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Curso: Administração

Disciplina: Contabilidade Geral

Prof. Roberto do Nascimento Ferreira

1º semestre/2019
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ


Instituída pela Lei no 10.425, de 19/04/2002 – D.O.U. DE 22/04/2002
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO – PROEN
COORDENADORIA DE ADMINISTRAÇÃO – COADM
CURSO: ADMINISTRAÇÃO
TURNO: Integral e
GRAU ACADÊMICO: Bacharelado CURRÍCULO: 2019
Noturno
UNIDADE CURRICULAR: CONTABILIDADE GERAL
2º Integral
NATUREZA OBRIGATÓRIA UNIDADE ACADÊMICA DECAC PERÍODO:
1º Noturno
Carga Horária (66 em hora e em 72 hora-aula)
Total: 66 h- 72 h/a Prática: Teórica: 66 h - 72 h/a
Pré-requisito: Co-requisito:
EMENTA
Noções preliminares. Estática patrimonial. Fatos contábeis. Procedimentos contábeis básicos. Variação do
patrimônio líquido. Operações com mercadorias. Balanço patrimonial (Grupo de contas). Problemas contábeis
diversos: Devedores duvidosos, Duplicatas descontadas, Depreciação, amortização e exaustão, provisão para
Imposto de renda. Apuração de Resultados. Ajustes para encerramento do Exercício.
OBJETIVOS
Proporcionar aos discentes o entendimento dos conceitos básicos para a apuração e contabilização do
resultado do exercício, com elaboração do Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras e a
leitura e interpretação das Demonstrações Financeiras como instrumento básico para o processo de tomada
de decisão.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
CAPÍTULO 1. O Patrimônio e o Resultado
 Conceito de bens, direitos e obrigações.
 Patrimônio Líquido e Equação Fundamental do Patrimônio
 Significado de uma conta
 Entrada de recursos patrimoniais e de resultado
CAPÍTULO 2 Regimes de contabilização das receitas e despesas
CAPÍTULO 3. Escrituração Contábil
 Método das partidas dobradas
 Conceito de Débito e Crédito no Patrimônio
 Livro diário e livro razão
 Balancete de verificação
 Despesas e receitas antecipadas
 Juros e descontos
 Devedores duvidosos
 Duplicatas descontadas
 Depreciação, amortização e exaustão
 Operações com mercadorias e custo das mercadorias vendidas
 Folha de pagamento, encargos sociais e previdenciários, IRRF
CAPÍTULO 4. Balanço Patrimonial
 O Ativo no Balanço Patrimonial
 O Passivo no Balanço Patrimonial
 Patrimônio Líquido
 Apresentação do Balanço Patrimonial
 Plano de contas
CAPÍTULO 5. Demonstração do resultado do exercício - DRE
 Receita bruta e receita líquida
 Outras receitas e outras despesas
 Receitas e despesas financeiras
 Lucro bruto, lucro antes do IR e CSLL, Lucro líquido
 Apuração do IR e da CSLL
 Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício
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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

METODOLOGIA E RECURSOS AUXILIARES


Metodologia: Aulas expositivas, Elaboração e apresentação de exercícios (individuais e em grupos),
Elaboração e apresentação de pesquisas teóricoas (individuais e em grupos).
Recursos Auxiliares: Quadro, Giz, Data-show.
AVALIAÇÃO: A avaliação constará da aplicação de provas e resolução/apresentação de exercícios, sendo a
pontuação dividida da seguinte forma:
1ª prova......................................3,5 pontos (Data: 23/04/2019)
2ª prova......................................4,0 pontos (Data: 04/06/2019)
Exercícios ................................. 2,5 pontos
Total ......................................... 10 pontos
Obs.:
a) caso ocorra algum imprevisto as datas das provas serão alteradas para datas posteriores;
b) a atividade “exercícios” constará de resolução e apresentação de exercícios e de apresentação de
pesquisas sobre o conteúdo teórico da U.C. Para essas atividades a turma será divida em grupos.
c) os telefones celulares deverão ser desligados no início da aula;
d) a utilização de notebooks, celulares e outros equipamentos de informática somente será permitida quando
para o desenvolvimento do conteúdo;
e) a pontualidade e a assiduidade são fatores imprescindíveis para o aproveitamento do curso.
f) Prova final (se necessário): 10/06/2019:
 Somente poderá fazer a prova final o(a) aluno(a) que tenha feito as duas provas previstas;
 A prova final terá o valor de 10 pontos, sendo aprovado(a) o(a) aluno(a) que obtiver no mínimo 60%
(a nota final será 6 pontos).
 Alunos(as) que obtiverem a aprovação com as avaliações previstas não poderão fazer a prova final
para melhorar o conceito.
 20% da U.C. será oferecida a distância (as datas serão negociadas com os alunos)
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
IUDÍCIBUS, S. et al. Contabilidade Introdutória. 11. ed. Atlas: São Paulo, 2012.
RIBEIRO, M. R. Contabilidade Geral Fácil. Ed. Saraiva. 1997.
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica: contabilidade introdutória e intermediária. 8. ed. São
Paulo: Atlas, 2012.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALMEIDA, M. C. Curso Básico de Contabilidade. Introdução à Metodologia da Contabilidade. Contabilidade
Básica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
AZEVEDO, O. R. Comentários às Novas Regras Contábeis Brasileiras. 4. ed. rev. e ampl. São Paulo: IOB,
2010.
BRASIL, Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976.
GRECO, A.; GÄRTNER, G.; AREND, L. Contabilidade: teoria e prática básicas. 2. ed. rev. e atual. São Paulo:
Saraiva, 2009.
IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Contabilidade Comercial: atualizado conforme Lei nº 11.638/07 e Lei nº
11.941/09. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Intermediária. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
SANTOS, F. de A.; VEIGA, W. E. Contabilidade com ênfase em Micro, Pequenas e Médias empresas. São
Paulo: Atlas, 2011
SANTOS, J. L. et al. Introdução à contabilidade: atualizada pela Lei nº 11.941/09 e normas do CPC. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2011.
YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D.; MALACRIDA, M. J. C. Fundamentos da Contabilidade: a nova
Contabilidade no contexto global. São Paulo: Saraiva, 2011.
Lei n° 6.404/1976 (atualizada pela Lei n° 11.638/07 e Lei n° 11.941/2009)

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Prof. Roberto do Nascimento Ferreira Coordenador do Curso
Data: 05/02/2019 Data:

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

TEXTO 1. A importância da contabilidade na administração


A contabilidade como um instrumento de análise, gerência e decisão para o gerenciamento e
planejamento estratégico das organizações.
Independente do tamanho e do ramo da
organização, o sucesso de sua administração
dependerá da qualidade dos recursos humanos,
materiais que esta dispor e a forma como serão
empregados. À medida que foram se descobrindo
novas técnicas para a administração do
patrimônio organizacional, desenvolveu-se
também a contabilidade na administração com a
finalidade de orientar os gestores sobre a saúde
financeira da organização. As informações por ela
obtidas são usadas para fins gerenciais de modo a
analisar e monitorar os resultados obtidos em
determinados períodos. (Foto: Ubi)
Cada empresa possui uma maneira de gerir os seus recursos, utiliza matérias-primas e tecnologias diferentes,
e aperfeiçoa-as de acordo com os parâmetros institucionais estabelecidos; em função disso, os relatórios e
demonstrações contábeis, juntamente com uma análise da situação econômica interna e externa, tornam-se
peças-chave para a competitividade e rentabilidade de uma empresa.
Para que a transmissão das informações contábeis seja recebida pelos acionistas, investidores e credores da
organização, de forma efetiva, são necessárias uma intervenção da administração da empresa para repassar
respostas claras e concisas às dúvidas dos usuários.
Durante muito tempo a transmissão dessas informações era feita através da atuação dos próprios donos dos
empreendimentos, entretanto, na medida em que os negócios iam crescendo, fez-se necessário a delegação
de funções relacionadas à planejamento, decisão, comando, coordenação e controle administrativo.
Encontramos a importância da contabilidade na
administração ao confirmar sua eficácia como um
instrumento de análise, gerência e decisão em que
os gestores utilizam-se de suas demonstrações para
o gerenciamento e planejamento estratégico,
auxiliando-os na tomada de decisões de caráter
organizacional.
Esta ligação que existe entre os profissionais da
contabilidade e da administração são fundamentais
para a mensuração e atenuação de riscos que
permeiam as atividades empresariais.
Foto: fharas

Através da análise dos relatórios e demonstrativos da situação patrimonial que o setor contábil oferece, as
áreas administrativas passam a tomar suas decisões baseadas nos dados contábeis, criando-se uma
flexibilização quanto às medidas corretas a serem seguidas quando se há intempestividades econômicas.
Das informações fornecidas pela contabilidade, as que se destacam são as demonstrações contábeis, a
auditoria e análise de balanços patrimoniais e as formalidades de escrituração. Os administradores, sabendo
usufruir e utilizar estas informações conseguem efetivamente alcançar os objetivos estratégicos de
gerenciamento ao obter a melhoria contínua dos resultados das unidades de negócio da organização.

Fonte: http://www.mundocarreira.com.br/administracao/importancia-da-contabilidade-na-administracao/
20 de dezembro de 2013
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TEXTO 2. A importância da Contabilidade para a Administração


Trabalhar com números não é fácil, para muita gente é um bicho de sete cabeças, de fato, exige
uma maior responsabilidade e atenção especial.
Andreza Fernandes - 19 de agosto de 2013
Por que algumas empresas insistem em deixar de lado a Contabilidade? Estive observando um artigo falando
sobre a importância da Contabilidade para micro e pequenas empresas, o que pude perceber é que essa
técnica ou ferramenta é demasiadamente importante para o funcionamento de uma empresa. Entretanto, os
dados puderam nos mostrar que a realidade é que as pequenas empresas apresentam um índice de
mortalidade precoce, ou seja, antes mesmo de dois anos as portas se fecham.
Trabalhar com números não é fácil, para muita gente é um bicho de sete cabeças, de fato, exige uma maior
responsabilidade e atenção especial para que não possam ocorrer erros eventuais e consequentes danos
para a organização.
Não é ao acaso que a Contabilidade está presente em nossas vidas desde a antiguidade clássica com as
primeiras civilizações, nos dias atuais, podemos observar uma roupagem bem mais moderna e com diversas
funcionalidades.
A contabilidade é um dos conhecimentos mais antigos e seu surgimento se deu pela necessidade prática do
próprio gestor do patrimônio, preocupado em elaborar um instrumento ou ferramenta, que lhe permitisse
benefícios para que pudesse evoluir seu patrimônio.
Se você pensa em abrir o seu negócio precisa entender que a Contabilidade é tão importante quanto às
funções básicas as quais deverá executar dentro da empresa. Esta, sem dúvidas, é uma ferramenta
importantíssima para a tomada de decisões. É através dela que podemos observar a situação atual de uma
empresa.
A cada dia estou ficando mais ciente de que as informações contábeis são relevantes e um fator crucial no
processo decisório das organizações, seja no mercadinho da esquina, seja na Mc’Donalds, a contabilidade
será sem dúvidas uma grande aliada
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/academico/a-importancia-da-contabilidade-para-a-administracao/72437/

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TEXTO 3. A importância da contabilidade para o administrador de empresas


Tarcízio Leite - 15 de outubro de 2014
Durante algum tempo o Contador foi considerado guarda livro. Com o passar do tempo, veio à figura do
Técnico em Contabilidade e depois o Contador graduado em Ciências Contábeis.
Para algumas empresas de pequeno porte, principalmente nas pequenas cidades, onde os empreendedores
ainda montam o seu negócio sem uma prospecção de mercado, sem um planejamento adequado, o
profissional da contabilidade ainda é considerado como sendo a pessoa que prepara impostos para sua
empresa pagar.
Porém, esta realidade vem mudando em função de alguns cursos, palestras e outros instrumentos
esclarecedores oferecidos pelo SEBRAE, CDL e outros órgãos ligados a área, para os empreendedores,
capacitando-os e dando oportunidade de conhecer instrumentos que possam contribuir com o
desenvolvimento do seu empreendimento.
Dentre estes instrumentos, está a contabilidade. Hoje já é possível, o empreendedor, perceber que é através
da contabilidade que se produzem os relatórios contábeis e financeiros que servem de subsídios para o
gerenciamento do empreendimento. Podemos ainda dizer, que a contabilidade é a ciência que busca contar
a história da empresa através dos registros dos atos e fatos contábeis.
Quando o empreendedor formaliza a sua empresa, através do registro do Contrato Social, no órgão
competente, a contabilidade dá início ao registro da história deste empreendimento em um livro revestido
das formalidades legais, chamado de livro diário.
No Contrato Social existe uma cláusula que trata do valor do capital social da empresa, sua composição e das
divisões em quotas. Este valor é lançado no livro diário na conta “Caixa ou Bancos” que pertence ao Ativo e
em contra partida, na conta “Capital Social” que pertence ao Passivo e representa o Patrimônio da empresa.
A partir deste registro, todos os Atos e Fatos que ocorrerem na empresa, ou melhor, todas as Compras,
Vendas, Despesas, dentre outros, deverão ser registrados para composição dos relatórios contábeis e
financeiros que servirão de subsídios para a tomada de decisão do administrador.
Dentre estes relatórios, podemos citar o Balanço Patrimonial, onde estão representados os bens, direitos e
obrigações da empresa. Para levantamento do Balanço Patrimonial, deverá ser elaborada a DRE –
Demonstração do Resultado do Exercício, onde serão demonstradas as Receitas, os Impostos Incidentes
sobre as Vendas, o Custo, o Lucro Bruto, a Despesas Operacionais e não Operacionais, dentre outras. Na DRE,
o Administrador já poderá analisar as Receitas, as Compras, os Impostos Incidentes sobre as Vendas, o Lucro
Bruto, as Despesas Operacionais onde estão as Despesas Administrativas, Tributárias, dentre outras.
Verificar se os dados apresentados estão de acordo com o planejamento, se foi elaborado, se não foi, poderá
analisar se estes são compatíveis com o porte e a movimentação da empresa, e encontrando alguma
incompatibilidade, elencar as providências que deverão ser tomadas para adequação a situação que julgar
compatível. No Balanço Patrimonial, irá encontrar o Ativo onde deverão estar relacionados os Bens e Direitos
e o Passivo onde deverão estar relacionadas às obrigações. Neste, deverá ser analisada a situação dos bens,
direitos e obrigações, levando em consideração a situação patrimonial da empresa.
Isto demonstra que o administrador deverá ter conhecimento da contabilidade enquanto instrumento
gerencial. Assim como a contabilidade é importante para o Administrador de Empresa como instrumento de
tomada de decisão. Dentro deste contexto, podemos observar que a contabilidade como instrumento
gerencial, tem o objetivo de fornecer elementos e subsídios para que o administrador possa analisar a
situação da empresa e tomar as decisões oportunas.
Assim como, fornecer subsídios para elaboração de um planejamento gerencial, buscando o bom
funcionamento e o desenvolvimento da empresa. Diante deste relato, podemos então afirmar que esta,
deverá ser considerada, uma das formas de contribuição da contabilidade para o Administrador de Empresas.
Fonte: https://grupodpg.com.br/importancia-da-contabilidade-para-o-administrador-de-empresas/

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INTRODUÇÃO
A. CONCEITO
A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de
decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem
decisões. Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos, tornando-a
obrigatória para as empresas.
A contabilidade é conceituada como um sistema de informação capaz de orientar os donos ou
acionistas de uma empresa a tomarem decisões apoiados em números que idealizem a situação financeira e
patrimonial do seu negócio.
Historicamente, a Contabilidade da forma como conhecemos hoje, tem seu marco inicial com a
publicação em 1494 da obra Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, de autoria do
Frei Luca Pacioli, dentro da qual há um capítulo destinado ao Tractatus de Computis et Scripturis. Esta obra
marcou a introdução do Método das Partidas Dobradas. Porém, há evidências históricas de registros contábeis
nas civilizações dos sumérios, babilônios, assírios, egípcios, hebreus e gregos.

B. ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE
O campo de atuação da contabilidade pode ser tanto no setor público (empresas públicas, prefeituras,
estados, federação, instituições financeiras públicas etc.) quanto no setor privado (indústria, comércio,
prestadoras de serviços etc.). Serve para uma pessoa ou para um grupo de pessoas organizadas ou não em
grupos empresariais.
Atende as entidades sem fins lucrativos e filantrópicos (asilos, casa de caridade, santas casas etc.) e as
organizações não governamentais (ONGs). Enfim, a contabilidade é efetuada para quem necessita de
informações sobre evolução de dados financeiros e de capital investido.

C. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
A Contabilidade é Ciência Aplicada com metodologia especialmente concebida para captar, registrar,
acumular, resumir e interpretar fenômenos que afetam situações patrimoniais, financeiras e econômicas.
Figura 1.1 – Apresentação de um
Sistema Contábil

Sistema
Contábil

CAPTAR REGISTRAR ACUMULAR RESUMIR INTERPRETAR

Informação de
apoio a
tomada de
decisão

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D. GRUPOS DE INTERESSADOS NA CONTABILIDADE


A contabilidade deve estar em condições de fornecer informações a vários grupos de pessoas cujos
interesses nem sempre são coincidentes:
 Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias de maneira geral;
 Administradores, diretores e executivos dos mais variados escalões;
 Bancos, capitalistas, emprestadores de dinheiro;
 Governo e economistas governamentais;
 Pessoas físicas.
Figura 2. Usuários da Contabilidade

E. INTERNACIONALIZAÇÃO DAS NORMAS DE CONTABILIDADE


As iniciativas de harmonização das normas de contabilidade tiveram início com a criação do
International Accountig Standards Committee - IASC, por uma convenção entre nove países, e depois houve
aderências de organizações profissionais de outros países na qualidade de membros associados. Este processo
ganhou uma nova dimensão após 2001 com a criação do International Accounting Standards Board - IASB,
que substituiu o IASC.
O IASB é uma entidade representativa e independente. Seu objetivo é criar e disseminar normas internacionais
contábeis que possam ser utilizadas em vários países. Cabe ao IASB a emissão das International Financial
Reporting Standards – IFRS, que são as normas internacionais de contabilidade.
No Brasil o processo de convergência para o padrão internacional teve início em 2005, com a criação
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, do Comitê de Gestor da Convergência no Brasil, em 2007 e
a promulgação da Lei n.º 11.638, em 2007 e da Lei n.º 11.941, em 2009. O Comitê de Pronunciamentos
Contábeis foi criado com a função de estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos, orientações e
interpretações, em consonância com as normas emitidas pelo IASB.

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CAPÍTULO 1. PATRIMÔNIO E RESULTADO1


1.1 Conta: a Contabilidade pode ser chamada de “ciência das contas”. Pode-se dizer que o homem passou a
fazer contas quando começou a criar, consumir, guardar e trocar. Uma maneira de começar a entender a
contabilidade é a partir da construção de um patrimônio, seja de uma pessoa, uma família ou uma empresa e
também controlar a evolução deste patrimônio.
A evolução de um patrimônio é consequência do resultado de cada período. Assim, é necessário
apurar o resultado em cada período (mês, semestre, ano), para avaliar se o patrimônio cresceu, diminuiu ou não
se alterou.
Para que o patrimônio cresça efetivamente os resultados tem que positivos, ou seja, ter despesas
menores que as receitas.
Porém, quando um patrimônio começa a ser construído (ou controlado) também farão parte dele as
dívidas.
Vamos utilizar como exemplo a aquisição de um veículo, onde o comprador paga uma entrada e o
restante será pago em parcelas mensais. Tanto o veículo quanto a dívida fazem parte do patrimônio do
comprador.

Observa-se assim que para registrar e controlar existem dois universos distintos:
UNIVERSOS DE REGISTRO E CONTROLE
Universo do Patrimônio Universo do Resultado

O patrimônio contempla os itens relativos às propriedades materiais, aplicações financeiras, dinheiro,


veículos, direitos relacionados a terceiros e também toda espécie de dívidas com instituições financeiras,
fornecedores, governos e terceiros.

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Desenvolvido com base em MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2012.
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PATRIMÔNIO
Investimentos Especulativos
Dinheiro em espécie (Caixa)
Dinheiro depositado (Banco)
Valores a receber (Contas a receber)
Títulos a receber (cheques pré-datados e notas promissórias a receber)
Aplicações financeiras em renda fixa (C DB, RDB, Poupança)
Aplicações financeiras em renda variável (ações, derivativos)
Estoques de mercadorias
Estoques de matéria-prima

Investimentos Fixos ou Permanentes


Máquinas próprias
Terrenos próprios
Veículos
Móveis e Utensílios de uso próprio
Investimentos em ações permanentes

Dívidas ou Obrigações
Dívidas
Empréstimos
Contas a pagar (salários, contas de consumo etc.)
Dívidas com fornecedores
O Resultado representa todos os tipos de rendas (receitas), como salário, aluguéis, rendimentos de
juros, dividendos e demais rendas de uma família ou empresa. Também todos os tipos de despesas (consumo)
que ocorrerem, tais como: gastos com energia, alimentação, salários de funcionários, telefone, impostos etc.
RESULTADO
RECEITAS
Rendas (Receitas)
Receita de venda de mercadorias
Receita da prestação de serviços
Receita Financeira (juros de aplicações)

DESPESAS
Salários e encargos de funcionários
Aluguel e IPTU dos imóveis alugados
Contas de consumo (luz, energia e telefone)
Publicidade e Merchandising
Comissões de venda
Transporte, alimentação e assistência médica dos funcionários
Seguros
Impostos e contribuições
Imposto de Renda (IR)
Imposto sobre Operações Financeiras (IO F)
IPTU
IPVA

Uma conta na Contabilidade é um registro documentado com nome (TÍTULO) que reúne os fatos
contábeis de mesma natureza ou qualidade. Pode ser aberta na Contabilidade de uma entidade uma infinidade
de contas. O número de contas que uma entidade utiliza em sua contabilidade deve estar descrito no chamado

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plano de contas da empresa, que irá descrever em cada entidade (empresa) o que deve ser registrado em cada
conta.
Exemplo: dinâmica da construção de um plano de conta de uma distribuidora de eletrodomésticos,
exemplificando com a conta sintética de estoque até a discriminação nas contas analíticas que compõem o
estoque.
1. ESTOQUE
1.1. Mercadorias para revendas
1.2. Material de consumo
1.3. Matéria-prima
1.4. Produtos semiacabados
1.5. Produtos acabados (Conta sintética)
1.5.1 TV 29”
1.5.2 Geladeira 360 Litros (contas analíticas)
1.5.3 Fogão 4 bocas modelo Chaparral

1.2 Composição do patrimônio (Balanço Patrimonial)


A seguir é representado o patrimônio de uma empresa (como pode ser também de uma pessoa ou de
uma família) discriminando o que possui e adquiriu com recursos próprios e o que adquiriu com recursos de
terceiros.
INVESTIMENTOS ORIGEM DO DINHEIRO
TOTAL PRÓPRIO TERCEIROS
$ $ $ DESCRIÇÃO
Dinheiro no bolso 2.000 2.000
Dinheiro no banco 18.000 18.000
Aplicação em poupança 30.000 30.000
Empréstimos concedidos 20.000 20.000
Veículos 40.000 20.000 20.000 Financiados pelo banco ABC
Imóveis 200.000 80.000 120.000 Financiados pela Caixa Econômica
Móveis e utensílios 50.000 25.000 25.000 Financiamentos com fornecedores
Equipamentos de informática 5.000 5.000 Financiados com fornecedores
365.000 195.000 170.000

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1.3 Patrimônio: é o conjunto de BENS, DIREITOS e OBRIGAÇÕES de uma empresa avaliado em moeda.
Na contabilidade trata-se a pessoa jurídica da empresa distinta das pessoas físicas e/ou jurídicas de seus
proprietários (Princípio da Entidade).

PATRIMÔNIO DE UMA ENTIDADE


APLICAÇÕES DE RECURSOS ORIGENS DE RECURSOS

1.4 Balanço Patrimonial: reflete a posição financeira de uma empresa em determinado momento.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(BENS E DIREITOS) OBRIGAÇÕES E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
LADO ESQUERDO LADO DIREITO

1.5 ATIVO: são os recursos controlados por uma entidade em consequência de eventos passados e dos quais
se espera que resultem fluxos de benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços para a entidade.
Representa, de forma estática, os bens e direitos de uma entidade expressos em moeda.
a) Bens: é tudo aquilo que a empresa possui, sendo classificados em materiais e imateriais.
 Bens Materiais (tangíveis): são todos os bens que tem corpo, forma e matéria. Os bens materiais
se subdividem em Imóveis e Móveis.
 Bens Imóveis: bens que não podem ser deslocados da sua origem. Ex.: Terrenos,
Edificações etc.;
 Bens Móveis: todos os bens que podem ser deslocados. Ex.: móveis, máquinas, veículos,
dinheiro etc.
 Bens Imateriais (intangíveis): são bens que não tem corpo, matéria.
 Luvas: gratificação que se dá por direito adquirido de local;
 Fundo de Comércio – Goodwill: pagamento pelo direito adquirido como
imagem/reputação, ponto comercial, marca, clientela;
 Marcas e Patentes: despesas de origem do evento e registro de marca.
 Concessões Públicas

b) Direitos: tudo aquilo que a empresa tem a receber de terceiros. Ex.: Alugueis a receber, Duplicatas a
receber, etc.

1.6 PASSIVO: são as obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos já ocorridos, cujo pagamento se
espera que resulte em saídas de recursos da entidade, recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou
potencial de serviços. Pode-se dizer que o Passivo representa a origem de recursos financiados por terceiros,
além das obrigações assumidas pela entidade que exigirão desembolso de recursos no futuro. Ex.: Aluguéis a

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pagar, Impostos a pagar, Títulos a pagar, Fornecedores, Salários a pagar etc. São os chamados capitais de
terceiros.

1.7 PATRIMÔNIO LÍQUIDO: assim como o Passivo, o Patrimônio Líquido (PL) também representa
origem de recursos, sendo que o PL corresponde aos recursos financiados pelos sócios da entidade, na forma
de capital, e também pelos lucros obtidos que não foram distribuídos. É a diferença entre o Ativo e o Passivo.
As fontes do PL são:
a) Investimentos efetuados pelos proprietários.
b) Lucros: resultados acumulados pela entidade.

O Capital é a principal conta do Patrimônio Líquido, sendo conceitualmente definido das seguintes formas:
a) Capital social: representa o capital total da empresa.
b) Capital subscrito: a subscrição de capital em um primeiro momento representa o capital que consta no contrato
social da empresa e ainda não integralizado pelos sócios. Representa uma obrigação dos proprietários para com
a empresa.
c) Capital a integralizar: representa a parte do capital subscrito que ainda não foi integralizada pelos sócios.

1.8 AS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


a) Origens de recursos: recursos de terceiros e recursos próprios. Todos os recursos que entram na empresa
são através do Passivo ou do PL.
b) Aplicações de recursos: todos os recursos que entram na empresa são aplicados no Ativo.

ATIVO PASSIVO ORIGENS DE


APLICAÇÕES RECURSOS DE
DE
Bens e Obrigações TERCEIROS
RECURSOS Direitos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ORIGENS DE
Capital e variações RECURSOS
PRÓPRIOS

1.9 Equação fundamental do patrimônio


PATRIMÔNIO LÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO

BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÕES + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ATIVO = PASSIVO (EXIGÍVEL) + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO + PL
LADO ESQUERDO (ELEMENTOS POSITIVOS) LADO DIREITO (ELEMENTOS NEGATIVOS)
APLICAÇÕES DE RECURSOS ORIGENS DE RECURSOS
Dinheiro (Caixa) 2.000 Financiamento Banco ABC 20.000
Dinheiro (Bancos) 18.000 Financiamento CEF 120.000
Aplicação Financeira 30.000 Fornecedores 25.000
Empréstimos a receber 20.000 Fornecedores 5.000
Veículos 40.000 Total das Obrigações 170.000
Imóveis 200.000 Capital Próprio 195.000
Móveis e Utensílios 50.000
Equipamentos 5.000
Total do Ativo 365.000 Total do Passivo 365.000

Aplicação de conceitos: com base no Balanço anterior, determine o valor do:


a) Capitais de terceiros: ____________ b) Capitais próprios: ________________

1.10 ENTRADAS DE RECURSOS PATRIMONIAS E DO RESULTADO


1.10.1 Entradas no patrimônio: independem da atividade da empresa para serem recebidos.
 Capital dos sócios
 Empréstimos e adiantamentos de cliente
 Desinvestimentos (vendas de ativo)

1.10.2 Entradas no resultado: São ingressos que dependem da atividade da companhia ou que têm correlação
com ela. Podem ser:
 As receitas oriundas da atividade principal da empresa
 As receitas financeiras
 Outros ganhos
o de capital, que são ganhos com vendas de ativos fixos como um imóvel
o receitas financeiras
o receitas de dividendos
o receitas diversas de menor importância (sucatas, indenizações etc.)

1.11 SAÍDAS DE RECURSOS PATRIMONIAS E DO RESULTADO


Uma empresa consome recursos quando paga uma despesa, faz um investimento, adquire e paga
mercadorias para revenda ou matérias-primas e serviços para fabricação de um produto, paga um empréstimo,

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

devolve capital aos sócios recomprando sua parte no capital (quotas ou ações) e quando paga aos sócios os
dividendos.

1.11.1 Saídas de recursos patrimoniais: saídas que independem da atividade principal da empresa para
ocorrerem. São elas:
 Pagamento de dívidas e empréstimos;
 Realização de investimentos (aquisição de bens, mercadorias e matérias-primas, além de aplicações
diversas);
 Pagamento aos sócios (pagamento de dividendos ou devolução de capital).
Nota: é fato que tudo da empresa tem relação com sua atividade principal. O que é afirmado neste item é que
essas saídas não estão diretamente relacionadas com a obtenção de receitas ou despesas.

1.11.2 Saídas de recursos do resultado: saídas que dependem da atividade da companhia ou que têm
correlação com ela, sendo de três tipos:
 Os custos e as despesas administrativas, comerciais e financeiras;
 Os impostos;
 As participações de empregados, diretores e outros no resultado da empresa.

1.11.3 Gastos no Ativo e no resultado


a) Gasto: É um sacrifício financeiro de uma entidade, representado pela entrega (ou promessa de entrega) de
um ativo, normalmente em dinheiro.

b) Desembolso: É o efetivo pagamento por um bem ou serviço, que pode ser feito antes, durante ou após o
recebimento deles.
Gastar não significa desembolsar!
Gastar significa criar o fato gerador do investimento, dívida, custo ou despesa!

c) Investimento: É o gasto em um bem ou serviço que poderá ser ativado para uso e que contribuirá para
produzir resultado em mais de um exercício.

d) Custos: São o gasto em um bem ou serviço que será utilizado na produção de um produto, como matérias-
primas, pessoal de produção e os diversos gastos de uma fábrica, assim como os fretes e seguros para receber
estas matérias-primas. Também é um custo o que aplicamos na aquisição de produtos para revenda.

e) Despesas e encargos: São gastos para obter receitas. Uma empresa precisa gastar em atividades que não
agregam valores ao Ativo, como salários de funcionários, energia, material de consumo, impostos e taxas,

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

aluguéis, telecomunicações, material de limpeza, manutenção, seguros, transporte, comissões, publicidade etc.
Esses gastos, se analisados isoladamente, provocam a redução da situação líquida (Patrimônio Líquido).

f) Perdas: Significam ato ou efeito de perder, desaparecimento, extravio de investimentos, privação de algo
que se possuía. Uma perda em Contabilidade está sempre associada a um desaparecimento de Ativo, seja um
investimento, uma mercadoria, roubo de dinheiro ou até o fornecimento ou venda de um bem com o
subsequente “calote” do comprador.

1.12 RESULTADO
O resultado de uma empresa é a diferença entre a receita em determinado período e as despesas feitas para
obtê-la. Considere o exemplo bem simples de apuração de resultado: imagine que queiramos ajudar um
menino e, para isso, compramos uma embalagem de isopor que tenha a capacidade de transportar 50
sanduíches. Fazemos 50 sanduíches e os colocamos à disposição deste menino para que ele os venda na praça
mais movimentada de nosso município. O menino irá vender cada sanduíche por $ 4. Ao final do dia, ele
retorna com os 50 sanduíches vendidos e, não sabendo calcular seu desempenho, nos pede que façamos suas
“contas”:

O custo dos sanduíches refere-se ao valor gasto com a aquisição de todos os componentes para fazê-
los, inclusive a embalagem. As despesas são aquelas tidas exclusivamente para realizar a venda: ônibus para
chegar até o local de trabalho ($ 6), refrigerantes ($ 9) e almoço ($ 20).
A partir desta apuração de resultado, pode-se concluir que este menino obteve um resultado líquido de
$ 90 neste dia de trabalho, incorrendo em um custo de matérias-primas de $ 75 e em despesas de $ 35. Esse
menino começou sua vida sem Patrimônio e, ao final do dia, depois de nos pagar o custo dos sanduíches, ele
terá em seu bolso $ 90, que são explicados pelo lucro obtido em seu primeiro dia de trabalho.

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Tanto no âmbito pessoal como no empresarial, estamos sempre visando ao crescimento do patrimônio.
Nenhuma empresa existe para simplesmente preservar determinado patrimônio constituído na fundação e no
início dos negócios. As empresas existem para crescer, ampliar seus mercados e suas formas de atuação. É
claro que o capital dos sócios faz o patrimônio crescer, assim como as dívidas (exemplo do carro x carnê). Os
donos de uma empresa não desejam que ela tenha seu patrimônio aumentado com dívidas ou novas entradas de
capital de sócios. O que se busca constantemente é que o negócio da empresa gere RESULTADOS positivos
em cada período analisado. Esses resultados irão permitir que parte dos recursos gerados seja retirada
(distribuída) como dividendos e parte fique na empresa, o que chamamos, na Contabilidade, de lucros retidos
(também designados de reservas de lucros).

O que altera o patrimônio em uma empresa?


O resultado (crédito) de cada mês ou período!

O Patrimônio não se altera quando: Receita = Despesa


Patrimônio líquido aumentará (LUCRO) quando: Receita > Despesa
O Patrimônio líquido diminuirá (PREJUÍZO) quando: Receita < Despesa

1.13 EQUAÇÃO DO TRABALHO


A equação do trabalho é a equação fundamental do patrimônio estendida, incluindo o resultado.
BENS + DIREITOS + DESPESAS = OBRIGAÇÕES + PATRIMÔNIO LÍQUIDO + RECEITAS

Para entender a equação do trabalho, tão útil na solução de problemas contábeis, basta colocarmos o
resumo do Patrimônio acima do resumo do Resultado, como na figura a seguir. Desta forma, passamos a ter
uma visão mais ampla, em que podemos perceber que o patrimônio líquido (poupança), as dívidas e a receita
são 3 (três) tipos de fontes de recursos, e os bens, direitos e despesas são as aplicações destes.
No âmbito da empresa, a soma dos bens e direitos é o que chamamos de ATIVO, o qual podemos
sempre associar a “coisa boa”. As dívidas, que são as obrigações e o Patrimônio Líquido, chamamos de
PASSIVO, que, sob a ótica da empresa, podemos chamar de “coisa ruim”.
Uma dúvida poderia surgir na cabeça do leitor: chamamos tudo que está no PASSIVO de coisa ruim, o que
inclui o PATRIMÔNIO LÍQUIDO?
Vamos, então, entender: sob a ótica da empresa, a todos os credores das obrigações ela tem que pagar
juros, e aos sócios, que são os donos do PATRIMÔNIO LÍQUIDO, tem que pagar dividendos. Portanto, a
empresa remunera tanto os credores das obrigações quanto os credores do Capital.
A única diferença é que os credores do Capital, que são sócios, não podem executar a empresa.

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Uma empresa obtém seu primeiro recurso dos sócios na forma de Capital Social (CAPITAL
PRÓPRIO) e também pode obter recursos de terceiros por meio de Dívidas (OBRIGAÇÕES) e das Operações
(RECEITA).
Portanto, o total de recursos que uma empresa pode obter de seus administradores se aplica não só na
aquisição de BENS E DIREITOS da entidade, mas também em DESPESAS.

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CAPÍTULO 2
REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO DE RECEITAS E DESPESAS
2.1 Receitas: são os aumentos de benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entradas ou
aumentos de ativos ou diminuições de passivos que resultam em aumento do PL e que não sejam provenientes
de aportes dos proprietários da entidade (CPC-PME). Pode também ser entendida como a entrada de
elementos para o Ativo, sob a forma de bens (dinheiro) ou direitos a receber, que correspondem à venda de
mercadorias, produtos ou prestação de serviço. Pode também ser proveniente de juros recebidos, descontos
obtidos etc.
Tipos de Receita: Receitas de vendas, Receita de serviços, Receitas de juros, Descontos obtidos etc.
Obtenção de receita = aumento do PL

2.2 Despesas: são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de
recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos que resultam em decréscimos no PL e que não
sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade (CPC-PME). Corresponde ao consumo de
bens ou serviços que ajudam a produzir a receita. Diminui o Ativo ou aumenta o Passivo.
Tipos de Despesas: Despesas de salários, de juros, de aluguel, Contribuições previdenciárias, Energia elétrica,
Custo das mercadorias vendidas etc.
Despesa realizada = obtém-se receita = em valor superior à diminuição no PL

2.3 Regimes de contabilização de receitas e despesas


o Regime de Caixa: são consideradas receitas e despesas do exercício as que foram recebidas e pagas
dentro do período.

o Regime de Competência de Exercícios: Receitas e despesas são consideradas em função do seu fato
gerador e não em função do recebimento da receita e pagamento da despesa.
O pronunciamento do CPC sobre a estrutura conceitual para a elaboração das demonstrações
contábeis, em seu item 22, transcrito a seguir, torna obrigatória para todas as empresas a adoção do regime
de competência:
“A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de
competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando
ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos
registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem.”

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

A legislação comercial, por meio da Lei n. 6.404/76, também torna o Regime de Competência de
aplicação obrigatória pelas sociedades anônimas, e a legislação do Imposto de Renda também obriga sua
adoção pelas empresas que declararem renda pelo lucro real.
Pela Lei n. 6.404/76:
“Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos
preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos,
devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações
patrimoniais segundo o regime de competência.”

 Receitas de um exercício: são as ganhas no período, não importando se foram


recebidas ou não.
 Despesas de um exercício: são as incorridas no período, não importando se foram
pagas ou não.
 Fato Gerador: é o consumo de um bem e não o seu pagamento.

Exemplo: aquisição de material de consumo em 01.03.2018, a prazo, com vencimento em 31.03.2018, por $
1.000. O material foi consumido na prestação de serviço no mês de abril/2018.
A receita obtida pela prestação do serviço em abril foi de $ 2.500, com vencimento para 05.05.2018.
Apuração do Resultado em 31.03.2018
Regime de Caixa Regime de Competência
Receita 0 0
Despesa 1.000 0
Lucro/prejuízo (1.000) 0

Apuração do Resultado em 30.04.2018


Regime de Caixa Regime de Competência
Receita 0 2.500
Despesa 0 1.000
Lucro/prejuízo 0 1.500

Apuração do Resultado em 31.05.2018


Regime de Caixa Regime de Competência
Receita 2.500 0
Despesa 0 0
Lucro/prejuízo 2.500 0

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Movimento do Caixa
Débito Crédito Saldo
Março 0 1000 (1.000)
Abril 0 0 (1.000)
Maio 2.500 0 1.500

2.4 Receitas recebidas antecipadamente e despesas pagas antecipadamente


Uma RECEITA recebida antecipadamente não é considerada uma RECEITA, mas, sim, uma DÍVIDA,
porque não foi ganha. Dizemos que é uma receita a apropriar (a ganhar).

Uma DESPESA paga antecipadamente não é uma DESPESA do período, é um DIREITO que deve ser
registrado no ATIVO.

2.5 FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO E RESULTADO


Desde o momento da constituição de uma empresa todos os atos e fatos precisam ser contabilizados.
Isto implica que o balanço patrimonial sofre variações a cada movimentação. A seguir será desenvolvido um
exemplo ilustrando essas situações.
1ª operação: subscrição e integralização do capital social dinheiro: $ 40.000
1° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 15.01.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa 40.000 Patrimônio líquido
Capital 40.000
Total 40.000 Total 40.000

2ª operação: aquisição de edifício em 10.02.XX, por $ 30.000, sendo a vista o valor de $ 12.000 e a prazo
$18.000
1° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 10.02.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa _________ Títulos a pagar ________
Imóveis _________ Patrimônio líquido
Capital 40.000
Total ____________ Total __________

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

3ª operação: compra de mercadorias em 13.02.XX, a prazo, pelo valor de $40.000


1° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 13.02.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa __________ Fornecedores ________

Estoque de mercadorias __________ Títulos a pagar ________

Imóveis __________ Patrimônio líquido

Capital 40.000

Total ___________ Total _________

4ª operação: compra de um veículo em 20.02.XX, financiado, pelo valor de $ 20.000


1° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 13.02.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa __________ Fornecedores ________

Estoque de mercadorias __________ Títulos a pagar ________

Imóveis __________ Financiamento ________

Veículos __________ Patrimônio líquido

Total ___________ Capital 40.000

Total _________

5ª operação: venda de metade do edifício em 23.02.XX, a prazo, pelo valor de $ 15.000


1° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 13.02.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa __________ Fornecedores ________

Estoque de mercadorias __________ Títulos a pagar ________

Imóveis __________ Financiamento ________

Veículos __________ Patrimônio líquido

Títulos a receber _________ Capital 40.000

Total ___________ Total _________

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

6ª operação: pagamento de parte de obrigação com fornecedores em 05.03.XX, no valor de $ 10.000.


1° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 05.03.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa __________ Fornecedores ________

Estoque de mercadorias __________ Títulos a pagar ________

Imóveis __________ Financiamento ________

Veículos __________ Patrimônio líquido

Títulos a receber _________ Capital 40.000

Total ___________ Total _________

7ª operação: recebimento de parte de um direito em 10.03.XX, no valor de $ 4.000


1° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 10.03.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa __________ Fornecedores ________

Estoque de mercadorias __________ Títulos a pagar ________

Imóveis __________ Financiamento ________

Veículos __________ Patrimônio líquido

Títulos a receber _________ Capital 40.000

Total ___________ Total _________

8ª operação: Venda de 50% do estoque de mercadorias em 15.03.XX, com 50% de lucro, sem incidência de
impostos. Recebeu 40% em dinheiro e o restante a prazo
1° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 15.03.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa __________ Fornecedores ________

Estoque de mercadorias __________ Títulos a pagar ________

Imóveis __________ Financiamento ________

Veículos _________ Patrimônio líquido

Duplicatas a receber _________ Capital 40.000

Títulos a receber _________

Total ___________ Total _________

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

No Balanço anterior, foi registrada a contrapartida da receita (aumento do caixa e das duplicatas a
receber) e a diminuição da conta estoque (venda de 50%).
Estoque vendido 50% de (Custo)
Lucro na Venda 100% (Lucro)
Valor da Venda Receita

9ª operação: Pagamento em 30.03. XX, das despesas administrativas e de vendas no valor de $ 5.000 e
$2.000, respectivamente.
2° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 30.03.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa __________ Fornecedores ________

Estoque de mercadorias __________ Títulos a pagar ________

Imóveis __________ Financiamento ________

Veículos _________ Patrimônio líquido

Duplicatas a receber _________ Capital 40.000

Títulos a receber _________

Total ___________ Total _________

Apuração do Resultado:
RESULTADO FINAL DO PERÍODO
Receita Bruta
(-) Impostos
Receita Líquida
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
Lucro Bruto
(-) Despesas administrativas e de vendas
Lucro Líquido

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

2° PERÍODO
Balanço Patrimonial em 30.03.XX
ATIVO PASSIVO + PL
Caixa __________ Fornecedores ________

Estoque de mercadorias __________ Títulos a pagar ________

Imóveis __________ Financiamento ________

Veículos _________ Patrimônio líquido

Duplicatas a receber _________ Capital 40.000

Títulos a receber _________ Lucro Líquido ________

Total ___________ Total _________

EXERCÍCIOS
1) Levantar os Balanços Patrimoniais após cada operação realizada.
Três sócios resolveram organizar uma empresa em 15. 01. X1, a qual denominaram Irmãos Silva Ltda. As
primeiras operações da empresa foram as seguintes:
15.01 – Investimento inicial de capital, sendo: em dinheiro 200.000,00; em veículos 80.000,00; em imóveis 120.000,00.
19.01 - Compra de mercadorias a prazo no valor de $ 100.000,00.
20.01 - Venda de metade do imóvel por $ 60.000,00 a prazo, com emissão de Nota Promissória
23.01 – Aquisição de móveis e utensílios, a vista, por $ 60.000,00.
27.01 - Pagamento de uma duplicata no valor de $ 100.000,00
30.01 - Obtenção de um empréstimo de $ 300.000,00, no Banco América.
31.01 – Compra a vista, por $ 200.000,00, de mercadorias, pagando com cheque.
03.02 – Os sócios aumentaram sua participação na empresa, integralizando mais $200.000,00 em dinheiro.
07.02 – Venda de 40% do estoque de mercadorias, com 60% de lucro. 50% foi recebido a vista e 50% a prazo.
10.02 – Pagamento em dinheiro de despesas administrativas no valor de $10.000,00 e despesas de vendas no valor de
$8.000,00

2) Classifique as contas a seguir em contas de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.


Terrenos Mercadorias Capital Contas a pagar
Fornecedores Duplicatas a pagar Títulos a Receber Bancos conta movimento
Clientes Duplicatas a Receber Caixa Aplicações Financeiras
Reservas de Lucros Móveis e Utensílios Salários a pagar Imposto de renda a pagar
Contas a Receber Materiais de Escritórios Aluguéis a pagar Adiantamentos a fornecedor
Veículos Dividendos a pagar Equipamentos Títulos a pagar
Peças para reparos Máquinas Prédios e Edifícios Empréstimos bancários

4) Dados os elementos patrimoniais a seguir, colocar:

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(B) se for bem (O) ser for obrigação (D) se for direito (PL) se for patrimônio líquido
( ) capital social ( ) duplicatas a receber (clientes) ( ) depósito na poupança
( ) terrenos ( ) salário a pagar ( ) dinheiro em caixa
( ) promissórias a receber ( ) saldo bancário positivo ( ) Patentes

5) Dados os elementos patrimoniais a seguir, colocar:


(A) se for ativo (P) se for passivo
( ) promissórias a receber ( ) prédios ( ) aplicação financeira
( ) capital social inicial ( ) promissórias a pagar ( ) INSS a recolher
( ) adiantamentos de clientes ( ) comissões a pagar ( ) veículos

6) Dados os elementos patrimoniais a seguir, colocar:


(A) aplicação de recursos (RT) origem de recursos de terceiros (RP) origem de recursos próprios
( ) ações de outras empresas ( ) mercadorias em estoque ( ) aplicação financeira
( ) capital social ( ) impostos a recolher ( ) máquinas
( ) patrimônio líquido ( ) adiantamento a fornecedores ( ) empréstimos
( ) cheques a receber ( ) marca registrada ( ) Fornecedores

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

CAPÍTULO 3. ESCRITURAÇÃO: O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS


O método das partidas dobradas, sem dúvida, desempenhou um papel importante na construção da
economia capitalista, haja vista sua técnica ser indispensável para o desenvolvimento empresarial e o controle
das operações. Segundo muitos autores o método apresenta vantagens, como meios para encontrar erros mais
rapidamente, por causa da dualidade necessária e se faz necessária uma contabilidade sistemática e em ordem
de transações. A utilização de balanços sucessivos como visto anteriormente, é praticamente impossível.
Assim, as alterações que ocorrem no Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas são registradas
através de contas.

3.1 PLANO DE CONTAS


É o conjunto de contas criado pelo contador, para atender às necessidades de registro das transações
dos eventos econômicos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a
todos os usuários da informação contábil.
Cabe ao Contador a tarefa planejar a estruturação do Plano de Contas, de maneira que a sua principal
ferramenta seja criada para lhe possibilitar o melhor dos resultados no trato com as informações contábeis. A
função básica de um plano de contas é prover o registro das transações dos eventos econômicos de forma a
criar condições ótimas de classificação e acumulação de dados.
O Plano de Contas não dever ser a imposição da vontade do contador. Deve-se consultar os usuários,
partindo do conhecimento total dos objetivos da empresa e de suas atividades principais. Alguns cuidados para
elaboração de um Plano de Contas:
 Atender primariamente às necessidades específicas de cada empresa e às necessidades de informação
dos principais usuários dos relatórios.
 A classificação deve partir do geral para o particular.
 Deve ser codificado.
 Os agrupamentos devem ser feitos pensando nos relatórios que deles se originarão.
 Os títulos das contas utilizados devem refletir imediatamente os elementos patrimoniais que
representam – devem ser claros e sucintos.
 Deve ter flexibilidade (margem para ampliação) e operacionalidade.
Além dos cuidados acima, o plano de contas deve ser estruturado para atender a partir das necessidades
gerenciais, que em ordem exata são as seguintes:
 Atender às necessidades do primeiro nível de decisão da entidade (proprietário, diretoria).
 Atender às necessidades do primeiro nível de decisão da entidade (corpo gerencial)
 Atender às necessidades do primeiro nível de decisão da entidade (corpo de chefia, liderança ou
supervisão).
 Atender às necessidades legais societárias e fiscais.
 Atender às necessidades operacionais do contador e do setor de contabilidade.

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3.2 MODELO DE PLANO DE CONTAS


1 ATIVO 3 CUSTOS E DESPESAS
1.1 ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 Caixa 3.1 Custos dos Produtos Vendidos
1.1.1.01 Caixa Geral 3.1.1 Custos dos Materiais
1.1.2 Bancos C/Movimento 3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados
1.1.2.01 Banco Alfa 3.1.2 Custos da Mão-de-Obra
1.1.3 Contas a Receber 3.1.2.01 Salários
1.1.3.01 Clientes 3.1.2.02 Encargos Sociais
1.1.3.02 Outras Contas a Receber
1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 3.2 Custo das Mercadorias Vendidas
1.1.4 Estoques 3.2.1 Custo das Mercadorias
1.1.4.01 Mercadorias 3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas
1.1.4.02 Produtos Acabados
1.1.4.03 Insumos 3.3 Custo dos Serviços Prestados
3.3.1 Custo dos Serviços
1.2 NÃO CIRCULANTE 3.3.1.01 Materiais Aplicados
1.2.1 Contas a Receber 3.3.1.02 Mão-de-Obra
1.2.1.01 Clientes 3.3.1.03 Encargos Sociais
1.2.1.02 Outras Contas
1.2.2 INVESTIMENTOS 3.4 Despesas Operacionais
1.2.2.01 Participações Societárias 3.4.1 Despesas Gerais
1.2.3 IMOBILIZADO 3. 4.1.01 Mão-de-Obra
1.2.3.01 Terrenos 3.4.1.02 Encargos Sociais
1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 3.4.1.03 Aluguéis
1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas
1.2.3.04 Veículos 3.5 Perdas de Capital
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada 3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante
1.2.4 INTANGÍVEL 3.5.1.01 Custos de Alienação de Investimentos
1.2.4.01 Marcas 3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado
1.2.4.02 Softwares
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada
4 RECEITAS
2 PASSIVO
2.1 CIRCULANTE 4.1 Receita Líquida
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher 4.1.1 Receita Bruta de Vendas
2.1.1.01 Simples a Recolher 4.1.1.01 De Mercadorias
2.1.1.02 INSS 4.1.1.02 De Produtos
2.1.1.03 FGTS 4.1.1.03 De Serviços Prestados
2.1.2 Contas a Pagar 4.1.2 Deduções da Receita Bruta
2.1.2.01 Fornecedores 4.1.2.01 Devoluções
2.1.2.02 Outras Contas 4.1.2.02 Serviços Cancelados
2.1.3 Empréstimos Bancários
2.1.3.01 Banco A - Operação X 4.2 Outras Receitas Operacionais
4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes
2.2 NÃO CIRCULANTE 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos
2.2.1 Empréstimos Bancários 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado
2.2.1.01 Banco A - Operação X

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO


2.3.1 Capital Social
2.3.2.01 Capital Social Subscrito
2.3.2.02 Capital Social a Realizar
2.3.2. Reservas
2.3.2.01 Reservas de Capital
2.3.2.02 Reservas de Lucros
2.3.3 Prejuízos Acumulados
2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores
2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

3.3 DÉBITO E CRÉDITO (CONVENÇÕES CONTÁBEIS)


Na linguagem comum quando usamos a palavra débito, significa: dívidas, situação negativa, estar em
débito com alguém, estar devendo para alguém.
Já a palavra crédito na linguagem comum significa: ter crédito com alguém, situação positiva, poder
para comprar a prazo.
Na linguagem contábil o lado esquerdo de uma conta é chamado o lado do débito. O lado direito
é chamado o lado do crédito.
Nome da Conta
Débito Crédito
Quando efetuamos um lançamento no lado esquerdo de uma conta, denomina-se lançamento a débito
ou simplesmente débito. Um lançamento no lado direito de uma conta é chamado lançamento a crédito ou,
simplesmente crédito.
Atenção!

Lançamento à esquerda de uma conta: estamos debitando essa conta.


Lançamento à direita de uma conta: estamos creditando essa conta.

A diferença entre o total de débitos e o total de créditos efetuados em uma conta, durante determinado
período, é denominado saldo. Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos, a conta terá saldo
devedor. Se acontecer ao contrário, a conta terá saldo credor.
Obs.:
a) As operações ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, Passivo e PL.
b) Os aumentos são registrados de um lado e as diminuições do outro em função da natureza da conta.

3.4 CONTAS DO ATIVO


As contas do Ativo figuram no lado esquerdo do Balanço. Por coerência as contas de Ativo (bens e
direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto é no lado esquerdo. Os registros nas contas de Ativo
são efetuados da seguinte maneira:
Conta de Ativo
Débito Crédito
Aumentos Diminuições

3.5 CONTAS DE PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO


As contas do Passivo e PL figuram sempre no lado direito do balanço. Essas contas sempre terão saldo
credor. Os registros são efetuados da seguinte forma:
Conta de Passivo e PL
Débito Crédito
Diminuições Aumentos
29
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

3.6 CONTAS DE RECEITA E DESPESA


Receitas = aumento do PL = são creditadas
Conta de Receitas
Débito Crédito
Ganhas (ou pagas)

Despesas = diminuição do PL = são debitadas


Conta de Depesas
Débito Crédito
Incorridas

3.7 Encerramento das contas de Receita e Despesa


As contas de receita e despesa são periódicas. Contém o registro para um determinado ano. Devem
possuir saldo zero no início do período. No final do período elas são encerradas. Utiliza-se uma conta
transitória denominada Apuração do Resultado do Exercício – ARE.
O encerramento das contas de receitas é realizado transferindo-se o seu saldo credor (lançamento a
débito) para o crédito da conta Apuração do Resultado do Exercício. O encerramento das contas de despesas é
realizado transferindo-se o seu saldo devedor (lançamento a crédito) para o débito da conta Apuração do
Resultado do Exercício.
O resultado da conta Apuração do Resultado do Exercício terá a seguinte destinação:
LUCRO: distribuição de dividendos aos proprietários e constituição de reservas.
PREJUÍZO: transferido para a conta Prejuízos Acumulados.
Havendo prejuízo, o saldo devedor figura no Balanço, no grupo de PL da seguinte forma:
Patrimônio Líquido
Capital 50.000
(-) Prejuízos acumulados (1.000) 49.000

Resumo do mecanismo de débito e crédito


Efetua-se lançamento a:
DÉBITO CRÉDITO
Contas de para
ATIVO Aumentar Diminuir
PASSIVO Diminuir Aumentar
PL Diminuir Aumentar
RECEITAS Cancelamento Constituição
DESPESAS Surgimento Cancelamento

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

3.8 O REGISTRO ATRAVÉS DO MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS


A essência do método, universalmente aceito, é que o registro de qualquer operação implica que o
débito numa ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que
a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. Deve-se entender o mecanismo
como uma forma de aumentar ou diminuir o valor de uma conta. É uma convenção contábil e foi apresentado
pela primeira vez pelo Frei Luca Paccioli, na Itália, em 1494.

ATENÇÃO!

Não há débito sem crédito


Não há crédito sem débito

3.9 LIVROS CONTÁBEIS


A. Livro Diário: o lançamento das operações no livro Diário é efetuado em ordem cronológica de data. É um
livro comercial obrigatório. As finalidades do Diário são:
 permitir uma pesquisa dos fatos levando em consideração o dia do fato;
 propiciar rigidez nos controles patrimoniais, pois não permite que se fraudem os registros.

B. Livro Razão: os lançamentos são efetuados no Razão individualmente para cada conta. O Razão é o livro
por excelência do contador, já que através dele é que se apura o saldo de cada item patrimonial, ou seja, o
saldo de cada conta. No Diário isso não é possível. O Razão é obrigatório desde 1991.

3.10 LANÇAMENTOS NO LIVRO RAZÃO


Para cada conta é aberta um ficha ou folha no livro para receber os lançamentos e fazer a apuração do
seu saldo. Um modelo sintético é apresentado a seguir:
CONTA: CÓDIGO:
Data CP Histórico Débito Crédito Saldo dc

CP: significa Contrapartida. É o código da conta que recebeu o outro lado do lançamento.
Exemplo:
01. integralização do capital em dinheiro.
03. depósito em dinheiro efetuado na conta corrente.
CONTA: Caixa CÓDIGO: 111
Data CP Histórico Débito Crédito Saldo dc
01 231 Entrada de capital 300 300 D
03 112 Depósito Bancário 280 20 D

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CONTA: Capital Social CÓDIGO: 231


Data CP Histórico Débito Crédito Saldo dc
01 111 Entrada de capital 300 300 C

CONTA: Bancos CÓDIGO: 112


Data CP Histórico Débito Crédito Saldo dc
01 111 Depósito em dinheiro 280 280 D

Obs.: CONTA T (TÊ) – RAZONETE: Em termos didáticos é muito trabalhoso fazer estudos e exercícios
utilizando o modelo do razão tradicional, conforme mostrado no item anterior. O que se busca é o saldo das
contas. Assim, do razão tradicional utilizaremos somente as colunas de débito e crédito.
Nome da Conta
Débito Crédito
a) lançamentos a c) lançamentos a
débito crédito
b) Saldo devedor d) Saldo credor

APLICAÇÃO. Efetuar o registro das operações através do uso de razonetes


A seguir são apresentadas, cronologicamente, as transações da “Empresa Comercial Ceará S.A.
03.01. Constituição da empresa, com um capital inicial integralizado em dinheiro, no valor de $ 80.000.
05.01. Compra de um terreno, a vista, no valor de $ 30.000, a fim de construir a sede da empresa.
10.01. Venda de metade do terreno pelo preço de custo ($ 15.000), a prazo.
15.01. Compra, a prazo, da Cia. X, de $ 38.000 em peças para reparos necessárias para as atividades da
empresa.
20.01. Recebimento de $ 10.000, relativos à venda do terreno em 10.01.
25.01. Pagamento de $ 25.000 à Cia X pela compra efetuada em 15.01.

3.12 LANÇAMENTOS NO LIVRO DIÁRIO


É o livro onde se registram todas as operações contabilizáveis da empresa, em ordem cronológica e
obedecendo-se a certas regras. Os requisitos legais de um lançamento no Diário são:
a. Data da operação; b. Conta a ser debitada; c. Conta a ser creditada;
d. Histórico da operação; e. Valor da operação, em moeda.

O sistema de escrituração mais utilizado atualmente, seja em livros ou em tela, é colocar uma coluna
para débitos e créditos, facilitando o entendimento do Diário.

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Data Conta Histórico débito crédito


01 Caixa Entrada de Capital 300
01 Capital Entrada de Capital 300
03 Bancos Depósito 280
03 Caixa Depósito Bancário 280
05 Terrenos Aquisição de terreno 50
05 Prédios Aquisição de prédios 200
05 Bancos Pagamento de terreno e prédios 250

3.13 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO: tem por finalidade verificar periodicamente a igualdade dos saldos
dos valores devedores e credores.
 Balancete de duas colunas: modelo mais simples;
 Balancete de seis colunas: saldo do balancete anterior, o movimento do período e o saldo atual.
 Balancete de oito colunas: saldo do balancete anterior, o movimento do período, o saldo do período e o
saldo atual.
Cia. Brasília de Radiadores
Balancete de Verificação em 31.07.20X1
Contas Saldos
Devedores Credores
Caixa 60.000
Contas a receber 9.000
Estoques 78.000
Terrenos 31.000
Móveis e utensílios 50.000
Fornecedores - 58.000
Capital - 170.000
Total 228.000 228.000

Cia. Brasília de Radiadores


Balancete de Verificação em 31.07.20X1
Balancete anterior Movimento do período Balancete atual
Contas Saldos Débito Crédito Saldos atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Caixa 30.000 80.000 50.000 60.000
Contas a receber 21.000 12.000 9.000
Estoques 58.000 108.000 88.000 78.000
Terrenos 31.000 0 0 31.000
Móveis e utensílios 50.000 0 0 50.000
Fornecedores 20.000 38.000 - 58.000
Capital 170.000 0 0 - 170.000
Total 190.000 190.000 188.000 188.000 228.000 228.000

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

Cia. Brasília de Radiadores


Balancete de Verificação em 31.07.20X1
Balancete anterior Movimento do período Saldo do Período Balancete atual
Contas Saldos Débito Crédito Saldos Saldos atuais
Devedores Credores Devedores Credores Devedores Credores
Caixa 30.000 80.000 50.000 30.000 60.000
Contas a receber 21.000 12.000 12.000 9.000
Estoques 58.000 108.000 88.000 20.000 78.000
Terrenos 31.000 0 0 0 0 31.000
Móveis e utensílios 50.000 0 0 0 0 50.000
Fornecedores 20.000 38.000 38.000 - 58.000
Capital 170.000 0 0 0 0 - 170.000
Total 190.000 190.000 188.000 188.000 50.000 50.000 228.000 228.000

EXERCÍCIOS
A) A partir das transações realizadas pela empresa ABC Comércio de Ferragens Ltda. faça a
escrituração no Diário, no Razão e levante um Balancete de Verificação.
01.04. os sócios fizeram o seguinte investimento inicial: $ 400.000 em mercadorias e $ 500.000 em dinheiro;
02.04. compra de móveis para uso no escritório, a vista, no valor de $ 30.000;
06.04. compra de móveis para uso na loja, da Cia. Z, no valor de $ 210.000, tendo pago $ 100.000 e
combinado pagar o saldo no prazo de 30 dias;
09.04. compra de mercadorias para revenda, a vista, no valor de $ 17.500;
11.04. compra de um veículo para uso da empresas, a prazo, da Cia Y, no valor de $ 80.000;
25.04. Pagamento da conta de energia elétrica do mês no valor de R$ 7.000;
06.05. liquidação do saldo devido à Cia Z;
10.05. Pagamento do aluguel do mês no valor de R$ 25.000;
16.05. venda de mercadorias por $ 12.500, a prazo. As mercadorias custaram 6.000;
17.05. liquidação do valor devido à Cia Y;
25.06. Pagamento da conta de energia elétrica do mês no valor de R$ 750;

B) A seguir estão relacionadas as operações realizadas pela Sociedade de Prestação de Serviços Remendão
S.A., em janeiro/X2 (em $):
Pede-se:
a) registrar as operações no Diário;
b) registrar as operações nos Razonetes;
c) apurar o resultado;
d) levantar um Balancete de Verificação.

1. Investimento inicial de capital no valor total de $ 100.000 em dinheiro;


2. Compra a vista de móveis e utensílios, na importância de $ 20.000;
3. Compra de peças para reparos, para revenda, nas seguintes condições: $ 50.000 a vista e $ 10.000 a prazo;
4. Venda a prazo de peças para reparos, pelo valor de $ 10.000. O custo da venda foi de $ 5.000;
5. Compra de um veículo, a prazo, por $ 60.000, mediante emissão de uma nota promissória,
6. Pagamento de 50% da dívida relativa à compra de peças para reparos;

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

7. Obtenção de um empréstimo de $ 50.000, no Banco do Sul S.A., mediante a emissão de uma nota
promissória;
8. Investimento, aumentando o capital em mais $ 50.000, sendo $ 25.000 em dinheiro e $ 25.000 em peças
para reparos;
9. Pagamento de salários do mês no valor de $ 3.000;
10. Venda a vista de peças para reparos, pelo valor de $ 4.000. O custo da venda foi de $ 2.000;
11. Recebimento do valor da venda a prazo referente ao dia 4.
12. Pagamento da conta de telefone no valor de $ 1.000.

C) O Balancete de Verificação da Cia. Aurora, em 30.11.20X2, estava constituído pelos saldos das seguintes
contas (em $):
Contas Saldos
Devedores Credores
Caixa 10.000
Bancos c/ Movimento 15.000
Duplicatas a Receber 20.000
Títulos a Receber 15.000
Mercadorias 25.000
Imóveis 30.000
Duplicatas a Pagar 15.000
Títulos a Pagar 25.000
Dividendos a Pagar 15.000
Capital 45.000
Lucros Acumulados 15.000
115.000 115.000
Durante o mês de dezembro foram realizadas as seguintes operações:
05. compra de móveis e utensílios nas seguintes condições: parte a vista, $5.000; parte a prazo, mediante
títulos, $10.000;
07. liquidação de duplicatas a pagar, por meio de uma cheque emitido contra o Banco, $ 6.000;
13. Venda a prazo de parte do imóvel, pelo preço de custo, por $ 10.000;
14. pagamento de parte de “Títulos a Pagar”, da seguinte forma: em dinheiro, $ 3.000; em cheque $ 3.000;
15. aumento do capital social, em dinheiro, $ 12.000;
15. depósito bancário, em dinheiro, $12.000;
16. pagamento com cheque do aluguel do mês no valor de $ 3.000;
17. venda de mercadorias, a prazo, pelo valor de $ 10.000. O preço de custo foi de $ 4.000;
18. recebimento, em dinheiro, de “Títulos a Receber”, $ 6.000;
20. títulos a receber vencíveis nesta data foram recebidos em cheque, e este depositado no Banco, $ 7.000;
21. pagamento, em dinheiro, de duplicatas a pagar, $ 3.000;
23. pagamento de dividendos aos acionistas, em cheques, $ 10.000;
26. liquidação de “Títulos a Pagar”, vencidos no dia 26/12, $ 4.000;
35
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

28. Pagamento através do Banco de despesas de energia elétrica, no valor de $900; despesas com água, no
valor de $ 350; despesas com telefone no valor de $ 570;
30. compra de materiais, a prazo, $ 5.000.
Pede-se:
a) abrir os razonetes com os saldos iniciais.
b) fazer os lançamentos da operações de dezembro nos razonetes.
c) Apurar o resultado;
d) levantar um balancete de verificação.

D) A Cia Solimões realizou as seguintes transações no decorrer do ano X1:


1. recebe de seus acionistas o valor de $ 100.000, para integralização do capital inicial, e deposita no Banco
do Sul S.A.;
2. adquire da Indústria Jota de Móveis Ltda. diversos móveis para comercialização, no valor total de $
50.000, sendo $ 30.000 pagos em cheque e $ 20.000 a prazo;
3. adquire um veículo da Cia. Veloz de Veículos, para entrega de mercadorias, no valor de $ 20.000, sendo
50% a vista (cheque) e 50% a prazo;
4. realiza um saque na conta corrente no valor $ 2.000, para ser mantido em Caixa, para pagamento de
pequenas contas;
5. vende mercadorias por $ 30.000, em dinheiro. O custo da venda foi de $ 10.000;
6. deposita $ 30.000 no Banco do Sul S.A., resultantes da venda anterior;
7. aumento do capital social para $ 150.000, em dinheiro, mediante entrega pelos acionistas do valor de $
50.000, depositados no Banco do Sul S.A.;
8. adquire um terreno onde deverá ser futuramente construído o edifício que abrigará a loja e o escritório da
empresa. O preço combinado foi de $ 70.000, tendo sido entregue um cheque de $ 30.000 no ato e
emitidas duas Notas Promissórias de $ 20.000 cada. Uma com vencimento no prazo de 90 dias e a outra no
prazo de 180 dias;
9. paga $ 20.000 a Indústria Jota de Móveis Ltda. (liquidação do saldo devedor referente à compra de
mercadorias a prazo);
10. adquire mercadorias da Indústria Alfa de Móveis Ltda., no valor de $ 40.000, metade a vista (cheque)
metade para pagamento no prazo de 60 dias;
11. liquida a dívida contraída com a aquisição de veículo, mediante a entrega de cheque no valor de $ 10.000;
12. adquire mesas, cadeiras, computador e calculadora para uso próprio em seu escritório/loja, ao preço total
de $ 6.000, pago em cheque. (Sugere-se a conta Móveis e Utensílios para englobar todo esses itens).
13. obtém empréstimo junto ao Banco do Sul S.A., no valor de R$ 100.000 com início do pagamento previsto
para janeiro/X3.
14. efetuado o pagamento das seguintes despesas: telefone: $ 850; água: $390; salários: $ 5.000; energia
elétrica: 670;
Pede-se:
a) fazer os lançamentos da operações de dezembro nos razonetes.
b) apurar o resultado de exercício.
c) levantar um balancete de verificação.
d) informe o percentual de recursos próprios e de recursos de terceiros

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

3.14 ESCRITURAÇÃO DE DIVERSOS FATOS CONTÁBEIS


3.14.1. CONTABILIZAÇÃO DE DESPESAS A PAGAR: despesa incorrida e ainda não paga
Data Contas D C
31.12.12 Despesas com Aluguéis 800.000
31.12.12 Aluguéis a Pagar 800.000

Data Contas D C
05.01.13 Aluguéis a pagar 800.000
05.01.13 Caixa 800.000

314.2. CONTABILIZAÇÃO DE PASSIVOS QUE SE TRANSFORMARÃO EM RECEITAS


(Adiantamentos de Receitas)
Quando a empresa recebe antecipadamente pela prestação de um serviço ou venda de um produto.
Data Contas D C
30.06.12 Caixa 1.000.000
30.06.12 Adiantamentos de clientes (Conta de Passivo) 1.000.000

Quando da efetiva prestação do serviço ou de parte dele, faz-se um lançamento de ajuste, apropriando-se como
receita do exercício o valor dos serviços já prestados.
Data Contas D C
31.07.12 Adiantamentos de clientes (Conta de Passivo) 600.000
31.07.12 Receita de Serviços 600.000

3.14.3 CONTABILIZAÇÃO DE DESEMBOLSOS QUE SE TRANSFORMARÃO EM DESPESAS -


Despesas Pagas Antecipadamente (Despesas do Exercício Seguinte)
Desembolsos que beneficiam mais de um período:
 Na data do pagamento ou criação da obrigação a pagar, debita-se o valor total em uma conta de Ativo;
 No final de cada período beneficiado pelo gasto, transfere-se do Ativo a parcela proporcional ao
período beneficiado para uma conta de Despesa.
Exemplo: Contratação de seguro para o período de 01.07.2017 a 30.06.2018, pago em 30.06.2017.
Data Contas D C
30.06.17 Seguros pagos antecipadamente (Ativo Circulante) 420.000
30.06.17 Bancos c/ Movimento 420.000
31.07.17 Despesas de seguros (Resultado) 35.000
31.07.17 Seguros pagos antecipadamente 35.000

Seguros pagos antecipadamente Despesas de seguro


400.000 35.000 35.000

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3.14.3. DEPRECIAÇÃO
A) Ativos Imobilizados
Os ativos imobilizados não são objeto de compra e venda. Servem a empresa por diversos períodos.
Não se pode apropriar a totalidade de seu valor como despesa no momento da aquisição. Todo item do ativo
imobilizado possui um tempo de vida útil limitado e estimável, que servirá de base para o rateio da despesa
naquele espaço de tempo.
O Pronunciamento Técnico CPC 27, no item 6, define Ativo Imobilizado como todo item tangível que:
(a) É mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a
outros, ou para fins administrativos; e
(b) Se espera utilizar por mais de um período.
As principais contas que devem ser classificadas no Imobilizado são:
Imóveis e terrenos (1) Benfeitorias em Imóveis de Terceiros (4)
Máquinas (-) Amortização Acumulada
Navios
Aviões Florestamento ou Reflorestamento (5)
Veículos (-) Depreciação ou Exaustão Acumulada
Instalações
Móveis e Utensílios Bens de projetos de Mineração, Minas, Jazidas,
Equipamentos Larvas (6)
Softwares (2) (-) Exaustão ou Depleção Acumulada (7)
Imobilizado em Andamento (3)
(-) Depreciação Acumulada
(1) Terreno não é depreciável (não se desgasta).
(2) Softwares que não podem ser desvinculados do equipamento (sistema operacional).
(3) Construções e adiantamentos a fornecedores de máquinas.
(4) Quando o contrato de locação garantir ao locador ressarcimento pelo proprietário do imóvel.
(5) Florestas de frutos (depreciação); florestas de corte (exauridas).
(6) Somente os investimentos em equipamentos, edifícios, veículos e demais itens necessários à
exploração.
(7) Depleção: significa diminuição. É utilizado no caso de recursos minerais que são extraídos, mas não
até a sua exaustão. Como exemplo tem-se petróleo e gás, que são explorados até onde existe
viabilidade econômica.
B) Depreciação, amortização e exaustão
Esses procedimentos contábeis se aplicam após a aquisição do bem ou direito. São aplicados a um bem
ou direito de uso após sua integração ao Patrimônio, desde que ele não se classifique no Ativo Circulante ou no
Realizável a Longo Prazo.
 Depreciação: aplicada aos bens tangíveis que se desgastam pelo uso.
38
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

 Amortização: utilizada para aqueles bens que se extinguem parcial ou totalmente.


 Exaustão: relacionada á exploração de um recurso natural, que se desgasta ou acaba.

C) Conceitos de depreciação: Depreciação é a perda de valor dos bens pelo uso, desgaste ou obsolescência. A
depreciação é uma despesa.
Contabilmente, as taxas de depreciação devem ser determinadas em função da vida útil dos bens
imobilizados.
A vida útil de um bem é determinada em número de anos, horas de trabalhos ou quantidade produzida,
em que o bem opera em condições normais de uso. Para fins tributários, são apresentadas as principais taxas de
depreciação.

D) Taxas de depreciação anual, utilizadas para fins tributários, determinadas em função da vida
estimada dos bens.
Imobilizado Vida útil Taxa de depreciação
Veículos (até 10 pessoas) 5 anos 20%
Veículos (para mais de 10 pessoas) 4 anos 25%
Veículos de transporte, motocicletas 4 anos 25%
Máquinas e Equipamentos 5 anos 20%
Móveis e Utensílios 10 anos 10%
Instalações 10 anos 10%
Edifícios 25 anos 4%
Equipamentos de informática 5 anos 20%
Terrenos indeterminada Não existe

A Instrução Normativa nº 11, da Receita Federal, estabelece os bens depreciáveis. A Instrução também
lista os tipos de bens não depreciáveis:
 Bens que não perdem o valor (obras de arte, antiguidades);
 Terrenos;
 Imóveis não alugados ou destinados à revenda;
 Bens cujo tempo de vida útil seja menor que 1 ano (art. 301, RIR/99);
 Bens com valor inferior a R$ 1.200,00 de acordo com o art. 30, RIR99, são lançados direto como
despesa (alteração de acordo com o Art. 2º da Lei 12.973, de 13 de Maio de 2014).

E) Outros conceitos
 Valor líquido contábil: valor de aquisição do bem diminuído de sua depreciação acumulada.
 Valor residual de um ativo imobilizado: valor provável de venda do bem ao final da vida útil
estimada utilizada para o bem. Este valor não é objeto de depreciação. Representa uma entrada futura
de caixa (CPC 27, item 6).

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

 Valor depreciável: é valor do bem, menos o valor residual. É o valor base para cálculo da
depreciação (CPC 27, item 6).
 O início da depreciação só pode se dar quando da instalação do bem, posto em serviço ou em produção
(disponível para uso).
 A depreciação pode ser calculada em, no mínimo, quotas mensais.

F) Depreciação linear em função da vida útil: consiste em tomar o valor de um bem do Ativo, dividir
esse valor pelo tempo da vida útil e obter a quota de depreciação anual, que será o valor a ser lançado
como despesa do exercício.

Exemplo 1: Aquisição de Veículo por $ 50.000, em 2 de janeiro de 2015 com valor residual de R$ 5.000 ao
final da vida útil estimada em 5 anos.
 Taxa de depreciação: 100%/5 anos = 20% ao ano
 Valor depreciável
o = Valor de aquisição do bem $ 50.000
o (-) Valor residual ( 5.000)
o = Valor depreciável 45.000
 Depreciação anual
o $ 45.000 x 20% = 9.000
Data Contas D C
02.01.15 Veículos 50.000
02.01.15 Caixa 50.000
31.12.15 Depreciação/ Veículos 9.000
31.12.15 Depreciação Acumulada – Veículos 9.000
No Balanço Patrimonial:
Ativo
Ativo Imobilizado
Veículos 50.000
(-) Depreciação Acumulada – Veículos (9.000) 41.000

G) Vendas de bens imobilizados


 As vendas e baixas de bens do imobilizado devem ser realizadas pelo valor contábil no mês da baixa.
O valor da venda menos o valor contábil significa lucro ou prejuízo na venda de bens do imobilizado.
O valor das baixas (doações, sucateamento, perdas etc.) é contabilizado como prejuízo.
 Valor das vendas: classificado como Outras Receitas.
 Valor das baixas: Classificado como Outras Despesas.

Exemplo: Uma máquina do Imobilizado foi vendida por $ 60.000. O valor no mês da baixa era de $80.000 e a
Depreciação Acumulada$ 64.000. O valor residual contábil desta máquina é de $16.000.
40
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

Balanço Patrimonial (mês da venda)


Ativo Passivo
Ativo Não Circulante
Imobilizado
Máquinas e Equipamentos 80.000,00
( - )Depreciação Acumulada (64.000,00)
Lançamentos:
Data Contas D C
02.10.16 Caixa 60.000
02.10.16 Outras Receitas 60.000

02.10.16 Depreciação Acumulada 64.000


02.10.16 Máquinas e Equipamentos 64.000

02.10.16 Outras Despesas 16.000


02.10.16 Máquinas e Equipamentos 16.000

Outras Receitas Outras Despesas Caixa Máquinas


60.000 16.000 60.000 (saldo) 80.000 64.000
16.000
80.000 80.000
Depreciação Acumulada
64.000 64.000 (saldo)

3.14.4. CONTABILIZAÇÃO DE PERDAS COM CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA – PCLD


Quando a empresa vende a prazo, ela corre o risco de ter prejuízos em virtude dos clientes deixarem de
liquidar seus compromissos. Quando se torna comprovada a real impossibilidade do pagamento das dívidas,
são esses devedores considerados pela contabilidade devedores insolventes.
O reconhecimento contábil das perdas tem dois tratamentos. Um o de perdas incorridas (de acordo
com as regras fiscais). Outro considerando o conceito de perdas estimadas.

a) Legislação fiscal: as regras fiscais atuais para baixar um crédito como dedutível para fins de imposto de
renda são regulamentadas no art. 340 do RIR/1999:

I - Sem garantia de valor:


1) até R$5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados
os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
2) acima de R$5.000,00 até R$30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém
mantida a cobrança administrativa;
3) acima de R$30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os
procedimentos judiciais para o seu recebimento.

41
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

II - Com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para o seu recebimento;

III - Com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para o seu recebimento ou o arresto das garantias (considera-se crédito garantido o proveniente de vendas com
reserva de domínio, alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais).

IV - Contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada em recuperação judicial, relativamente à
parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar. Caso a pessoa jurídica concordatária não
honre o compromisso do pagamento de parcela do crédito, esta também poderá ser deduzida como perda,
observadas as condições gerais para dedução das perdas.

Assim, considerando o conceito de perdas incorridas, a baixa de valores incobráveis é realizada


diretamente como despesa.
Data Contas D C
xx.yy.zzzz Despesa com valores incobráveis 0,00
xx.yy.zzzz Duplicatas a receber 0,00

Exemplo: a empresa Boa Cobrança possui uma carteira de duplicatas a receber no valor de R$ 200.000. No
decorrer do ano de 2017 ocorreu a seguinte situação:
a) Uma duplicata do Cliente A, no valor de R$ 10.000 completou em 30.04.2017, 13 meses de vencida, sendo
iniciada e mantida durante o período a cobrança administrativa. Não há garantia para pagamento.
Data Contas D C
30.04.2017 Despesa com valores incobráveis – Cliente A 10.000,00
30.04.2017 Duplicatas a receber 10.000,00

b) Perdas estimadas: é quando no final do exercício, com base no saldo das duplicatas a receber, a empresa
estima para o ano seguinte um valor provável de perdas. A contabilização deste fato envolve o reconhecimento
de uma despesa (Devedores Duvidosos) e de uma conta retificadora de Duplicatas a receber no Ativo (Perda
Estimada com Créditos de Liquidação Duvidosa).
Exemplo: ao final do ano de 2017 a empresa Comercial Estrela possuía um valor de duplicatas a receber para
o ano de 2018 de R$ 200.000. Considerando perdas de anos anteriores, a empresa considera que há a
possibilidade de que 3% das vendas não sejam recebidas.
Data Contas D C
31.12.2017 Devedores duvidosos 6.000,00
31.12.2017 Perda Estimada com Créditos de Liquidação Duvidosa 6.000,00

3.14.5. CONTABILIZAÇÃO DE JUROS E DESCONTOS


a) Pagamento de Juros (Conta de Despesa)
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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

Exemplo: pagamento de uma duplicata no valor de R$1.000,00, acrescida de R$ 150,00 de juros.


Data Contas D C
31.08.13 Duplicatas a pagar 1.000,00
31.08.13 Despesas de juros 150,00
31.08.13 Caixa 1.150,00
ou
Data Contas D C
31.08.13 Duplicatas a pagar 1.000,00
31.08.13 Caixa 1.000,00
31.08.13 Despesas de juros 150,00
31.08.13 Caixa 150,00

b) Recebimento de Juros (Conta de Receita)


Exemplo: recebimento de uma duplicata no valor de R$1.000,00, acrescida de R$ 150,00 de juros.
Data Contas D C
31.08.13 Caixa 1.150,00
31.08.13 Duplicatas a pagar 1.000,00
31.08.13 Receita de juros 150,00
ou
Data Contas D C
31.08.13 Caixa 1.000,00
31.08.13 Duplicatas a pagar 1.000,00
31.08.13 Caixa 150,00
31.08.13 Receita de juros 150,00

c) Descontos Obtidos (Conta de Receita)


Exemplo: pagamento de uma duplicata no valor de R$1.000,00, obtendo R$ 150,00 de desconto.
Data Contas D C
31.08.13 Duplicatas a pagar 1.000,00
31.08.13 Caixa 850,00
31.08.13 Descontos Obtidos 150,00
ou
Data Contas D C
31.08.13 Duplicatas a pagar 850,00
31.08.13 Caixa 850,00
31.08.13 Duplicatas a pagar 150,00
31.08.13 Descontos Obtidos 150,00

d) Descontos Concedidos (Conta de Despesa)


Exemplo: recebimento de uma duplicata no valor de R$1.000,00 concedendo R$ 150,00 de desconto.
Data Contas D C
31.08.13 Caixa 850,00
31.08.13 Descontos Concedidos 150,00
31.08.13 Duplicatas a Receber 1.000,00
Ou

Data Contas D C
31.08.13 Caixa 850,00
31.08.13 Duplicatas a Receber 850,00
31.08.13 Descontos Concedidos 150,00
31.08.13 Duplicatas a Receber 150,00

43
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

3.14.7. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS E O ICMS


As operações com mercadorias, produtos ou serviços são, em essência, o objetivo da existência de uma
empresa. Essas três operações é que dão origem às receitas. A receita bruta de uma empresa é obtida
totalizando os valores que constam nas notas fiscais de venda.
Quando da realização de compras o ICMS incluído no custo da mercadoria é considerado um direito
recuperável. Na venda, o ICMS cobrado dos clientes não faz parte da receita efetiva da empresa, pois ela tem
que repassá-lo ao fisco estadual. Assim o ICMS representa uma obrigação.

Exemplo 1: aquisição de mercadorias pelo valor de $10.000 com ICMS incluso no preço calculado pela
alíquota de 18%.
Duplicatas a pagar
ICMS a Recuperar Mercadorias (estoque) (Caixa/Bancos)
1.800 8.200 10.000

Os $ 1.800 são direitos contabilizados no Ativo e serão utilizados quando a empresa vender
mercadorias para recolher menos ICMS sobre a venda.

Exemplo 2. Venda das mercadorias por $ 20.000, a prazo, com ICMS sobre vendas de 12%.
Receita de Vendas Duplicatas a Receber ICMS sobre Vendas (despesa)
20.000 20.000 2.400

ICMS a Recolher
2.400

Demonstração do Resultado
Receita Bruta $ 20.000
( - ) Deduções ($ 2.400)
(ICMS) (12% de $ 20.000)
Receita Líquida $ 17.600

ICMS a Recuperar ICMS a Recolher


1.800 1.800 1.800 2.400

600

Obs.: ICMS – imposto calculado por dentro


Preço de um produto sem ICMS: R$ 800 Alíquota de ICMS: 20%
Preço de venda (inclusão do ICMS) = valor do produto/1-alíquota ICMS
800/1-0,20
800/0,80 = R$ 1.000 (preço de venda com ICMS)
APLICAÇÃO: Considere que a empresa ABC Ltda. estabeleceu o preço de venda de um produto sem
imposto por R$5.000. Calcule o preço de venda do produto considerando as alíquotas de 12% e 18% de ICMS.

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

B) MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES E APURAÇÃO DO CMV


A avaliação dos estoques é fundamental para a determinação dos custos das mercadorias vendidas
(CMV) e para o resultado da empresa. O objetivo de nosso estudo são as empresas comerciais, uma vez que o
que o estudo dos custos de produtos fabricados ou serviços prestados são alvo da contabilidade de custos.

I) Método de controle do inventário periódico: neste método a empresa não controla continuamente
seus estoques e sim faz um controle por bimestres, semestres ou anualmente. É necessária uma
contagem física do estoque, que permite verificar quanto existe de estoque comparado com o que a
empresa tinha no início do período e considerar as compras do período para apurar o valor da
mercadoria vendida.
Neste método são utilizadas três contas que tratam de mercadorias. A conta de estoque inicial de
mercadorias, a conta compras de mercadorias do período (devolução de compras) e a conta de estoque
final do período, que será a conta de estoque inicial do próximo período.
O custo da mercadoria vendida é apurado da seguinte forma:
CMV = estoque inicial + compras líquidas – estoque final

Compras Líquidas = compras – devolução de compras

Exemplo: A Cia. Avante possui estoque inicial de mercadorias de $ 50.000. Adquiriu a prazo $ 30.000, dos
quais $ 5.000 foram devolvidos. O estoque físico apurado no período foi de $ 40.000.
Estoque Inicial de Mercadorias Compras Devolução de Compras
( SI) 50.000 50.000 (4) (1) 30.000 5.000 (3) (3) 5.000 5.000 (2)
0 25.000 (5) 0
30.000 30.000
0

Fornecedores CMV Estoque Final de Mercadorias


(2) 5.000 30.000 (1) (4) 50.000 40.000 (6) (6) 40.000
25.000 (5) 25.000
75.000 40.000
35.000

Compras Líquidas = 30.000 – 5000 = 25.000

CMV = 50.000 + 25.000 – 40.000 = 35.000

Lançamentos no Diário:
Nas compras:
Data Contas D C
XX.02.X1 Compras X
XX.02.X1 Fornecedores/Caixa X

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

XX.02.X1 ICMS a Recuperar X


XX.02.X1 Compras X

XX.02.X1 Fornecedores X
XX.02.X1 Devolução de Compras X

Nas vendas
Data Contas D C
XX.03.X1 Duplicatas a Receber X
XX.03.X1 Vendas Realizadas X

XX.03.X1 ICMS sobre vendas (despesa) X


XX.03.X1 ICMS a Recolher X

No encerramento do resultado do exercício


Data Contas D C
31.12.X1 Devolução de Compras X
31.12.X1 Compras X

31.12.X1 CMV X
31.12.X1 Estoque Inicial de Mercadorias X

31.12.X1 CMV X
31.12.X1 Compras X

31.12.X1 Estoque Final de Mercadorias X


31.12.X1 CMV X

II) Método do inventário permanente: os métodos permanentes propiciam informação constante dos
custos das mercadorias vendidas e do valor dos estoques. Desta forma, haverá um controle mais
rigoroso dos estoques. Existem três métodos mais conhecidos de controle de estoque:
PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai): significa que os valores mais antigos que entraram no
estoque serão os primeiros a serem considerados quando uma mercadoria for vendida.
MPM (Média Ponderada Móvel): neste método, a cada entrada de mercadoria no estoque é feito o
cálculo médio das mercadorias estocadas.
Exemplo: serão utilizados os dados da empresa Vigo S.A. para exemplificar o método da MPM.
01.08 Estoque inicial 100 x $ 20 $ 2.000
03.08 Compras 210 x $ 30 $ 6.300
10.08 Venda 200 x $ 50 $ 10.000
25.08 Compras 100 x $ 40 $ 4.000
30.08 Venda 120 x $ 50 $ 6.000

Método MPM
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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

ENTRADA SAÍDA - CMV SALDO


Data Quant. Un. Total Quant. Un. Total Quant. Un. Total
01.08 100 20 2.000
03.08 210 30 6.300 310 26,77 (1) 8.300
10.08 200 26,77 5.354 110 26,77 2.946
25.08 100 40 4.000 210 33,08 (2) 6.946
30.08 120 33,08 3.697 90 33,08 3.249
CMV 9.051 Estoque 3.249
(1) 8.300 / 310 = 26,77 (2) 6.946 / 210 = 33,08
Lançamentos no Diário:

Nas compras:
Data Contas D C
XX.02.X1 Estoque de mercadorias X
XX.02.X1 Fornecedores X

XX.02.X1 ICMS a Recuperar X


XX.02.X1 Estoque de mercadorias X

XX.02.X1 Fornecedores X
XX.02.X1 Devolução de Compras X

XX.02.X1 Devolução de Compras X


XX.02.X1 Estoque de mercadorias X

Nas vendas
Data Contas D C
XX.03.X1 Duplicatas a Receber X
XX.03.X1 Vendas Realizadas X

XX.03.X1 CMV X
XX.03.X1 Estoque de mercadorias X

XX.03.X1 ICMS sobre vendas (despesa) X


XX.03.X1 ICMS a Recolher X

3.14.9 CONTABILIZAÇÃO DE SALÁRIOS, ENCARGOS PREVIDENCIÁRIOS E SOCIAIS E IRRF


Os encargos previdenciários e o IRRF que incidem sobre a folha de pagamento e que a empresa tem a
responsabilidade de recolher são os seguintes:
a) Valor do INSS descontado dos salários dos empregados.
b) Valor do INSS descontado do pró-labore dos administradores.
c) Valor do INSS descontado dos honorários de autônomos.
d) Contribuição previdenciária de responsabilidade da empresa incidente sobre salários, pró-labore e
honorários.
e) FGTS sobre os salários dos empregados.
47
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

f) Imposto de Renda retido na fonte descontado dos salários dos empregados, do pró-labore dos
administradores e dos honorários de autônomos.
TABELAS DE RECOLHIMENTO DO INSS E IRRF

Tabela 1. Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso 2017

Salário de Contribuição (R$) Alíquota

Até R$ 1.751,81 8%

De R$ 1.751,82 a R$ 2.919,72 9%

De R$ 2.919,73 até R$ 5.839,45 11%

Tabela 2. Tabela para Contribuinte Individual e Facultativo 2017

Salário de Alíquota Valor


Contribuição (R$)

R$ 998,00 5% (não dá direito a Aposentadoria por Tempo de R$ 49,90


Contribuição e Certidão de Tempo de Contribuição)*

R$ 998,00 11% (não dá direito a Aposentadoria por Tempo de R$ 109,78


Contribuição e Certidão de Tempo de Contribuição)**

R$ 998,00 até R$ 20% Entre R$ 199,60 (salário


5.839,45 mínimo) e R$ 1.167,89 (teto)

*Alíquota exclusiva do Microempreendedor Individual e do Facultativo de Baixa Renda;


**Alíquota exclusiva do Plano Simplificado de Previdência.

Tabela 3.Tabela progressiva mensal para a incidência do imposto sobre a renda das pessoas físicas para fatos
geradores que ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 2016 é:
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Parcela a deduzir da base de cálculo do imposto a título de dependente, a partir de 1º de janeiro de 2016, é de
R$ 189,59, por dependente.

48
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

Exemplo: A empresa Alfa Ltda. levantou em 30 de agosto de 2018 os seguintes valores referentes a salários,
pró-labore e honorários profissionais:
Salário do funcionário: R$ 2.500,00 (um dependente)
Pró-labore: R$ 6.000,00 (sem dependente)
Honorários: R$ 1.000,00
CÁLCULOS:
INSS do funcionário: R$ 2.500,00 x 9% = R$ 225,00
INSS Pró-labore: R$ 5.645,80 x 11% = R$ 621,04
INSS Honorário: R$ 1.000,00 x 8% = R$ 80,00

IRRF funcionário: Salário: R$ 2.500,00


(-) INSS: R$ 225,00
(-) Dependente: R$ 189,59
Base de Cálculo: R$ 2.085,41 x 7,5% = 156,40 – 142,80 = R$ 13,61

IRRF proprietário: Pró-labore: R$ 6.000,00


(-) INSS: R$ 642,33
Base de Cálculo: R$ 5.357,67 x 27,5% = 1.473,35 – 869,36 = R$ 603,39

FGTS funcionário: R$ 2.500,00 x 8% = R$ 200,00

Encargos previdenciários de responsabilidade da empresa

Salários: 2.500,00
Pró-labore: 6.000,00
Honorários: 1.000,00 9.500,00

9.500,00 x 20% = 1.900,00


2.500,00 x 2% = 50,00 (risco ambientais no trabalho)
2.500,00 x 5,8% = 145,00 (FNDE, Incra, Senai, Sesi, Sesc, Sebrae, Senar, Sest, Senat, Sescoop)
2.095,00

Data Contas D C
30.08.13 Despesas de salários 2.500,00
30.08.13 Salários a pagar 2.500,00
30.08.13 Salários a pagar 225,00
30.08.13 INSS a recolher 225,00

49
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

30.08.13 Salários a pagar 13,61


30.08.13 IRRF a recolher 13,61

30.08.13 Pro-labore 6.000,00


30.08.13 Pró-labore a pagar 6.000,00
30.08.13 Pró-labore a pagar 642,33
30.08.13 INSS a recolher 642,33
30.08.13 Pró-labore a pagar 603,39
30.08.13 IRRF a recolher 603,39

30.08.13 Honorários 1.000,00


30.08.13 Honorários a pagar 1.000,00
30.08.13 Honorários a pagar 80,00
30.08.13 INSS a recolher 80,00

30.08.13 INSS 2.095,00


30.08.13 INSS a recolher 2.095,00

30.08.13 FGTS 200,00


30.08.13 FGTS a recolher 200,00

Aplicação: fazer os lançamentos acima em razonetes.

50
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

CAPÍTULO 4. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Todas as empresas, independentemente do tipo jurídico ou regime tributário estão obrigadas a elaborar
as demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras elaboradas pelas empresas são previstas e
regulamentadas na Lei 6.404/1976 (Lei das S.A.), atualizada pela Lei 11.638, de 28/12/2007 e pela Lei 11.941,
de 27/05/2009 e no Pronunciamento Conceitual Básico 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis.
O artigo 176, da Lei 6.404/1976, estabelece:

“Artigo 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão
exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no
exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007)
V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,
de 2007).
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores
correspondentes das demonstrações do exercício anterior.
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos
poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um
décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações
genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".
OBS.:

a) Com relação à demonstração dos lucros e prejuízos acumulados, na prática a maioria das empresas a
substitui pela demonstração das mutações do patrimônio líquido. Esta evidencia todas as alterações
ocorridas no patrimônio líquido. De acordo com a Lei nº 6.404/1976 (§ 2º do artigo 186) as companhias
não precisam apresentar a DLPA desde que elaborem a DMPL.

b) As demonstrações financeiras serão complementadas com notas explicativas, além do relatório de


administração e parecer de auditoria independente.

c) As sociedades anônimas de capital aberto além de estarem obrigadas a elaborar as demonstrações


financeiras, estão também obrigadas a publicá-las anualmente. A publicação dever ser sempre de forma
comparativa (abrangendo o último exercício social). Quando a companhia tiver mais de 30% de seu
patrimônio líquido representado por investimento em controladas, ela tem que publicar as demonstrações
consolidadas.

d) A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois
milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

e) Quanto à obrigatoriedade de elaborar as demonstrações financeiras, mesmo nos casos de empresas


optantes pelo SIMPLES e as tributadas pelo lucro presumido, em que as legislações fiscal, tributária e
previdenciária dispensam a escrituração contábil e assim, consequentemente, a elaboração das
demonstrações financeiras, outros dispositivos legais, exigem a elaboração das demonstrações financeiras.
As demonstrações são imprescindíveis nas análises de pedidos de falência e recuperação de empresas. O
Novo Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002), que suprimiu a primeira parte do
Código Comercial Brasileiro (Lei nº 556, de 1850), estabelece em seu artigo 1.179 que o empresário e a
sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, com base na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação.

f) As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela
Comissão de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes
registrados na mesma comissão.

g) As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente


habilitados.

h) As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (letra f) deverão ser elaboradas em
consonância com os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

i) Sociedades de Grande Porte: a Lei nº 11.638/07 estendeu às sociedades de grande porte as disposições
relativas à elaboração e publicação de demonstrações contábeis aplicáveis às companhias abertas,
entendendo que aquelas empresas, pela sua importância no cenário econômico e social, devem ter o
mesmo nível de abertura de informações que as companhias abertas. De acordo com a CVM, a falta de
divulgação de informações por parte dessas empresas representa, muitas vezes, obstáculo à expansão e à
melhoria da qualidade das informações pelas companhias abertas, constituindo fator de inibição ao
processo de abertura de capital das empresas. Considera-se de grande porte, para esses efeitos, a sociedade
ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a
R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões.

Fonte de consulta: NBCT 19.27 – Apresentação das Demonstrações Contábeis – aprovada


pela Resolução CFC nº 1185/09. Contém orientações detalhadas acerca das informações que
devem ser apresentadas nas demonstrações contábeis (CPC 26 – R1).
Fonte de consulta: Pronunciamento Técnico 00 – Estrutura Conceitual para Elaboração e
Apresentação das Demonstrações Contábeis.

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

4.1 BALANÇO PATRIMONIAL


Exercício Social: é o intervalo de um ano em que a empresa deverá apurar o resultado do exercício para fins
legais. Não há obrigatoriedade de coincidência com o ano civil, mas a maioria das empresas faz essa opção,
principalmente pela facilidade em atender à legislação fiscal.

Ciclo operacional: tomando-se por exemplo a atividade comercial, o ciclo operacional é o período no qual a
empresa compra a mercadoria para estoque, vende a mercadoria e recebe do cliente. A duração do ciclo
operacional é diferente para cada tipo de atividade. Na contabilidade o ciclo operacional é o que chamamos de
curto prazo ou circulante.

O Balanço Patrimonial é a apresentação padronizada dos saldos de todas as contas representativas do


patrimônio de uma empresa em determinada data. O balanço é uma demonstração estática, uma fotografia em
que aparecem os valores dos bens, direitos, obrigações e o total de recursos pertencentes aos proprietários. O
Quadro1 apresenta esquematicamente e conceitualmente o Balanço Patrimonial.

Quadro 1: Estrutura conceitual do balanço patrimonial.

ATIVO PASSIVO
Indica ONDE a empresa APLICA os recursos de que Indica DE ONDE provêm os recursos utilizados pela
empresa, isto é, quais são as FONTES que os fornecem.
dispõe.
Portanto, os recursos podem ser provenientes de:
Portanto, compreende os
. Terceiros (dívidas)
BENS E DIREITOS . Próprios: dos sócios e dos lucros.
Origens (fontes) de recursos
Aplicações de recursos (investimentos)

A Lei 6.404/1976, no seu art. 178, determina para o balanço patrimonial:

“Seção III
Balanço Patrimonial
Grupos de contas
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos
nelas registrados, nos seguintes grupos:
a) ativo circulante;
b) ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado, e
intangível.

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:


a) passivo circulante;
b) passivo não circulante; e
c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão
classificados separadamente.”
53
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

O Quadro 2 apresenta a estrutura legal do balanço patrimonial.

Quadro 2. Estrutura legal do Balanço Patrimonial


ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Disponível Obrigações a fornecedores
Caixa Duplicatas a pagar
Bancos conta movimento Empréstimos e financiamentos
Aplicações de liquidez imediata Empréstimos a pagar
Contas a Receber Obrigações tributárias
Duplicatas a receber Impostos pagar (ICMS, IPI, Cofins, PIS etc.)
(-) Provisão p/ devedores duvidosos Obrigações trabalhistas e previdenciárias
(-) Duplicatas descontadas Salários a pagar
Outros direitos Outras obrigações
Títulos a receber Títulos a pagar
Adiantamentos a fornecedores Participações e destinações do lucro líquido
Adiantamentos a empregados Dividendos a pagar
Tributos a Recuperar Participações de empregados
ICMS a Recuperar
Investimentos Temporários a curto prazo PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Aplicações financeiras Passivo exigível a longo prazo
Estoques Obrigações a fornecedores
Mercadorias para revenda Duplicatas a pagar
Material de consumo Empréstimos e financiamentos
Despesas do exercício seguinte Empréstimos a pagar
Seguros pagos antecipadamente Receitas diferidas
Assinaturas e Anuidades Aluguéis ativos a vencer
ATIVO NÃO CIRCULANTE (-) Despesas e custos
Ativo realizável a longo prazo
Duplicatas a receber PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Adiantamentos ou empréstimos a coligadas, Capital
controladas, diretores ou acionistas (-) Capital a integralizar
Aplicações financeiras Reservas de capital
Depósitos judiciais Ajustes de avaliação patrimonial
Investimentos Reservas de Lucros
Participação em controladas e coligadas Reserva legal
Imóveis não destinados ao uso Reservas estatutárias
Objetos de arte Reservas para contingências
Imobilizado Reservas para incentivos fiscais
Veículos ( - ) Ações em tesouraria
Móveis e utensílios ( - ) Prejuízos acumulados
(-) Depreciação acumulada
Terreno (para expansão futura)
Intangível
Fundo de Comércio
Patentes
Marcas

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Conceitos do Pronunciamento Contábil 00 – Estrutura Conceitual da Contabilidade


1. Demonstrações contábeis retratam os efeitos financeiros das transações e outros eventos, agrupando-os em categorias de
acordo com as suas características econômicas. Essas categorias são chamadas de elementos das demonstrações contábeis.
Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço são os ativos, os
passivos e o patrimônio líquido. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração
do resultado são as receitas e as despesas. A demonstração das mutações na posição financeira usualmente reflete os
elementos da demonstração do resultado e as mutações nos elementos do balanço patrimonial; assim sendo, esta Estrutura
Conceitual não identifica nenhum elemento que seja exclusivo dessa demonstração.
2. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e
patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:
a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que
resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que
resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
3. As definições de ativo e passivo identificam os seus aspectos essenciais, mas não tentam especificar os critérios que
precisam ser atendidos para que possam ser reconhecidos no balanço patrimonial. Assim, as definições abrangem itens que
não são reconhecidos como ativos ou passivos no balanço porque não satisfazem aos critérios de reconhecimento discutidos
nos parágrafos 82 a 98. Especificamente, a expectativa de que futuros benefícios econômicos fluam para a entidade ou
deixem a entidade deve ser suficientemente certa para que seja atendido o critério de probabilidade do parágrafo 83, antes
que um ativo ou um passivo seja reconhecido.
4. Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido, deve-se atentar para a sua essência e
realidade econômica e não apenas sua forma legal. Assim, por exemplo, no caso do arrendamento financeiro, a essência e a
realidade econômica são que o arrendatário adquire os benefícios econômicos do uso do ativo arrendado pela maior parte da
sua vida útil, como contraprestação de aceitar a obrigação de pagar por esse direito um valor próximo do valor justo do ativo
e o respectivo encargo financeiro. Dessa forma, o arrendamento financeiro dá origem a itens que satisfazem a definição de
um ativo e um passivo e, portanto, são reconhecidos como tais no balanço patrimonial do arrendatário.
5. Balanços patrimoniais elaborados de acordo com os Pronunciamentos Técnicos devem incluir como ativo ou passivo itens
que satisfaçam a essas definições.
Ativos
6. O benefício econômico futuro embutido em um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo
de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. Tal potencial poderá ser produtivo, quando o recurso for parte integrante
das atividades operacionais da entidade. Poderá também ter a forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa
ou poderá ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no caso de um processo industrial alternativo que reduza os
custos de produção.
7. A entidade geralmente usa os seus ativos na produção de mercadorias ou prestação de serviços capazes de satisfazer os
desejos e necessidades dos clientes. Tendo em vista que essas mercadorias ou serviços podem atender aos seus desejos ou
necessidades, os clientes se dispõem a pagar por eles e contribuir assim para o fluxo de caixa da entidade. O próprio caixa
presta um serviço à entidade, considerando sua natureza.
8. Os benefícios econômicos futuros de um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, um ativo
pode ser:
a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de mercadorias e serviços a serem
vendidos pela entidade;
b) trocado por outros ativos;
c) usado para liquidar um passivo; ou

55
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

d) distribuído aos proprietários da entidade.


9. Muitos ativos, por exemplo, máquinas e equipamentos industriais, têm uma substância física. Entretanto, substância física
não é essencial à existência de um ativo; dessa forma, as patentes e direitos autorais, por exemplo, são ativos, desde que
deles sejam esperados benefícios econômicos futuros para a entidade e que eles sejam por ela controlados.
10. Muitos ativos, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão ligados a direitos legais, inclusive o direito de propriedade. Ao
determinar a existência de um ativo, o direito de propriedade não é essencial; assim, por exemplo, um imóvel objeto de
arrendamento é um ativo, desde que a entidade controle os benefícios econômicos provenientes da propriedade. Embora a
capacidade de uma entidade controlar os benefícios econômicos normalmente seja proveniente da existência de direitos
legais, um item pode satisfazer a definição de um ativo mesmo quando não há controle legal. Por exemplo, o "know-how"
obtido por meio de uma atividade de desenvolvimento de produto pode satisfazer a definição de ativo quando, mantendo o
"know-how" em segredo, a entidade controla os benefícios econômicos provenientes desse ativo.
11. Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou outros eventos passados. As entidades normalmente obtêm
ativos comprando-os ou fabricando-os, mas outras transações ou eventos podem gerar ativos; por exemplo: um imóvel
recebido do governo como parte de um programa para fomentar o crescimento econômico da região onde se localiza a
entidade ou da descoberta de jazidas minerais. Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro não podem resultar,
por si mesmos, no reconhecimento de ativos; daí, por exemplo, a intenção de adquirir estoques não atende, por si só, à
definição de um ativo.
12. Há uma forte associação entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas ambas as atividades não necessariamente coincidem
entre si. Assim, o fato de uma entidade ter incorrido num gasto pode fornecer evidência da sua busca por futuros benefícios
econômicos, mas não é prova conclusiva de que a definição de ativo tenha sido obtida. Da mesma forma, a ausência de um
gasto não impede que um item satisfaça a definição de ativo e se qualifique para reconhecimento no balanço patrimonial; por
exemplo, itens que foram doados à entidade podem satisfazer a definição de ativo.
Passivos
13. Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação
é um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de uma certa maneira. As obrigações podem ser legalmente exigíveis em
consequência de um contrato ou de requisitos estatutários. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por
mercadorias e serviços recebidos. Obrigações surgem também de práticas usuais de negócios, usos e costumes e o desejo de
manter boas relações comerciais ou agir de maneira equitativa. Se, por exemplo, uma entidade decide, por uma questão de
política mercadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado
conhecidos depois que expirou o período da garantia, as importâncias que espera gastar com os produtos já vendidos
constituem-se passivos.
14. Deve-se fazer uma distinção entre uma obrigação presente e um compromisso futuro. A decisão da Administração de uma
entidade de adquirir ativos no futuro não constitui, por si só, uma obrigação presente. A obrigação normalmente surge
somente quando o ativo é entregue ou a entidade assina um acordo irrevogável de aquisição do ativo. Neste último caso, a
natureza irrevogável do acordo pode significar que as consequências econômicas de deixar de cumprir a obrigação, por
exemplo, por causa da existência de uma penalidade significativa, deixem a entidade com pouca ou nenhuma alternativa para
evitar o desembolso de recursos em favor da outra parte.
15. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade, de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos a fim de satisfazer o direito da outra parte. A extinção de uma obrigação presente pode ocorrer de
diversas maneiras, por exemplo, por meio de:
a) pagamento em dinheiro;
b) transferência de outros ativos;
c) prestação de serviços;
d) substituição da obrigação por outra; ou
e) conversão da obrigação em capital.

56
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela renúncia do credor ou pela perda dos seus
direitos creditícios.
16. Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, por exemplo, a aquisição de mercadorias e o uso de
serviços resultam em contas a pagar (a não ser que pagos adiantadamente ou na entrega) e o recebimento de um empréstimo
resulta na obrigação de liquidá-lo. Uma entidade pode também reconhecer como passivo futuros abatimentos baseados no
volume das compras anuais dos clientes; nesse caso, a venda das mercadorias no passado é a transação da qual deriva o
passivo.
17. Alguns passivos somente podem ser mensurados com o emprego de um elevado grau de estimativa. No Brasil esses passivos
são descritos como provisões. A definição de passivo, constante do parágrafo 49, tem um enfoque amplo e assim, se a
provisão envolve uma obrigação presente e satisfaz os demais critérios da definição, ela é um passivo, ainda que seu valor
tenha que ser estimado. Exemplos incluem obrigações por pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos com garantias
em vigor e provisões para fazer face a obrigações de aposentadoria.
Patrimônio Líquido
18. Embora o patrimônio líquido seja definido no parágrafo 49 como um valor residual, ele pode ter subclassificações no
balanço patrimonial. Por exemplo, recursos contribuídos pelos acionistas, lucros acumulados, reservas resultantes de
apropriações de lucros acumulados e reservas para manutenção do capital podem ser demonstrados separadamente. Tais
classificações podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários das demonstrações contábeis quando indicarem
restrições legais ou de outra natureza sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus
recursos patrimoniais. Podem também refletir o fato de que acionistas de uma entidade tenham direitos diferentes em relação
ao recebimento de dividendos ou reembolso de capital.
19. A criação de reservas é, às vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar à entidade e seus credores uma margem maior de
proteção contra os efeitos de prejuízos. Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que concedem isenções
ou reduções nos impostos a pagar quando são feitas transferências para tais reservas. A existência e o valor de tais reservas
legais, estatutárias e fiscais representam informações que podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários. As
transferências para tais reservas são apropriações de lucros acumulados, portanto, não constituem despesas.
20. O valor pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial depende da mensuração dos ativos e passivos.
Normalmente, o valor do patrimônio líquido somente por coincidência é igual ao valor de mercado das ações da entidade ou
da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus ativos e liquidação de seus passivos numa base de item-por-item, ou da
entidade como um todo, numa base de continuidade operacional.
21. Atividades comerciais e industriais, bem como outros negócios são freqüentemente exercidos por meio de firmas
individuais, sociedades civis, entidades estatais e outras organizações cuja estrutura legal e regulamentar pode ser diferente
daquela aplicável às companhias. Por exemplo, pode haver poucas restrições, ou nenhuma, sobre a distribuição aos
proprietários ou outros beneficiários de importâncias incluídas no patrimônio líquido. Independentemente desses fatos, a
definição de patrimônio líquido e os outros aspectos desta Estrutura Conceitual que tratam do patrimônio líquido são
igualmente aplicáveis a tais entidades.

A - ATIVO CIRCULANTE

 Disponibilidades: são os recursos financeiros possuídos pela empresa que podem ser utilizados imediatamente, sem
restrições. Principais contas: Caixa, Bancos conta movimento, aplicações de liquidez imediata.

 Direitos realizáveis no exercício social seguinte: compreende bens e direitos que podem ser convertidos em
dinheiro num prazo inferior a 360 dias. Principais contas: Duplicatas a receber (ou clientes), Perdas estimadas para
créditos de liquidação duvidosa (redutora de duplicatas a receber), Duplicatas descontadas (conta credora, redutora do

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

ativo circulante), Aplicações financeiras ou Títulos e valores mobiliários, Adiantamentos a fornecedores, Impostos a
recuperar, Adiantamentos a empregados.

 Estoques: Os estoques compreendem mercadorias, produtos e materiais de propriedade da empresa. Principais


contas: Mercadorias para revenda (comércio) e Produtos acabados, Produtos em elaboração, Matéria-prima
(indústria).

 Despesas do exercício seguinte: são despesas antecipadas, que já foram pagas, mas que se referem ao exercício
seguinte. Principais contas: Prêmios de seguro, Aluguéis pagos antecipadamente, Assinatura de periódicos, Taxas
associativas.

B – ATIVO NÃO CIRCULANTE

 Ativo realizável a longo prazo

O realizável a longo prazo compreende teoricamente as mesmas contas do circulante (com exceção das
disponibilidades) cujo prazo de realização seja superior a um ano.

 Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte: classificados nas contas Valores a receber (venda de
ativo permanente), Depósitos judiciais, Impostos a recuperar, Despesas antecipadas, Incentivos fiscais.

 Valores a receber de sociedades coligadas: classificados nas contas Empréstimos a coligadas, Empréstimos a
controladas, Empréstimos a diretores e acionistas etc.

 Investimentos: são as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza que não se
destinem à manutenção da atividade da empresa e não se classifiquem no ativo circulante ou realizável a longo prazo.
As contas principais são: Participações permanentes em outras sociedades, Outros investimentos permanentes (Obras
de arte, Imóveis não destinados ao uso, Quotas de clube).

 Imobilizado: de acordo com a nova sistemática do permanente, no ativo imobilizado devem constar os direitos que
tenham por objeto bens corpóreos (materiais) destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa
ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios,
riscos e controle desses bens. O ativo imobilizado, que na legislação anterior era composto por bens corpóreos e
incorpóreos, passa a apresentar apenas bens corpóreos.

"Artigo 179. ............................................


IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive
os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;
(Redação dada pela Lei nº 11.638/07)”

As principais contas componentes do Imobilizado são: Terrenos, Construções, Instalações, Máquinas e


Equipamentos, Móveis e Utensílios, Veículos, Benfeitorias em imóveis de terceiros e Obras em andamento.
Constam também do imobilizado os itens de depreciações, amortizações e exaustões como redutores.

 Intangível: nos termos da Lei nº 11.638/07, no intangível devem ser classificados os direitos que tenham por objeto
bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido.

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que agora passa a contar apenas com bens corpóreos de uso
permanente. Ao intangível cabem os bens incorpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou
exercidos com essa finalidade, como, por exemplo, os direitos de exploração de serviços públicos mediante
concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, bem como o fundo de comércio adquirido.

Os direitos classificados no intangível devem ser avaliados pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da
respectiva conta de amortização, feita em função do prazo legal ou contratual de uso dos direitos ou em razão da sua
vida útil econômica, deles o que for menor.

Obs.:

a) Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no
circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

b) Revisão Periódica dos Valores do Imobilizado e do Intangível: a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise
sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam:

1 - registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou
atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para
recuperação desse valor; ou

2 - revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da
depreciação, exaustão e amortização.

Portanto, torna-se obrigatória a revisão periódica dos itens registrados no ativo imobilizado, no intangível e no
diferido, devendo-se verificar se os valores registrados nesses subgrupos serão recuperados por meio de suas operações
futuras (geração de caixa futura). Caberá o registro de provisão para perdas quando não houver possibilidade de
recuperação total ou parcial desses valores. No que tange aos mesmos subgrupos, aplica-se também a revisão da sua vida
útil econômica estimada, com vistas ao ajuste dos prazos e dos critérios de depreciação, amortização e exaustão.

C - PASSIVO CIRCULANTE

 Fornecedores ou Duplicatas a pagar: representa as compras a prazo efetuadas pela empresa, de matérias-primas,
mercadorias para revenda e outros materiais.

 Tributos a pagar: compreende as obrigações relativas a impostos, taxas e contribuições. Normalmente aparece
desdobrada por tipo de tributos.

 Salários e encargos sociais a pagar: referem-se às obrigações da empresa junto a seus empregados, bem como aos
agentes arrecadadores de contribuições sociais, como INSS e FGTS.

 Empréstimos e financiamentos de instituições financeiras: compreendem os recursos obtidos pela empresa junto a
instituições financeiras para financiamento das imobilizações ou do giro dos negócios.

 Outras contas do passivo circulante: Adiantamentos de clientes, Contas a pagar (energia elétrica, telefone, água,
honorários etc.), Dividendos, gratificações e participações, Imóveis a pagar, Títulos a pagar, Adiantamentos de
clientes.

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

D - PASSIVO NÃO CIRCULANTE

 Exigível a longo prazo

São obrigações que tem como característica terem seus vencimentos após o término do exercício seguinte, isto é,
num prazo superior a um ano. Ex. Financiamentos de instituições de crédito, Adiantamentos, Contas a pagar, Empresas
coligadas e controladas, Títulos a pagar.

 Receitas diferidas

Compreendem as receitas de exercícios futuros deduzidas as despesas incorridas ou a incorrer. São receitas
faturadas antecipadamente. As principais contas são Aluguel recebido antecipadamente, Resultado diferido de
incorporação de imóveis, Custos e despesas de exercícios futuros.

E – PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Representa os recursos dos acionistas formados por capital (dinheiro ou bens) entregues pelos acionistas à
empresa ou por lucros gerados pela empresa e retidos em diversas contas de reservas ou de lucros acumulados.

 Capital social: compreende os recursos iniciais dos acionistas acrescidos de aportes posteriores de capital (aumento)
e de aumentos provenientes de transferências de contas de reservas e lucros.

 Capital a integralizar: representa a parcela do capital que foi subscrita e ainda não integralizada. Ë uma conta
redutora do capital social.

 Reservas de capital: são constituídas com valores recebidos pela companhia e que não transitam pelo resultado
como Receitas. São representadas pelas seguintes contas:

 Ágio na emissão de ações: quando o valor de venda efetivo das ações superar o valor nominal das
ações.

 Reserva especial de ágio na incorporação: aparece no PL da incorporadora, como contrapartida do


montante do ágio (líquido de seu benefício fiscal, quando existente) resultante da aquisição do controle da
companhia aberta que incorporar sua controladora.

 Alienação de bônus de subscrição: também são valores mobiliários que podem ser vendidos. A
emissão de bônus de subscrição está condicionada ao limite de capital autorizado previsto no estatuto da
empresa.

As reservas de capital somente podem ser utilizadas para:

a) Absorver prejuízos, quando estes ultrapassarem as reservas de lucros;

b) Resgate, reembolso ou compra de ações;

c) Resgate de partes beneficiárias;

d) Incorporação ao capital;

e) Pagamento de dividendo cumulativo a ações preferenciais, com prioridade no seu recebimento, quando essa
vantagem lhes for assegurada pelo estatuto social.

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

 Ajustes de avaliação patrimonial: serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou
diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo.

 Exemplos: variações de preço de mercado dos instrumentos financeiros, quando destinados a venda futura.
Diferenças no valor de ativos e passivos avaliados a preço de mercado nas reorganizações societárias. O
saldo pode ser credor ou devedor.

 Reservas de lucros: são constituídas a partir do lucro da empresa. Caso ainda existam lucros remanescentes, após a
segregação para pagamentos dos dividendos obrigatórios e após as destinações das diversas reservas de lucros, estes
também de vem ser distribuídos como dividendos. Deve-se assim dar destinação total aos lucros auferidos. Quanto ao
limite das Reservas de Lucros é estabelecido que seu valor não pode ser maior que o Capital Social da sociedade.
Caso aconteça, a assembléia geral deverá deliberar sobre a aplicação do excedente, que poderá ser utilizado para
integralização ou aumento de capital, desde que bem fundamentado, ou distribuído como dividendos (não entram no
cálculo as Reservas para Contingências, Reservas para Incentivos Fiscais e Reservas de Lucros a Realizar).

 Reserva legal: instituída para dar proteção ao investidor, é obrigatória e equivale a 5% do lucro líquido do
exercício, mas não pode exceder a 20% do capital social realizado; ou poderá, a critério da companhia,
deixar de receber créditos, quando o saldo desta reserva, somado ao montante das Reservas de Capital,
atingir 30% do capital social. Pode ser utilizada somente para compensação de prejuízos e para aumento do
capital social.

 Reservas estatutárias: são estabelecidas no estatuto da empresa, podendo ser criadas subcontas conforme a
natureza da reserva constituída. Sua constituição não pode restringir o pagamento do dividendo obrigatório.
No estatuto deve ser definida a finalidade de modo preciso e completo, fixar critérios para determinar a
parcela anual do lucro líquido a ser utilizada e ser estabelecido seu limite máximo.

 Reservas para contingências: são constituídas com a finalidade de compensar em, um exercício, a
diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável. O objetivo de sua constituição é segregar uma
parcela dos lucros, não a distribuindo como dividendo. Ex.: geadas ou secas, cheias, inundações,
paralisações temporárias de operações.

 Reserva de Incentivos Fiscais: a assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração,
destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções
governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.

 Reservas de lucros a realizar: a sua constituição é optativa e tem como objetivo evidenciar a parcela dos
lucros ainda não realizada financeiramente (art. 197, Lei 6.404/76). O objetivo de constituí-la é não distribuir
dividendos obrigatórios sobre a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente (apesar de contábil e
economicamente realizada).

 Ações em tesouraria: são classificadas nesta conta as ações da empresa adquiridas pela própria sociedade. Não é
permitido às companhias (abertas ou fechadas) adquirir suas próprias ações a não ser quando houver operações de
resgate, reembolso ou amortização de ações; aquisição para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

até o valor do saldo de lucros ou reservas (exceto a legal), sem diminuição do capital social ou recebimento dessas
ações por doação; aquisição para diminuição do capital (limitado a restrições legais.

 Prejuízos acumulados: representa o saldo dos prejuízos acumulados.

 Lucros Acumulados: como forma de coibir a retenção injustificada de lucros, os quais devem ser destinados à
formação de reservas e à distribuição de dividendos de acordo com os fundamentos contidos nos artigos 193 a 203 da
Lei nº 6.404/76, a nova legislação elimina do balanço a conta Lucros Acumulados. Todavia, isso não significa que ela
deixará de existir. Uma conta com essa mesma denominação (lucros acumulados) ou designação semelhante, de uso
temporário e cujo saldo seja encerrado antes do balanço, poderá ser utilizada para servir de contrapartida às
destinações do lucro e às reversões das reservas de lucro.

2.1 EXERCÍCIOS

Nº 1. Com as contas dadas a seguir, elabore o Balanço Patrimonial da Companhia Santa Cruz em 31/12/X1: Edifícios
$200; Despesas de aluguel antecipadas $350; Empréstimos obtidos $ 150; Reserva legal $100; Perdas Estimadas para
créditos de liquidação duvidosa $ 60; Adiantamento de clientes $280; Terrenos $30; Depreciação acumulada
Equipamentos $30; Fornecedores $100; Caixa $100; Patentes $100; Impostos a pagar $50; Reserva para Contingências
$250; Duplicatas a receber $200; Direitos autorais $50; Capital $1.300; Títulos a pagar $100; Bancos c/ Movimento $200;
Empréstimos a longo prazo concedidos a terceiros $100; Investimento $60; Seguros a vencer $250; Mercadorias $500;
Veículos $100; Depreciação acumulada – veículos- $30; Salários a pagar $20; Promissórias a receber $100;
Equipamentos $ 130

Nº 2 Indique na coluna “Grupo” da tabela das contas do balancete da “Cia. Boa Sorte”, um dos números abaixo,
conforme o grupo a que a respectiva conta pertença.

(1) Ativo circulante (4) Passivo circulante (7) Receitas


(2) Realizável a longo prazo (5) Exigível a longo prazo (8) Despesas ou custos
(3) Ativo Imobilizado (6) Patrimônio líquido
Contas da Cia Boa Sorte

Item Grupo Contas Valores


A ______ Equipamentos 14.500
B ______ Despesas de aluguel 20.000
C ______ Vendas 100.000
D ______ Despesas de salário 24.000
E ______ Veículos 7.900
F ______ Capital 50.000
G ______ Fornecedores 15.000
H ______ Clientes 11.000
I ______ Mercadorias 20.000
J ______ Salários a pagar 2.000

62
Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

K ______ Bancos conta movimento 20.000


L ______ Bancos conta empréstimos 13.000
M ______ Custo das mercadorias vendidas 50.000
N ______ Títulos a pagar (longo prazo) 12.000
O ______ Despesas antecipadas de seguros 6.000
P ______ Receitas de juros 200
Q ______ Prejuízos acumulados (15.800)
R ______ Despesas diversas 3.000

Nº 3 As questões A e B são baseadas nos dados da Cia. Boa Sorte. Assinale para cada uma delas a alternativa
correta.
a) O lucro ou prejuízo do exercício foi de:
( ) (2.800) ( ) 50.000 ( ) 3.200 ( ) 3.000 ( ) NDA

b) O valor do Passivo Circulante é:


( ) 30.000 ( ) 42.000 ( ) 36.000 ( ) 17.000 ( ) NDA

Nº 4 O ativo subdivide-se nos seguintes grupos:

a. Circulante
b. Realizável Longo Prazo
c. Investimentos Não Circulante
d. Imobilizado
e. Intangível
O Momento da Liquidez e Realização define, no grupo do Ativo, onde será classificado o elemento patrimonial.
Pede-se: Classificar as contas a seguir anotando, nos parênteses, a letra correspondente ao grupo.
( ) Bancos C/ Movimento, de disponibilidade imediata.
( ) Clientes, de realização até 90 dias do exercício seguinte.
( ) Produtos Acabados, de realização no curso do exercício seguinte.
( ) Títulos a Receber, de realização até 365 dias da data do Balanço.
( ) Contas a Receber, de realização apos 365 dias da data do Balanço.
( ) Terrenos, para futura utilização.
( ) Contas Correntes - Sócios, de realização até 180 dias da data do Balanço.
( ) Depreciação Acumulada, retificativa de bem não realizável.

Nº 5. O Momento da Exigibilidade define a classificação de elementos patrimoniais nos seguintes grupos do


Passivo:
a. Circulante b. Não Circulante.
Pede-se: Classificar as contas a seguir anotando, nos parênteses, a letra correspondente ao grupo:
( ) Fornecedores, exigíveis até 10 da data do Balanço.
( ) Contas a Pagar, exigíveis no curso do ciclo operacional seguinte.
( ) Obrigações Fiscais, exigíveis até 365 dias da data do Balanço.

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

( ) Títulos a Pagar, exigíveis após o curso do exercício seguinte.


( ) Financiamentos, exigíveis após o curso do ciclo operacional seguinte.
( ) Dividendos a Pagar, exigíveis no curso do exercício seguinte.
( ) Provisões, exigíveis após 365 dias da data do Balanço
( ) Obrigações Trabalhistas, com exigibilidade vencida 30 dias antes da data do Balanço.

Nº 6 O Balanço da empresa ABC S.A., em 31.12.X9, era composto pelos saldos das seguintes contas: Caixa $ 10; Capital
$ 35; Empréstimos (LP) obtidos de terceiros $ 15; Reserva Estatutária $ 20; Fornecedores $ 10; Bancos c/ movimento $
20; Contas a Receber $ 10; Empréstimos (LP) concedidos a terceiros $ 10; Dividendos a pagar $ 15; Adiantamentos de
clientes $ 20; Impostos a pagar $ 5; Equipamentos $ 10; Reserva legal $ 10; Mercadorias $ 50; Patentes $ 20.

Indicar por meio dos dados anteriores o valor do(s):


a) Patrimônio Líquido: ................................... b) capital de terceiros: .....................................
c) bens e direitos: ........................................... d) Ativo Circulante: ..........................................
e) Passivo Circulante: .................................... f) Ativo Não Circulante: ....................................

Nº 7 Identifique a resposta correta:

I. No caso de uma empresa ter contratado um seguro contra fogo pelo período de 01.10.X2 a 30.09.X3, pagando a vista
um prêmio único de $ 12.000, teríamos, em consequência dessa operação, por ocasião do encerramento do exercício, em
31.12.X2:

a) Uma exigibilidade de $ 12.000 b) Um valor a receber de $ 3.000 c) Uma exigibilidade de $ 9.000

d) Um disponível de $ 3.000 e) Uma despesas antecipada de $ 9.000

Nº 8 Uma empresa apresentava os seguintes números em seu balanço patrimonial:

Ativo Circulante....................................... $ 300 Receitas antecipadas................................ $ 100


Realizável a Longo Prazo ...................... $ 250 Ativo Não Circulante ............................... $ 500
Exigível a Longo Prazo ........................... $ 150 Passivo Circulante...................................... $ 200
Pode-se afirmar que o Patrimônio Líquido e o Passivo (obrigações) são respectivamente:
a) $ 600 e $ 200 b) $ 100 e $ 600 c) $ 600 e $ 450
d) $ 300 e $ 600 e) $ 600 e $ 350

Nº 9 O pagamento, através de cheque, de uma obrigação contraída pela compra de mercadorias a prazo é um fato
administrativo que afeta o patrimônio da forma seguinte:
a) Diminui o Ativo e diminui o Patrimônio Líquido.
b) Diminui o Ativo e diminui o Passivo.
c) Aumenta o Passivo e aumenta o Ativo.
d) Aumenta o Ativo e diminui o Passivo.
e) Diminui o Patrimônio Líquido e aumenta o Ativo.

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

2.2 EXERCÍCIOS
Assinale a alternativa que contém a complementação exata do enunciado nas Questões 1ª a 5ª, conforme disposição da Lei
6.404/76.
1ª Questão (Fonte: art. 175.)
Exceto na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária, o exercício social terá duração de
_________________________________ e a data do término fixado no estatuto.
(a) um ciclo operacional. (d) um ano
(b) um ano, no máximo, e de um mês, no mínimo. (e) um período administrativo.
(c) seis meses, no mínimo, e de um ano, no máximo.

2ª Questão (Fonte: § 22, do art. 176.)


Nas demonstrações financeiras, as contas semelhantes poderão ser agrupadas, desde que, entre outras condições, não
ultrapassem _____________________________do valor do respectivo grupo de contas.
(a) um quinto. (b) um terço. (c) um vigésimo. (d) um quarto. (e) um décimo.

3ª Questão (Fonte: art. 177.)


A escrituração da companhia deverá registrar as mutações patrimoniais segundo
__________________________________.
(a) estabelece o estatuto social. (b) a proposta dos órgãos da administração.
(c) o regime de competência (d) a proposta da assembleia geral.
(e) a orientação de auditores independentes registrados na CVM.

4ª Questão (Fonte: art. 178.)


No Balanço Patrimonial, as contas serão agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e análise
_____________________________________________ da companhia.
(a) da situação financeira. (b) do patrimônio líquido. (c) da gestão administrativa.
(d) do capital nominal. (e) das origens e aplicações dos recursos.
5ª Questão (Fonte: art. 178.)
No ativo, as contas serão dispostas em ordem __________________________________ dos elementos registrados.
(a) crescente de grau de investimentos. (b) decrescente de grau de investimentos.
(c) crescente de grau de liquidez. (d) decrescente de grau de liquidez.
(e) cronológica e sistemática.

Para responder às questões 6ª a 18ª, que tratam da classificação das contas do Balanço Patrimonial, utilize os códigos:
1 - Ativo Circulante; 2 - Ativo Realizável a Longo Prazo; 3 – Ativo Investimentos;
4 - Ativo Imobilizado; 5 - Passivo Circulante; 6 – Passivo não-circulante;
7 - Reservas de Capital; 8 - Reservas de Lucros.

6' Questão
_________________________: Contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.

7' Questão
__________________________: Contas que representam participações permanentes em outras sociedades.

8' Questão
___________________________: Contas que representam direitos realizáveis após o término do exercício seguinte.

9' Questão
____________________________: Contas que representam os direitos tenham por objeto bens destinados à manutenção
das atividades da empresa.

10' Questão
___________________________: Contas que representam as disponibilidades.
11ª Questão
____________________________: Contas que representam aplicações de recursos em despesas do exercício social
seguinte.
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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

12ª Questão
_____________________________: Contas que representam as obrigações da companhia, quando vencerem no
exercício social seguinte.

13ª Questão
_____________________________: Contas que representam direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a
sociedades coligadas ou controladas, que não constituem negócios usuais na exploração do objeto da companhia.

14ª Questão
___________________________: Contas que representam obrigações por financiamento para aquisição de direitos
do ativo permanente, quando vencerem no exercício social seguinte.

15ª Questão
___________________________: Contas que representam os direitos realizáveis no curso do exercício social
subsequente.

16ª Questão
___________________________: Contas que registram obrigações da companhia que tiverem vencimento após o
exercício social seguinte.

17ª Questão
___________________________: Conta que registra a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor
nominal

18ª Questão
_________________________: Contas que registram receitas de exercícios futuros (diminuídas dos custos e das
despesas a elas correspondentes).

19ª Questão: Considerando que as contas representativas dos componentes patrimoniais da empresa B apresentam
os seguintes saldos, relativos ao dia 31/12/2XXl:
Acionistas Conta Capital (ou Capital a Realizar) 50
Ações de Empresas Coligadas 200
Ações de Empresas Diversas (não controladas nem coligadas, com objetivo de permanência na carteira 110
de títulos, para obter renda)
Ações em Tesouraria 10
Amortização Acumulada de Patentes de Invenção 30
Bancos Conta Movimento 70
Capital Social 600
Construções Civis em Andamento 180
Depreciação Acumulada de Máquinas 200
Contas a receber 30
Dividendos a Distribuir 15
Dividendos a Receber 15
Duplicatas a Receber (ou Clientes) vencimento 30/11/2XX2 300
Duplicatas a Receber (vencimento em 30/6/2XX3) 100
Duplicatas Descontadas (das vencidas até 30/11/2XX2) 140
Empréstimos a Acionistas 34
Fornecedores (vencimento em 30/3/2XX3) 150
Fornecedores (vencimento em 30/7/2XX2) 290
Impostos a Recolher 20
IPI a Recuperar 22
Máquinas (uso próprio) 500
Salários a Pagar 30
Patentes de Invenção 60
Prédios (mantidos com objetivo de obter rendimento) 300
Prêmios de Seguros a Vencer (de 1/1 a 30/9/2XX2) 5
Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa 16

66
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Provisão para Imposto de Renda 25


Provisão para Perdas de Investimentos Permanentes 10
Reserva Estatutária 200
Reserva Legal 100
Títulos a Pagar (empréstimo recebido de empresa controlada, vencimento em 30/5/2XX2) 350
Títulos a Receber (empréstimo a empresas coligadas, com vencimento em 30/7/2XX2) 120
Títulos e Valores Mobiliários 70

Pergunta-se o valor:
a) das Disponibilidades h) do Intangível
b) dos Direitos i) do Passivo Circulante
c) das Despesas do Exercício Seguinte j) do Passivo Não-circulante
d) do Ativo Circulante k) do Capital Realizado
a) do Ativo Realizável a Longo Prazo m) das Reservas de lucros
b) dos Investimentos n) do Patrimônio Líquido.
c) das Imobilizações

4.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A DRE demonstra o resultado líquido da empresa, ou seja, o que ela apurou de seus negócios em determinado
período. Apresenta-se de forma dedutiva, onde são definidos: receitas, custos despesas, ganhos, perdas, lucro ou prejuízo.
Prevista no art. 187 da Lei 6.404/1976, a DRE evidencia, de forma estruturada, os componentes que provocam alterações
no patrimônio líquido das empresas.

“Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:


I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro
bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais
e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; (Redação dada pela
Lei nº 9.249, de 1995)
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na forma de
instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados,
que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em
moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e
rendimentos.”

Na elaboração da DRE buscam-se no último dia do exercício social, os saldos finais e acumulados das contas de
receitas, de despesas, de custos. Essas contas são zeradas no final do exercício tendo como contrapartida a conta
Resultado do Exercício.

A receita é considerada realizada no momento em que ocorre a venda e transferência de um bem, ou a prestação
de um exercício, independentemente da forma de pagamento, a vista ou a prazo.
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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

As despesas incorridas para a obtenção dessas receitas devem ser contabilizadas, no mesmo período, sendo pagas
ou não no período.

Essas considerações revelam que o resultado contábil (lucro ou prejuízo) é determinado através da aplicação do
REGIME DE COMPETÊNCIA, ou seja, a demonstração do resultado do exercício retrata apenas o FLUXO
ECONÔMICO (relacionado à riqueza) e não o fluxo financeiro (relacionado ao dinheiro).

Conceitos do Pronunciamento Contábil 00 – Estrutura Conceitual da Contabilidade


22. Receitas e despesas são definidas como segue:
a) Receitas - são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada
de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do
patrimônio líquido e que não sejam provenientes de contribuição dos proprietários da entidade; e
b) Despesas - são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de
saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do
patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.
23. As definições de receitas e despesas identificam os seus aspectos essenciais, mas não especificam os critérios que
precisam ser satisfeitos para que sejam reconhecidas na demonstração do resultado. Os critérios para o
reconhecimento das receitas e despesas são comentados nos parágrafos 82 a 98.
24. As receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstração do resultado de diferentes maneiras, de modo que
prestem informações relevantes para a tomada de decisões. Por exemplo, é prática comum distinguir entre receitas
e despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade e as demais. Essa distinção é feita porque a
fonte de uma receita é relevante na avaliação da capacidade que a entidade tenha de gerar caixa ou equivalentes de
caixa no futuro; por exemplo, receitas oriundas de atividades eventuais como a venda de um investimento de
longo prazo normalmente não se repetem numa base regular. Nessa distinção, deve-se levar em conta a natureza
da entidade e suas operações. Itens que resultam das atividades ordinárias de uma entidade podem ser incomuns
em outras entidades.
25. A distinção entre itens de receitas e de despesas e a sua combinação de diferentes maneiras também permitem
demonstrar várias formas de medir o desempenho da entidade, com maior ou menor abrangência de itens. Por
exemplo, a demonstração do resultado pode apresentar a margem bruta, o lucro ou prejuízo das atividades
ordinárias antes do imposto de renda, o lucro ou o prejuízo das atividades ordinárias depois do imposto de renda e
o lucro ou prejuízo líquidos.
Receitas
26. A definição de receita abrange tanto receitas como ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias de
uma entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos,
"royalties" e aluguéis.
27. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não surgir no curso das
atividades ordinárias da entidade. Os ganhos representam aumentos nos benefícios econômicos e, como tal, não
diferem, em natureza, das receitas. Conseqüentemente, não são considerados como um elemento separado nesta
Estrutura Conceitual.
28. Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não-correntes. A definição de receita
também inclui ganhos não realizados; por exemplo, os que resultam da reavaliação de títulos negociáveis e os que
resultam de aumentos no valor de ativos a longo prazo. Quando esses ganhos são reconhecidos na demonstração
do resultado, eles são usualmente apresentados separadamente, porque sua divulgação é útil para fins de tomada
de decisões econômicas. Esses ganhos são, na maioria das vezes, mostrados líquidos das respectivas despesas.
29. Vários tipos de ativos podem ser recebidos ou aumentados por meio da receita; exemplos incluem caixa, contas a
receber, mercadorias e serviços recebidos em troca de mercadorias e serviços fornecidos. A receita também pode
resultar da liquidação de passivos. Por exemplo, a entidade pode fornecer mercadorias e serviços a um credor por
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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

empréstimo em liquidação da obrigação de pagar o empréstimo.


Despesas
30. A definição de despesas compreende perdas assim como as despesas que surgem no curso das atividades
ordinárias da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da entidade incluem, por
exemplo, o custo das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de um desembolso ou redução
de ativos como caixa e equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado.
31. Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e podem ou não surgir no curso das
atividades ordinárias da entidade. As perdas representam decréscimos nos benefícios econômicos e, como tal, não
são de natureza diferente das demais despesas. Assim, não são consideradas como um elemento à parte nesta
Estrutura Conceitual.
32. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, assim como as que
decorrem da venda de ativos não-correntes. A definição de despesas também inclui as perdas não realizadas, por
exemplo, as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de uma moeda estrangeira com relação aos
empréstimos a pagar em tal moeda. Quando as perdas são reconhecidas na demonstração do resultado, elas são
geralmente demonstradas separadamente, pois sua divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas.
As perdas são geralmente demonstradas líquidas das respectivas receitas.
Para a demonstração do resultado do exercício não importa se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro,
basta apenas que afete o patrimônio líquido. (ex.: depreciação: despesa não desembolsada). A estrutura básica da
demonstração do resultado do exercício segundo a Lei 6.404/76 é mostrada no Quadro 3.

Quadro 3. Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Ano Ano
1 2
1 FATURAMENTO OU RECEITA TOTAL
2 (-) IPI (imposto sobre Produtos Industrializados)
3 RECEITA BRUTA 3=1-2
3.1 Receita das vendas
3.2 Receita de serviços
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 4 = 4.1 + 4.2 +
4 4.3
4.1 (-) Devoluções (vendas canceladas)
4.2 (-) Abatimentos sobre vendas
4.3 (-) Impostos sobre vendas
5 (=) RECEITA LÍQUIDA 5=3-4
6 (-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos
7 (=) LUCRO BRUTO 7=5-6
8 (-) Despesas com vendas
9 (-) Despesas administrativas
10 (-) Despesas gerais
11 Outras Receitas e Despesas 11 = 11.1 + 11.2
11.1 (+) Outras receitas

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

11.2 (-) Outras despesas


RESULTADO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS 12 = 7 - 8 -9 - 10
12 FINANCEIRAS +/- 11
12.1 (+) Receita financeira
12.2 (-) Despesas financeiras
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E 13 = 12 + 12.1 -
13 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 12.2
14 (-) Imposto de renda
15 (-) Contribuição social
16 (=) LUCRO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES 16 = 13 - 14 -15
17 PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS
(-) Empregados 17 = 17.1 + 17.2
17.1 + 17.3
17.2 (-) Administradores
17.3 (-) Debêntures
(-) Contribuições para Instituições ou Fundo de Assistência e
17.4 Previdência de empregados
18 RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 18 = 16 - 17
RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES
19 DESCONTINUADAS
20 (=) Lucro ou prejuízo líquido do exercício 20 = 18 + 19
21 (=) Lucro ou prejuízo por ação

PRINCIPAIS CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A – Receita Bruta: É constituída pelo valor bruto faturado, representado pelo ingresso bruto de recursos externos
provenientes das operações normais de venda a prazo ou a vista, de produtos, mercadorias ou serviços. Da receita
operacional bruta são deduzidos os seguintes itens:

 Vendas canceladas: são aquelas decorrentes de devoluções efetuadas pelos clientes.

 Abatimentos sobre vendas: são descontos concedidos aos clientes (por defeito, não atendimento a especificação,
quantidade etc.)

 Impostos incidentes sobre vendas: IPI, ICMS, ISS, PIS sobre receita bruta, COFINS sobre receita bruta.

 OBS.: com relação ao IPI ocorre uma divergência entre o que é estabelecido na legislação do Imposto de Renda,
pela qual o IPI nem aparece, apresentando-se o valor da Receita bruta líquido do imposto. Porém pelo que
estabelece a Lei das S.A. o IPI deve ter o mesmo tratamento do ICMS.

A orientação é que as empresas adotem uma forma conciliadora de apresentar o valor do IPI, como por exemplo:

(1) Receitas de Vendas


( - ) IPI

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

= Receita operacional bruta


(2) Outra forma utilizada pelas empresas é fazer constar na contabilidade (no Plano de Contas) o IPI como conta
devedora no mesmo grupo que o ICMS, mantendo-se assim na DRE. Todavia, ao elaborar a Declaração de
Rendimentos para fins de Imposto de Renda, exclui-se o IPI da Receita Bruta, chegando-se à Receita Bruta no
conceito fiscal.

Exemplo 1: A Cia. Equilíbrio efetuou uma venda de diversos produtos no valor de R$96.000,00 (R$80.000,00 preço do
produto e R$ 16.000,00 referente ao IPI). O ICMS está incluso no preço do produto pela alíquota de 18% (venda dentro
do Estado).

Nota Fiscal DRE


Preço do produto ........................ 80.000,00 Receita bruta ...................................... 96.000,00
+ IPI (20%) ................................. 16.000,00 (-) Deduções: IPI ................................ 16.000,00
Preço total ................................... 96.000,00 ICMS ........................... 14.400,00
Receita Líquida ................................. 65.600,00
ICMS: alíquota de 18% ............... 14.400,00

Exemplo 2: A Cia. São João efetuou uma venda no valor de R$ 10.000,00 para a empresa A e de R$5.0000,00 para a
empresa B. As duas empresas alegaram que as mercadorias não estavam de acordo com o solicitado. A empresa A aceitou
um abatimento de 20% para evitar a devolução. Já a empresa B devolveu metade das mercadorias.

DRE
Receita Bruta ........................................................... 15.000,00
(-) Deduções
A: 10.000,00 x 20% Devoluções ........................................................ (2.500,00)
B: 5.000,00 x 50% Abatimentos ...................................................... (2.000,00)
Receita Líquida ...................................................... (10.500,00)

B – Custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos

 Custo dos produtos vendidos (CPV): essa denominação é utilizada para as empresas industriais. O cálculo do
CPV envolve técnicas e conceitos de contabilidade de custos mais abrangentes. Conceitualmente, o CPV
compreende todos os gastos necessários à obtenção de um produto. Em resumo, tem-se:

CPV = (Matéria-prima + componentes) + (Mão de obra direta) + (Custos indiretos de fabricação)

 Custo das mercadorias vendidas (CMV): é utilizado para empresas comerciais, havendo duas formas básicas
para sua determinação. Nas empresas que mantém controle permanente (físico e financeiro) dos estoques, a
obtenção do CMV ocorre diretamente pelos registros contábeis.

Já as empresas que não mantém controle permanente de seus estoques, calculam o CMV realizando o
levantamento físico das quantidades de mercadorias existentes no final do período (estoque final). Para determinar o valor
do CMV utiliza-se a seguinte fórmula:

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

CMV = Estoque inicial + compras líquidas – estoque final

 Custo dos serviços prestados (CSP): corresponde aos custos incorridos para a prestação de um serviço.

C – Despesas vinculadas à atividade operacional: são despesas necessárias para a empresa funcionar, isto é, vender,
administrar e financiar suas atividades.

 Despesas com vendas: representam as despesas necessárias às atividades comerciais da empresa. As mais
comuns são as Comissões de vendas, Material de escritório, Promoção e propaganda, Provisão para devedores
duvidosos, Salários e encargos.

 Despesas administrativas: compreendem os gastos incorridos com as atribuições da administração geral, tais
como: salários e encargos do pessoal administrativo, aluguéis, material de escritório etc.

 Despesas financeiras: representa a remuneração paga a terceiros que financiaram a empresa, como Comissões e
despesas bancárias, Descontos concedidos, Juros, Variação cambial.

 Receitas financeiras: são os ganhos de natureza financeira, tais como os Descontos obtidos, Juros ativos,
Receitas de aplicações.

 Receitas e Despesas diversas: compreendem as receitas e despesas oriundas das atividades acessórias do objeto
social da empresa, tais como Dividendos e rendimentos de outros investimentos, Amortização de ágio ou deságio
de investimentos.

 Resultado de equivalência patrimonial: refere-se à participação de uma empresa investidora (controladora) nos
resultados de outra (controlada). Quando a controlada tiver lucro, a controladora contabilizará o resultado como
receita e, quando for prejuízo será contabilizado como despesa.

D – Outras Receitas e Despesas: são resultados provenientes de transações eventuais. Como exemplo tem-se lucro ou
prejuízo na venda de bem do imobilizado, perdas eventuais decorrentes de inundações ou incêndios, sem que haja
cobertura de seguros.

E - IR e CSLL: representam os valores que a empresa deverá recolher para o governo, calculados conforme estabelecer a
legislação vigente.
O IR é calculado através da aplicação da alíquota de 15% sobre o lucro liquido do exercício mais um adicional de 10%
sobre a parcela que ultrapassar a R$ 20.000,00 por mês.
A CSSL é calculada através da aplicação da alíquota de 9% sobre o lucro líquido do exercício.
Exemplo de cálculo do IR e CSSL considerando um lucro de R$ 4.000.000:
IR: 4.000.000 x 15% = 600.000
4.000.000 – 20.000 = 3.800.000 x 10% = 380.000
Valor total do IR 980.000
CSSL: 4.000.000 x 9% = 360.000

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


CIA. LAVA E DEMORA
1. Receita Bruta de Vendas 268.000
2. ( - ) Deduções da Receita Bruta
Devoluções e abatimentos -3.360
Impostos Incidentes -30.240
3. = Receita Líquida de vendas 234.400
4. ( - ) CMV -50.400
5. = Lucro Bruto 184.000
6. Despesas com vendas -3.360
7. Despesas Administrativas -46.920
Salários -16.800
Água, energia elétrica, Telefone -2.160
Dívidas perdoadas -3.360
Remuneração de diretores -7.000
Prestações de leasing -8.200
Perda Estimada para devedores duvidosos -5.200
Despesas diversas -4.200
8. Outras receitas e despesas
+ Equivalência Patrimonial 16.800
9. RESULTADO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS 150.520
- Despesas financeiras -13.440
+ Receitas financeiras 5.040
+ Variações monetárias ativas 15.120
- Variações monetárias passivas -10.080
10.= Lucro antes do IR 147.160
11. IR -28.630
12. CSLL -12.467
12. LUCRO LÍQUIDO 106.063
Obs.: Tributação mensal
CÁLCULO DO IRPJ
Apuração do Lucro Real
1. Resultado do período 147.160
IR (alíquota de 15% x R$ 147.160) 22.074
Adicional de IR (alíquota de 10% x R$ 127.160) 12.716
Total do IR 34.790

CÁLCULO DA CSLL: segue procedimento idêntico, observando-se as deduções, exclusões e compensações previstas na
legislação.
Cálculo da CSLL
Resultado do período 147.160
Alíquota de 9% x 147.160 – CSLL a recolher 13.244

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Lançamentos:

CONTAS D C
Resultado do Exercício X
Provisão para Imposto de Renda X
Contribuição Social sobre o Lucro X

E – Participações

- Empregados: parte do lucro que é distribuída para os empregados, seja por decisão da empresa, convenção coletiva
ou determinação legal;

- Administradores: participação definida em contrato ou estatuto social;

- Debêntures: títulos de longo prazo emitidos pelas sociedades por ações, que podem dar direito aos seus detentores a
juros, correção monetária e participação nos lucros;

- Contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados: são contribuições apuradas
por um percentual do lucro que serão revertidas a entidades preestabelecidas, normalmente a fundações, que tratam
da complementação de aposentadoria dos empregados.

OBS.:

a) Os percentuais de participação são definidos no estatuto social, no contrato social ou por deliberação da assembleia
de acionistas;

b) Havendo prejuízos anteriores esses devem ser deduzidos do lucro para se determinar a base de cálculo das
participações;

c) O cálculo das participações não são realizados sobre o mesmo valor, devendo-se obedecer a seguinte sequência:
debêntures, empregados e administradores.

Contabilização
CONTAS D C
Participação de Debêntures no Lucro (*) X
Provisão da Participação de Debêntures no Lucro (**) X

CONTAS D C
Participação de Empregados no Lucro (*) X
Provisão da Participação de Empregados no Lucro (**) X

CONTAS D C
Participação de Administradores no Lucro (*) X
Provisão da Participação dos Administradores no Lucro (**) X
(*) Contas redutoras do Resultado do Exercício após o IR e a CSLL

(**) Contas do Passivo Circulante ou Não-circulante


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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

Exemplo1: Considere que o estatuto da Cia. Lava e Demora define que empregados e administradores têm direito cada
um a 5% do lucro do exercício. O cálculo e a Demonstração do Resultado do Exercício ficam da seguinte maneira:
Demonstração do Resultado do Exercício
Lucro após IR e CSLL 106.063
Cálculo das participações:
Lucro após IR e CSLL 106.063
Cálculos:
Empregados: 5% de R$ 106.063 (5.303)
Nova base de cálculo 100.760
Administradores: 5% de R$ 100.760 (5.038)
95.722
Demonstração do Resultado do Exercício incluindo as participações:
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Lucro após IR e CSLL 106.063
Participações
Empregados (5.303)
Administradores (5.038)
Lucro Líquido do exercício 95.722

Exemplo 2: O estatuto da Empresa X define que debêntures, empregados, administradores têm direito cada uma a 10% do
lucro do exercício. A Empresa tem um saldo de Prejuízo Acumulado de R$100.000. A Demonstração do Resultado é a
seguinte:
Demonstração do Resultado do Exercício
Lucro antes do IR e CSLL 449.000
( - ) Provisão para IR e CSLL (90.000)
Lucro após IR e CSLL 359.000

Cálculo das participações:


Lucro após IR e CSLL 359.000
( - ) Prejuízos Acumulados (100.000)
= Base de cálculo inicial 259.000
Cálculos:
Debêntures: 10% de R$ 259.000 (25.900)
Nova base de cálculo 233.100
Empregados: 10% de R$ 233.100 (23.310)
Nova base de cálculo 209.790
Administradores: 10% de R$ 209.790 (20.979)
188.811

Demonstração do Resultado do Exercício incluindo as participações:


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Lucro antes do IR e CSLL 449.000
( - ) Provisão para IR e CSLL (90.000)
Lucro após IR e CSLL 359.000
Participações
Debêntures 25.900
Empregados 23.310
Administradores 20.979 (70.189)
Lucro Líquido do exercício 288.811

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Disciplina: Contabilidade Geral - 1º Período - 1º semestre – 2019

Exercícios
Abaixo estão relacionadas as transações da Cia. Petrópolis, constituída em 1º de setembro de 20X1.
1º - integralização, em dinheiro, do capital social, $ 100.000;
4 - pagamento de $ 2.200 por material empregado nos trabalhos efetuados;
5 - pagamento de $ 5.000 referente a impostos e taxas diversas;
10- recebimento por serviços prestados, $ 14.200;
18- pagamento de $ 8.000, de aluguel, pelo uso de um caminhão durante três dias;
23- compra de diversos equipamentos, de A. & Cia., a prazo, por $ 20.000;
26- pagamento de $ 2.000 de despesas diversas;
30- recebimento de $ 35.200 por serviços prestados;
30- pagamento de $ 20.000, de salários;
30- pagamento de $ 10.000, pelo aluguel do imóvel onde está instalada a empresa.
Pede-se:
a) fazer os lançamentos no Diário;
b) fazer os lançamentos em razonetes;
c) levantar o Balancete de Verificação em 30.09.20X1;
d) fazer os lançamentos de encerramento (diário e razonetes);
e) calcular o IR (15%) e CSSL (9%);
f) levantar o Balancete de pós-encerramento;
g) preparar a Demonstração do Resultado do Período (mês de setembro) e o Balanço Patrimonial no dia
30.09.20X1.
Contas a serem utilizadas: Caixa; Capital; Despesas de Material; Despesas de Impostos e Taxas; Receitas de
Serviços; Despesas de Aluguel; Despesas Diversas; Equipamentos; Fornecedores; Despesas de Salários;
Resultado do Exercício; Lucro do Exercício; IR; CSLL.

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