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FACIP

Notas de Aula

Matemática Finita
Aula 1

Preliminares
Notações:

1. A, B, C, ..., Y, Z para conjuntos e Ω para o conjunto universal;

2. a ∈ A ou a ∈
/ A para as relações de pertinência;

3. A ou |A| para o número de elementos do conj. A;

4. A ⊂ B para a relação de inclusão;


Sn Tn
5. A ∪ B, A ∩ B, i=1 Ai , i=1 Ai ;

6. Ac para o conj. complementar de A;

7. A − B = {x ∈ A|x ∈
/ B}.

Teorema 1. 1. Para todo conj. A ⊂ Ω, A ∪ ∅ = A, A ∩ ∅ = ∅.

2. A ⊂ B ⇔ A ∪ B = B.

3. A ⊂ B ⇔ A ∩ B = A.

4. A ∪ (B ∪ C) = (A ∪ B) ∪ C.

5. A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C.

6. A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C).

2
3

7. A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C).

8. A ∪ Ac = Ω, A ∩ Ac = ∅, ∅c = Ω, Ωc = ∅

9. (Ac )c = A. Ainda, A ⊂ B ⇔ B c ⊂ Ac .

10. (A ∪ B)c = Ac ∩ B c

11. (A ∩ B)c = Ac ∪ B c

Demonstração. Exercı́cio

Definição 2. O produto cartesiano de A por B é o conjunto A × B = {(a, b)|a ∈ A, b ∈ B}

Definição 3. A finito, não-vazio. Uma partição de A é uma famı́lia de subconjuntos A1 , A2 , ..., Ak ;


não vazios, tais que
Sk
1. i=1 Ai =A

2. Ai ∩ Aj = ∅ se i 6= j

Exemplo 4. A = {a, b, c}

Técnicas Básicas de Contagem


Principio Aditivo: A e B disjuntos, |A| = p, |B| = q. Então |A ∪ B| = p + q. (regra do ou)
Principio Multiplicativo: Se uma decisão d1 pode ser tomada de x maneiras e se, tomada a

decisão d1 , a decisão d2 pode ser tomada de y maneiras, então o número de maneiras de se tomarem
as decisões d1 e d2 é x.y (regra do e)

Exemplo 5. Numa sala há 3 homens e 4 mulheres. De quantos modos é possı́vel escolher um casal
homem-mulher?

Exemplo 6. Para fazer uma viagem Rio-SP-Rio, posso usar como transporte o trem, ônibus ou
avião. De quantos modos posso fazer a viagem se não desejo usar na volta o mesmo transporte
usado na ida?

Exemplo 7. Uma bandeira é formada por quatro listras, que devem ser coloridas usando-se apenas
as cores amarelo, branco e cinza, não devendo listras adjacentes possuirem a mesma cor. De quantos
modos pode ser colorida a bandeira?

Exemplo 8. Quantos números naturais de três algarismos distintos(na base 10) existem?
4

Observação 9. Observe no exemplo anterior que se tivéssemos começado pelo último algarismo
terı́amos 10 modos de escolher o último, 9 modos de escolher o penúltimo e... e agora temos um
problema: de quantos modos podemos escolher o primeiro? Depende! Se o zero tiver sido usado
em alguma casa a resposta é 8, caso contrário, a resposta é 7. Essa dificuldade não ocorreria se
tivéssemos começado pelo primeiro!

Recomendação: Se alguma decisão é mais complicada que as demais, ela deve ser tomada em
1o lugar.

Exemplo 10. As placas de automóveis são formadas por três letras (alfabeto com 26 letras)
seguidas por 4 algarismos. Quantas placas podem ser formadas?

Exemplo 11. Quantos são os números naturais pares que se escrevem (base 10) com três algaris-
mos distintos?
Aula 2

Permutações Simples
Sejam n objetos distintos a1 , a2 , ..., an . De quantas maneiras é possı́vel ordená-los?

Cada ordenação é dita permutação simples de n objetos e temos:

Pn = n! (0! = 1)

Exemplo 12. Quantos são os anagramas da palavra P RAT ICO?

Exemplo 13. Quantos são os anagramas da palavra P RAT ICO que começam e terminam por
consoante?

Exemplo 14. De quantas maneiras 5 rapazes e 5 moças podem se sentar em 5 bancos de dois
lugares cada, de modo que cada banco fique com um rapaz e uma moça?

Exemplo 15. De quantos modos podemos dividir um grupo de 8 pessoas em dois grupos de 4
pessoas cada?

EXTRA:

1. Quantos são os divisores positivos de 126.000?

5
6

2. Quantos subconjuntos possui A = {a, b, c}? (usar propriedade de estar ou não estar)

3. Quantos sunconjuntos tem um conjunto com n elementos?

4. Seja n um número par de objetos idênticos. De quantas maneiras podemos colocá-los em


duas caixas idênticas, de modo que nenhuma fique vazia?
Aula 3

Combinações Simples
De quantas maneiras podemos escolher p objetos distintos entre n objetos distintos? Em outras
palavras, quantos são os subconjuntos com p elementos, de um conjunto com n elementos?
Cada subconjunto com p elementos é dito ser uma combinação simples de classe p dos n
objetos.
Analisemos:
A = {a1 , a2 , a3 , a4 , a5 }. Combinações de 3 elementos:

5.4.3 = 60

Entretanto, {a1 , a2 , a3 } = {a1 , a3 , a2 } = {a2 , a1 , a3 } = ... Em cada combinação de 3 elementos


temos P3 = 3! = 6 ordens possı́veis. Assim, cada combinação foi contada 6 vezes. Logo, a solução
60
é 6 = 10. No caso geral,
n(n − 1)(n − 2)...(n − p + 1)
Cnp = ,0 < p ≤ n
p!
Ou de modo análogo,

n!
Cnp = , 0 ≤ p ≤ n(Cn0 = 1)
(n − p)!p!
Exemplo 16. Quantas saladas contendo exatamente 4 frutas podemos formar se dispomos de 10
frutas diferentes?

Exemplo 17. Quantos triângulos e quantos quadriláteros diferentes podem ser traçados utilizando-
se 14 pontos de um plano, não havendo 3 pontos alinhados.

7
8

Exemplo 18. De quantos modos podemos escolher 6 pessoas, incluindo pelo menos duas mulheres,
em um grupo de 7 homens e 4 mulheres?

Exemplo 19. De quantos modos podemos dividir 8 pessoas em dois grupos de 4 pessoas cada.

EXTRA:

1. Quantos são os anagramas formados por 2 vogais e 3 consoantes se dispomos de 18 consoantes


e 5 vogais? (C52 .C18
3 .5!)

2. Quantos anagramas da palavra UNIFORMES começam por consoante e terminam em vogal?


(C51 .C41 .7!)

3. Marcam-se 5 pontos sobre uma reta r e 8 pontos sobre uma reta s paralela à primeira.
Quantos triângulos existem com vértices nesses 13 pontos? (220)
Aula 4

Combinações Circulares
De quantas maneiras podemos colocar n objetos distintos em n lugares equiespaçados em torno de
um cı́rculo, se considerarmos equivalentes disposições que coincidam por rotação?
Representaremos a permutação circular de n objetos por P Cn . No caso n = 3 temos
P3 = 3! = 6 enquanto P C3 = 2:

Proposição 20. O número de maneiras distintas de se colocar n objetos distintos em n lugares


equiespaçados em torno de um cı́rculo é P Cn = (n − 1)!

Demonstração. Ao todo temos n! disposições possı́veis. Considerando as equivalências, cada per-


mutação circular é gerada por n disposições. Assim,
n!
P Cn = = (n − 1)!
n

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10

Exemplo 21. De quantas maneiras podemos formar uma roda de ciranda com 7 crianças, d emodo
que duas determinadas crianças não fiquem juntas?

Solução 22. Separando as duas crianças, podemos formar P C5 = 4! rodas distintas com as outras
crianças. Agora, existem 5 maneiras de colocar a criança A na roda e 4 maneiras d ecolocar a
criança B na roda. Ao todo, 4! × 5 × 4 = 480.

Pemutações de Elementos nem Todos Distintos


Quantos anagramas possui a palavra T ART ARA? Observe que as letras A, R, T aparecem com
repetiçao, gerando anagramas idênticos. Usaremos a notação P73,2,2 para indicar a permutação de
7 elementos dos quais um repete três vezes e dois repetem duas vezes.
O número total de permutações é 7!. Desse total, como a letra A aparece 3 vezes contamos
cada anagrama 3! vezes. Analogamente, contamos cada anagrama 2! vezes por serem iguais os dois
R e mais 2! vezes por serem iguais os dois T . Logo,
7!
P73,2,2 = = 210.
3!2!2!
No caso geral, se temos n objetos com repetições α, β, ..., λ tais que α + β + ... + λ = n então
n!
Pnα,β,...,λ = .
α!β!...λ!
Exemplo 23. Quantos são os anagramas da palavra M AT EM AT ICA?

EXTRA:

1. De quantas maneiras podemos distribuir 13 pessoas em 3 quartos, sendo 5 no primeiro quarto,


2 no segundo e 6 noterceiro quarto?

2. Se um time de futebol jogou 13 partidas em um campeonato tendo perdido 5 jogos, empatado


2 e vencido 6 jogos, de quantos modos isto pode ter ocorido?

3. De quantas maneiras 8 crianças podem dar as mão para brincar de roda se Pedro e Ana ficam
sempre lado a lado?
Aula 5

Combinações Completas
De quantas maneiras é possı́vel comprar 4 sorvetes em uma loja que oferece 7 sabores?
A resposta não é C74 = 35. Este seria o número de maneiras de se escolher 4 sabores diferentes entre
os 7 sabores. Denotaremos a solução deste problema por CRnp , isto é, uma combinação completa
de classe p de n objetos. Em palavras queremos escolher 4 objetos distintos ou não, entre 7 objetos
dados.
Podemos interpretar CRnp de outro modo. Voltemos ao problema dos sorvetes: Para efetuar a
compra devemos escolher valores para as variáveis x1 , x2 , ..., x7 , onde xi é a quantidade que iremos
comprar do i-ésimo sabor. É claro que cada variável é um número inteiro não negativo e que

x1 + x2 + ... + x7 = 4.

Assim, comprar 4 sorvetes em uma loja que os oferece em 7 sabores é tomar uma solução em inteiros
não negativos da equação
x1 + x2 + ... + x7 = 4.

Se representarmos cada unidade da solução por uma bola e usarmos traços para separar as incógnitas,
devemos enfileirar 4 bolas e 6 traços. Mas o número de modos de se fazer isto é:
10!
P1 04,6 = = C1 04
4!6!
Logo, CR74 = C1 04 = 210.
No caso geral, para calcular CRnp , isto é, o número de soluções inteiras e não negativas da equação

x1 + x2 + ... + xn = p,

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devemos enfileirar p bolas e n − 1 traços, logo,

p,n−1 (n + p − 1) p
CRnp = Pp+n−1 = = Cn+p−1
p!(n − 1)!

Exemplo 24. Quantas são as soluções inteiras e não negativas de x + y + z = 5?

Exemplo 25. De quantas maneiras podemos comprar 3 refrigerantes em uma loja onde há 5 tipos
de refrigerante ?

Exemplo 26. Quantas são as soluções inteiras e não negativas de x + y + z ≤ 5?

Observação 27. Uma outra maneira de se calcular as soluções inteiras e não negativas de x +
y + z ≤ 5 é definindo-se a folga da solução por f = 5 − (x + y + z). Observe que existe uma
correspondência biunı́voca entre as soluções inteiras e não negativas de x + y + z ≤ 5 e as soluções
inteiras e não negativas de x + y + z + f = 5. Logo o número de soluções nteiras e não negativas
de x + y + z ≤ 5 é CR45 = C85 = 56.

Exemplo 28. Quantas são as soluções inteiras de x + y + z = 20, com x ≥ 2, y ≥ 2, z ≥ 2?

EXTRA:

1. Determine uma fórmula para calcular o número de soluções inteiras positivas da equação
x1 + x2 + ... + xn = p

2. Encontre o número de soluções inteiras positivas de 0 < x1 + x2 + x3 + x4 ≤ 6

3. Encontre o número de soluções inteiras não negativas de x1 + x2 + x3 + x4 + x5 = 18, nas


quais exatamente duas incógnitas são nulas.
Aula 6

Princı́pio da Inclusão-Exclusão
O Princı́pio da Inclusão-Exclusão é uma fórmula para se calcular o número de elementos que
pertencem à união de vários conjuntos não necessariamente disjuntos. Na sua versão mais simples:

](A ∪ B) = ]A + ]B − ](A ∩ B).

](A ∪ B) é o número de elementos que pertencem a pelo menos um dos conjuntos A ou B. Assim,
contamos os elementos de A e os elementos de B: ]A + ]B. Quando fazemos isto, contamos os
elementos de A ∩ B duas vezes, assim, ](A ∪ B) = ]A + ]B − ](A ∩ B).
Para três conjuntos o Princı́pio diz que:

](A ∪ B ∪ C) = ]A + ]B + ]C − ](A ∩ B) − ](A ∩ C) − ](B ∩ C) − ](A ∩ B ∩ C).

Em suma, o número de elementos da união é obtido somando-se os elementos de cada conjunto


e subtraindo-se os elementos das intersecções dois a dois, três a três, quatro a quatro, etc.
Exemplo 29. Quantos inteiros entre 1 e 1000 são divisı́veis por 3 ou 7?
Exemplo 30. Quantos são os anagramas da palavra CAPÍTULO que têm C em primeiro lugar ou
A em segundo lugar ou P em terceiro lugar ou I em quarto lugar?
Teorema 31. Sejam Ω um conjunto e A1 , A2 , ..., An subconjuntos de Ω. Defina:
S0 = ]Ω
P
S1 = ni=1 (]Ai )
P
S2 = 1≤i<j≤n ](Ai ∩ Aj )
P
S2 = 1≤i<j<k≤n ](Ai ∩ Aj ∩ Ak )
..
.

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(Observe que há Cn1 parcelas em S1 , Cn2 parcelas em S2 , etc.) Então:

a) O número de elementos de Ω que pertencem a exatamente p(p ≤ n) dos conjuntos A1 , A2 , ..., An



n−p
X
ap = (−1)k Cp+k
k
Sp+k
k=0

b) O número de elementos de Ω que pertencem a pelo menos p(p ≤ n) dos conjuntos A1 , A2 , ..., An

n−p
X
bp = (−1)k Cp+k−1
k
Sp+k
k=0

c) O número de elementos do conjunto A1 ∪ A2 ∪ . . . ∪ An é

S1 − S2 + . . . + (−1)n−1 Sn

Exemplo 32. Quantos são os inteiros compreendidos entre 1 e 1000 inclusive, que são divisı́veis
por exatamente dois dos números 2, 3, 7, 10? E por pelo menos dois deles?

Exemplo 33. Para cada inteiro positivo n define-se ϕ(n) como sendo o número de inteiros positivos
que são primos com n e menores ou iguais a n.Assim, por exemplo, ϕ(12) = 4, ϕ(7) = 6. A função
ϕ é dita Função ϕ de Euler. O valor de ϕ(n) pode ser calculado a partir da decomposição de n em
fatores primos. Se
n = pj11 pj22 pj33 · · · pjrr

então
1 1 1
ϕ(n) = n(1 − )(1 − ) . . . (1 − )
p1 p2 pr
Demonstre a fórmula acima.

EXTRA:

1. Dentre os inteiros de 1 a 1.000.000, inclusive, quantos não são quadrados perfeitos, nem cubos
perfeitos e nem quartas potências perfeitas?

2. Dado um inteiro positivo n e sendo p1 , p2 , . . . , pr números menores ou iguais a n e primos


entre si, encontre uma fórmula para calcular o número de inteiros positivos menores ou iguais
a n que não são divisı́veis por nenhum dos números p1 , p2 , . . . , pr .
Aula 7

Permutações Caóticas
Uma permutação dos números (1, 2, ..., n) é dita caótica quando nenhum número está no seu lugar
primitivo. Por exemplo, 2143 e 2341 são caóticas, mas 1342 não é caótica. Seja Dn o número de
permutações caóticas de (1, 2, ..., n) e defina Ai = conjunto das permutações de (1, 2, ..., n) em que
o número i ocupa o i-ésimo lugar, ou seja, está em seu lugar primitivo. Assim, Dn é o número
de elementos do conjunto Ω das permutações de (1, 2, ..., n) que pertencem a exatamente zero dos
subconjuntos A1 , A2 , ..., An . Temos:

S0 = ]Ω = n!
P P
S1 = ni=1 (]Ai ) = ni=1 (n − 1)! = n(n − 1)! = n!
P P
S2 = 1≤i<j≤n ](Ai ∩ Aj ) = 1≤i<j≤n (n − 2)! = Cn2 (n − 2)! = n!
2!
P P 3 n!
S2 = 1≤i<j<k≤n ](Ai ∩ Aj ∩ Ak ) = 1≤i<j<k≤n (n − 3)! = Cn (n − 3)! = 3!
..
.
n!
Sn = Cnn (n − n)! = n!

O número de elementos de Ω que pertencem a exatamente zero dos conjuntos A1 , ..., An é


n−0
X n
X
k k
a0 = (−1) C0+k S0+k = (−1)k Sk = S0 − S1 + S2 − ... + (−1)n Sn =
k=0 k=0

n! n! n!
= n! − n! + − + ... + (−1)n =
2! 3! n!
1 1 1 (−1) n
n![ − + − ... + ]
0! 1! 2! n!

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Logo, o número de permutações caóticas de (1, 2, ..., n) é

1 1 1 (−1)n
Dn = n![ − + − ... + ]
0! 1! 2! n!
n!
É interessante observar que Dn é aproximadamente igual a e, mais ainda, Dn é o inteiro mais
n!
próximo de e.

Exemplo 34. De quantos modos é possı́vel colocar 8 torres brancas em um tabuleiro de xadrez
8 × 8 d emodo que nenhuma torre fique na diagonal branca e não haja duas torres na mesma linha
ou na mesma coluna?
Aula 8

Lemas de Kaplansky
De quantos modos é possı́vel formar um p-subconjunto (isto é, um subconjunto com p elementos)
de {1, 2, ..., n} no qual não existam números consecutivos? Vamos proceder do seguinte modo: ao
formar o subconjunto marcaremos com + os elementos do conjunto que farão parte do subconjunto
e com − os elementos que não farão parte. Assim, por exemplo, no conjunto {1, 2, ..., 6} os 3-
subconjuntos são {1, 3, 5}, {1, 3, 6}, {1, 4, 6} e {2, 4, 6} e podem representados assim:

{1, 3, 5} + − + − +−
{1, 3, 6} + − + − −+
{1, 4, 6} + − − + −+
{2, 4, 6} − + − + −+

Assim, para formar 3-subconjuntos devemos colocar 3 sinais + e 3 sinais − em fila sem que
haja dois sinais + consecutivos. Para fazer isto colocamos os sinais − (1 modo) e depois colocamos
os sinais + nos 4 espaços intermediários, ou seja, 1 × C43 = 4.
No caso geral, temos p sinais + e n − p sinais − e o número de modos de arranjar estes sinais
p
como acima é Cn−p+1 .
Primeiro Lema de Kaplansky: O número de p-subconjuntos de {1, 2, ..., n} nos quais não
há dois números consecutivos é
p
f (n, p) = Cn−p+1

Exemplo 35. As três provas de um vestibular devem ser realizadas na primeira semana do ano.

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De quantos modos é possı́vel escolher os dias das provas de modo que não haja provas em dias
consecutivos?

Exemplo 36. Uma fila tem 15 cadeiras nas quais devem sentar-se 5 homens, de modo que não
fiquem dois homens sentados em cadeiras contı́guas. De quantos modos isso pode ser feito?

Exemplo 37. Quantos são os anagramas da palavra MISSISSIPI nos quais não há duas letras S
consecutivas?

Suponhamos agora que os elementos de {1, 2, ..., n} estão sobre um cı́rculo. Agora os elementos
1 e n são consecutivos. De quantos modos é possı́vel formar um p-subconjunto no qual não haja
números consecutivos? O total será a soma do número de subconjuntos nos quais o elemento 1
figura, com o número de subconjuntos nos quais o elemento 1 não figura.Temos:

i) Subconjuntos nos quais o 1 figura. Devemos escolher p − 1 elementos não consecutivos no


conjunto {3, 4, ..., n − 1}. Ou seja,

p−1 p−1
f (n − 3, p − 1) = Cn−3−(p−1)+1 = Cn−p−1

ii) Subconjuntos nos quais o 1 não figura. Devemos escolher p elementos não consecutivos no
conjunto {2, 3, ..., n}. Ou seja,

p p
f (n − 1, p) = Cn−1−p+1 = Cn−p

Portanto, no total temos:

p−1 p n (n − p)! n
Cn−p−1 + Cn−p = = Cp
n − p p!(n − 2p)! n − p n−p

Segundo Lema de Kaplansky: O número de p-subconjuntos de {1, 2, ..., n} nos quais não
há dois números consecutivos, considerando-se 1 e n como consecutivos é
n
f (n, p) = Cp
n − p n−p

Exemplo 38. Picó deve ter aula de tênis três vezes por semana durante um semestre. Quantos
saõ os modos de escolher os dias de aula, se Picó não deseja ter aulas em dias consecutivos?
Aula 9

Princı́pio da Reflexão
Uma partı́cula, estando no ponto (x, y) pode se movimentar para o ponto (x + 1, y + 1) ou para o
ponto (x + 1, y − 1) (subidas e descidas). Pergunta-se:

a) Quantos são os trajetos possı́veis de (0, 0) a (8, 6)?


Vamos representar um movimento do tipo (x + 1, y + 1) por S(subida) e do tipo (x + 1, y − 1)
por D(descida). Para ir de (0, 0) a (8, 6) devemos ter S + D = 8, pois em cada movimento,
a abcissa da partı́cula avança uma unidade. Também devemos ter S − D = 6 pois em cada
movimento de subida a ordenada aumenta uma unidade e em cada movimento de descida a
ordenada diminui uma unidade. Assim, obtemos S = 7 e D = 1. O número de trajetos é

P87,1 = 8.

b) Quantos são os trajetos possı́veis de (0, 0) a (10, 4)?


Temos S + D = 10 e S − D = 4, logo, S = 7 e D = 3. Portanto os trajetos possı́veis são
7,3
P10 = 120

c) Quantos desses trajetos tocam na reta y = −1?


Todo trajeto de (0, 0) a (10, 4) que toque na reta y = −1 pode ser transformado, por uma
reflexão do trecho que vai de (0, 0) até o primeiro toque, em torno desta reta, em um trajeto do
ponto (0, −2) até (10, 4) e vice-versa! (Princı́pio da Reflexão) Nesse último temos S + D = 10
e S − D = 6, daı́ S = 8 e D = 2. Portanto,
8,2
P10 = 45.

19
Aula 10

Princı́pio de Dirichlet
Muitas vezes não desejamos contar elementos de conjuntos mas determinar a existência ou não de
conjuntos com certas propriedades. Uma ferramenta simples para resolver alguns destes problemas
é o seguinte princı́pio:
Princı́pio das gavetas de Dirichlet: Se n objetos forem colocados em no máximo n − 1
gavetas, então pelo menos uma delas conterá no mı́nimo dois objetos.

Demonstração. Suponha que cada gaveta contém no máximo um objeto. Então o número total de
objetos é no máximo n − 1. Absurdo!

Exemplo 39. Num conjunto de 13 pessoas, pelo menos duas aniversariam no mesmo mês.

Exemplo 40. Escolhan dentre os elementos do conjunto {1, 2, ..., 200}, 101 números ao acaso.
Mostre que, entre os números escolhidos, há dois números taisss que um divide o outro.

Exemplo 41. Escolhem-se 5 pontos ao acaso sobre a superfı́cie de um quadrado de lado 2. Mostre

que pelo menos um dos segmentos que eles determinam tem comprimento menor ou igual a 2.

Exemplo 42. Mostre que num conjunto de n pessoas há sempre duas pessoas que conhecem ex-
atamente o mesmo número de pessoas do conjunto.(conhecer é uma relação simétrica)

O Princı́pio de Dirichlet pode ser reformulado como se segue:


Se m objetos são colocados em n gavetas, então pelo menos uma gaveta contém [ m−1
n ]+1 objetos

Demonstração. Suponha que cada gaveta tem no máximo [ m−1


n ] + 1 objetos. Então o número total
de objetos será no máximo n[ m−1 m−1
n ] ≤ n n = m − 1 < m. Absurdo!

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Exemplo 43. Mostre que em um grupo de 40 pessoas, pelo menos 4 pessoas têm o mesmo signo.

Há ainda uma outra formulação possı́vel:


Sejam n gavetas e µ um inteiro positivo dado. Coloquemos a1 objetos na primeira gaveta, a2
objetos na segunda gaveta, e assim sucessivamente, até an objetos na enésima gaveta. Então se a
a1 +a2 +...+an
média n for maior do que µ, uma das gavetas conterá pelo menos µ + 1 objetos.

Demonstração. Exercı́cio!

Exemplo 44. São dados dois discos A e B, cada um deles divididos em 200 setores iguais, pintados
de branco ou de preto. No disco A há 100 setores brancos e no disco B há 100 setores pretos em
ordem desconhecida. No disco B não sabemos quantos setores são brancos. Coloquemos o disco
A sobre o disco B de modo que os setores de A fiquem exatamente sobre os setores de B. Mostre
que é possı́vel então, rodando o disco A, obter uma posição na qual pelo menos 100 setores de A
tenham a mesma cor que os correspondentes de B.

De fato, coloque A sobre B e seja a1 o número de setores sobrepostos que têm cores coincidentes.
Gire A de um setor, mantendo B fixo e seja a2 o número de setores coincidentes. Continue com
o processo até obter a200 . O número total de coincidências é a1 + a2 + ... + a200 = 100 × 200. De
fato, fixe um setor do disco B (preto, por exemplo). Como A tem 100 setores pretos, haverá 100
posições em que este setor de B terá a mesma cor sque o correspondente em A.
Assim, temos
a1 + a2 + ... + a200
= 100 > 99.
200
Pelo princı́pio de Dirichlet, algum ai é maior ou igual a 100. Ou seja, em alguma posição o número
de coincidências é maior ou igual a 100.

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