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Uma das formas de impessoalizar a linguagem é indeterminar o sujeito. Para isso, existem duas possibilidades:
- suprime-se o sujeito e coloca-se o verbo na 3ª pessoa do plural;
- emprega-se verbo intransitivo ou transitivo indireto ou de ligação + pronome se.
Observe:
O presidente da associação já redigiu o requerimento. / Já redigiram o requerimento.
2. Outra forma de impessoalização é passar orações na voz ativa para a voz passiva, suprimindo o agente da
passiva. Há dois meios de transformar a voz ativa em voz passiva:
- verbo transitivo direto na forma analítica, acompanhado do auxiliar ser ou estar;
- verbo transitivo direto na forma sintética, acompanhado da partícula apassivadora se.
Observe:
Quando alguém ou um grupo julga uma pessoa não pelo que ela é...(ativa)
Quando uma pessoa é julgada não pelo que ela é...(passiva analítica)
Quando se julga uma pessoa não pelo que ela é...(passiva sintética)
3. Outra forma de impessoalizar a linguagem é fazer uso de alguns verbos, como haver, fazer, existir, e
expressões como convém observar, é bom lembrar, é preciso considerar, não se pode esquecer, é
indispensável, é importante, etc.
Observe:
Eu acho que todos devem colaborar na campanha da vacinação de idosos.
Convém que todos colaborem na campanha da vacinação de idosos.
Os textos formais exigem a impessoalização da linguagem. Isso significa que, às vezes, é necessário
omitir os agentes do discurso para ocultar nossa opinião e as diversas vozes que compõem um texto. Imagine
que você precise discorrer sobre a pena de morte. Imagine também que você seja contra esse tipo de
punição. Para apresentar seus argumentos contrários à pena de morte, você não precisa redigi-los na
primeira pessoa, ou seja, “Eu”. Períodos como Eu não acho que a pena de morte seja a solução contra a
criminalidade, acredito que investir em educação e diminuir a desigualdade social são as melhores saídas
contra a violência que assola o país podem ser construídos da seguinte maneira: A pena de morte não é a
solução contra a criminalidade; investir em educação e na diminuição da desigualdade social são as melhores
saídas contra a violência que assola o país. Percebeu que os elementos Eu acho que e acredito foram
eliminados? Uma pequena adaptação que, além de atenuar a dialogia no período, contribuiu para uma
posição impessoal frente ao assunto “pena de morte”.
Evite construir o discurso na primeira pessoa do singular (eu) e adote o uso da primeira
pessoa e da terceira pessoa do plural (nós e eles). Dessa maneira, você evitará elementos que
possam atribuir marcas de subjetividade em seu texto. Veja o exemplo:
Analisados os fatos, concluímos que... (em vez de concluí que).
Por meio de nossas ideias, procuramos demonstrar que (em vez de por meio de minhas ideias,
procurei demonstar que).
Para neutralizar o discurso e deixá-lo mais objetivo, opte, sempre que possível, por ocultar o
agente. Isso pode ser feito por meio de expressões como é importante, é preciso, é indispensável, é
urgente, já que elas não revelam o autor da ação:
Não quer que o leitor identifique com exatidão quem é o agente da ação? Basta fazer uso
gramatical do sujeito indeterminado. Essa técnica pode ser utilizada quando, por acaso, surgir
alguma informação sobre a qual você desconheça a exata procedência. Observe:
Outra maneira eficiente para impessoalizar a linguagem do texto é optar por um agente
inanimado. Dessa maneira, a responsabilidade em relação à ação será diluída. Veja os exemplos:
Os deputados votaram um projeto de lei que vai de encontro aos interesses da população.
Na voz passiva, o sujeito da oração torna-se paciente, isto é, ele sofre a ação expressa pelo
fato verbal. Empregá-la é um recurso que contribui para a impessoalização da linguagem, já que na
voz passiva o sujeito poderá estar oculto. Observe os exemplos:
As novas descobertas sobre a cura para o câncer foram realizadas em centros de estudo nos
Estados Unidos.