Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
De Engels
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Sobre literature e arte. Trad. Albano Lima. 4. Ed.
Lisboa: Editorial Estampa, 1974
Primeira Ontologia do ser social p. 182-185 ( carta de Marx a Lassale), 186-191 (carta de
Engels a Lassale)
Referência:
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Sobre literatura e arte. Trad. Albano Lima. 4. Ed.
Lisboa: Editorial Estampa, 1974, p. 194 a 198.
Na carta escrita a Miss Harkness, Engels usa a expressão “ o verdadeiro triunfo do realismo”,
dialogando com a literatura de Balzac. E qual seria o verdadeiro triunfo do realismo? Narrar as
relações sociais, figurando os sujeitos históricos que importam. Os sujeitos históricos que
podem mudar a história.
O realismo de Balzac, Carta a Miss Harkness, 194 a 198 – a expressão, “o verdadeiro triunfo do
realismo” é da página 195.
Em carta de 1888 à escritora inglesa, Margaret Harkness (1864-1923), tendo como referência a
produção literária de Balzac, Friedrich Engels assinalou“o triunfo do realismo”, compreendido
como estética que destituiu as relações historicamente constituídas são ao mesmo tempo
evidentes e invisíveis. É possível definir um momento histórico pelas formas ideológicas que
tornam ocultas as posições das diferentes classes na estrutura produtiva-social-religiosa de
uma dada civilização de tradição do oprimido. Nas sociedades pré-modernas, o centro de
irradiações, estabelecido pela relação suposta entre o soberano com a transcendência,
demarcava a espiral das diferentes classes sociais, justificando, assim, a escravidão – esta é
sem transcendência, vida nua sagrada por ser profanável, matável, sem fala, sem Absoluto. No
âmbito da era burguesa, as relações mercantis substituíram as sociais, impondo a reificação da
mercadoria como referência de posição social.
Em carta de 1888 à escritora inglesa, Margaret Harkness (1864-1923), tendo como referência a
produção literária de Honoré de Balzac (1799-1850), Friedrich Engels (1974) assinalou “o
triunfo do realismo”, no contraponto com outras perspectivas estéticas do período, porque
teria conseguido representar a ascensão da burguesia e do operariado, sobretudo entre 1816
e 1848, inscrevendo sem mistificação a estrutura emergente das classes sociais na era do
capitalismo.
Referência:
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Sobre literatura e arte. Trad. Albano Lima. 4. Ed.
Lisboa: Editorial Estampa, 1974, p. 194-298
Em carta a Paul Ernst de 5 de junho de 1890, no trecho abaixo Friedrich Engels critica o escritor
impressionista austríaco, Hermann Bahr, que acreditava, contestando Marx, que a mulher
tinha que ser considerada a partir do fator biológico, mais importante que o histórico. De
forma sarcástica, Engels mostra que se tirar a mulher da história o que sobra não é uma
mulher, mas uma macaca, tendo em vista a evolução história da humanidade, também,
feminina.
Essa crítica de Engels é exemplar para pensarmos o feminismo essencialista que domina o
mundo acadêmico na atualidade. Abaixo um fragmento da carta:
“Voltando à vaca fria, isto é a Barh, surpreende-me que as pessoas na Alemanha se tomem tão
terrivelmente a sério. A chalaça e o humor, em geral, parecem aí sujeitos à maior proibição de
sempre ( até os judeus parece empregar-se a fundo para enterrar o mais possível o seu humor
nato). O aborrecimento parece ter se tornado num dever cívico. Se assim não fosse você teria
examinado de mais perto a “Mulher” de Barh, alheia a tudo que se “desenvolveu
historicamente”. Ora, o que se desenvolveu historicamente foi a sua pele, que deve ser branca
ou negra, amarela ou castanha ou vermelha – no caso vertente ela não pode, portanto, ter
pele humana. O que se desenvolveu historicamente foram seus cabelos, aos caracóis ou
lanzudos, frisados ou escorridos, pretos, ruivos ou loiros. Cabelos humanos estão-lhe portanto
também proibidos. Que restará se, com as peles e os cabelos você lhe retirar o resto que se
desenvolveu historicamente e, se a mulher se apresentar tal como é, que teremos pela frente?
Simplesmente a macaca antropopiteca.... Que Bahr a meta na cama “absolutamente palpável
e transparente”, a ela e aos seus “instintos naturais”. Carta a Paul Ernst de 5 de junho de 1890,
p. 204
Primeira Ontologia do ser social p. 182-185 ( carta de Marx a Lassale), 186-191 (carta de
Engels a Lassale)