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PAINÉIS DE VEDAÇÃO:
Estudo de Técnicas Contemporâneas
ANÁPOLIS-GO
2017
ARIELE VENEZIAN BUSSO
RAFAEL FONSECA MARCIANO
PAINÉIS DE VEDAÇÃO:
Estudo de Técnicas Contemporâneas
Orientador
Profa. Dra. Anelizabete Alves Teixeira
ANÁPOLIS-GO
2017
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Fachada em aço inox. Edifício da Chrysler Building em New York.
Arq. William Van Alem, 1928 ............................................................................ 4
Figura 2.2 – Fachadas revestidas com placas de cobre. Hotel Unique Flat, SP.
Arq. Ruy Ohtake, 2002 ..................................................................................... 4
Figura 2.3 – Fachadas revestidas com placas de zinco. Jewish Museum, Berlim.
Arq. Daniel Libeskind, 1998 .............................................................................. 5
Figura 2.4 – Painéis de alumínio composto. Plaza Centenário, SP. Arq. Carlos
Bratke, 1988 ..................................................................................................... 5
Figura 3.8 – Vidro Optiview aplicado no Estádio Morumbi, São Paulo ........... 26
Figura 3.17 – Uso do vidro impresso para divisão de ambientes internos ..........
........................................................................................................................ 33
Figura 4.1 – Hotel San Francisco Marriott. Fachada feita com painéis de GRC .
........................................................................................................................ 43
Figura 6.1 – Esquema ilustrativo das etapas do processo produtivo do EPS .....
........................................................................................................................ 58
Figura 7.1 – Taj Mahal, índia. Cúpulas feitas com bambu ............................. 75
Figura 7.3 – Anlan Bridge, China. Ponte feita com cordas de bambu tensionadas
........................................................................................................................ 76
Figura 7.7 – Ponte de bambu, Colômbia. Projeto do Arq. Simón Vélez ......... 77
Figura 7.14 – Painel de bambu vazado, formado por detalhes variados ......... 82
Figura 7.15 – Painel de bambu preenchido com barro. A estrutura feita de bambu
toma forma de parede, e depois é preenchida com uma mistura de barro e palha
........................................................................................................................ 82
Figura 7.17 – Painel do tipo tendinous. Telas de tecido grosso são aplicados nas
estruturas de bambu, facilitando a aplicação da argamassa de revestimento dos
painéis ............................................................................................................ 83
Quadro 2.1 – Níveis de ruído para conforto térmico de acordo com a natureza da
atividade desenvolvida. Valores aproximados ................................................ 13
O presente trabalho tem como objetivo apresentar novos tipos de vedações para
edificações. Com isso, busca-se contribuir para o conhecimento desses avanços
tecnológicos, podendo expandir as concepções ligadas ás vedações de um
edifício. Além disso, procura-se propor alternativas viáveis a aplicação em
projetos, mostrando suas características e principais benefícios trazidos por sua
utilização. Uma revisão bibliográfica foi feita sobre os seguintes sistemas:
Painéis Metálicos Isolantes (PMI); Sistemas de Vedação com Vidro (FDV);
Painéis de Cimento Reforçado com Fibras de Vidro (GRC); Sistema de
Revestimento Cortina e Ventilado (RCV); Poliestireno Expandido (EPS); e
Painéis de Bambu.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 1
8. CONCLUSÃO ................................................................................. 87
REFERÊNCIAS............................................................................... 89
1. INTRODUÇÃO
Silva e Silva (2004) afirmam que a população brasileira ainda possui uma
cultura construtiva caracterizada pela alvenaria tradicional como sistema de vedação.
Esse modo construtivo apresenta um alto índice de desperdício e retrabalho
embutidos. É preciso estimular a inserção de novos materiais na construção de
vedações verticais, que atinja os requisitos de desempenho exigidos nos projetos e
minimizem os impactos negativos na obra, como os grandes desperdícios e gastos
gerados, prazos muito longos, bagunça no canteiro de obra, entre outros.
No entanto, no Brasil, seu uso como elemento de vedação está restrito a edifícios
industriais e, em menor frequência, comerciais. (SILVA e SILVA, 2004).
Figura 2.1 – Fachada em aço inox. Edifício da Chrysler Building em New York. Arq. William Van Alem,
1928. Fonte: A VIEW ON CITIES, 2017.
Figura 2.2 – Fachadas revestidas com placas de cobre. Hotel Unique Flat, SP. Arq. Ruy Ohtake,
2002. Fonte: SIGNATURE APARTMENT, 2017.
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Figura 2.3 – Fachadas revestidas com placas de zinco. Jewish Museum, Berlim. Arq. Daniel
Libeskind, 1998. Fonte: STUDIO LIBESKIND, 2017.
Figura 2.4 – Painéis de alumínio composto. Plaza Centenário, SP. Arq. Carlos Bratke, 1988.
Fonte: ZANONI E SÁNCHEZ, 2012.
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Figura 2.5 – Fachada com painéis compostos de cobre. Edifício Ceridan Corporation, Minneapolis,
EUA. Fonte: ZANONI E SÁNCHEZ, 2012.
Figura 2.6 – Perspectiva esquemática de uma vedação externa utilizando painéis metálicos isolantes.
Fonte: BENCHMARK KINGSPAN, 2014.
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De acordo com Medeiros et al. (2014), este tipo de vedação possui rápida e
fácil instalação, além de possibilitar a obtenção de diferentes níveis de desempenho
em função das necessidades de projeto com elevada eficiência térmica e relativo
baixo custo. Sua rápida montagem e a possibilidade de desmontagem faz com que os
painéis metálicos isolantes sejam uma boa alternativa também para construções de
caráter temporário, como mostra a Figura 2.7.
Figura 2.7 – Módulo operacional provisório instalado no aeroporto de Goiânia com fechamento em
painéis metálicos isolantes. Fonte: AEROPORTO DE GOIÂNIA, 2017.
Figura 2.8 – Painéis metálicos isolantes instalados, sem acabamento lateral. Fonte: DÂNICA, 2013.
Figura 2.9 – Sistemas de vedação externa em painéis metálicos isolantes. Acabamento curvo feitos
por segmentos de painéis planos. Fonte: DÂNICA, 2013.
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Figura 2.10 – Perfis de acabamento instalado na junta vertical entre painéis adjacentes. Fonte:
DÂNICA, 2013.
com componentes além dos painéis metálicos isolantes, pode-se executar um suporte
intermediário suspenso, juntamente aos componentes adjacentes, no lugar de um
apoio diretamente no piso. (MEDEIROS et al., 2014)
Figura 2.11 – Estrutura e subestrutura em aço de um shopping center recebendo vedações externas
em painéis metálicos isolantes. Fonte: MEDEIROS et al., 2014.
2.3 DESEMPENHO
a) Mecânico
b) Acústico
Quadro 2.1 – Níveis de ruído para conforto térmico de acordo com a natureza da
atividade desenvolvida. Valores aproximados.
c) Térmico
Figura 2.12 – Comparativo de transmissão de calor para diferentes tipos de materiais isolantes
utilizados nos núcleos dos painéis metálicos de vedação. Fonte: DÂNICA, 2013.
Figura 2.13 – Performance de isolamento do PUR/PIR comparado aos outros materiais isolantes.
Fonte: DÂNICA, 2013.
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d) Estanqueidade
A NBR 15.366-3 (ABNT, 2006b), afirma que painéis metálicos isolantes cujas
faces metálicas atendam a uma inspeção visual podem ser consideráveis
impermeáveis ao ar e a água, sendo a vedação do conjunto função de sua instalação.
Deve-se dar atenção aos detalhes críticos do sistema de fechamento, como juntas,
fixações, cantos, quinas e topos, podendo utilizar selantes para garantir a
estanqueidade do sistema por completo.
f) Durabilidade
2.4.1 Vantagens
2.4.2 Desvantagens
2.5 CUSTO-BENEFÍCIO
Figura 3.1 e 3.2 – Hallidie Building de Willies Polk; Ministério de Educação e Saúde ou Palácio
Gustavo Capanema. Fonte: WIKIPEDIA, 2017; IPHAN, 2017.
Sua fabricação não é diferente da dos vidros comuns, sendo a sua diferença
é que, durante o processo, são adicionados óxidos ou sais, podendo ou não ser
metálicos. Ao se unirem com o material, essas substâncias não desbotam ou saem
com o tempo, trazendo para o vidro a refletividade parcial, regulando a entrada de luz
no ambiente. O calor que passa direto pelo viro e é o que é retransmitido por ele
recebe o nome de Fator Solar (FS), então, por exemplo, se um produto tiver o FS de
40 quer dizer que ele barra 60% do calor que entraria no ambiente. Esses vidros
conseguem barrar, quando laminados, até 99,6% dos raios ultravioleta (UV), sendo
considerado um material ecologicamente correto por reduzir os gastos energéticos da
edificação (DIVINAL VIDROS, 2017). Na Figura 3.4, observa-se uma ilustração que
demonstra como ocorre a reflexão feita pelo vidro.
Além disso, o emprego desse vidro traz diversos benefícios para o edifício
como: maior privacidade para os ambientes internos (bloqueia a visão do lado de fora
para dentro); e controla a transmissão e reflexão de luz e calor. Um problema do
emprego dessa tipologia é o alto risco para pássaros, pois os reflexos os confundem
podendo gerar colisão. Além disso, são classificados de acordo com a sua
refletividade: alta possuem refletividade externa superior a 25%; média possuem
refletividade externa entre 15% e 25% (recomendado para as regiões Norte e
Nordeste do país); e baixa possuem refletividade inferior a 15% (recomendado para
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Figura 3.4 – Ilustração do funcionamento do vidro refletivo. Fonte: DIVINAL VIDROS, 2017.
Figura 3.5 – Edifício com fachada usando vidro refletivo. Fonte: ALL ABOUT THAT GLASS, 2015.
Figura 3.7 – Vidro Insulado com persiana interna. Fonte: ARCOWEB, 2017b.
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Figura 3.8 – Vidro Optiview aplicado no Estádio Morumbi, São Paulo. Fonte: SINCAVIDRO, 2012.
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b) Vidro Autolimpante: na fabricação desse vidro, o vidro float recebe uma película
com uma camada com partículas de dióxido de titânio (TiO2). Essa camada age
de duas formas. A primeira é quando ocorre a quebra das moléculas orgânicas
através de um processo chamado fotocalítico, onde os raios ultravioleta reagem
com a camada de TiO2, desintegrando as moléculas à base de carbono,
eliminando por completo a poeira orgânica. A segunda acontece quando a água,
seja da chuva ou de jatos, entram em contato com o vidro que é hidrofílico (absorve
água). Assim, como exemplificado na Figura 3.9, ao invés de formar gotas de água,
a água se espalha igualmente pela superfície do vidro, levando com ela também
toda a poeira. Além disso, a água seca mais rapidamente e não permite a formação
das manchas (ABRAVIDRO, 2017a). Segundo a Cebrace (2015), esse vidro
possui um caráter sustentável forte por reduzir o consumo de água, devido a sua
reduzida necessidade de limpeza, e o consumo de detergentes que afetam o
ecossistema. Além disso, a aplicação desses vidros é recomendada para a parte
externa de edificações que tenham contato com os raios UV e sejam mais difíceis
de limpar, como fachadas; coberturas, a qual sua aplicação pode ser observada
na Figura 3.10; janelas; áreas altamente poluídas; lugares no qual a visibilidade
seja essencial, como aeroportos; entre outros.
Figura 3.9 – Diferença da reação ás gotas de chuva de um vidro normal com o autolimpante. Fonte:
ENGENHEIRO DE MATERIAIS, 2015.
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Figura 3.10 – Uso do vidro autolimpante em uma cobertura. Fonte: CRISTALIS VIDRAÇARIA, 2017.
Figura 3.12 – Uso do low-e no mercado de refrigeração comercial. Fonte: ABRAVIDRO, 2017b.
Figura 3.16 - Water Building Resort, em Dubai. Fonte: PENSAMENTO VERDE, 2013.
Figura 3.17 – Uso do vidro impresso para divisão de ambientes internos. Fonte: AECWEB, 2017.
Figura 3.20 – Uso da Cortina de Vidro em uma fachada. Fonte: VIVA DECORA, 2016.
Figura 3.21 – Fachada utilizando a pele de vidro. Fonte: MONT VIDROS, 2017.
Figura 3.22 e 3.23 - Corporate Financial Center, Asa Norte, Brasilia, DF; Complexo WTJK, São Paulo,
SP. Fonte: CBRE, 2017; ARCOWEB, 2017a.
Figura 3.24 e 3.25 – Içamento e instalação de módulo de fachada unitizada; Complexo Morumbi
Corporate, em São Paulo. Fonte: MEDEIROS et al., 2014; MELLO, 2017.
Figura 3.26 – Garra de fixação do sistema Spider Glass. Fonte: VIDRADO, 2017.
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Figura 3.27 e 3.28 – Aplicação do Spider Glass em edifícios. Fonte: VIDRADO, 2017.
De acordo com Medeiros et al. (2014) no Brasil, esse sistema tem sido
utilizado de maneira mais pontual, cobrindo áreas relativamente pequenas da
fachada, sendo comum ser utilizado em vitrines de lojas e lobbys de entrada, como
podem ser observados nas Figuras 3.27 e 3.28. Existe uma variação do sistema de
fixação, o point-fixed clamped (vidro grampeado pontualmente) que não necessita da
perfuração dos vidros, reduzindo os custos. Todavia, esteticamente, esse sistema
exibe parte do componente de fixação, enquanto o original apresenta uma superfície
ininterrupta de vidro. (MEDEIROS et al., 2014). Na figura 3.29 observa-se um exemplo
desse sistema.
Figura 3.29 – Edifício utilizando o sistema point-fixed clamped. Fonte: PINTEREST, 2017.
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3.4 CUSTO-BENEFÍCIO
A sigla GRC (Glassfibre reinforced concrete), intitulada por GFRC nos Estados
Unidos, é utilizada para nomear o produto resultante da mistura de cimento/agregado
com fibras de vidro resistentes ao meio alcalino. Essas fibras proporcionam
características diferenciadas à argamassa conseguindo adquirir elevadas
propriedades mecânicas do produto resultante (FERNANDES, 2008). O GRC pode
ainda conter fillers (material passante na peneira de malha 0,075mm), pigmentos,
adições minerais e aditivos (SILVA e SILVA, 2004).
das fibras de vidros resistentes a álcalis. (SILVA e JOHN, 1998. BROOKES, 1998;
HARRISON e VEKEY, 1998; BARTH, 2000).
Figura 4.1 – Hotel San Francisco Marriott. Fachada feita com painéis de GRC. Fonte: MARRIOTT,
2017.
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Figura 4.2 – Edifício com fachadas em GRC, Madrid. Fonte: FERNANDES, 2008.
a) Tipo casca
B) Sanduíche
C) Stud frame
Figura 4.5 – Painel GRC tipo stud frame. Fonte: FERNANDES, 2008.
Os painéis GRC para fachadas podem ser produzidos como peças inteiriças,
que vencem todo o pé direito ou apenas o vão entre esquadrias, ou específicas para
o revestimento de pilares (PCI, 1995). A massa dos componentes costuma variar de
acordo com a forma, dimensões e o tipo de acabamento, fatores que definem o tipo
de enrijecimento a ser usado. As dimensões normalmente mais empregadas são de
1,5 e 3m de altura por 2 a 6m de comprimento, mas painéis de até 4m x 9m já foram
produzidos com espessura de 13mm (SCHULTZ et al., 1987; McDOUGLE, 1995).
Com relação ao sistema de fixação, estes devem ser projetados tendo em conta
os fatores que condicionam sua durabilidade e desempenho, como: resistência
mecânica, ductilidade e resistência à corrosão. Os materiais usados para isso devem
ser duráveis e compatíveis com o comportamento do GRC (SAMUDIO, 2015).
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A fixação de painéis de GRC enrijecidos por uma estrutura metálica leve é feita
através de cantoneiras e/ou pinos aparafusados à estrutura da edificação, que devem
permitir movimentações decorrentes de deformações higrotérmicas e estruturais. Para
mantê-los em situação de compressão, as fixações que recebem o peso próprio dos
componentes localizam-se próximos à base do painel, e as fixações no topo são
destinadas ao posicionamento e restrição lateral (PCI, 1994; BROOKES, 1998). Já os
painéis de GRC com enrijecedores incorporados são aparafusados à estrutura da
edificação por quatro pontos de fixação: dois posicionados junto à base para suportar
o peso próprio do painel, e dois que contribuem para a estabilidade lateral e resistência
à carga de vento que permitem deslocamento horizontal e vertical. Todos os pontos
devem permitir ajuste na direção perpendicular ao plano do painel. (SILVA e SILVA,
2004).
4.3 DESEMPENHO
4.4.1 Vantagens
4.4.2 Desvantagens
4.5 CUSTO-BENEFÍCIO
Figura 5.1 – Funcionamento da fachada ventilada (efeito chaminé). Fonte: IMAGEM, 2017.
a) Painéis de Alumínio Composto (ACM): constituído por duas chapas sólidas de liga
de alumínio com núcleo de polietileno de baixa densidade ou núcleo mineral não
combustível. Os benefícios de seu uso incluem versatilidade; alto grau de
resistência em relação ao peso e à corrosão; leveza; durabilidade; facilidade de
conformação; isolamento térmico e acústico (IMAGEM, 2017). Na Figura 5.2
observa-se um exemplo de fachada combinando pele de vidro e o ACM.
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Figura 5.2 – Fachada usando ACM e pele de vidro. Fonte: ALUCOMPOSTO, 2017.
Figura 5.3 – Aplicação de um laminado melamínico em uma fachada. Fonte: FORMICA, 2017b.
Figura 5.4 e 5.5 – Algumas possibilidades de aplicações dos painéis de concreto polimérico. Fonte:
AECWEB, 2017b.
Figura 5.6 – Aplicação do granito branco flameado em fachada. Fonte: CONSTRUINDODECOR, 2017.
Figura 5.7 – Fachada revestida com mármore branco. Fonte: DECORSALTEADO, 2016.
e) Painéis Cerâmicos: segundo Medeiros et al. (2014), esses painéis são mais leves
se comparados com os de granito, mas é mais pesado do que as outras soluções
anteriores. São encontrados no mercado com uma variedade de opções e podem
ser aplicados de diversas maneiras nos edifícios, como na Figura 5.8.
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Figura 5.8 – Aplicação de painel cerâmico em uma fachada. Fonte: ARCHDAILY, 2017.
De acordo com Medeiros et al. (2014), por mais que seu custo seja maior que
algumas outras técnicas de revestimento, as vantagens para sua utilização são
muitas:
a) Alta produtividade da montagem, reduzindo o desperdício do material, podendo
ser realizada com a estrutura em andamento ou sobre revestimentos pré-
existentes.
b) Eliminação de problemas oriundos a movimentações térmicas e estruturais, como
eflorescência, descolamentos, trincas e infiltrações.
c) Facilidade de manutenção e trocas dos painéis.
d) Estanqueidade à água da chuva sem a necessidade de aplicação de silicone nas
juntas.
e) Devido a rápida evaporação e movimentação da umidade, eliminam-se
condensações.
f) Excelente desempenho acústico, por refletir os ruídos externos, e térmico graças
à camada de ar circulante (efeito chaminé).
g) Os espaços vazios entre os paramentos permitem a instalação de tubulações
elétricas, hidráulicas e hidrossanitárias.
Além disso, as vantagens do uso desse sistema são aumentadas dependendo
do tipo de painel que será aplicado na fachada.
Medeiros et al. (2014) aponta algumas limitações do uso desse sistema como
a maior dificuldade na execução de arremates e maior risco de danificação por
vandalismo. O custo mais elevado desse sistema se dá devido à necessidade da
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Figura 6.1 – Esquema ilustrativo das etapas do processo produtivo do EPS. Fonte: EPS BRASIL,
2017a.
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produto extremamente leve e com suas particularidades termo acústicas. Além disso,
são produtos inertes; não contaminam a natureza (solo, água e ar), pois não utilizam
o gás CFC ou afins em sua produção; e por ser um material 100% reaproveitável e
reciclável, podendo até retornar às condições de matéria prima. O processo de
reciclagem do EPS é evidenciado na Figura 6.4, onde se observa o retorno do material
já utilizado ás condições de matéria prima e sua reconstituição em novos produtos.
6.1.1 Aplicações
6.1.3 Desvantagens
simples, além de que o uso desse sistema garante uma maior limpeza ao canteiro de
obras.
Figura 6.5 – Componentes do painel Monolite. Fonte: CONSTRUÇÃO COM EPS, 2017.
Figura 6.7 – Quadro de energia e tubulações nos painéis. Fonte: COELHO, 2015.
Figura 6.8 – Primeira etapa do reboco sobre os painéis. Fonte: COELHO, 2015.
7. PAINÉIS DE BAMBU
Segundo Graça (1988), o bambu possui uma superfície naturalmente lisa, dura
e limpa, e sua cor natural é bem marcante. A espécie é usada pelo homem há séculos
e nas mais variadas aplicações, como em ferramentas, mobiliário e construção civil
(OLIVEIRA, 2013). É um material eco sustentável, de fácil cultivo, manejo e produção
de insumos, além de possibilitar uma diminuição significante com gastos de energia
(COSTA, 2012).
Por possuir pouca exigência com relação ao solo, se produz bem em quase
todos os tipos (COSTA, 2012), e é encontrado em todos os continentes do mundo,
com exceção da Europa. Nesse continente, seu cultivo vem sendo introduzido desde
o século XIX. No Brasil encontra-se uma grande variedade de espécies de Bambu,
em todo o território nacional, principalmente nas regiões Norte, Nordeste, São Paulo,
Rio de Janeiro e Minas Gerais (TEIXEIRA, 2006). Conforme análise da Tabela 7.1, a
maior quantidade de espécies se encontra no bioma Mata Atlântica, seguida pela
Amazônia e Cerrado. As espécies mais conhecidas são: Bambusa vulgaris vittata
(bambu-imperial), Bambusa vulgaris (bambu-verde), Bambusa tuldoides (bambu-
comum), Dendrocalamus giganteus (bambu-gigante ou bambu-balde) e algumas
espécies de Phyllostachys (SILVA, 2005).
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Tabela 7.1 – Distribuição das espécies de bambus nos principais biomas brasileiros:
Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado.
7.3 MANUSEIO
A) Corte: corta-se o bambu já adulto na base do gomo para evitar retenção de água e
criação de insetos. Em seguida, mantêm-se os gomos em pé, de quatro a oito
semanas, protegidos do sol e chuva, para uma secagem mais lenta, evitando perda
brusca da seiva. Recomenda-se cortar o bambu adulto em época seca e com menor
incidência de insetos na região do plantio.
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B) Secagem: o bambu continua úmido por dentro mesmo após seu corte, por isso é
necessário o processo de secagem, aumentando sua durabilidade e resistência. São
empilhados em forma de “fogueira”, intercalando os troncos mais grossos com os mais
finos, por dois a três meses, eliminando a umidade.
Figura 7.1 – Taj Mahal, índia. Cúpulas feitas com bambu. Fonte: HIKERSBAY, 2017.
Figura 7.2 – Comunidade ecológica, estruturada em bambu, Índia. Projetos dos arq. Komal Gupta,
Vikas Sharma, Sakshi Kumar e Siripurapu Monish Kumar. Fonte: CAU/PR, 2013.
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Figura 7.3 – Anlan Bridge, China. Ponte feita com cordas de bambu tensionadas. Fonte:
SCHRÖDER, 2013.
Figura 7.4 – Quiosque oriental na China. Uso do bambu na construção. Fonte: TEIXEIRA, 2006.
De acordo com Anelizabete, o bambu está sendo cada vez mais percebido
como material de importância vital no desenvolvimento desses países. Programas
habitacionais estão sendo implantados em grande escala, utilizando o bambu como
matéria-prima e desenvolvendo tecnologias avançadas de pré-fabricação
industrialização dos seus componentes construtivos. (TEIXEIRA, 2006). Na Colômbia,
o bambu é o material de origem vegetal empregado com maior assiduidade,
ultrapassando o uso da madeira (COSTA, 2012). Pode-se observar nas Figura 7.5,
Figura 7.6 e Figura 7.7, exemplares de edificações feitas com bambu no país, como a
Catedral de Bambu, do Arquiteto Simón Vélez.
77
Figura 7.6 – Interior da Catedral de Bambu, Colômbia. Projeto do Arq. Simón Vélez. Fonte:
ALCHETRON, 2017.
Figura 7.7 – Ponte de bambu, Colômbia. Projeto do Arq. Simón Vélez. Fonte: PINTEREST, 2017.
78
Figura 7.8 – Memorial da Cultura Indígena, Campo Grande – MS. Obra feita de bambu. Fonte:
TEIXEIRA, 2006.
Figura 7.9 – Desenho esquemático do painel de vedação de bambu como taipa. Fonte: VENÂNCIO,
2017.
80
Nos painéis de vedação do tipo esteira, como mostra a Figura 7.10, forma-se
um painel compacto e fechado através de bambus amarrados lado a lado entre si.
Pode ficar aparente e receber apenas o selador, ou pode ser argamassado com barro
ou cimento, aumentando a resistência da parede (VENÂNCIO, 2017). De acordo com
Teixeira (2006, p.92), as esteiras são “bambus planificados por meio da remoção dos
nós e da abertura dos colmos de forma a formarem tábuas”. São feitas dividindo os
colmos em fitas longitudinais, e podem ser usadas na fabricação de produtos como
forros, pisos, fôrmas para concreto armado, mobiliário, utensílios domésticos e painéis
de vedação (LÓPEZ, 1974).
Figura 7.10 – Estacionamento Leipzig, Alemanha. Painel de bambu tipo esteira. Fonte: HPP
Architects, 2017.
duplas (Figura 7.16), formados por uma estrutura de bambu ou madeira vedada por
esteiras de bambu, argamassados e pintados; e painéis do tipo tendinous ou
tencionados (Figura 7.17). Esse último é feito com uma estrutura de bambu
(semelhante a uma moldura) espaçada de 1,20m em 1,20m, arames farpados fixados
entre as molduras, e aplicação da aniagem (tela ou tecido grosso feito de juta ou outra
fibra vegetal) em um dos lados do arame, para enfim fixar o painel verticalmente.
Então, aplica-se camadas de argamassa de reboco na superfície do painel. É hoje
considerada a melhor para a construção de painéis de bambu (TEIXEIRA, 2006).
Figura 7.11 – Painel de bambu estacados, com varas estacadas verticalmente. Fonte: TEIXEIRA,
2006.
Figura 7.12 – Casa feita de bambu com o uso das esteiras. Fonte: TEIXEIRA, 2006.
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Figura 7.13 – Painéis de bambu feitos com esteira, formando desenhos geométricos. Fonte:
TEIXEIRA, 2006.
Figura 7.14 – Painel de bambu vazado, formado por detalhes variados. Fonte: TEIXEIRA, 2006.
Figura 7.15 – Painel de bambu preenchido com barro. A estrutura feita de bambu toma forma de
parede, e depois é preenchida com uma mistura de barro e palha. Fonte: TEIXEIRA, 2006.
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Figura 7.17 – Painel do tipo tendinous. Telas de tecido grosso são aplicados nas estruturas de
bambu, facilitando a aplicação da argamassa de revestimento dos painéis. Fonte: TEIXEIRA, 2006.
Figura 7.18 – Painel pré-fabricado com moldura de madeira e canas ou varas de bambu. Fonte:
TEIXEIRA, 2006.
Figura 7.19 – Esteiras de bambu como painéis de vedação. Fonte: TEIXEIRA, 2006.
Segundo Teixeira (2006) “nos dias atuais, busca-se cada vez mais a
racionalização das obras civis, a fim de evitar desperdícios, perda de tempo e aumento
de produtividade”.
O desempenho dos painéis de vedação feitos com bambu vai variar em função
do modo construtivo e das características do bambu utilizado. A utilização do material
é condicionada por questões como a durabilidade do material e capacidade de
suportar as solicitações impostas durante a vida útil da obra (BARROS e SOUZA,
2004).
7.7.1 Vantagens
O material também possui fácil aplicação, podendo ser executada por pessoas
com conhecimento básico das técnicas construtivas necessárias. (TEIXEIRA, 2006).
Seu desempenho químico, físico e mecânico é excelente (SOUZA, 2014), e o bambu
também é ideal contra abalos sísmicos, devido à sua flexibilidade. Sua flexibilidade
aliada à sua rigidez estrutural torna a edificação resistente e ao mesmo tempo
maleável (VENÂNCIO, 2017).
7.7.2 Desvantagens
De acordo com Obermann (2008), citado por Padovan (2010), uma das maiores
dificuldades para a utilização do bambu na construção civil é a falta de normatização
do material. Na maioria dos casos, os ensaios são efetuados utilizando-se diferentes
metodologias, muitas vezes análogas às de madeiras maciças, dificultando a
comparação de resultados e tornando difícil extrapolar os dados e a sua utilização
para diferentes localidades e espécies. A idade do colmo é o principal fator de
distorção nos resultados.
7.8. CUSTO-BENEFÍCIO
8. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALL ABOUT THAT GLASS. Vidros de proteção ou controle solar, jul. 2015.
Disponível em: < https://allaboutthatglass.wordpress.com/tag/decoracao-vidro-
refletivo/>. Acessado em: 15 out. 2017.
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