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Cartilha sobre

Violência Sexual

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Produção
Ministério da Educação
Ministro Fernando Haddad
Universidade de Brasília
Prof. Dr. Timothy Mulholland
Decanato Extensão
Profª Dra. Leila Chalub Martins
Grupo de Pesquisa sobre Violência e Exploração Sexual – VIOLES
Profª Dra. Maria Lúcia Pinto Leal

Realização
Grupo de Pesquisa VIOLES/SER/Universidade de Brasília

Coordenação
Profª Dra. Maria Lúcia Pinto Leal

Pesquisadores
Laurez Vilela (Coordenadora do NEPAV)
Maria de Fátima Pinto Leal (VIOLES/Leal Produções & Publicações)
Wagner Barja (Centro Latino Americano)

Estagiários
Luana Alves de Souza
Maria Eunice
Priscila Mendes

Diagramação
Isabel Cristina Valadares Lins
Kleber Kroll de Azevedo Silva
Gráfica (????)

Capa
???

2
Apresentação
De acordo com os dados da pesquisa, “Análise Diagnóstica do Atendimento aos Agravos
por Acidentes e Violências – 2006” – FIOCRUZ/ENSP (IBGE ????), a população residente no Distrito
Federal é de 2.051.146 habitantes, sendo 52% de mulheres e 48% de homens. Desse total, 28,5%
são de 0 a 14 anos, 22,4% são de 15 a 24 anos, perfazendo um total de 50,9% da população
jovem.

Com relação ao tipo de violência doméstica sofrida, a negligência é a mais comum entre
as crianças de 0 a 3 anos e de 7 a 9 anos. Quanto à violência sexual, a faixa etária que
apresentou o maior índice de casos foi o de 10 a 15 anos. Com relação à violência física, as
crianças na faixa etária de 07 a 12 anos são as que mais sofrem com este tipo de violência. A
faixa etária com maior índice de casos de violência psicológica praticada com criança e
adolescente é de 12 a 15 anos.

De acordo com a Matriz de Enfrentamento da Exploração Sexual (2004), Brasília e outras


oito regiões administrativas apresentaram casos de prostituição e pornografia de crianças e
adolescentes, assim como tráfico de adolescentes para fins de exploração sexual.

Nesta perspectiva, a violência sexual contra crianças e adolescentes é uma violação de


direitos, portanto é crime. Essa questão foi agendada pela sociedade civil e pelo poder publico
como uma luta nacional e internacional pelos direitos da criança e do adolescente,
preconizados na Convenção Internacional dos Direitos da Criança, na Constituição Federal
Brasileira, no Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8069/90 e na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação de 1996.

Com este propósito, a Universidade de Brasília, por meio do Decanato de Extensão – DEX,
o Grupo VIOLES – SER/UnB, o Ministério da Educação / Secretaria de Educação, Alfabetização e
Diversidade – SECAD estão implementando o Projeto Escola que Protege que tem por objetivo
informar e capacitar os professores da rede pública do Distrito Federal para enfrentarem o abuso
e a exploração sexual contra crianças e adolescentes no ambiente escolar.

Neste contexto, é imperioso reconhecer o papel fundamental da escola na construção


da cidadania de crianças e adolescentes, bem como na prevenção da violência sexual. A
escola é um espaço de inclusão social de crianças e adolescentes e um forte desmobilizador
das ações de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

Profª Dra. Leila Chalub Profª Dra. Maria Lúcia Pinto Leal
Decana de Extensão - DEX/UnB VIOLES/SER/UnB

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Escola que Protege

Caro professor,

O Projeto Escola que Protege tem como objetivo trabalhar com a temática da violência
nas escolas, por meio da formação de profissionais de educação da rede pública e da rede de
proteção integral, para prevenir e romper o ciclo de violência contra crianças e adolescentes
no Brasil.

Considerando os altos índices de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes


no DF e a necessidade de os professores da rede de ensino público serem capacitados para o
enfrentamento desta problemática, na rede de ensino público, é que foi pensada a elaboração
desta cartilha sobre violência sexual.

Espera-se que, a partir da compreensão do fenômeno, pelos profissionais da rede de


ensino, a Escola possa nortear e sistematizar as suas ações de enfrentamento, desenvolvendo
um trabalho de prevenção, atendimento às crianças e adolescentes em situação de abuso e
exploração sexual e o fortalecimento do protagonismo infanto-juvenil para impulsionar seus
direitos e garantir sua proteção.

Nesta perspectiva, o conteúdo desta cartilha está A Escola que Protege é


organizado da seguinte forma: caracterização e conceitos da a que vê e escuta
atentamente as
violência sexual (abuso e exploração sexual); fatores que
crianças e adolescentes
favorecem a violência sexual; indicadores; conseqüências;
reconhecendo-os como
legislação; sistema de garantia de direitos; onde denunciar; sujeitos de direitos.
atendimento/programas; glossário e bibliografia. Este é o caminho para
a construção do vínculo
Assim, caro professor, espera-se que você reconheça o
de confiabilidade entre
papel importante que exerce na prevenção à violência sexual professor e aluno.
contra criança e adolescente, por meio da identificação e
intervenção nas situações de risco.

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A escola enfrentando a
violência sexual
Prevenção para evitar a violência sexual:
Violência Sexual (Abuso e
Prevenção primária: combate às causas da violência antes que ela se Exploração): É uma
instaure. Debate com a comunidade escolar sobre os fatores culturais, relação desigual de poder
sociais, políticos, econômicos, psicológicos que favorecem a violência. provocada pelas relações
adulto-criança, homem-
Prevenção secundária: identificação de crianças e adolescentes em mulher, adolescente-
situações de risco, impedindo a repetição dos atos de violência. Ex.: criança, sob condições de
família usuária de drogas, família negligente e/ou violenta. vulnerabilidade social. É
uma violação de direitos
Prevenção terciária: acompanhamento integral à vítima e ao agressor
humanos.
em centros especializados que disponham de equipe multidisciplinar

Pistas para revelar a violência sexual


Dificuldade de caminhar e sentar.
Abuso Sexual: É uma violência praticada por
pessoas contra crianças e adolescente, Traumatismo físico ou lesões corporais, por uso de violência
dentro ou fora da família, para obter física.
satisfação sexual. Geralmente as crianças e Regressão, fixação e fobias.
adolescentes estão em situação de Agressividade, fugas freqüentes de casa.
A exploração sexual implica na venda de Auto-flagelação.
serviços sexuais prestados por crianças ou Mudanças extremas, súbitas e inexplicadas no
adolescentes, para uma terceira pessoa, seja comportamento, como oscilações no humor entre retraída e
homens ou mulheres, parentes ou não. extrovertida.
Geralmente, há o apoio de redes de

Exploração Sexual de Crianças e Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica. Fraco


Adolescentes (prostituição infantil, turismo controle de impulsos e comportamento autodestrutivo ou
sexual infanto-juvenil, pornografia infantil, suicida.
tráfico para fins sexuais). Ansiedade generalizada, comportamento tenso, sempre
em estado de alerta, fadiga. Esgotamento físico.
Relato de avanços sexuais por parentes, responsáveis ou outros adultos.
Uso e abuso de substâncias como álcool, drogas lícitas e ilícitas.
Assiduidade e pontualidade exageradas, quando ainda freqüenta a escola. Chega cedo e sai tarde
da escola, demonstra pouco interesse ou mesmo resistência em voltar para casa após a aula.
Exposição do corpo em ambientes impróprios (ruas, bares, locais de entretenimento).
Queda injustificada na freqüência escolar.
Dificuldade de concentração e aprendizagem, resultando em baixo rendimento escolar.
Não participação ou pouca participação nas atividades escolares.
Surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros bens, que estão além das possibilidades
financeiras da criança/adolescente e da família, pode ser indicador de favorecimento e/ou aliciamento.
Se isso ocorre com várias crianças da mesma sala ou série pode indicar ação de algum pedófilo na
região.
Tendência ao isolamento social com poucas relações com colegas e companheiros.

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Conheça a legislação
contra violência sexual
Em nosso país, o Código Penal Brasileiro
ARTIGO 227. É dever da família, da sociedade e
de 1940 e a Constituição Federal de 1988,
do Estado assegurar à criança e ao adolescente,
através do seu Art. 227, que deu origem ao com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
8.069/90), constituem-se nos principais respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
instrumentos legais contra esse tipo de crime.
forma de negligência, discriminação, exploração,
São eles que determinam as penalidades para violência, crueldade e opressão. (Constituição
quem o pratica. Federal, 1988)

ARTIGO CRIME PENALIDADE


Produzir ou dirigir representação teatral, televisiva, ou
Reclusão de 3 a 8 anos e multa se
ECA Art. 240 película cinematográfica, utilizando-se de criança ou
houver lucro.
adolescente em cena de sexo explícito ou vexatório.
Reclusão de 2 a 6 anos e multa se
houver lucro. Ficando sujeito às
mesmas penalidades quem agencia,
Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou
autoriza ou intermedeia a participação
publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive
da criança ou do jovem na produção
ECA Art. 241 rede mundial de computadores ou internet,
de imagens; quem assegura o acesso
fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de
à internet, bem como os meios ou
sexo explícito envolvendo crianças ou adolescentes
serviços para armazenamento das
fotografias, cenas ou imagens
envolvendo criança ou adolescente.
Submeter criança e adolescente à prostituição ou à
Reclusão de 4 a 10 anos e multa se
ECA Art. 244A exploração sexual, crime que comina pena mais
houver lucro.
gravosa.

Código Penal Favorecimento da prostituição – induzir ou atrair


Reclusão de 4 a 10 anos, multa se
alguém à prostituição, facilitá-la ou impedir que
Art. 228 houver lucro.
alguém a abandone.

Código Penal Manter por conta própria ou de terceiros, casa de


prostituição ou lugar, destinados a encontros Reclusão de 2 a 5 anos.
Art. 229 libidinosos, haja ou não a intenção de lucros.

Código Penal Tirar proveito da prostituição alheia, participando Reclusão de 2 a 8 anos; 1 a 8 anos se
diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, houver violência e multa se houver
Art. 230 no todo ou em parte, por quem a exerça. lucro.
Promover ou facilitar a entrada no Brasil de mulheres
Código Penal Pena de 5 a 12 anos, violência, grave
que venham com o objetivo de exercer a prostituição
ameaça, fraude e multa se houver
Art. 231 ou a saída de mulheres para o exterior com o mesmo
lucro.
objetivo.

Código Penal Promover, intermediar ou facilitar, no território


nacional, o recrutamento, o transporte, a
Art. 231A Pena e reclusão de 3 a 8 anos e multa.
transferência, o alojamento ou o acolhimento da
(Lei nº 11.106/2005)
pessoa que venha exercer a prostituição.

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A escola notificando a
violência sexual
A atuação da escola nos casos de violência
Das Infrações Administrativas
física, sexual, psicológica, negligencia ou abandono,
Art. 245. Deixar o médico, professor ou
que tenham ocorrido no lar ou mesmo fora dele, é responsável por estabelecimento de
ponto fundamental quando se pensa em prevenção, atenção à saúde e de ensino fundamental,
sendo necessário que: pré-escola ou creche, de comunicar à
O educador comunique à direção da escola um autoridade competente os casos de que
caso, confirmado ou suspeito, de maus-tratos tenha conhecimento, envolvendo suspeita
envolvendo crianças e adolescentes; ou confirmação de maus-tratos contra
criança ou adolescente.
A direção da escola encaminhe a criança ou
Pena - multa de três a vinte salários de
adolescente ao hospital ou posto de saúde, caso a
referência, aplicando-se o dobro em caso
situação seja indicada;
de reincidência.
A direção da escola notifique o caso suspeito ou
confirmado aos Conselhos Tutelares, ou então, quando estes não existirem, a Vara da
Infância e da Juventude ou mesmo ao Ministério Público. Procurar Centros de Defesa de
Crianças e Adolescente, promotores de justiça e mesmo autoridades policiais também pode
ser estratégia da escola, principalmente em locais em que não se tem acesso às primeiras
instituições.

Como proceder em casos de violência sexual

A escola deve agir


Identificação do problema pelos professores/funcionários da Escola
articulada com a rede
local de serviços da sua
comunidade para
proceder os
encaminhamentos dos
Orientador Pedagógico Direção da Escola casos de abuso e
exploração sexual de
crianças e adolescente.

Acompanhamento junto à família Conselho Tutelar Emergência ou


Centro de Saúde

Delegacia de Polícia

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Abordando situações de
violência sexual
(Guia Escolar/2003)
Ajuda ao professor em caso
de dúvidas na abordagem Busque um ambiente apropriado. Se está conversando com uma
junto a crianças e criança que, possivelmente, está sendo abusada, lembre-se de lhe
adolescentes em situação de propiciar um ambiente tranqüilo e seguro. A criança/adolescente
deve ser ouvida sozinha, pois é fundamental o respeito à sua
violência sexual.
privacidade.
Ouça, atenta e exclusivamente, a criança ou adolescente. Não se
permitam interrupções, caso contrário, corre-se o risco de fragmentar todo o processo de
descontração e confiança já adquiridas. Se necessário, converse primeiro sobre assuntos diversos,
podendo inclusive contar com o apoio de jogos, desenhos, livros e outros recursos lúdicos.
Leve a sério tudo que disserem. A violência sexual é um fenômeno que envolve medo, culpa e
vergonha. Por isso, é fundamental não criticar a criança/adolescente nem duvidar de que esteja
falando a verdade. Por outro lado, a criança/adolescente sentir-se-á encorajada a falar sobre o
assunto se demonstrado o interesse do educador pelo relato.
Fique calmo, pois reações extremas poderão aumentar a sensação de culpa, e evite “rodeios” que
demonstrem insegurança por parte do educador.
O educador não pode deixar que sua ansiedade ou curiosidade leve-o a pressionar a
criança/adolescente para obter informações. Procure não perguntar diretamente os detalhes da
violência sofrida nem fazer a criança repetir sua história várias vezes, pois isso poderá perturbá-la e
aumentar seu sofrimento.
Confirme com a criança se você está, de fato, compreendendo o que ela está
relatando. E jamais desconsidere os sentimentos da criança ou adolescente com frases do tipo “isso
não foi nada”, “não precisa chorar”, pois, no momento que falam sobre o assunto, revivem
sentimentos de dor, raiva, culpa e medo.
Proteja a criança ou o adolescente e reitere que ela não tem culpa pelo que ocorreu. É comum a
criança sentir-se responsável por tudo que está acontecendo. Seu relato deve ser levado a sério, já
que é raro uma criança mentir sobre essas questões. Diga à criança que, ao contar, ela agiu
corretamente.
Lembre-se de que é preciso coragem e determinação para uma criança ou adolescente
contar a um adulto se está sofrendo ou se sofreu alguma violência. As crianças podem temer a
ameaça de violência contra elas mesmas ou contra membros de sua família, ou temer serem levadas
para longe do lar.
O educador só deve expressar apoio e solidariedade por meio do contato físico com a
criança e/ou adolescente se ela/ele assim o permitir. O toque pode ser um grande fortalecimento de
vínculos e, principalmente, para transmitir segurança e quebrar ansiedade.
Não trate a criança como uma “coitadinha”; a criança quer ser tratada com carinho,
dignidade e respeito.
Anote o mais cedo possível tudo que lhe foi dito: esse relato poderá ser utilizado em
procedimentos legais posteriores. É importante também anotar como a criança se comportou e como
contou o que aconteceu, pois isso poderá indicar como estava se sentindo. No relatório, deverão
constar as declarações fiéis do que lhe foi dito, não cabendo ali o registro de sua impressão pessoal.

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Por ter caráter confidencial, essa situação deverá ser relatada somente a pessoas que precisam
ser informadas para agir e apoiar a criança sexualmente abusada.
Explique à criança o que irá acontecer em seguida, como você irá proceder, ressaltando sempre
que ela estará protegida.
Proteja a identidade da criança e do adolescente sexualmente abusadas deve ser um
compromisso ético profissional. As informações referentes à criança/adolescente só deverão ser
socializadas com as pessoas que puderem ajudá-las. Mesmo assim, use codinomes e mantenha o
nome verdadeiro da criança restrito ao menor número possível de pessoas.

Onde denunciar
Saiba a quem recorrer em caso de suspeita de violência sexual infanto-juvenil:

Disque Denúncia Nacional - 100, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

Disque Denúncia Estadual e Municipal: Informe-se sobre a existência e o número para fazer a sua
denúncia.
☺ Anote o número aqui: ____________________________________

Conselhos Tutelares - Os Conselhos Tutelares foram criados para zelar pelo cumprimento dos
direitos das crianças e adolescentes. A eles, cabe receber a notificação e analisar a
procedência de cada caso, visitando as famílias. Se for confirmado o fato, o Conselho deve
levar a situação ao conhecimento do Ministério Público.
☺ Anote o número aqui: ____________________________________

Varas da Infância e da Juventude - Em município onde não há Conselhos Tutelares, as Varas da


Infância e da Juventude podem receber as denúncias.
☺ Anote o número aqui: ____________________________________

Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente e as Delegacias da Mulher. Eles também


estão preparados para ajudar.
☺ Anote o número aqui: ____________________________________

SOS Criança - programa que tem o objetivo de receber denúncias de violência contra crianças
e adolescentes, de ordem física, psicológica, sexual e negligência. As comunicações podem ser
feitas pessoalmente, por telefone, carta, FAX e por e-mail. Procure saber se existe SOS Criança
em sua cidade.
☺ Anote o número aqui: ____________________________________

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Glossário
Abuso Físico
É caracterizado por qualquer ação, única ou repetida, não acidental praticada por parte dos
pais ou responsáveis pela criança ou adolescente, com o objetivo de ferir, danificar ou destruir a
vítima, deixando ou não marcas evidentes. Conseqüência do castigo como instrumento
pedagógico e hierarquia do poder. Ex.: palmadas, beliscões, espancamentos, cascudos, puxões
de orelha.

Abuso Psicológico
É caracterizado pela utilização da criança com o objetivo de atender as necessidades
psicológicas dos adultos. Pode apresentar-se sob as formar de cobranças, punições exageradas,
rejeição, depreciação e discriminação.

Assédio Sexual
Ato cometido por alguém que se aproveita de uma aposição de superioridade para
constranger outra pessoa, a fim de obter favorecimento sexual.

Controle Social
A vigilância da execução dos preceitos constitucionais e legais. É o espaço da sociedade civil
organizada em fóruns e conselhos de direitos.

Criança e adolescente
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, criança é a pessoa com até 12 anos
de idade incompletos. É reconhecida pelas leis brasileiras como pessoa em condição especial
de desenvolvimento e que mercê atenção prioritária da sociedade, da família e do Estado. Para
o Estatuto da Criança e do Adolescente, adolescente é o indivíduo entre 12 e 18 anos
incompletos.

Defesa e responsabilização
A defesa tem como objetivo específico a responsabilização pelo não atendimento, pelo
atendimento irregular ou pela violação dos direitos individuais ou coletivos das crianças e
adolescentes. Existem três tipos de medidas disponíveis no âmbito da defesa: judiciais,
administrativas e sócio-políticas. São espaços de defesa e responsabilização: Juizados da
Infância e Juventude, Secretarias de Justiça e Segurança Pública, Ministério Público, Defensoria
Pública, Conselhos Tutelares, Centros de Defesa e outras associações legalmente constituídas.

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Incesto
Incesto é a relação sexual e/ou amorosa entre pessoas de mesmo sangue, principalmente
naqueles casos em que o matrimônio é proibido por lei. Do ponto de vista legal, a sociedade
brasileira criminaliza a prática do incesto. O Código Penal, o incesto praticado por adultos
contra crianças abaixo de 14 anos é considerado violência sexual, independente de ser
empregada a força física. Por outro lado, o Código Civil proíbe casamento entre parentes de
primeiro grau (pais e filhos, irmãos e irmãs).

Maus-tratos Infantil
Todo ato ou omissão praticados por pais, parentes ou responsáveis contra crianças e/ou
adolescentes que – sendo capaz de causar danos físico, sexual e /ou psicológico à vitimas –
implica, de um lado, numa transgressão do poder/dever de proteção do adulto e, de outro,
numa coisificação da infância., isto é, numa negação do direito que crianças e adolescentes
tem de serem tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento.
(Azevedo e Guerra, 1996:11).

Negligência
A negligência é a negação e a falta de compromisso com as responsabilidades familiares,
comunitária, social e governamental. É a falta de proteção e de cuidado da criança e do
adolescente, a não existência de uma relação amorosa, a falta de reconhecimento e
valorização da criança e do adolescente como sujeitos de direito. É o desrespeito as suas
necessidade e a sua etapa particular de desenvolvimento. Crianças e adolescentes
negligenciados vivem, pois, situações de abandono, de privação e de exposição a riscos. (vide
cartilha formação de educadores, 2006).

Pedofilia
O conceito médico de pedofilia aponta para uma disfunção sexual. É um tipo de parafilia, na
qual o indivíduo só sente prazer com determinado objeto. O conceito social de pedofilia define-
se pela atração erótica por crianças. Essa atração pode ser elaborada no terreno da fantasia
ou se materializar em atos sexuais com meninos ou meninas.

Pornografia Infantil
Pornografia se entende toda representação por qualquer meio, de uma criança dedicada a
atividades sexuais explicitas, reais ou simuladas, ou toda representação das partes genitais de
uma criança com fins primordialmente sexuais. (Queiroz, 2006)

Prostituição infantil
Consiste na troca de favores sexuais por bens materiais ou sociais, em uma relação de sexo e
mercantilização. As crianças e adolescentes, por sua condição peculiar de desenvolvimento e
por estarem submetidos às condições de vulnerabilidade e risco social, são consideradas
prostituídas (os) e não prostitutas (os).

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Proteção integral
Demanda prioridade e ações articuladas para a implementação dos direitos da criança e do
adolescente. Por serem pessoas em especial condição de desenvolvimento, a proteção da
criança e do adolescente é dever da família, da sociedade e do Estado.

Promoção
Dar o impulso e fazer avançar a proposta de mudança através do atendimento por meio de
políticas sociais básicas e políticas de atendimento em caráter supletivo.

Redes Sociais
Redes sociais é um conjunto articulado de atores / organizações–forças existentes na sua
comunidade para uma ação conjunta multidimensional e intersetorial com responsabilidade
compartilhada e negociada.

Sistema de Garantia dos Direitos


É um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais de União, dos
Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. Esse sistema se apóia em três eixos: promoção,
controle social e defesa e responsabilização.

Tráfico para fins sexuais


Promover, intermediar ou facilitar, no território nacional ou no exterior, o recrutamento, o
transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento da pessoa que venha exercer a
prostituição.

Turismo sexual infanto-juvenil


O turismo sexual é uma violência sexual, que se traduz como uma relação de poder desigual
que adultos exercem entre si, ou em relação a crianças e adolescentes, constituindo-se,
portanto, como um grave crime contra os direitos humanos. É praticado por uma pessoa ou
grupo de pessoas que viajam para dentro ou fora do país, em geral, com o propósito de realizar
atividades sexuais em troca de pagamento e/ou benefício.

Violência Doméstica
Todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis contra crianças e/ou
adolescentes que – sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima –
implica, de um lado, numa transgressão do poder/dever de proteção do adulto e, de outro,
numa coisificação da infância, isto é, numa negação do direito que crianças e adolescentes
têm de ser tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento. Fonte:

12
GUERRA, Viviane, 2004, I Seminário Regional de Combate à violência doméstica e exploração
sexual contra crianças e adolescentes – ação em debate Uberaba/MG.

Violência Estrutural
A violência estrutural caracteriza-se pelo destaque na atuação das classes, grupos ou nações,
econômica ou politicamente dominantes, que se utilizam de leis e instituições para manter suas
situação privilegiada, como se isto fosse um direito natural (Minae, 1993).

Violência Física
A violência física praticada contra crianças e adolescentes é uma violação dos direitos
humanos universais e dos direitos peculiares à pessoa em desenvolvimento, assegurados na
Constituição brasileira, no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Normativa Internacional.
O Código Penal prevê como crimes as lesões corporais dolosa e culposa (Art. 129). (vide cartilha
formação de educadores, 2006).

Violência Psicológica
A violência psicológica é uma relação de poder desigual entre adultos dotados de autoridade e
crianças e adolescentes dominados. Esse poder é exercido por meio de atitudes de mando
arbitrário, de agressões verbais, de chantagens, de regras excessivas, de ameaças (inclusive de
morte), humilhações, desvalorização, estigmatização, desqualificação, rejeição, isolamento,
exigência de comportamentos éticos inadequados, ou acima das capacidades e de
exploração econômica ou sexual. (vide cartilha formação de educadores, 2006)

Violência Simbólica
Violência simbólica é o exercício e a difusão de uma superioridade fundada em mitos, símbolos,
imagens, mídia e construções sociais que discriminam, humilham, excluem. A escola, como
formadora, tem papel fundamental na desconstrução da violência simbólica e da cultura da
inferiorização de gênero, de raça, classe social e geração. (vide cartilha formação de
educadores, 2006)

Vulnerabilidade social
A vulnerabilidade social refere-se a situações de fragilidade associadas à pobreza, ao baixo
acesso às Políticas Sociais, às desigualdades sociais, de classe, de gênero, raça/etnia e de
orientação sexual. Também, às questões emocionais afetivas de âmbito interpessoal e à
impunidade.

Leia mais sobre os temas abordados nas publicações: “Formação de educadores (as) subsídios
para atuar no enfrentamento à violência contra crianças e adolescente” do MEC/SECAD,
2006 e “Guia Escolar” do MEC/SEDH, 2003.

13
Fontes consultadas
Assis, Simone Gonçalves de. Crescer sem violência. Um desafio para educadores. RJ: Fiocruz/ ENSP/ CLAVS,
1994, p.24.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº 8.069, de 13/07/1990.

IPPOLITO, Rita (org.). Guia Escolar: Métodos para identificação de sinais de abuso e a exploração sexual em
crianças e adolescentes. Brasília: Presidência da República / Secretaria Especial dos Direitos Humanos e Ministério
da Educação, 2003.

LEAL M. L. P. Globalização e Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes. Rio de Janeiro: Save The
Children Suécia, 2003.

__________. Estudo Analítico do Enfrentamento da Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes no


Brasil – ESCCA (período 1996-2004). Brasília: VIOLES/SER/UnB, 2005.

__________. Pesquisa sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual
Comercial no Brasil – PESTRAF: Informe Nacional – Brasil / Maria Lúcia Pinto Leal e Maria de Fátima Leal. –
Brasília: Pommar/Usaid/Cecria, 2003.

FALEIROS, Vicente de Paula. Formação de educadores (as) subsídios para atuar no enfrentamento à violência
contra crianças e adolescente. Brasília: MECE/SECAD; Florianópolis: UFSC/SEAD, 2006.

MINAYO, M.C.S. A violência social sobre a perspectiva da saúde pública. Caderno de saúde pública, Rio de janeiro
n. 10 (suplemento 1), p.07-18, 1993.

Ministério da Educação. http://portal.mec.gov.br/secad/index.php?option=content&task=view&id=98&Itemid=230

QUEIROZ, Kátia. Abuso sexual: conversando com essa realidade. Disponível em:
<www.cedeca.org.br/pdf/abuso_sexual_katia_querioz.pdf>

14
Ficha de notificação
(Guia Escolar – 2003)

15
(CONTRA–CAPA)
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para
o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico,
bem como participar da definição das propostas educacionais.

Estatuto da Criança e do Adolescente


Capítulo IV
Lei 8.069/90

16

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