasil e países dependentes, mantendo o
pragmatismo e como Dos Santos mesmo coloca, sem neutralidade.

Capitulo II- Os novos acordos: a nova dependência.


Neste capitulo, Dos Santos sinaliza para as criticas feitas de forma elegante por
FHC, porém em seguida o critica pela atitude de não publicação de um trabalho de
Marini, o qual faz criticas a FHC, pela instituição que dirigia. A partir disso, o autor
discorre sobre como FHC explica o movimento intelectual que deu origem a Teoria da
Dependência ocorrido num período (1964-1974), o qual as ideias sociais latino-
americanas passavam a ter influencia a nível global.
F.H. Cardoso apontou para o importante papel da CEPAL dirigida por Prebish
devido a avançada reflexão sobre a evolução histórica, experiência política da região e
sua posição diante da evolução do sistema econômico e político mundial. Segundo Dos
Santos, a teoria da dependência surgiu graças a essa reflexão estabelecida pela CEPAL e
também a partir de um encontro realizado no Chile.
No Brasil o ISEB era a representação da CEPAL, representando, segundo Dos
Santos, o auge da ideologia nacional-desenvolvimentista na região e em todo 3º mundo.
Configurava-se assim a resistência das classes dominantes da região que não mais
aceitavam serem tidas como meras exportadoras de produtos primários. Essas classes
acreditavam na recente industrialização que alguns países da região vinham constituindo
e que esse processo estava ligado ao desenvolvimento econômico, político e social.
Para Chateubriand, o Brasil era um país de essência agrícola, porém, Prebish
chamava atenção para o fato de que o cambio de bens primários por manufaturados não
era vantajoso, haja vista que os preços dos produtos agrícolas caiam enquanto os
manufaturados só aumentavam e também por conta do movimento de substituições de
produtos primários por sintéticos não deixando futuro para exportação desses produtos.
Segundo Dos Santos, os desenvolvimentistas haviam acreditado demais na
industrialização como “abre alas” para o desenvolvimento econômico, viam o processo
de industrialização como caminho para a criação de condições democráticas e:
[...] Isto era natural numa época em que alguns autores falavam de
uma civilização industrial, identificando o funcionamento do capitalismo dos
países centrais da economia mundial com a sua base material: a indústria
moderna (p.104).

Nesse contexto, a Teoria da Dependência aparece justamente para mostrar que as


crenças dessas correntes (desenvolvimentista, nacional-democrática) acerca da
industrialização estavam equivocadas, pois o processo não oferecia autonomia de
decisão já que era controlada pelo investimento externo; não dava condições para
distribuição de renda já que estava concentrada a riqueza e o poder nas mãos de alguns
grupos, além das novas tecnologias que exigiam maior qualificação da mão-de-obra
havendo diferenças salariais entre os não e os qualificados; não oferecia emprego
suficiente devido sua tecnologia poupadora de mão-de-obra que junto com o êxodo rural
e a não absorção total de mão-de-obra culminava, segundo o autor, na marginalidade
urbana.
Dos Santos aponta que um dos pontos principais dos embates intelectuais da
época foi a negação do caráter feudal da colonização latino-americana e diz que Frank
teve um papel particular nesse embate propondo um modelo das relações de
dependência, que segundo o autor, era extremamente polemico.
Ele descrevia estas relações como uma sucessão regional de círculos
de produção e extração de excedente econômico. Os excedentes produzidos nas
mais diversas regiões eram expropriados e repassados aos centros regionais,
destes aos nacionais e finalmente aos centros internacionais (p.106).

Uma das contribuições desse modelo foi mostrar que a ideia de a América Latina
vivia num atraso feudal e seria o capitalismo moderno que a tiraria de situação estava
equivocada.
Outra questão apontada pelo autor foi a respeito da impossibilidade de analise do
imperialismo como um fenômeno externo que ia contra as realidades locais, já que
através do imperialismo conseguia-se constatar as relações existentes entre as
economias locais, regionais e globais. A questão da burguesia nacional também entra
nesse contexto, pois devido a sua ausência de historicidade para sustentar um programa
de desenvolvimento e autonomia que lhe traria um controle do excedente gerado na
região, identificou-se a necessidade de criação de uma metodologia histórico-estrutural
que enfatiza uma análise da totalidade e sua revolução dialética com as suas partes:
“Chegou-se a criar um consenso sobre a necessidade de uma
metodologia histórico-estructural que se opusesse à dicotomia entre o devenir
histórico e sua apreensão como sistema. Desenvolveu-se na região uma prática
científica voltada para a análise concreta dos processos sociais como
continuidade histórica e como estruturas dialeticamente interatuantes” (p.107).

Capitulo III- As nossas diferenças; Há leis de desenvolvimento


dependente?
A partir das discussões sobre o capitalismo dependente cada vez mais presente,
Dos Santos afirma que se chegou a uma conclusão, sendo está também centro da
polemica que repartiu o grupo de debates sobre a dependência, ocorrido no Chile. F. H.
Cardoso ficava mais firme na sua posição de não acreditar num determinismo
econômico, para ele nenhuma tendência/condição (apresentada no capitulo anterior) era
irreversível ou componente essencial da situação de dependência.
Para F. H. Cardoso diante desse debate existiam duas correntes, uma era dos que
acreditavam no capitalismo dependente citando como principais representantes Marini,
Frank e “até certo ponto” Dos Santos e a outra era a dos que acreditavam que pelo
menos em alguns países da periferia a penetração do capital industrial-financeiro traria
benefícios como aceleração a produção da mais-valia relativa, intensificação das forças
produtivas, porém também se geraria desemprego nas fases de contração econômica e
absorve mão-de-obra nos ciclos expansivos, produzindo, um resultado parecido ao do
capitalismo nas economias avançadas. Diante dessa afirmação feita por F.H. Cardoso,
Dos Santos faz uma critica a coloca acima, justificando que foi pleno em sua posição na
defesa da existência de um capitalismo dependente na América Latina, haja vista que,
identificou de modo mais incisivo o crescimento econômico (industrial) como aspecto
fundamental dessa face do capitalismo. Em contra partida, concorda com o a
proposição, defendida por F.H.C, de que poderia ou não haver elevação taxa de
desemprego e subemprego nas economias capitalistas dependentes, pois há momentos
cíclicos de crescimento e descenso nestas economias, justificando através de seus
estudos e trabalhos sobre ciclos econômicos em países dependentes.
Diante disso, o autor explica que mais importante do que saber que há oscilações
nas taxas de subemprego e desemprego é saber se elas são maiores nos países
dependentes do que nos desenvolvidos, independente de suas variações, concordando
que se as taxas de desemprego não tendem a ser mais elevadas, pois consideram a
população em busca de emprego formal, a taxa de subemprego tende a ser muito mais
significativa do que nos países desenvolvidos devido a destruição de economias de
autoconsumo e isso se verifica nas ruas com a presença de ambulantes dentre outras
formas de serviços gerados pela economia informal. Dos Santos ainda acrescenta:
“a introdução de tecnologias mais sofisticadas nos nossos países não
consegue eliminar as condições de sobre-exploração dos nossos trabalhadores.
[...] a expansão industrial das economias capitalistas dependentes se dá num
período de diminuição do emprego industrial, o qual vem sendo substituído,
nos países desenvolvidos, pelos trabalhadores dos serviços ligados ao
conhecimento, à cultura e à educação, à comunicação, ao lazer, ao
gerenciamento e ao marketing. Mas estes setores de atividade ficam reservados
aos países dominantes na nova divisão internacional do trabalho” (p.111).

Segundo Dos Santos, assim nada garante que o crescimento como exportadores
industriais signifique a reversão do subemprego, da marginalidade e da exclusão social
e sim o contrário, pois dados assinalavam para intensificação dessas questões, sendo
estas características do capitalismo dependente.
No capitalismo dependente, os limites para o desenvolvimento pleno das forças
produtivas são os políticos, segundo o autor os problemas como a ausência de produção
de tecnologia e qualidade na educação podem ser superados e a mudança das condições
políticas e geopolíticas mundiais ou regionais podem alterar as condições políticas
nacionais ou locais destes países, superando sua condição dependente.

Capitulo IV- As novas condições políticas internacionais; Mais


divergência: O reformismo dependente e o fim da teoria da
dependência.
O capitulo inicia-se evidenciando a condição de dependência dos países
subdesenvolvidos perante a economia internacional e o controle que o capital externo
exerce sobre os mesmos. Num contexto, no qual as classes dominantes estadunidenses
estavam dividas entre uma politica baseada na força, ideologia e burocracia e outra
voltada para os direitos humanos, Dos Santos sinaliza para a necessidade as analises
anteriores (déc. De 60) com o atual período (déc. de 90).
Segundo Dos Santos, apesar das ávidas criticas feitas por Cardoso, sua tese de
que a população menos favorecida inclinava-se para instauração de regimes
democráticos que resultariam no socialismo, sendo essa massa fortemente oprimida
pelas classes detentoras de poder, comprovou-se através de uma série de eventos
ocorridos pós 1966 como golpes de Estado na Argentina, Bolívia e outros processos de
caráter político.
A partir de 1973 o cenário internacional muda, havia mais liberdade para se falar
em acordos políticos e a restauração da democracia. Tomando como referencia
Huntington, Dos Santos discorre sobre a mudança política que estava ocorrendo,
chamada de 3ª onda democrática por Huntington e, de acordo com sua tese depois de
todo movimento em direção a democracia existia um movimento contrario a democracia
e que essa dinâmica estava presente nos países periféricos, dependentes e
semiperiféricos. O grande questionamento gira em torno da ocorrência ou não dessa
dinâmica reversa nessa terceira onda democrática.
Prosseguindo, Dos Santos mostra mais pontos divergentes entre a tese defendida
por ele e a de Cardoso. De acordo com a tese defendida por Cardoso era possível
conciliar o desenvolvimento capitalista dependente com regimes liberais e democráticos
e os inimigos do desenvolvimento seriam o populismo e o corporativismo, do Estado ou
das instituições da sociedade civil. Segundo Dos Santos até o período da reeleição de
Cardoso ainda não havia acontecido o movimento contrário à democracia.
Outra polemica estabelecida gira sobre a morte da teoria da dependência. De
acordo com Dos Santos a teoria ainda vive, pois a relação de dependência dos países
periféricos em relação aos centrais ainda se configura, apesar de mudanças ocorridas no
cenário internacional como o declínio da hegemonia norte-americana no fim da década
de 60, culminando na formação da tríade hegemônica (EUA, Europa e Japão) e alivio da
pressão sobre a URSS gerando uma série de processos que resultaram na sua dissolução.
No novo sistema mundial estabelecido evidencia-se a D.I.T. Caracterizado pelo
repasse da produção industrial para países de desenvolvimento médio, há o surgimento
dos países industriais, a exemplo o Brasil, criando um novo circulo de poder global
juntamente com potencias petrolíferas e economias médias europeias do sul e oriente; a
descolonização da África, transformações ocorridas na índia (modernização) e outros
processos também configuram essa nova fase do sistema mundial.
Nesse contexto, Dos Santos aponta para necessidade de rever o conceito do
imperialismo. No inicio da década de 90 inicia-se um longo período de crescimento
relacionado com as ondas longas de Kondratiev, trazendo elevação do desemprego no
setor industrial devido a inserção de tecnologia.
Com a crise da divida externa em 1980 reforçou-se a tese da teoria da
dependência de que “Os países centrais são captadores de excedente econômico dos
países periféricos e dependentes, fenômeno que explica grande parte de nossas
dificuldades” (p.119), evidenciando a fraqueza do país e a condição de exportador de
excedentes para economias centrais do mundo.

V- Divida externa e interna; As políticas econômicas e a questão


democrática; A questão democrática e o governo Fernando Henrique
Cardoso.
O capitulo inicia-se com uma crítica a Cardoso e seu governo acerca da
negligencia em relação a divida externa, da não consideração de suas consequências em
seu governo. Segundo Dos Santos, para atenuar a divida externa acabou-se criando
outra divida, porém de caráter interno, contudo, a divida externa já estaria superada
devido a acordos políticos e baixas na taxa de juros internacionais.
Dos Santos prossegue discorrendo sobre a política de reajuste fiscal estabelecida
no país e caracterizada por ir contra as leis do mercado e as tendências econômicas
internacionais, defendendo que essa política é prejudicial para o Brasil. De acordo com
o autor, essa política é fundamentada numa teoria econômica, seguida pelos tecnocratas,
que restringe a liberdade de mercado, pois se acredita que levaria a explosão do
consumo e ausência da poupança.
Essa política levaria ao aumento do desemprego, apesar do alívio imediato
provocado pela queda da inflação, e apesar da retomada do crescimento econômico que
o governo busca desesperadamente conter. Há elevação da violência, da marginalidade,
da economia informal, da fome, a distribuição da renda se torna cada vez mais
concentrada (p.125).
Para Dos Santos, sem nenhuma intensa reforma estrutural não há possibilidades
para um país como o Brasil progredir na resolução de suas contradições, no
estabelecimento de um equilíbrio econômico e da paz mundial, ao contrario defende
Cardoso.
Sobre a democracia, o autor afirma que ela está em estagio de avanço, entretanto
a desconfiança da população ainda é evidente. Faz-se novamente criticas a tecnocracia,
ao caráter “conservador reformista” do governo de Cardoso, justificando que o
conservadorismo levaria a uma intensificação das contradições sociais e políticas. Em
suma, Dos Santos sinaliza para importância do conteúdo cientifico construído através de
estudos, encontros e debates acerca da Teoria da Dependência, sendo esses importantes
instrumentos de resistência ao governo FHC que tentou extinguir a teoria.

PARTE IV
NOVOS MATERIAIS SOBRE A TEORIA DA DEPENDÊNCIA E
SUA VIGÊNCIA POLÍTICA
A quarta parte intitulada de “Novos materiais sobre a Teoria da Dependência e
sua vigência política” da obra de Dos Santos reúne cinco apêndices. O primeiro deles
diz respeito a uma “Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso” escrita por Dos Santos,
respondendo a uma carta de FHC endereça a Lula, cujo conteúdo procurou justificar os
insucessos das ações políticas do governo FHC pela ameaça de um possível governo
Lula. Trata-se de uma resposta a uma velha polêmica envolvendo FHC e José Serra
contra todo um esforço de sistematização dos elementos de uma Teoria da Dependência
construída por Dos Santos, Ruy Mauro Marini, André Gunder Frank e Vânia Bambirra
na segunda metade da década de 1960. As críticas incidem sobre as proposições teóricas
que subsidiaram as práticas políticas de FHC, destacando três grandes mitos de seu
governo.
O primeiro mito afirma o Plano Real como um instrumento que pôs fim à
inflação, quando, na verdade, tratava-se de uma tendência mundial, ainda assim, a
inflação atingiu mais de 10%, sendo uma das mais altas do mundo. Mais ainda, o Real
foi anunciado como uma moeda forte, o que não ocorreu pela flexibilização do câmbio
que tornou a moeda brasileira valendo 4 reais por dólar. O segundo mito afirma o rigor
fiscal, mas a dívida externa brasileira disparou, a taxa de juros chegou a 50% ao ano
para atrair capital, provocando sérios problemas sociais como queda da renda, brutal
concentração de renda. O terceiro mito mostra a justificativa de dificuldade de
pagamento da dívida pela ameaça de um caos econômica de um possível governo Lula,
o que se constitui num absurdo. Tal dificuldade se explica pela política
macroeconômica submissa e dependente ao capital internacional, particularmente o
norte-americano.
O segundo apêndice sobre “Dados gerais sobre o governo Fernando Henrique
Cardoso” mostra dados estatísticos sobre o fracasso da política macroeconômica de
juros altos que seguiu na contramão da tendência de queda de juros internacionais e que
aprofundou a dependência do Brasil em relação ao capital internacional.
O terceiro apêndice “A dependência de Theotonio” apresenta uma resenha feita
por André Gunder Frank sobre a obra de Dos Santos “Teoria da Dependência:
Balanços e Perspectivas”. Frank ressalta em sua análise a importância do surgimento da
Teoria da Dependência na década de 1960 na América Latina como corpo de
conhecimento teórico-metodológico próprio, baseada em análise de experiências
empíricas dos países, contestando um enfoque teórico cuja tese afirmava que o
problema do desenvolvimento diz respeito às condições pré-capitalistas, atrasadas das
formações sociais latino-americanas.
Chama atenção também para a validade dos estudos sobre a dependência quanto
à análise do processo de expansão do capitalismo mundial e da inserção das economias
dos países latino-americanos nesse processo reforçando e aprofundando a dependência,
a exemplos empíricos como México, Peru, Argentina, Chile e Brasil. Outro aspecto
importante da crítica de Frank são as posições dos críticos da Teoria da Dependência
sob o argumento de que os dependentistas centraram suas análises nos fatores externos.
Como já foi dito, Dos Santos define uma abordagem teórico-metodológica em que há
uma relação dialética entre fatores externos e internos, o que permite apreender a
totalidade do processo de desenvolvimento do capitalismo contemporâneo. Frank nos
alerta também para uma limitação na obra de Dos Santos, a debilidade de não fazer a
pergunta de como acabar com a dependência.
O terceiro apêndice “40 anos da Teoria da Dependência: Lições da nossa
história” apresenta um debate sobre as origens da Teoria da Dependência e seus
desdobramentos, tendo como ponto importante a crítica do desenvolvimento dominante.
O caminho das pedras seguido pelos pesquisadores do Brasil na segunda metade da
década de 1960 a partir do regime militar passando pelo Chile, Panamá, Estados Unidos
e México expressa importante esforço crítico de sistematização teórica nas ciências
sociais para o pensamento social e político latino americano. Seguindo as análises sobre
dependência, Dos Santos publicou um artigo centrado na tese de que o golpe militar de
1964 no Brasil fez parte de um movimento geral que elegia a ideologia fascista como
um dos instrumentos ideológicos de dominação da nova etapa de expansão do
capitalismo. Ruy Mauro Marini desenvolvia estudos do subimperialismo brasileiro.
Além disso, mostrava-se a necessidade de mostrar as contradições desse processo de
expansão do capitalismo contemporâneo representado pelas lutas operárias e
camponesas nas economias dependentes. Ademais, no plano teórico-metodológico, Dos
Santos tem como base de suas análises sobre a expansão do capitalismo mundial os
ciclos econômicos de Kondratiev e as temporalidades de Fernand Braudel, destacando a
restruturação cíclica do movimento imperialista do capitalismo para economias
dependentes.
O último dos apêndices é o Prólogo e a Introdução do livro Imperialismo y
Dependencia, seguindo os estudos sobre socialismo ou facismo. Nele Dos Santos
destaca a trajetória dos estudos sobre o capitalismo contemporâneo, as relações de
dependência e o imperialismo contemporâneo como uma nova fase do capitalismo
tendo as multinacionais como estratégia de expansão do capital monopolista, sendo o
Estado um dos aliados nesse processo. A síntese histórica construída por Dos Santos
sobre o desenvolvimento do capitalismo contemporâneo traz alguns elementos para a
compreensão da fase atual do imperialismo sob a hegemonia dos Estados Unidos. Um
deles é a compreensão da crise do capitalismo e imperialismo contemporâneos, diante
da confrontação com as contradições e tensões de classe e a expansão do socialismo.

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