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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 6053

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF

CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO


BRASIL – CFOAB, serviço público dotado de personalidade jurídica própria e forma
federativa, regulamentado pela Lei nº 8.906/94, com endereço eletrônico: pc@oab.org.br
e com sede em Brasília/DF, no SAUS, Qd. 05, Lote 01, Bloco M, inscrito no CNPJ sob nº
33.205.451/0001-14, por seu Presidente, Claudio Pacheco Prates Lamachia, e pelos
advogados que esta subscrevem (doc. 01), vem, mui respeitosamente, à presença de Vos-
sa Excelência, requerer sua admissão no feito na condição de

AMICUS CURIAE

nos termos do art. 138 da Lei n. 13.105/2015, uma vez que a matéria debatida nos autos é
de relevância para a categoria, pois questionam-se honorários auferidos por advogados
públicos.
Do interesse do CFOAB

A presente Ação Direta de Inconstitucionalidade discute pagamento


de honorários advocatícios sucumbenciais a advogados públicos, tema de grande relevân-
cia para a advocacia brasileira. Este Conselho Federal da OAB se apresenta perante o Su-
premo Tribunal Federal para contribuir com o debate de fundo, por sua representatividade
e finalidade institucional, conforme prevê a Lei n. 8.906/94:

Art. 44 – A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, serviço público


dotado de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finali-
dade:
I – Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democráti-
co de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela
boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo
aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas.
II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a sele-
ção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa
do Brasil.

Por força dos arts. 22 e 23 do Estatuto da Advocacia e da OAB, os


honorários advocatícios, quaisquer que sejam a sua espécie (contratuais, sucumbenciais
ou arbitrados), “pertencem ao advogado”, em função da “prestação de serviço profissio-
nal”. A Súmula Vinculante n. 47, do Supremo Tribunal Federal, reforça que os advogados
são os titulares dos honorários, ao esclarecer que tais verbas, na linha de repisada juris-
prudência do pretório excelso, contam com natureza alimentar. Nesse sentido, o legislador
acertadamente inseriu o art. 85, §19, no CPC:

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Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao
advogado do vencedor. (...)
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbên-
cia, nos termos da lei.

Tal dispositivo está perfeitamente alinhado ao melhor entendimento


sobre os honorários de sucumbência devidos a advogados públicos, bem como está em
conformidade com a ordem constitucional. O Superior Tribunal de Justiça, aliás, manifes-
tou-se recentemente sobre a matéria, asseverando que os honorários sucumbenciais “per-
tencem originariamente aos ocupantes dos cargos das respectivas carreiras jurídicas”
(REsp 1.636.124, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 27.4.2017).

Os honorários possuem natureza privada e são de propriedade do


advogado, privado ou público. Não integram o patrimônio da parte defendida pelo causí-
dico, seja um particular, seja um ente público. Não são incorporadas ao Erário, tal como
as espécies tributárias ou as condenações em favor da Fazenda Pública. São verbas ali-
mentares, autônomas à condenação, de titularidade exclusiva do patrono. Quando muito,
o ente público é mero intermediário na administração de tais verbas, devendo sempre re-
passá-las aos causídicos públicos.

O RE 407.908 (Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe


3.6.2011), aliás, reitera tal condição, ao consolidar que “os honorários são do profissional
da advocacia e não de quem porventura tenha contratado esse profissional”, tratando-se
a sua retenção de enriquecimento sem causa. Questões referentes a honorários sucumben-
ciais, portanto, não se subsumem às figuras de renda pública ou de dispêndio público. Os
honorários dos advogados públicos não são meras benesses ou concessões voluntariosas
do ente público. Sua percepção configura direito subjetivo de fundamento jurídico-
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constitucional titularizado por todo profissional que exerce a Advocacia, seja pública, seja
privada. Nesse sentido, imperiosa a improcedência da ação, com a consequente declara-
ção da constitucionalidade dos dispositivos atacados.

Outrossim, necessário desde já enfatizar que o Código de Processo


Civil de 2015 não inovou no que pertine à percepção de honorários advocatícios pelos
advogados públicos, na medida em que a matéria já estava disciplinada tanto no Estatuto
da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, quanto na legislação de diversos en-
tes federados subnacionais, não havendo, assim, qualquer fundamento a justificar o pedi-
do liminar formulado na presente ação, o qual, inclusive, se deferido, o que se admite
apenas a título de argumentação, trará grande insegurança jurídica no trato da matéria.

Diante dessas considerações, a Ordem dos Advogados do Brasil,


que possui competência legal para defender a Constituição, os direitos humanos, a justiça
social e a boa aplicação das leis, requer sua admissão no feito como amicus curiae para
oportunamente apresentar suas razões, inclusive por sustentação oral.

Termos em que pede deferimento.

Brasília, 20 de dezembro de 2018.

Claudio Pacheco Prates Lamachia


Presidente do Conselho Federal da OAB
OAB/RS 22.356

Marcus Vinicius Furtado Coêlho


Presidente da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais
OAB/DF 18.958
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Lizandra Nascimento Vicente José Nunes de Cerqueira Neto
OAB/DF 39.992 OAB/DF 44.756

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