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Universidade Pedagógica
Maputo
2019
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Universidade Pedagógica
Maputo
2019
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Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 1
1.1. Objetivos.................................................................................................................... 2
2.2. O recenseamento........................................................................................................ 4
3. Constatações ............................................................................................................... 12
4. Bibliografia ................................................................................................................. 13
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1. Introdução
Sem registo de nascimento, o acesso da criança a serviços sociais tais como a educação e
os cuidados de saúde poderá estar comprometido. A sua importância mantém-se ao longo
da vida, com relevância para o acesso a um emprego, o casamento, a obtenção de um
passaporte, capacidade eleitoral ou a abertura de uma conta bancária. Por outro lado, o
registo constitui uma medida eficaz de protecção contra a violência, abuso, abandono,
exploração e discriminação.
Além de registar o nascimento, é fundamental que seja igualmente emitida uma certidão
de nascimento a qual constituirá prova do reconhecimento legal da existência de uma
criança por parte de um governo. Se o nascimento de uma criança não for documentado,
não existe qualquer forma de verificação da sua idade que garanta a matrícula de crianças
em idade escolar, que ajude a prevenir o recrutamento de crianças, a mão-de-obra infantil
ou que permita lutar contra o tráfico e a venda de crianças.
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1.1. Objetivos
Geral
Específicos
Ao passo que outras nações deram independência aos seus territórios coloniais
nos anos que se seguiram à 1ª Grande Guerra Mundial, Portugal continuou a governar
Moçambique durante quase mais três décadas. Em 1962, vários grupos políticos
anticoloniais criaram a Frente de Libertação de Moçambique ou Frelimo. Dois anos
depois, surgiu um movimento armado contra o domínio português e, após uma década de
luta intermitente, Portugal cedeu o controlo e concedeu a independência a Moçambique,
a 25 de Junho de 1975.
A guerra civil teve o seu início na década a seguir à independência, não conseguindo o
governo controlar grande parte das áreas rurais. Nessas áreas esquecidas do centro de
Moçambique, os governos da Rodésia e do apartheid sul-africano apoiaram a criação de
um movimento de resistência armada, a Resistência Nacional Moçambicana ou
Renamo. Após a independência do Zimbabué em 1980, a África do Sul tornou-se o grande
apoiante da Renamo, e o conflito intensificou-se quando a Renamo se tornou o principal
adversário da autoridade da Frelimo.
Este partido retirou-se das eleições quando sentiu que as suas reclamações sobre as falhas
no processo de recenseamento não estavam a ser ouvidas. A afluência às urnas foi de
menos de 15%, e a Frelimo ganhou em todos os municípios. A lei eleitoral foi revista a
tempo para as eleições nacionais de 1999, e um novo recenseamento forneceu cartões de
eleitor a 85% do eleitorado potencial (mais de sete milhões de eleitores).
2.2. O recenseamento
2.2.1. Enquadramento legal
Quando a guerra civil terminou, parte do território estava nas mãos da Renamo e outra
era inacessível por causa de minas terrestres. Enquanto a Renamo tentava impor uma
forçada dupla administração do território, o governo da Frelimo empenhava-se na
recuperação dos territórios sob controlo da Renamo.
A Frelimo usou este processo para, em paralelo com o alargamento do Estado, expandir
e fortificar o partido e, sobretudo, exacerbar a ideia de se tratar de um ‘Estado’ libertado,
criado pela Frelimo e da Frelimo.
partido nos locais de residência e de trabalho). É que há sempre uma sede da Frelimo a
escassos metros das secretarias de Postos Administrativos e/ou de Localidade.
De cordo com o boletim de paz (Boletim no 23)1, em 1999 (no segundo recenseamento
eleitoral), Mais de 85% dos eleitores com direito a voto recensearam-se numa campanha
que granjeou elogios tanto por parte dos observadores internos como dos internacionais.
Isto ira dar um ímpeto renovado as segundas eleições gerais multipartidárias, marcadas
para 3-4 de Dezembro de 1999.
o nível de recenseamento foi mais elevado do que em 1994, tanto em número como em
percentagem. Isto veio contrariar os vaticínios de que este recenseamento iria descer em
virtude de as eleições de 1994 terem marcado o fim da guerra, partindo-se assim do
principio de terem atraído a máxima participação possível.
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Boletim sobre o processo de paz em Moçambique. Boletim numero 23. Publicado pela AWEPA,
Parlamentares Europeus para a Africa. 1999
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políticas, económicas e sociais que o país atravessa. Por outro lado a dinâmica durante as
eleições autárquicas elevaram os anseios e expectativas tanto dos eleitores como dos
partidos políticos concorrentes, deixando antever uma grande imprevisibilidade dos
resultados. Se por um lado os três partidos com assentos parlamentares, a Frelimo, a
Renamo e MDM, mostraram alguns níveis de confiança, para os seus candidatos
presidenciais houve medidas de avaliação diferentes para cada um deles, conforme se
relata mais a seguir.
indicaram que os fracos níveis de registo são um obstáculo à inscrição das crianças na
escola e ao acesso aos serviços de saúde.
Com base nessas conclusões, a Wona Sanana desenvolveu uma iniciativa para promover
o registo de nascimento. A sensibilização política foi uma componente importante da
iniciativa, tendo-se realizado discussões a todos os níveis no seio do governo, no
Volvidos muitos anos, hoje, o Código Civil foi em parte alterado, expurgando do seu
conteúdo o Livro IV com a aprovação da nova Lei da Família.
Esse novo instrumento, que altera as normas reguladoras das relações familiares e do
Direito de Família, respondeu à filosofia da Constituição da República, aos demais
instrumentos de Direito Internacional a que o país aderiu e a realidade sóciocultural
moçambicana.
Tal alteração implicou logicamente o desfasamento do CRC, pois as matérias que este
regulamentava foram substancialmente alteradas.
Como instrumento que regulamenta parte das matérias constantes da (nova) LEI DA
FAMÍLIA, procurou-se adequar o CRC a esses novos dispositivos e também tornar a sua
essência, mesmo no que diz respeito a outras matérias, mais coincidente com a realidade
actual.
Os processos que eram da exclusiva competência dos órgãos judiciais, mas que agora são
tratados nas conservatórias do registo civil, devem poder ser decididos, a final, pelo
conservador: divórcio por mútuo consentimento, afastamentoda presunção da paternidade
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e sobre a declaração de inexistência de posse de estado por parte do filho de mulher casada
relativamente a ambos cônjuges; A regulamentação do casamento religioso e do
casamento tradicional e a intervenção dos dignatários religiosos e as autoridades
comunitárias, para a sua efectivação e respectiva transcrição junto da entidade que os
torna juridicamente válidos – a conservatória, são igualmente objecto de tratamento neste
Código.
Tal opção permitirá registar, em locais recônditos, os nascimentos e óbitos com maior
facilidade e que o cidadão possa usar um serviço público – o do Posto – para solicitar
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A reforma introduzida, crê-se que, permitirá facilitar a vida dos utentes, simplificar e
desburocratizar procedimentos, na medida adequada à imprescindível garantia de
segurança jurídica das pessoas singulares, objectivo de interesse e ordem públicos que o
registo civil prossegue.
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3. Constatações
Por estas razões, um bom recenseamento eleitoral contribui para a integridade do sufrágio
e, com ela, para a legitimidade da democracia e a estabilidade política de um país. Pelo
contrário, um recenseamento defeituoso não só descredibiliza os órgãos de gestão
eleitoral, mas todo o processo eleitoral, criando condições para eventuais focos de tensão
político-eleitoral, tal como sucede em Moçambique.
4. Bibliografia
Decreto 15/2000. Boletim da Repú blica, I Série, n.º 24, de 20 de Junho de 2000.
UNICEF. Registo de nascimento e conflitos armados. Insight Innocenti. Siena, Itália 2005