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ELEMENTOS DE

GEOLOGIA

CLARISMAR DE OLIVEIRA CAMPOS


2

ELEMENTOS DE
GEOLOGIA

CLARISMAR DE OLIVEIRA CAMPOS


o o
Eng . Agr . Dr. Professor concursado

PETROLINA, PE
JULHO, 2009
3

Campos, Clarismar de Oliveira,


Elementos de Geologia / Clarismar de
Oliveira Campos. – Petrolina: [s.n.],
2009.2a.ed.
iv, f. : il. Color., gráfs., tabs.

1. Geologia. 2. Rochas. 3. Minerais. I.


Campos, Clarismar de Oliveira
Campos.
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Espaço e tempo é uma descoberta humana, para entender os


acontecimentos evolucionistas e a própria ciência. Para Deus,
não existe espaço e nem tempo, pois magnificamente Ele É,
espaço e tempo.

“ Não se deve ir atrás de objetivos fáceis. É preciso buscar o


que só pode ser alcançado por meio dos maiores esforços”.

“ Se não fosse físico, acho que seria músico. Eu penso em


termos de música. Vejo minha vida em termos de música”.

Albert Einstein (1879-1955)


o
( Galileu, n 161 )

Estudante, estando no terceiro grau, você é mais criador de


texto do que interpretador. Pense nisso.
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APRESENTAÇÃO baseiam nos estudos das rochas e dos


fósseis. O estudo dos fósseis, isto é, dos
A geologia é uma ciência fantástica, pois foi restos ou vestígios de seres orgânicos -
através da mesma que a humanidade pôde, vegetais ou animais - que deixaram suas
ao longo do tempo, resistir e desmistificar marcas nas rochas sedimentares da crosta
os preconceitos do surgimento do universo, terrestre, permite aos estudiosos saber
formação do nosso sistema solar e da também sobre o passado da Terra, para
gênese da Terra. As observações tanto os especialistas criaram uma
astronômicas nos conduzem a pelo menos terminologia apropriada. A paleontologia.
duas reflexões para os temas da origem do Uma das grandes preocupações da
Universo e da matéria nele concentrada: humanidade é saber a idade da Terra, esse
Uma visão retrospectiva, onde a tema tem acompanhado os cientistas por
observação das feições mais distantes nos muitos séculos e a primeira tentativa, foi
leva a informações de épocas passadas, baseada nas observações contidas na
são as observações das regiões no limite do paleontologia, entretanto, ficava muito
observável, que refletem eventos há vários empírico visto não possuir uma base
bilhões de anos. Uma visão comparativa, científica consistente, apesar de ser aceita
que possibilita a reconstrução do ciclo de pelo mundo científico. Com o avanço da
evolução estelar, visto existir uma grande ciência, com o conhecimento sobre a
diversidade de tipologia nas estrelas, em radioatividade, tornou-se possível a
relação à sua massa, tamanho, cor, determinação do tempo que leva para dar-
temperatura, idade etc. Sabe-se que a vida se a transmutação de um elemento em
de uma estrela é muito longa, bilhões de outro, o que se dá pela mudança do número
anos, e o grande número delas faz com que atômico, com perda de elétrons, mais
seja possível verificar a existência de muitas partículas do próprio núcleo do átomo e
delas em diferentes fases de evolução energia, sob a forma de radiações, com
estelar, desde a sua formação até o seu esses avanços científicos, os cientistas
desaparecimento ou a sua transformação podem, hoje, fazer a datação dos principais
em outro objeto diferente no Universo. eventos da Terra.
Quando perguntamos como foi criado o O conhecimento das principais
Universo, uma das respostas mais comum é características do Sol, Lua e da Terra, são
que foi criado por Deus, ora isso é o óbvio importantes para o desvendamento sobre a
do óbvio, o ser estudioso necessita de um evolução da vida e das transformações por
embasamento científico, de leitura, para que passou e passa o nosso planeta.
colocar em prática o seu lado crítico criador, A meteorologia é uma ferramenta
para responder a essa pergunta, para tanto, importante para melhor entendermos o
nesta apostila, tanto na parte escrita, como nosso planeta, ensina quais aparelhos
nas sugestões de leitura, o discente poderá utilizamos e como tomar os dados, saber
criar o seu embasamento para responder e conviver com as adversidades é muito
esta questão e outras muito interessantes. importante, principalmente no nosso semi-
Para os cientistas realizarem a árido, onde impera a indústria da seca.
reconstituição da história da Terra, eles se O autor
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SUMÁRIO

ASSUNTOS PÁGINA

Apresentação 5

CAPITULO I
Noções de geologia, teorias sobre o universo, gênese da terra, 7-31
paleontologia, processos de datação, astros, movimentos da
terra e meteorologia.

CAPITULO II
Estrutura da terra; processos endógenos e exógenos; tectônica 32-57
de placas e deriva continental; terremotos / ondas sísmicas;
vulcões; magma e vulcanismo; produtos vulcânicos; vulcanismo
e seus efeitos no meio ambiente; vulcanismo e seus benefícios;
formação das montanhas.

CAPITULO III
Minerais e rochas; estrutura cristalina; principais minerais; 58-69
argilominerais; importância do conhecimento; rochas ígneas ou
magmáticas; rochas sedimentares; rochas metamórficas

CAPITULO IV
Solo, fatores de formação do solo, perfil do solo, cassificação 70-79
brasieira de solos, frações do solo, atividades das partículas do solo,
textura do solo, estrutura do solo, cálculos analíticos
interpretações.

CAPITULO V
Excursão, uma prática pedagógica na aprendizagem 80-86
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CAPITULO I
NOÇÕES DE GEOLOGIA, TEORIAS SOBRE O UNIVERSO, GÊNESE DA TERRA,
PALEONTOLOGIA, PROCESSOS DE DATAÇÃO, ASTROS, MOVIMENTOS DA
TERRA E METEOROLOGIA.

APRESENTAÇÃO submetidos a altas pressões e


temperaturas, adquirindo consistência
Da mesma forma que podemos dividir a semelhante à das rochas cristalinas
nossa vida em etapas, infância, juventude, primitivas. Do ponto de vista geológico,
maturidade e velhice; a existência da Terra nesse período ocorreu o resfriamento da
também pode ser dividida em vários Terra e os minerais solidificados formaram
momentos. as primeiras rochas magmáticas.
Quanto a formação da Terra a teoria mais No Proterozóico, ocorreu a primeira “crise
aceita hoje, é chamada de acreação, que de poluição” , visto que há
com o acumulo destas partículas de aproximadamente 2,2 bilhões de anos atrás,
diversos tamanhos, formaram planetésimos, em diversas partes da Terra encontrou-se
protoplanetas e planetas. A Terra primitiva evidências da presença de óxidos de ferro
era muito quente, devido a liberação de em paleossolos (solos antigos), onde
energia cinética durante seu crescimento, ocorrem “camadas vermelhas” que contêm
decadência de elementos radioativos em óxidos de ferro, apontando um aumento
seu interior. O derretimento parcial do razoavelmente rápido nos níveis do
interior da Terra permitiu que o ferro e o oxigênio. O oxigênio no Arqueano
níquel mais densos ficassem no centro, representava menos de 1% dos níveis
formando um núcleo metálico. O magma atuais, mas há aproximadamente 1,8 bilhão
rico em sílica subir até a superfície para de anos, os níveis de oxigênio aumentaram,
formar um oceano de magma. O material atingindo cerca de 10% acima dos níveis
restante entre o núcleo e o oceano de atuais.
magma formou o manto. O oceano de O Éon Fanerozóico, graças aos inúmeros
magma teria esfriado para formar uma tipos de sedimentos que se originaram nas
camada de crosta basáltica como está várias partes do mundo, devido o trabalho
presente em baixo dos oceanos hoje. A das águas, dos ventos, das geleiras e dos
crosta continental seria formada depois. próprios seres vivos sobre as rochas do
Esse período é chamado de Éon Pré- Pré-Cambriano, desgastando-se,
Cambriano, compreendendo cerca de 4/5 transportando-as e redepositando-as em
da história da Terra. As rochas que restam diferentes condições e locais do planeta.
desse tempo são principalmente cristalinas,
isto é, formadas diretamente por
resfriamento e solidificação do magma e por
sedimentos consolidados, que foram

GEOLOGIA
DEFINIÇÃO
Etimologicamente falando a palavra vem do
Grego que quer dizer GEO = Terra e É a ciência que estuda a Terra, sua
LOGOS = pensamento, ciência, em tese é a formação, composição, seus processos
ciência que estuda a Terra.
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internos, externos e sua evolução no
espaço e no tempo.
A geologia como ciência, procura decifrar a UM POUCO DE HISTÓRIA
história geral da Terra, desde o momento
em que se formaram as rochas até o Observando os depósitos fluviais, Tales de
presente, distinguindo-se, para efeito Mileto ( 636-648 a C ) dizia que a água era
didático, em Geologia Geral ou Dinâmica e o agente formador de toda a Terra. Já
Geologia Histórica. Anaxímenes ( 480 a C ) dizia ser o ar;
Heráclito (576-480 a C) dizia que era o fogo.
Dinâmica Aristóteles (384 – 322 a C ) afirmava que os
terremotos eram produzidos por fortes
É o estudo da composição, estrutura e dos ventos dentro da Terra, que produziam as
fenômenos genéticos formadores da crosta erupções vulcânicas, já Sêneca ( 2- 63 d C )
terrestre, assim como do conjunto geral de dizia que a fricção produzida pelos ventos
fenômenos que agem não somente sobre a determinaria o aumento da temperatura,
superfície, como também em todo o interior inflamando os depósitos de enxofre e outros
do nosso planeta. combustíveis originando-se estão os
fenômenos vulcânicos. Estrabão (63 a C –
HISTÓRICA 20 d C) reconheceu o Vesúvio como um
vulcão dormente, cita em suas obres o
Estuda e procura datar cronologicamente a afundamento e ressurgimento de ilhas. Caio
evolução geral, as modificações estruturais, Plínio Segundo é considerado o primeiro
geográficas e biológicas ocorridas na mártir da ciência, pois em 79 d C morreu
história da Terra. observando o funcionamento da erupção
vulcânica do Vesúvio, entretanto foi um
RAMIFICAÇÕES DA GEOLOGIA perspicaz observador da natureza, escreveu
37 volumes sobre a história da natureza,
PETROLOGIA: é a ciência das rochas no sendo que os 5 últimos volumes foram
sentido estrito, constituindo a base das dedicados ao reino mineral. Avicena ( 979 –
ciências geológicas, importante porque 1073 d C ), médico árabe, discordou de
através dos processos de transmutação dos várias teorias de Aristóteles. Leonardo da
elementos, chega-se a fazer a datação das Vinci ( 1452 – 1519 ) em meados do século
rochas, composição química e cristalografia. XV, corrige muitas idéias, inventa o
telescópio, fala sobre o origem correta dos
PALEONTOLOGIA: descreve e classifica fósseis e do papel da erosão na formação
os antigos seres viventes que se encontram das montanhas e rios. Geórgio Agrícola
nas rochas. (1494 – 1555 d C ), médico, entre os
diversos trabalhos geológicos que publicou
ESTRATIGRAFIA: ordena as rochas destacou-se “De re metálica” tratado sobre
estratificadas (estratos) sistematizando-as a a técnica da mineração e da mineralogia.
partir das mais antigas. Nicolas Steno (1631 – 1687 ) médico e
eclesiástico estudou sobre as rochas, falou
GEOGRAFIA: é a ciência cujos campos de sobre a geologia física, estratigrafia e tratou
ação estão na superfície da Terra e seus da história geológica da Terra. Foi o
habitantes. primeiro a apresentar por meio de perfis a
evolução geológica de uma área, escreveu
PEDOLOGIA: estudo do solo, formação, um famoso livro “De sólido inter solidum
perfil, análises física e química. É a base naturaliter contento”, foi o primeiro a
para os projetos de ocupação da verificar a constância do ângulo formado por
agropecuária, estradas, construções e faces idênticas dos cristais, formulando a
notadamente para os projetos de irrigação. idéia do crescimento dos cristais em meio
líquido. Buffon (1707 – 1788 ) influenciado
pelos ensinamentos da sagrada escritura,
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subdividiu a história geológica da Terra em estradas na Inglaterra, descobriu que os
7 grandes épocas. Abraham Werner (1749 sedimentos de cada época tinham seus
– 1815) e James Hutton (1726 – 1797 ) são fósseis, surgindo de suas pesquisas o
considerados os pais da geologia atual. primeiro mapa geológico, com divisões
Werner defendia a corrente Netunista, estratigráficas baseadas nos fósseis.
baseiava-se na história bíblica segundo a Eduard Suess (1831 – 1914 ) esclareceu a
qual todas as rochas tinham o seu início história física da crosta e sintetizou a
num oceano de águas espessas e turvas constituição geológica do globo terrestre na
que cobriam a superfície da Terra. As sua imortal obra “ Das Anttitz der Erde”.
rochas calcárias, graníticas e basálticas
formaram-se a partir de precipitados No fim do século passado, duas instituições
químicos. Já Hutton pertencia a corrente foram importantes para o desvendamento
Uniformista, contestou a teoria do dilúvio, dos mistérios do nosso planeta, que são:
verificou perturbações de rochas, Geological Society of London e Société
seqüências de estratos, cortes inclinados Géologique de France, que tinham como
etc. Concluiu que todas as rochas se finalidade estudar em conjunto os
formaram de material levado de outras problemas geológicos e as discussões dos
rochas mais antigas, explicando a formação novos dados coletados.
de todas as rochas. Em resumo, a erosão e O incremento da geologia foi progressivo,
o tempo foram os responsáveis. Uma frase continuando a ser até hoje, onde os
de Button causou na época uma grande principais trabalhos são publicadas nas
polêmica “Não encontramos nenhum sinal seguintes revistas: Taschenbuch der
de um começo, nenhuma perspectiva de um geologie and geoguoste, Jahrbuch fur
fim”. mineralogie, Geognosie, Geologie and
William Smith (1769 – 1839), não tendo petrefaktenkunde e The american journal of
nada a ver com a briga das correntes sciences.
Netunista e Uniformista, em trabalhos de
canais (canal Somerset) e de várias

UNIVERSO interestelares de baixa densidade, mas


também regiões de densidade extrema, os
A Astronomia nos ensina que o cosmo é buracos negros, que podem sugar qualquer
formado por incontáveis estrelas, planetas, matéria, em virtude de sua gigantesca força
asteróides, etc. formando as galáxias. Neste gravitacional, nem mesmo a luz consegue
mundo inimaginável observamos que os escapar dos buracos negros.
astros dispõem-se de uma maneira Quem olha para o céu numa noite escura
ordenada, seguindo hierarquias. As estrelas sem o auxílio de um telescópio pode ver até
agrupam-se primeiramente em galáxias, 6 mil estrelas brilhando, parece muito mais
cujas dimensões são da ordem de 100.000 não é, os astrônomos presumem a
anos-luz de forma elíptica ou espiral. existência de pelo menos 100 bilhões de
A estrutura interna das galáxias pode conter galáxias, cada uma contendo outros
mais de 100 bilhões de estrelas de todas as inimagináveis 100 bilhões de estrelas,
dimensões, com incontáveis profundamente afastadas no espaço e no
particularidades, podendo citar como tempo. Esses astros vão entrando em
exemplo os quasars, objetos com colapso lentamente como conseqüência de
dimensões ao nosso sistema solar, sucessivas explosões cósmicas e o material
contendo imensa quantidade de energia de sua composição acaba se espalhando
(possivelmente Rádio) que brilha com pelas galáxias.
grande intensidade. Cada quasars é O Universo conhecido se encontra
provavelmente o núcleo de uma galáxia projetado num disco de 40 bilhões de anos
remota, observa-los significa testemunhar luz de diâmetro, as galáxias por sua vez, se
os primeiros tempos do Universo. As agrupam formando os aglomerados, que
galáxias podem conter enormes espaços podem conter algumas dezenas a alguns
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milhares de galáxias. A Via Láctea pertence muito longa, bilhões de anos, e o grande
ao Grupo Local, que inclui também a número delas faz com que seja possível
galáxia de Andrômeda (M 31) e as Nuvens verificar a existência de muitas delas em
de Magalhães (M 33) ou Nebulosa do diferentes fases de evolução estelar, desde
Triângulo, com um diâmetro de cerca de a sua formação até o seu desaparecimento
150 milhões de anos-luz, estando afastadas ou a sua transformação em outro objeto
da Via Láctea por 2,2 e 2,3 milhões de diferente no Universo.
anos-luz, respectivamente. Para entender a evolução sobre a evolução
A nossa Via Láctea é uma galáxia do tipo do Universo, devemos recorrer a vários
espiral, tem cerca de 100 mil anos-luz de cientistas em diversas épocas, vejamos
diâmetro, sendo constituída por 250 bilhões como se avançou neste campo:
de estrelas.O o nosso Sol está localizado
em braço periférico da galáxia, chamado de A hipótese de Laplace ( 1796 )
Orion, com diâmetro de 7 mil anos-luz. O
Sol se move a 250 quilômetros por segundo Foi elaborada em 1796, essa teoria foi
e desde que surgiu, até agora, ele deu 23 aprimorada com o tempo, hoje em dia,
voltas em torno do centro da Via Láctea A grande parte dos astrônomos procura unir a
Via Láctea possui também um núcleo, onde teoria de Laplace com o Big-bang, que
aparecem os agrupamentos das estrelas explica a origem do Universo.
jovens.
Para compreender o Universo que Sistema estático ( 1937 )
habitamos, devemos fazer um passeio até
os limites do que foi observado pela ciência, Albert Einstein, quando formulou a Teoria
podemos ter como ponto de partida o da Relatividade, trabalhava com a
sistema solar, onde estão a Terra e os concepção de que o universo era estático,
outros planetas, a partir daí, a viagem se dá ou seja não se expandia, isso levado por
por etapas, em primeiro lugar, a Galáxia em suas crenças cristãs. A teoria era tão boa
que se encontra o Sol e seus planetas e as que contrariava matematicamente a
estrelas e constelações próximas; em concepção errônea de seu criador. As
seguida, a Via Láctea, depois o chamado equações de Einstein apontavam
Grupo Local ( o aglomerado de galáxias justamente o contrário. O universo só
formada pela Via Láctea e suas vizinhas), o poderia se expandir, e violentamente. Seus
Superaglomerado Local a que pertence o cálculos só davam certo levando em conta
Grupo Local e, finalmente, os limites do um universo em movimento. Einstein
Universo observável pelos instrumentos contornou momentaneamente o problema
mais sofisticados de medição. criando a “constante cosmológica”, uma
variável que, encravada nas equações,
As observações astronômicas nos conseguia fecha-las para os cálculos num
conduzem a pelo menos duas reflexões universo estático. Mais tarde Einstein
para os temas da origem do Universo e da confessou ao físico George Gamow que “ a
matéria nele concentrada: introdução da constante cosmológica foi o
Uma visão retrospectiva, onde a maior erro de sua vida.
observação das feições mais distantes nos
leva à informações de épocas passadas, Sistema aberto ( 1929 )
são as observações das regiões no limite do
observável, que refletem eventos há vários Quase uma década após a publicação da
bilhões de anos. Teoria da Relatividade, o físico americano
Uma visão comparativa, que possibilita a Edwin Hubble (1889-1953) em 1929, propôs
reconstrução do ciclo de evolução estelar, o modelo de universo em expansão. Não
visto existir uma grande diversidade de era preciso uma anti-gravidade para evitar o
tipologia nas estrelas, em relação à sua deslocamento das galáxias. Einstein, então
massa, tamanho, cor temperatura, idade entendeu qual era o problema de suas
etc. Sabe-se que a vida de uma estrela é equações. A Teoria da Relatividade
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reproduzia as leis do universo com tal fraco som que não se alterava com a
clareza que bastou desprezar a “constante mudança de posição da antena. Após várias
cosmológica” para que suas regras tentativas, revisão do material, lá estava de
fizessem sentido outra vez. novo o barulho. Um amigo da dupla sugeriu
Hubble inferiu daí que um dia as galáxias que se procurasse ajuda da Universidade
estiveram unidas num único ponto, surgindo de Princeton, onde uma equipe de físicos
daí a idéia do Big-Bang, a explosão criadora desenvolvia estudos teóricos sobre a
do universo. Também surgiu uma dúvida: universo após o Big Bang. A evidência mais
quando isso ocorreu? Hubble calculou a forte de que a radiação captada por Penzias
idade do cosmo em dois bilhões de anos, e Wilson eram os ecos do Big Bang veio
número impossível pois já se conheciam na com a medição do comprimento de onda,
época rochas terrestres com o dobro dessa idêntico ao que os cientistas de Princeton
idade ( o sistema solar tem 4,6 bilhões de haviam calculado para as radiações da
anos ). Para descobrir a idade correta, explosão, 15 bilhões de anos atrás. O ruído
faltava aos astrônomos a tecnologia para foi batizado de “radiação cósmica de fundo”.
medir as distâncias e a velocidade de
afastamento das galáxias. Passados 70 Sistema cíclico ( 2002 )
anos, oito anos de trabalho intenso do
telescópio espacial Hubble, chegou-se ao “ O Universo se destrói e se refaz em
resultado. O Big Bang foi há 15 bilhões de implosões e explosões separadas por
anos, anunciaram solenemente na revista trilhões de anos”. Big Bangs (grandes
Science pesquisadores de universidades explosões) e Big Crunchs (grandes
dos EUA, da Austrália e da NASA. Tão implosões), essa é a teoria de Paul
importante quanto essa descoberta foi a Steinhart (físico de Princeton) e Neil Turok
constatação de que, em vez de desacelerar, (matemático de Cambridge), vejamos como
a expansão está acelerando. Conclui-se daí os mesmos estão tratando do assunto.
que, num futuro remoto, digamos, daqui a O Universo, tal qual é conhecido, vai
meio trilhão de anos, mesmo os telescópios terminar em um colapso, a causa é uma
mais potentes serão incapazes de focalizar misteriosa energia que hoje está acelerando
as galáxias vizinhas da Via Láctea. a expansão do cosmo. Eles propõem um
A prova do Big bang, só ocorreu em 1965 novo modelo cosmológico que derrubaria,
por Arno Penzias e Robert Wilson do de uma vez, a idéia de um único Big Bang e
laboratório Bell (Estados Unidos) – Prêmio o processo eterno de expansão. Em
Nobel, 1978 (Radiação de fundo). A cosmologia, inflação é o que teria feito o
descoberta dos ruídos remanescentes da Universo se espalhar rapidamente, poucos
grande explosão aconteceu por acaso em instantes após seu surgimento, evitando
1964, numa montanha do Estado americano uma implosão logo após a explosão inicial.
de Nova Jersey, os astrônomos Arno O conceito é crucial para a versão mais
Penzias e Robert Wilson passaram a aceita da teoria do Big Bang, mas
primavera de 1964 tentando medir a Steinhardt e Turok o descartam em seu
intensidade das ondas de rádio emitidas por novo modelo. A nova teoria propõe que o
uma galáxia. Dispunham da mais moderna “Universo seja cíclico, ou seja, composto
tecnologia da época, desenvolvida pela por seqüências intermináveis de Big Bangs
empresa telefônica americana Bell, que (grandes explosões) Big Crunchs (grandes
instalou para a dupla uma potente antena implosões), que nunca tiveram um início e
na montanha. A experiência não dava certo nunca terão um fim”. O que impulsiona o
devido a um estranho zumbido, de origem Universo rumo à expansão em seu novo
não identificada. Durante semanas, Penzias modelo é uma entidade misteriosa chamada
e Wilson tentaram, sem sucesso, isolar a de “energia escura”. O nome vem do fato de
antena do persistente sinal de microondas. os físicos já saberem, por observação, que
Precisavam ter a segurança de que os ela está lá hoje, mas não terem a menor
sinais que captavam vinham todos do idéia do que a produz. A tal energia escura
espaço, mas não conseguiam se livrar do é uma pedra no sapato dos defensores do
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Big Bang único e do chamado Universo bilhões de anos e deve continuar por outros
inflacionário. Embora o enigma não derrube trilhões, até que tudo já tenha sido
a teoria, a verdade é que ela nunca previu dissolvido no vácuo. Até mesmo os buracos
que essa aberração existiria. negros, objetos com maior concentração de
Foi por falta de evidência definitiva sobre a massa de que já se teve notícia, acabariam
existência dessa forma energética esfarelados pela ação da energia escura.
misteriosa que físicos italianos, com base Nesse momento, segundo suas previsões
em análises do eco do Big Bang (a radiação matemáticas, a energia escura viraria a
cósmica de fundo), afirmaram há dois anos casaca e passaria a aglutinar os corpos,
que o Universo iria se expandir para vez de separa-los. A matéria continuaria
sempre, por falta de massa para impedir a voltando a se compactar, até se concentrar
expansão. A única força conhecida capaz em um único ponto. Depois da implosão,
de causar um Big Crunch, a gravidade, não um novo Big Bang ocorreria e o ciclo
seria forte o suficiente para fazer o serviço. começaria de novo. “ Parece que temos
Atualmente a energia escura está agora duas possibilidades dispares”,
acelerando a expansão cósmica, o que escreveu a dupla na conclusão de um artigo
corrobora a idéia de que o universo nunca publicado ontem eletronicamente pela
acabará numa implosão, mas, dizem os Science (www.sciencex press.or). “ Um
autores, no futuro distante, daqui a trilhões Universo com um início definido e um
de anos, ela terá o efeito inverso. Para eles, Universo feito e refeito para sempre. O
a energia escura esteve atuando desde o árbitro definitivo será a natureza”.
início do atual ciclo do Universo, o nosso
Big Bang não teria sido o primeiro, de
acordo com eles, aumentando a expansão.
Isso aconteceu durante os últimos 15

CRONOLOGIA DO UNIVERSO  Com 1012 graus Celsius e com 10-8


e 10-4 segundos, formação dos
INÍCIO prótons e nêutrons, formando o
núcleo de átomos.
O cosmo era menor que um átomo, toda a  Com 1012 graus Celsius e com 10-4
matéria se resumia a uma esfera um trilhão e 10-3 segundos, os núcleos
de vezes menor que 1 centímetro. vencem os antinúcleos, formando a
matéria (A DERROTA DA
ANTIMATÉRIA).
 Com 1028 graus Celsius e com 10-38
segundos aparece a 1a força: a  Entre 1012 e 30.000 graus Celsius e
gravidade. entre 10-2 e 102 segundos, vários
 Com 1028 graus Celsius e com 10-36 eventos:
segundos aparece a força nuclear Liberação dos neutrinos.
forte, formando os quarks que vão Sobrevivência dos elétrons.
formar prótons. Síntese dos primeiros elementos.
 Com 1028 graus Celsius e com 10-36 Os nêutrons se desintegram em
e 10-13 segundos surgem os quarks prótons que colidem formando
e os anti-quarks que se atacam núcleos de hidrogênio pesado
mutuamente até que os primeiros (Deutério) e Hélio.
aniquilem os segundos.
 Com 1015 graus Celsius e com 10-13  Entre 1012 e 30.000 graus Celsius e
e 10-8 segundos, surgem o eletro- entre 10-2 e 104 anos. Termina a
magnetismo e a força nuclear fraca. síntese do hidrogênio. Os núcleos
Daí em diante 4 forças se de hélio consomem os nêutrons. Os
encarregam de governar o universo. prótons que restam formam os
núcleos do Hidrogênio.
13
choque de uma supernova. Formação de
 Entre 30.000 e –270 graus Celsius um grande disco giratório com a maior parte
e entre 104 e 108 anos. Surge um de massa na forma de gás de hidrogênio
período de plasma é o fim da concentrada no centro, formando o proto
radiação. O Universo esfria. Os Sol. Formação de partículas de poeira de
elétrons são atraídos e formam os tamanho e composição discrepantes,
núcleos dos átomos. acumulo destas partículas em tamanhos
maiores e maiores, formando planetésimos,
 Entre 30.000 e –270 graus Celsius protoplanetas e planetas.
e entre 108 e 109 anos. Nascem as
galáxias e as estrelas. Modernamente, após a descoberta da meia
 Entre 30.000 e –270 graus Celsius vida dos elementos, ou seja os níveis de
e entre 109 e 1010 anos. É o Oxigênio na Terra teve variações e isso
chamado ciclo das estrelas, extinção provocou muitas alterações nos seres que
de umas para formar outras e os habitavam a nossa Terra. Hoje existe uma
planetas. estabilidade de O2 em torno de 21%, devido
 Entre 30.000 e –270 graus Celsius ao equilíbrio entre fotossíntese e respiração,
e entre 1010 e 1011 anos. entretanto, no passado, a oscilação
Desenvolvimento da Terra ( últimos começou há 2 bilhões de anos quando o
3 bilhões de anos ). nível de O2 situava-se em torno de 2%, esse
 Entre 10-10 e 1040 graus Celsius e nível aumentou para 20% há 550 milhões
entre 1011 a 10100 anos. de anos, subindo para 35% há 300 milhões
Velhice da Via Láctea de anos, caiu para 15 % há 250 milhões de
Extinção das estrelas anos, voltou a subir para 25% há 100
O fim da Via Láctea milhões de anos e hoje está estável em
Os prótons se desintegram, sobrando só 21%. Essa tese é fantástica ainda, pois
a radiação cósmica desvenda o elo da teoria de Darwin, pois
O fim dos buracos negros (explodem). explica as ocorrências bruscas na evolução
das espécies, pedra no sapato de Darwin,
pois a teoria da evolução explicava que
GÊNESE deveria ser lenta e gradual (Sapiens, 2004).
Até então a atmosfera era dominada pelo
Formação da Terra gás carbônico. O Oxigênio é um destruidor
poderoso de compostos orgânicos. Os
A teoria mais aceita hoje, é chamada de organismos tiveram que desenvolver
acreação (crescimento, acréscimo por métodos bioquímicos para reter o Oxigênio,
justaposição), segundo essa hipótese, a um destes métodos foi a respiração
formação de todos os corpos naturais que aeróbica.
giram em torno do Sol deu-se por um A Terra primitiva era muito quente, devido a
processo de aglomeração de partículas, liberação de energia cinética durante seu
dentro de uma espécie de nuvem de poeira crescimento, decadência de elementos
e gás que circundava o Sol primitivo, à radioativos em seu interior e a colisão que
maneira de um grande disco, como os que formou a Lua. O derretimento parcial do
circundam Saturno e outros planetas ainda interior da Terra permitiu que o ferro e o
hoje. Vejamos o esquema: níquel mais densos ficassem no centro,
formando um núcleo metálico. O magma
Poeira cósmica  corpúsculos rico em sílica subir até a superfície para
maiores  coágulos  blocos ( 1 formar um oceano de magma. O material
restante entre o núcleo e o oceano de
Km-planetésimos )  protoplanetas 
magma formou o manto. O oceano de
planetas
magma teria esfriado para formar uma
camada de crosta basáltica como está
Formação e contração da nebulosa solar
presente em baixo dos oceanos hoje. A
original, provavelmente devido a ondas de
14
crosta continental seria formada depois. A menores: naquela época, as velocidades de
formação de grande parte da atmosfera revolvimento desse magma semilíquido,
inicial e dos oceanos foi conseqüência do altamente viscoso, eram da ordem de
derretimento parcial e diferenciação da alguns metros por ano. O núcleo central, já
Terra que teria permitido a liberação de estava constituído em 75%. Há cerca de 3,8
combinações gasosas. Os atuais vulcões bilhões de anos, começavam a formar-se as
libertam gases e magma que são trazidos primeiras placas continentais, constituídas
ainda a superfície, compostos de vapor de de rochas mais leves flutuando como uma
água, CO2 , CO , N2 , H2 e Cloreto de espuma sobre as rochas pesadas do
Hidrogênio. O vapor de água teria magma.
condensado na atmosfera e as violentas
descargas elétricas tornaram possível a Do ponto de vista geológico, nesse período
passagem da água do estado sólido para o ocorreu o resfriamento da Terra e os
líquido, formando os oceanos. As violentas minerais solidificados formaram as
descargas elétricas, radiações ultravioletas, primeiras rochas magmáticas. Atualmente a
provocaram ruptura das ligações rocha mais antiga descoberta é uma rocha
químicas, o Hidrogênio (elemento mais metamórfica da Formação Acosta do
abundante do cosmo) vai formar Hélio, os Canadá de 3,8 a 4,0 bilhões de anos,
núcleos estelares passam a fundir Hélio em embora grãos do mineral Zircão, de rochas
Carbono, depois Carbono em Oxigênio, e da Austrália ocidental foram datadas de 4,1
por aí vai. Os radicais livres, resultantes da a 4,2 bilhões de anos.
quebra, originaram moléculas, dentre as No Arqueano a atmosfera era muito
quais os primeiros aminoácidos (a.a). As diferente da que respiramos hoje, sendo
moléculas orgânicas foram carreadas, composta principalmente por metano,
combinaram-se entre si, formando as amônia e de outros gases que seriam
primeiras proteínas, que foram até os mares tóxicos a maioria da vida em nosso planeta.
primitivos. Nos mares, as proteínas Também nessa era, a crosta da terra esfriou
formaram os coacevados. Choques e e as rochas e placas continentais
reações químicas aumentaram a começaram a se formar. Durante o
complexidade molecular, chegando a Arqueano a vida apareceu primeiramente
duplicar-se. Estágio da primeira forma viva, no mundo. Nossos fósseis mais antigos
capaz de duplicar-se, principal característica datam de aproximadamente 3,5 bilhões de
dos seres vivos. Segundo os especialistas, anos e são constituídos de microfósseis e
esse período é chamado de Éon Pré- bactérias. De fato, toda a vida por mais de
Cambriano. As rochas que restam desse um bilhão de anos era formada
tempo são principalmente cristalinas, isto essencialmente por bactérias.
é, formadas diretamente por resfriamento e Surgimento de rochas magmáticas e
solidificação do magma e por sedimentos metamórficas. Segundo o professor Kei
consolidados, que foram submetidos a altas Sato da USP, “os moradores de Brumado,
pressões e temperaturas, adquirindo Ba. vivem no lugar mais antigo da América
consistência semelhante à das rochas do Sul – e um dos mais velhos do mundo.
cristalinas primitivas. O panorama terrestre As rochas de seu solo, os granitos usados
era o seguinte: o manto solidificava-se em suas construções e sobre os quais a
rapidamente em conseqüência das grandes população assentou as fundações de suas
perdas de calor para o espaço através da casas solidificaram-se entre 3,8 e 3,5
superfície. Movimentos enérgicos de bilhões de anos”.
convecção provocavam ainda freqüentes No Proterozóico, período da história da
rupturas, explosões, formação de inúmeros Terra que começou há 2,5 bilhões de anos
vulcões, derrames de magma sobre e terminou por volta de 570 milhões de
grandes áreas da superfície, por cima de anos. Muitos dos eventos da história da
rochas já solidificadas. Esses movimentos Terra e da vida ocorreram durante essa era.
de convecção, ainda subsistem hoje, só Foi nesse intervalo que ocorreu a primeira
com velocidades centenas de vezes “crise de poluição” , visto que há
15
aproximadamente 2,2 bilhões de anos atrás, Com a descoberta no Pré-Cambriano
em diversas partes da Terra encontrou-se superior (Vendiano / Ediacariano) de formas
evidências da presença de óxidos de ferro de vida complexas o termo Fanerozóico
em paleossolos ( solos primitivos – antigos perdeu muito de seu significado, mas ainda
), onde ocorrem “camadas vermelhas” que pode ser usado para definir o período do
contêm óxidos de ferro, apontando um desenvolvimento e evolução dos grupos
aumento razoavelmente rápido nos níveis como artrópodes, moluscos, vertebrados,
do oxigênio. O oxigênio no Arqueano etc.
representava menos de 1% dos níveis Neste Éon, torna-se muito mais fácil
atuais, mas há aproximadamente 1,8 bilhão reconhecer as diferentes eras, subdivididas
de anos, os níveis de oxigênio aumentaram, em diferentes períodos, graças aos
atingindo cerca de 10% acima dos níveis inúmeros tipos de sedimentos que se
atuais. Acredita-se que esse aumento tenha originaram nas várias partes do mundo,
decorrido do surgimento dos primeiros devido o trabalho das águas, dos ventos,
seres fotossintetizantes, cuja atividade das geleiras e dos próprios seres vivos
biológica pode ter contribuído para esse sobre as rochas do Pré-Cambriano,
evento. desgastando-se, transportando-as e
Com os achados arqueológicos das redepositando-as em diferentes condições e
libélulas gigantes (meio metro de locais do planeta. Os fósseis encontrados
envergadura) em Bolsover, Inglaterra e em cada um desses sedimentos permitem
através de outros experimentos com não só caracterizar sua formação como
animais, o cientista Robert Berner, da também estabelecer sua idade aproximada.
Universidade de Yale (livro Oxygen-The
molecule that made the world, Nick Lane,
Oxford University Press, Reino Unido, 2002 PALEONTOLOGIA
), provocou uma revolução ao defender sua
tese de qmentares, formação dos escudos Da mesma forma que podemos dividir a
cristalinos (Brasileiro e Guiano ). Formação nossa vida em etapas, infância, juventude,
das jazidas e minerais metálicos. Formação maturidade e velhice; a existência da Terra
das Serra do Mar e da Mantiqueira. também pode ser dividida em vários
momentos. Para tanto os especialistas
O Éon Fanerozóico é o mais recente, sendo criaram uma terminologia apropriada. A
representado por uma vasta gama de paleontologia ( do grego palaiós = antigo,
registro fóssil. É também o intervalo no qual ontos = ser e logos = estudo ) é a ciência
nos encontramos agora. Quase todo o que estuda os fósseis.
conhecimento paleontológico provém deste Para os cientistas realizarem a
bloco. reconstituição da história da Terra, eles se
O Fanerozóico representa um período baseiam nos estudos das rochas e dos
relativamente breve, em relação à idade da fósseis. O estudo dos fósseis, isto é, dos
Terra e do universo, de pouco mais de meio restos ou vestígios de seres orgânicos
bilhão de anos. Constitui a idade da vida (vegetais ou animais) que deixaram suas
animal e multicelular na Terra. Durante este marcas nas rochas sedimentares da crosta
período de tempo organismos multicelulares terrestre, permite aos estudiosos saber
deixaram um registro fóssil detalhado e também sobre o passado da Terra.
construíram complexos ecossistemas e
construíram complexos ecossistemas e Por exemplo, as espécies animais e
diversificadas espécies. vegetais que existiram em épocas passadas
O termo Fanerozóico geralmente é aplicado e as variações do clima, pois cada animal
para o Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico. ou vegetal apresenta um tipo de estrutura
Isto contrasta com o Pré-Cambriano que para cada tipo de clima. Hoje,
durou muito mais tempo, mas foi modernamente, após a descoberta da meia
caracterizado por micro-organismos que vida dos elementos, ou seja dos processos
geralmente não deixaram fósseis. de transmutação, é possível fazer-se a
16
datação através do C 14 , bem como através intervalo de tempo para se determinar as
da meia vida do Urânio, servindo assim diferentes fases da história geológica de
como ferramenta para datação das rochas e nosso planeta.
minerais que existem na Terra. Para um
maior entendimento, criou-se unidades de

Convencionou-se subdividir a história da bilhões de anos, começavam a formar-se as


Terra em dois grandes blocos temporais, primeiras placas continentais, constituídas
conhecidos como Éons. de rochas mais leves flutuando como uma
espuma sobre as rochas pesadas do
ÉON PRÉ-CAMBRIANO magma.

O mais antigo, é o Éon Pré-Cambriano, que ÉON FANEROZÓICO


representa o período no qual o nosso
planeta se forma, assim como também O Éon Fanerozóico é o mais recente, sendo
compreende a origem da vida. É também o representado por uma vasta gama de
mais longo, ocupando aproximadamente registro fóssil. É também o intervalo no qual
90% da história geológica. No entanto, nos encontramos agora. Quase todo o
dadas as características desse intervalo, o conhecimento paleontológico provém deste
registro é extremamente raro e bloco.
fragmentado, seja porque os fósseis teriam O Fanerozóico representa um período
sido destruídos em conseqüência dos relativamente breve, em relação à idade da
fenômenos vulcânicos e químicos muito Terra e do universo, de pouco mais de meio
intensos. Esse bloco é, por isso, bilhão de anos. Constitui a idade da vida
denominado Azóico e compreende cerca de animal e multicelular na Terra. Durante este
4/5 da história da Terra. As rochas que período de tempo organismos multicelulares
restam desse tempo são principalmente deixaram um registro fóssil detalhado e
cristalinas, isto é, formadas diretamente construíram complexos ecossistemas e
por resfriamento e solidificação do magma e construíram complexos ecossistemas e
por sedimentos consolidados, que foram diversificadas espécies.
submetidos a altas pressões e O termo Fanerozóico geralmente é aplicado
temperaturas, adquirindo consistência para o Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico.
semelhante à das rochas cristalinas Isto contrasta com o Pré-Cambriano que
primitivas. Esse Éon, estende-se desde a durou muito mais tempo, mas foi
formação da Terra até cerca de 570 milhões caracterizado por micro-organismos que
de anos. Há cerca de 4,3 bilhões de anos, o geralmente não deixaram fósseis.
panorama terrestre era o seguinte: o manto Com a descoberta no Pré-Cambriano
solidificava-se rapidamente em superior (Vendiano / Ediacariano) de formas
conseqüência das grandes perdas de calor de vida complexas o termo Fanerozóico
para o espaço através da superfície. perdeu muito de seu significado, mas ainda
Movimentos enérgicos de convecção pode ser usado para definir o período do
provocavam ainda freqüentes rupturas, desenvolvimento e evolução dos grupos
explosões, formação de inúmeros vulcões, como artrópodes, moluscos, vertebrados,
derrames de magma sobre grandes áreas etc.
da superfície, por cima de rochas já Neste Éon, torna-se muito mais fácil
solidificadas. Esses movimentos de reconhecer as diferentes eras, subdivididas
convecção, ainda subsistem hoje, só com em diferentes períodos, graças aos
velocidades centenas de vezes menores: inúmeros tipos de sedimentos que se
naquela época, as velocidades de originaram nas várias partes do mundo,
revolvimento desse magma semilíquido, devido o trabalho das águas, dos ventos,
altamente viscoso, eram da ordem de das geleiras e dos próprios seres vivos
alguns metros por ano. O núcleo central, já sobre as rochas do Pré-Cambriano,
estava constituído em 75%. Há cerca de 3,8 desgastando-se, transportando-as e
17
redepositando-as em diferentes condições e estelares passam a fundir Hélio em
locais do planeta. Os fósseis encontrados Carbono, depois Carbono em Oxigênio, e
em cada um desses sedimentos permitem por aí vai. Os radicais livres, resultantes da
não só caracterizar sua formação como quebra, originaram moléculas, dentre as
também estabelecer sua idade aproximada. quais os primeiros aminoácidos ( a a ). As
moléculas orgânicas foram carreadas,
ERAS combinaram-se entre si, formando as
primeiras proteínas, que foram até os mares
HADEANA primitivos. Nos mares, as proteínas
formaram os coacevados. Choques e
Formação e contração da nebulosa solar reações químicas aumentaram a
original, provavelmente devido a ondas de complexidade molecular, chegando a
choque de uma supernova. Formação de duplicar-se. Estágio da primeira forma viva,
um grande disco giratório com a maior parte capaz de duplicar-se, principal característica
de massa na forma de gás de hidrogênio dos seres vivos.
concentrada no centro, formando o proto Do ponto de vista geológico, nesse período
Sol. Formação de partículas de poeira de ocorreu o resfriamento da Terra e os
tamanho e composição discrepantes, minerais solidificados formaram as
acumulo destas partículas em tamanhos primeiras rochas magmáticas. Atualmente a
maiores e maiores, formando planetésimos. rocha mais antiga descoberta é uma rocha
A Terra primitiva era muito quente, devido a metamórfica da Formação Acosta do
liberação de energia cinética durante seu Canadá de 3,8 a 4,0 bilhões de anos,
crescimento, decadência de elementos embora grãos do mineral zircão, de rochas
radioativos em seu interior e a colisão que da Austrália ocidental foram datadas de 4,1
formou a Lua. O derretimento parcial do a 4,2 bilhões de anos.
interior da Terra permitiu que o ferro e o
níquel mais densos ficassem no centro, ARQUEANA OU ARQUEOZÓICA
formando um núcleo metálico. O magma
rico em sílica subir até a superfície para A atmosfera era muito diferente da que
formar um oceano de magma. O material respiramos hoje, sendo composta
restante entre o núcleo e o oceano de principalmente por metano, amônia e de
magma formou o manto. O oceano de outros gases que seriam tóxicos a maioria
magma teria esfriado para formar uma da vida em nosso planeta. Também nessa
camada de crosta basáltica como está era, a crosta da terra esfriou e as rochas e
presente em baixo dos oceanos hoje. A placas continentais começaram a se formar.
crosta continental seria formada depois. A Durante o Arqueano a vida apareceu
formação de grande parte da atmosfera primeiramente no mundo. Nossos fósseis
inicial e dos oceanos foi conseqüência do mais antigos datam de aproximadamente
derretimento parcial e diferenciação da 3,5 bilhões de anos e são constituídos de
Terra que teria permitido a liberação de microfósseis e bactérias. De fato, toda a
combinações gasosas. Os atuais vulcões vida por mais de um bilhão de anos era
libertam gases e magma que são trazidos formada essencialmente por bactérias.
ainda a superfície, compostos de vapor de Surgimento de rochas magmáticas e
água, CO2 , CO , N2 , H2 e Cloreto de metamórficas. Segundo o professor Kei
Hidrogênio. O vapor de água teria Sato da USP, “os moradores de Brumado,
condensado na atmosfera e as violentas Ba. vivem no lugar mais antigo da América
descargas elétricas tornaram possível a do Sul – e um dos mais velhos do mundo.
passagem da água do estado sólido para o As rochas de seu solo, os granitos usados
líquido, formando os oceanos. As violentas em suas construções e sobre os quais a
descargas elétricas, radiações ultravioletas, população assentou as fundações de suas
provocaram ruptura das ligações químicas, casas solidificaram-se entre 3,8 e 3,5
o Hidrogênio ( elemento mais abundante do bilhões de anos”.
cosmo ) vai formar Hélio, os núcleos
18
vertebrados, plantas vasculares e a
formação do supercontinente Pangéia. A
PROTEROZÓICA Terra girava mais rápido do que hoje, assim
os dias eram mais curtos. A Lua estava
É o período da história da Terra que mais próxima, significando marés mais
começou há 2,5 bilhões de anos e terminou fortes.
por volta de 570 milhões de anos. Muitos O Paleozóico Inferior viu os continentes
dos eventos da história da Terra e da vida agrupados ao redor do equador, com a
ocorreram durante essa era. Gondwana vagando pelo sul, lentamente e
Foi nesse intervalo que ocorreu a primeira a Sibéria, Laurêntia e a Báltica convergirem
“crise de poluição” , visto que há nos trópicos. O Paleozóico Inferior era mais
aproximadamente 2,2 bilhões de anos atrás, frio, culminando na grande idade do gelo do
em diversas partes da Terra encontrou-se Ordoviciano. O Siluriano viu climas
evidências da presença de óxidos de ferro tropicais e mares rasos e mornos.
em paleossolos ( solos primitivos – antigos Durante o Paleozóico Superior, a
), onde ocorrem “camadas vermelhas” que temperatura novamente abaixou e a idade
contêm óxidos de ferro, apontando um do gelo no Carbonífero-Permiano marcou a
aumento razoavelmente rápido nos níveis maioria de Gondwana debaixo de pesadas
do oxigênio. O oxigênio no Arqueano camadas de gelo.
representava menos de 1% dos níveis A vida mudou muito durante o Paleozóico,
atuais, mas há aproximadamente 1,8 bilhão de algas para florestas, de protocordados
de anos, os níveis de oxigênio aumentaram, para protomamíferos. Basicamente pode-se
atingindo cerca de 10% acima dos níveis dizer que o Paleozóico Inferior foi
atuais. Acredita-se que esse aumento tenha dominado por invertebrados, enquanto o
decorrido do surgimento dos primeiros meio terrestre permaneceu quase
seres fotossintetizantes, cuja atividade totalmente estéril. O Paleozóico Médio viu e
biológica pode ter contribuído para esse elevação estranhos peixes placodermos, as
evento. Até então a atmosfera era primeira plantas terrestres e insetos.
dominada pelo gás carbônico. O Oxigênio é Enquanto o Paleozóico Superior viu o
um destruidor poderoso de compostos desenvolvimento de grandes florestas de
orgânicos. Os organismos tiveram que árvores que produziam esporos, habitadas
desenvolver métodos bioquímicos para reter por uma fauna rica de artrópodes, anfíbios e
o Oxigênio, um destes métodos foi a répteis.
respiração aeróbica. O Paleozóico testemunhou várias crises na
No campo da geologia destaca-se a história da vida. No Cambriano Inferior, no
formação das primeiras rochas Ordoviciano e no Devoniano Superior. Mas
sedimentares, formação dos escudos a pior extinção foi a que marcou o fim da
cristalinos ( Brasileiro e Guiano ). Formação Era Paleozóica, que foi a grande extinção
das jazidas e minerais metálicos. Formação Permiana, a maior catástrofe da história da
das Serra do Mar e da Mantiqueira. vida.

PALEOZÓICA Destaques

O Paleozóico engloba um intervalo de Cambriano : Fungos, bactérias


tempo entre 570 e 280 milhões de anos Ordoviciano: Peixes
atrás, sendo dividido em seis períodos Siluriano: Plantas
(Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano: Plantas vasculares, insetos,
Devoniano, Carbonífero e Permiano). Os anfíbios
cerca de 300 milhões de anos da era Carbonífero: Gimnospermas, heléboros,
Paleozóica viram muitos eventos répteis, domínio dos anfíbios
importantes, inclusive o desenvolvimento da Permiano: Desaparecem os heléboros,
maioria dos grupos de invertebrados, a primeiros répteis, expansão dos répteis.
conquista da vida terrestre, a evolução dos
19
No campo geológico destaca-se o dinossauros. O clima esfriou e dinossauros
desenvolvimento do processo de evoluíram em continentes diferentes.
sedimentação e formação de bacias
sedimentares e formação de jazidas Em terra, dinossauros eram os animais
carboníferas. No Brasil, destaca-se a dominantes, enquanto os oceanos foram
formação de bacias sedimentares e a povoados por répteis marinhos e os
formação das jazidas carboníferas do Sul. pterossauros dominaram os ares. O clima
mundial era quente e tropical, com mares
Cambriano / Ordoviciano : Formação rasos que cobriam muitas massas
Kaleteur, Gorotire, Cubencraquém, Jaú, continentais. No começo do Mesozóico,
Jaibara, Araras, Bodoquena. Série Uatumã, todos os continentes do mundo estavam
Rio Fresco, Itajaí, Camaquã, Maricá e unidos no supercontinente Pangéia, no qual
Corumbá. se quebrou em Laurásia no norte e
Gondwana ao Sul. No final da era a maior
Siluriano : Série Trombetas, São Francisco parte dos continentes já tinham se separado
ou Bambui, Vaza Barris, Jacadigo. na forma atual.
Formação do Rio Pardo e Iapó. O final do Mesozóico foi marcado por um
grande evento de extinção em massa,
Devoniano: Série Paraná. Formação da possivelmente derivado de um grande
Serra Grande, Pimenteiras, Cabeças, cataclisma global. Dinossauros,
Longa, Tombador. Grupo Maecuru e Curuá. Pterossauros e diversos grupos de
invertebrados, entre outros, desapareceram
Carbonífero: Série Tubarão e Aquidauana. do planeta.
Formação Piauí, Montte Alegre, Nova
Olinda e Itaituba. Do ponto de vista geológico, intensa
atividade vulcânica era verificada, início da
Permiano: Série Estância e Passa Dois. separação dos continentes, formação do
Formação de Pedra do Fogo e Sepetuba petróleo e formação de bacias
sedimentares. Caracterizou-se pelos
MESOZÓICO derrames basálticos na Região Sul,
formando um planalto arenito-basáltico.
A Era Mesozóica durou mais de 160 No Triássico tivemos as Formações
milhões de anos, tendo englobado 3 Roraima, Sucunduri, Prainha, Motuca
grandes períodos : Triássico, Jurássico e Sambaiba e a Séries Perecis e São Bento.
Cretáceo. Durante este tempo, muitas No Jurássico tivemos as Formações de
formas modernas de plantas, invertebrados Uberaba e Caiuá.
e peixes evoluíram. Já no Cretáceo tivemos a formação da
O Trássico viu o aparecimento de muitos Série Acre, Itanajuri, Rio do Peixe, Araripe,
grupos de invertebrados modernos, e em Sergipe, Alagoas, Bahia, Jatubá, Urucula,
terra os répteis arcossauros substituíram os Santa Teda. Formação dos Grupos Apodi,
terapsideos e répteis mamaliformes. Nos Codó, Grajaú, Serra Negra, Iguatú,
oceanos ictiossauros ficaram tão grandes Itamaracá, Gramame, Estiva, Itapicuru,
quanto baleias. Japoatã, Bauru e Algodões.
O Jurássico viu a primeira grande
diversificação dos dinossauros. Os CENOZÓICO
mamíferos eram minúsculos. Plantas como
samambaias, cicas e coníferas Durante os mais de 70 milhões de anos da
caracterizaram a paisagem. Era Cenozóica o mundo assumiu sua forma
O período Cretáceo viu o surgimento das moderna. A maioria dos invertebrados,
plantas com flores, pássaros verdadeiros, peixes, répteis modernos já existiam, mas
uma diversificação dos peixes e o mamíferos, pássaros, protozoários e ainda
aparecimento de tipos novos de plantas com flores evoluíram e se
desenvolveram durante este período de
20
forma nunca vista. A Era Cenozóica é e ascensão das gramíneas. Isto conduziu à
dividida em dois períodos muito desiguais, o evolução de animais adaptados a vida nas
Terciário (que compõe quase todo o savanas e pradarias. Os cavalos e animais
Cenozóico) e o Quaternário que ocupa de pasto conquistaram uma história de
somente os últimos dois milhões de anos. sucesso durante esse período. Ainda havia,
Durante o Cenozóico a fragmentação das porém muitos animais de floresta.Os
massas de terra continental que iniciou no mastodontes viveram em todos os
Mesozóico continuou até sua configuração continentes menos na Austrália. Muitos
atual. O clima mundial era tropical morno mamíferos estranhos, litoptenos,
em seu início, semelhante ao encontrado no notoungulatos, boriaenídeos evoluíram em
Mesozóico. isolamento na América do Sul antes de uma
Esse primeiro intervalo viu a diversificação ponte de terra que permitiu uma invasão
de muitos mamíferos e pássaros. A maioria das formas do norte. Em quanto isso
dos continentes estavam isolados através surgem os primeiros hominídeos nas
de mares rasos, e linhagens diferentes de savanas da África, os australopitecíneos.
mamíferos evoluíram em cada um, Os oceanos estavam habitados por baleias
mamíferos estes que ainda incluíram muitas modernas que tinham substituído as baleias
formas gigantes semelhante aos dentadas arcaicas.
rinocerantes atuais, os uintatérios da Ásia e O período Quaternário viu a flora e a fauna
América do Norte, brontotérios e de insetos ser essencialmente moderna.
arsinotérios africanos. Haviam enormes Contudo muitos tipos de mamíferos extintos
pássaros carnívoros não voadores, os ainda existiam, e geralmente de grande
diatrymídeos da Laurásia e o Sul com os porte, tendo sobrevivido até a última
forusracídeos. Todos estes animais viviam glaciação do Pleistoceno. O final dessa
em florestas tropicais. Os crocodilianos época é marcado pelo último grande evento
sobreviveram aos dinossauros e a extinção de extinção antes do início de nossa era. A
do Cretáceo. Nos mares apareceram as chamada megafauna pleistocênica
primeiras baleias dentadas arcaicas. desapareceu, dando lugar á formas
Protistas marinhos modernas conhecidas.
(foraminíferos) do tamanho de lentilhas Do ponto de vista geológico nessa era
evoluíram durante o Eoceno. Bivalves e houve a formação das Cordilheiras atuais:
moluscos gastrópodes eram basicamente Alpes, Andes, Himalaia, Rochosas
os mesmos até hoje. Os nautilóides (Terciário). Intensas glaciações na América
experimentaram a última radiação evolutiva do Norte, chegando até a região dos
moderada no Terciário. Formas transitivas Grandes Lagos. No Brasil houve a
ancestrais de cefalópodes modernos formação das bacias sedimentares
evoluíram. Equinodermos, corais, terciárias e quaternárias (Pantanal,
briozoários, insetos e esponjas eram Amazônica etc). Atividade vulcânica e
basicamente modernos. Formigas eram até formação de ilhas vulcânicas (Arquipélago
mesmo mais numerosas do que hoje. de Fernando de Noronha, Ilha de Trindade
A partir da segunda metade do Terciário um etc.). Formação de Boa vista, aluviões,
esfriamento drástico no clima da Terra é terraços fluviais, mangues, recifes de corais,
fator marcante, possivelmente causado pela recifes de arenito, dunas, restingas. No
ascensão do Himalaia. Durante o período Terciário tivemos a Formação Barreiras,
Quaternário o clima frio continuou Pebas, Puçá, Pirabas, Manaus, Rio Branco,
resultando numa série de idades do gelo Ramon, Alter do Chão, Serra do Martins,
com períodos mornos. Evoluem mamíferos Camassari e Itaboraí.
modernos e plantas com flores, como
também muitos mamíferos estranhos. O
evento mais surpreendente foi o surgimento
21

ÉON > ERA > PERÍODO > ÉPOCA > IDADE

ESCALA
ÉON ERAS PERÍODOS ÉPOCAS ( ANOS )
Quaternária Holoceno ( Neolítico ) 11.000
É Pleistoceno ( Paleolítico ) 1.500.000
O CENOZÓICA Terciária Plioceno 12.000.000
N Mioceno 28.000.000
Oligoceno 40.000.000
F Eoceno 60.000.000
Paleoceno 75.000.000
A Cretáceo 145.000.000
N MESOZÓICA Jurássico 185.000.000
E Triássico 220.000.000
R Permiano 280.000.000
O Carbonífero Superior 315.000.000
Z PALEOZÓICA Inferior 345.000.000
Ó Devoniano 395.000.000
I Siluriano 440.000.000
C Ordoviciano 500.000.000
O Cambriano 570.000.000
PROTEROZÓICA Superior 1.000.000.000
ÉON Média 1.800.000.000
Inferior 2.500.000.000
PRÉ- ARQUEANA OU Superior 3.300.000.000
CAM ARQUEOZÓICA Inferior 4.000.000.000
BRIA AZÓICA OU
NO HADEANA 5.000.000.000

PROCESSOS DE DATAÇÃO de chapas fotográficas. O casal Marie e


Pierre Curie em 1898, utilizando sais de
Uma das grandes preocupações da Urânio verificaram a propriedade de
humanidade é saber a idade da Terra, esse impressão de chapas fotográficas, dando
tema tem acompanhado os cientistas por início assim ao processo da fotografia, esse
muitos séculos e a primeira tentativa, foi casal verificou ainda que as impureza do
baseada nas observações contidas na Urânio eram mais radiativas que o próprio
paleontologia, entretanto, ficava muito Urânio, o Polônio era 400 vezes mais
empírico visto não possuir uma base radioativo que o Urânio e que o Rádio era
científica consistente, apesar de ser aceita 900 vezes superior à temperatura do meio
pelo mundo científico. Para se ter uma ambiente e tornava-se azulado. Por não se
idéia, os Hindus consideram a Terra como ter conhecimento dos males da
eterna. Em 1654 um arcebispo Irlandês radiatividade, naquela época, e por não se
calculou, baseando-se em dados bíblicos, a trabalhar com proteção, o casal veio a
idade da Terra de 4.004 anos a. C, tendo a falecer de câncer.
Terra se formado no dia 26 de outubro, as 9 Com o avanço da ciência, com o
horas. A desmistificação desse assunto conhecimento sobre a radioatividade,
deu-se pela abnegação de muitos cientistas tornou-se possível a determinação do
ao longo do tempo, como Bacquerel em tempo que leva para dar-se a transmutação
1896 que utilizando sulfato duplo de de um elemento em outro, o que se dá pela
potássio e uranila, conseguiu a impressão mudança do número atômico, com perda de
22
elétrons, mais partículas do próprio núcleo  Tório ► Chumbo (232Th ► 208 Pb) ►
do átomo e energia, sob a forma de 13,9 bilhões de anos.
radiações.  Samário ► Neodímio ► 6,54
Um fato importante é que as condições de trilhões de anos.
alta temperatura e pressão, não modificam
o ritmo da transformação. O processo Com base nestes cálculos, admite-se que
ficou conhecido como “meia vida” de um as rochas mais antigas foram formadas há
certo elemento. 4,2 bilhões de anos e que a Terra possui
uma idade de 4,6 bilhões de anos.
O princípio é o seguinte: “ tanto faz que
se parta inicialmente de um grama ou de Para as determinações arqueológicas
alguns quilos de um elemento que se orgânicas até 30.000 anos , é utilizado um
inicie no seu processo de desintegração, isótopo radioativo de Carbono de peso
porque os átomos se vão desintegrando atômico 14. O C12 é considerado um
em todas as partes do corpo inicial, ter carbono estável com uma meia vida
ele o peso que tiver”. aproximada de 5.730 anos. Hoje, por ser
um processo perigoso, trabalhoso e meia
A fórmula utilizada tem como base: vida curta, prefere-se trabalhar com os
métodos inorgânicos, acima mencionados.
URÂNIO ( U ) estável ►CHUMBO (Pb )
estável ► 7,6 bilhões de anos Podemos citar algumas determinações, já
feitas no Brasil:
Medindo-se a quantidade de Chumbo já
formada e a quantidade residual de  Brumado ( Ba ) ► 3,8 a 3,5 bilhões
Urânio presente, obtém-se a idade em de anos;
anos, pela seguinte fórmula:  Rochas basálticas – áreas do Brasil
Meridional ► 120 a 130 milhões de
Gramas de Pb x 7,6 bilhões = idade anos (Cretáceo);
Gramas de U  Maciço Alcalino – Poços de Caldas
► 60 a 80 milhões de anos;
Exemplos com isótopos:  Maciço Itatiaia ► 65 milhões de
anos;
Um isótopo do Urânio de peso atômico igual  Fernando de Noronha ► 11,8
a 238, transforma-se em Chumbo de peso milhões de anos,
atômico 206, mais Hélio. A meia vida deste
 Trindade ► 3,3 milhões de anos
Urânio é de 4,6 x 109 anos, decorrido este
tempo, restará apenas a metade dos
O SOL , A LUA , A TERRA
átomos de Urânio do número original,
enquanto o resto se transformou.
O SOL
Em outras palavras, ou números. 1 grama
de 238U ►depois de 4,6 . 109 anos ► 0,5g
Devido sua proximidade com a Terra, a luz
U ; 0,43 g Pb e 0,07 g He.
solar leva 8 minutos e 30 segundos para
chegar à Terra, enquanto a luz da estrela
Depois de 2 x 4,6 x 109 anos ; 0,25 g U ;
mais próxima, Centauro, leva quatro anos.
0,65 g Pb e 0,10 He.
O Sol é uma estrela em torno do qual giram
os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte,
 Potássio ► Argônio, Isótopo do Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão e
Potássio (peso atômico 40) os demais componentes do sistema solar,
►Argônio 40 a meia vida é de 1,3 asteróides, satélites, cometas e
bilhão de anos. meteoróides. É classificado na astronomia
 Rubídio ► Estrôncio (87Rb ►87 Sr) como uma estrela anã da série principal de
►50 bilhões de anos. tipo espectral G2 V, sendo formado há 4,6
bilhões de anos a partir do colapso de uma
23
imensa nuvem de gás e poeira. O diâmetro o hidrogênio de seu interior se esgotar, a
do Sol é de 1.392.000 Km, é 109 vezes combustão nuclear começará a ocorrer em
maior que o da Terra e sua massa excede camadas cada vez mais externas, nessa
em aproximadamente 330.000 vezes a do fase a luminosidade se intensificará e o
globo terrestre. A força gravitacional astro aumentará de tamanho em função da
registrada à superfície do astro é 28 vezes dilatação de seu núcleo, com o que se
maior do que a da superfície terrestre, um tornará uma estrela gigante vermelha,
corpo que pesa 10 Kg na Terra, no Sol estima-se que nesse estágio, sua
pesaria 280Kg. superfície alcançará a órbita de Vênus, ou
O Sol é uma fonte de calor, luz e da própria até mesmo a da Terra; depois dessa fase o
vida na Terra, o Sol é composto por 90 % astro começara a se contrair até se
de Hidrogênio e 9% de Hélio, os elementos transformar numa anã branca, estrela com
restantes são principalmente carbono, as dimensões da Terra. Esgotada toda sua
nitrogênio, oxigênio, magnésio, silício e energia, entrará em seu estágio final de
ferro. A energia solar tem origem nas evolução, como uma anã negra.
reações nucleares que ocorrem de forma O Sol é indispensável para a existência da
constante no interior do astro, a principal vida no nosso planeta, sem o calor e a luz
dessas reações é a que transforma solar não haveria nenhuma forma de vida
Hidrogênio em Hélio, sob calor intenso, 4 na Terra, o calor do Sol fornece a energia
núcleos de Hidrogênio, 4 prótons, colidem e indispensável para a vida vegetal, pois está
fundem-se para formar um núcleo de Hélio. diretamente relacionado ao maior fenômeno
A cada segundo, o Sol converte em energia do globo terrestre, a fotossíntese, sem essa
cinco milhões de toneladas de matéria, energia não existiria toda a cadeia alimentar
porção desprezível de sua massa total. do nosso planeta. Dos 100% da energia
Com forma esférica e ligeiramente achatado solar que chega ao nosso planeta, 19% é
nos pólos, o Sol é formado por uma massa absorvido pela atmosfera, 34% é refletido
gasosa de temperatura extremamente para o espaço e 47% é absorvido pelas
elevada, calcula-se que na superfície seja rochas, solos e águas. Desses 47%, 66% é
de 5.700 o C e no interior deve ultrapassar irradiado novamente para o espaço, após
15.000.000 o C, por sua natureza gasosa cumprir os papéis de aquecimento do globo
,possui uma densidade média de 1,41 g/cm3 e fornecimento de energia para os diversos
. processos transformativos da Terra. A
O Sol executa um movimento de rotação energia que vem do Sol, contribui também
muito lento em torno de um eixo imaginário, para a formação dos ventos, evaporação
inclinado 70 15´ em relação ao plano de sua das águas, as variações da temperatura do
órbita, por ser gasoso, apresenta diversas ar e outros fenômenos que ocorrem na
velocidades de rotação em suas diferentes superfície terrestre.
latitudes, um giro completo dura 25 dias
terrestres no equador e 36 dias nos pólos. A LUA
O Sol apresenta também um movimento de
translação em torno do centro da Via Depois do Sol é o astro que mais influência
Láctea, que completa em 225 milhões de exerce sobre a organização dos povos,
anos, à velocidade de 216 Km/s, ao visto que devido a seus movimentos
deslocar-se pelo espaço, a estrela arrasta surgiram duas importantes medidas de
consigo todo o sistema planetário em tempo: a semana e o mês.
direção a um ponto na constelação de Lira. A Lua é o único satélite natural da Terra, e
A região exterior do Sol, é denominada acompanha o nosso planeta em seu
comumente de atmosfera, que é composta deslocamento em torno do Sol, possui um
das seguintes camadas sucessivas e diâmetro de 3.476 Km., massa de
superpostas: fotosfera, cromosfera e coroa. 7,343.1025g , estando distante da Terra
A evolução do Sol deve seguir a da maioria entre 363.000 a 406.000 Km. Com média de
das estrelas, acredita-se que ele continuará 384.000 Km. É o único satélite no sistema
a brilhar por mais 5 bilhões de anos, quando solar, que possui massa solar superior a
24
1%. A Lua como a Terra, executa dois reduz gradualmente no quarto minguante,
movimentos simultâneos, o primeiro de até o reinício do ciclo, como a lua nova.
translação, onde descreve uma órbita Em relação ao Sol, o ciclo lunar dá origem a
elíptica em torno da Terra, onde os pontos um período sinódico ( compreendido entre
máximos de aproximação e afastamento duas conjunções sucessivas do Sol e da
dos dois corpos recebem os nomes de Lua ) de 29 dias, 12 horas e 44 minutos,
perigeu e apogeu, respectivamente. O como a órbita lunar é excêntrica, a duração
movimento de translação é realizado em 27 do mês sinódico não é constante, variando
dias, 7 horas e 43 minutos. O segundo em cerca de 13 horas.
movimento, de rotação, é executado no Do ponto de vista geológico, a Lua exerce
mesmo intervalo de tempo, por essa uma função importante para com a Terra,
coincidência, a Lua tem sempre a mesma devido aos movimentos das marés, o nível
face voltada para a Terra. das águas dos oceanos e mares da Terra
A órbita lunar é oblíqua em relação à elipse se modifica em função da situação da Lua
que a Terra descreve em torno do Sol, com no firmamento, ocasionando um movimento
isso impede seu alinhamento exato com lento e contínuo de modelagem do nosso
esse astro. O alinhamento Lua-Sol só planeta, classificado de epirogenético. A
ocorre quando se cruzam ambas as órbitas origem do fenômeno é a atração
de translação e provoca eclipses do Sol, em gravitacional que a Lua exerce sobre as
fase de lua nova e lua cheia. águas, de maneira que, quando o satélite se
Um fato de extrema importância quanto ao encontra no ponto de maior altura na
movimento de translação, é que em cada abóbada celeste, atrai os oceanos e
mês a face da Lua gira aproximadamente 80 provoca a maré alta ou preamar; quando se
à direita e à esquerda, com relação ao seu encontra no horizonte, dá-se a situação
eixo central, isso porque o plano do equador contrária e as águas se afastam do litoral,
lunar forma um ângulo aproximado de 60 40` caracterizando a maré baixa.
com o plano da órbita.
A superfície lunar está diretamente exposta A TERRA
aos raios X e ultravioleta, procedentes do
Sol, essas radiações não afetam sua Uma característica marcante da Terra é a
conformação, entretanto, podem provocar presença da água na forma líquida,
alterações em suas propriedades ópticas, essencial não só para a vida dos animais,
essa informação é importante fonte de bem como para os vegetais, além de que
pesquisa pois remontam à história primitiva para os processos geológicos de
do sistema Terra-Lua. intemperismo, erosão, transporte e
Enquanto descreve sua órbita elíptica em deposição, que moldam o nosso planeta.
torno da Terra, a Lua pode ser vista da O Planeta Terra é o terceiro do sistema
Terra sob diferentes aparências, que solar em ordem de distância do Sol e o
denominamos de fases, e isso é devido o quinto em tamanho. Pode ser descrita como
satélite ser um corpo não-luminoso, ou seja uma esfera dotada de uma crosta rochosa,
reflete a luz solar com ângulos de incidência litosfera, parcialmente recoberta de água,
variáveis; num dado momento, o Sol ilumina hidrosfera, e envolvida por uma camada
apenas a metade da superfície da Lua, a gasosa a atmosfera. O interior do planeta é
outra metade permanece escura e não pode dividido em camadas alternadas, sólida e
refletir luz. No início do ciclo lunar, o satélite pastosa, sendo: manto, núcleo externo e
se encontra aproximadamente entre o Sol e núcleo central. A força centrífuga de seu
a Terra e seu lado noturno se volta para o movimento de rotação em torno do próprio
planeta, é a fase da lua nova; prosseguindo eixo torna a Terra mais volumosa no
seu percurso, a porção iluminada alcança a equador e achatada nos pólos. Seu eixo de
metade do disco lunar, dando-se a fase de rotação apresenta uma inclinação de 230
quarto crescente; na terceira fase, é a lua 27´ 30” em relação ao plano da eclíptica. A
cheia, toda a face voltada para a Terra área total da Terra é de aproximadamente
reflete a luz do Sol, a região iluminada se 509.600.000 Km2 , sendo que 29% são
25
sólidos, e o restante são ocupados por
oceanos, mares, logos e rios. A densidade MOVIMENTOS DA TERRA
média da Terra é de 5,5 g/cm3 , possui um
volume de 1,08 bilhão de Km3 e massa de Já foram identificados mais 30 movimentos,
6 sextilhões de toneladas ( 6.1027 g ). e medidos, entretanto os mais conhecidos
O campo gravitacional da Terra se são o de rotação e translação. Vejamos
manifesta como uma força que atua sobre alguns exemplos:
um corpo livre em repouso e faz com que
ele se desloque na direção do centro do ROTAÇÃO
planeta. A gravidade da Terra não tem valor
fixo, ocorrendo variações de acordo com a O movimento de rotação, no sentido Oeste-
latitude, em virtude da imperfeita Leste, é o que se realiza ao redor de um
esfericidade do planeta e do movimento de eixo que atravessa os pólos, é o giro que o
rotação. A aceleração média da gravidade nosso planeta faz ao redor de si mesmo.
ao nível do mar é de 980 cm/s2 , mas esse Uma rotação completa da Terra dura 23
valor pode variar de 978 cm/s2 na linha do horas 56 minutos e 4 segundos e causa a
equador até 983 cm/s2 nos pólos, como a sucessão dos dias e das noites. A
gravidade normalmente não é medida ao velocidade é de 1.667 Km por hora. O eixo
nível do mar, é necessário fazer reduções terrestre fica ligeiramente inclinado 230 27`
em seu valor à medida que aumenta a 30``. Os dias, as noites e os diferentes
altitude. A força gravitacional da Terra horários (fusos horários), são conseqüência
mantém a Lua em órbita ao redor do desse movimento.
planeta e também produz marés lunares,
deformações que se manifestam na forma TRANSLAÇÃO
de protuberâncias na superfície lunar.
Devido ao seu magnetismo, a Terra se Também é chamado de orbital ou de
comporta como um gigantesco ímã cujos revolução, é o que a Terra executa ao redor
pólos diferem em poucos graus dos pólos do Sol, no período de um ano sideral, ou
geográficos. A existência desse campo 365 dias mais 5 horas, 48 minutos,
magnético pode ser facilmente comprovada aproximadamente. É o giro que a Terra
pela orientação que ele exerce sobre as realiza ao redor do Sol, seguindo uma órbita
agulhas imantadas, mais de 90% do campo elíptica, à velocidade média de 106.920 Km
magnético terrestre é gerado pela por hora. A principal conseqüência do
eletricidade existente no núcleo externo, movimento de translação ( e da inclinação
evidências indicam que em intervalos de do eixo da Terra ) são as estações do ano:
tempo ( centenas de milhares de anos ), a Primavera, Verão, Outono e Inverno. Além
direção do dipolo se inverte, ou seja, o norte disso, por sobrar 5 horas e 48 minutos, ao
se transforma em sul. O campo magnético final de 4 anos, teremos 24 horas, que
da Terra se estende por uma área do corresponde a um dia, gerando de 4 em 4
espaço, chamada de magnetosfera, anos, o ano bissexto, em fevereiro. As
começando por cerca de 140 Km da estações do ano distribuem-se em épocas
superfície terrestre, nessa área o planeta, diferentes nos dois hemisférios. De 21 de
captura partículas eletricamente carregadas dezembro a 20 de março, Inverno no
( elétrons e prótons de alta energia), hemisfério norte e Verão no hemisfério sul;
provenientes do Sol. Se não existisse a de 21 de março a 20 de junho, Primavera
magnetosfera, as partículas bombardeariam no hemisfério norte e Outono no hemisfério
a superfície do planeta e destruiriam a vida. sul; de 21 de junho a 22 de setembro, Verão
As altas concentrações dessas partículas no hemisfério norte e Inverno no hemisfério
capturadas nessa área, formam os sul e de 23 de setembro a 20 de dezembro,
cinturões de radiação de Van Allen, que Outono no hemisfério norte e Primavera no
exercem importante papel em vários hemisfério sul.
fenômenos geofísicos, como por exemplo Equinócio e Solstício, são as datas do início
as auroras polares. de cada estação. Equinócio significa dia e
26
noites iguais, os raios solares ficam VARIAÇÃO DA OBLIQUIDADE DA
perpenticulares à linha do equador, ECLÍPTICA
iluminando igualmente os dois hemisférios.
O Solstício significa dia e noite desiguais. Movimento de balanço que o eixo da Terra
O movimento de translação é a origem do faz, chegando a um máximo de 240 e
movimento aparente do Sol, de Oeste para mínimo de 220 . Hoje o eixo da Terra está
Leste, no plano da eclíptica. inclinado 230 27` em relação ao eixo da
aclíptica, decrescendo 47`por século.
PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS
VARIAÇÃO DA EXCENTRICIDADE
Foi descoberto por Hiparco no século II a. C ORBITAL
a explicação do fenômeno só surgiu, porém
no século XVII, foi quando Isaac Newton O movimento de revolução da Terra às
demonstrou que o Sol e a Lua exercem, vezes é mais achatado e outras vezes mais
sobre as regiões equatoriais da Terra, uma circular. Há 108 mil anos, era 3 vezes mais
atração em virtude da qual o eixo do achatado do que hoje.
planeta, na rotação, descreve um
movimento cônico ( como o de um pião ). DESLOCAMENTO DA LINHA DAS
Esse movimento ocorre a uma velocidade ÁPSIDES
de 50 segundos por ano e se completa em
aproximadamente 26.000 anos. A A rotação da linha das apsides, no sentido
precessão dos Equinócios provoca direto, isto é, de Oeste para Este.
alteração nas coordenadas das estrelas e
na duração das estações. MOVIMENTO HELIOCÊNTRICO OU REAL

NUTAÇÃO Kepler descobriu que os planetas


descrevem órbitas elípticas. Os planetas
Foi descoberto no século XVIII, por James exercem uns sobre os outros atrações que
Bradley e consiste numa leve oscilação do vão refletir em perturbações, descrevendo
eixo terrestre em torno de sua posição órbitas não constantes.
média, o que se traduz numa irregularidade
no movimento de precessão dos MOVIMENTOS DAS PLACAS
equinócios. A nutação é causada por TECTÔNICAS
alterações na relação entre o plano orbital
da Lua e o da Terra, que levam a uma Estes blocos movimentam-se
variação da influência da Lua sobre a constantemente, seus limites não coincidem
precessão dos equinócios. Essa oscilação com os dos continentes. As regiões de
se completa em aproximadamente 18 anos formação de cordilheiras e enorme
e 7 messe. concentração de vulcões representam os
lugares de colisão, seccionamento das
DESLOCAMENTO PARA O ÁPEX placas, devido a seu deslocamento
horizontal.
A Terra e todo o sistema solar, executa um
movimento de translação para um ponto da MOVIMENTOS VIBRATÓRIOS
esfera celeste denominado Ápex, que fica
entre as constelações de Hércules e da São movimentos oriundos naturalmente do
Lira. O movimento tem uma velocidade interior da Terra, ocasionado pelas altas
aproximada de 20 Km/ segundo, em temperaturas, pressões, movimentos
conseqüência, as estrelas pertencentes às orogenéticos e epirogenéticos.
constelações de Hercules e Lira parecem
afastar-se radialmente a partir do ápex.
27
MOVIMENTO DE REVOLUÇÃO O ar tem peso e portanto exerce uma
pressão, isso é facilmente comprovado pois
Movimento que a Lua faz em torno da devido a ela a água desse tubo ( conforme
Terra, tem duração de 27 dias 7 horas e 43 mostra no filme ) não desce enquanto o
minutos, provoca as fases da Lua e das técnico não destampar a parte superior,
marés. mas se for destampado o nível da água
desce. Para se equilibrar a pressão
MOVIMENTO DA ATMOSFERA atmosférica a altura do tubo de ensaio
(VERTICAIS E HORIZONTAIS) deveria ser de 10 m. Se no lugar da água se
utilizasse um líquido mais pesado, como o
Os ventos representam a circulação mercúrio, seria suficiente 760 mm. Qualquer
constante da atmosfera, o vento é o ar em variação da pressão atmosférica modificaria
movimento, é o deslocamento contínuo do o nível de mercúrio. Para medir a pressão
ar na superfície terrestre. São as diferenças atmosférica e suas variações é preciso
de pressão atmosférica que explicam esse colocar ao lado do tubo uma escala
movimento, que ocorre na horizontal e graduada, esse aparelho é denominado de
vertical. barômetro. No alto das montanhas a
pressão atmosférica é menor pois a camada
MOVIMENTO DAS ÁGUAS OCEÂNICAS de ar é menos espessa, porém a pressão
Os oceanos e os mares estão em atmosférica varia também com a
movimento, pois os ventos provocam as temperatura e com a umidade. Na terra há
ondas que podem chegar até 10 m de zonas quentes, frias, úmidas e secas, por
altura, podem provocar maremotos que isso a pressão atmosférica é diferente nos
podem atingir de 15 m a 800 Km/hora. As vários lugares, também pode variar de um
marés, a cada dia dois movimentos refluxo dia para outro, é por isso que existem zonas
e fluxo são observados na Terra, além disso de baixa pressão chamadas de ciclones e
as correntes marítimas são uma realidade zonas de alta pressão chamadas de
nos oceanos. anticiclones, o ar tem tendência de se
deslocar das zonas de alta pressão para
Outros movimentos, também são zonas de baixa pressão, é assim que o
importantes tais como: translação galática, vento é produzido. A direção do vento pode
distanciamento do centro do big bang, ser verificada através das valetas e a
movimento surondular, perturbação orbital, velocidade pelos anemômetros, ambos
movimento de deslocamento do periélio e podem variar com a altitude. Para se
afélio, movimentos dos pólos geográficos, estudar essas variações utiliza-se sondas
deslocamento do centro da gravidade do especiais em forma de globo e as
Sol, perturbações planetárias etc. mudanças de direção são observadas na
medida em que ela sobe.
METEOROLOGIA
Há sempre uma certa quantidade de vapor
O AR de água na atmosfera, ele é invisível, mais
as vezes pode condensar-se em forma de
O ar é uma mistura de diversos gases, gotas microscópicas ou em forma de
sendo que os mais importantes são pequenos cristais de gelo, é assim que as
oxigênio, hidrogênio, e também pequenas nuvens são formadas, as pequenas gotas
quantidades de argônio e dióxido de de água ficam suspensas devido seu pouco
carbono e uma certa proporção de vapor peso. Quando uma massa de ar saturado
de água. O ar forma a camada gasosa do de umidade se dirige para uma zona de
nosso planeta que recebe o nome de baixa pressão a água não consegue se
atmosfera, na atmosfera ocorre uma série manter em forma de gás e suas gotas se
de fenômenos e perturbações denominadas condensam formando as nuvens, é uma
de meteoros e o estudo desses fenômenos maneira muito comum da formação das
é denominado de meteorologia. nuvens mais quase imperceptível, pois é um
28
processo muito lento. Essa cena ( do filme ) XVII, pensou-se que o ar era formado de
nos mostra uma formação de nuvens em um único elemento, só a partir do Século
uma zona em que uma brusca baixa da XX foi estudada com precisão até 100 Km
pressão atmosférica. de altitude, onde se descobriu que o ar é
As nuvens mais altas costumam estar a 8 composto de vários gases:
ou 10.000 m de altitude, lá a temperatura é
muito baixa e as gotas de água se 78 % de Nitrogênio
solidificam, essas nuvens são denominadas 21 % de Oxigênio
cirros e são formadas por pequenos cristais 1 % de Argônio e outros gases
de gelo, as nuvens podem esconder o Sol,
total ou parcialmente, em meteorologia é Possui 0,033% de gás carbônico, poeira e
importante saber quanto tempo o Sol brilhou vapor de água, que varia conforme a
durante o dia, para isso se utiliza um evaporação das águas de superfície rios,
aparelho chamado de heliometro, a bola de lagos e oceanos e da evapotranspiração
cristal condensa os raios solares e queima dos vegetais.
um papel preto colocado abaixo, as linhas
no papel indicam as horas de sol. Quando COMPONENTES MAIS IMPORTANTES
as nuvens se reúnem em grandes massas o
céu fica nublado, essas nuvens são Os componentes mais importantes do ar
chamadas nimbos, quando as gotículas que mais importantes para os seres vivos são o
formam as nuvens aumentam de diâmetro e oxigênio e o gás carbônico.
ultrapassam 7 centésimos de mm não
conseguem se sustentar e caem, ao se OXIGÊNIO (O2)
chocarem essas gotas aumentam em
volume e gotas maiores se formam, a chuva Na formação da Terra, a cerca de 4,6
começa assim. As vezes as gotas de água bilhões de anos a atmosfera era composta
atravessam camadas muito frias da basicamente de metano, amônia, vapor d`
atmosfera então se congelam e formam água e hidrogênio.
granizo, ou chuva de pedra em linguagem O oxigênio surgiu mais tarde, a 2,4 bilhões
popular. A neve é formada por pequenos de anos, até então só existiam os
cristais de gelo procedentes das nuvens e organismos chamados ANAERÓBIOS ( não
que não derreteram porque a atmosfera não necessitam de oxigênio ), para eles o
passou de O0C de temperatura. oxigênio era nocivo, acontece que esses
organismos primitivos a partir de um certo
A chuva é fundamental para a vida e momento passaram a desenvolver o
precisa também se medir a quantidade de processo de FOTOSSÍNTESE, nesse
água que cai sobre cada região, para isso processo, os seres chamados
se utiliza dos pluviômetros, os automáticos AUTÓTROFOS produzem seus alimentos a
registram em um gráfico a quantidade de custa de energia solar, gás carbônico e da
água precipitada, embora os resultados água. O melhor exemplo de seres
costumam ser dados em litros por metro autótrofos é o das plantas, só elas possuem
quadrado é mais prático expressa-los em a clorofila, que permite que se alimentem e
mm. Os observatórios meteorológicos produzam oxigênio, da mesma forma que
analisam outros dados interessantes faziam os organismos primitivos.
referente ao problema como por exemplo o
grau de umidade atmosférica e a A medida que foi se formando o oxigênio
temperatura máxima e mínima de cada dia. atmosférico, os seres primitivos
desenvolveram mecanismos contra a ação
A ATMOSFERA letal desse gás, esses novos seres
preparados para viver na presença de
A atmosfera ou o ar, é um composto oxigênio passaram então a utiliza-lo para
gasoso, uma soma de vários gases que sua sobrevivência, nascem assim os seres
envolve o globo terrestre. Até fins do Século AERÓBIOS ( respiram o oxigênio ). O
29
oxigênio possibilita um grande DIVISÃO DA ATMOSFERA
aproveitamento da energia contida na
matéria orgânica que é o alimento desses Divide-se em camadas com características
seres, isso vai possibilitar uma grande e funções diferentes, são as seguintes:
evolução. Dessa forma a vida pôde evoluir
para suas formas mais complexas e  TROPOSFERA ( + 12 Km )
superiores os seres HETERÓTROFOS que
dependem dos AUTÓTROFOS para É a primeira camada e vai até a
sobreviver. altura de 12 Km. Nessa faixa é onde
ocorre os fenômenos de formação
Os AUTÓTROFOS produzem oxigênio da chuva, nuvens e ventos. Ocorre
quando se alimentam, os as correntes de ar, tanto horizontal
HETERÓTROFOS produzem gás carbônico como vertical. Relativamente é
ao respirar. O gás carbônico é necessário pequena, sua parte superior é muito
para a vida dos AUTÓTROFOS e assim por fria, com temperatura abaixo de
diante, criando a nossa atmosfera como ela 500C, onde caracteriza-se pelo pico
é hoje, além dos seres vivos que se das montanhas com gelo e as neves
desenvolveram dentro dela. Além disso o perpetuas. É composta de oxigênio,
oxigênio tem outra função importante, nas gás carbônico, nitrogênio, hélio etc.
partes mais altas da atmosfera transforma- É nessa camada que circula os
se em Ozônio ( O3 ), um gás semelhante a aviões.
ele. O Ozônio tem a qualidade de
impedir que as radiações ultra violetas (  ESTROTOSFERA ( + 12 a 80 Km )
UV) vindas do espaço atinjam a Terra.
Como esses raios são muitos nocivos à A característica marcante é que o ar
vida, a formação de uma camada de ozônio apresenta movimentos horizontais
no alto da atmosfera promove o em estratos. Vale a pena frisar que
desenvolvimento de inúmeros seres. a camada de ozônio ( O3 ), protege
os seres biológicos da Terra dos
GÁS CARBÔNICO raios ultra violetas. É composta de
Ozônio, Hélio, pouco Oxigênio e
O gás carbônico completa a ação do Hidrogênio.
oxigênio, os processos de respiração dos
seres vivos queimam os nutrientes  IONOSFERA (+ 80 a 600 Km)
liberando gás carbônico, água e calor.
Quem realiza esse trabalho são os seres Encontra pequenas quantidades de
heterótrofos. O gás carbônico volta para os Hidrogênio, Hélio e Nitrogênio, onde
seres autrótofos que o utilizam no seu seus átomos são eletrizados pela
processo alimentar, liberando o oxigênio na ação dos raios ultra violetas
FOTOSSÍNTESE. A palavra fotossíntese procedentes do Sol. Esses átomos
pode então ser definida como a produção eletrizados recebem o nome de íons
de oxigênio a partir da luz e do gás de onde veio o nome dessa
carbônico. O gás carbônico também camada. É nessa camada onde
contribui para o equilíbrio da temperatura da ocorre a difusão de ondas de rádio.
Terra, ele forma uma camada que deixa
entrar as radiações infra vermelhas ( raios  EXOSFERA ( + 600 a 1.600 Km )
infra vermelhos ) do Sol, mas não deixa que
elas retornem ao espaço, aquecendo a É a camada mais alta, também
Terra e tornando possível a vida. chamada de Espaço, nos protege
contra os meteoritos, pois quando
entram em contato com os gases da
ionosfera se tornam incandescentes,
reduzindo-se a pó, caindo sobre a
30
Terra. Essa camada é composta de
Hidrogênio. É nessa camada que ÁGUA SALGADA .........................99,38
circula os satélites artificiais. ÁGUA DOCE ................................0,62

A ÁGUA ( H2 O ) A água é a substância mais abundante na


biosfera, é o solvente natural, sendo
Ao conjunto de águas chamamos de encontrada no estado sólido, nas geleiras;
hidrosfera, que visto pelo lado de fora, o líquido nos rios, lagos e oceanos e gasoso
Planeta Terra, deveria se chamar ÁGUA, na atmosfera; isso depende da temperatura,
com algumas ilhas de terra firme , pois do calor e da energia fornecida pelo Sol. A
cerca de 2/3 da sua superfície são água está em constante movimento na
dominados pelos oceanos, os pólos e suas biosfera, esse movimento chama-se ciclo da
vizinhanças são cobertos pelas águas água. A água aquecida pelo Sol evapora-se,
sólidas das geleiras. A pequena quantidade passando à atmosfera, o vapor se resfria e
de água restante divide-se entre a se condensa formando nuvens, a água é
atmosfera na forma de nuvens e vapor, o então devolvida `superfície da Terra, na
sub-solo os rios e lagos. Calcula-se em forma de chuvas, neblinas, neve ou granizo.
cerca de 1.350.000.000 Km3 o volume total No solo parte da água infiltra-se pelo
de água na Terra. terreno, sendo então absorvida pelas raízes
das plantas, outra parte escorre para
DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NA TERRA abastecer rios, lagos e mares. As plantas
(%) por sua vez transpiram, liberando água em
forma de vapor através das folhas, esse
OCEANOS ................................. 97,57 fenômeno chama-se
GELEIRAS .....................................1,81 EVAPOTRANSPIRAÇÃO e tudo começa
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS.............0,61 novamente, num ciclo interminável.
RIOS E LAGOS ...........................0,014
ATMOSFERA (nuvens e vapor)...0,001

PONTOS FORTES  Como se formam os elementos


químicos
Nesta unidade o aluno(a) deverá dominar:  Como se formaram as estrelas
 Como calcular um ano-luz  Como se formaram os planetas do
 Como calcular a transformação do sistema solar
Hidrogênio em Hélio  Qual é a idade da Terra e do
 Como se forma a chuva e cálculos Sistema Solar
de pluviosidade
 Conceituar a hipótese de Laplace, a PARA MAIOR ENRIQUECIMENTO
descoberta de Edwin Hubble, o erro INTELECTUAL
de Albert Einstein e a nova teoria de
Paul Steinhart. O aluno(a) deverá consultar, fazer resumo,
 Definição de geologia ( histórica e síntese das seguintes bibliografias
dinâmica ) complementares:
 Movimentos da Terra ( dominar no
mínimo 5 ) HAWKING, Stephen. O universo numa
 Fazer uma bibliografia correta (livro ) casca de noz. São Paulo.: Mandarim. 2001.
 Teoria da acreação 215 p. il. ISBN 85-354-0231-4.
 Formação da Terra ( Gênese)
 Éon pré-cmbriano VENEZIANO, G. O enigma sobre o início do
 Éon Fanerozóico tempo. Scientific American Brasil, São
Paulo: Ediouro, n. 25, p.40-49, 2004 (junho)
 Divisão da atmosfera
 Processos de datação
31
CAPOZZOLI, U. No coração quente do São Paulo: Ediouro, n. 1, p.50-51, 2002
cosmos. Scientific American Brasil, São (Dezembro).
Paulo: Ediouro, n. 1, p.28-29, 2002
(Dezembro). MAGUEIJO, J. Um plano B para o cosmos.
Scientific American Brasil, São Paulo:
CALDWELL, R.R.; KAMIONKOWSKI, M. Ediouro, n. 1, p.52-53, 2002 (Dezembro).
Ecos do big bang. Scientific American
Brasil, São Paulo: Ediouro, n. 1, p.30-37, HOLTZ, A. As melhores respostas da
2002 (Dezembro). ciência para as perguntas mais
fundamentais que existem. Sapiens, São
BENNETT, C. L.: HINSHAW, G. F.; PAGE, Paulo; n.1, p.24-31. 2004 (Setembro).
L. Uma nova cartografia. Scientific
American Brasil, São Paulo: Ediouro, n. 1, Procurar filosofar sobre as questões:
p.38-39, 2002 (Dezembro).
 Qual a idade do Universo
OSTRIKER, J. P.; STEINHARDT. O  Qual é o futuro do Sistema Solar, e
Universo quintessencial. Scientific do próprio Universo
American Brasil, São Paulo: Ediouro, n. 1,  Quem somos
p.40-49, 2002 (Dezembro).  De onde viemos
 Para onde vamos
PEEBLES, P. J. E. O sentido da moderna
cosmología. Scientific American Brasil,

BIBLIOGRAFIA
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BURGIERMAN, D. R.; GRECO, A. A era MOON, Peter. As idades do Brasil. São


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York: McGraw-Hill, 1941. 281p. tempo. Scientific American Brasil, São
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LEINZ, V ; AMARAL, S. E. Geologia Geral.
11a ed. São Paulo: Nacional, 1989. 391p. il.
32

CAPITULO II
ESTRUTURA DA TERRA; PROCESSOS ENDÓGENOS E EXÓGENOS; TECTÔNICA
DE PLACAS E DERIVA CONTINENTAL; TERREMOTOS / ONDAS SÍSMICAS;
VULCÕES; MAGMA E VULCANISMO; PRODUTOS VULCÂNICOS; VULCANISMO E
SEUS EFEITOS NO MEIO AMBIENTE; VULCANISMO E SEUS BENEFÍCIOS;
FORMAÇÃO DAS MONTANHAS.

APRESENTAÇÃO Diversas teorias ou modelos globais foram


propostos através dos tempos, procurando
A crosta perfaz 0,7% da massa total da explicar a geodinâmica da Terra ou dos
Terra, é composta de rochas relativamente continentes. Algumas serviriam para
leves, como o granito que contém feldspato, orientar o pensamento científico durante
quartzo (Silício), mica e alumínio. É a sede muitas décadas. Outras foram
dos fenômenos geológicos relacionados à aperfeiçoadas, e muitas abandonadas.
dinâmica interna. O manto é constituído de Estudos mais recentes, que partem
rochas bem mais pesadas, como os principalmente do campo da Geofísica,
basaltos, predominando o magnésio, ferro e radioatividade, Paleoclimatologia, Geologia
silício. O núcleo, é muito mais pesado, Marinha e Paleontologia, entre outros,
sendo constituído quase que constituem as bases do modelo hoje
exclusivamente de ferro. admitido de tectônica de placas.
Esta teoria procura demonstrar que a
Quando medimos a velocidade de superfície semi-rígida da crosta sofre
propagação das ondas sísmicas através da movimentos sobre uma porção inferior,
crosta, estas podem chegar a quente e fluída, denominada astenosfera.
aproximadamente 6,0 Km/ s, chegando a Como conseqüência desses movimentos,
7,0 Km/s na porção inferior, onde se inicia o as rochas superficiais sofrem deformações
basalto. Entre 30 e 40 Km de profundidade, produzindo estruturas características,
embaixo dos continentes, encontra-se uma conhecidas como produtos do tectônismo.
camada de descontinuidade, também
chamada de “camada de Mohorovicic A Terra ainda é um planeta jovem, que
(Moho), sendo o término da crosta e início apresenta constantes modificações em
do manto. sua crosta, provocada por fenômenos
O manto é dividido em duas partes: Manto geológicos naturais internos. Atualmente,
superior e Manto inferior. O Manto superior sabe-se que erupções vulcânicas são meios
possui uma profundidade de 670 Km e a naturais através dos quais os materiais em
velocidade das ondas sísmicas é de estado pastoso, que se encontram no
aproximadamente 8,1 Km/s. Ao final existe interior da Terra, chegam até a superfície.
uma brusca elevação da velocidade das Os vulcões nada mais são do que chaminés
ondas, passando a 13,7 Km/s, mantendo-se onde o material magmático que se encontra
até os 2.890 Km, onde termina o Manto no interior da Terra, abaixo das placas
inferior e se inicia o núcleo. tectônicas, emergem para a superfície,
No núcleo a velocidade cai, podendo ser dando muitas vezes a esses locais a forma
reconhecidas duas camadas sucessivas, a de cone.
mais externa é líquida, indo até 5.100 Km Vulcões destoem vulcões criam. Este é um
que forma um grande oceano de ferro paradigma que, somente quem vive próximo
líquido, a outra camada, mais interna, a eles pode entender muito bem, e por isso
denominada de grão, é sólida e constituída mesmo continuam vivendo próximo deles
de ferro puro. apesar do eminente perigo de uma
repentina erupção ou de sismos.
Em conseqüência de poderosas erupções,
33
os vulcões causam profunda impressão no densidade do meio em que percorrem. Para
homem desde os primórdios da conhecer a natureza das matérias que
humanidade, vem fornecendo farto material preenchem as várias camadas interiores,
para inúmeras crenças entre os vários podemos lançar de uma explosão de
povos da antigüidade e que persistem até dinamite, que seguida de análise das
hoje em algumas populações, vibrações, permitem apenas o
principalmente entre as que vivem próximo conhecimento suficiente para localizar
aos vulcões. jazidas petrolíferas. Para o conhecimento
Ao longo do tempo a humanidade tem das grandes profundidades os cientistas
estado atenta a esta poderosa força da recorrem aos movimentos tectônicos ou
natureza seja aos “tremores de terra”, que através de
sismógrafos, medem sua intensidade e
ESTRUTURA DA TERRA localização da origem. Quando ocorre um
tremor, os sismógrafos espalhados pelo
Sabemos que o raio terrestre mede globo terrestre, registram os dados, sobre o
aproximadamente 6.370 Km, e até hoje o tempo despendido pelas ondas sísmicas ao
homem só conseguiu perfurar 12 Km da atravessarem o globo, permitindo traçar a
crosta terrestre em Kola, Rússia. Isso nos “tomografia sísmica da Terra”,
remete as pesquisas geológicas de demonstrando que o nosso planeta possui
métodos indiretos, de percussão, as seguintes unidades principais: crosta,
semelhantes aos usados na medicina, para manto e núcleo. Vejamos no quadro abaixo
identificar os ruídos produzidos. algumas características:
Realmente, as vibrações sonoras sofrem
variações de velocidade, dependendo da

A crosta perfaz 0,7% da massa total da chamada de “camada de Mohorovicic


Terra, é composta de rochas relativamente (Moho), sendo o término da crosta e início
leves, como o granito que contém feldspato, do manto.
quartzo ( Silício ), mica e alumínio. É a sede O manto é dividido em duas partes: Manto
dos fenômenos geológicos relacionados à superior e Manto inferior. O Manto superior
dinâmica interna. O manto é constituído de possui uma profundidade de 670 Km e a
rochas bem mais pesadas, como os velocidade das ondas sísmicas é de
basaltos, predominando o magnésio, ferro e aproximadamente 8,1 Km/s. Ao final existe
silício. O núcleo, é muito mais pesado, uma brusca elevação da velocidade das
sendo constituído quase que ondas, passando a 13,7 Km/s, mantendo-se
exclusivamente de ferro. até os 2.890 Km, onde termina o manto
inferior e se inicia o núcleo.
Quando medimos a velocidade de No núcleo a velocidade cai, podendo ser
propagação das ondas sísmicas através da reconhecidas duas camadas sucessivas, a
crosta, estas podem chegar a mais externa é líquida, indo até 5.100 Km
aproximadamente 6,0 Km/ s, chegando a que forma um grande oceano de ferro
7,0 Km/s na porção inferior, onde se inicia o líquido, a outra camada, mais interna,
basalto. Entre 30 e 40 Km de profundidade, denominada de grão, é sólida e constituída
embaixo dos continentes, encontra-se uma de ferro puro.
camada de descontinuidade, também
34

SUB-DIVISÃO CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS


DIVISÃO (Alttura/Prof. Km) QUÍMICAS FÍSICAS

Exosfera Hidrogênio Gasosa


(600 a 1600)

ATMOSFERA Ionosfera Hidrogênio, Hélio e Gasosa


(80 a 600) Nitrogênio

Estratosfera Ozônio, Oxigênio, Hélio e Gasosa


(12 a 80) Hidrogênio

Troposfera Oxigênio, Hélio, Gás


(0 a 12) Carbônico, Nitrogênio
Sólidos, líquidos
Biosfera Ecossistemas terrestres coloidais
Ecossistemas aquáticos
CROSTA Monte Evereste-
Hidrosfera Carbono, H2O, O2 9.000m
Óxidos, Silicatos Fossa Filipinas-
11.000m
OU Crosta Superior (Sial)
(-15 a –25 ) Silício, Alumínio, Ferro, Sólido
Cobre, Chumbo etc.
LITOSFERA Crosta Inferior (Sima
) Silicatos de Ferro Sólido
(-25 a – 75 ) Magnésio
ASTENOSFERA
(- 700 ) Silicatos ( Mg2 , Fe2 , SiO4 Pastosa
,
Sulfetos, Óxidos
MANTO Silicatos ( Mg2 , Fe2 , SiO4
SUPERIOR (- 1.200 ) , Sólido
Sulfetos, Óxidos
MANTO
INFERIOR (-2.800 a -2.900) Silicatos, Sulfetos e Pastosa
Óxidos
NÚCLEO
(NIFE) (- 6.370 ) Liga de Ferro e Níquel Estado de Fusão
sólido
35

SUB-DIVISÃO CONSTITUIÇÃO DENSI- TEMPE-


DIVISÃO (Alttura/Prof. LITOLOGICA DADE RATURA
Km) (g/cm3 ) ( 0c )

Biosfera -70
CROSTA
Hidrosfera + 70
Rochas Ígneas
OU Crosta Superior -Graníticas
(-15 a –25 ) -Basálticas 2,7 600
Rochas Metamórficas
Rochas Sedimentares
Sial ( granodiorito )
LITOSFERA Rochas Ígneas
Crosta Inferior -Graníticas
(Sima ) -Basálticas 2,9 1.200
(-25 a – 75 ) Rochas Metamórficas
Rochas Sedimentares
Sima ( gabro)

ASTENOSFERA (- 700 ) Silicatos, Sulfetos e 3,0 2.000


Óxidos
MANTO
SUPERIOR (- 1.200 ) Peridotito 3,3 3.400
Assideritos
MANTO
INFERIOR (-2.800 a 2.900) Silicatos, sulfetos e 4,7 4.000
Óxidos
NÚCLEO
(NIFE) (- 6.370 ) Ferro, Magnésio e Níquel 12,2 4.000

Gabro: Rocha ígnea intrusiva de coloração escura e de granulação grossa.


Peridotito: Silicatos de ferro e magnésio. São encontrados em rochas eruptivas e
metamórficas.
Granodiorito: Rocha intrusiva. Coloração escura.
Assideritos:

PROCESSOS ENDÓGENOS E ESQUEMA SIMPLIFICADO


EXÓGENOS
Figura. O ciclo da matéria. À direita, em
CICLO DA MATÉRIA NA CROSTA linhas tracejadas, o ciclo exógeno
TERRESTRE desenvolve-se na superfície da Terra sob
ação das forças externas. À esquerda, em
Os processos geológicos dentro linhas contínuas, o ciclo, sob ação das
(endógenos) e sobre a Terra (exógenos) forças de natureza interna, desenvolve-se
podem ser reunidos num ciclo de processos no interior da crosta. ( Ver desenho dado
que agem continuamente sobre a matéria em sala de aula ).
exposta na superfície terrestre.
36
INTEMPERISMO dobramentos e falhas.
Ex. Terremotos, vulcanismo. Elevação de
Ou meteorização. Isto é, redução das vastas áreas, dando origem a grandes
rochas expostas na superfície terrestre sob cadeias de montanhas.
a influência de agentes químicos, físicos e
biológicos. Agindo sozinhos ou em conjunto. EPIROGENÉTICOS
O material desagregado pode ser São lentos, abrangem áreas continentais e
transportado sob influência da gravidade, da não têm competência para deformar.
água, do gelo, do vento para um novo lugar Ex. Bacias sedimentares
de deposição. Assim origina-se as rochas Subida e descida do nível do mar.
sedimentares.
CRÁTON
DIAGÊNESE
São áreas estáveis, pertencentes aos
Os sedimentos, quando em depressões da "escudos", que desde o fim do Pré-
crosta, empilham-se sucessivamente. As Cambriano, não foram submetidas à ação
porções mais profundas, sofrem maior de movimentos orogênicos.
compactação por causa da pressão
exercida. Além do aumento da temperatura, ESCUDO
ocorrendo assim mudanças, que é
designado Diagênese. É uma área continental ou subcontinental
que mostra exposição de rochas cristalina
CAMINHOS APÓS A DIAGÊNESE ( DOIS de idade pré-cambriana.
CAMINHOS )

A) Ser exposto ao intemperismo. TECTÔNICA DE PLACAS E DERIVA


B) Transformação da constituição CONTINENTAL
mineralógica da rocha, condicionada pelo
aumento de temperatura e pressão, TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS
ocasionando desde o dobramento até o
metamorfismo das rochas.
A teoria de tectônica de placas é recente,
ANATÉXIS mas sua formação baseia-se em mais de
100 anos de estudos, pesquisas geológicas
O material depositado, sofre aumentos de e debates.
temperatura, resultando na fusão completa
do material. Sob fusão, esse material pode Diversas teorias ou modelos globais foram
subir e derramar-se sobre a superfície da propostos através dos tempos, procurando
crosta, como produto vulcânico, ou ir formar explicar a geodinâmica da Terra ou dos
câmaras plutônicas. Muitos granitos continentes. Algumas serviriam para
formam-se desta maneira. orientar o pensamento científico durante
MOVIMENTOS DE MODELAGEM DO muitas décadas. Outras foram
PLANETA aperfeiçoadas, e muitas abandonadas.
Estudos mais recentes, que partem
São os movimentos provocados pelo principalmente do campo da Geofísica,
dinamismo das placas tectônicas tais como: radioatividade, Paleoclimatologia, Geologia
Terremotos, vulcanismo, rochas dobradas e Marinha e Paleontologia, entre outros,
falhas, ou os movimentos lentos e constituem as bases do modelo hoje
constantes. admitido de tectônica de placas.
Esta teoria procura demonstrar que a
OROGENÉTICOS superfície semi-rígida da crosta sofre
São rápidos, violentos com grande carga movimentos sobre uma porção inferior,
energética, causando deformações, quente e fluída, denominada astenosfera.
37
Como conseqüência desses movimentos,
as rochas superficiais sofrem deformações
produzindo estruturas características, A expansão do assoalho oceânico leva
conhecidas como produtos do tectônismo. consigo os continentes, que pertencem a
cada placa móvel, produzindo a deriva
O fenômeno da tectônica de placas continental. Como conseqüência deste
processa-se em escala global, mas movimento, enquanto duas placas se
encontra-se evidenciando segundo direções afastam por crescimento do assoalho, na
preferenciais ou regionais. margem oposta de uma delas poderá
Estas placas são rígidas e indeformáveis processar-se a colisão por aproximação
por si sós mas descrevem movimentos com a placa adjacente. Quando duas placas
laterais (deriva) e periodicamente pequenos colidem, uma delas poderá mergular por
movimentos verticais. baixo da outra até penetrar na astenosfera,
Como conseqüência dos movimentos onde será consumida. Este fenômeno
laterais, surgem, nos limites externos das chama-se subducção.
placas, uma série de deformações,
resultantes de colisões. As regiões Todo o globo encontra-se dividido em seis
limítrofes das placas vêm a ser a causa da placas principais (e outras menores), que
distribuição das zonas de terremotos, descrevem lentos movimentos segundo
vulcanismo e falhamentos em toda direções própprias, produzindo em seus
superfície da Terra, incluído as ilhas e limites adjacentes vários tipos de contatos:
regiões submarinas. quando as placas têm sentido contrário é
gerado simultaneamente novo material
MOSAICO DE PLACAS cortical, de natureza básica, originado do
manto e que vai preencher o espaço criado
Desde os últimos 180 milhões de anos pelo afaastamento.
(quando se iniciou a separação entre Nos contatos onde as placas colidem por
América e África), este processo realiza-se movimentos de sentido oposto, na chamada
periodicamente, de modo que as rochas zona de subducção, uma das placas
basálticas do fundo dos oceanos têm idades desaparece em direção ao interior da
crescentes, a partir do centro das astenosfera, enquanto a outra deforma-se e
cordilheiras mesoceânicas, em direção aos ergue-se, formando as grandes cadeias de
continentes, como revelam os dados montanhas.
radiométricos.
Outro tipo de contrato possível entre as
Entre as conclusões desse estudo estão placas é o de deslizamento lateral de uma
dois fatores importantes: o material em relação à outra, como se fossem falhas
recolhido data dos primórdios do atlântico, e de rejeito horizontal. Neste caso, ocorrem
a idade foi estimada entre 145 e 155 as chamadas falhas de transformação,
milhões de anos (período Jurássico onde, ao contrário dos outros casos, não há
Superior ). A velocidade de distanciamento criação ou destruição de material.
dos continentes foi também estimada e Constituem notáveis exemplos de zonas de
descobriu-se que durante milhões de anos falhas de transformação a falha de Santo
ela foi de 6 cm/ano, para depois decrescer, André, na Califórnia, e a falha de Anatolian,
atingindo a taxa anual de 2 cm/ano. na Turquia. O Brasil encontra-se sobre a
Mostrou-se também que desde os seus placa sul-americana, cujos bordos leste
primórdios o Oceano Atlântico, naquela encontram-se na cadeia mesoatlântica e
região (Cordilheira mesoatlântica ), recebia oeste, na Cordilheira do Pacífico.
correntes marítimas frias provenientes das
regiões polares. Isso se tornou evidente a EVIDÊNCIA DA DERIVA CONTINENTAL
partir dos depósitos de plancton
encontrados nos sedimentos coletados no Até o início do Jurássico (cerca de 180
fundo. milhões de anos), as placas encontravam-
38
se reunidas num único continente continentes começaram a separar-
denominado Pangéia. se (Cretáceo) .
 Todas as ilhas oceânicas e
A Pangéia constituiu no passado uma vulcânicas são recentes, ou seja, de
massa de terra única, rodeada por um idade
oceano irregular, chamado pantalassa, que posterior ao início da migração dos
foi o ancestral do Oceano Pacífico. O continentes.
ancestral do Mediterrâneo, o Tétis formava  Quando uma rocha vulcânica ou
na época uma grande baía que separava sedimentar contém partículas de
parcialmente a África da Eurásia. ferro, este fica magnetizado segundo
A existência do pangéia terminou no final do a direção e polaridade do campo
Jurássico, quando, mais ou menos ao norte magnético da época (diferente do
do equador, houve rompimento do atual). Isto demonstra que a posição
continente, dividindo-se inicialmente em polar variou no tempo, ou, mais
dois, formando a Laurásia e a Gondwana. especificamente, que os continentes
Da Laurásia faziam parte a América do mudavam-se descrevendo trajetória
Norte e a Eurásia. O continen,te de próprias. A interpretação é que as
Gondwana era constityído pelo trajetórias de cada continente com
agrupamento da América do Sul, Africa, relação ao pólo são diferentes
Antártida, Austrália e India. porque se movem
As evidências geológicas de que os independentemente.
continentes do Hemisfério Sul formaram o  As margens dos escudos entre os
continente da Gandwana são há tempo continentes apresentam as mesmas
conhecidas. Entre elas, são notáveis os idades. As margens' do Escudo
depósitos de tilitos, provenientes da Africano têm a mesma idade das
glaciação permocarbonífera que atingiu a margens do Escudo do Nordeste
América do Sul, África, Austrália, Índia, brasileiro.
Madagascar e Antártida, simultaneamente.

ARGUMENTOS DA DERIVA TERREMOTOS / ONDAS SÍSMICAS


CONTINENTAL
TERREMOTOS
 A distância global dos sistemas de
montanhas na superfície terrestre e São vibrações naturais da crosta terrestre
das fraturas oceânicas e cordilheiras que se propagam por meio de ondas.
vulcânicas associadas sugerem que Admite-se que a causa principal dos
sua origem está ligada aos grandes terremotos seja devido ao esforço
deslocamentos sofridos por porções das placas que se movem em direções
da superfície (Placas). preferenciais e que com o progresso do
 A distribuição dos vulcões, esforço, a energia vai sendo acumulada, até
terremotos (falhamentos que se rompa a resistência das rochas.
associados), que se encontram
alinhados por distâncias de milhares TERMO SISMOLOGIA (Robert Mallet,1858)
de quilômetros, sugere
movimentação em grande escala de Mais de 1 milhão de perturbações sísmicas
material proveniente do interior da por ano. No Japão um observatório registra
crosta (Iavas) que se valeu das em média 200.000 abalos sísmicos por ano.
linhas de ruptura (falhas) para
chegar à superfície. Brasil nossa área é tectonicamente estável,
 Sobre os oceanos há uma capa de devido a cicatrização da crosta no período
sedimentos relativamente delgada, Pré-Cambriano. O país fica em cima de
cuja deposição se inicio quando os uma grande e única placa tectônica,
39
entretanto, no território nacional, as falhas TERREMOTOS CÉLEBRES
são pequenas rachaduras causadas pelo
desgaste na placa tectônica, que levam a  1755 EM Lisboa - 60.000 mortes
pequenos abalos. Alguns estados sofrem (Igreja e Porto, ondas de 15m).
com a abrangência da Placa de Nazca que Estendeu-se por toda Espanha,
ao encontrar a Placa Sul-Americana, no Marrocos - 1/3 da Terra sentiu o
litoral do Peru, invade o continente. O abalo produzido por este terremoto.
Nordeste é uma das regiões mais sujeitas a  1811 no Vale do Mississipi -
terremotos no Brasil, com magnitude média Comprimento de 240 Km por 55 Km.
de 3,5 graus na escala de Richter. A cidade Afundou de 1 a 3m.
de Caruaru, por exemplo, registra uma das  1906 - São Francisco, Califómia
maiores quantidades de tremores de terra, (Próximo a falha Santo André).
devido a cidade estar localizada bem no  1908 - Messina (Itália), destruiu as
meio de uma falha geológica, denominada cidades de Messina e Reggio (
de cisalhamento Pernambuco-Leste, falha 80.000 mortes). 1923 - Tóquio -
esta que estende-se de Recife à Arcoverde, 140.000 mortes
com aproximadamente 254 Km.  1960 - Marrocos - 20.000 mortes
 1972 - Nicaraágua - 50.000 mortes
Foram cadastrados no Brasil até 1922, trinta  1970 - Peru - 50.000 mortes.
e três abalos: 11 em MG, 6 em MT, 2 na
BA, RN, PE e GO; 1 em SP, ES, CE, PA, O terremoto ( 9 graus na escala Richeter)
RS e RJ. mais intenso dos últimos 40 anos,
SERRO ( MG) em 1872 aconteceu em 26 de dezembro de 2004,
"Mortes sem conta, casas destrui das e com epicentro na costa da Ilha de Sumatra,
soterradas, morros alui dos, valles na Indonésia, provocou uma série de ondas
revolvidos, criações levadas pela enchente gigantes que chegaram de surpresa em
... tendo o phenomeno começado por dous pelo manos 12 países do sudoeste asiático
grandes estrondos, quase juntos e logo a e que mataram cerca de 280 mil pessoas
terra estremeceo, como abalada em seus deixando 5 milhões à mercê der algum tipo
fundamentos, começando 15 minutos de auxílio. A energia foi tão forte que o
depois a inundação, com a subida das terremoto chegou a modificar a inclinação
águas do rio a 60 palmos acima do nível do eixo de rotação do planeta em cerca de
natural...". 2 milésimos de segundo, o que corresponde
a 5 a 6 centímetros em linha reta. Para se
 Região Amazônica - 30 no decorrer ter uma idéia, a energia total liberada pelos
da metade do Século XX. Em 1983 tsunamis no sudoeste asiático foi de 5
uma abalo com 5,5 graus na escala megatons, mais de duas vezes a energia
de Richeter. explosiva usada na Segunda Guerra
 Em 1690 em Manaus um tremor Mundial, contando as duas bombas
com mais de 300 léguas; atômicas. Até no Brasil, alguns “efeitos”
 Em 1972 - Niterói, Campos, foram sentidos, pois duas estações
Cachoeiro do Itapemirim e Vitória; maregráficas do Instituto Brasileiro de
 Em 1980 - Pacajus (CE ) - uma Geografia e Estatística detectaram
morte e muitos feridos( 5,2 graus alterações do nível do mar nos dois dias
escala de Richeter) seguintes ao terremoto. No caso deste
 Em 1986 - João Câmara ( RN) 5,1 fenômeno, o movimento das placas
na escala Richter. tectônicas causou o forte terremoto e uma
 Em 1955, no Mato Grosso, fenda de 1.000 Km no fundo do mar, a 40
chagando a 6,6 graus na escala de Km de profundidade da superfície e a 10
Richeter. Km sob a costa oceânica, resultando ainda
 Em 1955, no Espírito Santo, com 6,6 em um deslocamento vertical entre 10 a 15
graus na escala de Richeter. metros. O imenso desvio dessa grande
quantidade de volume de água gerou a
40
seqüência de ondas gigantes, conhecida propagação das ondas sísmicas. Observa-
em todo o mundo pela palavra japonesa se que as isossistas de graduação mais
tsunami ( tsu = porto ; nami = onda ). forte localizam-se mais próximas ao
epicentro e fora da zona montanhosa, que é
Na revista Veja de 19 de outubro de 2005, formada de rochas mais resistentes, cuja
uma reportagem traz o título “ Tragédia no amplitude de vibração é menor do que a
alto Himalaia” – Terremoto devastador na das rochas sedimentares pouco
Caxemira mata mais de 30.000 pessoas e consolidadas, onde o efeito destrutivo é
deixa 2 milhões de desabrigados - O bem mais acentuado.
terremoto ocorreu no dia 08 de outubro de
2005, devastou a Caxemira paquistanesa, INTENSIDADE DOS TERREMOTOS
alcançou 7,6 graus na escala Richter, que
mede a intensidade do tremor de acordo 1 . A distância do foco em relação ao local
com a capacidade de causar estragos nas do terremoto influi na sua intensidade.
construções existentes na área atingida. A Esta é tanto menor, quanto maior for a
cada degrau da escala, 32 vezes energia é distância do foco ao local considerado.
liberada em comparação com o degrau
anterior. Os continentes e o solo dos 2. A heterogeneidade litológica da crosta
oceanos repousam sobre grandes terrestre ( Rochas sedimentares são mais
fragmentos móveis chamados placas vulneráveis ).
tectônicas, elas flutuam sobre o manto,
formado por rochas aquecidas, que se
movimentam constantemente, empurrando Quanto mais forte for o abalo, maior a
as placas. É nos limites entre essas placas, aceleração das ondas sísmicas, cujo
conhecidos como falhas geológicas, que valor numérico é medido em milímetros
ocorrem os terremotos. Os abalos são por segundo ao quadrado.
causados pela energia liberada pelo
choque, pela fricção ou pela separação das
placas. A Caxemira está situada na junção CAUSAS DOS TERREMOTOS
de duas placas tectônicas, a indiana e a
eurasiana, que a deixam vulnerável a DESMORONAMENTOS INTERNOS
abalos sísmicos. Foram três grandes SUPERFICIAIS
terremotos nos últimos cem anos.
Provocados pela dissolução de rochas
pelas águas subterrâneas. É de pequena
ISOSSISTA intensidade e local. Geralmente acontece
em região calcária.
São as linhas da propagação das ondas Em regiões vulcânicas, pode ocorrer o
sísmicas, de igual intensidade, a partir do colapso de parte do edifício vulcânico
epicentro. (causas atectônicas). Acomodação de
A grande maioria dos hipocentros acham- camadas sedimentares.
se localizados a menos de 50 Km de
profundidade e 4% dos terremotos provêm CAUSAS VULCÂNICAS
de hipocentros de profundidade de 100 a Ocasionam terremotos locais de pequena
700 Km. intensidade, resultam de explosões
internas, de acomodações verificadas nos
vazios resultantes da explosão do magma.
Esquema hipotético da propagação dos
abalos sísmicos a partir do hipocentro H, ou CAUSAS TECTÔNICAS
foco, acima do qual se acha o epicentro E,
na ocasião do terremoto de Messina, Itália, São as mais importantes, as responsáveis
em 1908.As linhas pontilhadas representam pela formação de grandes terremotos, que
as isossistas, e as linhas retas, a direção de podem propagar-se por toda a Terra.
41
As vibrações MACROSSÍSMOS, IV -Aceleração de 10 a 25 mm/ s2 ( ranger
perceptíveis sem o auxílio de aparelhos, de paredes)
atingem de 1 a mil quilômetros. As V - Aceleração de 25 a 50 mm / s2
MICROSSISMOS são muitas vezes (acordar as pessoas)
registradas em todos os sismógrafos VI- Aceleração de 50 a 1000 mm / s2
espalhados pela Terra. (pessoas sair de casa)
VII- Aceleração de 100 a 250 mm/s2
OS FOCOS DOS TERREMOTOS (destruição de construções)
(TERCIÁRIO) VlII - Aceleração de 250 a 500 mm/s2
(construções sólidas/fendas)
Áreas sujeitas a vulcanismo. Áreas IX - Aceleração de 500 a 1.000 mm / s2
tectonicamente instáveis, sujeitas a (danifica as fundações)
levantamentos, dobramentos, indicam X - Destruição de edifícios, deslizamento de
movimentações situadas em 8 a 15 Km terra, fendas em represas
abaixo da superfície. XI - Destruição de pontes, grandes fendas
XlI - Destruição total, modificações da
 42% dos epicentros (local de topografia.
origem) situam-se na orla do
Pacífico (Círculo do Fogo); ESCALA DE C. F. RICHER
 25% localizam-se nos Alpes até o É baseada na quantidade de energia
Himalaia (Dobramento Terciário ) desprendida, gasta num terremoto.
 25% Ásia menor, África De 0,0 a 1,9 - Não é sentido. É detectado
 8 % Pré-Terciário apenas por sismógrafos.
 1 a 1,5 % Escudos Cristalinos. De 2,0 a 2,9 - Não é sentido. Alguns
objetos, podem balançar.
LOCAL DO TERREMOTO De 3,0 a 3,9 - Sensação comparável a
vibração de um caminhão passando
HIPOCENTRO OU FOCO próximo.
De 4,0 a 4,9 – Pode quebrar janelas e
É local onde se origina o terremoto dentro derrubar objetos.
da crosta terrestre. De 5,0 a 5,9 – Pequenos danos em
O terremoto onde o foco se situa a menos edificações.
de 8 Km da superfície geralmente é de De 6,0 a 6,9 – Danos a construções fortes e
alcance local. pode abalar seriamente as mais fracas.
De 7,0 a 7,9 – Terremoto de grande
EPICENTRO proporção, com prédios saindo das
É o ponto da superfície terrestre situado fundações,
acima do hipocentro. rachaduras no solo e
tabulações subterrâneas se quebram.
ESCALA DE MERCALLI-SIEBERG De 8,0 a 8,9 – Abalo fortíssimo. Pontes se
rompem, poucas construções resistem.
Divide-se em 12 categorias e é de interesse De 9,0 em diante – Destruição total.
mais humana.

BASE
I - Aceleração inferior a 2,5 mm / s2
O padrão foi o valor máximo do movimento
II - Aceleração 2,5 a 5 mm / s2 ( andares horizontal registrado num sismógrafo
superiores) padronizado a uma distância de 100 Km do
epicentro.
III- Aceleração de 5 a 10 mm/ s2 (andares O valor é calculado a partir da extrapolação
superiores e inferiores) dos dados fornecidos por outros
sismógrafos, com distâncias conhecidas.
42
A escala varia de 1 a 9. O valor 2 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
corresponde a um abalo fraco, já o valor 7 é
destrutivo. Vejamos alguns exemplos: 1 . Monitorar os terremotos e abalos
sísmicos. Os 3 tipos de ondas chegam a
 *São Francisco ( 1906 ) - 8,25 um sismógrafo em tempos diversos,
(energia de 20 trilhões de k W /h; fornecendo a localização do foco do
 Tóquio ( 1923 ) - 8,1 ( energia de 16 terremoto e dados da superfície.
trilhões de quilowatt-hora);
 Lisboa ( 1755) ( 350 trilhões de 2. Prova de que a Terra é constituída por
kW/h). uma série de capas concêntricas e
materiais diferentes.
* Energia produzida por queda de um
bloco granítico de 26 bilhões de 3. Descoberta de que o núcleo da Terra
toneladas, caindo de 280 Km de altura. está em estado de fusão.

4. Descoberta de água e petróleo


ONDAS SÍSMICAS
VULCÕES
São propagações de energia em forma de
ondas. Os terremotos produzem 3 tipos de Vulcão é uma abertura na superfície de um
ondas. planeta (ou na crosta terrestre litosfera),
I - Primárias ( prima) = P através do qual o material magmático (lava,
2 - Secusdária ( secunda) = S gases, cinza, etc.) oriundos de camadas
3 - Longas ou de Superficie = L profundas é lançado à superfície. Forma de
relevo, em geral montanha de forma cônica,
PRIMÁRIA edificado pelas lavas expelidas do interior
 Ondas longitudinais de pequena da Terra por um conduto ou chaminé.
amplitude. Popularmente é uma montanha que expele
 Quando passam de uma camada de ou já expeliu material magmático.
menor densidade para outra de A Terra ainda é um planeta jovem, que
maior densidade, a sua velocidade apresenta constantes modificações em
aumenta. sua crosta, provocada por fenômenos
 Quando penetra numa camada geológicos naturais internos.
líquida sua velocidade diminui, Atualmente, sabe-se que erupções
podendo sofrer refração e reflexão vulcânicas são meios naturais através dos
 Velocidade de 5,5 a 13,8 Km/s. quais os materiais em estado pastoso, que
se encontram no interior da Terra, chegam
SECUNDÁRIA até a superfície.
Os vulcões nada mais são do que chaminés
 São transversais
onde o material magmático que se encontra
 Não se propagam através de
no interior da Terra, abaixo das placas
líquidos
tectônicas, emergem para a superfície,
 Velocidade de 3,2 a 7,3 Km/s. dando muitas vezes a esses locais a forma
de cone.
LONGAS OU DE SUPERFÍCIE
 Ondas de grande comprimento Vulcões destoem vulcões criam. Este é um
 Propagam-se na crosta terrestre paradigma que, somente quem vive próximo
somente quando as ondas P e S a a eles pode entender muito bem, e por isso
atinge. mesmo continuam vivendo próximo deles
 Lentas, velocidade entre 4 e 4,4 apesar do eminente perigo de uma
Km/s. repentina erupção ou de sismos.
Em conseqüência de poderosas erupções,
os vulcões causam profunda impressão no
43
homem desde os primórdios da alinhamento que vai desde o sul da
humanidade, vem fornecendo farto material Cordilheiras dos Andes (Chile) até as
para inúmeras crenças entre os vários Filipinas, passando pelas costas ocidentais
povos da antigüidade e que persistem até da América do norte e pelo Japão.
hoje em algumas populações,
principalmente entre as que vivem próximo Círculo de Fogo do Atlântico - abrange a
aos vulcões. América Central, Antilhas (Caribe), Açores,
Ao longo do tempo a humanidade tem Cabo Verde, Mediterrâneo e Cáucaso.
estado atenta a esta poderosa força da
natureza. Os Romanos atribuem os eventos São raras as atividades vulcânicas no
vulcânicos a Vulcano, deus do fogo e da interior dos continentes, exceto na África,
metalurgia. No ano de 79 d.C. a erupção do que é atravessada de norte ao sul por uma
Monte Vesúvio destruiu as cidades faixa de vulcões ativos. Todavia, mesmo aí,
Romanas de Pompéia e Herculano. podemos constatar a presença de
Uma das mais espetaculares erupções fraturamento causada pela placa Africana.
vulcânicas registrada pela história, ocorreu Quase todos os 500 a 600 vulcões ativos no
em 1883 com a explosão do Krakatoa, no mundo estão localizados em bordas de
estreito de Sonda perto da ilha de Java. O placas convergentes. Estes são os vulcões
mais recente exemplo é a dramática nos quais ocorrem erupções. No entanto, a
erupção do Monte Santa Helena, em 1980, maior parte dessa atividade incessante
na Cascade Range (cadeia de montanhas) passa despercebida porque no fundo dos
no Estado de Washigton nos Estados oceanos, onde o magma do manto superior
Unidos. sobe e se deposita no solo oceânico,
adicionando matéria na crosta.
LOCALIZAÇÃO DOS VULCÕES

Os vulcões resultam do levantamento das TIPOS DE VULCÕES


camadas internas da crosta por movimentos
no interior da Terra. Estão concentrados Ativo: quando encontramos nele material
nas chamadas zonas oro- genéticas incandescente, gases, poeiras e alta
modernas, ou simplesmente Circulo do temperatura. Muitas vezes podemos
Fogo, que Compreende o litoral Pacífico da encontra-los em pleno estado de erupção
América, litoral Pacífico da Ásia e da ou parcialmente dormentes.
Oceania, além de um semi circulo que vai Nos vulcões ativos podem ocorrer erupções
desde a América Central, atravessando o a qualquer momento, como também
atlântico, sul da Europa e Ásia, até se explosões e abalos sísmicos
encontrar com o sudeste asiático.
Pelo que podemos notar, existe visível Adormecidos: são aqueles nos quais se
relação entre os vulcões e os contornos das encontram temperatura mais elevada no
placas tectônicas, pois as fraturas interior de suas crateras, porém não se tem
resultantes dessas deformações podem registros de erupções, abalos sísmicos,
facilitar o aparecimento de vulcões, visto explosões ou outras manifestações a vários
que, as forças vulcânicas se manifestam anos.
principalmente ao longa do encontro delas
e, esta mobilidade das placas permite a Inativos; são aqueles onde hoje podemos
subida de massas magmáticas às zonas perceber por meio visual sua forma cônica
mais próximas da superfície. de vestígios de material vulcânico
encontrados no local e nas proximidades de
Existem duas grandes e principais áreas que ali já foi um vulcão; Porém por meio de
onde está concentrada a maior parte dos análise descobrimos que o conduto de
vulcões. São elas: material está totalmente petrificado, não se
Círculo de Fogo do Pacifico - concentra- registra abalos sísmicos, explosões ou
se cerca de 800/0 dos vulcões e forma um qualquer outro vestígio arqueológico de sua
44
atividade a centenas ou milhares de anos. formam corridas de lava , como as do
Havaí. Magmas mais viscosos, como os
riolíticos ( viscosidade aproximada de 10 6 a
MAGMA E VULCANISMO 107 poises), têm dificuldade até mesmo para
extravasar, formando freqüentemente
MAGMA “rolhas” que entopem os condutos
vulcânicos, o que provoca aumento de
A palavra magma provém do grego e refere- pressão por conta do magma e gases que
se originalmente a uma massa ou pasta, vão se acumulando abaixo do edifício
como a utilizada no preparo do pão. Na vulcânico.
geologia, magma é qualquer material
rochoso fundido, de consistência pastosa, ORIGEM DOS MAGMAS
que apresenta uma mobilidade potencial, e
que, ao consolidar, constitui as rochas Os magmas se originam da fusão parcial de
ígneas (ou magmáticas). O magma que rochas do manto na Astenosfera, ou do
extravasa à superfície, formando os manto superior ou crosta inferior na
derrames vulcânicos, recebe a litosfera. A fusão pode ser provocada pelo
denominação mais específica de lava, uma aumento da temperatura, por alívio da
vez que, durante o processo vulcânico, pressão confinante a que estão submetidas
sofre algumas importantes modificações estas rochas, por variações no teor de
físico-químicas ( devolatilização, reações de fluidos ou, como ocorre mais comumente,
oxi-redução), que a diferenciam do magma por uma combinação desses fatores.
retido e cristalizado em profundidade.
CONSTITUINTES DOS MAGMAS
Magmas apresentam altas temperaturas, da
ordem de 700 a 1.200 oC, e são constituídos A composição de um magma depende de
por: vários fatores:
a) da constituição da rocha geradora;
a) uma parte líquida, representada pelo b) das condições em que ocorreu a fusão
material rochoso fundido; desta rocha e da taxa de fusão
b) uma parte sólida, que corresponde a correspondente; e
minerais já cristalizados e a eventuais b) da história evolutiva deste magma do
fragmentos de rocha transportados em meio seu local de origem até o seu sítio de
à porção líquida; e consolidação.
b) uma parte gasosa, constituída por
voláteis dissolvidos na parte líquida, O Magma tem, majoritariamente,
predominantemente H2O e CO2 composição silicática, em consonância com
a composição predominante da crosta e do
Esses componentes ocorrem em manto terrestre; porém, magmas
proporções variáveis em função da origem e carbonáticos e sulfetados também são
evolução dos magmas. A consistência física conhecidos. Os principais componentes do
é função de diversos parâmetros: magma silicático na Terra são, além de O e
composição química, grau de cristalinidade Si, o Al, Ca, Fe, Mg, Na, K, Mn, Ti e P. A
( em que proporção o magma contém já composição química de rochas e magmas é
cristalizado), teor voláteis dissolvidos e a indicada, por convenção com elementos
temperatura em que se encontra. Esta constituintes apresentados na forma de
consistência física, que implica maior ou óxidos. A variação composicional dos
menor facilidade de fluir sob tensões magmas, assim como das rochas ígneas, é
cisalhantes, é definida pela viscosidade, descrita principalmente por seu teor de
medida em poises. Magmas pouco sílica, que indica a porcentagem em peso
viscosos, logo mais fluidos, como os de SiO2. O espectro composicional dos
basálticos ( viscosidade aproximada de 10 2 magmas silicáticos é muito amplo, e
a 103 poises), extravasam com facilidade, e praticamente contínuo em termos do teor de
45
sílica; porém, dois tipos de magmas se liberação espetacular do calor interno
destacam amplamente pela sua abundância terrestre acumulado através dos tempos,
na crosta terrestre: são o magma granítico, principalmente pelo decaimento de
com teores de sílica superiores a 66%, e o elementos radioativos. Este fluxo de calor,
magma basáltico, com teores de sílica entre por sua vez, é o componente essencial na
45 e 52%. Alguns pesquisadores dinâmica de criação e destruição da crosta,
acrescentam um terceiro tipo de magma, o na qual os vulcões, juntamente com os
magma andesítico, cujo teor em sílica e de terremotos, têm papel essencial, desde os
52 a 66%. Em termos de volume estimado, primórdios da evolução geológica..
porém, os magmas graníticos e basálticos Atividades vulcânicas foram também
são nitidamente preponderantes. importantes na Lua, Marte e Vênus, onde
Composições médias de rochas modelaram paulatinamente nas suas
representativas dos três tipos de magmas: superfícies em diferentes épocas
graníticos, andesitos e basaltos, são geológicas. O monte Olimpo, em Marte, é a
apresentados na tabela abaixo. maior estrutura vulcânica conhecida do
Sistema Solar, com seu cone de 26 Km de
altura em cujo cume existe uma depressão
Rocha/Magma com 65 Km de diâmetro. Todavia, os
Oxido exemplos mais impressionantes ocorrem no
Granito Andesito Basalto
satélite mais interno de Júpiter, o mais ativo
SiO2 72,08 54,20 50,83 do sistema Solar.
TiO2 0,37 1,31 2,03
Al2O3 13,86 17,17 14,07 Os vulcões são considerados fontes de
Fe2O3 0,86 3,48 2,88 observações científicas das entranhas da
FeO 1,67 5,49 9,05 Terra, uma vez que as lavas, os gases e as
MnO 0,06 0,15 0,18 cinzas fornecem novos conhecimentos de
MgO 0,52 4,36 6,34 como os minerais são formados e onde os
recursos geotermais de interesses para a
CaO 1,33 7,92 10,42
humanidade podem se localizar. A
Na2O 3,08 3,67 2,23
importância do vulcanismo transcende a
K2O 5,46 1,11 0,82
notória influência que exerce no nosso
P2O5 0,18 0,28 0,23
ecossistema, em que 25 % do O2, H2, C, Cl,
H2O 0,53 0,86 0,91 N2 hoje presente na biosfera têm esta
total 100,00 100,00 100,00 origem. Sabemos, por exemplo, que
milhares de vulcões ativos há mais de 4
Exemplos de composição média de bilhões de anos, liberam enormes volumes
rochas ígneas consolidadas a partir de de água, gás carbônico e outros elementos
magmas graníticos, andesíticos e químicos, formando os primeiros oceanos, e
basálticos ( valores em % em peso) nossa atmosfera primitiva – originalmente
uma mistura tóxica de hidrogênio, metano,
VULCANISMO amônia e água – que permitira a produção,
mais tarde, das substâncias essenciais para
Conceito: O termo vulcanismo ( derivado o desenvolvimento dos primeiros
de Vulcano – Deus do fogo, da mitologia organismos da terra.
romana) abrange todos os processos e
eventos que permitem e provocam a As rochas vulcânicas originam-se da
ascensão de material magmático, juvenil, do consolidação das lavas, constituindo
interior da Terra à superfície terrestre. Este porções da crosta terrestre, representadas
material juvenil pode ocorrer em estado por montanhas e enormes depósitos
gasoso, líquido e sólido. rochosos nos continentes e assoalhos
oceânicos. As lavas, por outro lado,
Quando nos deparamos com uma erupção representam amostragens reais dos
vulcânica, testemunhamos, na verdade, a materiais das profundezas da Terra, muito
46
embora original seja perdida durante o almofadas, com diâmetro de até 1 metro.
processo de solidificação. Mesmo assim, as Sua ocorrência resulta do comportamento
lavas podem fornecer informações úteis plástico do magma basáltico que, em
sobre a composição química e o estado contato com a água fria resfria
físico do material constituinte do manto instantaneamente. Com isso, cria-se uma
superior. película exterior vítrea, enquanto o interior
do material rochoso submetido a
PRODUTOS VULCÂNICOS resfriamento mais lento adquire uma
granulometria cristalina mais grosseira. A
Os produtos gerados numa erupção profundidade do derrame também um
vulcânica podem ser sólidos, líquidos ou parâmetro importante no processo, pois a
gasosos, conforme sintetizado na tabela pressão da água deve ser suficientemente
anterior. alta, de modo a impedir que os gases
dissolvidos no magma fervam ou se
expandam.
LAVAS
As lavas almofadadas se acumulam devido
Representam o material rochoso em estado à fluidez de lava de à pressão interna dos
de fusão que extravasa à superfície, gases, que leva ao rompimento da película
contemporaneamente ao escape dos rochosa recém-consolidada pela expulsão
componentes voláteis do magma. Durante o contínua do magma. Podem ocorrer tanto
processo, pode haver adição ou perda de em águas rasas como profundas e, apesar
compostos químicos. Os vários tipos de de freqüentes em basaltos subaquáticos,
lavas são correspondentes extrusivos de são também observadas em lavas com
magmas félsicos ou máficos. maior conteúdo em SiO2.

PRINCIPAIS TIPOS DE LAVAS Lavas em corda (lava pahoehoe e aa).São


termos oriundos de descrições na ilha
Lavas basálticas: É o tipo de lava mais vulcânica do Havaí, relacionados ao fluxo e
comum nos derrames, caracterizando-se aparência superficial de resfriamento das
pela cor preta e temperaturas de erupção lavas basálticas. A lava pahoehoe ( lava em
entre 1.00 e 1.200 oC, temperaturas estas corda) é a mais comum nos vulcões do
semelhantes às do manto superior. As Havaí. A lava basáltica em contato com o ar
propriedades químicas e físicas das lavas resfria-se, formando uma crosta fina,
basálticas, tais como a baixa viscosidade enquanto o fluxo magmático continua
devido ao menor conteúdo em sílica ( SiO2), abaixo dela. Este fluxo subsuperficial, que
menor retenção dos gases dissolvidos e alta lembra a viscosidade do mel, gera feições
temperatura permitem que o fluxo seja retorcidas na película rochosa em processo
menos espesso e atinja áreas distantes em de solidificação. Alguma vezes o fluxo da
relação à erupção. Fluxos com até 100 lava se dá muito rapidamente ao longo de
Km/h já foram observados. Derrames trincas abaixo da crosta já consolidada.
enormes ocorrem em diversos continentes e Eventuais refluxos do magma levam à
ilhas vulcânicas, alguns deles originados drenagem desses túneis, criando um canal
durante eventos geológicos gigantescos, subterrânea – o tubo de lava.
como exemplo o derrame da Bacia do
Paraná ( Brasil) As lavas basálticas exibem Já a lava aa ( em bloco) forma-se quando o
variações na sua morfologia e fluidez no escape dos gases dissolvidos no magma
decorrer do processo de consolidação, durante a consolidação causa rápido
recebendo diferentes denominações, a aumento na viscosidade do material mais
saber: superficial. O fluxo deste tipo de lava é
naturalmente mais lento que o da lava em
Lavas almofadadas: São acumulações corda. De modo é produzida uma capa mais
subaquáticas que possuem a forma de grossa, que pode atingir espessuras de 3 a
47
4 m. A lava se quebra em blocos irregulares denominada “crosta de pão”. Já os blocos
na medida em que o fluxo magmático são constituídos por fragmentos angulosos
interno continua. de lavas consolidada ou da rocha
encaixante do conduto, lançados à
Lava riolítica. Estas lavas possuem atmosfera.
composição mais diferenciada ( félsica). O
maior conteúdo em SiO2 , bem como a
mineralogia mais complexa e maior DEPÓSITOS PIROCLÁSTICOS
retenção em gases tornam-na mais
viscosas que as lavas basálticas. O termo piroclástico deriva do grego pyros (
Apresentam temperaturas entre 800 e 1.000 fogo) e klasto (quebrado). Os materiais
o
C e a rocha vulcânica formada possui cor piroclásticos são constituídos por materiais
clara a avermelhada. A baixa fluidez das soltos ou misturas de cinzas vulcânicas,
lavas riolíticas leva geralmente a um bombas e gases, produzido durante
acúmulo rochoso que pode alcançar erupções violentas de gases. Tais produtos
dezenas ou até centenas de metros de podem ser classificados em: juvenil (
espessura, tornado comuns as explosões. fragmentos solidificados do próprio magma),
As lavas de composição andesítica b) não juvenil ( fragmentos originados da
possuem conteúdo de sílica intermediário parede da cratera, do conduto magmáticos
entre o s basaltos e riolitos. ou quebra de rochas preexistentes; c)
fragmentos de origem diversa associadas a
FRAGMENTOS VULCÂNICOS partículas ou gotas de lava.

Correspondem aos vulcanoclastos e As brechas vulcânicas representam os


piroclastos. Os primeiros englobam os produtos piroclásticos de granulação mais
fragmentos vulcânicos formados pela grossa, sendo constituídos por fragmentos
erosão. Já o termo piroclasto refere-se aos angulosos de material preexistente ou do
materiais lançados na atmosfera por próprio derrame, cimentado numa matriz
erupção explosivas. Esses produtos também grosseira. Os depósitos de queda
recebem o nome de tefra. O material piroclástica recebem o nome de tufos
particulado mais fino é constituído por vulcânicos. São constituídos por fragmentos
cinzas e poeira, podendo formar espessos menores numa matriz de granulação fina.
pacotes, em geral nas proximidades do
vulcão. Todavia, a ação dos ventos pode Os depósitos de fluxo piroclástico são
transportar as partículas a enormes misturas de fragmentos, partículas de rocha
distâncias. O lapilito é geralmente formado e gases quentes que, independentemente
pela colagem de cinzas. São gotas de lavas da granulação, movem-se pelo seu próprio
maiores que cinzas, cuja morfologia indica peso, condicionadas à declividade do
sua formação em estado plástico. Podem terreno. A emulsão de gases
ter o tamanho de uma bola de tênis. Em superaquecidos é tal que a resistência ao
função da intensidade dos ventos e do atrito entre as partículas é reduzida ao
caráter muito fluido da lava, os lapilli podem mínimo. Com isso, forma-se um fluído
ser alongados a até fiapos , como fios de denso, cuja zona superior torna-se menos
cabelos.. As bombas representam os densa à medida que as partículas caem
fragmentos vulcânicos ( em estado plástico) sobre a superfície do terreno. As
com aparência retorcida, resultantes da temperaturas envolvidas são muito
consolidação durante a sua trajetória no ar. variáveis, de 900 oC até inferiores a 100 oC
Existem registros de bombas com dezenas
de m3 lançadas a mais de 10 Km do vulcão.
Eventualmente, a superfície externa das
bombas apresentam-se com rachaduras,
em função da expansão dos gases internos
dal lava, formando uma textura superficial
48
GASES E VAPORES VULCÂNICOS GÊISERES E FONTES TÉRMICAS

Durante uma erupção ou a partir de Gêiseres são jatos de água quente e vapor
sistemas hidrotermais associados a em rupturas de terrenos vulcânicos. Estes
câmaras magmáticas subsuperficiais, os jatos ocorrem em intervalos de tempo
gases e vapores dissolvidos no magma são regulares e com grande força,
liberados para a atmosfera. O mais freqüentemente acompanhados por um som
abundante é o vapor de água ( 75 a 95%). ruidoso.. Uma das feições características
O transporte desses gases na atmosfera se dos gêiseres são os terraços, formados por
dá em aerosóis ( uma solução coloidal em sedimento de origem química. Este material
que a fase dispersora é gasosa e a de encontra-se nas rochas ou no solo, somo
dispersa é sólida ou líquida) pela absorção resultado da precipitação de minerais
dos compostos em camadas, ou ainda na dissolvidos à medida que ocorre a
forma de partículas microscópicas de sal. evaporação ou resfriamento. Os terraços
Os compostos gasosos de S, Cl, F, por sua podem ter natureza silicificada ou cálcica.
vez, reagem com a água , originando ácidos
nocivos para os olhos, pele e sistema Nos campos de gêiseres, padrões únicos de
respiratório. Mesmo quando em baixas vida animal e vegetal desenvolvem-se ao
concentrações podem destruir a vegetação redor das fontes e águas térmicas, mesmo
e corroer metais. nos intervalos mais rigorosos. Lagos de
água quente, surgentes das profundezas
FUMAROLAS E FONTES TÉRMICAS vulcânicas, apresentam colorações
curiosas, onde as variações de tons azul,
Estas exalações de gases e vapores se dão verde e amarelo-marrom refletem o
através de pequenos condutos e podem crescimento vigoroso de diferentes tipos de
continuar por décadas ou mesmo séculos micróbios, bactérias, cianobactérias e algas,
após erupção vulcânica. Pode, ser tanto em função das temperaturas. Além dos
primárias (gases do próprio magma que gêiseres podem ocorrer papelões de lama
pela primeira vez são liberados em quente borbulhante. O Parque Nacional
superfície) ou secundárias, quando ocorre a Yellowstone (Oeste dos EUA) possui a
interferência com a água subterrânea. maior concentração mundial de feições
hidrotermais e cerca de duas dezenas de
Nas fumaralas, os elementos mais comuns gêiseres.
que entram na composição dos gases são
hidrogênio, nitrogênio, carbono e oxigênio. PLUMAS HIDROTERMAIS SUBMARINAS
Estes elementos podem ocorrer na sua
forma elementar ou combinados como H2O, Trata-se de fontes térmicas surgentes na
H2S, CO, CO2, (NH4)+, SO2, SO3, CH4, etc. crosta basáltica pelas quais fluidos minerais
são expelidos. A ação contínua do processo
A composição dos gases vulcânicos pode hidrotermal edifica “chaminés”. As maiores
variar em função das temperaturas podem atingir mais de 10 m de altura e 40
envolvidas (800oC a 100oC) e do conteúdo cm de diâmetro, sendo denominadas black
em minerais dissolvidos. Eventualmente, smokers, por expelirem fluidos de cor negra
elementos como flúor, estanho, molibdênio, com alta temperatura. As chaminés
urânio, tungstênio, prata, mercúrio e ouro se menores recebem o nome de white
associam aos gases, podendo se smokers, sendo cacterizadas por fluidos de
concentrar principalmente em veios nas cor esbranquiçada e menor temperatura.
rocha encaixante, por conta do resfriamento
do vapor d’água e sua interação com o ar. Depósitos de sulfetos metálicos
Desse modo, vários depósitos de interesse submarinos, associados às fontes termais
econômico podem ocorrer em fumarolas. em sistemas vulcânicos de rifts meso-
oceânicos, ocorrem no arquipélago de
Galápagos e no Mar Vermelho. Perfurações
49
revelam teores elevados em Fe, Cu e Zn na fluxos de detritos podem ser gerados por
lama recuperada, sugerindo sua associação abalos sísmicos que normalmente
às atividades de plumas hidrotermais. A precedem uma erupção, ou até mesmo
decantação de partículas finas, dissolvidas chuvas muito intensas, aliados a uma forte
na água surgente a altas temperaturas, se inclinação do relevo vulcânico.
dá pelo choque térmico com água fria das
profundezas oceânicas. Muitas dessas
concentrações polimetálicas contêm metais CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS
preciosos e semipreciosos, porém os custos VULCÂNICOS
de recuperação são ainda demasiadamente
altos para viabilizar o aproveitamento Morfologia de um vulcão
comercial.
É comum pensarmos que a lava chega à
superfície sempre através de edifícios
OUTROS FENÔMENOS VULCÂNICOS cônicos perfeitos, a exemplo do monte Fuji
no Japão ou monte Osorno no Chile, o que
Lahars: As erupções explosivas podem não é verdade. Muitas vezes, a erupção se
depositar enormes quantidades de cinzas e dá através de fissuras profundas na crosta
outros fragmentos vulcânicos sobre os que alcançam a região onde o magma está
flancos dos vulcões. Os lahars são acumulado. Estas fendas podem ter poucos
formados quando da ocorrência repentina metros de largura e alguns quilômetros de
de grandes volumes de água, devido a comprimento, como as que existem na ilha
chuvas torrenciais, derretimento de gelos vulcânica da Islândia.
e/ou neve acumulados no topo do vulcão,
ou mesmo pela ruptura de barragens As formas topográficas vulcânicas
naturais. Essas águas se misturam com o dependem da composição química, do
material vulcânico inconsolado, criando conteúdo de gases, da viscosidade e
fluxos de lama que se movimentam por temperatura das lavas. Lavas pouco
gravidade. Enquanto nos rios é a água que viscosas constituem edifícios vulcânicos
carrega os fragmentos, nos lahars é a com flancos suaves, ou ainda derrames
abundância de material sólido que gera o extensos e espessos. Já as lavas muito
movimento. Cerca de 40% em peso dos viscosas não fluem com facilidade, o que
constituintes dessa mistura são cinzas resulta em edifícios com flancos íngremes
vulcânicas e fragmentos de rocha, constituídos, em geral, pelo material
tornando-se densa e viscosa com a fragmentado por explosões. O ambiente
consistência da massa de concreto. Com superficial é também um dos fatores que
tal, formam espessos depósitos que incluem controla o modo de acumulação do material
grandes blocos arredondados, fragmentos vulcânico. O ambiente superficial é também
vulcânicos e lama endurecida e também um dos fatores que controla o modo de
podem incluir pedaços de árvores, se o acumulação do material vulcânico. O
fluxo tiver atravessado uma floresta. É vulcanismo submarino em grande
justamente através da determinação da profundidade, por exemplo, não é explosivo
idade desses restos de árvores que é porque a alta pressão da água impede a
possível saber quando ocorreu o fenômeno formação e expansão de vapor. Como a
– um dado importante para se estimar a água resfria a lava mais rapidamente que o
taxa de freqüência de lahars relacionados à ar, a pilha de lava é geralmente mais
reativação de um vulcão. íngreme que o perfil das acumulações de
lava acima do nível do mar.
Avalanches: São movimentações
superficiais de grandes massas de neve, Cratera: Esse termo é uma tradução literal
gelo, solo ou rochas, ou uma mistura destes do grego krater, que significa um vaso de
materiais, que se tornaram eventualmente boca larga. A cratera representa o local de
instáveis por diferentes causas. Esses extravasamento do magma e demais
50
produtos associados. A chaminé, ou geralmente, possuem diâmetros superiores
conduto magmático, liga a câmara a 1 Km.
magmática em profundidade com a cratera.
Com o passar do tempo, as paredes da ESTILOS ERUPTIVOS
cratera podem desmoronar, causando o seu
parcial preenchimento.. A cratera do monte O vulcanismo atual concentra-se em
Etna ( Sicília – Itália), por exemplo, está rupturas da crosta com atividade sísmica
atualmente a 800 m de profundidade em associada. O processo está condicionado
relação ao topo e possui 300 m de ao movimento das placas litosféricas, ou
diâmetro. Eventuais cones satélites podem ainda a plumas profundas do manto que
aparecer nos flancos do vulcão, por um ascendem em regiões no interior das
desvio do conduto ou à medida que a placas. Cerca de 60% dos vulcões ativos
chaminé e/ou a cratera são bloqueados pelo situam-se no chamado “cinturão do fogo”-
resfriamento da lava ou soterramento. uma zona de borda do oceano pacífico com
terremotos e vulcões jovens. Estes vulcões
Caldeira: O termo , derivado do latim tardio formam montanhas em áreas continentais e
Caldaria, é aplicado às enormes conjuntos de ilhas nos oceanos, como
depressões circulares, originadas pelo resultado da convergência de placas
colapso total ou parcial da cratera e do topo litosféricas.
do vulcão, por conta da perda de apoio
interno, seja pelo escape de gases, seja As atividades vulcânicas podem ser
pela ejeção de grandes volumes de lava. O classificadas coo fissurais e centrais, em
diâmetro desta feição pode ser superior a função de sua localização em relação às
50 Km e a ela geralmente se associa um placas litosféricas e ao tipo de seus
sistema de fissuras radiais e em forma de produtos. As características desses
anel na rocha encaixante, preenchidas por produtos, por sua vez, vinculam-se às
diques ou que servem de conduto para a propriedades da lava e a condições do
manifestações explosivas. ambiente.

Tanto as crateras como as caldeiras de Erupções fissurais. Neste tipo de


vulcões ”dormentes”podem ser preenchidas vulcanismo não há formação de um cone
por água. No brasil, a região de Poços de vulcânico. A presença de fissuras profundas
Caldas, minas Gerais, uma estancia na crosta permite a ascensão do magma,
hidrotermal famosa pelas águas sulfurosas em geral de composição básica, originado
medicinais e importantes jazidas de U, Th e na astenosfera.. Tais erupções são também
Al, é um exemplo de caldeira vulcânica. Sua denominadas de vulcanismo de rift por
origem se deu pelo abatimento de um cone guardarem associações com sistemas de
vulcânico há cerca de 90 milhões de anos. falhamentos subverticais. Trata-se de
Associado à estrutura circular, com um conjuntos de vales submarinos profundos
diâmetro de 30 Km, hoje parcialmente ao longo das cadeias montanhosas meso-
erodida, mas ainda visível em imagens de oceânica, que se assemelham às feições
satélite, ocorre um sistema dediques em continentais originalmente definidas na
forma de anel. África Oriental. A magnitude dessas
cordilheiras é ilustrada pela sua distribuição
A distinção entre cratera e caldeiras é por por mais de 76.000Km nas profundezas dos
vezes difícil. As crateras podem se formar oceanos.
tanto por colapso como por explosão do
vulcão, ao passo que as caldeiras são As erupções fissuras representam, em
produzidas em poucas horas ou dias, pelo termos de volume, o principal tipo de
violento escape de gases e conseqüente atividades ígnea terrestre, pois 80% da
redução do volume do reservatório atividade vulcânica do planeta acham-se
magmatico. Alem disso, as caldeiras, concentrados no oceano.
51
Erupções centrais: Este estilo eruptivo  Estrato-vulcões: São as erupções
com a formação de edifício vulcânico está centrais mais comuns. As camadas
condicionado à presença de um magma de alternadas e sucessivas de lava e fluxos
composição mais félsica. Como produto das piroclásticos constróem um cone enorme
explosões, ocorrem grandes volumes de com perfil íngreme, cujos flancos
cinzas, púmice, blocos e bombas, além de eventualmente alojam diques radiais.
derrames. As erupções centrais podem ser
classificadas com base em semelhanças  Vulcões de escudo: O cone é em
com descrições de erupções passadas, geral de grande dimensão, com várias
conforme abaixo: dezenas de quilômetros de base e poucos
a) Plimiana: Nome derivado da erupção do quilômetros de altura. Seus flancos
vesúvio ocorrida em 79 d.C. . A explosão apresentam declividade muito suave, em
violentíssima de magma viscoso, muito rico decorrência da baixa viscosidade do
em gases aprisionados em profundidade no magma. O vulcão é edificado pela sucessão
vulcão, lança nuvens de gases, cinzas e de derrames de lava de composição
outros materiais sólidos de granulação fina; basáltica com baixo conteúdo de gases. As
erupções ocorrem freqüentemente pela
b) Stromboliana: Denominação oriunda do cratera ou pelo flanco do vulcão.
vulcão Strombolo ( Itália), em que a Comumente o magma não emerge
liberação periódica de gases aprisionados imediatamente, mas se acumula em
na câmara magmática leva à ejeção de camadas magmáticas subjacentes. O
bombas de lava viscosa e de blocos extravasamento é relativamente clamo,
angulosos. O ritmo da erupção é altamente eventualmente formando lagos de lava
variável, podendo ocorrer em intervalos de borbulhante na cratera ou caldeira, devido
alguns minutos ou até de décadas; às condições físicas da lava.
Peleeana: origina-se de um magma viscoso
rico em gases, submetido a pressões muito  Domos vulcânicos: São formas
baixas ( derivado do vulcão Pelée, resultantes da erupção de lava félsicas
Martinica). Estas condições causam a externamente viscosas. A alva, em vez de
liberação de uma nuvem densa e fluir como nos derrames basálticos,
superaquecida ( nuvem ardente) de púmice acumula-se numa feição dômica como nas
e cinzas que desce velozmente as encostas encostas íngremes e topo arredondado.
do vulcão; Devido à alta viscosidade, os gases
geralmente permanecem aprisionados na
c) Havaiana: representa um estilo eruptivo lava, e, quando a pressão aumenta muito,
relativamente calmo, em decorrência do ocorrem explosões que fragmentam os
magma ser de baixa viscosidade. As materiais formados e, ao mesmo tempo,
atividades típicas acham-se representadas contribuem para o crescimento do domo.
nos vulcões do Havaí, onde os rios de lava
são expelidos a partir da cratera ou de  Cone vulcânico piroclástico São
erupções de flancos construindo um cone acumulações acamadadas, produzidas pela
de grande dimensão com flancos pouco ejeção de material piroclástico. Geralmente,
inclinados. o edifício tem a forma de um cone pequeno,
menor que 300 metros de altura,
A caracterização com base em registros freqüentemente ocorrendo em grupos
históricos tem sido substituída, no entanto, (cones satélites) nos flancos de grandes
por uma nova classificação que leva em vulcões ou nas suas proximidades. Cones
cota o tipo de como vulcânico e seus piroclásticos possuem flancos íngremes, em
produtos, mais condizente com a que a inclinação é regida pelo ângulo de
complexidade dos estilos eruptivos. Desse repouso dos fragmentos inconsolados.
modo, os cones podem ser classificados em
4 tipos principais: Erupções piroclásticas múltiplas
eventualmente formam depósitos em círculo
52
ao redor da cratera de explosão. Estes partículas e/ou gotícolas, com diâmetro
depósitos, denominados tufos anelares ou inferior a 1 micrômetro ( 0,001mm), por sal
Maars, são constituídos por uma mistura de marinho e poeira silicática de origem
fragmentos da rocha encaixante e material diversa ( marinha, erupção vulcânica,
vulcânico. Originam-se da explosão de um incêndios florestais, grandes tempestades
magma ascendente, ao entrar em contato de poeira, fumaça industrial, etc.). As
com a água subterrânea subsuperficial Já camadas de aerosóis resistem em
as explosões freáticas são causadas suspensão na estratosfera por muito tempo
quando o magma muito enriquecido em após as partículas de cinza terem se
gases tem contato com a água subterrânea depositado na Terra, u a vez que em
ou oceânica, gerando uma gigantesca altitudes muito elevadas não há nuvens e
explosão de vapor superaquecido. chuva para uma lavagem mais rápida e
efetiva. Observações meteorológicas
comprovam que essa s camadas, entre
VULCANISMO E SEUS EFEITOS NO altitudes de 15 e 30 Km, interceptam a luz
MEIO AMBIENTE solar, aquecendo a estratosfera e
diminuindo a temperatura da superfície
Apesar de sabermos que as mudanças terrestre e da própria atmosfera.
climáticas estão associadas à variabilidade
natural dos processo atmosféricos, pelo VULCANISMO E SEUS BENEFÍCIOS
menos dois outros parâmetros – a
revolução industrial e os vulcões- têm As milhares de mortes e os danos materiais
adicionado enorme quantidades de material causados pelo vulcanismo contrapõem-se
particulado e gases à atmosfera. Há aos seus benefícios, a exemplo dos
evidencias de eu as erupções vulcânicas recursos minerais de origem hidrotermal,
afetam o comportamento do clima em como também os bilhões de toneladas de
curtos períodos de tempo e possivelmente lavas e cinzas vulcânicas que são
influenciam as alterações de longa duração, transformados, ao longo do tempo, em
inclusive no aquecimento global. Isto solos muito férteis, por conta da presença
poderia causar no futuro, por exemplo, o de nutrientes como Fe, S, Na e K e ainda
degelo das calotas polares com outros, como na ilha vulcânica de Java.
conseqüente subida do nível dos oceanos, Outros produtos de erupções podem ser
trazendo efeitos catastróficos para utilizados comercialmente como aditivos ao
habitantes de cidades como Rio de Janeiro, cimento, abrasivos, como ingredientes da
Buenos Aires, Tóquio, Los Angeles e Nova industria farmacêutica e na produção de
Iorque, entre tantas outras situadas em sabão e materiais de limpeza.
litorais. Entretanto , a reconhecida
abundância do CO2 nos gases vulcânicos O aproveitamento de campos geotérmicos
não é suficiente para contribuir ilustra também outra importante
significativamente para o efeito estufa. contribuição do vulcanismo, ainda mias por
Enquanto os vulcões produzem cerca de ser uma fonte energética inesgotável na
110 milhões de toneladas de CO2 por ano, escala humana de tempo. A existência
as atividades industriais adicionam à desses campos de dá nas proximidades de
atmosfera em torno de 10 bilhões de copos ígneos subsuperficiais, em meio a
tonelada por ano. rochas com alta porosidade e
permeabilidade, situação essa que favorece
O maior impacto dos gases vulcânicos se a circulação de grandes quantidades de
dá pela liberação de cinzas e SO2. Este gás água subterrânea. O enorme calor
transforma-se em ácido sulfúrico pelos raios associado ao processo magmático aquece
solares que interagem com o vapor de água a água eventualmente aprisionada nas
da estratosfera para então formar camadas rochas encaixantes, devido a camadas
de aerosóis. Essa camadas são rochosas impermeáveis sobrepostas. Desse
constituídas também por pequenas modo, campos geotérmicos subsuperficiais
53
com fluidos superaquecidos ( água e vapor, A Serra do Mar
ou somente vapor) são formados, os quis, A Borborema
uma vez perfurados, permitem o escape
extremamente veloz dos fluidos. Essas Fora desse conceito técnico, é possível
fluidos podem gorar turbinas e gerar energia encontrar outras elevações, maiores ou
elétrica, a qual é considerada “limpa” em menores, das mais diversas origens: Morro,
comparação com a termoeléctrica e nuclear. Serrote, Alto (Alto do Mário), Serra da
Santa, Serra da Batateira, Serra das
Russas, etc...
FORMAÇÃO DAS MONTANHAS
Essas cadeias de montanhas estão
Geologicamente designa-se de montanhas, ligadas ao TECTONISMO OROGENÉTICO
apenas as que formam uma região elevada, DO CENOZÓICO (60.000.000 anos). Já as
cuja estrutura montanhosa corresponde a serras do Espinhaço, Mar, Mantiqueira e
um geossinclinal emerso. Borborema, tiveram sua origem no pré-
cambriano (mais de 2.500.000.000 de
GEOSSINCLINAL anos), agora já aplainadas pela erosão.

É um conceito complexo e está ligado a Analogias significativas das cadeias de


forças orogenéticas de grandes montanhas:
intensidades e raio de ação. Além de que
envolve a pré-disposição de uma região a) Os materiais que formam essas cadeias
propícia a receber sedimentos no fundo do de montanhas foram todos
mar até o soerguimento desses sedimentos originariamente depositados no fundo do
e sua transformação em cadeia de mar.
montanhas. b) A extensão das cadeias de montanhas é
muito menor do que quando eram fundo
São as seguintes as forças orogenéticas de mar. Isto indica que a crosta terrestre
sofreu um deslocamento horizontal e um
 Vulcanismo enrugamento.
 Terremotos c) As cadeias de montanhas têm todas uma
 Falhamentos construção bilateral, isto é, as dobras
 Dobramentos têm sempre duas direções opostas mas
não necessariamente simétricas.
Montanha não é apenas uma forma de d) A zona central é mais sujeita à ação
relevo ou de altitude, mas uma estrutura magmática e ao metamorfismo.
que apresenta uma relação entre a e) A distribuição geográfica das cadeias de
estrutura das rochas e a sua origem. montanhas mostra que elas são em geral
compostas por arcos suaves, sucessivos,
São montanhas: estreitos e muito longos.
f) Finalmente, é importante assinalar que as
Os Alpes cadeias de montanhas derivam de um
Os Cárpatos geossinclinal cuja evolução é encontrada
As Montanhas rochosas nas cadeias de montanhas com
O Himalaia características e analogias próprias.
Os Andes
A Serra do Espinhaço Todo geossinclinal está localizado próximo
Os Apeninos a uma região continental, chamada
O Cáucaso plataforma ou antepais, que é formada
devido a erosão, onde os rios carrearão os
Não são montanhas: sedimentos para os oceanos. A velocidade
máxima da sedimentação é de cerca de 1
A Serra da Mantiqueira metro em 30.000 anos, onde a espessura
54
dos sedimentos pode chegar a até 12.000 MONTANHAS DE ORIGEM VULCÂNICA
metros, diminuindo para as bordas.
Devido a acumulação dos sedimentos, onde A erupção de material magmático em
os rios podem jogar os sedimentos na muitas regiões ocorre em pontos fixos por
plataforma ou nas fossas oceânicas, vai muitas vezes e o acumulo desses materiais
depender do tipo de "canhão" (falha vulcânicos dar início a um elevado monte
geológica que o suposto rio está em forma de cone. Com o passar de muitas
encobrindo), assim é que via de regra, erupções esse cone pode chegar a muitos
forma-se uma subsidência, própria de cada metros de alturas.
geosinclinal. As vezes predominam lavas, outras vezes o
O acúmulo dos sedimentos forma isostasia ( material piroclástico predomina em outros
cotas) que a medida que vão se existe uma combinação de lava e tufo. Esta
acumulando provocam o magnetismo. combinação forma quase sempre uma
montanha de fácil e rápido processo de
FASES erosão. Contudo não importando de qual
desse modos seja formado essas
I- PRÉ-OROGÊNICA formações podem ter duração efêmera. Em
pouco tempo a erosão as dilapida, pois os
É realizada em mar raso, com materiais magmáticos tem composição
sedimentação terrígena e calcárea intensiva química com fácil decomposição e ainda
e a correspondente subsidência; vulcanismo são muito porosos.
básico. O Chimboraza e o Acomcágua, nas
Cordilheiras dos Andes, são famosos por
II - FASE OROGENÉTICA INICIAL suas imensas alturas. Acham-se contudo
localizados sobre regiões soerguidas.
Subsidência e sedimentação localmente
aceleradas, sedimentação de flysch MONTANHAS ORIGINADAS POR
(terrígena superior). Algumas partes já EROSÃO
aparecem acima do nível do mar.
Regiões aplainadas ou mesmo
III - FASE OROGENÉTICA PRINCIPAL originalmente planas podem sofrer a ação
de forças epirogenéticas que determinam
Dobramentos intensos, e o magmatismo é seu levantamento sem deformações
agora de caráter ácido intrusivo. Terras já tectônicas consideráveis. O desgaste de
totalmente levantadas. É depositada a regiões aplainadas geralmente ocorre por
formação lagunar nas depressões rios que durante milhares de anos a cortam
restantes. e no seu curso levam detritos. Este
desgaste provoca desmoronamento de
IV - FASE PÓS-OROGENÉTICA barreiras e sucessivos deslizes de detritos e
desgastes do solo. Com isso ocorre que
Atividades magmáticas intermediárias e com regressão destas etapas, forma-se
básicas. Movimentos isostáticos, elevações isoladas de topo plano,
sedimentação molássica. denominadas mesas. Existem ainda
Se abandonarmos o conceito técnico de elevações produzidas pela erosão
montanha exposto anteriormente, diferencial em corpos mais resistentes,
poderemos encontrar elevaçõrs ou conjunto dentre os mais comuns são as intrusões
de elevações não ligados a um magmáticas.
geossinclinal, e sim com a gênese
relacionada a fenômenos geológicos de FORMAÇÃO DE MONTANHAS DOR
outra natureza. FALHAMENTO

São varias as possibilidades da formação


de elevações por falha. Podendo verificar-
55
se a elevação de blocos numa região baixa, comum. Assim, grandes massas
ou o abatimento em áreas elevadas sedimentares marinhas, às vezes com
formando as fossas tectônicas, ou ainda intercalações magmáticas, que ocupam
pode dar-se o levantamento geral de hoje uma área cuja extensão é
blocos, uns mais que os outros, como consideravelmente menor do que
também o abaixamento irregular. As originalmente. Tudo isso mostra que a
montanhas de falhamentos são crosta terrestre sofreu um deslocamento ou
caracterizadas pelo deslocamento principal uma acomodação no sentido horizontal e
no sentido vertical. um enrugamento.
Muito embora não haja evidências de Os dobramentos ocorreram em dois
grandes deslocamentos produzidos por sentidos opostos, mas não
falhas, as configurações do terreno e as necessariamente simétricos. Muitos
inúmeras zonas milionizadas são sugestivas geólogos afirmam que o dobramento foi
da ocorrência deste fenômeno. causado pelo resfriamento e pela
deslocação das placas. É prova disso as
FORMAÇÃO DE MONTANHAS POR montanhas que em sua formação
DOBRAMENTO demonstram o enrugamento de onde
divergem as dobras mais sujeitas à ação
As cadeias de montanhas formadas por magmáticas.
dobramento têm várias características em

BIBLIOGRAFÍA
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BARELLA, J. E. Tragedia no alto Himalaia.
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a vida. São Paulo. Universidade de São
CALMON, A. Ondas de horror na Ásia. Paulo. ( Oficina de Textos). 2000. 568 p.
São Paulo: IBC- Instituto Brasileiro de
Cultura, 2005. p.36-41. ( Ameaças da Terra,
ano 1, no 2 )
56

ANEXO Adescoberta foi feita por acaso, por


moradores da cidade, no dia 13 de maio
DlÁRlO da REGIÃO deste ano, transformando-se agora em local
de atração de curiosos e pesquisadores.
JUAZEIRO Na opinião do geólogo Jorge Nunes, os
SÁBADO/SEGUNDA-FEIRA, 16/18 DE fósseis encontr~dos podem ser de um
JUNHO DE 200 I Eremoterium, tipo de preguiça gigante que
deixou vários sinais na Bahia e desapare-
Paleontólogos da Bahia e do Rio de ceu há 10 mil anos. "A descoberta é de
Janeiro vão visitar sítio arqueológico de suma importân~ cia para o estado, na
Jaguarari . medida que possibilita novos conhe-
cimentos sobre a evolução e vida das
“O paleontólogo do Departamento Nacional espécies da antiga história", afirmou.
de Produção Mineral do Rio de Janeiro, Possuindo 140 áreas de pesquisa pré-
Diógenes Campos e o diretor do Museu de histórica, a Bahia é um dos estados do país
Geologia da Bahia, Elis Sampaio estão que possui vários sinais da antiguidade. "A
chefiando uma comissão técnica que vai novidade vai trazer mudanças p~ra
visitar no dia 18 de junho, segunda-feira Jaguarari em todos os setores,
próxima, o povoado de Lajedo 11 em principalmente no turístico, m~s antes
Jaguarari, onde foram encontrados fósseis pretendemos estudar atenciosamente para
de animais pré-históricos. descobrira representatividadedo sítio",
O encontro tem como objetivo fazer uma concluiu o prefeito da cidade João Cardoso,
avaliação mais profunda do material que contou com o apoio irrestrito do
encontrado e da área, para a partir daí, ser secretário de Indústria, Comércio e Minera-
elaborado um estudo minucioso e detalhado ção da Bahia, Aroldo Cedraz”.
dos fósseis encontrados na região. A
previsão inicial é que a área seja um sítio
fossilífero de animais pré-históricos.
57

Produtos
Processo Component Rochas Observações
es
Erupção Derrame de Lava Rocha vulcânica Material fundido contendo
Efusiva lava cristais e bolhas de gás
Poeira/cinza fina Tufo fino Partículas menores que
0,062mm
Queda Cinza Grossa Tufo Grosso Partículas entre 2 e 0,062mm
piroclástica Lapilli; Lapillito Partículas entre 64 e 2 mm
Bombas Aglomerados Fragmentos plásticos > 64mm
Blocos Brecha Fragmentos rígidos > 64mm
piroclástica
Púmice Emulsões gasosas
(fragmentos com superaquecidas com
granulação fragmentos de púmice ou
de cinzas a bloco, Ignibritos escória ( dimensões entre
rico em vesículas); lapilli e Bomba), cristais de
Erupção Fluxo cinza, e fragmentos do
explosiva piroclástica Brecha conduto e/ou de rochas
Escó de preexistentes, em matriz
Escórias vítrea.

Blocos e cinzas Brechas de


blocos e cinzas

Fluxo viscoso de lama com


Fenômenos fragmentos inconsolados de
vulcânicos Fluxo de Lahar Laharito variadas dimensões,
associados lama originados do retrabalhamento
de depósitos de encostas
vulcânicas por chuvas, degelo
e/ou tremores de Terra.
Semelhantes aos fluxos de
Avalanche lama, porém com matriz mais
grossa ( menor teor de lama)
Gêiseres; Emanações gasosos e fluídos
fumarola contendo minerais dissolvidos
58

CAPITULO III
MINERAIS E ROCHAS; ESTRUTURA CRISTALINA; PRINCIPAIS MINERAIS;
ARGILOMINERAIS; IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO; ROCHAS ÍGNEAS OU
MAGMÁTICAS; ROCHAS SEDIMENTARES; ROCHAS METAMÓRFICAS

MINERAIS E ROCHAS
MINERAIS MAIS USADOS
Quando apanhamos um punhado de terra
ou solo, estamos pegando minerais. eles Ferro, cobre, estanho, chumbo, alumínio,
estão presentes em todos os solos e em manganês, ouro, prata, platina, urânio,
todas as rochas ou pedras. petróleo, água, etc.

No Paleolítico, onde se deu o surgimento do Na natureza os minerais não surgem em


homem, prolongando-se até 18.000 anos a. estado puro, mas associados a outros
C, idade da pedra lascada, o homem minerais. para extrair o mineral que se
possuía poucos conhecimentos sobre a deseja, é necessário beneficiá-lo , ou seja,
natureza. Já no Neolítico, idade da pedra apurá-lo ou separá-lo do minério em que ele
polida, o homem descobriu como controlar o se encontra
fogo e pôde trabalhar os metais. Há 5.000
anos descobriu-se o cobre, o estanho e
dessa mistura veio a produzir o bronze. E MINÉRIO
só após 4.000 anos, o homem descobriu o
ferro, que lhe deu maior poder, em relação É um mineral, ou associação de minerais,
à natureza. que pode ser explorado do ponto de vista
comercial.
A descoberta de outros minerais
combinados com o ferro, formando ligas, Exemplos:
deram origem à vários tipos de aços .
(manganês, níquel, cromo, vanádio, Hematita - Ferro
molibdênio, tungstênio e outros). Bauxita - Alumínio
Pechblenda - Urânio
MINERAL
ROCHA
É um elemento ou um composto químico,
via de regra, resultante de processos É um agregado natural, formado de um ou
inorgânicos, de composição química mais minerais (podendo eventualmente,
geralmente definida e encontrado na crosta tratar-se de vidro vulcânico ou matéria
terrestre. orgânica, que são os mineralóides), que
constitui parte essencial da crosta terrestre
Os minerais, em geral são sólidos, somente e é nitidamente individualizado
a água e o mercúrio apresentam-se no
estado líquido, em condições normais de
pressão e temperatura. ORIGEM DOS MINERAIS

A base são os cristais, que foram formados


a partir de misturas líquidas ou gasosas no
interior da crosta terrestre, principalmente
junto as lavas vulcânicas ou próximo de
59
zonas que sofreram dobramentos e
falhamentos. DUREZA DUREZA

Processo deu-se através de átomos, que 1. talco 6.ortoclásio


constituem elementos que podem unir-se, 2. gesso 7. quartzo
constituindo moléculas, havendo aí reações 3.calcita 8. topázio
químicas, com o aumento da temperatura, 4. fluorita 9. coríndon
as moléculas “quebram-se” em grupos de 5.apatita 10. diamante
átomos. com um lento aquecimento, estes
podem juntar-se, formando os cristais. principais materiais usados na verificação
Assim os minerais formam-se a partir de da dureza dos minerais
determinados arranjos entre átomos de
diferentes elementos em proporções unha 2,5
adequadas vidro 5,0 - 5,5
canivete 6,0 - 6,5
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS PESO ESPECÍFICO
MINERAIS
É o peso expresso em gramas de 1 cm3 de
A estrutura dos minerais ocorrem no estado mineral. é o número que indica quantas
cristalino, no qual os átomos ou vezes um certo volume de mineral é mais
agrupamentos são dispostos regularmente. pesado do que um mesmo volume de água
destilada à temperatura de 4º c. o processo
utiliza balança de jolly, aplicando a seguinte
ESTRUTURA CRISTALINA fórmula:

Os cristais são subdivididos em sistemas


cristalinos g=

sistema cúbico
sistema tetragonal
sistema hexagonal b = peso do mineral fora da água
sistema ortorrômbico a = referência inicial da balança ou
sistema monoclínico calibragem em zero
sistema triclínico c = peso do mineral dentro da água

Halita 2,2
CLIVAGEM Quartzo 2,65
Calcita 2,75
É a propriedade que tem uma substância Galena 7,5
cristalina em dividir-se em planos paralelos. Ferro 7,3 - 7,9
Mercúrio 13,6
Ouro 19,4
DUREZA
FRATURA
Expressa a resistência de um mineral à
abrasão ou ao risco. ela reflete a força de É a forma com que um determinado mineral
ligação dos átomos, íons ou moléculas da quebra-se além daqueles planos dados pela
estrutura entre si. clivagem.
60
COR sendo esta a causa do menor brilho
existente no vidro e maior no diamante
A cor depende da absorção transmitida e
outra refletida. Assim, por exemplo, um MAGNETISMO
mineral que apresenta cor verde absorve
todos os comprimentos de onda do espectro Ocorre em poucos minerais que podem ser
com exceção daqueles que associados, dão atraídos pelo imã.( magnetita, pirrotita)
a sensação de verde.
PROPRIEDADES ELÉTRICAS

Exemplos: Finas lâminas de cristal de quartzo


controlam a frequência dos rádios. cristais
de enxofre, topázio e outros minerais
COR MINÉRIO desenvolvem uma carga elétrica quando
friccionados.
Vermelha Cobre nativo
Amarela Pirita,ouro,calcopirita
PROPRIEDADES QUÍMICAS
Branca-argênteo Prata nativa
Preta-acinzentada Cassiteria, hematita
Muitos minerais são constituídos de um
Azul Lazulita
único elemento químico, como o enxofre, a
grafita, o ouro, o diamante.
IDIOCROMÁTICOS
Outros são constituídos de dois ou mais
elementos químicos e por isso podem ser
Que dependem da composição química expressos em fórmula química.

amarela - enxofre Exemplos:


vermelha escarlate - cinábio
verde - malaquita
azul - azurita Ouro .......... Au
Quartzo ....... SiO2
Prata........... Ag
ALOCROMÁTICOS Talco ...........Si6 O20 ( OH)4 Mg6
Cobre ......... Cu
Ferro .......... Fe
Que têm a cor variável com a composição
química e as impurezas
PRINCIPAIS MINERAIS
Fluorita - incolor, amarela, rósea, verde,
violeta
Turmalina- incolor ( acroita ), rósea Ao todo são conhecidos mais de três mil
(rubelita), verde, azul e preta minerais.
Berilo - incolor, verde ( esmeralda), azul
erdeada ou azul ( água-marinha )
Quartzo- incolor ( cristal de rocha),
amarela,( cristal citrino ), róseo ( cristal
róseo ), violeta ( cristal ametista )

BRILHO

É a capacidade de reflexão da luz incidente.


no diamante é de 17 %, no vidro 1,5% a
4%, o restante penetra pelo vidro adentro,
61
A tabela a seguir mostra os principais FELDSPATOS
constituintes mineralógicos das rochas
da crosta terrestre. São os constituintes mais importantes na
formação de rochas ígneas e os minerais
mais abundantes na crosta terrestre podem
apresentar cristais mistos de três
MINERAL PERCENTAGEM componentes: feldspato potássico, sódico e
cálcico.
feldspato 59,5
quartzo 12,0 A coloração dos feldspatos é sempre clara:
piroxênios e 16,8 branca, cinza, rosa ou levemente
anfibólios avermelhada.
micas 3,8 dureza = 6 - não risca o vidro
outros 7,0 Muito suscetíveis à alterações, perdem cor,
dureza e com isso tornam-se pulverulento,
friável e depois argila.
QUARTZO ( SIO2 )
PIROXÊNIOS E ANFIBÓLIOS E
Um dos últimos minerais a se formar, na PERIDOTOS
consolidação do magma, é o único a resistir
ao intemperismo. Normalmente constituem a maior parte dos
componentes escuros (máficos) das rochas
Adapta-se aos interstícios deixados entre os (minerais pretos, verde-escuros, verdes
demais minerais, só forma cristais bem azuis etc.) Pela presença de cátions de Fe.
desenvolvidos quando tem oportunidade de Mg. São susceptíveis à alteração em clima
crescer em cavidades ou fraturas. úmido, com a formação de minerais
argilosos, mica, cloritas, talco, serpentinas e
Cor branca ou incolor, mas também em liberação de hidróxidos de ferro e
inúmeras outras variedades, como roxa, manganês, conferindo cores aos solos.
amarela, vermelha, preta, etc. Ferro = coloração avermelhada.

Brilho vítreo, transparente ou opaco Exemplo:


dureza 7 .
densidade 2,65 Piroxênios – são silicatos de Mg, Ca e Fe,
fratura concóide com ou sem Al2 O3 e Fe2 O3. A cor é preta
a verde-escura. O exemplo mais comum é a
VARIEDADES : augita.

Ametista – roxa
Citrino-amarela Anfibólios – são parecidos com os
Cristal de rocha- hialino ( transparente ) piroxênios, entretanto possuem OH na sua
Calcedônea – cinza / castanha constituição. O Anfibólio mais comum é o
Ágata – cinza hornblenda.

É encontrado nas rochas ígneas, Peridotos (olivinas) – sua distinção dos


sedimentares e metamórficas. piroxênios e anfiólios é difícil. Parecem-se
com vidro de garrafa comum (verde-garrafa)
É usado nas telecomunicações, fabricação
de vidro, etc.
62
MICAS
Magnetita – Fe3O4 (72% Fe) de cor preta
Grupo de minerais caracterizados por uma
ótima clivagem laminar e boa elasticidade. Hematita – Fe2O3 (70% Fe) de cor preta e
Distinguem-se 2 variedade principais. cinza escuro. Ocorre também como
pigmento vermelho nos sedimentos e solos.
Muscovita (mica branca) usada na indústria É o mineral mais importante para o Brasil.
elétrica como isolante.
Limonita – Fe2O3 + NH2O (60% Fe) de cor
Biotita (mica preta), constituinte comum de castanha a preta. Proveniente da
granitos. decomposição de Hematita e Magnetita.

OUTROS Pirita – FeS2 (46,6% Fe e 53,4% S) de cor


amarela dourada. Importante matéria-prima
Clorita – Silicato de Fe, Mg e Al. Cor do ácido sulfúrico.
esverdeada ou amarelada. Ocorre em
rochas metamórficas, como cloritaxistos e Calcopirita – CuFeS2 (35% Cu, 30% Fe e
micaxistos. 35% S) de cor amarela-dourada. Mínério de
cobre.
Granada – Composição variada (almandina
(vermelha castanha) Fe3 Al2 (SiO4)3. Galena – PbS (86,5% de Pb, 13,5% S) de
Outros tipos de granada podem conter Mg, cor branca-chubo. Associa-se comumente à
Ca e Mn. blenda. É o mais importante minério de
chumbo.

Nefelina – NaAlSiO4, contendo sempre Blenda ou Esfalerita – ZnS (67% Zn e 35%


potássio na sua composição. S). Ocorre em filões com galena e pirita. É o
mais importante minério de zinco.
Turmalina – é muito comum em rochas
ígneas, metamórficas. É um silicato de boro
e alumínio. A coloração pode ser preta,
ARGILOMINERAIS
verde, vermelha ou azul.

Calcita – CaCO3 de cor branca, rósea, Argila é toda partícula mineral com diâmetro
cinza, amarela. Efervesce com HCL. inferior a 0,004mm. Esse grupo de minerais
Mineral mais comum das rochas compreende um bom número de espécies
metamórficas. É o mineral que forma o com características físicas e química bem
mármore. diferentes.

Dolomita – CaMg(CO3)2 de cor branca, Provém normalmente da alteração dos


cinza-amarelada. Efervescente com HCl feldspatos, piroxênios e anfibólios.
quente. Usada para fabricação de cal, ou
como corretivo da acidez do solo. A maior parte das argilas é constituída por
argilominerais – silicatos hidratados de
Gipsita – CaSO4.2H2O de cor branca. É alumínio com vários tipos de cátions (K, Mg,
usada na fabricação do gesso e incorporada Fe, Na, Ca, NH4, H) ou ânios (So4 – Cl –
ao cimento na proporção de 2% P2O5 – N2O3) possíveis em estrutura.

Caulim – Al2O3.2SiO2.2H2O de cor branca


ou ligeiramente amarelada é
deco0mposição dos feldspatos. Usado
como matéria-prima da porcelana
63
Não existe argila pura Magma é um fluido natural muito quente
predominantemente constituído por uma
Comumente chamados de barro, que não é fusão de silicatos e mostrando proporções
composto unicamente por minerais variadas de água, elementos voláteis ou de
argilosos, de modo geral, é constituído por cristais em processo de crescimento”.
proporções variadas de argilominerais,
hidróxidos de Fe, Al, Mn, etc. Partículas COMPONENTES FÍSICO-QUÍMICO
coloidais orgânicas, areias e silte.
A) fase líquida mantida em fusão pela
temperatura elevada, constituída por
uma solução complexa com grande
IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO número de componentes,
predominando os silicátos.
Engenharia
B) fase gasosa, mantida em solução por
Estabilidade de taludes, fundações, pressão, constituída por h2o e
pavimentos de estradas, pontes, quantidades menores de co2, hcl, hf, so2
edificações. A expansão de algumas argilas etc.
quando molhadas requer precauções.
C) fase sólida, formada por cristais de
Agronomia composição silicática, em fase de
crescimento ou de natureza residual,
Os estudos de solo, pedologia e fertilidade assim como de fragmentos de rocha.
permite aos técnicos a fazerem plantações
corretas, visto que as argilominerais
permitem a fixação ou liberação de uma COMPOSIÇÃO QUÍMICA
série de elementos (cátions e ânios),
favorecendo trocas iônicas com fertilizantes
e cedendo nutrientes às plantas. Óxidos %

Cerâmica Sio2 30-80


Al2o3 3-25
O uso de argila (barro) na fabricação de Feo-Fe2o2 0-13
produtos de uso doméstico e de fibra ótica. Mgo 0-25
CaO 0-16
Geologia Na2o 0-11
K2O 0-10
Interessam as condicionantes da formação
das diversas espécies, devido a sua
importância econômica. Acrescido de traços de mno, tio2 e mais
proporções variadas de elementos voláteis
ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS
TIPOS FUNDAMENTAIS DE MAGMAS

As rochas Ígneas ou Magmáticas, originam- Considera-se que existem dois tipos


se a grandes profundidades, na parte fundamentais de magmas primários, dos
inferior da crosta ou na porção superior do quais formam-se as várias rochas, por
manto. diferenciação. São:

O magma é uma mistura física e


químicamente complexa que pode ser  magmas graníticos
definido assim:  magmas basálticos
64
O MAGMA GRANÍTICO
Quando o magma irrompe e derrama-se
Pode-se dizer, que o magma granítico está pela superfície para formar rochas
sempre relacionado com áreas em que vulcânicas ou efusivas
houve formação de extensas cadeias de
montanhas ( andes, alpes ) zonas em que a As rochas plutônicas podem ocorrer de
crosta sofreu fenômenos de compressão, maneiras muito diversas, formando corpos
dobramentos e afundamento.,com de formas e tamanhos variados e que
evidências de que esse magma é produzido apresentam relações variadas com as
por fusão parcial de rochas preexistentes ( rochas encaixantes.
anatéxis ) a profundidade de 7 a 75 km.

O MAGMA BASÁLTICO TIPOS DE INTRUSÕES

Originou-se em profundidades de 90 – 100 Concordantes e Discordantes


km, na porção superior do manto, onde o
magma basáltico seria originado pela fusão CONCORDANTES
de rochas básicas preexistentes, através de
quedas bruscas de pressão, em regiões A intrusão magmática intromete-se entre os
onde a crosta foi afetada por movimentos planos de estratificação da rocha
de afastamento e onde o manto parece foco encaixante. divide-se em sils, lacólitos,
de correntes convectivas ascendentes. lapólitos e facólitos.

DIFERENÇAS A) Sil

Magmas graníticos São corpos extensos, pouco expessos e de


forma tabular. o magma deve ser viscoso
 composição mais rica em sio2 ( 70% ) para poder intrometer-se entre os planos de
 mais viscoso stratificação da rocha encaixante.

Magmas basálticos B) Lacólito

 composição de sio2 ( 50% ) O magma, neste caso, é mais viscoso,


 menos viscoso formando massas intrusivas de forma
lenticular, plano-convexas.
TIPOS DE ATIVIDADES MAGMÁTICAS
C) Lapólito
O magma pode apresentar grande
mobilidade, tendendo a ascender ao longo Tem a forma de uma bacia, de grandes
de fissuras da crosta, deslocando ou dimensões.
englobando as rochas vizinhas, podendo,
eventualmente, extravasar à superfície ou D) Facólito
então solidificar-se no interior.
É o nome dado a um corpo intrusivo
Há dois tipos de atividade ígnea: concordante.

 Plutonismo DISCORDANTES

A solidificação vai para o interior da Independem da estratificação da rocha


terra, originando as rochas plutônicas ou encaixante, pois a cortam
intrusivas. discordantemente. divide-se em : dique,
veios, neck, batólitos e stocks. são mais
 Vulcanismo frequentes perto da superfície da terra.
65
6. não apresenta fósseis
A) Dique 7. apresentam alto teor de feldspatos

É uma massa magmática que preenche


uma fenda em rocha preexistente. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

B) Veios a) Modo de Ocorrência

São massas produzidas pela injeção de Totalmente Cristalizada


magma em fraturas menores e menos Grau de Cristalização Parcialmente
regulares do que diques. Cristalizada
Não Cristalizada ou Vítrea
C) Neck
b) Textura
São corpos discordantes, cilíndricos,
verticais que cortam as rochas. ( condutores Tamanho dos Cristais Fanerítica e Afanítica
de antigos vulcões )
Tamanho e Relação Equigranulares
D) Batólitos e stocks
Mútua dos Cristais Inequigranulares
Batólitos
Vesiculares e Amigdalóides
São massas enormes de material
magmático ( granítico ) que afloram numa Bloco e Brechas de Fluxo
extensão de, pelo menos 100 km2 .
c) Estruturas Fluidais
Stocks
Fraturação Primária
Se o afloramento tiver menos de 100 km2 . d) Composição Mineralógica e Química

CLASSIFICACÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS QUÍMICO

As rochas ígneas exigem métodos de Quantidade total de sílica da rocha


investigação, bastante refinados para uma
classificação exata, tais como : análises Rochas ácidas - mais de 65% de sio2
químicas, petrografia microscópica etc. Rochas intermediárias - 65- 55% de sio2
Rochas básicas - 55- 45% de sio2
Entretanto, podemos fazer a classificação Rochas ultrabásicas - menos de 45% de
por processos simples, como o megascópio sio2
( olho nú ), para tanto, analisa-se as
características da rocha quanto a uma série
de critérios de classificação. COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

CARACTERES MACROSCÓPICOS Os minerais mais importantes são: quartzo,


feldspato (alcalinos, plagioclásios),
1. são em geral duras ferromagnesianos (anfibólios e piroxênios) e
2. os cristais se dispoõem por justaposição a biotita.
3. não apresentam estruturas segundo os dois primeiros são claros e os dois
faixas ou camadas últimos escuros, conforme a predominância
4. são maciças, quebram-se de forma dos mesmos, a cor das rochas pode variar
irregular entre cores claras e escuras, naturalmente
5. apresentam uma textura cristalina, vítrea com todos os graus possíveis de gradação
ou cristalina e com tonalidades particulares com tons
66
rosados, avermelhados, acizentados, extensas áreas da região sul do Brasil, onde
esverdeados etc. representa a rocha ígnea mais importante.
as cores escuras podem variar do
PRINCIPAIS ROCHAS ÍGNEAS vermelho-escuro ao preto.

Granito
ROCHAS SEDIMENTARES
Rocha ígnea, intrusiva, encontrada em
batólitos, stockes e outras massas muito Ao longo das transformações das rochas
grandes de rocha. fanerítica, granulação (ver intemperismo), sob a influência dos
média a grossa, cores rosadas, agentes externos, constitui o ciclo exógeno
esbranquiçadas, acinzentadas, sempre com de transformações, através do qual se
bastante quartzo e feldspato alcalino. no formam as rochas sedimentares.
brasil,a serra da mantiqueira, a serra do mar
e as serras que nos separam das guianas, Como foi visto, este ciclo começa pelo
são alguns exemplos. intemperismo, o qual decompõe
químicamente ou desintegra
Riolito mecanicamente as rochas antigas
transformando-as em sedimentos e solos.
É a variedade efusiva do magma granítico,
avermelhada a acinzentada LITIFICAÇÃO OU DIAGÊNESE

Sienito É o endurecimento das camadas arenosas.


o processo, ocorre com o passar do tempo
Rocha ígnea, cores eventualmente mais e a evolução geológica, e as novas
escuras que o granito. o mineral escuro é o camadas de sedimentos vão se
anfibólio e o feldspato é predominantemente acumulando sobre as mais antigas e assim
alcalino. vão se criando espessas formações de
sedimentos.
Diorito
VÁRIAS MANEIRAS
Rocha intrusiva, cores escuras,
praticamente sem quartzo e com muito  ocorrência por compactação de
feldspato. sedimentos argilosos
 ocorrência por compactação de
Andesito sedimentos arenosos
 sedimentos químicos (ca, k, mg, etc),
variedade aparentada com o diorito, escura, sofrem fenômenos de cristalização que
ocorre sob a forma de diques. dão origem a novas rochas muito duras.

Gabro Rochas sedimentares clásticas, que basei-


se na granulometria.
Rocha ígnea, plutônica, cores muito
escuras, não possui quartzo, sendo formado PROCESSOS DE LITIFICAÇÃO
predominantemente por feldspato
Diabásio  COMPACTAÇÃO

Ocorre sob a forma de diques e sil, rocha Redução volumétrica, causada


similar ao gabro principalmente pelo peso das camadas
superpostas e relacionada com a
Basalto diminuição dos vazios, expulsão de líquidos
e aumento da densidade da rocha. é o
É a variedade efusiva do diabásio e recobre
67
fenômeno típico das sedimentos finos,  PELITOS
argilosos.
Os sedimentos têm tamanho inferior a 0,062
 CIMENTAÇÃO mm de diâmetro.

Deposição de minerais nos interstícios do - Siltitos - 0,062 a 0,004 mm


sedimento - Argilitos - menor que 0,004 mm
Produzido a colagem das partículas
constituintes. ROCHAS CARBONÁTICAS

 RECRISTALIZAÇÃO São sedimentos de origem clástica ( baseia-


se na granulometria ), orgânica ou química (
Mudanças na textura por interferência de precipitação ), cujo componente principal é
fenômenos de crescimento dos cristais o carbonato de cálcio .
menores ou fragmentos de minerais até a
formação de um agregado de cristais PRINCIPAIS TIPOS
maiores. é um fenômeno mais comum nos
sedimentos químicos. Calcários Bioconstruidos

ROCHAS SEDIMENTARES MAIS São rochas resultantes de colônias de


COMUNS corais ealgas calcários bioacumulados

 CONGLOMERADOS ( psefitos ) - São provenientes do transporte e deposição


tamanho superior a 2 mm de diâmetro. de organismos e restos de suas carapaças.
podem ser divididos em:
Clastros são angulosos - rocha
denomina-se brecha A) Calciruditos - fragmentos
Clastros são arredondados - varios superiores a 2 mm de diâmetro
B) Calcarenitos- fragmentos entre
 TILITOS 0,062 e 2 mm
C) Calcipelitos - fragmentos
Origem ligado ao gelo, caracterizam-se por inferiores a 0,062 mm.
apresentar clastos de tamanho
extremamente variável, desde poucos ROCHAS DE ORIGEM QUÍMICA
centímetros até vários metros ( matações ).
São formadas de substâncias em soluções
 DIAMICTITOS iônicas ou coloidal através de processos
químicos variados e se depositam por
Os diamictitos são encontrados como evaporação e precipitação.
corpos de diferentes espessuras e formas. o
tamanho médio dos clastros é pequeno, Exemplo: sal e gipsita
entretanto pode-se encontrar megaclastos
de 2 a 3m de diâmetro. via de regra, A) Sedimentos carbonáticos
apresentam-se em planos de estratificação.
Deposição de cálcio e magnésio
 ARENITOS ( PSAMITOS ) Ex. calcários ( dolomiticos e calcíticos )
B) Sedimentos Ferríferos
Podem ser definidos como toda rocha cujos
constituintes tenham tamanho entre 2 e Deposição de hidratos férricos coloidais
0,062 mm de diâmetro ( quartzo é Ex. jaspelitos ferríferos ( mato grosso )
predominante ). itabiritos ( minas gerais )

C) Sedimentos Salinos ou Evaporitos


68
maneira diferente. a rocha, portanto, sofrerá
São depósitos de cloreto de sódio, potássio, uma transformação ou metamorfose.
sulfatos, carbonatos, boratos e outros sais.
A base de todo o processo metamórfico
D) Sedimentos silicosos reside no fato de que os minerais têm certas
condições físico-químicas de sobrevivência,
São depósitos de sílica ( calcedônea ) mudando-se essas condições ( pressão,
São depósitos de quartzo ( silex ) temperatura etc), o mineral passa a uma
nova forma estável.
E) Rochas Sedimentares Orgânicas
Todas essas transformações ocorrem no
Se formam pela acumulação de matéria estado sólido (achatamento dos cristais),
orgânica, com sedimentos argilosos ou de ou seja, a rocha não passa por uma fase
calcário. de fusão.

Exemplo: turfa, carvão e petróleo. AMBIENTES METAMORFICOS

Outros exemplos Metamorfismo Regional

ESTRATIFICAÇÃO PLANO-PARALELA Desenvolve-se em regiões que sofreram


tectonismo intensivo, isto é, compressões e
A deposição dos minerais produzem dobramentos de extensas áreas da crosta,
seqüencias alternadas denominadas de onde ocorrerem grandes pressões e
estratos ou camadas ou ainda lâminas temperaturas elevadas.
(camada fina).
Ex. grandes cadeias montanhosas, fazendo
Estratificação cruzada parte dos escudos cristalinos, também
chamados de maciços antigos, a serra do
Marcas de ondas mar é um exemplo

Gretas de contração Metamorfismo de Contato

Fósseis Quando o magma penetra ou fica em


contato com certas rochas, verifica-se um
metamorfismo motivado pelo aumento de
ROCHAS METAMÓRFICAS temperatura, acarretando transformações.

A palavra metamórfica vem de PRINCIPAIS ROCHAS METAMÓRFICAS


metamorfose, que quer dizer
transformação”. As rochas metamórficas Mármore ( o calcário transformado)
originam-se da transformação de outras
rochas (magmáticas e sedimentares), Provém do calcário ou do dolomito (rocha
quando submetidas a certas condições de sedimentar) e por isto assemelham-se
pressão, calor e umidade. bastante.

Imagine uma rocha magmática, por Ardósia ( rocha argilosa transformada)


exemplo, que afundou na crosta terrestre,
além de receber fortes pressões das São rochas de granulação muito fina de
camadas superiores, essa rocha será minerais imperceptíveis a olho nu e que se
submetida ao intenso calor liberado pelo caracterizam por uma clivagem tabular
magma. essa rocha, então, terá sua perfeita
estrutura alterada, isto é, os minerais que a
formam serão ordenados ou arranjados de Gnaisse ( o granito transformado )
69
Agropecuário, Belo Horizonte, MG., 13
Origina-se da transformação do granito (147 ): 3-21, 1987.
(ortognaisse ), que é uma rocha ígnea
(magamética) intrusiva. OLIVEIRA FILHO, J. M. de; CARVALHO, M.
A . de & GUEDES, G. A . de A . Matéria
O Gnaisse proveniente do metamorfismo de orgânica do solo. Informe Agropecuário,
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CAMARGO, M. N. Classes gerais de solos
É uma rocha proveniente do metamorfismo do Brasil. Jaboticabal, SP. FUNEP. 1992.
do arenito. a principal diferença é a 201p.
presença de minerais micáceos. quando
quebrados, os minerais de quartzo são POPP, J. H. Geologia Geral. 4ª ed. Rio de
seccionados ao meio, enquanto nos Janeiro, RJ. Livros Técnicos e Científicos,
arenitos eles apenas se deslocam, 1988. 299p.
permanecendo inteiros.
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RS. Secretaria da Agricultura, 1985. 287p.

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LOPES, A . S. & ABREU, C. A . de. Manejo


da fertilidade do solo. Informe
70

CAPITULO IV
SOLO, FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO, PERFIL DO SOLO, CASSIFICAÇÃO
BRASIEIRA DE SOLOS, FRAÇÕES DO SOLO, ATIVIDADES DAS PARTÍCULAS DO
SOLO, TEXTURA DO SOLO, ESTRUTURA DO SOLO, CÁLCULOS ANALÍTICOS
INTERPRETAÇÕES.

SOLO francesa. Assim é que dentro deste


contexto, no Brasil, utilizou-se os estudos
Ao longo da história o solo tem sido um dos solos através da metodologia
elemento bastante familiar ao homem, que americana e francesa por várias anos, até
dele sempre dependeu para satisfazer as que em 2000 num esforço conjunto da
suas necessidades básicas de locomoção, EMBRAPA e Universidades foi publicado o
abrigo e alimentação. Assim, os conceitos estudo dos nossos solos.
de solo são quase tão variados quanto as
atividades humanas que nele se
desenvolvem. FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO
Quando o homem estava no estágio de ( PEDOGÊNESE )
caçador não tinha por que cogitar a
natureza do solo. No fim do século XVIII e
começo do século XIX, os geólogos deram SOLO► f ( clima, biosfera, rocha, relevo,
atenção ao solo como produto do tempo etc )
intemperismo de rocha. Em 1880, na
Rússia, Dokuchaeu ( Apud. Popp, 1988 ) ORIGEM DOS MATERIAIS
revolucionou a concepção dos solos, pois  Rochas ígneas
reconheceu que a gênese dos solos, a  Rochas sedimentares
complexa interação de inúmeros fatores  Rochas metamórficas
além da rocha originária, incluindo também RELEVO
o clima, os organismos, a topografia e o  Zona de exportação
tempo transcorrido sob a ação desses Relevos acidentados, remoção e
fatores. Entretanto, não chegou-se ao transporte de material
entendimento atual do perfil do solo, e do  Zona de passagem
relacionamento entre seus horizontes ou  Zona de acúmulos
camadas horizontais diferenciadas. CLIMA
SIRISTEU (1867-1927)( Apud. Popp, 1988)  Temperatura
modificou as classes e introduziu o conceito
 Precipitação pluviométrica
de solos zonais e posteriormente ( 1927 )
 Vento
MARBUST ( Apud. Popp,1988 ) deu
ORGANISMOS
desenvolvimento à classificação chamada
americana, reformulada em 1938 e 1945.  Cobertura vegetal
Importante também são as informações de  Fauna
JENNY ( 1941), que considera o relevo  Homem
como um dos fatores de formação do solo, TEMPO
além do clima, material de origem,  Idade
organismos e tempo, ou seja, o solo  Maturidade
resultou da ação do clima e dos organismos QUANTO MAIOR O NÚMERO DE
sobre o material de origem, no relevo, HORIZONTES E MAIOR SUA
durante um determinado tempo. Na nossa ESPESSURA, MAIS MADURO É O SOLO.
concepção, nada de novo, pois é igual a
tese de DOKUCHAEU, existindo hoje O solo é um indivíduo tridimensional e
várias classificações: americana, russa e independente da paisagem. Representa
71
ele a resultante da ação ativa do clima e paisagem, claramente separadas umas das
dos organismos sobre o material de outras, como entre as espécies animais e
origem, durante determinado espaço de vegetais, mas sim transicionando, entre si,
tempo em determinado relevo. gradativamente, sendo raramente
encontrados limites abruptos entre eles.
O solo é tridimensional, pois possui volume Assim, apresentam-se formando um
dado pelas duas dimensões superficiais, contínuo na paisagem, onde diferentes
que lhe conferem uma área superficial, e solos, apesar da individualidade,
por uma dimensão vertical, que lhe confere apresentam algumas características iguais
profundidade. Este volume é limitado acima ou muito semelhantes, entre si.
pela atmosfera, lateralmente por áreas Isso possibilita agrupa-los em classes
geladas, rochosas, águas profundas, enfim homogêneas segundo determinadas
por tudo que não constitua solo, e, abaixo, características e, portanto, ordena-los de
estende-se até um limite ainda não acordo com normas elaboradas. Possibilita,
estabelecido precisamente, sobre o qual há enfim, classifica-los.
muita polêmica. Consideraremos a rocha
consolidada como limite inferior do solo. Em resumo, o solo do ponto de vista
pedológico, é considerado como um
Os solos além de volume, apresentam sistema disperso constituído ao longo do
também anisotropia, isto é, suas seu perfil, de três fatores: sólida, líquida e
propriedades físicas, químicas e gasosa. A fase sólida é pouco variável,
mineralógicas, assim como suas enquanto as fases líquida e gasosa variam
características morfológicas, não são constantemente, de acordo com as
idênticas em todas as direções, fatos esses interferências atmosféricas As fases
que se traduzem no aparecimento dos líquidas e gasosa ocupam os poros do
vários horizontes componentes dos perfis sistema disperso solo, compondo assim a
dos solos – anisotropia vertical e na sua porosidade total, e são essencialmente
existência de solos diferentes entre si – interdependentes, variando sempre em
anisotropia horizontal. função inversa uma da outra.
Apesar dessa individualização, os solos não
se apresentam como entidades discretas na

INTEMPERISMO progredindo para partículas de tamanho


menores sem no entanto, haver mudança
A porção externa e superficial da crosta é na composição. Já a química poderemos
formada por vários tipos de corpos destacar os seguintes aspectos:
rochosos que constituem o manto rochoso.
Estas rochas estão sujeitas a condições que INTEMPERISMO QÍMICO
alteram a sua forma física e composição ▼
química. Onde os fatores responsáveis pela A ÁGUA CARREGA DA ATMOSFERA
alteração, ou seja meteorização, são ▼
provocados por agentes de ordem física, O2 , CO2 , NITRITOS , NITRATOS
química e biológico, agindo isoladamente ou ▼
em associação. AÇÃO CORROSIVA

Duas fases são importantes no processo de ATACA AS ROCHAS ATRAVÉS DE
meteorização, a física e a química, que são PPROCESSOS
a desintegração e a decomposição, ▼
respectivamente. A desintegração é a HIDRÓLISE , OXIDAÇÃO , HIDRATAÇÃO
ruptura das rochas inicialmente em fendas, E CARBONATAÇÃO
Hidrólise

Os íons da água combinam-se com os compostos, formando novas substâncias.


72
Ex. Feldspatos são pouco estáveis e sofrem a ação desse ataque.

K Al Si3 O8 + H2 O ► H Al Si3 O8 + KOH


feldspato água ácido aluminico silisico hidróxido de potássio

SAL ÁCIDO + BASE

Hidratação

Certos minerais podem adicionar moléculas de água à sua composição formando novos
compostos. Como conseqüência, os minerais têm os seus volumes aumentados.

TENCIONAM-SE --- DIMINUI A COESÃO



DESINTEGRAÇÃO DAS ROCHAS

Ex. Anidrita ( Ca SO4 ) ► Gipso ( Ca SO4 . 2H2 O )


Hematita ( Fe2 O3 ) ► Limonita ( Fe2 O3 . 2 H2 O )

Oxidação

Os minerais se decompõem pela ação oxidante do O2 e do CO2.

ÁGUA + MINERAIS + O2 + CO2 ► HIDRATOS


ÓXIDOS
CARBONATOS

Ex. Minerais que possuem íons de Fé+++ ( Pirita, Micas e Olivinas ). Quando a Pirita é oxidada,
o Fé++ passa a Fé+++ forma Limonita liberando enxofre que combinando com água produz ácido
sulfúrico.

PIRITA + ÁGUA ► LIMONITA


( FeS2 ) H2O Fe2 O3 . 2 H2 O

LIBERA S2 + ÁGUA ► ÁCIDO SULFÚRICO

DISSOLVE OS SAIS
Ca , Mg , K, Na

Que são transportados pelos rios até os mares, sob a forma de sulfatos

Carbonatação

É um processo de decomposição por CO2 , contido na água ( colóides ) forma pequena


quantidade de ácido carbônico. Exemplo:

H2 O + CO2 ► H2 CO3 ( ÁCIDO CARBÔNICO )



CaCO3 ( CALCITA )

CaCO3 + H2 CO3 ► Ca ( HCO3 )2
Calcita Ac. Carbônico Bicarbonato de cálcio
73

CALCÁRIOS, DOLOMITOS, GIPSO, FELDSPATOS, MICAS etc. SÃO SUSCEPTÍVEIS DE


LIXIVIAÇÃO.

Quando o CO2 escapar, o bicarbonato de cálcio precipita formando os grandes depósitos de


rochas ( calcita, dolomitas, gipsitas etc ) e em particular as estruturas das cavernas calcáreas.

PERFIL DO SOLO No 4o Nível ocorrem os Subgrupos –


identificam solos intermediários ou típicos.
À medida que as rochas se intemperizam,
os horizontes ou as camadas se No 5o Nível a Família – leva em
diferenciam entre si. A parte superior, mais consideração a condição química (
intemperizada do perfil do solo, corresponde saturação por bases, saturação por
aos horizontes A+B, e denomina-se sólum. alumínio, o caráter aniônico, o caracetr
Regolito é o matéria inconsolidado de alofânico, as casses de reação do sôo e o
rochas intemperizadas, de qualquer material teor de ferro não contempado
de origem, que recobre extensas áreas da anteriormente), a condição física
superfície terrestre. Veja o esquema a (distribuição de cascalho e concentrações
seguir: no perfil, a constituição esquelética do solo,
a profundidade dos horizontes A + B e
O perfil de solo é o conjunto de horizontes adensamento), a mineralogia (tipo de
e/ou camadas no sentido vertical, desde a horizonte A).
superfície até o material de origem ( rocha
matriz ). No 6o Nível a Série – são considerados os
dados químicos (matéria orgânica,
CASSIFICAÇÃO BRASIEIRA DE SOLOS trofismo), os dado morfológicos ( textura,
estrutura, cor, consistência ) e os dados
Em 1999 a EMBRAPA publicou o Sistema granulométricos ( textura ).
Brasileiro de Classificação de Solo,
estruturado em 6 níveis, definidos num
mesmo nível de generalização ou
abstração. Tabela – Elementos formativos dos
No 1o Nível ocorrem 14 Ordens: Alissolos, solos e seus significados
Argissoos, Cambissoos, Chernossolos,
Espodossolos, Gleissolos, Latossolos,
Luvissolos, Neossolos, Nitossolos, Elementos Significado
Organossolos, Planossolos, Plintossolos, formativos
Vertissolos. Alissolo Alto teor de alumínio
No 2o Nível ocorrem as Subordens que Argissolo B textura Tb
contemplam a coloração do horizonte Cambissolo B incipiente
Chernossolo Chernozêmico
subsuperficial, onde adjetiva-se o matiz do
Espodossolo Horizonte espódico
solo no estado úmido de:
Gleissolo Horizonte glei
Latossolo B Latossóico
Vermelho – 10R ou 2,5YR Luvissolo Ta, acumulação de argila
Vermelho-amarelo – 5YR Neossolo Pouco desenvolvido
Amarelo – 7,5YR ou 10YR Nitossolo B nítico
Organossolo Horizonte hístico
No 3o Nível ocorrem os Grandes Grupos, Planossolo Horizonte plânico
que consideram a condição química Plintossolo Horizonte plíntico
subsuperficial ( eutrófico, distrófico, Vertissolo Horizonte vértico
ácrico e aumínico ).
74
Quanto à constituição da fase sólida, o solo  Limo – já apresenta certa atividade
pode ser denominado de orgânico ou de superfície.
mineral.  Argila – é a parte ativa do solo, é a
sede dos fenômenos físico-
ORGÂNICO: < 20% de matéria orgânica, químicos.
sendo 11,5% de carbono total.
A quantidade e o tamanho das partículas
MINERAL: > 20% de matéria orgânica e distribuídas no solo diferem a sua textura
menos de 11,5% de carbono total. que é uma característica praticamente
estável.
FRAÇÕES DO SOLO
O arranjo dessas partículas no solo, em
Partículas unitárias e maiores de 0,20 mm agregados, sob diferentes formas, tamanho
de diâmetro é chamada de esqueleto do e grau de desenvolvimento, difere a sua
solo. estrutura, que é uma característica instável.

FRAGMENTOS TEXTURA DO SOLO

A) Matacões - maior que 200 mm de É feita de dois modos:


diâmetro.
B) Calhaus – entre 200 e 20 mm de  Análise textural realizada em
diâmetro laboratório
C) Cascalhos – entre 20 e 2 mm de  Testes de campo, através do tato
diâmetro (inconveniente).

Para caracterizar a textura do solo, ESTRUTURA DO SOLO


considera-se a terra fina seca ao ar (TFSA),
que passa na peneira de 2,0 mm. O tipo de estrutura do solo é determinado
pela forma e arranjamento que apresentam
ESCALAS DE FRAÇÕES DO SOLO os agregados ou elementos estruturais:
Quatro são os tipos fundamentais:
As mais importantes são a do LAMINAR, PRISMÁTICA, COLUNAR,
Departamento de Agricultura dos Estados BLOCOS ANGULARES, BOCOS
Unidos (Escala Americana ) e a de SUBANGULARES e GRANULAR.
Atterberg ( Escala Internacional ). Em classificação de solos é comum a
existência de uma adjetivação nome do
 Limite superior – 2,00 a 0,20 mm solo, quanto a sua riqueza ou pobreza em
(areia grassa) nutrientes ou, pelo menos que dê uma idéia
 Limite intermediário – 0,20 a 0,02 sobre sua fertilidade. As expressões usadas
mm (areia fina) são: distrófico, eutrófico, ácrico, alumínico.
 Limite intermediário – 0,02 a 0,002
(limo ou silte) CÁLCULOS ANALÍTICOS
 Limite final - < 0,0022 (argila) INTERPRETAÇÕES

ATIVIDADES DAS PARTÍCULAS DO Soma de bases ( SB )


SOLO É a soma de cálcio ( Ca2+ ) , magnésio
(Mg2+), potássio ( K+ ) e sódio ( Na+ ).
A grande maioria das reações que se
processam no sistema água-solo-planta são CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS
fenômenos de superfície, dependentes das (CTC)
partículas existentes no solo. Assim sendo: É a soma de bases ( SB ) + alumínio ( Al3+ )
+ hidrogênio ( H+ ) a pH 7 ( CTC ou T)
 Areia – partículas inativas no solo.
75
GRAU DE SATURAÇÃO DE BASES ( V ) É de grande importância relembrar que os
Divisão do SB pela CTC termos eutrófico, distrófico, alumínico e
A interpretação do índice V é importante ácrico são relativos ao horizonte diagnóstico
porque, conforme o valor, o solo pode ser de subsuperficie B ou, na ausênia, ao
eutrófico ou distróico. horizonte C; ou no horizonte A nos
Neossolos Litólicos ou Regoíticos.
SATURAÇÃO POR ALUMÍNIO ( m )
Quando elevada, e ao mesmo tempo é ato DISTRÓFICO
o teor de Al3+ extraível, atesta o caráter
alumínico. Em uma amostra de solo, os cátions de
m = Al3+  SB + Al3+ x 100 Alumínio e Hidrogênio são maiores que a
soma das bases (Cálcio, Magnésio,
RETENÇÃO DE CÁTIONS ( RC ) Potássio e Sódio). Sendo que o Alumínio
A retenção de cátions ( RC ), se for  1,5 ocupa menos de 50% da capacidade de
cmolc / Kg de argila e ao mesmo tempo o troca.
valor de pH KCl > 5, ou o pH positivo ou
nulo, certifica o caráter ácrico, e é assim EUTRÓFICO
definida:
Em uma amostra de solo, os cátions de
RC = SB + Al 3+
 % de argila x 100 Cálcio, Magnésio, Potássio e Sódio (bases)
ocupam mais de 50% da capacidade de
troca.

Tabela - Valores de saturação por bases (V ), soma de bases (SB), saturação por
alumínio (m) e de retenção de cátions ( RC ), relacionados com os
termos eutrófico, distrófico, alumínico e ácrico.

Interpretação V Al3+ m RC(1)


% Cmolc Kg-1 de solo (%) Cmolc Kg-1 de argila
Eutrófico  50
Distrófico < 50
Alumínico 4  50
Ácrico  1,5
Fonte: Prado, 2003.
( 1 ) Para ser ácrico há necessidade do valor de retenção de cátions ser  1,5 Cmolc Kg-1 de
argila e ser atendida pelo menos uma dessas condições: pH KCl ( 1 N )  5, ou ainda se pH
for positivo ou nulo.

A Condutividade elétrica do extrato de saturação, tradicionalmente expressa em mmhos/cm,


com a adoção do SI, a condutividade elétrica passou a ser expressa em Siemens por metro (
S/m ). Contudo, a magnitude do valor não foi alterada, ou seja, mmhos/cm=mS/cm=dS/m.

A Tabela a seguir, quanto a salinidade e sodicidade dos solos, os limites de classes


apresentados servem apenas de referência, já que há diferenças no comportamento das
culturas com relação à acidez, à salinidade e a disponibilidade de nutrientes.
76
Tabela .Classificação, índices relacionados com salinidade e modo de
recuperação do Solo.

Solos C.E1 pH em água PST2 Recuperação


( dS / m )
Normal <4,0 - <15 -
Salino >4,0 <8,5 <15 Lavagem dos sais
Sódico até 4,0 8,5 a 10,0 >15 Gesso e lavagem
Salino-Sódico >4,0 - >15 Gesso e lavagem
1
Condutividade elétrica do extrato de saturação; 2 Porcentagem de sódio trocável.

Para acidez, adotam-se as seguintes classes de interpretação do pH em água.

Tabela . Classes de interpretação para pH em H2 O.

Classes Valores de pH ( 1: 1,25 )


Acidez elevada <5,0
Acidez média 5,0 – 5,9
Acidez fraca 6,0 – 6,9
Alcalinidade fraca 7,0 – 7,8
Alcalinidade elevada >7,8

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE ANÁLISE DE SOLO

Tabela . Os números fornecidos pela análise química consideram os métodos


de análise utilizados nos laboratórios da região semi-árida,
coordenados pelo programa de análise da EMBRAPA Solos.

Nível
K+ Ca2+ Mg2+ Al3+ SB CTC V
cmolc/dm cmolc/dm cmolc/dm cmolc/dm3 cmolc/dm3 cmolc/dm3
3 3 3
%
Muito baixo <0,08 <26
Baixo 0,08-0,15 <1,6 <0,7 <0,4 <2,6 <4,1 26-50
Médio 0,16-0,25 1,6-4,0 0,7-1,5 0,4-1,0 2,6-6,0 4,1-8,0 51-70
Alto 0,26-0,40 >4,0 >1,5 >1,0 >6,0 >8,0 71-90
Muito alto >0,40 >90

A extração de fósforo é realizada pelo extrator Mehlich-1 em solos ácidos e pelo extrator Olsen
em solos alcalinos. Na próxima Tabela são apresentados os limites dos níveis de fósforo,
segundo a textura do solo analisado e para a matéria orgânica.

Tabela . Limites de interpretação para níveis de fósforo, em solos de textura


arenosa e argilosa e para matéria orgânica.

Níveis P – solo arenoso P – solo argiloso Matéria orgânica


mg / dm3 mg / dm3 g/ kg
Muito baixo <6 - -
Baixo 6-10 <6 <16
Médio 11-12 6-10 16-30
Alto 21-40 11-20 >30
Muito alto >40 >20
77

Tabela . Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do


sistema internacional de unidades.

UNIDADE ANTIGA UNIDADE NOVA FATOR DE CONVERSÃO


(A) (N) (F)
% g/ Kg ; g/dm3 ; g/ L 10
ppm mg/Kg ; mg/dm3 ; mg/ L 1
meq/ 100cm3 mmolc / dm3 10
meq / 100g mmolc / Kg 10
meq / L mmolc / L 1
P2 O5 P 0,437
K2 O K 0,830
CaO Ca 0,715
MgO Mg 0,602
mmho/ cm ds / m 1
FONTE: RAIJ. BERNARDO VAN et. alii. ( IAC )
mmolc = milimol de carga
ds / m = deci-siemen por metro
ppm = partes por milhão
meq / 100 cm3 = miliequivalentes por cem centímetros cúbicos
% = percentagem
mmolc / dm3 é 10 vezes o cmolc / dm3
1 ppm = 1 mg / dm3

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO

SUBSTITUIR
meq / 100 cm3 por cmolc / dm3 ( centimol de carga por decímetro cúbico).

TABELA .RESULTADOS DE ANÁLISE DE AMOSTRAS DE SOLO

IDENTIFICAÇÃO: Nome; propriedade, cidade, endereço, etc.

PROTOCOLO NO DA AMOSTRA PROFUNDIDADE IDENTIFICAÇÃO


( Códigos ) DA AMOSTRA
78
SIGLA DESCRIÇÃO UNIDADE RESULTADO
M.O Mat. Orgânica g/dm3
pH H2O – 1:2,5 -
C.E. Extrato Sat. dS/m
P Fósforo mg/dm3
K Potássio cmolc / dm3
Ca Cálcio cmolc / dm3
Mg Magnésio cmolc / dm3
Na Sódio cmolc / dm3
Al Alumínio cmolc / dm3
H + Al Ac. Potencial cmolc / dm3
S ( bases ) Soma de Bases cmolc / dm3
CTC Cap. Troca Cat. cmolc / dm3
V Sat. Bases %
S Enxofre mg/dm3
B Boro mg/dm3
Cu Cobre mg/dm3
Fe Ferro mg/dm3
Mn Manganês mg/dm3
Zn Zinco mg/dm3
FÍSICA
Areia %
Silte %
Argila %
Argila Natural %

Densidade Real
Aparente
0,06 atm %
0,10 atm %
0,33 atm %
0,60 atm %
1,00 atm %
15 atm %
FONTE: DTCS E EMBRAPA.

ESSENCIABILIDADE E  Na ausência do elemento a planta


DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES não completa o seu ciclo vegetativo;
 O elemento não pode ser substituído
Foram identificados 52 fatores que afetam o por nenhum outro;
crescimento das culturas: temperatura,  O elemento deve ter um efeito direto
latitude, altitude, matéria orgânica do solo, na vida da planta e não exercer
concentração de argila, velocidade do apenas o papel de, com sua
vento, doenças, insetos, qualidade da presença no meio, neutralizar efeitos
semente, capacidade de troca catiônica do físicos, químicos ou biológicos
solo, entre outros. Destes, 45 podem ser desfavoráveis para o vegetal.
manipulados pelo homem, para obtenção Além do Carbono, Hidrogênio e Oxigênio,
de altas produtividades. Nesse contexto treze elementos são considerados
enquadram-se a nutrição e a adubação, que essenciais para o desenvolvimento das
diante de 45 fatores podem representar plantas, sendo divididos em dois grandes
uma gota de água no oceano. grupos, relacionados com as quantidades
Os critérios para a essenciabilidade dos exigidas.
nutrientes são:
79
 Macronutrientes : N, P, K. Ca , Mg e
S Governo da Bahia. Empresa de Assistência
 Micronutrientes : B, Cl, Cu, Fe, Mn, Técnica e Extensão Rural da Bahia.
Mo e Zn. Recomendações de adubação para o
Estado da Bahia. 1a . ed. Salvador, Ba.:
A determinação de formas disponíveis de EMATERBA, 1980. 89p. il. CDU 631.8.
nutrientes no solo parece ser mais
adequada do que a determinação do Governo Federal. Empresa Brasileira de
nutriente nas plantas. Entretanto, os Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de
métodos de análise de solo utilizados são Solos. Sistema Brasileiro de classificação
nada mais que os métodos que melhor se do solo. Rio de Janeiro, Rj.: EMPRAPA. 4a
correlacionam com o método padrão para aproximação. 2002. 166p. il. ( apostila ).
medir disponibilidade, método que é o
conteúdo de nutriente na planta. Jenny, H. Factors of soil formation. New
Assim, a medição da capacidade de ceder York: McGraw-Hill, 1941. 281p.
nutrientes se realiza por meio da
determinação das quantidades de nutrientes Lopes, Alfredo Scheid. Manual
que se encontram no solo na forma internacional de fertilidade do solo. 2a ed.
disponível para as plantas. Campinas: POTAFOS, 1998. 177p. il.
Entretanto, estar disponível, depende além
das formas em que um elemento se Malavolta, Eurípides. Manual de química
encontra no solo, da capacidade de agrícola, adubos e adubação. 2a ed. São
absorção da cultura, do desenvolvimento do Paulo,SP.: Ceres, 1967. 606p. il.
sistema radicular, do tempo de crescimento,
da água no solo, da disponibilidade de Oliveira, João Bertoldo de; Jacomine, Pauo
outros nutrientes e da Capacidade Tampão Klinger T.; Camargo, Marcelo
( CT ). Nunes.Classes gerais de solos do Brasil.
A forma absorvível é a fração do disponível 2a ed.Jaboticabal: FUNEP/UNESP, 1992.
que não apresenta limitações por transporte 201p. il.
e, a quantidade efetivamente absorvida será
desse modo dependente da quantidade de Pavan, Marcos Antônio. Análises químicas
nutriente absorvível e da eficiência de de solo. Parâmetros para interpretação.
absorção da planta. Londrina, Pr. : IAPAR. 1996. 48p. il. CDD
Os valores obtidos da análise de solo por 631.41 ( IAPAR. Circular, 91 ).
determinado método de extração tornam-se
utilizáveis somente quando se Pontes, Antônio Scaffa Correia. Solos e
correlacionam com as respostas das nutrição de plantas frutíferas.
culturas, ou seja com resultados de Juazeiro,Ba.: UNEB/DTCS. 2003. 114p. il.
pesquisa da fertilidade, onde se faz a (apostila curso de especialização em
correlação entre doses de nutrientes fruticultura tropical irrigada).
aplicados e a resposta, por exemplo
produtividade. Muita atenção deve-se ter Popp, José Henrique. Geologia Geral. 5a
com relação à metodologia dos trabalhos ed. Rio de Janeiro, RJ.: LTC, 1998. 376p. il.
sobre adubação, pois um trabalho de
CALIBRAÇÃO, diferencia-se de um de Prado, Hélio do. Solos do Brasil. 3a ed.
NÍVEIS DE ADUBAÇÃO. Piracicaba, SP.: H. Prado, 2003. 275p.il.

Raij, Bernnardo Van et. alii.


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CAPITULO V
EXCURSÃO, UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA APRENDIZAGEM.

EXCURSÃO À CHAPADA DIAMANTINA, UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA


APRENDIZAGEM DA GEOLOGIA1.

Clarismar de Oliveira Campos2 , Francisco Santana Nunes2

RESUMO Palavras Chaves: Bahia, geologia,


Chapada Diamantina.
A excursão científica, à Chapada
Diamantina, objetivou aferir conhecimentos ABSTRACT
geológicos, para os alunos da FFPP/UPE.
Para os registros geográficos, utilizou-se The scientific excursion was intendend for
um GPS 310 (Sistema Global de the students from the FFPP / UPE, willing to
Posicionamento). Para as outras expand their geological knowledge about
ocorrências, a câmara fotográfica, Chapada Diamantina. Some tools were
posteriormente uma revisão da literatura. used such as GPS 310 (Global System of
Grande parte do Estado da Bahia acha-se Positioning) for geographic registers,
contido no Cráton São Francisco, camera for other occurrences and later a
estabilizado no final do Ciclo Geotectônico literature review.
Transamazônico. O Cráton é envolvido por The major part of Bahia State lies witin the
faixas ou sistemas de dobramentos São Francisco Craton, stabilized by the end
desenvolvidos durante o Ciclo Geotectônico of the Transamazonic Geotectonic Cycle.
Brasiliano , sendo representados por The Craton is involved by folding systems,
seqüências metassedimentares e developed during the Brazilian Geotectonic
metavulcano-sedimentares com vergências Cycle being represented by sedimentary or
no sentido cratônico. Após a estabilização metavolcanic-sedimentary sequences with
cratônica iniciou-se o ciclo de deposição vergences in the cratonic sense. The
sedimentar do Proterozóico Médio, middle-Proterozoic cycle of sedimentary
ocorrendo na Chapada Diamantina, uma deposition followed the cratonic stabilization,
seqüência de sedimentos in the Chapada Diamantina, is a sequence
predominantemente carbonato-pelíticos, of predominantly lime-pelitical sediments,
depositada em ambiente marinho deposited in epicontinental environment,
epicontinental, formada por formed by metaconglomerates, quartzites,
metaconglomerados quartzitos, argilitos, clays, marls, and limestones, slightly
magas e calcários francamente metamorphosed.
metamorfisados.
Index terms: Bahia, geologic, Chapada
Diamantina.

__________

1 – Atividade do Departamento de Geografia e História da FFPP/ UPE.


2 – Eng0 . Agr0 . M. Sc. Douto, Professor de Geologia da FFPP/UPE. BR 203,
Km 2. Campus Universitário, Cx postal 66, 56.300-000 Petrolina, PE. Fone 87-3861-4879.
3 - Geógrafo, Advogado, Cel. PM ( Reformado ), Professor da FFPP/UPE.
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INTRODUÇÃO ótima potencialidade turística. Nesse


município encontra-se o maior orquidário
O Estado da Bahia, situado na região natural do país, sendo descoberto,
Nordeste do Brasil, é delimitado pelas recentemente, pelo paisagista Burle Marx. É
coordenadas geográficas 80 32’ 00’’ e 180 importante destacar a água de suas fontes
20’ 45’’ de latitude Sul e 370 19’ 39’’ e 460 e cascatas, a Lagoa do Tareco, a Cachoeira
34’ 36’’ de longitude Oeste, ocupa uma do Ferro Doido, a Gruta dos Brejões e o
posição geográfica privilegiada na Buraco do Possidônio, dentre outras
integração entre as regiões Sul-Sudeste e belezas naturais existentes no município
Norte-Nordeste do País ( Azevedo, 1994 ). (Bahia, 1978).

A Chapada Diamantina, localizada no Recentemente foram descobertas, em Pico


centro do Estado da Bahia, como parte das Almas, no município de Rio de Contas,
importante do escudo continental brasileiro, 131 espécies de plantas até antão
compreende 33 municípios, com uma desconhecidas pela comunidade científica.
superfície de 41.994 Km2 . Inserido na Os botânicos envolvidos com a descoberta
Chapada Diamantina, o Parque Nacional, foram unânimes em seus relatos “ a
criado pelo Decreto Federal n0 91.655 de natureza ficou maior, mais bonita e mais
17.08.85 com área de preservação complicada com o Pico das Almas. É
permanente de 1.520 Km2 pertencente, aos impressionante descobrir tantas plantas no
municípios de Lençóis, Andaraí, Palmeiras, fim do século XX”. A diversidade de plantas
Mucugê e Ibicoara. Divide-se em vários aí existentes pode ser comparada à da
sítios ecológicos bem distintos: Morros, Amazônia, e a variedade Pbysocalix
Rios, Cavernas, Poços, Pântanos, scaberrimos só aí é encontrada. O Pico
Cachoeiras e Rios Subterrâneos. Estes das Almas é considerado uma bomba
sítios abrigam uma das mais ricas geradora de espécies, com similaridade
biodiversidades do planeta ( Car, 1995). apenas nas Regiões do Cabo (África do
Sul), Choco (parte ocidental dos Andes, na
Na área do Parque, várias cidades Colômbia) e no Sudoeste da Austrália (Car,
destacam-se pela sua beleza, onde Lençóis 1995).
que está cravada no coração da Bahia,
cercada por serras, rios,cachoeiras, A conjugação dos fatores relevo, flora e
cavernas, cannyons e pântanos. Lençóis é recursos hídricos proporcionam à Chapada
o portal de entrada para quem busca Diamantina uma singular beleza,
cultura, lazer, ecoturismo e aventura. destacando-se o Vale do Rio São José,
Cidade histórica do ciclo do diamante, dista onde encontram dez riachos afluindo em
413 Km de Salvador, possui um estilo cascatas. O Morro do Pai Inácio, as grutas
arquitetônico colonial, é mística e da Pratinha, Lapa Doce e o Vale do Capão
aconchegante. A cidade possui uma -de forma semelhante a um canyon -,
excelente infra-estrutura hoteleira e penetrando com desníveis de até 300
turística, proporcionando ao visitante metros nas planícies dos campos gerais, a
segurança, comodidade e qualidade em Cachoeira da Fumaça, são pontos de
atendimento. Enfim, a síntese da emoção extrema beleza. O Vale do Capão, foi
que o visitante vai experimentar ao escolhido por grupos de profissionais
conhecer o Parque Nacional da Chapada liberais e ambientalistas para aí se
Diamantina (Guia,2005). instalarem em diversos sítios ou
comunidades alternativas. Neste Vale eles
Na Chapada Norte, cortada pela BA-052, a desenvolvem práticas naturalistas baseadas
“estrada do feijão” merece destaque a em dietas alimentares, como também em
cidade de Morro do Chapéu que, apesar de vivências em contato com a natureza
estar localizada no polígono das secas, tem (Guia, 2005).
um clima privilegiado, oferecendo uma
Outra maneira de registrar as ocorrências
O Estado da Bahia encontra-se quase que foi através do registro fotográfico e
totalmente inserido no Cráton do São posteriormente uma revisão da literatura.
Frnacisco (Almeida, 1977 ), entidade Os roteiros previamente escolhidos foram:
geotectônica estabilizada no ciclo Rio Mucugezinho, Poço do Diabo, Morro do
Brasiliano, cerca de 600 milhões de anos . Pai Inácio, Pratinha, Gruta Azul, Gruta da
Podemos distinguir, simplificadamente, Torrinha e trekking do Ribeirão do Meio e
além das coberturas cenozóicas e passeio pela cidade.
mesozóicas não-dobradas, três grandes Finalizando uma reunião de avaliação,
conjuntos pré-cambrianos: os supergrupos exposição de painéis, relatórios e feitio de
São Francisco e Espinhaço, que artigo para publicação.
representam coberturas plataformais
dobradas do Neoproterozóico e do
Mesoproterozóico, respectivamente, e a DESENVOLVIMENTO
Associação Pré-Espinhaço, que identifica o
embasamento arqueano-paleoproterozóic A cidade de Lençóis, Ba. está localizada
(Mascarenhas, 1990). nos contrafortes da Serra do Sincorá, a 413
Km da cidade de Salvador, tendo como
Em outras palavras, seu relevo caracteriza- coordenadas geográficas 120 33` 47`` de
se por áreas planálticas e serranas, Latitude Sul e 450 23` 47`` de Longitude
intercaladas pelas depressões periféricas e Oeste, com altitude de 415 m acima do
interplanálicas. A variedade de sua nível do mar, visto a cidade ficar localizada
conformação decorre de ter sido fundo de dentro do Vale do Rio Lençóis, justificando
mar e praia, há milhões de anos. A água assim a sua baixa altitude.
que invadia o continente depositava A região possui um potencial agroclimático
sedimentos na região e a areia foi formando > 70, classificado como ótimo; Isotermas
rochas com veios de diamantes. Os com média compensada anual de 220 C;
jazimentos de diamante, extensamente com um tipo de clima classificado como
distribuídos nos domínios e adjacências da Úmido a Sub-úmido. O posto meteorológico
Chapada Diamantina, representaram no Afrânio Peixoto n0 4747523, instalado em
passado expressiva produção, através da 1962 pelo DNOCS (Departamento Nacional
atividade garimpeira. Atualmente, a maioria de Obras Contra as Secas ), com altitude de
desses garimpos encontra-se inativa. 850 m acima do nível do mar, em 17 anos
apresenta uma média pluviométrica de
A viagem técnica, científica, teve o objetivo 1.238 mm, sendo a máxima de 1.822 mm e
de aumentar os saberes geológicos, mínima de 661 mm. Esta é a única área do
correlação com outras ciências, com visitas Estado onde a influência orográfica
“in loco”, para os alunos da FFPP/UPE. favorece a intensidade das chuvas de
maneira significativa. Outro fator diz
respeito à temperatura, os valores térmicos
METODOLOGIA são amenizados pela altitude (Sei, 1990;
Bahia,1978 ; Bahia,1977; Brasil, 1990 ).
A excursão à Chapada Diamantina, com
concentração na cidade de Lençóis, Ba., A cidade é caracterizada pela importância
ocorreu entre os dias 25.26 e 27 de histórica, ligada ao período áureo da
fevereiro de 2005. O grupo foi composto por mineração. Para lá convergia toda a riqueza
40 alunos e dois professores, tendo como da época, consagrando-a como a mais
suporte humano dois guias, previamente importante cidade do século XVIII.
contratados para orientação nos Dotada de beleza natural e de paisagens
deslocamentos das trilhas e trekkings. Para pitorescas – o que resta de seu passado -,
localização das localidades e navegação de essa região associa às relíquias de seus
posições geográficas utilizou-se um GPS conjuntos arquitetônicos em estilo colonial
310 (Sistema Global de Posicionamento). diversificada, influência neoclássica e
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neogótica e até em raríssimos casos, a pode-se ter uma vista do Morro do Pai
influência rococó. Por conservar ainda, em Inácio, as coordenadas foram: 120 27` 41``
grande parte, os fatos, monumentos e ruas S e 410 24` 51`` O, a altitude foi de 669 m.
ligados à vida colonial foi tombada pelo Procurando estabelecer uma “ Correlação
Patrimônio Histórico Nacional, desde 1973. entre o supergrupo espinhaço no Brasil, o
grupo Chela em Angola e as formações
A visita ao Balneário do Rio Mucugêsinho, Nosib e Khoabendus da Namíbia” Torquato
no ponto da parada, as coordenadas foram e Fogaça (1981) dizem que a ligação
120 27` 49`` S e 410 25` 06`` O, a altitude pretérita pré-gondwânica entre os vários
foi de 752m. continentes é uma idéia hoje considerada
Durante a caminhada, podemos observar indiscutível. Baseados no conhecimento da
que a água de cor escura, devido a alta sedimentação, tectônica e vulcanismo que
concentração de ferro, descia em alta ocorre no Mar Mediterrâneo, os autores
velocidade, provocando o feitio de um não concordam com as idéias apresentadas
pequeno canyon, deixando à mostra todo por outros pesquisadores que admitem a
um perfil de rochas e sedimentos. A sua formação através de um geossinclíneo
chegada ao Poço do Diabo, apresentou alpino no sentido clássico. Ainda no mesmo
coordenadas de 120 27` 49`` S e 410 24` trabalho, observando-se o posicionamento
56`` O, a altitude foi de 683 m gerando um pré-gondwânico, as duas faixas de rochas
desnível de 69 metros. se encaixam perfeitamente, sendo a faixa
O Estado da Bahia encontra-se quase que africana o prolongaemnto natural, para o
totalmente inserido no Cráton do São Sul, da faixa brasileira. No Brasil, a faixa do
Francisco (Almeida, 1977 ), entidade Espinhaço apresenta-se sob a forma de S,
geotectônica estabilizada no ciclo com mais de 1.000 Km de extensão e
Brasiliano, cerca de 600 milhões de anos . direção grosseiramente N-S. A sua
Podemos distinguir, simplificadamente, ocorrência está limitada pelos paralelos 90 e
além das coberturas cenozóicas e 210 Sul e pelos meridianos 400 450 Oeste
mesozóicas não-dobradas, três grandes ocupando parte dos Estados de Minas
conjuntos pré-cambrianos: os supergrupos Gerais e Bahia. Na África, a faixa Chela /
São Francisco e Espinhaço, que Namíbia tem direção geral NW-SE e
representam coberturas plataformais estende-se, de maneira irregular por mais
dobradas do Neoproterozóico e do de 1.200 Km. Está limitada pelos paralelos
Mesoproterozóico, respectivamente, e a 140 e 260 Sul e pelos meridianos 130 180
Associação Pré-Espinhaço, que identifica o Este. Na reconstrução paleogeográfica
embasamento arqueano-paleoproterozóico ( existem cerca de 500 Km de distância entre
Mascarenhas, 1990 ). os extremos meridional da faixa brasileira e
Realmente, na visita “in loco”, tendo como setentrional da faixa africana. Esta lacuna é
testemunha as fotografias, pudemos perfeitamente explicável pelo arqueamento
perceber que nesta localidade, hoje estável, e erosão a que as duas margens
em se tratando de um Cráton, no passado continentais foram submetidas durante os
essa área foi envolvida por seqüências de estágios iniciais da separação mesozóica
sedimentação, dobramentos e dos continentes e pelo retrabalhamento dos
metamorfismo. geossinclinais do proterozóico superior.

A visita externa ao Morro do Pai Inácio, com Na Fazenda Pratinha, que fica localizada no
1.150 m de altitude, cuja lenda fala de um município de Iraquara, conhecida como
escravo, de nome Inácio, fugindo dos seus “cidade das grutas”, na localidade as
perseguidores atira-se de cima do morro coordenadas foram: 120 21` 08`` S e 410
com um guarda-chuva, vindo a falecer. Daí 32` 30`` O, a altitude foi de 673 m. Nesta
em diante os populares apelidaram como fazenda, dotada de infra-estrutura de hotel,
“Morro do Pai Inácio”. restaurante e artesanato, com motivos
Nas encostas do morro, no Centro regionais, e venda de FOTO: pedras semi-
CLARISMAR
Geométrico do Estado da Bahia, donde preciosas, duas particularidades são
FOTO: CLARISMAR
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importantes, o afloramento do Rio Pratinha, situam-se inúmeros garimpos de cristal-de-
que vem subterrâneo desde a sua nascente rocha da região Minas do Mimoso, alguns
no Município de Morro do Chapéu, gerando deles com produção de exemplares que se
assim um belo balneário. A outra prestam para aproveitamento gemológico. A
particularidade é a Gruta Azul, cujo nome maior parte dessas mineralizações está
vem da cor de suas águas azuis - devido a encaixada em sedimentos pelíticos com
presença de magnésio – cujo horário mais níveis arenosos da Formação Caboclo do
apropriado para verificar o fenômeno é por referido grupo e, em menor parte, em
volta das 15 horas, onde a penetração dos arenitos finos a médios de aspecto
raios solares, em contato com a água dão a recristalizado, às vezes conglomeráticos,
sensação de cor azulada. Na gruta o constituintes da Formação Morro do
visitante pode apreciar as formações Chapéu. Todas as mineralizações estão em
belíssimas de estalactites e estalagmites, veios quartzosos representando
além de fazer “flutuação” observando assim manifestações hidrotermais, tipo filoniano,
os peixes, sedimentos, algas, em ambiente que cortam ou concordam com as camadas
aquático. das seqüências sedimentares.
A rocha predominante nesta área é o Atualmente, tem assumida destacada
calcário, onde o fenômeno ocorre devido importância gemológico-comercial os
um processo químico chamado de cristais de quartzo com inclusões de rutilo,
carbonatação, que é a decomposição por que ocorrem associados aos quartzos
CO2 , contido na água (colóides) formando hialinos. Geralmente a extração é de
ácido carbônico, este vai formar calcita, a natureza rudimentar, diretamente nos filões,
calcita vai reagir com mais ácido carbônico sendo também direcionada para blocos
e formar o bicarbonato de cálcio. Quando o situados em material coluvionar, que
CO2 escapar, o bicarbonato de cálcio incorpora produtos de desagregação
precipita formando os grandes depósitos de desses filões. As mais importantes
rochas ( calcita, dolomita, gipsita etc ) e em mineralizações de cristal-de-rocha, com
particular as estruturas das cavernas associações de quartzo rutilado, ocorrem
calcárias, tais como estalactite, estalagmite. nos domínios da cobertura
De acordo com Azevedo (1994), compondo vulcanossedimentar dobrada,
a cobertura da área cratônica, ocorre uma mesoproterozóica, da Chapada Diamantina
seqüência de sedimentos Ocidental, cujos exemplares mais
predominantemente carbonato-pelíticos do significativos estão agrupados nos
Proterozóico Superior, denominada jazimentos situados na região de Ibitiara
Supergrupo São Francisco. Essa (Couto, 2000).
seqüência, depositada em ambiente A visita à Gruta da Torrinha, localizada no
marinho epicontinental, é formada por município de Iraquara, cujas coordenadas
metaconglomerados, quartzitos, argilitos, foram 120 20` 55`` S e 410 36` 14`` O, a
margas e calcários francamente altitude registrada foi de 665m acima do
metamorfisados. nível do mar. A formação rochosa da área é
o calcário, e para confirmação efetuou-se
O solo a área é vermelho intenso, um teste de laboratório, em uma amostra da
classificado como Argissolo (Podzólico), rico rocha, onde colocou-se o ácido clorídrico,
em nutrientes para os vegetais. Na HCl ( 3 N ) em cima da rocha, se borbulhar
propriedade notou-se pequenos campos é calcária, se não borbulhar é ácida. O teste
com irrigação, onde o proprietário Sr. mostrou que ao contato do ácido com a
Oliveira nos informou “ nunca fazer rocha, esta borbulhou e muito, indicando
adubação” devido a riqueza do solo em assim que se tratava de uma rocha calcária.
macro e micro nutrientes. O Gerente e
proprietária da propriedade, nos ofertou um Várias particularidades chamam a atenção FOTO
quartzo rutilado. Nos domínios do Grupo nessa gruta, são as formações de
Chapada Diamantina, Supergrupo espeleotemas raros, tais como a flor de
Espinhaço, de idade mesoproterozóica, aragonita, formada de carbonato de cálcio,
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onde desafiando a força da gravidade a sedimentar do Proterozóico Médio,
estalactite faz uma volta para cima e ocorrendo na região uma seqüência
estabelece a flor na ponta. Outra de sedimentos predominantemente
particularidade são os tubos de órgãos, os carbonato-pelíticos, depositada em
cones vulcânicos, e até uma miniatura do ambiente marinho epicontinental,
Morro do Pai Inácio, ocasionados pela formada por metaconglomerados
deposição de calcita ou aragonita. quartzitos, argilitos, magas e
calcários
FOTO: CLARISMAR francamente
metamorfisados.
Finalizando, no último dia, fez-se uma
caminhada, que iniciou-se por um city tour
pela cidade de Lençóis, após o grupo BIBLIOGRAFIA
dirigiu-se por uma trilha de 4 Km até o
Ribeirão do Meio. Durante a caminhada, ALMEIDA, F.F.M. O Cráton do São
fomos informados que várias espécies Francisco. São Paulo. Revista Brasileira
existentes na Chapada Diamantina estão de Geociências, São Paulo; v.7, n.4, p.349-
ameaçadas de extinção, tais como o 364, 1977.
Macaco barbado (Alonatta caraya) e o
Beija-flor de gravatinha-vermelha AZEVEDO, H. C. A. de ; COSTA, P. H. de
(Angastes lumachaellus). O solo dessa O. Catálogo de rochas ornamentais da
área tinha uma coloração vermelha escura Bahia-Brasil. Salvador: Superintendência
e em alguns trechos podemos ver de Geologia e Recursos Minerais,1994.
afloramento de hematita, a vegetação 148p. il.
presente era bastante exuberante com
espécies da Caatinga e da Mata Atlântica. BAHIA, SEPLANTEC. Atlas do Estado da
Bahia; II etapa. Salvador: SEPLANTEC,
AGRADECIMENTOS 1978.FOTO: CLARISMAR

Ao magnífico reitor Professor Emanoel Dias, BAHIA, SEPLANTEC, CEPLAB. Atlas


a Diretora Rosilande Bandeira, pela ajuda climatológico do Estado da Bahia;
de custo, aos guias Bade e Fernando pelo potencial agroclimatológico do Estado
companheirismo e ensinamentos. da Bahia. Salvador: SEPLANTEC, 1977.
47p. il.
CONCLUSÕES
BRASIL, SUDENE. Dados pluviométricos
Pelo que foi visto “in loco”, e com base na mensais do Nordeste, Estado da Bahia.
literatura, podemos concluir que: Recife: SUDENE, 1990. ( Brasil. SUDENE.
Pluviometria, 9 ).
 Grande parte do Estado da Bahia
acha-se contido no Cráton São COUTO, P. A. de A. Mapa gemológico do
Francisco, estabilizado no final do Estado da Bahia: Texto explicativo.
Ciclo Geotectônico Transamazônico, Salvador: CPRM, 2000. 56p. il.
cerca de 1800 a 2000 m.a. O Craton
é envolvido por faixas ou sistemas CAR – Companhia de Desenvolvimento e
de dobramentos desenvolvidos Ação Regional. Chapada Diamantina:
durante o Ciclo Geotectônico perfil regional; programa de
Brasiliano ( 1100 – 450 m. a. ), desenvolvimento regional sustentável.
sendo representados por seqüências Salvador: CAR. 1995. 73p. il.
metassedimentares e metavulcano- (Série Cadernos CAR, 6).
sedimentares com vergências no
sentido cratônico. GUIA. Chapada Diamantina,
 Após a estabilização cratônica informações, produtos & serviços.
iniciou-se o ciclo de deposição
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Lençóis: Editora Flora. 2005. 122p. il. ( Bahia. Salvador: SEI, 1998 ( Série Estudos
www.guiachapadadiamantina.com.br ). e Pesquisas, 38 ) ISBN 85-85976-16-0.

MASCARENHAS, J.de F. Uma síntese TORQUATO, J. R; FOGAÇA, A. C. C.


sobre a geologia da Bahia. Salvador: Correlação entre o supergrupo espinhaço
Superintendência de Geologia e Recursos no Brasil, o grupo Chela em Angola e as
Minerais (BA). 1990. 96p. il. ISBN 85-7159- formações Nosib e Khoabendus da
005-2. Namíbia. Simpósio sobre o Craton do São
Francisco e suas faixas marginais. Anais.
SEI. Superintendência de Estudos Sociedade Brasileira de Geologia, Núcleo
Econômicos e Sociais da Bahia. Análise da Bahia. 1979. p. 87-98.
dos atributos climáticos do Estado da

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