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isbn: 978-85-54191-01-6
1ª edição digital, baseada na 1º edição impressa, junho de 2018.
Editora LCCP
Rua Carneiro Vilela, 620 - 3º Andar, Aflitos
recife, pe – cep: 52050-030
lccp.editora@gmail.com
Volume V
2018
Volume V
Conselho Editorial da Pós-Graduação em Direito Processual Civil
Contemporâneo da Universidade Federal de Pernambuco
Editora LCCP
1
Programa de Pós-Graduação em Direito
Rua Carneiro Vilela, 620 - 3º Andar, Aflitos Universidade Federal de Pernambuco
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3,55 Mb ; PDF (402 p.) – (Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de
2015 ; 5)
CDU: 347.9
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Apresentação
devido à reflexão de que o estatuto não deve ser visto como novo
eternamente e que novas podem ser as discussões e perspectivas
pelas quais será tratado durante sua vigência.
II
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Agradecimentos
Cecília Lou
Igor Lemos
Luiz Cláudio Cardona
Maíla Nobre Vilela Fortes
Organizadores
III
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Prefácio
V
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Sumário
Apresentação I
Agradecimentos III
Prefácio IV
Sumário VI
VI
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
VIII
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
No que concerne à disciplina legal dos honorários advocatícios,
denota-se que o princípio da causalidade continua a inspirar forte-
3 NERY JR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil
Comentado e Legislação Extravagante, 2007, p.721.
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to :
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incursão em bis in idem, porquanto são arbitrados por ocasião
da prolação da sentença nos autos da ação principal. Prece-
dentes: REsp 166.076-MG, Relator Ministro Sálvio De Figuei-
redo Teixeira, Quarta turma, DJ de 27 de março de 2000; REsp
182.751-MG, Relator Ministro EDUARDO RIBEIRO, Terceira
Turma, DJ de 24 de abril de 2000; REsp 39.371-RS, Relator
Ministro NILSON NAVES, Terceira Turma, DJ de 24 de outu-
bro de 1994.
2. Destarte, a sentença proferida em sede de liquidação por ar-
bitramento não atende ao comando da norma prevista no art.
20 do CPC, já que apenas atribui ao julgado inicial liquidez,
para que possa ser executado, não tendo o condão de definir
vencedor e vencido. [...] (DJ de 30/04/2008; os grifos em itálico
são da transcrição).
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Aliás, mesmo sob a égide do CPC anterior, que não trazia re-
gra literal fixando explicitamente o critério do proveito econômi-
co como critério para definição da base de cálculo dos honorários
advocatícios de sucumbência, pertinente trazer à colação, mutatis
mutadis, os seguintes precedentes do Superior Tribunal de Justiça:
Processual Civil. Embargos À Execução. Valor Da Causa.
Quantum Econômico Impugnado Idêntico Ao Da Execução.
É iterativa a jurisprudência desta Corte no sentido de que o va-
lor da causa nos Embargos à Execução deve corresponder ao va-
lor da dívida exeqüenda se o embargante ataca a Execução pela
integralidade dos valores cobrados. [...] (AgRg no Ag 967743/
MG, Rel. Min. Beneti, Terceira Turma, DJe de 11.02.2009; gri-
fou-se).
Agravo Regimental No Agravo De Instrumento. Embar-
gos À Execução Contra O Valor Total Da Execução. Pro-
veito Econômico Pretendido. Valor Da Causa Coincidente
Com O Valor Da Execução.
I - O valor da causa nos embargos à execução deve correspon-
der ao proveito econômico pretendido. Precedentes.
II - Na espécie, houve pedido específico relativo à ocorrência
de prescrição da pretensão executiva, de modo que o valor da
causa nos embargos à execução deve corresponder ao valor to-
tal executado. [...] (AgRg no Ag 1083151/RS, Rel. Min. Felix Fis-
cher, Quinta Turma, DJe de 17.08.09; grifou-se).
Processual Civil. Agravo Regimental No Agravo De Ins-
trumento. Valor Da Causa. Quantum Impugnado Nos Em-
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bargos. Conteúdo Econômico. Idêntico Ao Da Execução.
1. O entendimento do STJ é de que, buscando o embargante
questionar a totalidade do crédito que se pretende executar, o
valor da causa nos embargos à execução deve guardar paridade
com aquele atribuído à execução. [...] (AgRg no Ag 1051745/MG,
Relator Ministro João Otávio Noronha, Quarta Turma, DJe de
30.03.2009).
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6 À guisa de conclusão
À luz da disciplina dos honorários advocatícios no CPC de 2015,
particularmente a regra do caput do art. 85 e seu § 1º, em interpre-
tação sistemática com outras disposições da Lei nº 13.105/2015,
resulta induvidoso que, pelo princípio da causalidade, impõe-se a
fixação de honorários advocatícios sucumbenciais na fase de liqui-
dação, seja na modalidade por arbitramento ou por procedimento
comum, sempre que a fase liquidatória apresente litigiosidade que
se resolva com a imposição de sucumbência a uma das partes ou
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7 Referências
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DIDIER JR. Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de Di-
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NERY JR, Nelson; Nery, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil
Comentado e Legislação Extravagante - 10ª Ed. São Paulo: RT, 2007.
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ano V, pp. 225/159http://www.pgfn.fazenda.gov.br/revista-pgfn/ano-v-
numero2016-9-/p440.pdf; acesso em 02.07.2017.
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Garantias C onstitucionais
do P rocesso:
conforme direitos reconhecidos e tutelados no
texto da C onstituição F ederal
Edna Maria da Silva1
1 Introdução
A Constituição Federal traz em seu texto magno princípios e
garantias fundamentais que disciplinam as normas infraconstitu-
cionais de todo o sistema normativo. É nela que devem se funda-
mentar todas as demais normas jurídicas, para que tenham vali-
dade, sendo, deste modo, a exegese da Constituição imprescindível
para nortear a elaboração, interpretação e aplicação de todas as
leis e normas estabelecidas no ordenamento Jurídico brasileiro.
Na definição de Bulos2:
“Devido processo legal é o reservatório de princípios constitu-
cionais, expressos e implícitos que limitam a ação dos Poderes
Públicos. [...]
Mais do que um princípio o devido processo legal é um sobre-
princípio, ou seja, fundamento sobre o qual todos os demais di-
reitos fundamentais repousam”.
legal (artigo 5º, inciso LIV, da CF), seria, então, suficiente a sua
mera enunciação para brotarem as garantias que dele decorrem,
sem a necessidade de explicitar os demais princípios no bojo do
texto constitucional. Contudo, diante de uma democracia jovem, é
importante essa efetivação da Constituição, para evitar que, ocor-
rendo eventuais momentos repressivos e autoritários, garantias
fundamentais venham novamente a ser suprimidas, como assinala
Valim3 em seu artigo:
“[...] ante a complexidade e a tessitura normativa elástico do
conceito do due processo of law, seria prescindível a enumera-
ção, no texto constitucional, das demais garantias fundamen-
tais, sendo suficiente apenas a consagração do devido processo
legal. Todavia, a explicitação, no bojo do texto constitucional,
dos demais princípios decorrentes do devido processo legal é
necessária para a concretização e efetivação da própria Consti-
tuição, evitando que, em momentos históricos autoritários e re-
pressivos, garantias fundamentais sejam suprimidas. Quanto
maior o leque de direitos e garantias constitucionalmente asse-
gurados, em maior âmbito de tutela constitucional se encontra
o jurisdicionado”.
3 A Inafastabilidade Jurisdicional
O princípio da inafastabilidade é o que garante a todos os ci-
5 Isonomia
O artigo 5º, caput, da CF, dispõe: “todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di-
reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
10 SOUZA, Carlos Eduardo Amaral de. Nova visão do princípio constitucional do
contraditório e seu papel no direito fundamental ao acesso à ordem jurídica justa,
p. 104.
11 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria
geral do direito processual civil e processo de conhecimento, p. 172.
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6 Conclusões
A Constituição de 1988 foi o apogeu do importante caminhar
histórico em direção ao Estado Democrático de Direito. Com o seu
advento, deu-se um passo definitivo rumo à consolidação da tão
esperada democracia. A Constituição Federal de 1988 trouxe em
seu bojo preceitos imprescindíveis para igualar todos perante a lei
e, desta feita, para que o então recém conquistado estado democrá-
tico tivesse uma permanência duradoura e não se fragilizasse com
o passar do tempo.
EEdnEdEdnaEEdEdEdna 44
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
7 Referências
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BULOS, Uadi Lammêgo. Direito Constitucional ao alcance de todos. 3. ed.
Saraiva: São Paulo, 2009; P.264
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 5. ed. Saraiva:
São Paulo, 2010;
DINAMARCO, Cândido Rangel, Instituições de direito processual civil. Ed.
Malheiros: São Paulo. p. 203/204, 2009;
LOPES, João Batista; LOPES Maria Elizabeth de Castro. Princípio da Efeti-
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NERY JUNIOR, Nelson; ABBOUD, Georges. DIREITO PROCESSUAL CI-
VIL. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 21 e 2015 ,22;
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Te-
oria geral do direito processual civil e processo de conhecimento – vol. I
– Humberto Theodoro Júnior – Rio de Janeiro: Forense, 2014;
SOUZA, Carlos Eduardo Amaral de. Nova visão do princípio constitucio-
nal docontraditório e seu papel no direito fundamental ao acesso à ordem
jurídica justa (Art.5º, XXXV, LIV, LV e LXXVIII, da CF/88: o princípio da
cooperação no processo. Dissertação (Mestrado em Direito). Faculdade de
Direito de Vitória. Vitória, 2008;
WATANABE, Kazuo. Tutela Antecipatória e tutela específica das obriga-
ções de fazer e não fazer – arts 273 e 461 do CPC. P. 20. In: TEIXEIRA, Sál-
vio de Figueiredo Teixeira (Coord.). Reforma do Código de Processo Civil.
São Paulo: Saraiva, p. 20, 1996;
VALIM, Pedro Losa Loureiro. Garantias constitucionais do processo. 2017
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/60594/garantias-constitucio-
nais-do-processo/> Acessado em 14 nov 2017
EEdnEdEdnaEEdEdEdna 45
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
O Código de Processos Civil revogado, instituído pela Lei 5.869
de 11 de janeiro de 1973, sofreu inúmeras alterações por meio de
periódicas reformas, gerando uma sensação de vulnerabilidade ju-
rídica, o que tornou necessária a elaboração de um Código de Pro-
cesso Civil de 2015, com o intuito de sanar a insegurança jurídica
latente e também como mecanismo para a introdução de novos ins-
titutos no ordenamento jurídico processual brasileiro. Denota-se
que o objetivo central do CPC de 2015 é proporcionar a celeridade
processual aliada à segurança jurídica, percebendo-se ainda um
maior enfoque no desejo do jurisdicionado, que é a resolução efeti-
va do seu problema no menor tempo possível.
4 Prazos
No que concerne aos prazos, foi realizada uma modificação
nos prazos próprios, que são os prazos nos quais, não havendo o
devido cumprimento, ocorre a preclusão temporal. Desse modo, a
parte que deixou de cumprir perde o direito ao cumprimento de-
terminado prazo.
6 DIDIER JR., Fredie; OLIVEIRA, Rafael Santos Alexandria; BRAGA, Paula Sar-
no. Curso de Direito Processual Civil, v. 2, p. 385.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
judiciais.
7 Conclusão
Falou-se brevemente sobre algumas das novas regras imple-
mentadas pela da Lei nº. 13.105/15 - Código de Processo Civil vi-
gente, que trouxe regramento para o alcance da tão almejada cele-
ridade processual, com maior segurança, implementando meios de
resolução de conflitos extrajudiciais, tornando possível o acesso às
câmaras de mediação, conciliação e arbitragem.
FFernandFeFernFeFernanda M 54
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
8 Referências
DIDIER JR., Fredie; OLIVEIRA, Rafael Santos Alexandria; BRAGA, Paula
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MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Prova. 1 ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais Ltda., 2010.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Da-
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processo civil, penal e administrativo. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribu-
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STRECK, Lenio Luiz. Verdade e Consenso: constituição, hermenêutica e
teorias discursivas. 4ª ed., São Paulo: Saraiva, 2011.
FFernandFeFernFeFernanda M 55
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução:
Com a entrada em vigor do CPC/2015, surgem vários questiona-
mentos da comunidade jurídica, especialmente sobre sua real contri-
buição para uma maior efetividade da prestação jurisdicional e para
que a tramitação dos processos se dê em prazo razoável, cumprindo-
-se, afinal, a determinação do art. 5º, inc. LXXVIII, da Constituição
Federal.
Vejamos.
FFredericFrFrederFrFredericoFrFreder 60
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
§1º, V e VI, e 927, §1º), por meio da qual o julgador deve verificar se há
similitude fática entre o caso paradigma e o caso em julgamento, de
modo a fazer incidir ou não a ratio decidendi. Deve o julgador delinear,
também, e de forma explícita, a tese jurídica adotada para se chegar à
conclusão exposta na parte dispositiva. Isso para que as partes possam
submeter a aplicação da ratio decidendi a eventual controle recursal
(DIDIER JR.; BRAGA; OLIVEIRA, 2015, p. 469 e 471).
Por fim, conclui-se que a paz social não se atinge por um utópi-
co consenso em torno das decisões estatais, mas sim pela imunização
contra os ataques dos contrariados, ou seja, os jurisdicionados preci-
sam se conformar com a resposta dada pelo Poder Judiciário. Essa re-
signação se dá em virtude da obediência ao devido processo legal e à
possibilidade de exaurimento de todas as instâncias, mesmo quando
a decisão for contrária aos seus interesses imediatos (CAMBI; HELL-
MAN, 2015, p. 654). A imunização, portanto, ocorre no momento da fi-
xação do precedente vinculante, ocasião em que contraditório deve ser
ampliado, de modo a permitir ampla participação da sociedade nesse
instante fundamental. Não caberá, assim, a rediscussão do precedente
em casos futuros, pois o litígio em questão já se encontra imunizado.
4 Conclusão
Conclui-se que o sistema de precedentes obrigatórios, se correta-
mente aplicado, representará, além da concretização da isonomia e de
mais segurança jurídica na aplicação da norma – o que não foi o tema
central deste ensaio –, uma prestação jurisdicional mais efetiva e uma
redução no tempo de tramitação dos processos.
José Henrique Mouta Araújo, por sua vez, leciona que estamos
diante de um caminho sem volta, qual seja, a otimização do tempo
e das decisões dos tribunais, especialmente em matérias repetitivas,
que geralmente envolvem litigantes habituais. A liberdade de criação
dos juízes estará restringida nos casos análogos já julgados em prece-
dentes vinculantes, estimulando-se a fundamentação per relationem.
Há, neste sentido, a necessidade de ser repensado o próprio princípio
da motivação judicial e, consequentemente, o papel do juiz e sua liber-
dade na criação e aplicação do direito (ARAÚJO, 2015, p. 431 e 435).
5 Referências
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FFredericFrFrederFrFredericoFrFreder 71
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
6 Introdução
A Defensoria Pública já é realidade da vida vivida no sistema
de justiça brasileiro. Após a prescrição, pela Constituição Federal de
1988, de normas gerais para sua criação, verificou-se, até há pouco,
a inércia de vários Estados-membros para levar a cabo o seu efetivo
surgimento orgânico-institucional, com a consequente estruturação
– Amapá, Paraná e Santa Catarina foram os três últimos (e morosos)
Estados a concretizar essa implementação.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Quid juris?
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
titucional 80, de 4/6/2014.
Essa emenda ficou conhecida no mundo jurídico como “PEC
Defensoria Para
Todos”, “PEC das Comarcas” ou “PEC das Defensorias Públi-
cas”, pois obriga os entes federativos brasileiros, no prazo de 8
anos, a disponibilizar defensores públicos para a população em
todas as unidades jurisdicionais, observada a proporcionalida-
de da efetiva demanda pelo serviço da Defensoria Pública com
a respectiva população”.
Arremata a Ministra:
“De fato, essa emenda apresenta outros instrumentos que obje-
tivam o fortalecimento da independência e da autonomia fun-
cional da Defensoria Pública, dentre eles a constitucionalização
dos princípios institucionais da unidade, da indivisibilidade e
da independência funcional, ampliando o conceito e a missão
da Instituição.
Foi a EC 80 que trouxe a garantia de iniciativa de lei à Defenso-
ria Pública, além do paralelismo natural entre os Tribunais de
Justiça (TJs) e as DPEs, e, no que couber, a aplicação de precei-
tos do Estatuto da Magistratura de responsabilidade do Supre-
mo Tribunal Federal, como: existência de três anos de ativida-
de jurídica para os concursos públicos de ingresso à carreira,
mudança nos critérios de promoção por merecimento e anti-
guidade, previsão de cursos de preparação, aperfeiçoamento e
promoção dos Defensores Públicos, subsídios remuneratórios,
além do incentivo à criação do Conselho Nacional da Defenso-
ria Pública (CNDP).
Entendo que, de acordo com o regramento constitucional, qual-
quer medida normativa que venha a suprimir a autonomia da
Defensoria Pública, jungindo-a administrativamente ao Po-
der Executivo local, implica necessariamente violação à Carta
Magna”.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
3 A atuação dos atores processuais segundo a boa-fé objetiva traz consigo diver-
sas conclusões de ordem fenomenológica e pragmática, como, verbi gratia: a) maior
legitimidade da atividade jurisdicional; b) credibilidade processual; c) eficiência de
ordem temporal no procedimento, a satisfazer melhor a duração razoável do proces-
so; d) maior efeito de pacificação social.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Exemplifique-se.
Paradoxo do cretense.
9 À guisa de conclusão
O título do estudo já alertou o leitor do que se trata: apenas um
ensaio. Ensaio que é tido, no mais das vezes, como sinônimo de teste
ou experiência. Valeu-se, no escrito ora vazado, da rubrica que se usa
na literatura, âmbito em que, de acordo com o Dicionário Houaiss,
ensaio se trata de uma prosa livre que versa sobre tema específico,
sem esgotá-lo, reunindo dissertações menores, menos definitivas que
as de um tratado formal, feito em profundidade.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
10 Referências
DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Volume 1. 19ª Edi-
ção. Salvador: Editora Juspodivm, 2017.
STRECK, Lenio Luiz. Verdade e consenso: constituição, hermenêutica e te-
orias discursivas. 5ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014.
STRECK, Lenio Luiz. Dicionário de Hermenêutica. Belo Horizonte: Casa
do Direito, 2017.
GGregorGrGregoGrGregGGrGrGrego 90
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
O presente trabalho visa apresentar a mudança de paradigma
na maneira de aplicação da lei pelos órgãos judiciários. Primeira-
mente, fazendo uma análise na história do porquê do formalismo
exacerbado e a sua influência no decorrer dos séculos. Em segundo
lugar, demonstrando a flexibilização tímida na segunda metade do
século XX, quando se passou a admitir a mitigação da forma.
2 Evolução Histórica
Com a constituição do Estado Liberal de Direito, o qual visa-
va tolher o exercício arbitrário do Estado Absolutista, tornou-se
imprescindível a limitação do poder estatal. Para isso, houve a po-
sitivação de direitos e a fragilização da atuação do Estado. Diga-
-se Estado, tanto sob a perspectiva de governo como de judiciário.
Quanto a este último, a população na época não tinha nenhuma
confiança na sua atuação, já que a carreira de magistrados era pre-
enchida tanto pela sucessão hereditária como pela compra e venda
de cargos, além de serem conhecidos como imorais e corruptos.2
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
KKalinKaKaline EpaKaKali 95
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
crificar o exame do direito material por questões formais, tem
o juiz de proporcionar à parte a possibilidade de praticar o ato
regularmente, acaso seja possível corrigir o vício. O Código ins-
tituiu um verdadeiro dever de – sempre que possível – o juiz
examinar o mérito das postulações das partes, viabilizando
a sanação de vícios formais. Vale dizer: reconhece um dever
judicial de evitar o “fetichismo da forma” na solução da causa.
Há primazia da decisão de mérito sobre as decisões processuais
no sistema do novo processo civil brasileiro. Isso decorre não só
da regra do art. 317, mas também daquela que expressamente
refere que “desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre
que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual
pronunciamento nos termos do art. 485” (art. 488).
KKalinKaKaline EpaKaKali 97
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
pre que for possível, o juiz deve priorizar a resolução do mérito
em detrimento da decisão que não o examina. Esse é outro dos
enunciados que mais evidenciam o princípio da primazia da de-
cisão de mérito.
j] Art. 932, par. ún.: o relator, antes de considerar inadmissível
o recurso - portanto, não examinando o mérito do recurso -,
concederá prazo de cinco dias ao recorrente, para que seja sa-
nado o defeito.
k) Art. 1.029, § 3º: O Supremo Tribunal Federal ou o Superior
Tribunal de justiça poderá desconsiderar vício formal de re-
curso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o
repute grave. Dispositivo importantíssimo, pois autoriza que o
tribunal superior desconsidere vício de um recurso tempestivo
(interposto no prazo}, para poder julgar o seu mérito. Disposi-
tivo semelhante é o§ 11 do art. 896 da CLT.
5 Considerações finais
O princípio da primazia das decisões de mérito é uma conquis-
ta para o direito processual civil, por garantir à parte que forma-
lidades processuais não obstarão a análise do seu pedido, salvo a
forma expressa em lei, e, de qualquer forma, em observância ao de-
ver de prevenção, o juiz intimará a parte para corrigir vício sanável
antes de proferir decisão que porventura poderia afetar a aprecia-
ção do direito material.
6 Referências
DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 19ª Ed., V.1, Editora
Juspodivm: Salvador/BA, 2017.
MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil. Teoria do Processo
Civil. 3ª Ed. em e-book, V.1, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2017.
MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil. Tutela dos Direitos
Mediante Procedimento Comum. 3ª Ed. em e-book, V.2, Editora Revista
dos Tribunais, São Paulo, 2017.
1 Introdução
A valorização da jurisprudência, a instituição das súmulas
vinculantes e as regras estabelecidas para casos repetitivos eram
sinais da inclinação do ordenamento jurídico brasileiro em adotar
um sistema de precedentes fundado na regra da stare decisis.
que o texto normativo do caput desse dispositivo afirma que os juízes e tribunais
observarão o que consta dos incisos do aludido artigo de lei. A exigência, contida no
caput do art. 927, de que os órgãos jurisdicionais observarão o que ali está elencado
indica, tão somente, a exigência de que tais decisões ou enunciados sumulares sejam
levados em conta pelos juízes e tribunais em suas decisões. Em outras palavras, o
art. 927 cria, para juízes e tribunais, um dever jurídico: o de levar em consideração,
em suas decisões, os pronunciamentos ou enunciados sumulares indicados nos inci-
sos do art. 927. Daí não resulta, porém, qualquer eficácia vinculante. Esta, quando
existente, resultará de outra norma, resultante da interpretação de outro dispositivo
legal (e que atribua expressamente tal eficácia)” (O novo processo civil brasileiro,
2017, p. 374).
LLuiLuLuiz CLuLuiz C 107
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
partes.
4 Invocação do precedente
O verbo invocar é utilizado largamente pela doutrina para de-
signar o ato, seja de advogados ou procuradores, seja de julgado-
res, de argumentar através de precedentes. Não foi outro o termo
de que se valeu o legislador quando decidiu regular a matéria. O
termo invocar, no infinitivo ou particípio, é utilizado no Código de
Processo Civil, a fim de tratar dos precedentes judiciais, em duas12
oportunidades: nos incisos V e VI do art. 489, §1º.
12 Na redação original do código, o termo era utilizado em mais uma oportunidade,
qual seja, o inciso II do art. 1.042, §1, que tratava dos ônus do agravante de demons-
trar a distinção entre o caso concreto e o precedente invocado. O artigo, no entanto,
foi revogado pela Lei 13.256/16, promulgada antes da vigência do Código.
13 Sobre decidir com fundamento em precedentes: “decidir a partir de preceden-
tes judiciais não é o mesmo que fazer uma colagem de ementas de acórdãos ou de
referências vagas a enunciados de súmula. É preciso que se faça um confronto entre
o caso precedente (isto é, o caso concreto que deu origem à decisão judicial que em
um novo processo se pretende invocar como precedente) e o caso seguinte (ou seja,
o novo caso, só agora submetido à apreciação judicial, e no qual se pretende invocar
o precedente como fundamento da decisão” (CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo
processo civil brasileiro, 2017, p. 249).
LLuiLuLuiz CLuLuiz C 109
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Veja-se o inciso V do art. 489, §1º, que trata da decisão que não
se considera fundamentada: “se limitar a invocar precedente ou
enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determi-
nantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àque-
les fundamentos”. Denota-se de sua redação, a partir do termo “se
limitar”, que é possível invocar o precedente sem uma fundamen-
tação qualificada, ou seja, sem demonstrar a adequabilidade do
precedente ao caso em julgamento; tanto que veda ao magistrado
decidir invocando precedente sem o fundamentar qualificadamen-
te. Desnecessário seria predicamentar o ato de invocar o preceden-
te em fundamentado ou em desincumbido do ônus de demonstrar a
adequação caso tais elementos fossem essenciais ontologicamente
ao ato; se o fez o legislador, fê-lo atribuindo ao termo invocar o
sentido de mera menção ao precedente.
6 Conclusão
Desse modo, é plausível concluir que a invocação do preceden-
te apenas é eficaz em relação ao art. 489, §1º, VI, quando a parte
invoca o precedente qualificadamente. Assim, para exigir que o
magistrado, em caso de não seguir o precedente, faça a distinção ou
a superação com fulcro no art. 489, §1ª, VI, é exigido da parte que
antes tenha invocado adequadamente o precedente, ou seja, que a
parte tenha justificado a aplicabilidade do precedente ao caso.
19 Nesse sentido: “Ressalte-se que, como o precedente judicial é considerado uma
fonte do direito, ele é cognoscível ex officio, ou seja, não precisa ser invocado pelas
partes para que seja devidamente considerado na decisão. Trata-se, portanto, de ma-
terial que está no âmbito do iura novit cúria” (MACÊDO, Lucas Buril de. Preceden-
tes judiciais e o direito processual civil, 2017, p. 203)
20 Veja-se que há circunstâncias em que o juiz tem o dever de observância ao
precedente mesmo que omissa a parte: “é certo que o juiz não se exime de se mani-
festar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou incidente de assun-
ção de competência aplicável ao caso, ainda que tais orientações não tenham sido
invocadas pelas partes (uma decisão assim proferida é omissa, ex vi do art. 1.022,
parágrafo único, I do CPC/2015). Logo, o juiz deverá agir ex officio, nessas hipóteses
(e, se as partes não tiverem se manifestado a respeito, deverá o juiz instá-las a tanto,
em observância ao contraditório, cf. art. 10 do CPC/2015)”. (MEDINA, José Miguel
Garcia. Curso de direito processual civil moderno, 2017, p. 397)
21 “Diz-se inconsistente uma distinção inadequada, quando os fatos se encontra-
vam em adequado grau de similitude e a regra do precedente deveria ser aplicada ao
caso em julgamento e ainda assim o magistrado decidiu por afastar o precedente.
Também é inconsistente a distinção que, apesar de ser justa – ou seja, de fato na
análise dos casos poder-se-ia inferir as diferenças –, não encontra devidamente jus-
tificada no texto da decisão, ou seja, embora materialmente o resultado fosse a dis-
tinção, o procedimento não foi adequado, de forma que ela é formalmente inconsis-
tente” (CARDONA, Luiz Cláudio. Distinção: aspectos da aplicação do distinguishing
no sistema de precedentes brasileiro, 2015, p.56)
LLuiLuLuiz CLuLuiz C 116
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
7 Referências
CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. 3ed. São
Paulo: Atlas, 2017.
CARDONA, Luiz Cláudio. Distinção: aspectos da aplicação do distin-
guishing no sistema de precedentes brasileiro. 2015. 80f. Monografia (ba-
charelado em direito). Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal
de Pernambuco, Recife, 2015.
DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria
de. Curso de Direito Processual Civil, vol. 2 - reescrito em conformidade
com o novo CPC. 10. ed. Salvador: JusPodivm, 2015.
EPSTEIN, Lee; KNIGHT, Jack. The norm of stare decisis. American Jour-
nal of Political Science, v. 40, n. 4, nov. 1996, pp. 1018-1035.
LEAL, Fernando Ângelo Ribeiro. Ônus de argumentação, relações de prio�-
ridade e decisão jurídica: mecanismos de controle e de redução da incerteza
na subidealidade do sistema jurídico. 2012. 218 f. Tese (doutorado) – Uni-
versidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Direito, Rio de Janei-
ro, 2012.
MACÊDO, Lucas Buril de. Precedentes judiciais e o direito processual civil.
2ed. Salvador: Juspodivm, 2017.
MEDINA, José Miguel Garcia. Curso de direito processual civil moderno
[livro eletrônico]. 3ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
PEIXOTO, Ravi. (In)constitucionalidade da vinculação dos precedentes no
CPC/2015: um debate necessário. Civil Procedure Review, v.8, n. 2, may-
-aug. 2017, pp. 93-133.
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado,
tomo V. Campinas: Bookseller, 1999.
1 Introdução
O tema dos honorários advocatícios sucumbenciais no Brasil
voltou à tona e à pauta de discussões dos juristas, dentro e fora dos
Por óbvio que deve haver limitações nas estipulações dos ho-
norários arbitrados aos advogados do vencedor, não podendo os
valores envolvidos ser desarrazoados ou desproporcionais ao bem
jurídico tutelado e à complexidade e ao valor da causa. A possibi-
lidade de impor honorários elevados em relação à causa é uma das
First, the risk of a litigant paying the legal fees for both him-
self and his opponent is often cited as an effective discourage-
ment to claimants/plaintiffs against bringing frivolous cases.
Secondly, the rule encourages defendants to settle meritorious
cases (earlier than they would otherwise have done) for the
same reasons that it discourages frivolous cases. Thirdly it does
justice: a wronged or wrongfully sued party who is successful
in court should not be out of pocket (in English English this
expression means: financially disadvantaged) by having to pay
the cost of securing his legal rights against an opponent who,
by definition wrongly, defended a righteous case or wrongfully
sued.
Vale salientar que, apesar de não ser a regra geral nos demais
Estados dos Estados Unidos da América, as cortes americanas vêm
aceitando que as partes adotem o English Rule em seus contratos,
12 ROOT, David A. Attorney Fee-Shifting in America, 2005, pp. 604-605 e 617)
LLuiLuLuiz LLuLuLuizLuLuiz LuLuiz Otávi 127
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
litigation does not, in and of itself, prove the “English rule” de-
ters litigation. However, many commentators feel that adoption
of the rule would decrease the number of lawsuits in America,
albeit, not always justly.
(...)
This is especially true when coming at the hands of a reckless
plaintiff who takes the American judicial system out for a spin
simply because it is relatively inexpensive to do so. Further-
more, making parties financially responsible for unreasonable
claims and defenses will not only release wholly justified victo-
rious parties from their financial burdens, but will also free up
the courts to hear more meritorious cases, ones deserving the
rigors of American justice.
5 Conclusões
Ao se analisar a realidade judiciária do Brasil, verifica-se que
o país necessita, urgentemente, fortalecer medidas que visam ao
desestímulo de ajuizamento de demandas temerárias, pois, ao con-
14 Lei nº. 9.099/95 -Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido
em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em
segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que
serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não
havendo condenação, do valor corrigido da causa.
LLuiLuLuiz LLuLuLuizLuLuiz LuLuiz Otávi 135
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
6 Referências
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diciarias/pesquisa_100_maiores_litigantes.pdf> Acesso em 09/11/2017.
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cional de Justiça. Brasília: CNJ 2017. Disponível em <http://www.cnj.jus.
br/files/conteudo/arquivo/2017/11/d982ddf36b7e5d1554aca6f3333f03b9.
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publicado pelo Portal Brasil em 30/08/2017 no site do Governo Federal
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DI PIETRO, Susanne. Alaska’s English Rule: Attorney’s Fee Shifting in Ci-
vil Cases (1995). Disponível em <http://www.ajc.state.ak.us/reports/atyfee.
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EISENBERG, Theodore; MILLER, Geoffrey P. “The English Versus the
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www.orrick.com/Insights/2017/05/Fee-Shifting-Effect-of-Choice-of-Law-
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FRIEDE, Reis. O Judiciário mais caro do mundo. O Estado de São Paulo.
2016. São Paulo. Brasil. Disponível em <http://opiniao.estadao.com.br/no-
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09/11/2017.
LLuiLuLuiz LLuLuLuizLuLuiz LuLuiz Otávi 137
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
MACEDO, Fausto. O País dos paradoxos: tem os juízes mais produtivos do
mundo, mas um Judiciário dos mais morosos e assoberbados. Estadão. São
Paulo. 2017. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
-macedo/o-pais-dos-paradoxos-tem-os-juizes-mais-produtivos-do-mun-
do-mas-um-judiciario-dos-mais-morosos-e-assoberbados/> Acesso em
11/11/2017.
PERRY, William. “Loser Pays” – UK Perspective on Litigation Costs. Dispo-
nível em <http://www.iadcmeetings.mobi/assets/1/7/23.2_-_Perry-_UK_
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RAVI, Ani. “Why does the US insist on the “American rule” for attorney’s
fees, when it clearly has done more harm than good?” Disponível em <ht-
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-attorneys-fees-when-it-clearly-has-done-more-harm-than-good.>Acesso
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MEROS: uma análise comparativa entre os sistemas judiciais brasileiro e
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Eletrônico (ISSN 2175-9391), n° 8, p. 73-92, 2013. Disponível em <http://
www.buscalegis.ccj.ufsc.br/revistas/index.php/observatoriodoegov/arti-
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ROOT, David A., Attorney Fee-Shifting in America: Comparing, Contras-
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& Comp. L. Rev. 583 (2005)
GRYPHON, Marie, Assessing the Effects of a “Loser Pays” Rule on the Ame-
rican Legal System: An Economic Analysis and Proposal for Reform, 8 Ru-
tgers J. L. & Pub. Pol’y 567 (2011).
1 Introdução
Há anos o Poder Judiciário tem sido um importante persona-
gem no palco das discussões sobre a implementação das políticas
sociais e de cruciais decisões contemplativas dos direitos funda-
mentais, trazendo para ele a centralização do papel de um dos exe-
cutores dessas políticas, na medida em que sua ingerência na esfe-
ra de atuação do Poder Executivo, faz-se necessária, quando este
se torna omisso em suas obrigações constitucionalmente impostas.
MMaílMaMaílMaMaílaMaMaíla 140
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
5 Ibidem, p 117.
6 BARROS, Ana Lúcia da Costa. A Efetivação do Controle Judicial sobre os Direi-
tos Sociais Prestacionais. EMERJ. Rio de Janeiro- RJ. 2015. p .17-18.
7 Ibidem, p. 18.
8 MORETTI, A. Deborah Aline; COSTA, Yvete Flávio da Costa. A importância do
ativismo judicial na implementação dos direitos sociais não implementados pelo
poder , 2017, p. 118.
MMaílMaMaílMaMaílaMaMaíla 142
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
9 Ibidem, p. 118.
10 Ibidem, pp. 118-119.
11 CASTRO, Fernanda Barroso de; MAIA. Diógenes Chritianny. A Efetividade dos
Direitos Sociais e o Ativismo Judicial, 2009, p. 05.
12 Ibidem, p. 05.
13 Ibidem, p. 05.
14 BERNARDES, Wilba. L. Maia. O direito à saúde no Estado democrático de
direito, 2013, p. 218.
MMaílMaMaílMaMaílaMaMaíla 143
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
19 BARROS, Ana Lúcia da Costa. A Efetivação do Controle Judicial sobre os Direi-
tos Sociais Prestacionais, 2015, pp. 13-19.
20 Ibidem, p. 19.
21 Ibidem, p. 14.
22 Ibidem, p.16.
MMaílMaMaílMaMaílaMaMaíla 145
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
de posições jurídicas – que podem variar quanto ao objeto, des-
tinatário e estrutura normativa–, subdividem-se em dois sub-
grupos, a saber: (1) os direitos a prestações em sentido amplo
(que englobam os direitos de proteção e os direitos à participa-
ção na organização e procedimento) e (2) os direitos a presta-
ções em sentido estrito, isto é, direitos a prestações materiais
sociais,- também, pelos termos “direitos fundamentais sociais”,
“direitos sociais à prestação” ou “direitos sociais prestacionais”
23
.
sileiro. 31
Por outro lado, essas cláusulas abertas dão azo ao Poder Ju-
diciário apreciar a omissão legislativa, estabelecendo como deve
ser concretizada a obrigação social do Poder Público. Conforme se
extrai:
[...] a norma constitucional, em regra, não define como devem
ser esses direitos concretizados pelo Estado, ou qual será a
obrigação de cada um dos entes públicos, é uma norma aberta
e a implementação do direito irá se definir a partir da ação do
legislador infraconstitucional e do Executivo na adoção de po-
líticas públicas 39.
der Judiciário53.
63 LINS, Liana Cirne. A justiciabilidade dos direitos fundamentais sociais, 2009,
p. 60.
64 Ibidem, p. 61.
65 JIMÉNES, Hugo Vinicius Castro. O Ativismo Judicial e a Judicialização da
Vida: Novos caminhos e paradigmas para a hermenêutica constitucional, 2013,
pp. 68-69.
66 Ibidem, p. 105.
MMaílMaMaílMaMaílaMaMaíla 156
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
4 Conclusão
Na conjectura atual, é possível notar-se que o fenômeno do ati-
vismo judicial é considerado democraticamente possível, em razão
da postura de se operar contra o arbítrio do poder estatal na efe-
tivação dos direitos sociais, não sobrando dúvidas quanto à legiti-
mação do Judiciário na concretização desses direitos, eis que esse
Poder atua de forma a impor o fiel cumprimento do comando Cons-
titucional, com fito de fazer-se atingir o fim precípuo da justiça.
Em que pese ser uma proposta que nos parece um pouco dis-
tante, o observatório propõe que a efetivação dos direitos sociais
67 SILVA, Virgínia Xavier Borges. A dimensão prestacional social do mínimo de
existência e a responsabilidade pelo provimento das prestações fáticas dos direitos
sociais, 2011/2012, p. 15.
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MMaílMaMaílMaMaílaMaMaíla 161
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
Recentemente, a cooperação ou “colaboração” transformou-se em
um dos princípios basilares do Processo Civil Internacional, após a com-
provação de sua eficácia em países Europeus, como Alemanha, França e
Portugal.
2 Conceito
Conforme já delineado, o CPC 2015 consagrou o Princípio da Coo-
peração no seu artigo 6º: “Todos os sujeitos do processo devem cooperar
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa
e efetiva”.
tempo razoável.
Dever de esclarecimento
O dever de esclarecimento versa sobre a possibilidade de questionar
as partes diante de quaisquer dúvidas em suas manifestações, para escla-
recer pontos controvertidos, genéricos ou obscuros.
Por outro lado, um juiz ativo e próximo das partes pode conscientizá-
-las melhor sobre a vantagem da solução consensual dos conflitos, mini-
mizando os efeitos do litígio. A composição evita dispêndios financeiros e
a perda de tempo decorrente do prolongamento do feito, além de estimu-
lar os litigantes a buscarem um ponto de equilíbrio satisfatório.
Dever de Prevenção
O dever de prevenção preceitua que o magistrado deve advertir as
partes sobre os riscos das estratégias por elas adotadas, intimando-as
para corrigir os defeitos. Assim, sempre que possível, os vícios processu-
ais devem ser sanados, em prol da continuidade do processo. Vejamos o
artigo 321 do CPC:
“O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisi-
tos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades
capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indi-
cando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.”
2 Apud DIDIER JÚNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil, 2016, p.123.
MMariMaMaria MaMaria 168
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Outro exemplo bastante utilizado versa sobre o recurso que não po-
derá ser considerado inadmissível sem que antes seja intimado o advoga-
do para a sua correção, de modo a viabilizar o julgamento de mérito da
causa3.
Dever de auxílio
O dever de auxílio preconiza que é função do juiz ajudar as partes, a
partir da flexibilização do exercício dos atos processuais. Considere-se a
ampliação de prazos, quando houver obstáculos para o cumprimento do
prazo legal (art. 139, VI, e art. 437, § 2º do CPC/15), a relativização para a
inversão da ordem das provas (art. 139, VI do CPC/15), entre outros.
É cediço que o juiz deve zelar pelo direito do réu de ser ouvido, sendo
este um instrumento que viabiliza o diálogo. Sob essa perspectiva, pauta-
se o Princípio da Cooperação, pois a verdade somente poderá ser alcança-
da se as partes exercerem o crivo do contraditório e da ampla defesa.
A boa-fé, por sua vez, também possui estrita ligação com o Princí-
pio da Colaboração, tendo em vista que apregoam a atuação das partes
pautada na probidade, ética e lealdade, pré-requisitos para uma prestação
jurisdicional satisfatória. A cooperação, portanto, relaciona-se com a boa-
fé objetiva para uma atuação limpa dos litigantes, reprovando-se o uso de
artifícios capazes de distorcer a realidade processual.
Sobre outro viés, a crítica alega que esse Princípio é utópico e idealis-
ta, sob o fundamento de que as partes não estão no processo para coope-
rar, estão em posições antagônicas, com a finalidade de lutar pelos seus
direitos. Alguns doutrinadores, como Lenio Luiz Streck E Francisco José
Borges Motta5 acreditam que não é constitucional atribuir aos litigantes o
dever de colaborar entre si, sob pena de privá-los da liberdade de disputar,
transformando-os em meros instrumentos a serviço do juiz.
6 Conclusão
O presente artigo foi proposto com a finalidade de demonstrar a
relevância da aplicação do Princípio da Cooperação no Novo Sistema Pro-
cessual Brasileiro, a partir da necessidade de sujeitos processuais mais
participativos. Com a colaboração, o juiz deixa de ser o único responsável
por suas manifestações, todas as decisões judiciais passam a ser resultado
de uma comunhão entre as partes.
Não se buscou com esse artigo demonstrar que, por meio da coo-
peração processual, as partes convivam em uma harmonia perfeita. Tra-
ta-se de conscientizar o leitor sobre a necessidade da colaboração para o
alcance de uma decisão mais justa e efetiva, a partir de uma simples con-
tribuição entre todos os sujeitos envolvidos no processo.
4 MITIDIERO, Daniel. Colaboração no Processo Civil, 2015, p. 114.
5 Cf. STRECK, Lenio Luiz; MOTTA, Francisco José Borges. Um debate com (e so-
bre) o formalismo-valorativo de Daniel Mitidiero, 2012, p. 13.
MMariMaMaria MaMaria 171
O fato de estar em campos opostos não inviabiliza o exercício da
participação e solidariedade no processo. Não se acredita, aqui, que uma
parte irá auxiliar para que a parte contrária seja beneficiada, pelo con-
trário, todos têm o direito/dever de lutar pelos seus direitos. Entretanto,
as litigantes não devem causar tumulto, agir com desídia processual ou
utilizar de meios ardilosos para prejudicar a parte contrária. Destaque-se:
não se fala aqui em beneficiar a parte contrária, mas em não agir de modo
a prejudicá-la.
7 Referências
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formalismo-valorativo de Daniel Mitidiero, ou ‘colaboração no processo civil’ é um
princípio?”. In: Revista de Processo, v. 213, 2012.
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
O Código de Processo Civil de 2015, profundamente influenciado
pela Constituição Federal de 1988, foi inteiramente moldado pelo prin-
cípio da colaboração, do qual decorre o dever de cooperação, expressa-
mente previsto em suas normas fundamentais, sendo, por conseguinte,
o modelo do novo processo civil um modelo cooperativo.
processual.
3 Modelos Processuais
O processo civil enquanto fenômeno cultural sofreu inúmeras mu-
tações de acordo com a organização política e social de cada época. As-
sim, variou, ao longo da história jurídica e a cada modelo processual
predominante em dado espaço temporal, o papel estabelecido para os
juízes e para as partes, acerca da “divisão de trabalho” no processo a
eles conferida.
MMarianMaMariana 181
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
MMarianMaMariana 182
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Veja que, na verdade, o código em vigor nada mais fez do que ex-
plicitar conteúdos que, de acordo com a melhor doutrina, são corolários
da exegese democrática de garantias constitucionais já postas explícita
ou implicitamente. na Carta de 1988.
Nota-se que o preceito legal retro diz que o juiz deve chamar as
partes para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes
em audiência. Novamente, consagrando a cooperação como pilar do có-
digo. Nessa audiência o magistrado e as partes exercerão todos os de-
veres cooperativos de lhes cabem: esclarecimento, prevenção, consulta,
auxílio, lealdade e proteção.
5 Considerações Finais
Ante o exposto, verifica-se que, de fato, o modelo cooperativo de
processo é o que mais se coaduna com a Constituição Federal de 1988
e um Estado Democrático de Direito. Nessa perspectiva, tendo o código
tomado como referência principal a Carta Magna, nada mais natural
que exprimisse um modelo de processo com ela alinhado, como o fez.
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MMarianMaMariana 186
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 A sentença em capítulos
A doutrina processualista, a iniciar pela italiana, afirma divi-
dir-se a sentença em partes ou capítulos dotados de autonomia, di-
vergindo quanto ao que seria essa autonomia, conforme será visto
adiante.
Teoria de Liebman
Liebman utilizou a expressão “capo”, que significa chefe ou ca-
beça, para se referir à parte da sentença que denominamos “capí-
tulo”, cuja procedência vem do latim “capitulum”.
504. - -
23 24 25
53 Redação atual da Súmula 398/TST: “Na ação rescisória, o que se ataca é a
decisão, ato oficial do Estado, acobertado pelo manto da coisa julgada. Assim, e
considerando que a coisa julgada envolve questão de ordem pública, a revelia não
produz confissão na ação rescisória.” Antiga redação da Súmula 398/TST: “Na
ação rescisória, o que se ataca na ação é a sentença, ato oficial do Estado, acober-
tado pelo manto da coisa julgada. Assim sendo, e considerando que a coisa julgada
envolve questão de ordem pública, a revelia não produz confissão na ação resci-
sória.”.
54 Da seguinte forma divide Barbosa Moreira os meios de impugnação: “Os meios
de impugnação dividem-se, pois, em duas grandes classes: a dos recursos – assim
chamados os que se podem exercitar dentro do processo em que surgiu a decisão im-
pugnada – e o das ações impugnativas autônomas, cujo exercício, em regra, pressu-
põe a irrecorribilidade da decisão. No direito brasileiro, protótipo da segunda clas-
se é a ação rescisória, eventalmente cabível para impugnar sentença (de mérito) já
transitadas em julgado (art. 485, caput).”(MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo
processo civil brasileiro, 2010, p. 114.)
55 CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Termo inicial do prazo para ajuizamen-
to da ação rescisória, capítulos da sentença e recurso parcial, 2005, p. 180-228.
MMauríciMaMaurícioMMaMaMauríci 201
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
60 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: o processo civil nos tri-
bunais, recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nullitatis,
incidentes de competência originária de tribunal. Ed. Salvador: JusPodivm, 2016,
p. 462.
61 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil, 2016, p. 463. Utiliza do
mesmo argumento: SCHORIZA, Ana Paula. Capítulos da sentença, 2009, p. 195-
MMauríciMaMaurícioMMaMaMauríci 205
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
5 Conclusão
Assim, o presente trabalho conclui:
225.
62 PEIXOTO, Ravi. Ação Rescisória e Capítulos da Sentença, p. 157-176.
63 CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de Direito Processual Civil, 2009.
MMauríciMaMaurícioMMaMaMauríci 206
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
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MMauríciMaMaurícioMMaMaMauríci 208
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Te-
oria Geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedi-
mento comum. v. I. 58. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
MMauríciMaMaurícioMMaMaMauríci 209
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
O tema abordado no presente trabalho transita em torno da
compreensão e aplicação do princípio da primazia do mérito no
Direito Processual Civil pátrio, uma vez que o Código de Processo
Civil vigente elegeu em seu artigo 4º a solução integral do mérito
como princípio fundamental. Como é cediço, a nossa Carta Magna
assegura a duração razoável do processo possibilitando o emprego
de meios que permitam a celeridade na resolução do conflito (por
força do inciso LXXVIII, do seu artigo 5º). Assim, para dar maior
efetividade a este direito fundamental, o diploma Processual po-
MMelissMeMelis 214
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
fases históricas: a) praxismo ou sincretismo, em que não havia
a distinção entre o processo e o direito material: o processo era
estudado apenas em seus aspectos práticos, sem preocupações
científicas; b) processualismo, em que se demarcam as fron-
teiras entre o direito processual e o direito material, com o de-
senvolvimento científico das categorias processuais; c) instru-
mentalismo, em que, não obstante se reconheçam as diferenças
funcionais entre o direito processual e o direito material, se
estabelece entre eles uma relação circular de interdependência:
o direito processual concretiza e efetiva o direito material, que
confere ao primeiro o seu sentido.
Parece mais adequado, porém, considerar a fase atual como
uma quarta fase da evolução do direito processual. Não obstan-
te mantidas as conquistas do processualismo e do instrumen-
talismo, a ciência teve de avançar e avançou.
Fala-se, então, de um Neoprocessualismo: o estudo e aplicação
do direito processual de acordo com esse novo modelo de re-
pertório teórico5.
5 Considerações Finais
A partir das breves considerações tecidas no bojo do presente
estudo, parece ter restado evidenciada a importância do princípio
da primazia da decisão de mérito, que tem por objetivo tornar o
processo mais célere e efetivo, oferecendo um resultado mais útil
às partes ao final da demanda.
6 Referências
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MMelissMeMelis 221
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
O Código de Processo Civil de 2015 traz o fenômeno do Neo-
constitucionalismo, que tem como essência a construção de nor-
mas infraconstitucionais compatíveis com o conteúdo, princípios e
regras advindas da Constituição Federal do Brasil de 1988, ou seja,
tem-se o objetivo de tornar as legislações mais próximas da Magna
1 Advogada cível atuante, formada pela UNINASSAU, Pós-graduanda em Direito
Processual Penal, Civil, Trabalhista e Tributário pela UNINASSAU e Pós-graduanda
em Direito Processual Civil Contemporâneo pela UFPE.
NNathallNaNathalNaNat 222
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária, como por
exemplo, ações de alimentos.
NNathallNaNathalNaNat 224
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
2 Princípios norteadores
Princípio da Segurança Jurídica
O princípio da segurança jurídica existe para que ocorra a es-
tabilidade nas relações jurídicas existentes no Ordenamento Jurí-
dico Brasileiro. Este princípio não se encontra explícito na Cons-
tituição Federal do Brasil, porém, encontra-se, de forma implícita,
espalhada em diversos dispositivos do ordenamento jurídico.
Princípio da boa-fé
O princípio da boa–fé encontra-se no art. 5º do Código de Pro-
cesso Civil, explicando que qualquer ato dentro de um processo
NNathallNaNathalNaNat 226
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Princípio da motivação das decisões judiciais ou princípio da
fundamentação das decisões judiciais
O princípio da motivação das decisões judiciais encontra-se in-
serido em vários dispositivos do ordenamento jurídico, bem como
expressamente na Constituição Federal do Brasil, dispondo sobre o
Estatuto da magistratura, conforme podemos constatar in verbis:
“Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados
os seguintes princípios: (...)
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário se-
rão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes;”
NNathallNaNathalNaNat 229
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições
deste Código, incumbindo-lhe:
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, man-
damentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cum-
primento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por
objeto prestação pecuniária;
Esta nova regra jurídica faz com que o magistrado aplique uma
medida bastante diversa da obrigação principal, podendo realizar,
por exemplo, a apreensão de Carteira Nacional de Habilitação, bem
como do passaporte; efetivar o bloqueio de cartões de crédito entre
outros para “forçar” que ocorra o cumprimento do comando judi-
cial contido na sentença e nas decisões no decorrer do processo.
NNathallNaNathalNaNat 231
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
5 Conclusão
O Código de Processo Civil de 2015, com o título Dos poderes,
dos deveres e das responsabilidades do juiz, determina o que se
espera da conduta do magistrado para a direção de um processo,
com a novidade do inciso IV do CPC, bem como os demais incisos
do art. 139, há o extenso rol de condutas.
NNathallNaNathalNaNat 235
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
6 Referências
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MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Curso de Processo Civil. São Paulo:
Ed. RT. 2015.
NNathallNaNathalNaNat 236
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
O Direito Processual Civil, assim como qualquer outro ramo do
direito, depende de uma compreensão histórica, isto é, de uma análise
do percurso histórico ocorrido pela figura do Estado para que se possa
entender como vai dar-se a atuação estatal.
disso cada pessoa resolvia seu conflito de forma isolada, sem que hou-
vesse a mínima intervenção do Estado, pois este não estava preocupa-
do com os conflitos privados de cada cidadão. Desse modo, não havia
qualquer interesse do Estado em resolver estes problemas, cada pessoa
ficava responsável para resolver seus próprios conflitos, o que ocasio-
nava a prevalência do mais forte.
PPaulPaPaulo 238
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
3 Acesso à Justiça
O caput do art. 3° do CPC/2015 nos traz a seguinte redação: “Não
se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”.
PPaulPaPaulo 241
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Vale salientar que, como toda regra, essa também comporta ex-
ceções, como exemplo, podemos visualizar a figura de mecanismos de
resolução consensual dos conflitos como a conciliação. Além disso, em
razão da exagerada quantidade de demandas judiciais e com o objetivo
de regulamentar o ingresso das partes no processo, é possível condicio-
nar o acesso à jurisdição a prévio exaurimento da via administrativa.
PPaulPaPaulo 245
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
que se trata de recurso intempestivo, sob o fundamento de que
a suspensão do processo teria provocado indevida modificação
de prazo recursal peremptório. 4. Com base nos fatos delinea-
dos no acórdão recorrido, tem-se que: a) após a interposição dos
Embargos de Declaração contra a sentença de mérito, as par-
tes convencionaram a suspensão do processo pelo prazo de 90
(noventa) dias; b) o juízo de 1º grau homologou a convenção em
12.9.2007 (fl. 343, e-STJ); c) posteriormente, em 2.10.2007, foi
publicada a sentença dos aclaratórios; d) a Apelação foi interpos-
ta em 7.1.2008. 5. Antes mesmo de publicada a sentença contra
a qual foi interposta a Apelação, o juízo de 1º grau já havia ho-
mologado requerimento de suspensão do processo pelo prazo de
90 (noventa) dias, situação em que se encontrava o feito naquele
momento, conforme autorizado pelo art. 265, II, § 3º, do CPC.
6. Não se trata, portanto, de indevida alteração de prazo pe-
remptório (art. 182 do CPC). A convenção não teve como objeto
o prazo para a interposição da Apelação, tampouco este já se en-
contrava em curso quando requerida e homologada a suspensão
do processo. 7. Nessa situação, o art. 266 do CPC veda a prática
de qualquer ato processual, com a ressalva dos urgentes a fim
de evitar dano irreparável. A lei processual não permite, desse
modo, que seja publicada decisão durante a suspensão do feito,
não se podendo cogitar, por conseguinte, do início da contagem
do prazo recursal enquanto paralisada a marcha do processo. 8.
É imperiosa a proteção da boa-fé objetiva das partes da relação
jurídico-processual, em atenção aos princípios da segurança ju-
rídica, do devido processo legal e seus corolários – princípios da
confiança e da não surpresa - valores muito caros ao nosso or-
denamento jurídico. 9. Ao homologar a convenção pela suspen-
são do processo, o Poder Judiciário criou nos jurisdicionados
a legítima expectativa de que o processo só voltaria a tramitar
após o termo final do prazo convencionado. Por óbvio, não se
pode admitir que, logo em seguida, seja praticado ato proces-
sual de ofício - publicação de decisão - e, ademais, considerá-lo
como termo inicial do prazo recursal. 10. Está caracterizada a
prática de atos contraditórios justamente pelo sujeito da relação
processual responsável por conduzir o procedimento com vis-
tas à concretização do princípio do devido processo legal. Assim
agindo, o Poder Judiciário feriu a máxima nemo potest venire
contra factum proprium, reconhecidamente aplicável no âmbito
processual. Precedentes do STJ. 11. Recurso Especial provido.
(STJ - REsp: 1306463 RS 2011/0227199-6, Relator: Ministro
HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 04/09/2012, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 11/09/2012).
PPaulPaPaulo 246
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
PPaulPaPaulo 248
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
6 Conclusão
A Constituição Federal é o centro da estrutura hierárquica do
nosso ordenamento jurídico, de modo que, todas as demais normas
que compõem ramos jurídicos específicos passam pelo filtro constitu-
cional. Naturalmente, o Direito Processual Civil deve ser construído a
partir dos valores e preceitos constitucionais. É necessário, portanto,
estabelecer um diálogo interdisciplinar com a Constituição.
PPaulPaPaulo 249
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
7 Referências
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mentado. Salvador: Juspodivm, 2016.
PPaulPaPaulo 250
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
Muito embora a recepção de princípios no âmbito do processo
civil seja tratada como uma novidade legislativa, desde os primórdios
do Código de 1973, já se era possível vislumbrá-los ao longo dos seus
dispositivos.
A teoria surge para fomentar a ideia de que o Direito deve ser in-
terpretado como um todo de forma sistemática e coordenada. Segun-
do a teoria, uma norma jurídica não excluiria a aplicação da outra,
como acontece com a adoção dos critérios clássicos para solução dos
conflitos de normas (antinomias jurídicas) idealizados por Norberto
Bobbio. Pela teoria, as normas não se excluiriam, mas se complemen-
tariam. Nas palavras do professor Flávio Tartuce, “a teoria do diálogo
das fontes surge para substituir e superar os critérios clássicos de
solução das antinomias jurídicas (hierárquico, especialidade e cro-
nológico). Realmente, esse será o seu papel no futuro”6.
3 Idem.
4 SILVA, Ovídio Araújo Baptista da Silva; GOMES, Fábio Luiz; SILVA, Jaqueline
Mielke; BAPTISTA, Luiz Fernando. Teoria Geral do Processo.
5 PRADO, Sérgio Malta. Da teoria do diálogo das fontes.
6 Flávio Tartuce apud PRADO, Sérgio Malta. Da teoria do diálogo das fontes.
PPaulPaPaulo PPaPaPauloPaPaulo 254
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
12 Idem.
13 BUENO, Cássio Scarpinella. O modelo constitucional do Direito Processual Ci-
vil.
14 MIOTTO, Carolina Cristina. A evolução do Direito Processual Civil brasileiro.
PPaulPaPaulo PPaPaPauloPaPaulo 257
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Nessa perspectiva,
“o novo código, portanto, demonstra que o processo civil, além
de (dever) ser um meio de concretização dos direitos funda-
mentais previstos na Constituição, deve ser interpretado nos
moldes do texto constitucional. Verifica-se, de fato, uma posi-
tivação do “totalitarismo constitucional” – expressão que não
deve ser vista de forma negativa, por ser louvável que todo o
ordenamento jurídico orbite em torno da Constituição.”15
4 Conclusão
“Atendendo aos reclamos hodiernos de efetividade processual,
mostra-se imprescindível que os novos dispositivos processu-
ais alcancem os seus desideratos sem prejuízo ou risco aos di-
reitos fundamentais e às garantias individuais, sobretudo sem
qualquer afronta aos princípios processuais civis elencados na
Constituição da República Federativa do Brasil”.18
21 Idem.
22 Idem.
23 Idem.
24 Idem.
PPaulPaPaulo PPaPaPauloPaPaulo 260
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
5 Referências
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SILVA, Ovídio Araújo Baptista da Silva; GOMES, Fábio Luiz; SILVA, Jaqueline
Mielke; BAPTISTA, Luiz Fernando. Teoria Geral do Processo Civil. 6 ed.rev e
atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.
1 Introdução
Reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal como condição
intrínseca ao princípio do juiz natural, o critério normativo de dis-
tribuição aleatória constitui elemento importante do nosso orde-
namento jurídico, havendo claro reconhecimento da jurisprudên-
cia quanto à nulidade dos atos praticados sem a sua observância.
RRafaeRaRafa 263
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
bens apreendidos durante esse período (art. 905, parágrafo único, do CPC).
RRafaeRaRafa 265
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
RRafaeRaRafa 273
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
RRafaeRaRafa 276
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
RRafaeRaRafa 282
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
6 Considerações finais
O protagonismo atualmente desempenhado pelo Supremo
Tribunal Federal impõe uma nova postura junto à sociedade, es-
pecialmente no que se refere à transparência de suas ações. A apli-
cabilidade da Lei de Acesso à Informação é um passo importante
nessa direção, mas ainda esbarra na cultura de um Poder Judiciá-
rio preso aos resquícios de um passado não democrático.
RRafaeRaRafa 286
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
7 Referências
ÁVILA, Humberto Bergmann. Teoria dos princípios: da definição à aplicação
dos princípios jurídicos. 4ª ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2005.
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Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2015.
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RRafaeRaRafa 287
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
Com o advento do Código de Processo Civil, sendo aplicado des-
de março de 2015, muitas foram as mudanças observadas no ordena-
mento jurídico brasileiro. Isto porque, conquanto seja o direito, sen-
sivelmente o processual, também reflexo das mudanças culturais de
uma sociedade, é sabido que se passaram mais de 40 anos até a edição
1 Advogado. Bacharel em Direito pela UFPB. Pós-graduando em Processo Civil
Contemporâneo pela UFPE.
RRafaeRaRafaelRaRafae 288
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
RRafaeRaRafaelRaRafae 289
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Percebe-se, pois, que são mais que simples regras, tanto que es-
tabelecem limitações ao exercício do direito na sociedade, além de
fornecer diretrizes que são responsáveis por embasar a ciência jurí-
dica, isto é, justificar a criação e a aplicabilidade de determinada lei
ou norma.
11 NUNES, Dierle José Coelho. Processo jurisdicional democrático, 2008, p. 215.
RRafaeRaRafaelRaRafae 295
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
16 DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, 2016, p. 130.
RRafaeRaRafaelRaRafae 297
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Tal dever encontra seu marco no direito conferido pelo artigo 321
do CPC que confere ao demandante o direito de emendar a petição
inicial, se o órgão jurisdicional considerar que lhe falta algum requi-
sito, de modo que não é permitido o indeferimento da petição inicial
sem que se confira a oportunidade de correção do defeito18, fato que
corrobora com a tese de que é o princípio da cooperação garantidor
da celeridade processual, bem como do respeito à economicidade dos
atos processuais.
17 SOUSA, Miguel Teixeira de. Estudos sobre o novo processo civil, 1997, p. 66.
18 GRASSI GOUVEA, Lucio. Cognição Processual Civil, 2007, p. 52.
RRafaeRaRafaelRaRafae 298
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
5 Conclusão
Depreende-se do amplamente exposto no decorrer do presente
escrito que, por meio das inovações trazidas pelo Código de Processo
Civil de 2015, sensivelmente no que se refere à aplicabilidade do prin-
cípio da cooperação, passa-se a garantir a prestação jurisdicional em
tempo razoável, em consonância com as disposições internacionais as
quais se submete o Brasil.
RRafaeRaRafaelRaRafae 301
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
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RRafaeRaRafaelRaRafae 303
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
Com o fenômeno pós-segunda Guerra Mundial, denominado
de neoconstitucionalismo, vivenciamos mudanças de paradigmas
que colocaram a Constituição Federal de 1988 como centro da her-
menêutica jurídica. A passagem do Estado Liberal de Direito, o
qual se fundava na igualdade e na liberdade individual, para o Es-
tado Democrático de Direito, cuja principal função é a equiparação
formal dos interesses sociais e econômicos, ocorreu por meio de
um modelo baseado na força normativa dos princípios e na conso-
lidação de uma justiça substancial.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
2 A constitucionalização do processo
Composto por um conjunto de procedimentos, o direito pro-
cessual é marcado por quatro fases distintas: praxismo ou sin-
cretismo, caracterizado pela ausência de diferenciação quanto ao
processo e ao direito material; processualismo, no qual já se reco-
nhece as diferenças quanto ao direito processual e material; ins-
trumentalismo, em que os direitos processual e material se relacio-
nam de forma interdependente, no qual, a ocorrência do primeiro
garante o exercício do segundo;e, finalmente, o neoprocessualismo
ou formalismo-valorativo, composto por um direito processual de
acordo com as normas e princípios constitucionais e que remete ao
fenômeno do neoconstitucionalismo2.
2 DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de direito pro-
cessual civil, 2015. p. 44-46.
3 MEIRA, Marcos. Neoconstitucionalismo e neoprocessualismo no novo CPC,
RRenatReRenata A 307
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
4. Conclusão
O neoprocessualismo sofreu grande influência dos ideais ne-
oconstitucionalistas, levando a uma nova hermenêutica na ciência
processual. Nesse modelo processual contemporâneo, o eixo da ju-
risdição deixou de estar centrado na figura do julgador, tendo em
vista que na nova conjuntura, não é possível a simples subsunção
do fato à norma, pois os sujeitos processuais tornam-se copartici-
pes na formação do Direito.
5 Referências
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e Aplicação da Constituição. 5. ed.
São Paulo: Saraiva, 2003.
DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de direito
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RRenatReRenata A 313
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
A constitucionalidade do incidente de
deslocamento de competência
Romero Solano de Oliveira Magalhães1
1 Introdução
Nos termos do artigo 1º, III, da Constituição Federal, a digni-
dade da pessoa humana é fundamento da República Federativa do
Brasil. Nesse mesmo sentido, a prevalência dos direitos humanos,
o repúdio ao terrorismo e ao racismo e a cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade são princípios pelos quais o Brasil
rege suas relações internacionais, conforme preceitua o artigo 4º
da Carta Política.
Processamento
Conforme dito, o único legitimado para propor o IDC é o Pro-
curador-Geral da República (PGR), chefe do Ministério Público
Federal. Outras autoridades que desejam o deslocamento devem
provocar o PGR, o qual, por sua vez, deverá diligenciar no sentido
de observar se os pressupostos para o incidente estão preenchidos
e, se for o caso, suscitá-lo perante o Superior Tribunal de Justiça
(STJ).
4 Constitucionalidade do IDC
Segurança jurídica
O princípio da segurança jurídica é básico no Estado de Direi-
to, possuindo diversas aplicações, como a proteção ao direito adqui-
rido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada e a fundamentação da
prescrição e decadência. No que toca ao IDC, o suposto desrespeito
à segurança jurídica está relacionado à inexistência de definição
Juiz natural
O princípio do juiz natural consagra o direito de ser processa-
do pelo magistrado competente (Art. 5º, LIII, CF - ninguém será
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente) e a
vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção
(Art. 5º, XXXVII, CF- não haverá juízo ou tribunal de exceção).
Nos termos de Távora, “tal princípio impede a criação casuística de
tribunais pós-fato, para apreciar determinado caso”8.
Aras explica:
“(...) não há um povo “estadual” e um povo “federal”. O povo é
um só. Nos crimes dolosos contra a vida eventualmente deslo-
cados por meio de IDC, o “povo” que julgará o fato será o mes-
mo, o da comarca estadual ou da subseção federal em que se
deu o fato, conforme o critério territorial. Enfim, nada se tira
do júri (art. 5º, XXXVIII, da CF)”13.
Pacto federativo
Estabelece o artigo 21, I, da Constituição Federal, que compete à
União manter relações com Estados estrangeiros e participar de orga-
nizações internacionais. Assim, ela é responsável em nome do Estado
brasileiro pelas regras estipuladas em tratados internacionais, inclu-
sive no que concerne ao respeito aos direitos humanos, não cabendo
invocar a autonomia dos entes federados: Estados, DF e municípios,
para justificar o desrespeito aos preceitos internacionalmente firma-
dos.
5 Conclusão
Configura o Incidente de Deslocamento de Competência im-
portante instrumento de proteção aos direitos humanos, já que
estimula os tribunais estaduais a responderem de forma eficaz às
violações e, não havendo tal resposta, assegura a atuação da União,
por meio da Justiça Federal. Também corresponde a um mecanis-
6 Referências
ARAS, Vladimir. Federalização de crimes só é válida em último caso. Disponí-
vel em: < https://www.conjur.com.br/2005-mai-17/federalizacao_crimes_va-
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legislador.
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tes.
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Em havendo uma atuação com alto padrão ético por parte dos
envolvidos em qualquer fórmula alternativa à jurisdição contencio-
sa, não haverá motivo de preocupação com fraudes, com abusos,
com ilicitudes.
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Talvez ...
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
O artigo 855-C, por sua vez, apenas deixou claro que o proces-
so de homologação de acordo extrajudicial em nada afeta os prazos
do §6º e a multa do §8º do artigo 477 da CLT:
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de jurisdição contenciosa.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
6 Primeiras Conclusões
Por meio da Lei nº 13.467 de 2017, o legislador introduziu no
modelo processual trabalhista uma nova fórmula jurisdicional não
contenciosa, consubtanciada em um processo de jurisdição volun-
tária para homologação de acordos extrajudiciais.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
7 Referências
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ZANETI JÚNIOR, Hermes e CABRAL, Trícia Navarro Xavier. Justiça Mul-
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
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adequada para conflitos. Salvador: JusPodium. 2017.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
1 Introdução
Este trabalho tem por escopo apresentar a influência da Teoria de
Liebman no CPC de 1973, que previa as condições da ação, sendo abor-
dados ainda os efeitos da retirada dessa categoria do CPC/2015, especial-
mente do ponto de vista da aplicação da Teoria da Asserção no exame dos
atuais pressupostos processuais (antigas condições da ação), legitimidade
para agir e interesse de agir. Para atingir tal intento, primeiramente se
expõe a Teoria da Ação do doutrinador italiano, sua previsão no CPC 1973,
como tais condições foram previstas no CPC/2015 e a sua visível ruptura.
Posteriormente, examina-se a legitimidade para agir e o interesse proces-
sual de acordo com o ordenamento. Desta forma, sem qualquer pretensão
de esgotar o tema, busca-se à guisa de conclusão, ainda que sem deline-
ar com precisão os desdobramentos, vislumbrar possíveis consequências
dessa alteração legislativa, impressa no CPC de 2015.
citada por Didier5 dizia respeito à existência de apenas dois juízos que
eram feitos pelo órgão jurisdicional (juízo de admissibilidade e juízo de
mérito), não havendo sentido em se criar uma terceira espécie de questão.
tões deve ser feita à luz das afirmações do demandante contidas na peti-
ção inicial, aplicando-se a Teoria da Asserção.
Veja-se que nos casos de legitimidade ordinária a parte afirma ser ti-
tular da situação jurídica litigiosa. Se a afirmação é improcedente, o juízo
declarará que a situação jurídica litigiosa não lhe pertence, hipótese na
qual examinará o mérito da causa, devendo julgar improcedente o pedido
formulado, nos termos do art. 487, I, do CPC.
10 JR. DIDIER FREDIE. Curso de direito processual civil, 2017, p.392.
11 JR. DIDIER FREDIE. Curso de direito processual civil, 2017, p.400/402.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
4 Interesse de agir
O interesse de agir deve ser analisado pela perspectiva da necessida-
de e da utilidade do provimento jurisdicional, sendo certo que ambas as
perspectivas devem ser analisadas à luz do caso concreto.
18 JR. DIDIER FREDIE. Curso de direito processual civil, 2017, p.407.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
inclusive no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma
fórmula de transição para lidar com as ações em curso, nos termos
a seguir expostos. 6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do
presente julgamento (03.09.2014), sem que tenha havido prévio
requerimento administrativo nas hipóteses em que exigível, será
observado o seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito
de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo
não deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha
apresentado contestação de mérito, está caracterizado o interesse
em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não
se enquadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se
a sistemática a seguir. 7. Nas ações sobrestadas, o autor será inti-
mado a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena
de extinção do processo. Comprovada a postulação administrativa,
o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90
dias, prazo dentro do qual a Autarquia deverá colher todas as pro-
vas eventualmente necessárias e proferir decisão. Se o pedido for
acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito anali-
sado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-
-se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse em agir e
o feito deverá prosseguir. 8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii)
e (iii) –, tanto a análise administrativa quanto a judicial deverão
levar em conta a data do início da ação como data de entrada do re-
querimento, para todos os efeitos legais. 9. Recurso extraordinário
a que se dá parcial provimento, reformando-se o acórdão recorrido
para determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o qual
deverá intimar a autora – que alega ser trabalhadora rural infor-
mal – a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena
de extinção. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será
intimado para que, em 90 dias, colha as provas necessárias e pro-
fira decisão administrativa, considerando como data de entrada do
requerimento a data do início da ação, para todos os efeitos legais.
O resultado será comunicado ao juiz, que apreciará a subsistência
ou não do interesse em agir.”
5 Considerações finais
Ao eliminar a legitimidade e interesse como condições da ação, o
CPC/2015 reforça a ideia de que o exame de tais pressupostos deve ser
feito com base nas afirmações do autor.
19 MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Curso de Processo Civil, 2017, p.162.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
6 Referências
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MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Curso de Processo Civil: Teoria do Processo
Civil. 3 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Ação declaratória e interesse. Direito processual
civil (ensaios e pareceres). Rio de Janeiro: Borsoi, 1971.
1 Introdução
Os princípios são a base de todo o ordenamento, sendo eles indis-
pensáveis em qualquer ramo do direito; são o percurso a ser utilizado
para obter na aplicação das normas analisadas seu “estado de coisa ide-
al”2. Deles surgem um dos principais parâmetros para interpretação,
aplicação e criação do Direito. No saber de Cármem Lúcia Antunes Ro-
cha “no princípio repousa a essência de uma ordem, seus parâmetros
fundamentais e direcionadores do sistema normado”3.
que a tutela jurisdicional, para ser realmente efetiva, precisa ser mais
que célere, além de ser justa, útil e adequada, não podendo afastar-se
da presença cumulativa desses elementos.
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Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Neste sentido, não só o autor deve ter seu direito a prestação juris-
dicional salvaguardado, mas também o réu; ambos têm como objetivo
o resultado útil do processo. Enquanto o autor almeja a procedência
da demanda, com a devida decisão que reconheceria que o direito lhe
15 TUCCI, José Rogério Cruz e. Tempo e processo, 1997, pág. 29.
VVitóriViVitórViVitória 397
Estudos Contemporâneos sobre o Código de Processo Civil de 2015 - Volume V
Vale destacar que o efeito útil se aplica aos diversos meios proces-
suais acessórios da ação principal, que são também destinados a ga-
rantir os direitos e interesses das partes. A necessidade de uma ação
adequada quando para a demanda do particular, quando sozinha, pode
se tornar uma pretensão ilusória caso não consiga garantir o efeito útil
da pretensão. Pode-se dizer assim, que não adianta a existência de uma
ação satisfativa no que se refere à pretensão do particular se não possuí-
rem formas de resguardar os objetivos almejado com a sua propositura.
7 Conclusão
Após a exposição feita no decorrer do presente trabalho, pode-se
Não restam dúvidas que o acesso à justiça deve ser garantido a to-
dos independentemente da fundamentação de sua pretensão. Entretan-
to, não basta garantir o acesso à justiça e o direito de ação, àqueles que
buscam uma pretensão e que ao final têm os mecanismos processuais
direcionados para sua pretensão, por fazerem jus à tutela jurisdicional,
deve ter garantido o acesso a uma tutela jurisdicional efetiva.
8 Referência
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Edição digital e diagramação realizada por:
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Julho de 2018
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