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3.1. INTRODUÇÃO
As referências mais clássicas neste assunto são Drazin and Reid (1981) e White
(1991). Os escoamentos laminares são exceção. A altos números de Reynolds, via de regra,
acontece a transição para a turbulência. Devido à complexidade dos sistemas fluidos, torna-se
interessante estudar e caracterizar o processo de transição de sistemas mecânicos simples
antes de estudar a transição de escoamentos.
Na figura 3.1 tem-se um exemplo de um sistema dinâmico simples, composto por uma
superfície e uma esfera lisa. As possibilidades de regime de operação nesta categoria de
problema são as seguintes:
TEORIA DA ESTABILIDADE LINEAR 50
Uma camada limite sobre uma placa plana, com uma fonte de perturbação ilustrada na
Figura 3.2, é um exemplo de um sistema condicionalmente estável. Ela poderá se tornar
instável, dependendo da natureza da perturbação injetada, em relação ao regime de operação.
Fonte de
perturbação
Figura 3.2. Camada limite perturbada na sua entrada por um arame vibrante.
f. Esta equação deve ser homogênea com condições de contorno também homogêneas, o que
implica em solução envolvendo autovetores e autofunções;
g. Determinados estes autovetores ou as auto funções, determina-se diagramas de
estabilidade, identificando-se as zonas de estabilidade e instabilidade, separadas por linhas
neutras.
Um exemplo de um sistema instável é ilustrado na Figura 3.3, trata-se de uma viga sob
compressão.
y
y( x )
P P
A questão que se coloca é se a viga fletirá e em que regime de estabilidade ela pode
ser classificada seguindo-se os passos descritos anteriormente.
Assim, tem-se:
y 0 y L 0 (3.2)
Solução de base: y x 0
b. Perturbar:
d
2
y y P
y y 0 (3.3)
2 EI
dx
TEORIA DA ESTABILIDADE LINEAR 52
Logo,
2
d y P
y 0 , com y 0 y L 0 (3.4)
2 EI
dx
c. Solução em y
y x A sen x B cos x (3.5)
1/ 2
P
Onde ,e y 0 0 B 0 (3.6)
EI
n
y L 0 sen L 0 n com n int eiro ,
L (3.7)
1/2
n n
2 2
Pn EI
Fisicament e Pn 2 (3.8)
EI L L
d. Examinar a estabilidade
Para diferentes cargas Pn, com n inteiro, tem-se diferentes níveis de flexão na forma de
senoides:
n=0 => y(x)=0
n=1 => y(x)=Asen (x/L)
n=2 => y(x)=Asen (3x/2L)
CM : . V 0 (3.9)
DV 1 2
CQM : p V (3.10)
Dt
Seguindo os passos:
a. Assumir uma dada solução de base para o comportamento médio do escoamento
V 0 U , V , W
(3.11)
p 0 P
Observa-se que i=1,2,3 e utiliza-se a regra da soma de Einstein para os índices repetidos.
Observa-se ainda que estas equações já são lineares.
onde
i 1
:n
o
de onda
dv
CM i u cos i sen 0 , (3.15)
dy
dU i d u
2
u 0
2
i uF v p cos
2
dy dy
d v
2
1 dp
i v F v 0
2
(3.16)
dy
2
CQM dy
d w
2
dW i
i w F v p cos u 0
2
2
dy dy
F U cos w sen c
Tem-se um sistema de quatro equações e quatro incógnitas (u, v, w e p). Elas são de
segunda ordem em (u, v e w) e de primeira ordem na pressão p. Trabalhando estas
equações e eliminando variáveis tem-se a equação de Orr-Sommerfeld:
i
U c v v U v v 2 v v 0 .
2 2 4
(3.17)
Para duto : v h v h 0 y +h
v 0 v 0 0 -h
Camada lim ite :
v v 0
Camada cizalhante : v v 0 y
x
TEORIA DA ESTABILIDADE LINEAR 55
U 2
v v 0 . (3.18)
U c
y y
E s tá v e l, s e m
E s tá v e l, s e m
in fle x ã o
in fle x ã o
. .
U (y) U (y)
(a ) (b )
y y
E s tá v e l
:U em y I
m in
yI o P o d e r á s e r in stá v e l,
s a ti s f a z a o s t r ê s
U y 0 p r im e i r o s t e o r e m a s
U U U P I 0
U U P I 0
U (y) U (y)
(c ) (d )
Por muito tempo, pensou-se, que pelo teorema 1, só os escoamentos cizalhantes livres
poderiam transicionar. Coube a Prandtl (1921) constatar que os efeitos viscosos podem
desestabilizar escoamentos do tipo camada limite. Conclui-se, desta forma, que existem duas
famílias de instabilidades: aquelas de natureza cizalhante e aquelas de natureza viscosa.
y
U y U 0 tgh , ilustrado na figura abaixo e resolveram a equação de Orr-Somerfeld,
L
a
C iL
: t a x a d e a m p l i f ic a ç ã o
U0
L
Zona de L in h a n e u t r a
e s ta b ilid a d e o u d e
a m o r te c im e n to d e 0
p e r tu r b a ç õ e s
0 ,1
0 ,2
0 ,3
aL
Z o n a d e I n s ta b ilid a d e
U0L
Re
Observa-se na Figura acima que existe uma linha neutra, acima da qual o escoamento
é estável. Nesta região, qualquer perturbação injetada no escoamento será amortecida. Abaixo
desta linha tem-se taxas de amplificação positivas. Se um conjunto de perturbações é injetado
sobre o escoamento, em função do número de Reynolds, existirá um comprimento de onda
que será amplificado com taxa máxima, fazendo com que um comprimento de onda
a 1 / a , onde a é o número de onda associado, apareça em primeiro lugar. Após o seu
TEORIA DA ESTABILIDADE LINEAR 58
Neste estudo, toma-se uma camada limite sem gradiente de pressão, com um perfil de
velocidade U(y) do tipo Blasius. Este estudo pode ser encontrado em Schlichting (1968). Com
o perfil de base especificado e resolvendo-se a equação de Orr-Somerfeld, obtém-se o
diagrama de estabilidade abaixo.
: n ú m e ro d e o n d a
Z o n a e stá ve l
Z o n a In s tá v e l
R e c R e
linear. Para altos números de Reynolds as não linearidades tornam-se cada vez mais
importantes. Na figura abaixo pode-se visualizar o cenário da transição de uma camada limite.
R ec
I n s t a b ili d a d e s e m T u r b u lê n c ia
O n d a s d e T -S
g r a m p o d e c a b e lo d e s e n v o l v id a
O cenário do processo de transição em uma camada limite pode ser resumido como segue:
1. Formação de ondas TS: natureza física está ligada a efeitos viscosos, que neste caso são
voltado para o processo de amplificação de perturbações e geração das ondas TS;
2. Surgimento de instabilidades transversais;
3. Surgimento de instabilidades do tipo “grampo de cabelo”;
4. Formação dos chamados spots turbulentos;
5. Degeneração em turbulência 3D.