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PROTEÇÃO DE LINHAS DE

TRANSMISSÃO
TEORIA E PRÁTICA

Parte I: Conceitos e Definições

Cap 07 : Religamento
Resumo  desligamento/religamento tripolar,
independentemente do tipo de
Este texto apresenta os conceitos falta;
de Religamento aplicado aos
componentes das linhas de transmissão  desligamento/religamento
do sistema elétrico. monopolar para faltas fase-terra e
desligamento/religamento tripolar
para faltas fase-fase, fase-fase-terra
1. INTRODUÇÃO e trifásicas;

Entende-se por religamento  desligamento/religamento


automático, o fechamento dos disjuntores monopolar para faltas fase-terra e
de linhas de transmissão, sem fase-fase e
intervenção dos operadores, após terem desligamento/religamento tripolar
sido desligados por ação de proteções. O para faltas fase-fase-terra e
religamento automático é empregado trifásicas;
com freqüência nos sistemas de
transmissão, considerando o caráter  desligamento/religamento tripolar
transitório da maioria das faltas em linhas somente para faltas fase-terra.
de transmissão.
O religamento automático Além do tipo, o religamento pode
proporciona benefícios como o aumento ser programado para operar com
da confiabilidade e disponibilidade de tentativa única ou com múltiplas
transmissão de potência e, tentativas, caso o primeiro fechamento
principalmente, a melhoria da não tenha sucesso.
estabilidade dinâmica do sistema.
As proteções convencionais 3. RELIGAMENTO TRIPOLAR
requeriam dispositivos de religamento
separados, tais como relés seletores de
fase, religadores e verificadores de Esta técnica é a mais comum no
sincronismo. Com tecnologia digital, sistema brasileiro e também é
todas as funções necessárias ao implementada em sistemas aterrados em
religamento já estão integradas nos relés alguns outros países, especialmente nos
de proteção da linha. EUA. Neste caso, todas as faltas são
isoladas por desligamento tripolar e o
religamento automático ocorre após um
2. MODOS DE RELIGAMENTO tempo morto que deve ser dimensionado
considerando o tempo necessário para
O religamento automático pode ser desionização do ar no local da falta
implementado de várias formas, (tempo morto mínimo) e requisitos de
dependendo das características do estabilidade dinâmica (tempo morto
sistema, das proteções, dos disjuntores e máximo). O tempo de desionização do ar
da filosofia de operação. Os modos mais no local da falta pode ser determinado
comuns são: aproximadamente pela equação abaixo.

t tripolar = 210 + 0,6 ⋅ V ( kV ) [ ms ]


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não era conhecida quando a proteção


Para isolar o local da falta e facilitar operava. Atualmente, as modernas
a extinção do arco, os dois terminais da proteções numéricas, com ajustes de
linha precisam ser desligados sem zonas apropriados, estão aptas a
retardo. Isto é possível, por exemplo, com distinguir entre a linha aérea e o trecho
um dos esquemas de disparo permissivo de cabo. Isto permite a implantação
estudados no módulo 4, se houver um seletiva do religamento automático
canal de transmissão de sinal adequado. apenas para faltas no trecho de linha
O religamento automático só deve aérea.
ser iniciado por funções de proteção que
indiquem a ocorrência de faltas internas. 6. RELIGAMENTO MONOPOLAR
Proteções de retaguarda ou funções
temporizadas não devem, portanto,
iniciar o religamento. Em sistemas solidamente aterrados
No sistema de 500 kV de Furnas, o de alta e extra-alta tensão, em geral, é
tempo morto foi ajustado para 0,9 s. Este possível a implementação de religamento
é, portanto, o tempo de religamento do automático monopolar. Com esta técnica,
terminal líder (terminal escolhido para ocorrendo uma falta fase-terra, apenas a
religar primeiro). No terminal seguidor fase faltosa é desligada e, após o tempo
(terminal escolhido para fechar por morto ajustado, a fase desligada é
último) o tempo de religamento é da automaticamente religada.
ordem de 1,5 s (além do tempo morto de O desligamento monopolar com
0,9 s, há um retardo adicional de 0,6 s religamento automático confere
imposto pelo relé de verificação de benefícios adicionais do ponto de vista de
sincronismo). Neste sistema, o estabilidade dinâmica, redução de
religamento está programado para operar sobretensões de chaveamento e redução
com tentativa única. de esforços torsionais nos eixos de
geradores.
Neste caso, o tempo morto deve ser
4. RELIGAMENTO TEMPORIZADO mais longo que no caso de religamento
tripolar, devido à presença do arco
Em sistemas de média tensão é secundário. A corrente de arco primária
comum implementar um ciclo de (corrente de falta) é extinta pela abertura
religamento adicional temporizado, após do pólo do disjuntor, mas a corrente de
um religamento rápido inicial sem arco secundária mantém-se após a
sucesso. Para este fim, os relés digitais abertura do disjuntor. Esta corrente é
incluem um estágio ajustável separado. constituída de duas parcelas: uma devida
ao acoplamento eletrostático e outra
5. RELIGAMENTO EM LINHAS induzida pelo acoplamento
eletromagnético com as fases não
AÉREAS COM TRECHOS DE
envolvidas na falta, que permanecem
CABO energizadas, ou com linha paralela.
Assim, as correntes induzidas alimentam
O religamento automático só tem o arco. Com o aumento do comprimento
sentido no caso de faltas transitórias em das linhas, esta indução de corrente é
linhas aéreas (especialmente curto- exacerbada, requerendo tempos mortos
circuitos devidos a descargas maiores.
atmosféricas ou descargas em árvores). Desse modo, o religamento
Em princípio, não há religamento para monopolar resultará numa eliminação
faltas em cabos. bem sucedida da falta, quando houver a
Geralmente, no passado, nenhum seguinte condição:
religamento era implementado em linhas
aéreas com trechos a cabos, I ARCO
considerando que a localização da falta t DT ≥ + 0,2 [s]
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oscilações (balanço) dos condutores. Em


onde tDT é o tempo morto de religamento geral, os relés numéricos facilitam esta
e IARCO é a corrente de arco secundária em aplicação, permitindo a programação da
amperes. fase a ser desligada: a fase adiantada ou
Em linhas longas onde, a fase atrasada.
adicionalmente, requisitos de estabilidade O religamento monopolar requer
exigem tempos mortos baixos, são uma proteção com rigorosa seleção de
necessários reatores paralelos para fase e com facilidades para desligamento
reduzir a corrente do arco, facilitando sua de cada fase separadamente. Além disso,
extinção. a proteção não pode operar
O religamento monopolar encontra- indevidamente nas outras fases durante o
se em operação há várias décadas nos tempo morto monopolar, considerando
Estados Unidos e na Europa. A título de que isto bloquearia o religamento em
exemplo, na Alemanha o tempo morto é curso.
ajustado para aproximadamente 1 Este é um problema, especialmente
segundo. em linhas longas fortemente carregadas,
Em casos particulares, o como mostra a figura 1. Por esta razão,
religamento monopolar é também os relés convencionais demandavam uma
implementado para faltas fase-fase (entre severa limitação do alcance na direção
duas fases) sem terra para, por exemplo, resistiva.
evitar desligamento trifásico durante

Figura 1. Invasão da característica pela impedância de carga durante o tempo morto


monopolar (fase L1 aberta).

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Em geral, os relés de distância comparação direcional para faltas à terra.


numéricos (7SA513 por exemplo) O bloqueio automático dessa proteção
adaptam-se automaticamente a esta pode ser selecionado via parametrização.
situação: durante o tempo morto de Com um sistema de proteção de
religamento, a corrente residual (corrente distância completo, o desligamento
de terra) é eliminada do cálculo de rápido de uma fase defeituosa somente é
impedância para detecção de falta (Z L2 e possível quando, além da detecção da
ZL3 na figura 1). Desse modo, evita-se a falta, esta for medida dentro da
invasão do polígono de partida pela respectiva zona de distância dessa fase.
impedância de carga nas fases sem falta. A interação trifásica durante faltas
Quando se emprega proteção de multifases não é feita via detecção de
comparação direcional por sobrecorrente falta, mas através das zonas de distância.
para faltas à terra (com ajuste de 10 a Isto implica que a seleção de fase para
20% de IN), esta proteção deverá sempre desligamento é melhorada, como ilustra a
ser bloqueada durante o tempo morto figura 2. É possível realizar um disparo
monopolar para evitar desligamento monopolar correto, mesmo com detecção
incorreto devido à corrente de carga que de falta em diversos loops, como mostra
flui pela terra. Exemplificando, o relé a lógica de abertura da figura 3.
7SA513 incorpora a proteção de

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Figura 3. Lógica de abertura da proteção de distância.

7. RELIGAMENTO MONOPOLAR vantajosa porque com essas faltas,


DURANTE FALTAS CRUZADAS múltipla detecção de falta monofásica
(por exemplo, L1-L2-Terra) estará sempre
presente, embora a zona de disparo do
Faltas cruzadas são faltas
relé de distância, apesar do ajuste de
simultâneas na mesma fase ou em fases
sobrealcance (120%), na maioria das
distintas. Faltas à terra simultâneas em
vezes, não veja esta falta. Uma influência
locais fisicamente separados são raras.
positiva é o efeito da contribuição (in-
Entretanto, em circuitos duplos, elas
feed) adicional neste caso.
podem ser causadas por centelhamento
Uma proteção moderna em
quando o potencial da torre é aumentado
sistemas aterrados usualmente emprega
por uma descarga atmosférica. A
teleproteção para realizar disparo
probabilidade dessa ocorrência é maior
rápido em 100% da linha de
quando a resistência de pé de torre é
transmissão. Devido à utilização de zonas
alta, por exemplo, numa área rochosa.
de sobrealcance, o risco descrito de
Neste caso, o controle da função
disparo não seletivo para faltas cruzadas
religamento pela decisão de disparo é

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permanece. O uso de alongamento de alongamento de zona só é eficaz para


zona tem uma vantagem em esquemas faltas monofásicas. Quando uma falta
permissivos sobre a utilização de multi-fase é detectada (detecção de falta
detecção de falta como critério de multipolar), a zona de sobrealcance é
desligamento. A zona de distância reduzida para uma zona de subalcance,
alongada é restrita (120%), ao passo que antes da liberação do sinal medido,
o detector de faltas alcança uma longa revertendo assim para o ajuste normal de
distância no sistema e opera para faltas subalcance. Desse modo, a falta externa
remotas. não é mais detectada dentro da zona de
A seletividade durante faltas disparo rápido, e o religamento
simultâneas em linhas paralelas é monopolar seletivo mostrado na figura é
assegurada pela técnica de alongamento realizado nos dois circuitos. A única
de zona. As figuras 4, 5 e 6 mostram a desvantagem desta técnica é que a falta
seqüência de abertura no caso crucial de remota é detectada e isolada somente
uma falta cruzada próxima. após a abertura do disjuntor do terminal
Num modo de operação oposto.
“religamento monopolar”, a técnica de

Figura 4. Alcance das zonas de distância no instante de incidência de faltas cruzadas em F1


e F2.

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Figura 5. Alcance das zonas de distância logo após o desligamento monopolar das duas
linhas no terminal B.

Figura 6. Estado logo após o desligamento monopolar das duas linhas no terminal A (tempo
morto).

O funcionamento do sistema segunda linha, a qual seria então


unitário de proteção de distância corretamente eliminada com religamento
(7SA511) é interessante neste contexto. monopolar.
Esta proteção inicialmente selecionaria A proteção numérica 7SA513
uma das duas localizações de falta e apresenta a vantagem de disponibilizar
desligaria as três fases da linha afetada simultaneamente ambas as zonas de sub
de acordo com seu ajuste de prioridade e sobrealcance. Assim, o “chaveamento”
para faltas multifases à terra. Uma falta à das zonas pode ser controlado. O disparo
terra monofásica permaneceria na seqüencial temporizado então ocorrerá

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somente para faltas extremamente um disparo tripolar e um bloqueio de


próximas e somente para a proteção do religamento. Alternativamente, o
terminal remoto. religamento pode ser configurado para
Em esquemas de disparo sempre iniciar o disparo final e o bloqueio
permissivo, seletividade absoluta durante do religamento, para casos de faltas
faltas cruzadas pode ser conseguida de seqüenciais.
maneira semelhante. Quando duas
detecções de faltas fase-terra ocorrem 9. BLOQUEIO DO RELIGAMENTO
simultaneamente, embora apenas uma
delas esteja situada na direção da zona
de disparo, a transmissão do sinal Determinadas situações devem
permissivo é retardada. produzir um desligamento tripolar e
bloquear o religamento automático:

8. RELIGAMENTO MONO E  operação de proteção contra perda


TRIPOLAR de sincronismo;
 energização de linha sob falta
Uma prática geral é empregar o (switch-onto-faut ou line pickup);
religamento monopolar em sistemas
solidamente aterrados somente para  faltas progressivas;
faltas monofásicas (em casos
excepcionais, também para faltas  operação de proteções
bifásicas). Em outros países (por temporizadas (retaguardas
exemplo, Estados Unidos da América), o remotas);
religamento tripolar é sempre
implementado para todos os tipos de  operação de proteção contra falha
faltas ou somente para faltas de disjuntores;
monofásicas, como no caso do sistema de
765 kV de Furnas.  discordância de pólos de
Muitas vezes, as duas variantes são disjuntores.
empregadas juntas, isto é, religamento  Religamento sem sucesso
monopolar para faltas monofásicas e
religamento tripolar para faltas 6.10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
multifases. Para faltas que ocorram
durante o tempo morto monopolar, o ZIEGLER, Gerhard, Numerical Distance
modo de religamento deve ser chaveado Protection – Principles and Applications,
para tripolar, se a falta subseqüente Siemens, Erlangen, Alemanha, 1999.
começar imediatamente após a primeira
falta (dentro do tempo de discriminação BARBOSA, Ivan Júlio, Polarização de Relés
ajustado). Caso contrário, serão gerados Direcionais de Terra, Furnas, 1990, e
Notas de Aulas.

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