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Avaliação Educacional –
Uma abordagem sobre esta temática

Adriana T. Miranda Oliveira


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Avaliação Educacional – Uma abordagem sobre esta temática

Adriana T. Miranda Oliveira


Graduanda em Licenciatura Plena de Pedagogia pela
FAPE2 – Faculdade Pedro II – BH/MG

No decorrer do segundo semestre de 2010, iniciamos um estudo, juntamente com o


levantamento do que alguns autores publicaram sobre uma temática muito discutida no
âmbito escolar, a “Avaliação Educacional”.
Através das leituras, buscou-se uma verdadeira definição para o seu significado,
exatamente porque esse tem sido um dos aspectos mais polêmicos na prática pedagógica.
Contudo, conforme aponta Shudo (2005), apesar de ser a avaliação uma prática social ampla,
percebe-se que as escolas vêm buscando redefinir e ressignificar o seu papel, uma vez que sua
dimensão não tem sido muito objetiva.
Partimos inicialmente de uma reflexão teórica que procurou compreender o seu
conceito, seus objetivos e suas características marcantes. Para isso, consultamos a fonte
WIKIPÉDIA1:
Conceito:
A avaliação educacional é uma tarefa didática necessária e permanente no trabalho do
professor, ela deve acompanhar todos os passos do processo de ensino e aprendizagem. É
através dela que vão sendo comparados os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto
do professor e dos alunos, conforme os objetivos propostos, a fim de verificar progressos,
dificuldades e orientar o trabalho para as correções necessárias. A avaliação insere-se não só
nas funções didáticas, mas também na própria dinâmica e estrutura do Processo de Ensino e
Aprendizagem (PEA).

Seus objetivos principais:


Qualquer atividade que realizamos no dia a dia realizamo-lo com um certo objetivo,
tal como outras atividades. Educar tem em vista determinados objetivos, que permitam o
desenvolvimento do indivíduo como um todo; no domínio cognitivo, afetivo e psicomotor.
Num processo de avaliação são definidos objetivos específicos (componente interna) que
correspondem a atividade que se deve observar na avaliação.

1
WIKIPÉDIA - Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Avalia%C3%A7%C3%A3o_educacional. Data de
acesso: 05/08/2010
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 Deve ser uma intenção, deve conter explicitamente o tipo de habilidade, de


conhecimento ou de atitude que se está pretendo desenvolver;
 Controla o PEA – função de controle – exigindo mais do professor, pois a
investigação visa investigar, identificar os fatores de ensino, fazendo com que o
professor se adapte aos diferentes comportamentos dos alunos.

Suas características marcantes:


 Reflete a unidade: objetivo/conteúdo/método: o aluno precisa saber para o que estão
trabalhando e no que estão sendo avaliados e quais serão os métodos utilizados;
 Revisão do plano de ensino: ajuda a tornar mais claro os objetivos que se quer atingir,
onde o professor à medida que vai ministrando os conteúdos vai elucidando novos
caminhos, ao observar os seus alunos, o que possibilitará tomar novas decisões para as
atividades subsequentes;
 Desenvolve capacidades e habilidades: uma vez que o objetivo do processo ensino e
aprendizagem é que todos os alunos desenvolvam as suas capacidades físicas e
intelectuais, sua criticidade para a vida em sociedade;
 Ser objetiva: deve garantir e comprovar os conhecimentos realmente assimilados pelos
alunos, de acordo com os objetivos e os conteúdos trabalhados;
 Promove a auto-percepção do professor: permite ao professor responder questões
como: Os meus objetivos são claros? Os conteúdos são acessíveis, significativos e
bem dosados? Os métodos são os mais apropriados aos meus "clientes"? Auxilio bem
os que apresentam dificuldades de aprendizado?

Uma questão importante neste debate é a função social da escola. Atualmente, dentro
de uma pedagogia preocupada com a transformação, e não mais com a conservação2, repensa
o processo de ensino-aprendizagem. A educação existe em função do aluno e, cabe aos
educadores, refletir se realmente está sendo proporcionado aos alunos o pleno acesso ao
conhecimento.
A Proposta Político-Pedagógica do Programa Escola Plural é fundamentada e
orientada por princípios que redimensionam os diversos aspectos da ação educativa. Nesse

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Na visão tradicional a avaliação é vista como um instrumento “classificatório”. Já na concepção de uma
avaliação mais adequada a objetivos contemporâneos a avaliação é uma ação coletiva e consensual, atua como
mecanismo de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem e incentiva a conquista da autonomia do aluno. A
avaliação contemporânea tem uma concepção investigativa e reflexiva (Depresbiteris, 1982).
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sentido, a formação humana e a construção do conhecimento são compreendidos para além


dos processos de ensino. Para tanto, é necessário que os educadores compreendam também os
processos de aprendizagem e formação humana.
A concepção de avaliação proposta para a escola pela Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte3 é a seguinte:
 Contínua – é permanente no processo de aprendizagem do aluno, levantando seu
desenvolvimento através de avanços, dificuldades e possibilidades;
 Dinâmica – utiliza diferentes instrumentos e na reflexão dos seus resultados inclui a
participação dos alunos, dos pais e de outros profissionais;
 Investigativa – visa levantar e mapear dados para a compreensão do processo de
aprendizagem do aluno e oferecer subsídios para os profissionais refletirem sobre a
prática pedagógica que realizam.

Raphael (l994), contribuí para nosso entendimento quando discuti sobre a questão
técnica e política da avaliação. Dessa forma, afirma que a avaliação, como atividade do
cotidiano do professor, tem caído como tudo o que é rotineiro, no senso comum, deixando de
ser preocupação de áreas reflexivas como a Filosofia, a Sociologia e a Antropologia.
Assim, a questão técnica aplicada pelo professor não se fundamenta em critérios que
devem ser ponderados e ele desconsidera aspectos atitudinais tais como; participação,
disciplina, relacionamento, dentre outras. Deixando de promover atitudes continuamente, o
professor utiliza a avaliação como meio de registrar apenas nota.
Despresbiteris (1982), explica que o aluno é um ser indivisível e, certamente a
avaliação deve ocorrer, porém devemos analisar de que modo elas devem ser avaliadas.
Existem atitudes que são inerentes ao próprio conhecimento e uma determinada habilidade ou
experiência.
Nesse sentido, a exclusão da nota quanto às atitudes mais gerias tem fundamento em
algumas premissas:

 a atitude é mutável - implica maior flexibilidade nos julgamentos;


 a atitude incluiu componentes cognitivos - implica maior número de informações do
sujeito;

3
BELO HORIZONTE. PREFEITURA MUNICIPAL. Cadernos Escola Plural 4: Avaliação dos processos
formadores dos educandos. Belo Horizonte: PBH, [s.d.].
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 a atitude implica componentes emocionais – ao emitir uma opinião sobre as atitudes


dos alunos, o docente deve fazê-lo mediante acompanhamento e observação
criteriosa;
 a atitude implica componentes motivacionais - implica em demonstrar interesse por
seus alunos.

Raphael (1994), também discute sobre esta questão e ressalta que na avaliação, o
senso comum tem caminhado no sentido da técnica e omitido que todo procedimento técnico
traz subjacentes compromissos políticos. A avaliação, sendo uma atividade intencional,
produto de determinada sociedade, vem colaborar com os mecanismos de construção de
determinado tipo de homem, ligado à ideologia política desta sociedade. Na concepção
tradicional, a avaliação trata o aluno como produto individual, ratificando a divisão de classes.
O conhecimento é tratado, portanto, como realidade absoluta, da qual os homens se servem
para solucionar seus problemas, e não como produto social. A avaliação é produto de uma
sociedade em determinado momento de desenvolvimento. Assim, promulga a visão de mundo
e as relações sociais existentes de uma sociedade, os padrões são variáveis e não universais,
uma vez que vêm carregados de concepções sobre a realidade e a normalidade.
Hoje a avaliação, conforme define Despresbiteris (apud Luckesi, 1984), "é como um
julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada
de decisão". Ou seja, ela implica um juízo valorativo que expressa qualidade do objeto,
obrigando, conseqüentemente, a um posicionamento efetivo sobre o mesmo.
Ainda, segundo Despresbiteris (apud Luckesi, 1982), as notas são comumente
usadas para fundamentar necessidades de classificação de alunos, dentro de um continuum de
posições, onde a maior ênfase é dada à comparação de desempenhos e não aos objetivos
instrucionais que se deseja atingir. O aluno é classificado como inferior, médio ou superior
quanto ao seu desempenho e muitas vezes fica preso a esse estigma, não conseguindo desvelar
seu potencial. Segundo o mesmo autor, a avaliação com função diagnóstica, ao contrário da
classificatória, constitui-se num momento dialético do processo de avançar no
desenvolvimento da ação e do crescimento da autonomia.
A avaliação no contexto educativo implica tomada de decisões, relativas ao objeto
avaliado. Nem sempre o professor tem definido os objetivos que quer alcançar com seus
alunos. Nesse sentido, a avaliação muitas vezes tem sido utilizada mais como instrumento de
poder nas mãos do professor, do que como um instrumento de aprendizagem para os seus
alunos e para o seu próprio trabalho. A avaliação torna-se uma imposição do sistema, não
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colaborando na formação de um sujeito critico e criativo e, por sua vez, a escola perde sua
função social.

Segundo Raphael (1994),

A questão técnica da avaliação, o “como fazer”, é apresentada, muitas vezes, de modo


a se criar uma representação antagônica à questão política, que envolve o “para quê” e
o “quê fazer”. Estes pólos, a primeira vista contrários, em realidade são faces de um
mesmo problema que, se quisermos compreender,deve ser analisado em sua totalidade
e em suas contradições. (...) A tomada de decisão vai concretizar o objetivo a que se
destinou o processo.

O objetivo da avaliação é um processo crítico, já que determina em grande parte, o


tipo de informações acumuladas, consideradas pertinentes, para analisar os critérios tomados,
ou “juízo de valores”, como pontos de referência, os instrumentos utilizados no cotidiano da
atividade avaliativa.
Ainda, na concepção de Raphael (1994), o conceito de avaliação é um processo que
utiliza informações para formular juízo de valor, diante dos quais se tomam decisões. A
qualidade técnica de um processo avaliativo reside, essencialmente, no aprimoramento dos
instrumentos utilizados, Estes instrumentos têm o objetivo de obter dados de medida que
formarão um conjunto ao qual será atribuído o juízo de valor. Estes dados que servirão ao
julgamento necessitam ter qualidades técnicas para que o juízo de valor seja aceitável
A partir desta segunda concepção de avaliação, torna-se relevante acrescentar algumas
discussões sobre a sistemática do planejamento educacional. Não podemos esquecer que o
professor também deve avaliar o seu planejamento, refletindo sobre o seu próprio trabalho,
verificando seus procedimentos e, quando necessário, reestruturando sua prática.
Goldberg4, esclarece-nos que planejar significa submeter uma dada realidade a um
plano. Planejamento, portanto, defini-se como um processo de controle, já que ele dirige e
determina ações de uma pessoa, em busca de um objetivo determinado. Para ser válido,
porém, esse controle tem ser racional, isto é, implicar numa seleção adequada de objetivos e
estratégias. A racionalidade dos processos decisórios é assegurada por dois dos quatro
momentos de avaliação, necessários dentro da sistemática de um processo de planejamento:

 pela avaliação diagnóstica que antecede a elaboração do plano ou programa;


 pela avaliação “ex-ante”, posterior à elaboração do plano, mas anterior à sua
aprovação;

4
Disponível em: http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/231.pdf. Data de acesso: 20/09/2010
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 pela avaliação “in processu”, que acompanha a própria execução do plano;


 pela avaliação “ex-post”, posterior à obtenção de resultados.

Goldberg ainda acrescenta que, a finalidade de todos esses momentos de avaliação é


produzir informações capazes de confirmar ou modificar as próprias decisões e ações dentro
do planejamento, funcionando, portanto, como dispositivos auto-reguladores do sistema.

Gatti (2003) conclui:


O exercício da docência com propósitos claros e consensuais alimenta um processo de
avaliação mais consistente e mais integrado na direção de uma perspectiva formativa,
voltada para o desenvolvimento dos alunos e não para cumprir uma formalidade
burocrática – passa/não passa – ou mesmo para satisfazer o exercício de
autoritarismos ou auto-afirmações pessoais. Nesta perspectiva, a avaliação do aluno é
continuada, variada, com instrumentos e elementos diversificados, criativos e utilizada
no próprio processo de ensino, como parte deste, na direção de aprendizagens
cognitivo-sociais valiosas para os participantes desse processo. Gatti (2003; p.111).

Diante de todas as considerações apresentadas sobre a importância da avaliação no


processo educativo, vale ressaltar que a avaliação deve ser um processo consciente, vinculado
à cultura da escola, à concepção de mundo, de sociedade e de ensino que se pretende,
permeando toda a prática pedagógica. Sendo assim, faz-se necessário redimensionar a prática
de avaliação no âmbito escolar, não só o aluno, mas o professor e todos os envolvidos no
processo educacional e, através dela, refletir sobre sua própria evolução na construção do
conhecimento.
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REFERÊNCIAS

BELO HORIZONTE. PREFEITURA MUNICIPAL. Cadernos Escola Plural 4: Avaliação


dos processos formadores dos educandos. Belo Horizonte: PBH, [s.d.].

DESPRESBITERES, Léa. Avaliação da Aprendizagem do Ponto de Vista Técnico-Científico


e Filosófico-Político. Disponível em:http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p161-
172_c.pdf. Acesso em: 16/09/2010

GATTI, Bernardete A. O Professor e a Avaliação em Sala de Aula. Estudos em Avaliação


Educacional, n. 27, jan-jun/2003. 97. Disponível em:
http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1150/1150.pdf. Acesso em:
28/09/2010

GOLDBERG, Maria Amélia Azevedo. Avaliação e Planejamento Educacional: Problemas


conceituais e metodológicos. Disponível em:
http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/231.pdf. Acesso em: 20/09/2010

RAPHAEL, Hélia Sônia. Avaliação: questão técnica ou política? Disponível em:


http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1056/1056.pdf. Acesso em:
01/10/2010

SHUDO, Regina. Sala de aula e avaliação: caminhos e desafios. Disponível em:


http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=4&texto=137. Acesso em:
15/08/2010

WILKIPÉDIA. Disponível em: http:/ pt.wikipedia.org/wiki/Avaliação_educacional. Data de


acesso: 05/08/2010

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