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1. Informações Gerais
O Núcleo de Direitos Humanos e a Cátedra Sérgio Vieira de Mello promoverão um curso sobre
“Direito de Refúgio e Direito dos Refugiados” nos dias 15, 16 e 17 de abril de 2019 entre
13:30-16:30hrs na PUC-Rio (Gávea). O curso é gratuito e serão atribuídas horas de atividades
complementares.
2. Inscrições
As vagas são destinadas a alunos de graduação e pós-graduação devidamente matriculados em
qualquer curso e unidade da PUC-Rio. No entanto, terão preferência os graduandos do
Departamento de Direito da PUC-Rio.
A inscrição deve ser feita por e-mail para nucleodh@puc-rio.br, com o assunto “Inscrição Mini
Curso Direito e Refúgio”. No corpo do e-mail, devem constar: (i) nome, (ii) curso, (iii) período e (iv)
endereço de e-mail. Prazo para inscrição: 23:59 do dia 8 de abril de 2019.
3. Sobre o curso
O curso será dividido em três aulas. Na primeira, o objetivo é apresentar a gênese histórica do
instituto de refúgio, a partir dos conflitos, perseguições e eventos ocorridos nas últimas décadas e a
sua definição contemporânea. Na segunda aula, a proposta é apresentar o instituto de refúgio de
acordo com a gramática dos direitos, tratando dos princípios do Direito de Refúgio e das garantias
que protegem as pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio. Na terceira parte, a ideia é tornar mais
visível e concreto o direito de refúgio, através de casos concretos e das regras formais aplicáveis no
Brasil.
As aulas serão ministradas pelo Prof. Dr. Fabrício Toledo, pós-doutorando (CNPq) em Direito na
PUC-Rio, que pesquisou sobre refúgio e migração em seu mestrado e doutorado. Fabrício Toledo
também é pesquisador e trabalha desde 2008 no atendimento direto a pessoas deslocadas, no Setor
de Proteção do Programa de Atendimento a Pessoas Refugiadas e Solicitantes de Refúgio da
Caritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro.
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Em caso de dúvidas, entre em contato com o Núcleo de Direitos Humanos do Departamento de
Direito da PUC-Rio pelo endereço de e-mail nucleodh@puc-rio.br.
PROGRAMA DO CURSO
• Breve panorama histórico e contexto atual. Principais países de origem dos refugiados e onde buscam
proteção. A distribuição desigual dos refugiados no mundo.
• A Convenção de 1951 para o Estatuto dos Refugiados: a definição clássica de refugiado
• A definição ampliada de refugiado: Convenção da Organização de Unidade Africana e a Declaração de
Cartagena.
• Distinção entre refugiado e migrante. A figura indefinida do migrante.
• Exercício prático.
O objetivo é apresentar a gênese do instituto de refúgio, a partir dos conflitos e eventos ocorridos no século XX e a sua
definição contemporânea. Apresentar em números a dimensão global e regional da “crise” dos refugiados e apontar
quais são, atualmente, os principais conflitos, de onde fogem e para onde se dirigem as pessoas deslocadas.
Demonstrar, por exemplo, que a grande parte dos refugiados é recebida pelos países pobres ou em desenvolvimento.
Em seguida, expor o surgimento da definição prevista na Convenção e seu desenvolvimento. E o modo como a questão
dos refugiados foi tratada na África e na América Latina. Por último, problematizar a distinção entre refugiado e migrante
e como o Direito internacional e nacional trata a figura indefinida do migrante.
AULA 2 - Os refugiados e seus direitos: uma perspectiva a partir das garantias. Quais são as
principais garantias previstas para os refugiados?
Neste segundo momento, a proposta é apresentar o instituto de refúgio de acordo com a gramática dos direitos, tratando
das principais garantias que regem o instituto. Desde a garantia de não ser devolvido ao país onde sua vida corre risco
ao direito de ter documentos. Destaque especial para o direito de non-refoulement (não-devolução), em todos seus
aspectos e extensão. A previsão de não-devolução nas demais Convenções e jurisprudência sobre o tema. Como a lei
brasileira define o direito de não rechaçar?
• A definição de “fundado temor” e os motivos para reconhecimento como refugiado: raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas.
• Conceito de “grave e generalizada violação a direitos humanos”.
• Os trâmites do processo de refúgio no Brasil e os atores envolvidos no processo de decisão.
• Os aspectos subjetivos da decisão: o problema da credibilidade.
• Direito à defesa e contraditório. Princípios do ônus compartilhado e do in dubio pro refugio.
Na terceira parte, a ideia é tornar mais visível e concreto o direito de refúgio, através dos procedimentos formais e
institucionais. Tratar de debates contemporâneos e os principais desafios. E, principalmente, levantar algumas questões
sobre o direito de refúgio. A questão da verdade, a questão do devido processo, e a questão da defesa: como se
defendem ou podem se defender os solicitantes de refúgio?
BIBLIOGRAFIA
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Teses e dissertações
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www.maxwell.vrac.puc-rio.br/29858/29858.PDF]
WALDELY, Aryadne B. “Narrativas da ‘vida em fuga’: a construção política-jurídica da condição de refugiado no Brasil”.
Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, defendida
em maio de 2016.
Manuais
“Manual de procedimentos e critérios para a determinação da condição de refugiado, de acordo com a Convenção de
1951 e o Protocolo de 1967 Relativos ao Estatuto dos Refugiados”, Genebra, ACNUR, 2011. [Disponível em http://
www.acnur.org/portugues/]
Artigos
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