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1 Bom estudo...
Índice de tabelas
2 Bom estudo...
Índice de ilustrações
3 Bom estudo...
1. Exigências funcionais das edificações.
Pode dizer-se que edificar é resolver o problema posto pela satisfação das exigências dos
utentes no desempenho das funções para que o edifício é concebido. Neste sentido para
edificar várias questões se colocam: Qual o utente da edificação? Qual a função do edifício?
Qual o grau de satisfação aceitável? Que exigências se devem formular à construção do seu
conjunto e aos seus elementos em particular? Quais as soluções que satisfazem os requisitos
dentro dos limites económicos? E muitas outras.
Desta breve análise conclui-se que a solução de qualquer edificação tem que passar por um
estudo de todas estas vertentes e que por isso não é aceitável a solução do tipo receita.
O edifício deve assegurar a protecção da vida e da integridade física dos habitantes, perante
causas físicas ou mecânicas que a agridam ou ponham em risco. Além disso, a habitação
deve, pela sua própria construção e constituição, evitar a sensação de insegurança dos
utentes do edifício.
Segurança estrutural
4 Bom estudo...
- Acções quase permanentes ou frequentes - Todos os elementos constituintes da
construção devem ser dimensionados de modo a suportarem todas as combinações de
acções a que a obra será sujeita, em condições normais de usos e serviço. Como acções,
consideram-se as solicitações de pesos próprios, as sobrecargas de utilização e as
solicitações climáticas típicas da região onde a construção se insere. A capacidade de
resistir a estas acções deverá ser majorada por um coeficiente de segurança adequado.
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deverá ser limitado à altura útil das escadas de bombeiros disponíveis nas corporações da
área.
Acessos e circulação
- Os pisos dos edifícios e dos seus acessos devem ter constituição, forma e revestimentos
tais, que não provoquem acidentes na circulação de pessoas. Os revestimentos não
devem formar uma superfície escorregadia, mesmo quando molhados. Devem evitar-se os
ressaltos do pavimento de nível inferior aos dos degraus correntes, exceptuando os
ressaltos de soleiras das portas de entrada, de varandas ou de outras divisões confinadas,
através das quais não há circulação. Não deve haver elementos salientes do tecto ou das
paredes a nível correspondente ou inferior ao da altura dos habitantes, nem mesmo no
exterior, como palas, toldos, persianas projectáveis ou folhas de janela basculantes. Os
elementos divisórios envidraçados devem ser visivelmente assinalados para evitar
acidentes de obstrução e choque por falta de perceptibilidade. Todos os acessos à
habitação – escadas, entradas, galerias e patamares – devem dispor de iluminação,
comandada de pontos claramente visíveis. Quando existem ascensores, estes devem
estar preparados, em caso de avaria, de dispositivos que impeçam a queda dos mesmos,
e os comandos externos não devem possibilitar a abertura das portas quando o elevador
se encontra em piso diferente ou em manobra
Uso de equipamento
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equipamento não possa garantir essas condições de segurança, deverá ser instalado em
local seguro e em recintos adequados, com a protecção necessária e a ele só deve ter
acesso pessoal de manutenção e manobra.
- A altura dos peitoris dos vãos das janelas e das guardas de janelas baixas, de varandas,
de escadas, de galerias e de terraços, deve ser suficiente para impedir a queda acidental
das pessoas que nelas se debruçam. No caso das guardas descontínuas abertas para o
exterior, o espaçamento entre as peças que constituem a guarda não deve permitir a
passagem de pessoas, especialmente de crianças de pouca idade, nem devem ter uma
forma tal que convidem as crianças a trepar nelas e se debruçarem perigosamente. Os
elementos de vãos que abrem para o exterior devem ser de manobra fácil e segura, sem
exigir que as pessoas se debrucem em risco de queda. Também os estendais de roupa
fixados no exterior, devem ser instalados em posição facilmente acessível do interior.
Atendendo à circulação de pessoas no exterior do edifício, todos os elementos apostos à
construção – forros de fachada, cimalhas, guardas de varanda, grelhagem, palas de
sombreamento, peças de preenchimento dos vãos, etc. – sejam constituídos por materiais
resistentes e seguramente fixados, de modo a evitar que por fractura frágil, por
destacamento ou descolamento, venham a cair imprevistamente
Através das quais se pretende garantir a realização das diferentes actividades sem qualquer
tipo de risco para a integridade do utente e com o nível de comodidade definido.
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A habitação deve dispor de espaços diferenciados e compartimentados para o exercício das
diversas funções de habitar. A forma e dimensões destes espaços e a sua localização relativa
são factores importantes de conforto. Além da disponibilidade de área, outros factores de
definição e de proporção dos espaços interessam ao conforto na ocupação.
Áreas disponíveis
Raio mínimo
Pé-direito
Condições de higiene
Higiene pessoal
- Todas as habitações devem ser providas com instalações apropriadas para satisfazer as
necessidades fisiológicas e de higiene pessoal dos seus habitantes. Os equipamentos
mínimos são: bacias de retrete, com respectivo autoclismo e sifão; bidés com água quente
e fria; lavatórios com água quente e fria; banheiras e/ou chuveiros com água quente e fria
e eventualmente lava-mãos com água fria. O número de aparelhos deve ser relacionado
com o número de habitantes.
Abastecimento de águas
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- As habitações devem dispor de abastecimento de água potável e normalmente todas as
saídas de água da habitação deverão ser de água potável. Se houver carências no
abastecimento de água potável, admite-se o uso de água não potável, desde que não seja
poluída ou insalubre, e só deve ser usada para descargas de limpeza de retretes e pias,
lavagem de roupa e rega.
Pureza do ar ambiente
Estanquidade
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A definição do nível de exigências de equilíbrio termo higrométrico na habitação,
correspondente a condições de conforto, consiste na quantificação dos factores ambientais:
temperatura do ar, temperatura radiante do contorno, humidade relativa e a velocidade do
movimento do ar. Disposições internacionais aconselharam, para um país de clima europeu,
com vestuário comum na Europa e em áreas de habitação corrente, os seguintes valores
médios:
- Temperatura
- Humidade
- Velocidade do ar
- Temperatura radiante de contorno
- Nível de actividade
- Resistência térmica do vestuário
Conforto acústico
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de trabalho de um e zonas de repouso do outro; entre fogos sobrepostos, deverá dispor-se
em prumadas comuns os espaços de ocupação idêntica, nos vários andares; as dimensões,
geometria e acabamento das divisões, devem assegurar um tempo de reverberação não
superior a 1s.
Conforto visual
Exige-se que a luz no interior de uma habitação seja estável, de boa qualidade, que o nível
de luminosidade deve ser adequado às actividades que se exercem, que esse nível não
ultrapasse valores susceptíveis de criar incomodidade e que se evitem contrastes de
luminosidade capazes de criar ofuscamento. Apresentam-se as recomendações do CIB:
- Dado que a luz do sol tem uma intensidade média de 100 000 lux, os compartimentos
sujeitos à acção directa da luz solar podem atingir níveis de iluminação de muitas centenas
de lux, ou mesmo de milhares. Nesses casos, aconselham-se que os planos de trabalho
sejam mantidos ao abrigo da incidência directa da luz do sol. Quer em iluminação artificial,
quer em iluminação natural, quando a sua luminância for superior a 300 cd/m2, a fonte de
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iluminação deverá estar situada de modo que o seu ângulo de visão acima da horizontal
seja superior a 80º.
- No caso de luz artificial, a luminância máxima instantânea da fonte luminosa, não exceder
em mais de 20% a sua luminância média. O índice de reprodução cromática da fonte
luminosa – média das percentagens de energia luminosa radiada nas 8 bandas espectrais
normalizadas internacionalmente – deve ser superior a 70%. As zonas simultaneamente
contidas no campo de visão, não devem ter luminâncias cuja relação de valores seja
superior a 30. No entanto, esta condição não é conseguida quando se olha para um janela
pelo interior, pois a relação entre as luminâncias do vidro e do caixilho, é frequentemente
superior a este valor.
Necessidades de obscurecimento
- Para efeitos de repouso e sono, os vãos de iluminação das divisões deverão ser dotados
de dispositivos que permitam o obscurecimento para valores do nível de iluminação
inferiores a 0,2 lux.
Aspecto
Condicionam todas as outras e por isso têm grande importância na definição dos níveis de
qualidade definidos. As exigências de economia deverão incidir na concepção e projecto, na
execução, na manutenção e conservação das construções.
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se que a economia está subjacente a um conceito de durabilidade da construção. Assim, a
escolha de materiais baratos, mas de fraca qualidade, na fase de projecto, poderá levar
futuramente a custos adicionais que poderiam ser evitados se fossem usados materiais de
qualidade superior, na altura da execução. É frequente o caso do arrependimento por parte
dos donos de obra de terem optado pela minimização exagerada de custos na fase da
construção, fazendo por vezes a substituição de alguns materiais por outros de qualidade
superior numa fase tardia, acarretando custos e incómodos que poderiam ter sido evitados,
se estivessem mais bem informados desde o início.
- Custos iniciais
- Custos de manutenção
- Financiamento
Durabilidade
- Conservação da qualidade
- Facilidades de manutenção
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1.4 Regulamento geral das edificações urbanas
Neste sub capítulo apenas se fará uma apresentação muito sumária dos artigos do
regulamento que nos parecem mais importantes. A presente abordagem não substitui a
consulta integral do regulamento.
Artigo 2º - Licenças
A execução das obras e trabalhos a que alude o Artigo anterior não poderá ser levada a
efeito sem a prévia licença das câmaras municipais.
Esta licença poderá ser dispensada tratando-se de obras de pequena importância sob o
ponto de vista da salubridade, segurança ou estética.
As obras não poderão começar sem que, caso seja necessário, a Câmara fixe o alinhamento
de acordo com o plano geral e forneça a cota de nível.
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Artigo 7º - Licença de Utilização
Artigo 9º - Manutenção
As edificações existentes deverão ser reparadas e beneficiadas pelo menos uma vez em
cada período de 8 anos.
As câmaras Municipais poderão obrigar à execução de obras que julguem necessárias para
corrigir eventuais más condições de salubridade, solidez ou segurança contra o risco de
incêndio.
As câmaras deverão ainda ordenar a demolição das construções que ofereçam perigo para a
saúde pública.
Poderão ser expropriadas as edificações que devam ser demolidas para a realização de
plano de urbanização aprovado.
Todas as edificações deverão ser construídas de acordo com as normas da arte de bem
construir.
As fundações dos edifícios serão estabelecidas sobre terrenos estáveis e firmes de forma a
suportarem as solicitações nas condições de utilização mais desfavoráveis.
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Artigo 19º - Características das fundações
Poderá ser necessário recorrer a fundações indirectas. Nestes casos é essencial um estudo
do terreno.
As paredes das casas de banho, cozinhas e locais de lavagem serão revestidas até, pelo
menos, 1.5m de altura com material impermeável e facilmente lavável.
Os pavimentos de pisos térreos devem ser assentes sobre camadas impermeáveis e no caso
de serem de madeira deverão ter caixa de ar ventilada.
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Artigo 45º - Comunicações verticais
As escadas de acesso dos edifícios devem ser seguras, amplas, bem iluminadas, ventiladas
e de cómoda utilização.
São definidas as dimensões das escadas, nomeadamente, largura dos lanços, patamares,
espelhos e cobertores.
Quando, nas edificações para habitação colectiva, a altura do último piso destinado a
habitação exceder 11.5m, é obrigatória a utilização de, no mínimo 2 ascensores.
Se a altura for inferior ao valor referido mas o edifício tiver mais de três pisos, deve prever-se
espaço para futura instalação de, no mínimo 1 ascensor.
45º
A altura mínima, piso a piso, em edifícios de habitação é de 2.7m, não podendo o pé-direito
livre mínimo ser inferior a 2.4m.
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Para estabelecimentos comerciais será necessário um pé-direito livre mínimo de 3.0m.
Nº de compartimentos 2 3 4 5 6 7 8 >8
Tipo de Fogo T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T>6
Tipo de fogo
T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T>6
Área bruta em m 2 35 52 72 91 105 122 134 1.6xAh
Área bruta: superfície total do fogo medida pelas faces exteriores e inclui varandas privativas
e a quota-parte que lhe corresponda nas circulações comuns do edifício.
Área útil: soma das áreas de todos os compartimentos da habitação, medida pelo perímetro
interior das paredes que limitam o fogo, descontando encalços até 30cm, paredes interiores,
divisórias e condutas.
Área habitável: soma das áreas dos compartimentos da habitação, excluindo vestíbulos,
instalações sanitárias e circulações interiores, medida pelo perímetro interior das paredes que
limitam o fogo, descontando encalços até 30cm, paredes interiores, divisórias e condutas.
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Habitações T3 e T4: 4.5m2 subdividida em 2 espaços com acesso independente. Nas
instalações subdivididas é obrigatório 1 banheira e 1 bidé num dos espaços e 1 bacia de
retrete, 1 bidé e 1 lavatório no outro.
A largura dos corredores das habitações não deverá ser inferior a 1.10m.
A área total de vãos em contacto directo com o exterior por compartimento, não deverá ser
inferior a 1/10 da área do compartimento, com um mínimo de 1.08m2 medidos no tosco.
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disposições construtivas que a protejam de infiltrações; o escoamento dos esgotos deverá
ser por gravidade.
Os sótãos e águas furtadas só poderão ser utilizados para fins de habitação quando
satisfaçam a todas as condições de salubridade previstas neste regulamento para os andares
de habitação. No entanto, os compartimentos poderão ter o pé-direito regulamentar apenas
em metade da sua área, não podendo porém em qualquer ponto afastado mais de 0.3m do
perímetro o pé-direito ser inferior a 2.0m; em todos os casos deverão ficar devidamente
asseguradas boas condições de isolamento térmico.
As caves, sótãos e águas furtadas só poderão ter acesso pela escada principal ou por
elevador quando satisfaçam as condições mínimas de habitabilidade fixadas neste
regulamento.
A área total envidraçada do vão não deverá ser inferior a 0.54m2, devendo a parte de abrir ter
pelo menos 0.36m2; em casos especiais, poderá prescindir-se do disposto no nº anterior
desde que fique eficazmente assegurada a renovação constante e suficiente do ar, por
ventilação natural ou forçada; em caso algum será permitida a utilização de aparelhos e
combustão nas instalações sanitárias.
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Artigo 88º ao 93º - Instalações sanitárias disposições construtivas
Todas as retretes serão providas de uma bacia munida de sifão e de um dispositivo para a
sua lavagem.
Os tubos de queda das águas pluviais serão independentes dos tubos de queda destinados
ao esgoto de dejectos e águas servidas.
Nas zonas de protecção dos monumentos nacionais e dos imóveis de interesse público não
podem as câmaras municipais autorizar qualquer obra de construção ou alteração de
edificações existentes sem prévia aprovação do projecto pelas entidades competentes.
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2. Comportamento termo higrométrico de edifícios
2.1 Nota histórica
Ao longo de toda a sua evolução o Homem sempre soube tirar partido das condições
climáticas e naturais para obter melhores condições de conforto. Apresentam-se dois
exemplos: A) Cerca do ano 200 antes de Cristo, os romanos com a sua casa átrio
apresentavam um excelente exemplo de preocupação no aproveitamento da energia solar. O
sol de Inverno e de Verão é doseado através de aberturas e sombreadores devidamente
dimensionados [1]. B) Um outro exemplo são as casas igloo dos esquimós. A sua forma
mostra uma relação ideal entre o seu volume e a sua superfície circundante (calote esférica)
[1].
A crise petrolífera de 1973 veio alertar, e de algum modo consciencializar, todo o mundo que
os recursos energéticos não são inesgotáveis e que os países deficitários na produção de
energia dependem inteiramente dos países produtores.
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um corpo, ou de vários corpos contíguos. Contrariamente à convecção, não há
deslocamento de matéria; Convecção – passagem de calor de uma zona para outra de um
fluído, através de movimentos relativos das partículas que o formam. Quando este fluído
encontra um sólido há troca de calor entre o fluído e o sólido; Radiação – libertação de
energia calorífica sob a forma de ondas electromagnéticas, semelhantes à luz. Quanto mais
quente estiver um corpo, mais energia liberta.
Cada material pode caracterizar-se pela quantidade de calor que transmite por condução. A
esta propriedade característica de qualquer material, que depende do peso específico, da
porosidade, da humidade, da temperatura, etc., dá-se o nome de condutibilidade térmica.
Resistência térmica
superficial
Sentido do fluxo de
Exterior Interior
calor Local não aquecido
1/he 1/hi
1/hj
Horizontal 0.04 0,13 0,13
Vertical ascendente 0,04 0,10 0,10
Vertical descendente 0,04 0,17 0,17
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n
e 1 1
RG = ∑ + + [m2.ºC/W]
i =1 λ hi he
1
- Resistência térmica superficial interior [m2.ºC/W]
hi
1
- Resistência térmica superficial exterior [m2.ºC/W]
he
1
UG = [W/m2.ºC]
RG
∑ K .S
i =1
i i
UG = n
[W/m2.ºC], sendo SI [m2] a área de elemento i com condutância KI
∑S i =1
i
[W/m2.ºC].
1
φ= (t i − t i+1 ) ⇔ t i+1 = t i − φ.Ri,i+1
Ri,i+1
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2.3 Condensação e permeabilidade ao vapor de água
Sabe-se que o ar tem capacidade de armazenar água sob a forma de vapor. E quanto maior
for a sua temperatura, maior será a sua capacidade de armazenamento. Esta quantidade de
vapor de água contida no ar, designa-se por humidade absoluta do ar e exprime-se em g/kg
de ar seco, ou em g/m3. A quantidade de vapor de água não pode exceder um determinado valor
que se designa por ponto de saturação ou ponto de orvalho e depende da temperatura e
pressão atmosférica
mv
H.R. = × 100
mvs [%]
Diagrama psicrométrico
Exemplos:
a) o ar com t = 20ºC e H.R.= 50% tem a mesma pressão parcial de vapor e humidade
absoluta, que o ar com t = 9,5ºC e H.R. = 100%;
Quantidade de vapor que passa através de uma determinada superfície por unidade de
tempo.
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Coeficiente de permeabilidade ao vapor, π [kg/m.s.Pa]
n
ei
RV = ∑
i=1 πi [m2.s.Pa/Kg]
26 Bom estudo...
Permeância
1
PV =
RV [kg/m2.s.Pa]
∑Pi=1
Vi .S i
PV = n
∑S i
i=1 [kg/m2.s.Pa]
φ V = PV (p i − p e ) [kg/m2.s]
1
φV = (p i − p i+1 ) ⇔ p i+1 = p i − φV .R V i,i+1
R V i,i+1
[Pa]
Exemplo de aplicação
Imagine uma alvenaria exterior de pedra de granito, de 40cm de espessura, não revestida.
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d) Em sequência das questões anteriores, se o ambiente interior tiver uma humidade
de 10grama de água por kg de ar seco, indique o que se passa no paramento
interior.
e) Trace o diagrama das pressões de vapor ao longo da parede, considerando que o
isolamento é poliestireno expandido moldado.
f) Trace o diagrama das pressões de saturação.
g) Comente os resultados obtidos nas alíneas e) e f).
h) Coloque uma folha de polietileno no paramento interior e trace o novo diagrama
das pressões de vapor ao longo da parede.
polietileno=1x1012 kg/(m2.s.Pa)
Resolução:
a)
1 n
e 1 0.40
RG = +∑ i + = 0.13 + + 0.04 = 0.303m 2 º C / W
hi i=1 λ i h e 3.00 , e a condutância ou o
coeficiente de transmissão térmica, o inverso da resistência:
1 1
UG = = = 3,30W / m 2 º C
R G 0.303 .
b)
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1
UG ≤ 1 ⇔ ≤ 1 ⇔ RG ≥ 1
RG
1 n
e 1 e 0.40
+∑ i + ≥ 1 ⇔ 0.13 + isolante + + 0.04 ≥ 1 ⇔ e isolante ≥ 0.697 × λ isolante
h i i=1 λ i h e λ isolante 3.00
c)
2
O fluxo φ = U G (t i − t e ) = 1 × (20 − 2 ) = 18W / m
Sendo:
t 1 = t i = 20º C , então,
0.40
t 4 = t 3 − φ.R 3,4 = 5.2 − 18 × = 2 .8 º C
3.00 ;
29 Bom estudo...
Diagrama de temperaturas:
5 4 3 2 1
d)
tsaturação= 13.7ºC
e) e f)
30 Bom estudo...
n
ei 0.028 0.40
RV = ∑ = −12
+ −12
= 6,52 × 1011m2 .s.Pa / kg
i =1 πi 4 x10 0.62x10
1 1
PV = = 11
= 1.53x10−12 kg / m2 .s.Pa
R V 6.52 × 10
pi = 1600Pa
pe = 300Pa
31 Bom estudo...
A pressão instalada em cada um dos pontos da parede determina-se pela aplicação da
expressão:
p i+1 = p i − φ V .R V i,i+1
0.028
p3 = p2 − φV .R V 2,3 = 1600 − 1.99 × 10− 9 = 1586Pa
4 x10−12
0.40
p 4 = p3 − φV .R V 3,4 = 1586 − 1.99 × 10− 9 = 302Pa ≈ 300Pa
0.62 x10−12
psaturação(t2) =
t2= 17.7ºC
32 Bom estudo...
Diagrama de pressões:
pressões de saturação
pressões instaladas
5 4 3 2 1
g)
Sempre que as pressões instaladas são maiores do que as pressões de saturação pode
concluir-se que existem condensações internas.
h)
n
ei 0.028 0.40 1
RV = ∑ = −12
+ −12
+ −12
= 1.65 × 1012 m2 .s.Pa / kg
i =1 πi 4 x10 0.62x10 1.0x10
1 1
PV = = 12
= 6.06x10−13 kg / m2 .s.Pa
R V 1.65 × 10
1
p2 ' = p2 − φV .R V 2,3 = 1600 − 7.88 × 10−10 = 812Pa
1x10−12
33 Bom estudo...
0.028
p3 = p2 − φV .R V 2,3 = 812 − 7.88 × 10−10 = 806Pa
4 x10−12
0.40
p 4 = p3 − φV .R V 3,4 = 806 − 7.88 × 10−10 = 298Pa ≈ 300Pa
0.62 x10−12
Folha de polietileno
pressões de saturação
pressões instaladas
5 4 3 2 1
Como agora as pressões instaladas são sempre menores do que as de saturação já não
existem condensações internas.
A definição clara de conforto termo higrométrico em edifícios não é facilmente alcançável uma
vez que depende de factores subjectivos, obtidos através de sensações humanas que
diferem de pessoa para pessoa. Correntemente considera-se que um indivíduo está colocado
em condições de conforto termo higrométrico quando não experimenta qualquer desagrado
ou irritação de modo a distrai-lo das suas actividades de momento. A condição básica para
que tal se verifique é a de que o sistema termo regulador do organismo se encontre em
equilíbrio com o ambiente envolvente, obtendo-se um estado de neutralidade térmica.
A energia calorífica, resultante das somas das reacções químicas que ocorrem no corpo
humano – metabolismo – para o manter a uma temperatura constante de aproximadamente
36,5 ºC, depende do tipo e nível de actividade que o corpo humano desempenha. A unidade
de medida do metabolismo é o met e corresponde a 58 W/m2.
34 Bom estudo...
Esta troca de calor com o meio envolvente efectua-se por condução, convecção, radiação e
evaporação. Então o metabolismo será igual às trocas de calor por condução + convecção +
radiação + evaporação.
É de salientar que as condições fisiológicas não são, por si só, suficientes para
caracterizarem a sensação térmica provocada pelo ambiente, admitindo-se ser ainda
necessário ter em conta factores de natureza psicológica e sociológica, tais como: sexo,
idade, estrato sócio-cultural, adaptação ecológica às regiões, etc..
Foram desenvolvidos vários índices térmicos por forma a estabelecerem as várias inter
relações entre os parâmetros atrás mencionados, e desta forma avaliar a sensação de
conforto térmico que um ocupante experimenta quando num determinado espaço. Utilizando
uma escala de sete termos de –3 a +3, representando o zero a neutralidade térmica o índice
PMV (Predict Mean Vote) permite calcular, a partir das condições ambientais, da actividade e
do tipo de vestuário, o valor médio esperado do voto dos indivíduos. A escala do índice PMV
apresenta-se na tabela 2. Com base numa análise estatística dos resultados da observação
correlacionou o PMV com a percentagem previsível de pessoas insatisfeitas PPD (Predicted
Percentage of Dissatisfied) nas condições referidas. A relação existente entre a Percentagem
Previsível de Insatisfeitos PPD e Voto Médio Previsível PMV é a que se representa na
ilustração 4.
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100
78 78
25 25
PPD [%]
10 10 10
1
-2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5
PMV
A norma ISO 7730 recomenda para espaços onde se verifique ocupação humana, que o valor
de PPD seja inferior a 10 %, o que equivale a admitir valores de PMV compreendidos entre –
0,5 e +0,5.
A norma ISO 7730 fixa algumas exigências de conforto para habitações e escritórios. Na
situação de Inverno para actividades leves e sedentárias, considerando um vestuário
correspondente a 1 Clo (vestuário usual):
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- A assimetria da temperatura radiante de janelas ou de outras superfícies verticais
frias devem ser inferiores a 10ºC em relação a um plano vertical 0,6m acima do
pavimento;
- A assimetria da temperatura radiante proveniente de um tecto aquecido deve ser
inferior a 5ºC, em relação a um plano horizontal 0,6m abaixo do tecto;
- A humidade relativa do ar deve estar compreendida entre 30 e 70%.
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delas. Verifica-se por isso que as fronteiras são elemento fundamental na térmica de
edifícios.
38 Bom estudo...
térmico previsto para o Inverno, que se reduza a incidência de radiação solar através da
utilização de dispositivos de sombreamento e com a utilização de cores claras e que se
controle as trocas de ar com o exterior. Com estas medidas consegue-
consegue-se reduzir ao mínimo
os ganhos solares.
As flutuações das temperaturas em torno da média podem ter grande amplitude, sendo que o
ideal será que a amplitude seja mínima. Essa amplitude depende da quantidade de massa
presente, do modo como está distribuída e das propriedades térmicas dos materiais, ou seja
da inércia
ia térmica do espaço.
Pode-se
se definir inércia térmica como a propriedade do espaço que torna possível armazenar
o calor, gerindo-oo em função da temperatura do ar. Quanto maior for a inércia térmica menor
serão as flutuações da temperatura em torno do seu valor
valor médio, logo maior o conforto
térmico.
39 Bom estudo...
Os elementos opacos, coberturas, pavimentos e os panos de fachada e de empena
contribuem para os ganhos/perdas térmicas em função do seu grau de isolamento térmico e
ainda contribuem para a inércia térmica conforme a sua massa e localização do isolamento
térmico.
O presente Regulamento aplica-se a cada uma das fracções autónomas de todos os novos
edifícios de habitação e de todos os novos edifícios de serviços sem sistemas de climatização
centralizados, independentemente de serem ou não, nos termos de legislação específica,
sujeitos a licenciamento ou autorização no território nacional.
40 Bom estudo...
Entende-se por fracção autónoma de um edifício cada uma das partes de um edifício dotadas
de contador individual de consumo de energia, separada do resto do edifício por uma barreira
física contínua, e cujo direito de propriedade ou fruição seja transmissível autonomamente.
Nos edifícios com uma única fracção autónoma constituídos por corpos distintos, as
exigências do presente Regulamento devem ser verificadas por corpo.
As exigências do presente Regulamento aplicam-se, para cada uma das fracções autónomas
dos edifícios, aos espaços para os quais se requerem normalmente condições interiores de
conforto.
41 Bom estudo...
ao contacto com o exterior e não sejam aquecidos nem climatizados;
b) Os edifícios utilizados como locais de culto e os edifícios para fins industriais, afectos ao
processo de produção, bem como garagens, armazéns, oficinas e edifícios agrícolas não
residenciais;
Índices fundamentais
Necessidades nominais de aquecimento, representam a energia que num ano médio seria
necessário fornecer a um dado edifício para compensar o calor perdido através da
envolvente, quando o seu interior é mantido a uma temperatura de referência (20ºC).
Até à publicação da portaria referida no n.º 1 do artigo 5º, os valores limites das necessidades
nominais de energia útil para aquecimento (Ni) de uma fracção autónoma, em kWh/m2.ano,
são os seguintes:
Necessidades nominais de arrefecimento, representam a energia que num ano médio seria
necessário retirar a um dado edifício para compensar o calor ganho através da envolvente,
quando o seu interior é mantido a uma temperatura de referência (25ºC).
42 Bom estudo...
Até à publicação da portaria referida no n.º 1 do artigo 6.º, os valores limites das
necessidades nominais de energia útil para arrefecimento (Nv), são os seguintes:
Como resultado dos tipos e eficiências dos equipamentos de produção de água quente
sanitária, bem como da utilização de formas de energias renováveis, cada fracção autónoma
não pode, sob condições e padrões de utilização nominais, exceder um valor máximo
admissível de necessidades nominais anuais de energia útil para produção de águas quentes
sanitárias (Na).
Até à publicação da portaria referida no n.º 1 do artigo 7.º, o limite máximo para os valores
das necessidades de energia para preparação das águas quentes sanitárias (Na) é o definido
pela equação seguinte:
Na=0,081.MAQS.nd/Ap (kWh/m2.ano)
As necessidades nominais anuais globais (Ntc) de cada uma das fracções autónomas de um
edifício não podem exceder um valor máximo admissível de energia primária (Nt), definido em
termos de uma soma ponderada dos valores individuais máximos admissíveis definidos nos
artigos 5.º, 6.º e 7.º, convertidos para energia primária em função das formas de energia final
utilizadas para cada uso nessas fracções autónomas, definido pela equação seguinte:
43 Bom estudo...
Parâmetros térmicos adicionais
Estes coeficientes visam quantificar as perdas de calor através dos elementos em contacto
com o terreno e através das pontes térmicas lineares. Apresentam-se no regulamento vários
tipos de elementos em contacto com o terreno e pontes térmicas e os respectivos Ψ’s.
It =
∑ M .S .r
i i i
[kg/m2]
Ap
Sendo:
44 Bom estudo...
o Elementos da envolvente exterior, não enterrados
Mi = m/2 para elementos sem isolante
Mi = m do lado interior do isolante
Com o máximo de 150 kg/m2
o Elementos em contacto com o solo
Mi = 150 kg/m2 para elementos sem isolante
Mi = m do lado interior do isolante
Com o máximo de 150 kg/m2
com 500 kg/m2; paredes interiores de alvenaria de 0.11 rebocada com 180 kg/m2; os
revestimentos são rebocos de ligantes hidráulicos.
Áreas [m2]
A determinação da classe de inércia deve ter em conta os valores das massa superficial útil
de cada um dos elementos. Esta determinação apresenta-se na tabela seguinte.
It =
∑M S ri i i
=
103600
= 691kg / m 2
Ap 150
45 Bom estudo...
Como It é superior a 400 kg/m2 o edifício pertence à classe de inércia térmica forte.
Factor de correcção
Mt Mi
Elemento devido ao revestimento Si [m2] Mi.Si.ri [kg]
[kg/m2] [kg/m2]
(ri)
Pavimento 260 130 1,00 150 19500
Tecto 260 130 1,00 150 19500
Paredes exteriores 330 140 1,00 230 32200
Paredes enterradas 500 0 1,00 50 0
Paredes interiores 180 180 1,00 180 32400
Σ Mi.Si.ri [kg] 103600
Factor solar dos envidraçados, quociente entre a energia que entra através do envidraçado
e a energia de radiação solar que nele incide.
Para envidraçados compostos por vidro e protecção o factor solar será determinado por:
g ⊥ ' ⋅g ⊥ v
g ⊥=
A
g┴’ – factor solar do vão envidraçado com protecção solar e vidro incolor
46 Bom estudo...
Tabela 5 – Factores solares do vidro
Tipo Factor solar (g┴v)
Vidro Simples
Incolor(6mm) 0,85
Colorido na massa (5mm) 0,65
Colorido na massa (8mm) 0,55
Reflectante incolor (de 4 a 8mm) 0,60
Reflectante colorido na massa (4 e 5mm) 0,50
Vidro Duplo
Incolor + incolor (4 a 8mm + 5mm) 0,75
Colorido na massa + incolor (5mm + 4 a 8mm) 0,55
Reflectante incolor + incolor (6mm + 5mm) 0,52
Reflectante colorido na massa + incolor (6mm + 5mm) 0,35
47 Bom estudo...
Na estação de aquecimento para a determinação de g┴ considera-se que existe cortina
interior muito transparente, e na estação de arrefecimento o g┴ é determinado considerando
30% do envidraçado sem protecção e 70% com protecção 100% activa.
Factor de forma
O factor de forma é o quociente entre o somatório das áreas da envolvente exterior (Aext) e
interior (Aint) do edifício, afectada do coeficiente de redução de perdas térmicas para locais
não aquecidos (τ), ou fracção autónoma com exigências térmicas e o respectivo volume
interior (V) correspondente, conforme a fórmula seguinte:
∑A ext + ∑ (τ ⋅ A int )i
FF = i
V
Ai/Au
Tipo de espaço não-útil
0a1 1 a 10 > 10
Circulação comum
48 Bom estudo...
Taxa de renovação de ar (Rph)
Por razões de higiene e conforto dos ocupantes, é necessário que os edifícios sejam
ventilados em permanência por um caudal mínimo de ar. A metodologia de cálculo
preconizada no regulamento é baseada na presunção de que, efectivamente, o edifício, ou
fracção autónoma, tem características construtivas ou dispositivos apropriados para
garantirem, por ventilação natural ou mecânica, a taxa de renovação mínima necessária de
Rph = 0,6 h-1.
Ventilação Natural
Para efeitos de aplicação deste Regulamento o grau de exposição é definido conforme tabela
7:
49 Bom estudo...
Tabela 7 – Classes de exposição
Região A Região B
Altura acima do
Rugosidade Rugosidade
solo
I II III I II III
< 10 m Exp. 1 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 1 Exp. 2 Exp. 3
10 m a 18 m Exp. 1 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 4
18 m a 28 m Exp. 2 Exp. 3 Exp. 4 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 4
>28 m Exp. 3 Exp. 4 Exp. 4 Exp. 3 Exp. 4 Exp. 4
50 Bom estudo...
Quando as aberturas de ventilação para admissão de ar praticadas nas fachadas não forem
dimensionadas de forma a garantir que, para diferenças de pressão entre 20 Pa e 200 Pa, o
caudal não varie mais do que 1,5 vezes, os valores da tabela 8 devem ser agravados de 0,10.
Quando a área de vãos envidraçados for superior a 15% da área útil de pavimento, os valores
da tabela 8 devem ser agravados de 0,10.
Se todas as portas do edifício ou fracção autónoma forem bem vedadas por aplicação de
borrachas ou equivalente em todo o seu perímetro, os valores indicados na tabela 8 para
edifícios não conformes com a NP 1037-1 podem ser diminuídos de 0,05.
Ventilação Mecânica
Vf Vx
R ph = + , sendo:
V V
Ventilação Mecânica
1
0,9
0,8
0,7
Vx / V [h-1]
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
(Vins-Vev) / V [h-1]
51 Bom estudo...
2.6.2 Verificação das exigências regulamentares
A verificação das exigências regulamentares deve passar sempre, em primeiro lugar por
verificar se a zona independente em estudo tem as características mínimas aceitáveis, ou
seja fazer a verificação da exclusão automática. Caso a zona independente em estudo não
verifique as características mínimas aceitáveis então é necessário proceder à alteração das
características da envolvente.
Feita esta verificação deve-se verificar o outro extremo, ou seja, deve-se verificar se a zona
independente em estudo tem características de tal forma boas que verifica automaticamente
o regulamento, sem haver necessidade de cálculos das necessidades nominais de
aquecimento e de arrefecimento.
Exclusão automática
O coeficiente de transmissão térmica das pontes térmicas planas tem que ser menor do que
duas vezes o coeficiente de transmissão térmica da zona corrente.
52 Bom estudo...
Tabela 10 – Factor solar máximo
Zona climática
Classe de inércia térmica
V1 V2 V3
Fraca 0.15 0.15 0.10
Média 0.56 0.56 0.50
Forte 0.56 0.56 0.50
Verificação automática
A condição geral a comprovar para que possa haver verificação automática é que seja um
edifício de habitação unifamiliar, com área útil inferior a Amv, que até à publicação da portaria
se considera Amv = 50 m2 .
Para que se haja verificação automática é necessário, além da condição geral, que os
coeficientes de transmissão térmica da envolvente sejam iguais ou inferiores aos indicados
na tabela 11, que o edifício tenha cobertura de cor clara, a construção possua uma inércia
média ou forte, que a área dos vãos envidraçados ≤ 15% de Ap e que osãos envidraçados
com mais de 5% da área útil do espaço que servem, e não orientados no quadrante norte,
devem ter factor solar igual ou inferior aos apresentados na tabela 12.
53 Bom estudo...
Verificação pelo método geral
Nic = (Q t + Q v − Q gu )/ A p
Sendo:
Q t = Q ext + Q ln a + Q pe + Q pt , sendo:
- GD = ∫ (t
w
i − t a )dw = ∫ δ( t i − t a )dw , com δ = 0 se ti < ta e δ = 1 se ti ≥ ta. Este
w
54 Bom estudo...
no regulamento e dependente da região climática. Os valores especificados no
regulamento para os GD têm por base ti = 20ºC.
Q v = 0,024 ⋅ 0,34 ⋅ R ph ⋅ A p ⋅ Pp ⋅ GD
Os ganhos térmicos úteis durante toda a estação de aquecimento são calculadas por:
Q gu = η ⋅ (Q i + Q s ) , sendo:
1− γa
η= se γ ≠ 1
1 − γ a +1 Q + Qs
- , o factor de utilização de ganhos, com γ = i e
a Qt + Qv
η= se γ = 1
a +1
- Q s = G sul ∑ X j ⋅ ∑ A snj ⋅ M , os ganhos solares, com Xj (factor de orientação para
j n
as diferentes exposições) a tomar os seguintes valores:
55 Bom estudo...
Gsul igual a:
e A snj = A ⋅ Fs ⋅ Fg ⋅ Fw ⋅ g ⊥ , com:
Fg
Tipo de caixilharia
Caixilho sem Caixilho com
quadrícula quadrícula
Janelas de alumínio ou aço 0,70 0,60
56 Bom estudo...
- g┴ - factor solar do vão envidraçado para radiação incidente na perpendicular tendo
em conta eventuais dispositivos de protecção.
- Notas: O valor mínimo a adoptar para o produto Xj. Fh. F0. Ff é 0,27, que
corresponde à fracção média da radiação difusa; Caso não existam palas, para
contabilizar o efeito do contorno do vão, deve ser considerado o valor 0,90 para o
produto F0. Ff .
57 Bom estudo...
Verificação das necessidades de arrefecimento
a
Verificação
ão das necessidades de energia primária
prim
Da totalidade da radiação solar que chega à atmosfera, 15% são absorvidos por esta, 32%
são difundidos para o espaço celeste, 6% são reflectidos
reflectidos pela superfície terrestre e somente
47% é que são absorvidos pela Terra.
58 Bom estudo...
Toda esta energia absorvida acaba por ser enviada de novo para o espaço, sendo
completamente perdida. É esta parte que temos ao nosso dispor para aproveitar.
Esta energia que o Sol nos fornece e que atinge a superfície terrestre é variável e
dependente de diversos factores, nomeadamente, dos movimentos da Terra, da atmosfera
terrestre, da altura solar, assim como das restantes condições climáticas, como por exemplo,
humidade do ar e direcção e velocidade dos ventos.
Assim, se entende que a utilização da energia solar passiva, no âmbito da construção, tem
que se basear numa acção integrada de múltiplos factores, tais como localização e
orientação do edifício, forma e relação com os espaços adjacentes, tipos de vegetação
circundante, distribuição do espaço interior, etc.
Além disso, deve ser encarada como um contributo, benéfico e importante, nas necessidades
de energia de um edifício (no Inverno, por exemplo), mas também como um contributo,
nefasto, em determinadas circunstâncias e períodos (no Verão, por exemplo).
Desde o tempo de Galileu, que se sabe, a Terra anda à volta do Sol, descrevendo elipses,
sendo por isso a distância entre os dois astros variável ao longo do ano. Para o hemisfério
Norte, o solstício de Inverno e de Verão coincide com essa distância mínima e máxima
respectivamente, estando assim a Terra mais perto do Sol no Inverno do que no Verão.
Sabe-se que além da Terra girar à volta do Sol também gira sobre o seu próprio eixo, e que
essa rotação dura 24 horas, originando, os dias e as noites e a variação da insolação diária.
A declinação do Sol, condicionada pela latitude do local, faz variar a altura máxima deste, o
ângulo máximo de incidência na superfície terrestre ao longo do ano e a duração dos
períodos de insolação.
59 Bom estudo...
A energia dos raios solares ao atravessar a atmosfera terrestre, que é constituída por uma
massa gasosa, e que representa o último percurso destes antes de atingirem a superfície
terrestre, diminui tanto mais quanto maior for a densidade dessa massa gasosa e quanto
maior for a sua espessura. A temperatura do ar, o grau de poluição atmosférica, a
quantidade de vapor de água e a altitude do lugar são factores determinantes na
quantificação da energia solar disponível.
Localização
60 Bom estudo...
balanço. Consoante o edifício é implantado num vale com correntes frias, num cume
desprotegido, numa planície ou numa encosta exposta a sul as perdas térmicas são distintas
sendo máximas na primeira situação e mínimas na última. No entanto não é por si só
suficiente ter em conta este factor.
Ilustração 8 – Influência dos factores topografia, vegetação e água nas perdas térmicas de um edifício [1].
Forma
A forma é um factor a considerar na concepção de edifícios pois, entre outras coisas, define a
sua envolvente exterior, por onde ocorrem as perdas térmicas. De modo a diminuir essas
61 Bom estudo...
perdas devem-se conceber edifícios compactos, com o mínimo de reentrâncias e saliências,
o que corresponde a minimizar a superfície exterior.
Ilustração 9 – Variação das perdas térmicas Q de um edifício em função do coeficiente de forma (Ae/V) [1].
Ilustração 10 – Para a mesma altura e mesmo índice de construção, o balanço térmico é optimizado em D, pois
o volume é maior e a área de zona verde mais compacta, conduzindo a amplitudes térmicas menores [1].
62 Bom estudo...
Orientação e afastamento
Isto deve-se
se ao facto de no Inverno os ganhos solares, contributo fundamental para melhorar
as condições térmicas do edifício, se obterem no quadrante Sul. É por isso necessário
garantir que a fachada a Sul, fique exposta à radiação solar. O afastamento entre corpos de
edifícios deve então ser definido em função da altura solar e da altura
altura dos edifícios.
Ilustração 11 – Os afastamentos entre edifícios em função da sua altura e da altura solar [1].
A distribuição dos espaços interiores do edifício deve ser realizada tendo em conta a sua
utilização e consequentes
entes necessidades térmicas. Assim, os anexos, garagens, escadas,
corredores, etc. devem ser situados junto à fachada Norte, enquanto as zonas principais (sala
por exemplo) devem situar-se
situar na ala Sul.
63 Bom estudo...
Ilustração 12 – Distribuição
uição dos espaços interiores em função da orientação [1].
Vegetação
64 Bom estudo...
Ilustração 13 – Desenho esquemático das vantagens das trepadeiras [1].
Um isolante térmico é um produto que tem por objectivo diminuir a transferência de calor
através dos elementos onde está inserido, para isso terá de ter uma condutibilidade térmica
baixa. A NF P 75-101 define isolante térmico como produto destinado à construção cuja
resistência térmica é igual ou superior a 0.5m2.ºC/W e cuja condutibilidade térmica é menor
ou inferior a 0.065W.m/ºC [3].
65 Bom estudo...
Ilustração 14 – Representação esquemática dos gráficos de temperaturas em duas paredes de igual resistência
térmica, sem e com isolante [1].
Estes isolantes térmicos terão de satisfazer exigências distintas consoante a função que irão
exercer. Segundo Vasco Peixoto de Freitas e Manuel Pinto [3] essas exigências devem ser
definidas, relativamente às seguintes propriedades:
- resistência térmica;
- compressibilidade;
- estabilidade dimensional;
- comportamento à água;
- comportamento mecânico;
As exigências serão tanto mais elevadas quanto maior for o nível de qualidade térmica
desejado para o edifício.
66 Bom estudo...
aparecimento de condensações superficiais, bolores, fungos, manchas e deterioração dos
revestimentos no paramento interior da envolvente exterior.
As perdas de calor através das pontes térmicas tomam valores significativamente importantes
quando a zona corrente da envolvente é tratada com um material de isolamento térmico e as
de pontes térmicas não o são.
As perdas térmicas pelos envidraçados dão-se por transmissão térmica, uma vez que a
condutibilidade térmica do vidro é bastante elevada, mas também por infiltração de ar frio
através das frinchas existentes nas caixilharias.
A condutibilidade térmica do vidro pode ser melhorada com o uso de vidro duplo ou triplo, ou
com a aplicação de dispositivos de ocultação e isolamento interiores ou exteriores, sejam
eles estores ou reposteiros, por exemplo. Outro aspecto a ponderar será o material dos
caixilhos, de preferência um material com condutibilidade térmica reduzida.
67 Bom estudo...
Ilustração 16 – Exemplificação esquemática das perdas térmicas de uma janela. Os valores de K referem-se
referem ao
período nocturno [1].
A infiltração do ar frio resulta de uma falta de calafetação das juntas e batentes, situação que
começa a ser encarada com outra atenção e já se vêem melhorias significativas
significativas nas
caixilharias correntemente aplicadas na nossa construção, é no entanto um factor a não
descorar.
Durante o verão, o sobreaquecimento do edifício, que resulta da exposição directa aos raios
solares através dos envidraçados, tem que ser evitado recorrendo
recorrendo a dispositivos de protecção
solar (isolamento e/ou sombreamento), interiores ou exteriores.
68 Bom estudo...
A eficiência destes dispositivos de protecção solar depende da sua cor, da ventilação do
espaço entre a protecção e o vidro, da sua resistência térmica, da sua continuidade e da
emissibilidade
ibilidade da sua face interna.
Nos dispositivos de protecção solar interiores existe uma considerável dissipação de calor por
convecção para o espaço entre o vidro e a protecção que será transmitido ao interior pelo
movimento do ar. São, por esta razão, menos
menos eficientes que os exteriores.
Ventilação
69 Bom estudo...
2.7.4 Sistemas solares passivos
Importa deixar bem claro o que se entende por sistema solar passivo, é então aquele em que
toda a energia térmica é captada e transferida por meios naturais, ou seja, por radiação,
condução ou convecção natural, sem o recurso a meios externos auxiliares.
Os sistemas solares passivos dividem-se em três grandes grupos, são eles, os sistemas de
ganho directo, sistemas de ganho indirecto e estufas. Adiante veremos as características de
cada um deles.
Algumas das vantagens dos sistemas solares passivos, globalmente aceites, são as
seguintes [6]:
Um sistema de ganho directo, como o próprio nome indica, consiste na captação da radiação
solar para o interior do edifício através dos envidraçados, preferencialmente expostos a sul.
Contudo não é suficiente que essa energia penetre no edifício, é também necessário
armazena-la, para que durante a noite seja libertada e assim diminua a amplitude térmica
interior.
70 Bom estudo...
Ilustração 18 – Representação esquemática de um sistema de ganho directo [1].
71 Bom estudo...
Ilustração 19 – Variação térmica diária função da relação entre a superfície acumuladora e a superfície de
envidraçado [1].
72 Bom estudo...
Ilustração 20 – Sombreadores solares para controlo da radiação solar [1].
Vantagens e inconvenientes
Vantagens
- baixo preço (discutível devido ao uso de materiais com massas elevadas sem
razões estruturais);
Inconvenientes
73 Bom estudo...
- degradação dos materiais (devido à exposição directa dos raios solares,
nomeadamente os ultravioletas).
74 Bom estudo...
O espaço de ar que existe entre o vidro e a parede colectora pode ter ou não ventilação para
o interior. Quando existe essa ventilação o sistema designa-se por parede de Trombe, que é
o nome do seu criador, e neste caso as trocas de calor também se dão por troca de ar entre
as duas zonas.
Ilustração 22 – Vários tipos de paredes de acumulação térmica. A) parede irradiante; B) parede com ventilação;
C) acumulação com contentores de água; D) combinação de contentores de água e alvenaria; E) enrocamento e
contentores (garrafas de água); F) enrocamento e sistema de ventilação dupla independente [1].
No Verão este sistema pode conduzir a sobreaquecimentos elevados, devem por isso, ser
utilizados dispositivos de sombreamento. Todavia, as paredes colectoras com ventilação,
permitem a circulação do ar proveniente do interior, através do espaço intermédio para o
exterior, por meio de uma abertura na parte superior do vidro.
75 Bom estudo...
Ilustração 23 – Representação esquemática do funcionamento de uma parede com ventilação [1].
Os sistemas de ganho indirecto têm uma inércia térmica elevada, são por isso reguladores
das amplitudes térmicas interiores, permitindo a transferência da energia térmica captada
com desfasamentos que podem ir até às 8horas . Este desfasamento varia consoante o tipo
de parede (com ou sem ventilação, sólida ou liquida, maior ou menor espessura), diminui com
a ventilação e aumenta com a espessura.
Vantagens e inconvenientes
Vantagens
76 Bom estudo...
- possibilidade de arrefecimento na estação quente (nos sistemas com ventilação é
possível uma corrente termo sifão dirigida para o exterior);
Inconvenientes
Estufas
São sistemas
stemas que combinam os princípios térmicos dos sistemas de ganho directo e
indirecto. De uma forma muito sucinta, podem descrever-se
descrever se como compartimentos com
fachadas e coberturas quase totalmente envidraçados, orientados a sul, tendo no interior
massas térmicas
rmicas elevadas para armazenamento do calor.
77 Bom estudo...
As grandes áreas de envidraçados permitem grande captação de ganhos directos, enquanto
que as grandes massa térmicas do interior, nomeadamente a parede contígua ao
compartimento que se pretende aquecer, permite a captação de ganhos indirectos.
Devem ser previstos dispositivos de ventilação e sombreamento, como nos dois sistemas
referidos anteriormente. No entanto, deve ainda considerar-se a possibilidade de isolar
78 Bom estudo...
completamente a estufa do edifício ou de a desactivar durante estação quente, pois se não,
será previsível o sobreaquecimento e os consequentes inconvenientes para os ocupantes.
Vantagens e inconvenientes
Vantagens
79 Bom estudo...
- adaptáveis a edifícios já existentes;
Inconvenientes
Humidade de construção
Os materiais aplicados na construção, por um lado estão sujeitos à acção directa da chuva e
além disso grande parte deles usam água na sua confecção e ou aplicação.
80 Bom estudo...
condutibilidade térmica dos materiais aumente, pois esta varia com o teor de humidade, o que
com frequentemente conduz ao aparecimento de manchas
m has de humidade ou condensações.
Humidade do terreno
A ascensão
ão de água nas paredes é função daa porometria dos materiais constituintes ( quanto
menor o diâmetro dos poros maior a altura teórica),
teórica) daa quantidade de água em contacto com
a parede e das
as condições de evaporação da água.
água
81 Bom estudo...
Ilustração 30 – Altura de ascensão em função das condições de evaporação
O processo de ascensão
scensão de água nas paredes passa, numa primeira fase, pela dissolução
d
dos sais existentes no terreno e nos materiais de construção,
construção seguida do transporte
ransporte através
da parede para níveis superiores,
superior , evaporação do solvente e concentração dos sais.
sais
Acontecem fenómenos de higroscopicidade. Esta concentração dos sais conduz à
colmatação dos poros e consequente redução
r da permeabilidade ao vapor.
Humidade de precipitação
O aumento do teor de água faz diminuir a temperatura superficial dos materiais conduzindo a
condensações e ao aparecimento de manchas de humidade de dimensões variáveis nos
paramentos interiores das paredes exteriores. Estas anomalias aparecem e desaparecem
em função da ocorrência de precipitação. Nas zonas que sofreram humedecimento surgem ,
não poucas vezes, bolores, eflorescências e criptoflorescências.
Humidade de condensação
82 Bom estudo...
A humidade de condensação subdivide-se
subdivide se em condensação superficial e condensação
interna.
Se a pressão de vapor instalada no interior dos elementos da envolvente for maior do que a
pressão de saturação, então dá-se
dá a condensação interna. A condensação
ondensação interna depende
das características
aracterísticas de isolamento térmico dos diferentes materiais,
materiais, pois estes condicionam
c as
temperaturas no interior, logo as pressões de saturação em cada ponto e das características
de permeabilidade ao vapor de água dos materiais, que condicionam
ndicionam as variações da pressão
parcial.
83 Bom estudo...
Humidade devida a fenómenos de higroscopicidade
84 Bom estudo...
Este tipo de reparação de anomalias provocadas pela humidade apenas resolve os
problemas temporariamente, não constituindo de forma alguma uma solução definitiva.
Enquanto persistirem as causas, as anomalias continuarão a ocorrer.
Na generalidade dos casos a ocultação das anomalias é uma solução bastante económica e
que consegue resolver definitivamente os problemas de humidade. Este tipo de intervenção
85 Bom estudo...
não actua directamente sobre as causas, pois elas persistem, mas para o utilizador o
problema deixa de estar aparente e por isso resolvido.
A eliminação das causas das anomalias, corta o mal pela raiz, e por isso constitui o tipo de
intervenção mais eficaz e completa. Em muitos casos, estas intervenções não são possíveis
86 Bom estudo...
realizar ou implicam trabalhos bastante complexos que devem ser devidamente ponderadas
na respectiva fase de concepção.
O reforço das características funcionais dos elementos de construção visa corrigir situações
de inadequação desses elementos face às respectivas exigências funcionais. Estas
correcções podem eliminar, de forma directa ou indirecta, diversas anomalias imputáveis à
humidade.
Exemplo:
87 Bom estudo...
Imagine-se uma parede que sofre conjuntamente a acção de infiltrações de água da chuva e
de ascensão de água do terreno, de forma a que toda a parede ao nível do rés-do-chão seja
afectada. Ao combater apenas as infiltrações de água da chuva, impermeabilizando o
paramento exterior da parede com um material que, além de ser impermeável à água, o fosse
também ao seu vapor, correr-se-ia o sério risco de ver aumentada a altura atingida pela
ascensão de água do terreno, que poderia em casos extremos superar o nível do piso
superior, e a possibilidade de ocorrência de condensações no interior da parede.
A utilização corrente das habitações inclui actividades de que resultam substâncias poluentes
cuja remoção é necessária para a existência de um ambiente adequado à permanência dos
ocupantes. Essas substâncias, entre as quais se destacam o vapor de água, o dióxido de
carbono, o monóxido de carbono e odores, resultam principalmente da actividade fisiológica
humana, da combustão nos aparelhos termo domésticos e de actividades domésticas como a
preparação dos alimentos, a lavagem e secagem de loiça e de roupa e a utilização das
instalações sanitárias.
Para que o ambiente seja adequado quer à permanência das pessoas quer à realização das
diversas actividades, nomeadamente garantindo o comburente necessário à realização de
combustões completas, é necessário proceder à exaustão dos poluentes e à admissão de ar
limpo do exterior. No caso da ventilação natural estes objectivos são promovidos
simultaneamente pela diferença de pressão gerada por acção do vento entre as fachadas dos
edifícios e pela alteração da densidade do ar por acção da temperatura. O aquecimento do
interior dos edifícios, que decorre da actividade aí desenvolvida, dos ganhos solares através
dos vãos envidraçados e do funcionamento dos aparelhos de aquecimento, intensifica a
acção da ventilação e tem um papel fundamental em situações climáticas de Inverno.
A ventilação deve ser controlada de forma a não gerar correntes de ar incómodas para os
ocupantes e a não incrementar, desnecessariamente, as perdas energéticas nos meses em
que, por razões de conforto térmico, é necessário proceder ao aquecimento das habitações.
88 Bom estudo...
domésticos de uso corrente nas cozinhas das habitações. São tidas ainda em conta as regras
a observar na construção de condutas de fumos que sirvam compartimentos com chaminés
de fogo aberto ou onde possam ser instalados aparelhos de aquecimento do tipo ligado que
utilizem combustíveis com produção significativa de gases na queima.
Tabela 14 - Libertação de calor, produção de dióxido de carbono e vapor de água no metabolismo humano
89 Bom estudo...
2.9.1 Critérios de ventilação em edifícios de habitação multifamiliares
Para que a ventilação se possa dizer geral e permanente é necessário que haja uma
ventilação natural efectiva, o que implica prever aberturas através da envolvente do edifício,
dos limites internos dos diversos espaços e funcionando em permanência e cuja obstrução,
ainda que parcial, não é admissível. Estas aberturas poderão estar providas de dispositivos
de regulação que permitam o controlo das taxas de renovação de ar, mas em caso algum
poderão inibir a ventilação na totalidade. O facto de o efeito térmico estar essencialmente
limitado à estação fria obriga a considerar em separado a ventilação em situação de Inverno
(entendida como a fase em que ocorrem diferenças de temperatura entre o interior das
habitações e o exterior dos edifícios superiores a 8 ºC) e a ventilação em situação de verão
(situação em que não ocorre tal diferença de temperatura).
Habitações
A ventilação das habitações deve ser geral e permanente, mesmo nos períodos em que a
temperatura exterior obriga a manter as janelas fechadas.
90 Bom estudo...
Ilustração 33 - Ventilação conjunta de toda a habitação
Na ventilação separada de sectores da habitação para cada sector da habitação devem ser
previstas aberturas de ventilação (admissão e exaustão) independentes, sendo os sectores
compartimentados de forma a que não haja interferência entre os esquemas de ventilação
adoptados.
91 Bom estudo...
Ilustração 34 - Ventilação separada de sectores da habitação
Os compartimentos principais devem ter vãos nas paredes em comunicação directa com o
exterior, por forma serem arejados sobretudo por abertura das janelas.
As cozinhas devem possuir condutas de exaustão dos produtos da combustão do gás dos
aparelhos termo domésticos e pelo menos um vão em comunicação directa com o exterior.
92 Bom estudo...
Arrecadações
A ventilação das arrecadações deve ser conseguida com recurso a aberturas praticadas em
fachadas de orientação diferente, tirando partido das diferenças de pressão geradas pelo
vento, ou por condutas, quando as arrecadações não forem limitadas por paredes exteriores.
Comunicações interiores
A ventilação das comunicações interiores deve ser compatível com a sua desenfumagem
passiva em caso de incêndio. Os meios de ventilação a adoptar dependem da altura de
referência do edifício. Quando forem utilizados sistemas de desenfumagem activos, a
ventilação em situação corrente também deve ser efectuada por meios mecânicos.
Em edifícios com altura menor ou igual a 9m, se não existirem portas de separação entre as
comunicações horizontais interiores e as escadas, a ventilação pode ser conjunta
abrangendo quer as comunicações horizontais quer as escadas e deve ser conseguida
através de aberturas de admissão de ar exterior nos extremos das comunicações horizontais
mais afastados das escadas e de aberturas permanentes no topo da caixa de escada.
93 Bom estudo...
Ilustração 36 – Ventilação conjunta de comunicações horizontais e escadas
Neste caso a ventilação das comunicações horizontais comuns pode ser realizada quer por
tiragem térmica ao longo de condutas colectivas
colectivas com ramais da altura de um piso - umas de
admissão de ar exterior, com entrada de ar situada ao nível da base do edifício, e outras de
exaustão com rejeição por abertura situada ao nível da cobertura, quer por arejamento,
através de aberturas permanentes.
permanentes. A ventilação das escadas interiores pode ser realizada
por arejamento, através de aberturas permanentes praticadas em cada piso ou por tiragem
térmica, através de aberturas permanentes situadas na base e no topo da caixa de escada.
Em edifícios com alturaa acima dos 28m mas não superior a 60m é admissível a utilização de
sistemas de ventilação natural em comunicações interiores quando estas são
ão separadas
entre si por uma câmara corta-fogo
fogo exterior,
exterior quando as comunicações horizontais interiores
conduzem a escadas
scadas exteriores e quando
uando as escadas interiores estão ligadas a
comunicações horizontais exteriores.
exteriores Nestes casos as técnicas de ventilação a utilizar são
idênticas às indicadas para edifícios com altura compreendida entre 9 e 28 m. Nas restantes
situações deve recorrer-se
se a ventilação mecânica.
mecânic
94 Bom estudo...
Ilustração 37 – Exemplo de ventilação separada das CHC’s e escadas
A ventilação dos espaços para serviços deve ser realizada por arejamento através de
aberturas ou condutas que comuniquem com o exterior. Em alguns casos especiais é
admissível que a ventilação seja feita através de espaços adjacentes interiores, que deverão
ser devidamente ventilados.
95 Bom estudo...
A compartimentação no interior dos parques de estacionamento cobertos não pode
inviabilizar a ventilação, deve ter aberturas amplas, com orientação similar à das aberturas
praticadas nas fachadas, que possibilitem o varrimento desse espaço por acção do vento.
A ventilação das habitações em edifícios de habitação uni familiares deve ser geral e
permanente durante os períodos em que a temperatura exterior obriga a manter as janelas
fechadas. Dada a pequena altura destes edifícios e a consequente dificuldade de gerar a
circulação de caudais de ar adequados por efeito de chaminé quando as diferenças de
temperatura entre o interior e o exterior são reduzidas, admite-se a possibilidade de os
compartimentos principais, em momentos de utilização mais intensa, serem ventilados por
abertura das janelas, mesmo em situação de Inverno.
Todas as recomendações existentes para edifício multifamiliares devem ser aplicadas a este
tipo de edifícios com as devidas alterações pois estes são na generalidade bastante mais
baixos.
96 Bom estudo...
3. Bibliografia
[1] – MOITA, Francisco – “Energia solar passiva 1” - DGE, INCM, Lisboa, 1988.
[3] – FREITAS, Vasco Peixoto de; PINTO, Manuel – “Metodologia para definição exigencial
de isolantes térmicos” – Nota de informação técnica–NIT-001-LFC-1997, FEUP, 1997.
[9] – ALVES, Sérgio; HIPÓLITI, Sousa – “Paredes exteriores de edifícios em pano simples”,
Lidel, 2003
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