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FACULDADE DE VETERINÁRIA

DEPARTAMENTO DE PARÁ-CLÍNICAS

Licenciatura em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Gestão da Segurança Alimentar & Saúde Pública

Nível III, 3º Ano, I Semestre

ZOONOSES DE IMPORTÂNCIA ALIMENTAR

“Toxoplasmose”

DOCENTES:

DISCENTES: Prof. Dra. Custódia Macuamule

Armando Mateus Dra. Charmila Mussagy

Edson Mussalama Dra. Maria Luíz

Fernando Amade

Maputo, Março de 2019


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. OBJECTIVOS ........................................................................................................... 3

3. AGENTE ETIOLÓGICO .......................................................................................... 4

4. CICLO DE TRANSMISSÃO ................................................................................... 4

5. EPIDEMIOLOGIA ................................................................................................... 6

6. MEDIDAS DE CONTROLE .................................................................................... 7

7. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 9

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 10


1. INTRODUÇÃO

As zoonoses são doenças ou infecções susceptíveis de se transmitirem naturalmente dos


animais aos humanos e vice-versa. Podem originar graves problemas sanitários,
económicos e sociais, embora nem todos relacionados com a Segurança Alimentar. De
facto, a transmissibilidade natural dos animais às pessoas pode fazer-se por contacto
directo, ou por acção de vectores intermediários, ou ainda pelo consumo de produtos
alimentícios contaminados. A prevenção e o controlo deste tipo de infecções requerem o
estabelecimento de estratégias únicas e internacionais. (OMS,2010).

Assim sendo, a Toxoplasmose é uma zooonose de distribuição universal que acomete


milhões de pessoas no mundo. Portanto, ela é uma doença cosmopolita causada pelo
protozoário Toxoplasma gondii. em seres humanos, pode causar cegueira ou retardo
mental, nos casos de transmissão congênita, e pode ser letal em indivíduos
imunocomprometidos. O gato é um importante elo na cadeia epidemiológica da doença,
porém o principal mecanismo de transmissão para o homem é o hábito de comer carne
crua ou malpassada, além da ingestão de legumes, frutas, leite e água contaminados.

Entretanto o Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular, que pode parasitar os mais


diversos tecidos de vários mamíferos e aves (Perdoncini, 2010).

O gato e outros felídeos são os únicos hospedeiros definitivos desse parasita. Os felinos
eliminam oocistos em suas fezes que contaminam o ambiente. No solo, os oocistos
passam por um processo de esporulação e tornam-se infectantes ao homem e aos animais.

Essa doença causa grande impacto na saúde pública, já que a transmissão ocorre de
animais para o homem a partir de alimentos contaminados.

A grande dispersão do parasita pode ser determinada pela possibilidade de apresentar


vários mecanismos de transmissão: ingestão de cistos presentes em carne crua ou
malcozida, ingestão de oocistos presentes em fezes de felídeos que contaminam alimentos
e água, manipulação de terra contaminada com oocistos, entre outros. Estes fatores podem
ser as causas das altas prevalências de anticorpos para Toxoplasma gondii em grupos
humanos com hábitos, costumes e etnias bem diferentes, sendo dependentes do grau e da
frequência de exposição aos referidos factores.

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A infecção no homem é usualmente assintomática, entretanto sérios sintomas ou até
mesmo a morte podem ocorrer na forma congênita da doença ou em indivíduos
imunodeprimidos, como aidéticos ou indivíduos tratados com corticóides (Neves, 2011).

Diante destes factos, este trabalho tem por objectivo fazer uma revisão bibliográfica sobre
essa zoonose que é do nosso interesse para área de Ciência e Tecnologia de Alimentos,
onde iremos focalizar em alguns aspectos tais como: o agente etiológico, ciclo de
transmissão, epidemiologia e as possíveis medidas de mitigação para essa zoonose.

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2. OBJECTIVOS

Geral

➢ Estudar o Toxoplasmose como uma zoonose importante na Saúde Pública.

Específicos

➢ Identificar o agente etiológico dessa zoonose;


➢ Descrever o ciclo de transmissão da Toxoplasmose;
➢ Ilustrar algumas regiões afectadas com essa zoonose através de dados
epidemiológicos;
➢ Citar as respectivas medidas de mitigação para o seu controlo.

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3. AGENTE ETIOLÓGICO

Segundo Neves (2011), O agente etiológico da toxoplasmose é o Toxoplasma gondii,


protozoário pertencente ao filo Apicomplexa é um parasita intracelular obrigatório.

A classificação taxonómica do Toxoplasma gondii é a seguinte:

➢ Reino: Animal
➢ Filo: Apicomplexa
➢ Classe: Sporozoasida
➢ Subclasse: Coccidiasina
➢ Ordem: Eimeriorina
➢ Família: Toxoplasmatidae
➢ Gênero: Toxoplasma
➢ Espécie: Toxoplasma. Gondii

4. CICLO DE TRANSMISSÃO

O ciclo biológico do T: gondii desenvolve-se em duas fases distintas:

➢ Fase Assexuada: nos linfónodos e nos tecidos de vários hospedeiros (inclusive


gatos e outros felideos)
➢ Fase Coccidiana ou Sexuada: nas células do epitélio intestinal de gatos jovens
(e outros felídeos) não imunes. Desta forma, T gondii apresenta um ciclo
heteroxeno, no qual os gatos são considerados hospedeiros completos ou
definitivos por possuírem um ciclo coccidiano, apresentando uma fase sexuada
dentro do vacúolo parasitóforo do citoplasma, nas células epiteliais do intestino e
um ciclo assexuado ocorrendo em outros tecidos. Entretanto, o homem e outros
mamíferos, com as aves, são considerados os hospedeiros incompletos ou
intermediários, pois possuem apenas o ciclo assexuado.

As formas infectantes que o parasito apresenta durante o ciclo biológico são: taquizoítos,
bradizoítos e esporozoítos. (Neves, 2011).

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O T.goondii é um parasita intracelular obrigatório e ubíquo, capaz de infectar
practicamente qualquer animal de sangue quente, seus hospedeiros definitivos são felinos
(principalmente o gato doméstico), no intestino dos quais ocorre a reprodução sexuada.

De acordo com ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, (2011) afirma que existem três formas
infectantes que representam as principais formas evoluitivas:

➢ Taquizoitos-são a forma infectante e proliferativa, presente na fase activa da


doença.
➢ Bradizoitos-consistem na forma latente, constituindo cistos que podem
permanecer viáveis nos tecidos muscular e nervoso (retina e restante do sistema
nervoso central) dos hospedeiros intermediários e definitivos o que caracteriza a
fase crônica da doença.
➢ Esporozoítos-formam os oocistos, que são eliminados nas fezes dos felinos,
podendo contaminar o solo, água e os alimentos.

Figura 1: Ciclo biológico da T.gondii. Fonte: (Moncada & Montoya, 2012).

Os felinos são infectados pelo T.gondii por meio da ingestão de carne contendo
bradizoitos/traquizoitos de hospedeiros intermediários ou de oocistos esporulados

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presente no solo contaminado. Após cerca de 10 dias de infecção eles eliminam nas fezes
milhões de oocistos contendo esporozoítos, que podem permanecer infectantes no solo
ou água por mais de um ano.

Os humanos se infectam por T.gondii principalmente por meio da ingestão de água e


alimentos com oocistos ou de carne crua ou malcozida contendo cistos teciduais.

Em humanos, após atravessar os enterocitos, os taquizoitos do T.goondii se disseminam,


por via hidatogénica, para todo o organismo. Após 1 a 2 semanas, com o desenvolvimento
da imunidade adaptatiava, a replicação/ disseminação dos taquizoitos é controlada. Eles
se convertem em bradizoitos, encistando-se nos músculos e no Sistema Nervoso Central,
incluindo a retina. Além de latentes, com perspectiva de persistência nos tecidos por
tempo indefinido, os referidos cistos são refractórios aos antiparasitários actualmente
disponíveis. Eles podem se romper tardiamente, particularmente na retina, liberando
bradizoitos que se convertem em taquizoitos causando a reactivação da doença. (Neves,
2011).

Formas de transmissão

As formas de transmissão do T.goondi são as seguintes

➢ Ingestão de oocistos que contaminam água e alimentos (eles são eliminados nas
fezes dos gatos e se espalham no meio ambiente por meio de águas pluvial/fluvial,
de acção do vento e mesmo dos insectos);
➢ Ingestão de bradizoitos presentes na carne crua/malcozida;
➢ Transmissão de órgãos, transfusões e acidentes laboratoriais.

5. EPIDEMIOLOGIA

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2016) cita que nos últimos 10 anos,
aproximadamente 75% das novas doenças que têm afetado os humanos, são causados por

patógenos de origem animal não humanos ou em produtos de origem animal e, grande


parte delas tem potencial de se disseminar globalmente.

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A incidência no mundo é considerada alta. Nos Estados Unidos e na Europa cerca de 1/3
da população adulta apresenta anticorpos contra o T. gondii, indicativo da alta exposição
dessas populações ao parasito.

A Toxoplasmose é um parasita ocupa o quarto lugar na lista da FAO e OMS entre os dez
principais agentes transmitidos por alimentos no mundo. Estima-se que 1/3 da população
humana esteja infectada pelo Toxoplasma actualmente.

O T.goondii está presente em todos os continentes, com particular importância em países


tropicais. Na América do Sul, infecta ate 80% da população (CDC 2018).

A França é um dos países europeus com maior soroprevalência para a toxoplasmose


humana. A implantação de um programa de prevenção contra a infecção por T. gondii,
através da triagem de gestantes soropositivas associada à educação sanitária, reduziu os
casos de toxoplasmose congênita.

Em países como os Estados Unidos, Polônia e Dinamarca, em que há baixas taxas de


soroprevalência para a toxoplasmose congênita, adota-se o diagnóstico neonatal através
do “teste do pezinho” (Moncada & Montoya, 2012).

6. MEDIDAS DE CONTROLE

➢ A notificação imediata as autoridades de vigilância epidemiológica para que se


desencadeie a investigação das fontes comuns e controle da transmissão através
de medidas preventivas
➢ Saneamento básico e aeducação sanitária;
➢ Consumir apenas água filtrada ou fervida; manter os reservatórios bem fechados;
➢ Higienizar frutas, legumes e verduras em água corrente antes do consumo,
conforme a seguir:
➢ Não consumir carnes cruas, malcozidas ou malpassadas e não provar a carne crua
durante seu preparo; cozinhar a carne a pelo menos 67°C (ao ponto para bem
passada).
➢ Controlar vetores e pragas (ratos, moscas, baratas e formigas), descartando
correctamente o lixo doméstico e os dejetos de animais;
➢ Evitar o contacto com gatos e outros felídeos

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➢ O principal factor de controlo para a prevenção da infeção por T. gondii pelo
consumo de carne é o cozimento adequado e a prevenção da contaminação
cruzada.
➢ Evitar que a troca da caixa de areia de gatos domésticos seja feita pela gestante (a
troca pode ser feita por outra pessoa) e, caso não seja possível, deve-se limpar e
trocar a caixa diariamente, utilizando luvas e pazinha, além de colocá-la ao sol
com frequência.

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7. CONCLUSÃO

O estudo da toxoplasmose é de extrema importância em Saúde Publica, visto que esta


enfermidade é uma zoonose. Ela é causada por um parasita intarcelular obrigatório
apicomplexo conhecido por Toxoplasma gondii.

O homem adquire esta doença devido o contacto directo com fezes de animais ou próprios
animais de estimação (gatos e outros felídeos), via congénita e também através da
ingestão de alimentos crus ou malcozidos contaminados por esta zoonose. E essa zoonose
quanto ao número hospedeiro é um heterexeno.

De acordo com alguns estudos realizados foi possível notar que a Toxoplasmose ocupa o
quarto lugar na lista da FAO e OMS e estima-se que 1/3 da população humana esteja
infectada por esse parasita. Portanto, ela está presente em todos os continentes, com
particular importância em países tropicais. Contudo, como forma de controlo da
Toxoplasmose é necessário elaborar programas que consistem na educação da população
a garantirem o saneamento básico e a aplicarem o conceito das boas prácticas de higiene
e de processamento de alimentos, através do uso das regras de higiene pessoal depois de
estar em contacto com animais de estimação (gatos e outros felídeos), o uso de água
tratada, fazer o melhor controle destes animais e também aplicar os métodos de
conservação e transformação de alimentos isto tudo para garantir a Saúde Pública.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CDC (2018) Parasites – Toxoplasmosis (Toxoplasma infection). Atlanta Disponível


em: <https:// www.cdc.gov/parasites/toxoplasmosis/prevent.html >. Acesso em: 13 de
Março.de 2019.

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, (2011) Centro Científico Conhecer, Goiânia, vol.7,


N.12; Pág. 4.

MONCADA, P. A.; MONTOYA, J. G. (2012) Toxoplasmosis in the fetus and


newborn: an update on prevalence, diagnosis and treatment. Expert Review of Anti-
infective Therapy, v. 10, n. 7, p. 815-818.

NEVES, D. P (2011). Parasitologia humana. 12. ed. São Paulo: Atheneu.

OMS (2010) Disponível em: http:// www.who.int/zoonoses /en/. Acesso em: 12 de Março
de 2019.

PERDONCINI, G.; PASQUALI, A.; MARIANI, F. (2010). Prevalência de Toxoplasma


gondii em aves e suínos: Um problema para a saúde pública. Unoesc & Ciência
online.

Portugal (2005) Reporton trends and sources of zoonoses. Disponível em


www.who.int/zoonoses/en/(2)www.efsa.europa.eu/en.html. Acesso em 12 de Março de
2019.

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