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MONOGRAFIA DO CURSO DE BACHERELADO EM FÍSICA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE)


CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPARTAMENTO DE FÍSICA

PERÍODOS DE RETORNO DE INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO DIÁRIA


NO ESTADO DO CEARÁ

Candidata: Walclésio Sousa


Orientador: Prof. Dr. José Maria Brabo Alves

Fortaleza, Junho de 2017


1. INTRODUÇÃO

As condições físicas da atmosfera determinam suas características diárias e


conseqüentemente a ocorrência ou não de precipitação. A variabilidade da precipitação e
seu conhecimento possibilitam o planejamento de uma gama de atividades do ser
humano no seu cotidiano, tais como: calendários agrícolas, turismo, projetos de riscos
de obras engenharia em geral, e outros.

Dentre as variáveis que mensuram a importância de classes de intensidades de


chuva em um determinado local, o tempo de retorno (Tr) e suas variações são
imprescindíveis. O seu estudo possibilita subsidiar projetos mais seguros interligados as
atividades humanas mencionadas anteriormente (RIGHETTO 1998).

O Tr é o período de tempo médio que um determinado evento da natureza, em


geral definido para eventos hidro-meteorológicos, é igualado ou superado pelo menos
uma vez. De acordo com Righeto, 1998: “É um parâmetro fundamental para a avaliação
e projeto de sistemas hídricos, como reservatórios, canais, vertedouros de barragens,
bueiros, galerias de águas pluviais, etc”. Os autores Linsley e Franzini et al. (1992)
aconselham o uso de período de retorno de 100 anos, conforme lei dos Estados Unidos
(Flood Disaster and Protection Act of 1973) e exigências de seguro para as inundações.

Para entendermos o ciclo chuvoso devemos levar em consideração a entrada de


água no sistema hídrico. Entendermos o comportamento vai nos ajudar a montar
estratégias para superar os problemas de secas que enfrentamos no nordeste. E se
tratando de obras hidráulicas urbanas e rurais podemos trazer para nossa realidade a
construção de terraplanagem, estradas, barragens e cisternas (MESQUITA et al., 2009).

Em termos de precipitação ou chuva, podemos levar em consideração as suas


diversas origens e características distintas que podem ser classificadas em: orográficas a
qual a massa de ar úmida é impedida de prosseguir o seu trajeto pelos próprios
elementos naturais de relevos que são de maior altitudes; convectivas quando o
moimento do ar predomina de baixo para cima e há grande evaporação; a qual o vento
vertical o transporta ocasionando o seu resfriamento. Esse tipo de chuva também
conhecida como torrenciais, tem como características principais a sua rapidez e
abundancia com ocorrências de trovões e relâmpagos. Chuvas Frontais são as
provenientes de choques de massas de ar quente e fria dando sua origem; chuvas de
granizo que corresponde a pedras de gelo formado no alto das nuvens, a qual a
temperatura é extremamente fria. Neve sendo o congelamento das gotículas de vapor a
0°C; E por fim as chuvas a qual é proveniente da evaporação das gotículas em forma de
gás a qual sofrem o processo de condensação em forma de nuvem e devido a pressão
atmosférica ocorrem sua precipitação.

As chuvas não tem frequência definidas (OLIVEIRA et al.,2010), e isso pode


acarretar prejuízos como erosão do solo, inundações, perdas agrícolas, alem de
problemas em reservatórios (Araújo et al.,2008).

Mello et al. (2008), inferem em seu estudo que quando a chuva intensa é
associada a um tempo de retorno específico, passa a ser considerada chuva de projeto,
que uma vez aplicada a um modelo chuva-vazão, possibilita a estimativa da vazão de
projeto. Quando precisamos de chuva de projeto em localidades escassas de chuvas
muitas vezes são utilizadas equações de locais próximos, o que pode comprometer a
confiabilidade da estimativa (CRUCIANI et al,. 2002).

O conceito de chuva critica de projeto é quando ocorre uma chuva associada a


uma duração e um tempo de retorno específico. O evento de precipitação com
erosividade máxima pode ser estimada da análise da frequência dos períodos de retorno
(Trs). O período de retorno é definido como a medida estatística representando o
intervalo de recorrência médio a longo período de tempo, medido em geral em anos.
(UNGER 2006; TUCCI, 2007). TRs devem ser levados em consideração para práticas
mais adequadas de controle de água (BAZZANO et al., 2007).

Back (2008) e Oliveira et al. (2008a) sugeriram variáveis como intensidade-


duração-frequencia de chuvas (IDF) na elaboração de projetos de drenagens, barragens
e obras de proteção contra cheias e erosão hídricas. Clarke e Silva (2004) comentou que
a série de dados tem que ser de longas e ser levadas em consideração as
representatividades locais dos estudos para observar a variabilidade climática da região
em relação a chuva.
No caso do setor norte do Nordeste do Brasil (NEB), sua região mais semi-árida,
onde se inclui o Estado do Ceará, um estudo aprofundado em suas regiões das
características do Tr e risco de ocorrência de precipitação diária em vários intervalos de
intensidade, poderão trazer informações importantes para o conhecimento da
variabilidade pluviométrica do Estado, e subsidiar vários ramos de atividades que
necessitam dessa informação. O objetivo desse estudo é investigar a variabilidade do Tr
diário para diversos intervalos de precipitação diária no Estado do Ceará e suas
características.

2. JUSTIFICATIVA

Regiões tropicais com alta quantidade de umidade atmosférica são áreas


extremamente favoráveis a ocorrência de precipitação das mais diversas intensidades.
Em geral, devido a intensa atividade convectiva, acumulados diários de chuvas são
expressivos nessas regiões (ALVES et al. 2012.).

O NEB, localizado entre os paralelos 1ºS e 18ºS e os meridianos 35ºW e 47ºW,


possui uma área aproximada de 1,5 milhões de km2, se localiza nessa faixa tropical do
globo, porém em função da sua grande variabilidade interanual espacial e temporal da
precipitação, grande parte dos estudos tem se destinaram a investigar essa escala de
tempo, como inferências aos anos de secas ou enchentes na região (ALVES et al. 2009).

Para o NEB, principalmente sua área mais semiárida, a literatura mostra que
grande parte dos estudos tem investigado a variabilidade pluviométrica dessa região
associado a sua escala intenenual-sazonal. Os impactos das anomalias térmica dos
oceanos tropicais (Pacífico e Atlântico) tem tido grande atenção (HASTENRATH,
1984; NOBRE e SHUKLA, 1996). Relações da variabilidade do período chuvoso
(Fevereiro a Maio), predominante na região semi-árida do NEB, com fenômenos como
El Niño e La Niña no Oceano Pacífico e dipolos de Temperatura da Superfície do Mar
(TSM) no Atlântico Tropical (SERVAIN, 1991; ENFIELD et al. 1999; LI, 2001; ALVES
et al. 2009; ALVES et al. 2012).

Nos últimos anos, eventos de precipitação nas mais variadas intensidades,


principalmente os extremos, evidenciaram-se mais intensos. Desses eventos cita-se, o
grande período de estiagem entre anos de 2012-2014, acarretando prejuízos observados
nos setores da economia (perdas de agricultura, pecuária, etc.), na oferta de energia
elétrica, como também, comprometimento do abastecimento de água para a sociedade e
os animais. Nesse aspecto, estudos para ter melhor conhecimento e entendimento desses
eventos climático, tanto a ocorrência de estiagem como de precipitações, da região do
NEB, são indispensáveis.

Outro fato a destacar é a necessidade da demanda social e econômica que faz


com que anos novas vertentes de pesquisa em observação e modelagem dinâmica da
atmosfera sejam realizadas, fazendo-se inferências a projeções de mudanças climáticas.
Com o último relatório do Intergorvnmental Panel on Climate Change (IPCC),
divulgado em 2013-2014 (IPCC, 2013, 2014), haja vista que seus comentários implicam
que esses eventos de precipitação estão cada vez mais recorrentes ao longo de várias
áreas do globo (GUIMARÃES, 2014).
.
Pelas colocações acima o estudo objetiva preencher com mais informações
detalhadas sobre a variabilidade pluviométrica sobre o estado do Ceará com um aspecto
importante, caracterizando essa variabilidade com um caráter aplicativo, com cálculo do
T e suas características, potencializando essa informação ao uso de áreas correlatas
como a estudos de projetos hidráulicos e hidrológicos.

3. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

Aqui mais abrangente sobre esse tipo de estudo ... colocar pelo menos duas páginas
..citando referencias ... vá aos artigos enviados ...

4. MECANISMOS FÍSICOS CONTROLADORES DE CHUVA NO CEARÁ

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mais escreva com suas palavras ... não faça past copy..

5. SISTEMAS ATMOSFÉRICOS CAUSADORES DE CHUVA NO CEARÁ

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mais escreva com suas palavras ... não faça past copy..

6. MATERIAIS E MÉTODOS
6.1 Localização e Características da Área de Estudo

O Estado do Ceará localiza-se no Nordeste brasileiro, situado um pouco abaixo


da linha do Equador, numa posição tropical entre 2º 46' 30'' e 7º 52' 15'' de latitude sul e
37º 14' 54'' e 41º 24' 45'' de longitude ocidental. Estado possui 184 municípios, dos
quais aproximadamente 150 fazem parte da região semiárida do Brasil (Figura 3),
região que tem como característica marcante a irregularidade espacial e temporal das
precipitações pluviométricas.

O clima é tropical semiárido no interior e tropical atlântico quente próximo ao


litoral, a média pluviométrica é de aproximadamente 600 mm durante a estação
chuvosa. No interior do Ceará, a amplitude térmica diária pode ser relativamente grande
devido à menor umidade, com precipitações que, em trechos da região do Sertão, podem
ser menores que 500 mm, mas também podem se aproximar de 1000 mm. As chuvas
concentram-se principalmente entre o final do verão e outono austrais.

Figura 1 - Mapa do Estado do Ceará, com destaque os municípios que pertencem


à região semiárida cearense (cor alaranjado).
Fonte: IPECE, 2014.

6.2 Dados Observados Usados no Estudo

Foram usadas no estudo séries históricas de dados diários de precipitações


acumulados de 24 horas de mais de 100 postos pluviométricos do Ceará
(aproximadamente um pluviômetro em cada município), referente ao período (fevereiro
a maio – quadra chuvosa predominante no Estado) de 1974 a 2012, obtido através do
banco de dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(FUNCEME). Antes do cálculo das freqüências das precipitações nos intervalos
especificados na seção de metodologia que serviram de base para o cálculo dos períodos
de retorno e das probabilidades de exceder o período em um determinado delta de
tempo em dias, esses dados diários foram interpolados para grade regular sobre o Ceará
(0,5º de latitude e longitude) usando um método de interpolação do inverso do quadrado
da distância.

3.5 Dados de TSM

Foram usados os dados de TSM Comprehensive Atmospheric-Ocean Data Set


(COADS), considerando apenas o período de fevereiro a maio, que correspondente à
quadra chuvosa do Estado. Esse arquivo contém dados de médias mensais em pontos de
grade de 1° x 1° de latitude - longitude para um período de 1974 a 1994. Após os
cálculos de suas anomalias esses dados foram usados para o cálculo da correlação linear
entre as anomalias dos eventos de precipitação nas diversas intensidades de intervalos
de precipitação usados no estudo. Maiores detalhes desses dados de TSM são
encontrados em Smith et al. (2004, 2008).

6.3 Metodologia de Cálculo do Período de Retorno e Probablidades

A metodologia de cálculo do TR para o estudo mostrada na seçao seguinte foi


feita para os intervalos de classes de precipitação diária definidos com: precitação muito
fraca >=0,01 mm e <= 5,0 mm, preciopitação fraca >5,0 mm <= 10,0 mm, precipitação
moderada > 10,0 mm e <= 15,0 mm, precipitação forte > 15,0 mm e <= 20,0 mm,
precipitação muito forte >= 20,0 mm e <= 50,0 mm e precipitação extrema > 50,0 mm.
Todos os cálculos de probabilidades e do T foram feitos usando os dados diários anuais
(04 meses de fevereiro a maio) para o período de 1974-2012 em cada ponto de grade
interpolado.

Foram escolhidas também algumas regiões no Estado : Setor Norte: >= 3,5oS e
41oW-40oW, Setor Central: 6,8oS-5,2oS e 41oW-39,5oW, Cariri: >= 7,5oS e <=39,5oW, e
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e Maciço de Baturuté: >=4,5 oS e 40oW-39oW,
cujos cálculos de Trs e suas probabilidades de exceder em períodos de um a cincoenta
dias. Também foram executados correlações do total médio das precipitações nas
referidas classes nessas áreas com as anomalias de TSMs (1974-2012).

6.4 Período de Retorno (Tr) e Risco Probabilístico

Define-se a probabilidade de ocorrência de um evento qualquer de uma


observação como o inverso do período de retorno (MAYS, 2001 p. 317). P = 1/T.

Como exemplo, para um período de retorno de 100 anos a probabilidade é P=


1/100 = 0,01. Isto é, a probabilidade de ocorrer em um determinado tempo, um evento
de período de retorno de 100 anos, dias, etc é de 1% (0,01). A probabilidade de não
ocorrer é 1- 0,01, ou seja, 0,99 (99%). Matematicamente teremos: P= 1 - 1/T.

Como cada evento é considerado independente, a probabilidade desse evento


não ocorrer para “n” períodos de tempo é: P = (1 - 1/ T)n.

A probabilidade complementar de esse evento exceder uma vez em “n” períodos de


tempo será: Pc = 1 - (1 - 1/ T)n.

6.5 Estatística usada na Avaliação do Estudo

Nos parágrafos abaixo são definidas algumas métricas que foram usadas nos
cálculos das variáveis do estudo, em particular no cálculo da correlação linear entre os
TRs e as anomalias de TSMs, e outras que serviram para análises dos resultados

- Média Aritmética: Corresponde aos somatórios dos n elementos


divididos pelo tamanho n da amostra, em termos matemáticos é descrita por:
.
1 n (1)
Xm   xi
n i 1

Onde, X m é a média, n é o número da população ou amostra usada e xi é


o valor da variável correspondente analisada.

- Anomalia: Define-se como sendo o valor entre um elemento da série


menos a média aritmética dessa série amostral. Sua formulação matemática é dada
abaixo.

An  xi  X m (2)

- Variância ( S 2 ) e Desvio Padrão (  ): São métricas que são usadas para


medir o grau de dispersão das variáveis de uma determinada amostra em torno de um
valor central, a medida de dispersão mais utilizada é o Desvio Padrão que é definido
pela raiz quadrada da variância. A variância é dada por:

2
1 n (3)
S2    xi  x m 
n  1 i 1

- Coeficientes de Correlação de Pearson ( ): O coeficiente de Pearson infere

uma associação bivariada do grau de relacionamento entre duas variáveis, no caso e .

Isto é, trata-se de uma medida de associação linear entre variáveis. Sua formulação
matemática é dada por:

Cov  x, y 
rxy  r 
 x y

(4)

Estatisticamente, duas variáveis se associam quando guardam semelhanças


na distribuição dos seus escores. Mais precisamente, elas podem se associar a partir da
distribuição das frequências ou pelo compartilhamento de variância. No caso da
correlação de Pearson vale esse último parâmetro, ou seja, a mesma é uma medida da
variância compartilhada entre duas variáveis. Portanto, o modelo linear supõe que o

aumento ou decremento de uma unidade na variável gera o mesmo impacto em .


O coeficiente tem um caráter adimensional, ou seja, ele é desprovido de

unidade física que o defina. Os valores de estão limitados entre uma escala de -1 até

+1, onde o valor indica a direção da relação linear, geralmente, a força relativa de uma
relação linear, ou seja, a adequação com que a relação linear descreve os dados. Valores

de geralmente na vizinhança tanto de -1 quanto de +1 indicam uma relação

relativamente forte, e valores de na vizinhança de 0 (zero) indicam uma relação fraca

ou quase inexistente (WITTE e WITTE, 2005).

A Tabela 1 apresenta uma análise qualitativa e quantitativa do coeficiente de


correlação de Pearson que pode ser avaliado da seguinte forma:

TABELA 1– Análise qualitativa do grau de correlação entre duas variáveis.

Magnitude da Correlação

0,0 Nula
0,0 ≤ ≤ 0,3 Fraca

0,3 ≤ ≤0,6 Moderada

0,6 ≤ ≤0,9 Forte

0,9 ≤ ≤ 1,0 Muito Forte

1,0 Perfeita

As correlações foram calculadas entre as anomalias de TSMs nas áreas


de Niño 3 (150ºW-90ºW e 5ºS-5ºN) e para a diferença entre as anomalias de TSM nas
áreas norte (60ºW-30ºW e 5ºN-20ºN) e sul (60ºW-30ºW e 5ºS-20ºS) do gradiente
meridional no Atlântico Tropical para o período de fevereiro a maio (1974-2012)

7. RESULTADOS DISCUSSÕES

As Figuras 2 a 6 mostram a variabilidade em dias do TR sobre o Estado


do Ceará, no intervalo de tempo entre 01 de fevereiro a 31 de maio, para as
intensidade de precipitação definidas como: precitação muito fraca >=0,01 mm e <=
5 mm, preciopitação fraca >5,0 mm <=10,0 mm, precipitação moderada > 10,0 mm
e <= 15,0 mm, precipitação forte >15,0 mm e <= 20,0 mm, precipitação muito forte
>= 20,0 mm e <= 50,0 mm e precipitação extema > 50,0 mm.

Para eventos de precipitação muito fraca (Figura 2) podem-se notar


valores homogêneos de TRs, em dias, em grade parte do Estado do Ceará (valores
de Trs entre 3 e 6 dias). Valores de Trs inferiores e próximos a 3 dias em dias, foram
observados em áreas do sertão central e região do Baixo Jaguaribe.

Figura 2 – Período de retorno (Trs) no Estado do Ceará, em dias, para eventos de


precipitação definidos como muito fraca (>=0,01 mm e <=5,0 mm) entre fevereiro a
maio (1974-2012)

A Figura 3 mostra a variabilidade dos TRs para eventos de precipitação


fraca no Estado do Ceará. Para essa classe de precipitação observa-se que há uma
predominância ao longo do Estado de Trs entre 12 e 15 dias. Ressaltam-se, apenas
pequenas no litoral do Estado em que os TRs em dias são menores da ordem de 6 a
9 dias entre a recorrência de um evento de chuva >5,0 mm e <= 10,0 mm.

Para eventos de precipitação classificados como moderadas (>10,0 mm


<= 15,0 mm) a Figura 4 apresentou as seguintes características mais marcantes. Trs
predominando com valores entre 12 e 15 dias de recorrências em grande parte do
Estado, exceto o litoral norte - noroeste com áreas em que esses Trs tiveram valores
entre 12 e 15 dias. Ressaltam-se valores de TRs acima de 25 dias no setor central do
estado e região sul do mesmo.

Figura 3 – Período de retorno (Trs) no Estado do Ceará, em dias, para eventos de


precipitação definidos como fraca (>=5,0 mm e <= 10,0 mm) entre fevereiro a maio
(1974-2012)

Figura 4 – Período de retorno (Trs) no Estado do Ceará, em dias, para eventos de


precipitação definidos como moderada (>= 10,0 mm e <= 15,0 mm) entre fevereiro
a maio (1974-2012)
Para eventos de precipitações classificados como forte, muito forte
(Figuras 5 e 6) algumas considerações podem ser feitas. Em todo o estado houveram
menores TRs para as chuvas muito fortes, comparadas aos eventos de chuva forte,
indicando uma freqüência em média de precipitações mais intensas ao longo do
estado para essa série de dados (1974-2012)

Figura 5 – Período de retorno (Trs) no Estado do Ceará, em dias, para eventos de


precipitação definidos como forte (>= 15,0 mm e <= 20,0 mm) entre fevereiro a
maio (1974-2012)

Para chuvas extremas, eventos acima de 50 mm por dia, (Figura 7), os


Trs aumentam consideravelmente em todo o Ceará, com algumas áreas a recorrência
desses eventos são superiores há 30 dias ou mais. Em pequenas áreas no Noroeste e
Centro-Sul do Estado os TRs apresentaram valores inferiores a 24 dias.

Figura 6 – Período de retorno (Trs) no Estado do Ceará, em dias, para eventos de


precipitação definidos como muito forte (>= 20,0 mm e <= 50,0 mm) entre fevereiro
a maio (1974-2012)
Figura 7 – Período de retorno (Trs) no Estado do Ceará, em dias, para eventos de
precipitação definidos como extrema (> 50,0 mm) entre fevereiro a maio (1974-
2012)

O Gráfico 1 mostra para cada região definida na seção de Metodologia os


TRs para cada categoria de classes de precipitação definidas como: precitação muito
fraca >=0,01 mm e <= 5 mm, preciopitação fraca >5,0 mm <=10,0 mm, precipitação
moderada > 10,0 mm e <= 15,0 mm, precipitação forte >15,0 mm e <= 20,0 mm,
precipitação muito forte >= 20,0 mm e <= 50,0 mm e precipitação extema > 50,0
mm. Observa-se, que em geral esse gráfico mostra que os TRs tendem a aumentar a
medida que a classe de precipitação em termos quantitativos de chuvas aumentam,
exceção a região do Cariri (CA) em que os TRs mantiveram-se com menores
diferenças de valores em dias.

Gráfico 1 – Período de retorno (Trs) no Estado do Ceará, em dias, para classes de


precipitação definidas como Muita Fraca, Fraca, Moderada, Forte, Muito Forte e
Extrema, em regiões do Estado do Ceará (RMF – Região Metropolitana de Fortaleza
e Baturité, LN – Litoral Norte, SC – Sertão Central e CA – Cariri.

Outra característica que pode ser observada no Gráfico 1, é no Sertão


Central, o período de retorno aumenta, com valores acima de 60 dias, para as classes
de chuvas forte e muito forte. Entretanto, para chuvas extremas os Trs são muito
próximos aos observados para a RMF. Essa característica infere a possibilidade de
atuação de um sistema atmosférico mais intenso e homogêneo do SC em direção ao
LN e RMF. Para a região CA o Gráfico 1 mostra que há pouca diferença entre os
TRs de chuvas muito fortes e extremas.

O Gráfico 2 (a a f) mostra para cada classe de precipitações definidas na


seção de Metodologia, como o seu TR (1974-2012) de cada região estudada no
Ceará, mostrado no Gráfico 1, poderá ser excedido para um determinado período em
dias (variando de um dia a 50 dias). Pode-se observar por essas figuras que as
classes de precipitações mais baixas (muito fraca e fraca), as curvas são mais
exponenciais e se inclinam rapidamente para as maiores probabilidades em um
intervalo de até 10 dias. À medida que as classes aumentam de intensidade de
precipitação (moderada, fortes, muito fortes e extremas), as curvas perdem mais as
características exponenciais, ficando mais parabólicas e até mais lineares, com uma
diminuição das probabilidades de exceder os TRs nas regiões.

Para chuvas de categorias muito fracas e fracas, as regiões do Litoral


Norte e Cariri apresentam bastantes similaridades nas curvas, enquanto para classes
de precipitação moderada e forte há uma divisão, maiores probabilidades dos TRs
serem excedidos no Litoral Norte e Região Metropolitana de Fortaleza, em um
período de dias menores, enquanto nas regiões do Cariri, Certão Central essas
demoram mais em dias a ocorrerem.

Outra característica interessante, desse Gráfico 2, é que a região do


Cariri, para as classes de chuvas fortes e extremas, tem suas curvas mais inclinadas
exponencialmente, do que as demais e atingindo maiores probabilidades do seus
TRs vir a ser excedido em menor intervalo em dias do que as região do Litoral
Norte, Metropolitana de Fortaleza e Baturité e Sertão Central. Isto implica uma
maior recorrência de chuvas diárias nessas categorias mais intensas no Cariri, o que
deve estar associado à topografia mais elevada nessa área do Estado do Ceará. Por
outro lado para chuvas extremas, a RMF tem curva de probabilidades muito similar
à região do SC.

Gráfico 2 – Probabilidade dos períodos de retorno (Trs) serem excedidos em função


do período em dias no Estado do Ceará, em dias, para regiões do Estado do Ceará
(RMF – Região Metropolitana de Fortaleza e Baturité, LN – Litoral Norte, SC –
Sertão Central e CA – Cariri, para classes de precipitação definidas como Muita
Fraca (a), Fraca (b), Moderada (c) Forte (d), Muito Forte (e), e Extrema (f).
a)

b)
c)

d)
e)

f)

Como há sempre interesse em períodos de retorno de precipitações mais


intensas relacionadas à questão de suas influências em projetos de engenharias,
como por exemplo, construção de barragens, pontes, drenagem urbana e outros
(RIGHETTO, 1998), a Figuras 8a, 8c e 8d mostram as diferenças de TRs, para a
classe de precipitação definida como extrema em anos de contrastes climáticos que
em que ocorreram eventos de El Niño (Figura 9), La Niña (Figura 10) e Anos
Normais (Figura 11) no período de 1974-2012, menos esses TRs para todo o esse
período.
Nota-se por essas figuras que as diferenças dos TRs em quase todo o
Estado, excedem a 100 dias nos anos de EL Niño (Figura 8a), isto é a recorrência de
uma precipitação superior a 50 mm, nesses anos em média no período de fevereiro a
maio, tende a ocorrer em um intervalo de tempo 100, ou mais dias do que o que
considerado climático (1974-2012).

Para os anos de La Niña (Figura 8b) essas diferenças baixam para menos de 50
dias no centro-norte, litoral e sul do Estado, enquanto no Sertão Central
mantiveram-se diferenças superiores há 100 dias. Para os anos Normais algumas
áreas do centro-oeste do Estado as diferenças foram superiores a 100 dias, porém no
litoral e proximidades, áreas serranas e Cariri, as diferenças dos Trs ficaram em
torno de 50 dias.

Figura 8 – Diferenças de período de retorno (Trs), em dias, no Estado do Ceará, para


eventos de precipitação definidos como extrema (> 50,0 mm) entre fevereiro a maio
(1974-2012). a) para anos de El Níño, b) Anos de La Niña e c) Normais.

Figura 8 – Continuação: b) Anos de La Niña .


Figura 8 – Continuação: c) Anos Normais.

A Figura 9 (a, b, c e d) mostra o coeficiente de correlação de Pearson


entre as anomalias de Trs no Estado do Ceará para as classes de precipitações leves
e extremas e as anomalias de TSMs para o dipolo de anomalias de TSM no Atlântico
Tropical e para a região de Niño3. Para chuvas leves predominam (Figura 9a)
correlações positivas no Estado, indicando que a recorrência dessas tende aumentar
(diminuir) quando o dipolo é negativo (positivo), condições (favoráveis)
desfavoráveis a chuvas regulares no Estado.

Para chuvas extremas (Figura 9b) houve um predomínio de correlações


negativas, principalmente no setor centro-norte do Estado, indicando que condições
favoráveis (desfavoráveis) do dipolo relacionam-se chuvas mais regulares
(irregulares) no NEB, tendendo a períodos de retornos menores (maiores), menos
(mais) extensos em dias que a média.

Figura 9 – Correlação entre as anomalias do período de retorno (Trs), em dias, no


Estado do Ceará, e anomalias de TSM do dipolo meridional no Atlântico Tropical e
região de Niño . a) e b) precipitação leve e extrema com o dipolo, e c) e d)
precipitação leve e extrema com a região de Niño 3.

Figura 9 – Continuação: Anomalias de Trs precipitações extremas e Gradiente


Meridional de anomalias de TSM no Atlântico Tropical.
Para a região de Niño 3, as correlações mostraram também similarides
aos impactos do gradiente meridional de anomalias de TSM no Atlântico Tropical.
Para precipitações leves (Figura 9c). Predominaram correlações positivas
(moderadas em várias áreas do Estado, valores superiores a 0,3, indicando também
que umas menores recorrências dessas precipitações estão relacionadas diretamente
a anomalias positivas de TSM no gradiente meridional, que em geral associam-se a
menos precipitações e irregulares temporalmente no NEB.

Para a classe de precipitações intensas (Figura 9d), nota-se que as


correlações são em grande parte do Estado negativas, indicando que um menor
período em dias do TRs no Estado, em relação a média, e uma maior recorrência
desses eventos de precipitação. Isto, é anomalias negativas (positivas) de TSM nas
regiões de Niño 3 associam-se em grande parte do Estado com mais (menos) chuvas
e menor (maior) irregularidade ocasionando TRs menos (mais) expressivos em dias
nesses anos, o que corrobora as análises da Figura 8a.

Figura 9 – Continuação: Anomalias de Trs precipitações leves e anomalias de TSM


na região Niño 3.
Figura 9 – Continuação: Anomalias de Trs precipitações extremas e anomalias de
TSM na região Niño 3.

8. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Os resultados apresentados permitiram as seguintes conclusões.


- A variabilidade dos TRs no Estado do Ceará para classes de precipitações definidas
com o leves, fracas, moderadas, fortes, muito fortes e extremas, variaram em dias de 3 a
mais de 30 dias.
- Alisando as características por regiões do Estado foi observado que os Trs crescem
linearmente em dia das classes de precipitações de menor para maior intensidade em
todas as regiões, exceto na região do Cariri (CA) em que os TRs mantiveram-se com
menores diferenças de valores em dias.
- No Sertão Central (SC), o período de retorno aumenta, com valores acima de 60 dias,
para as classes de chuvas fortes e muito fortes. Entretanto, para chuvas extremas os Trs
são muito próximos aos observados para a RMF. Essa característica infere a
possibilidade de atuação de um sistema atmosférico mais intenso e homogêneo do SC
em direção ao LN e RMF. Para a região Cariri (CA) há pouca diferença entre os TRs
de chuvas muito fortes e extremas.
- Para classe de precipitações extremas nos anos de El Niño e Normais os Trs são
maiores em dias do que média (1974-2012). Os valores dos TRs nesses anos excedem a
100, 150 e até 200 dias a média em algumas áreas do Estado. Em anos de La Niñas
embora esses TRs ainda excederem a média os valores em grande parte do Estado são
da ordem de 50 dias.
- Correlações mostraram que para chuvas leves as correlações foram positivas, tanto
para o gradiente meridional de TSM no Atlântico Tropical quanto para a região de Niño,
exceto pequenas áreas ao longo do Estado, indicando que as condições de um gradiente
meridional de anomalias de TSM positivo (negativo) e eventos de El Niño e (La Niña)
favorável a menor (maior) quantidade de precipitação mais irregular (irregular), se
relacionam com uma recorrência menor (maior) de chuva leve. Para chuvas extremas,
predominaram correlações positivas no Estado, indicando que gradiente meridional
positivo (negativo) e El Niños (Niñas), associados a chuvas menos (mais) intensas e
irregulares (regulares), induzem a uma recorrência de TRs acima (abaixo) da média.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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