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André Aimberê Moraes e Silva1; Francisco Gaiz Pelegrino1; Tiago Souza Lima1;
Rodrigo Antonio Toffoli2
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
1
1
Acadêmico do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Brasileira – Multivix Vitória
2
Engenheiro Civil, docente na Faculdade Brasileira – Multivix Vitória
estruturais empregados, fazendo com que as edificações assumam formas e alturas
cada vez mais desafiadoras (PASSOS et al, 2016).
2 DESENVOLVIMENTO
2
esse fenômeno, indo desde as patologias químicas (carbonatação, oxidação, ataque
de sulfatos e cloretos) até as físicas (fissuração, lixiviação, desgaste por abrasão,
fadigamento e deslocamentos excessivos em edificações de grande porte),
desenvolvendo assim métodos de projeto, construção, reparo e reforço das
edificações.
TAKEUTI (1999) afirma que a construção civil tem buscado cada vez mais a
qualidade e a durabilidade das estruturas de concreto armado. Mesmo assim,
algumas patologias persistem, uma vez que os métodos existentes não são
definitivos. Para TOMAZELI e MARTINS (2008), diversas edificações sofrem, já
sofreram ou sofrerão algum tipo de manifestação patológica durante a sua vida útil,
seja por projetos inadequados ou por qualquer deficiência nas etapas seguintes, e
facilmente encontrados no dia a dia.
FREITAS, LUCHI e FERREIRA (2016) apud CANOVAS (2014), afirmam que reforço
de estruturas consiste em melhorar as condições de suporte da estrutura seja por
deficiência de projeto, falha de execução, desgaste da estrutura e/ou alteração no
uso da edificação. Os autores afirmam que recuperação consiste na busca por
restituir as condições de projeto em uma estrutura que possa ter sofrido dano.
De acordo com a NBR 16055 (ABNT, 2012), paredes de concreto são elementos
autoportantes, feitas no local, possuindo comprimento dez vezes maior que sua
espessura e que suporta cargas no mesmo plano. Já na NBR 6118 (ABNT, 2014),
pilares parede são elementos de superfície plana, geralmente feitos na vertical e
suportam esforços de compressão.
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50 MPa, e que possibilitam ao projetista a idealização de estruturas cada vez mais
esbeltas. Ele, assim como CORELHANO (2010), ainda diz que ao analisar a
estabilidade das estruturas é necessário levar em conta as ações horizontais que
são formadas pelas ações do vento e por imperfeições geométricas.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Esses efeitos merecem grande atenção. Quando tornam a estrutura instável, suas
repercussões precisam ser combatidas, sendo o reforço da estrutura uma das
formas de combatê-las.
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resistem à maioria dos esforços decorrentes dessas ações. Por outro lado,
edificações sem vigas (lajes protendidas) tendem a ser mais flexíveis, uma vez que a
formação de pórticos é inviabilizada, sendo necessário o emprego de outras técnicas
construtivas para garantir a estabilidade global (LORENCI, 2010 apud EMERICK,
2005).
Ainda LACERDA (2014) afirma que os esforços são determinados por meio do
equilíbrio da estrutura indeformada, durante a análise linear geométrica ou de
primeira ordem. LACERDA (2014) acrescenta que uma estrutura submetida a cargas
horizontais, como a ação do vento, fica sujeita a deslocamentos horizontais que
podem desencadear efeitos adicionais ou efeitos de segunda ordem, que devem ser
determinados por meio de análise não linear física e não linear geométrica.
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superiores a 10% dos de primeira ordem (OLIVEIRA et al, 2017 apud ABNT NBR
6118:2014).
Ainda a NBR 6118:2014 estabelece que “efeitos de 2ª ordem são aqueles que se
somam aos obtidos em uma análise de primeira ordem [...], quando a análise do
equilíbrio passa a ser efetuada considerando a configuração deformada”.
Este coeficiente tem como finalidade fornecer valores para que o projetista possa
estimar o quanto a estrutura é sensível aos efeitos de segunda ordem. São
considerados para o cálculo os esforços característicos (verticais) e a rigidez integral
da seção, conforme equação 1:
√ (1)
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sendo, é a altura total da estrutura, é o somatório de todas as cargas
verticais atuantes no edifício (a partir do nível considerado para o cálculo de )
com seu valor característico, representa o módulo de rigidez da estrutura do
edifício equivalente a um pilar de seção constante engastado na base e livre no topo
(CHINEM, 2010).
Segundo ; MONCAYO (2016) apud NBR 6118:2014, “os efeitos de 2ª ordem devem
ser considerados caso , sendo para estruturas compostas somente
por pórticos”.
(2)
sendo, é a soma dos produtos das forças verticais de cálculo atuantes pelos
respectivos deslocamentos de 1ª ordem; é o momento de tombamento de
cálculo.
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CHINEM (2010) delineia que o processo P-Delta tem como fundamento o estudo do
equilíbrio da estrutura deformada após a análise de 1ª ordem, simulando o efeito não
linear por meio de carregamentos horizontais hipotéticos aplicados à estrutura.
FEITOSA e ALVES (2015) tratam P-Delta como “um procedimento iterativo [...] em
que o efeito dos deslocamentos laterais sucessivos é transformado em forças
horizontais equivalentes”. Trata-se de um método mais preciso de cálculo dos
efeitos de 2ª ordem (deslocamentos adicionais) causados pelo peso próprio e pelas
sobrecargas. De modo simplificado, P-Delta é um processo que relaciona a carga
axial com o deslocamento horizontal (LACERDA et al, 2014).
O vento deve ser representado na estrutura como um perfil de velocidade que incide
sobre uma edificação, sendo que, as propriedades e efeitos por ele gerados na
edificação dependem da geometria da construção, do local, da topografia e dos
obstáculos, (TAPAJOS, 2016).
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3.5 Técnicas de reforço estrutural
Segundo FREITAS, LUCHI e FERREIRA (2016), os núcleos rígidos nos edifícios são
frequentemente compostos por pilares de grandes dimensões, executados em
formato de “C”ou “U”. São locados nas escadas ou elevadores. Na análise dos
parâmetros da estabilidade e deslocamentos horizontais, este tipo de estrutura de
elevada rigidez à flexão, contribui significativamente. (FREITAS, LUCHI e
FERREIRA, 2016)
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TAKEUTI (1999) apresenta o reforço por encamisamento que consiste em aumentar
a seção transversal do pilar pelo acréscimo de uma camisa de reforço. Com esse
processo a resistência lateral da estrutura aumenta, sendo uma alternativa para
reforço de estrutura.
Para objeto de estudo deste trabalho foi idealizada uma estrutura teórica
simplificada, concebida para ter deslocamentos excessivos. Para isso foram
adotadas dimensões limites para a relação base x altura estabelecida na tabela 4 da
NBR6123. A estrutura inicialmente não possuirá vigas e terá somente duas linhas de
pilares em um de seus eixos. A estrutura possui 10m de largura, 20m de
comprimento e 20 pavimentos com pé direito de 3m, totalizando 60m de altura. A
estrutura possui 5 pilares de 1,10m x 0,30m e um pilar “C” que acomoda o fosso do
elevador, como pode ser visto na figura 1.
Para o cálculo das forças de vento foram feitas as seguintes considerações: adotou-
se que a edificação se localiza na região da grande Vitória, onde a velocidade
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básica de vento é de acordo com a isopleta da velocidade básica da ordem de
32m/s, que a edificação se situa em terreno plano com o fator topográfico S 1 = 1,
que a edificação terá alto fator de ocupação S3 = 1, que a edificação se enquadra na
categoria III, em que a cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 3m
e por fim que a edificação se enquadra na classe C, pois uma de suas dimensões
excede 50m. A partir das considerações os valores de S 2 foram extraídos da tabela
2 da NBR 6123:1988 e estão relacionados na tabela 1.
Z (m) ≤5 10 15 20 30 40 50 60
[3]
11
intuito de ilustrar qual foi o sucesso de cada uma das soluções estruturais a fim de
diminuir o excesso de deslocamento lateral do edifício.
As soluções aqui apresentadas têm apenas caráter didático e não serão levados em
consideração aspectos construtivos como custos ou dificuldade de execução,
apenas comportamento mecânico. Foram divididas em casos, conforme a quadro 1.
5 RESULTADOS
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Sendo: é a altura da edificação analisada; é a velocidade característica do
vento ( ); q é a pressão dinâmica do vento ( ); é
carga linear de vento linear; é a velocidade básica do vento (NBR 6123:1988).
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(0°, 90°, 180º e 270°) haja vista que a falta de simetria na sua inércia causaria
diferentes respostas ao vento.
Caso 0: Na análise utilizando o processo não linear p-delta com o auxílio dos
softwares da estrutura teórica básica em combinação frequente de serviço, o
deslocamento no topo do edifício quando submetido aos carregamentos foi de Ux=
8,564 cm (deslocamento da estrutura no eixo X) e Uy= 19,63 cm (deslocamento no
eixo Y). Estes deslocamentos são maiores do que o recomendado na tabela 13.3 da
norma técnica NBR 6118, em que Ui ≤ H/1700, que para esta edificação é de 3,5cm.
Apenas para critério de informação, já que não está no escopo deste trabalho tratar
especificamente dos parâmetros de estabilidade global, como previsto esta estrutura
pode ser considerada como de nós móveis e é instável. Ao se analisar os
parâmetros alfa = 0,674 para x e alfa = 0,722 para y, sendo alfa > alfa 1 = 0,6 e
Gama Z = 1,118 para X e 1,136 para Y, valores maiores que os considerados para
uma estrutura de nós indeslocáveis.
⁄ (4)
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𝑚 para o eixo X e 𝑚 para o
eixo Y. Sendo determinado pela fórmula 15.5.2 da NBR 6118:2014 (conforme
equação 1)
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Ao observar os resultados, percebe-se que chega um instante em que não é
eficiente aumentar as dimensões da viga, pois esta se torna indeformável do ponto
de vista global, necessitando trabalhar a partir deste ponto com os demais
elementos que também interferem na estabilidade global, como o Fck, orientação e
dimensões dos pilares, etc.
Caso 10: Considerando a estrutura inicial com a instalação de vigas (20 x 80)
em suas laterais e encamisamento de pilar 1,7 x 0,6: Ux =1,4 cm e Uy = 1,4 cm.
Sendo o deslocamento limite = H/1700 = 6000/1700 = 3,52 cm. O volume de
concreto necessário para a construção dessas vigas é de 224 m³, e o volume
necessário para o encamisamento dos pilares é de 207m³. Total = 431m³.
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Tabela 6 – Forças horizontais de vento no eixo x.
Vol.
con- ↑ ↑ ↑ ↑
Massa
Casos
6 CONCLUSÃO
Com o uso dos modelos estruturais 3D, também foi possível avaliar o consumo de
concreto de cada caso, e concluiu-se que, dos 4 casos que passaram no critério de
deslocamento, apenas o caso 9 e o caso 11 possuem consumo de concreto menor
no caso de uma execução, conforme ilustra a Figura 4.
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21,00
19,50
18,00
16,50
DESLOCAMENTOS (cm)
15,00
13,50
12,00
10,50
9,00
7,50
6,00
4,50
3,00
1,50
0,00
CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
TÉCNICAS DE REFORÇO
DESLOCAMENTO X (cm) DESLOCAMENTO Y (cm) DESLOCAMENTO LIMITE (cm)
500,00
450,00
CONSUMO DE CONCRETO (m³)
400,00
350,00
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
CASO 0 CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4 CASO 5 CASO 6 CASO 7 CASO 8 CASO 9 CASO CASO CASO
10 11 12
TÉCNICA DE REFORÇO
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_____. NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações, Rio de Janeiro: 1988.
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Idem. Análise de segunda ordem global em edifícios com estrutura de concreto
armado. TQS, mai. 2016. E-Book. Disponível em: < http://www.tqs.com.br/recursos-
do-site/downloads/doc_details/115-analise-da-estabilidade-de-edificios-com-
estrutura-de-concreto-armado> Acesso em: 17 mai. 2018.
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