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Material Didático

“TÓPICOS SOBRE
DIMENSIONAMENTO DE
TRANSFORMADORES PARA
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO”

Março 2014

1
PROCOBRE – Instituto Brasileiro do Cobre

É uma rede de instituições latino americanas cuja missão é a promoção


do uso do cobre, impulsionando a investigação e o desenvolvimento de novas
aplicações, para a melhoria da qualidade de vida e o progresso da sociedade.

O PROCOBRE faz parte da International Copper Association (ICA), com


sede em Nova Iorque, encarregada de liderar a promoção do cobre a nível
mundial.

LAT-EFEI – Laboratório de Alta Tensão da Unifei

O Laboratório de Alta Tensão da Universidade Federal de Itajubá foi


criado em 1963. Com o objetivo de oferecer aulas práticas, sobre tópicos em
alta tensão e atender as concessionárias de energia elétrica e a indústria
nacional na realização de ensaios elétricos para sistemas de média tensão.

Atualmente, o LAT-EFEI segue realizando pesquisas para empresas do


setor elétrico na área de desempenho de equipamentos e componentes para
redes de média tensão. Uma vertente compreende os transformadores
distribuição com o foco na eficiência, análise térmica e confiabilidade do
produto frente a descargas atmosféricas. O LAT-EFEI é hoje um dos
laboratórios autorizados pelo IMETRO para a execução de ensaios em
transformadores de distribuição para o Programa Brasileiro de Etiquetagem –
PBE de transformadores.

2
Índice

Apresentação ........................................................................................................... 3
Sistemas de Distribuição – Natureza, Análise das Cargas e Definições ....................... 4
A Natureza das Cargas ................................................................................................................4
Definições ...................................................................................................................................4
Análise da Carga de Consumidores Individuais ..........................................................................5
O Carregamento dos Transformadores de Distribuição ............................................................7
Carga dos Alimentadores .........................................................................................................15
Cálculo de Queda de Tensão Utilizando Cargas Alocadas........................................................21
Bibliografia ...............................................................................................................................25

Noções de Engenharia Econômica Aplicada a Análise de Investimentos e sua


Aplicação aos Sistemas de Distribuição ................................................................... 26
Introdução ................................................................................................................................26
Noções de Matemática Financeira ...........................................................................................28
Análise Financeira de Alternativas de Investimento ................................................................34
Sistemas Bancários ...................................................................................................................37
Comentários .............................................................................................................................39
Bibliografia ...............................................................................................................................44

Estudos sobre Perdas e Vida Útil de Transformadores de Distribuição .................... 45


Perdas Econômicas Oriundas da Sobrecarga de Transformadores de Distribuição ................45
Análise de Perda de Vida Útil Técnica e Econômica dos Transformadores de Distribuição ....49
Efeito do Desbalanço de Carga nas Perdas Técnicas de Transformadores de Distribuição.....57
Bibliografia ...............................................................................................................................62

3
Apresentação

ICA-PROCOBRE vem trabalhando em ações que fomentam a aplicação


de conceitos e recomendações, surgidas a partir de diversas normas tanto
locais como internacionais, com a finalidade de elevar a eficiência energética e
diminuir o impacto ambiental no planeta.

Derivado de novos desenvolvimentos tecnológicos e analisando as


oportunidades que brindam a globalização, ICA-PROCOBRE elabora manuais
e documentos para capacitação em diversas áreas de aplicação tecnológica
como aporte, neste caso, a Instituições Educativas e Empresas de Distribuição
de Energia Elétrica no Brasil e na América Latina.

Este Material Didático, intitulado “TÓPICOS SOBRE


DIMENSIONAMENTO DE TRANSFORMADORES PARA SISTEMAS DE
DISTRIBUIÇÃO” busca agregar conhecimento adicional na capacitação da
mão obra de nível técnico”.

Nele são apresentadas definições, análise das cargas presentes no


sistema de distribuição, métodos para o dimensionamento de transformadores,
ferramentas para a análise e comparação de alternativas de forma econômica,
passível de ser aplicável não somente a transformadores, mas a qualquer
investimento na rede de distribuição. Por fim, trás uma série de três estudos
sobre perdas e vida útil de transformadores de distribuição.

O projeto deste Material Didático foi baseado em competências, que


ajudam os leitores a desenvolver habilidades para ser capaz de aplicar os
conceitos envolvidos, bem como, para que instituições de ensino facilitem a
inclusão dos temas no conteúdo do currículo.

4
Capítulo 1

SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO – NATUREZA, ANÁLISE


DAS CARGAS E DEFINIÇÕES.

5
1. A NATUREZA DAS CARGAS  Demanda

A modelagem e análise dos Carga média durante um período


específico.
sistemas de potência depende
fundamentalmente da carga. No • A carga pode ser expressa em kW, kVAr,
entanto, surge uma pergunta: “O que kVA ou A.
é carga?” O interessante neste caso
é que a resposta para esta pergunta • Deve incluir o intervalo de tempo
depende de qual é o tipo de análise Exemplo: A demanda a cada 15
desejada. Por exemplo, a análise de minutos em kW é de 100 kW
regime permanente – Estudo de
Fluxo de Potência – em um sistema  Demanda Máxima
de transmissão requer uma definição
Maior de todas as demandas que
diferente de carga do que a usada na ocorrem durante um período de tempo
análise do comportamento de um específico
circuito secundário de um
transformador de um alimentador de • Deve incluir intervalo de medição da
demanda, período específico e unidades
distribuição.
Exemplo: A demanda máxima a
O principal problema para cada 15 minutos em kW da semana foi de
estas análises é que as cargas 150 kW
conectadas aos sistemas de potência
sofrem constante variação e quanto  Demanda Média
mais próximo do consumidor final se A média das demandas durante um
situa o ponto de observação mais período de tempo específico (Dia,
pronunciada é a sua flutuação. Em Semana, Mês, etc.)
suma é possível afirmar que, no • Deve incluir intervalo de medição da
sentido literal da palavra, não existe demanda, período específico e unidades
uma carga em regime permanente.
Finalmente, dentro deste contexto, Exemplo: A demanda média a cada
para se ter um bom conhecimento da 15 minutos em kW do mês foi de 350 kW.
carga conectada a um sistema  Demanda Diversificada
elétrico é necessário primeiramente
conhecer o comportamento das Soma das demandas impostas por um
grupo de cargas durante um período
cargas individuais dos consumidores. específico de tempo.
2. DEFINIÇÕES
• Deve incluir intervalo de medição da
demanda, período específico e unidades
Conforme discutido, a carga
que um consumidor individual ou um Exemplo: A demanda diversificada a cada
15 minutos em kW no período que se
grupo de consumidores apresenta encerrou as 9:30 Horas foi de 200 kW.
para um sistema de distribuição está
em constante variação uma vez que  Demanda Máxima Diversificada
uma lâmpada ou um dispositivo
Valor máximo da soma das demandas
elétrico é ligado ou desligado, a carga impostas por um grupo de cargas
vista pelo sistema muda. Deste durante um período específico de tempo.
modo, para facilitar a descrição do
comportamento variável das cargas • Deve incluir intervalo de medição da
demanda, período específico e unidades
definem-se os seguintes termos:

6
Exemplo: A demanda máxima 6
diversificada a cada 15 minutos em kW da Demanda Instantânea
Demanda Média
semana foi de 500 kW.

Demanda - 15 Minutos [kW]


5

 Demanda Máxima Não Coincidente


4
Para um grupo de cargas é a soma das
demandas individuais máximas sem
nenhuma restrição ocorrência simultânea 3

no tempo
2
• Deve incluir intervalo de medição da
demanda, período específico e unidades
1

Exemplo: A demanda máxima não 6:00 6:15 6:30 6:45


Hora do Dia
coincidente a cada 15 minutos em kW da
semana foi de 700 kW. Figura 1 – Curva de Demanda de um
Consumidor
 Fator de Demanda
3.1 DEMANDA
Razão entre demanda máxima e carga
conectada. De modo a definir a carga, a
curva de demanda é dividida em
 Fator de Utilização intervalos de tempo iguais. Na Figura
1 foi escolhido o intervalo de tempo
Razão entre demanda máxima e a de 15 minutos. Para cada intervalo de
potência máxima instalada. tempo foi determinado o valor médio
da demanda. Na Figura 1 as linhas
 Fator de Carga
retas representam a carga média no
Razão entre a demanda média de um intervalo de tempo de 15 minutos.
consumidor individual ou grupo de Quanto mais curto for o intervalo de
consumidores durante um período de tempo, mais exato é o modelo para a
tempo e a sua demanda máxima. carga representada. Esse processo é
similar a um procedimento de
 Fator de Diversidade integração numérica. O valor médio
Razão entre a demanda máxima não
da carga no intervalo de tempo
coincidente e a demanda máxima definido é a Demanda em kW a cada
diversificada. 15 minutos.
Nota:- É possível discretizar a carga a níveis de
 Diversidade de Carga minuto a minuto, ou em suma, a qualquer
intervalo de tempo. O ponto em questão é que
Diferença entre demanda máxima não existem limites para isto. Primeiro, existem os
coincidente e a máxima demanda limites técnicos da armazenagem e do
diversificada. tratamento de dados. Segundo é necessário
observar que os modelos de carga são
3. ANÁLISE DA CARGA DE associados a outros modelos, por exemplo
mecânicos de cunho térmico. Logo, é
CONSUMIDORES INDIVIDUAIS conveniente verificar a coerência entre as
constantes de tempo. Finalmente, é razoável e
A Figura 1 mostra como a conveniente usar o bom senso.
carga instantânea em kW de um
consumidor varia durante dois A Figura 2 mostra a Curva de
intervalos consecutivos de tempo de Demanda em kW a cada 15 minutos
15 minutos. no período de 24 horas de um

7
consumidor genérico. Esta curva é 96
desenvolvida a partir de uma planilha ∑ D [ kW ]15 − Minutos i
que fornece a demanda em kW para i =1
kWh = (1)
cada 15 minutos para um período de 4
24 horas.
Durante o período de 24 horas
7
o consumidor da Figura 2 consome
energia – kWh. A energia total
6
consumida durante o dia é o
Demanda - 15 Minutos [kW]

5
somatório de todos os consumos nos
intervalos de 15 minutos.
4
Na Figura 2 a energia total
3
consumida durante 24 horas pelo
Consumidor #1 é 63,18 kWh.
2
Finalmente, a demanda média
1
em kW a cada 15 minutos é calculada
pela Equação 2:
0
E
0:00 4:00 8:00 12:00
Horas do Dia
16:00 20:00 0:00
DMédia15 − Minutos = Total (2)
Horas
Figura 2 – Curva de Demanda em kW
onde:
a cada 15 minutos para o período de
24 Horas do Consumidor – 1 ETotal - Energia Total [kWh]
3.2 DEMANDA MÁXIMA
63 ,18
A curva de demanda mostrada DMédia15 − Minutos =
na Figura 2 representa um
24
consumidor residencial típico. Cada Logo:
barra fornece a demanda em kW a
cada 15 minutos. Neste caso é DMédia 15 − Minutos = 2 ,63 kW
conveniente notar que durante o
período de 24 horas ocorre uma 3.4 FATOR DE CARGA
grande variação da demanda. Este
consumidor em particular apresenta 3 “Fator de Carga” é um termo
períodos em que a demanda em kW freqüentemente utilizado quando se
excede o valor de 6 kW. O maior descreve uma carga. Ele é definido
deles é a demanda máxima em kW a como a razão entre a demanda média
cada 15 minutos. Para este e a demanda máxima. Em muitos
consumidor a demanda máxima em casos o fator de carga fornece uma
kW a cada 15 minutos ocorre às indicação de como os recursos do
13:15 e tem o valor de 6.34 kW. serviço público estão sendo
utilizados. Do ponto de vista das
concessionários de serviço público, o
3.3 DEMANDA MÉDIA fator de carga ótimo deve ser 1,0 uma
A energia em kWh consumida vez que os sistemas são projetados
durante um dia é calculada conforme para fornecer a demanda máxima.
a Equação 1. Deste modo, algumas vezes as
concessionárias encorajam vários

8
consumidores a aumentarem seus estes consumidores demonstram que
fatores de carga. Um dos métodos pode existir uma grande diversidade
utilizados é apenar os consumidores entre as cargas individuais
que têm um baixo fator de carga nas conectadas a um transformador.
suas contas de energia.
Para o Consumidor #1,
conforme mostra a Figura 2 o fator de
carga é computado pela Equação 3, 7

onde o fator de potência é constante.


6

DMédia15 − Minutos

Demanda - 15 Minutos [kW]


FC = (3)
5

DMáxima15 − Minutos
4

Logo: 3

2 ,63
FC = = 0 ,415 2

6 ,34
1

4. O CARREGAMENTO DOS 0

TRANSFORMADORES DE 0:00 4:00 8:00 12:00 16:00 20:00 0:00


Horas do Dia
DISTRIBUIÇÃO
Figura 3 – Curva de Demanda em kW
De modo geral, um a cada 15 minutos para o período de
transformador de distribuição fornece 24 Horas do Consumidor – 2
energia para mais de um consumidor.
Cada consumidor apresenta uma
curva de demanda similar à mostrada
na Figura 2. No entanto, os picos, os
vales e as demandas máximas são 7

diferentes para cada consumidor. As


6
Figuras 3, 4 e 5 mostram curvas de
Demanda - 15 Minutos [kW]

demanda para três consumidores 5


adicionais conectados ao
transformador de distribuição que 4
alimenta o Consumidor #1. As
curvas de carga para os quatro 3

consumidores mostram que cada um


apresenta uma característica própria 2

de carregamento e independente,
1
função de seus hábitos de consumo.
A demanda máxima individual em kW 0
dos consumidores ocorrem em 0:00 4:00 8:00 12:00 16:00 20:00 0:00
momentos diferentes do dia. O Horas do Dia
Consumidor #3 é o único que possui
Figura 4 – Curva de Demanda em kW
um fator de carga alto. Um resumo
a cada 15 minutos para o período de
das cargas individuais é mostrado na
24 Horas do Consumidor – 3
Tabela 1 e, conforme escolhidos,

9
CONSUMIDOR CONSUMIDOR CONSUMIDOR CONSUMIDOR
#1 #2 #3 #4
CONSUMO DE ENERGIA [KWH] 63.18 40.46 97.45 43.00
DEMANDA MÁXIMA [KW] 6.34 6.97 4.95 6.96
INSTANTE DA DEMANDA MÁXIMA 13:15 11:30 6:45 20:30
DEMANDA MÉDIA [KW] 2.63 1.68 4.06 1.79
FATOR DE CARGA 0.415 0.240 0.802 0.257
Tabela 1- Características Individuais da Carga dos Consumidores
Exemplo
7 20
19
18
6 17

Demanda - 15 Minutos [kW]


16
Demanda - 15 Minutos [kW]

15
5 14
13
12
4 11
10
9
3 8
7
6
2 5
4
3
2
1
1
0
0 0:00 4:00 8:00 12:00 16:00 20:00 0:00
0:00 4:00 8:00 12:00 16:00 20:00 0:00
Horas do Dia
Horas do Dia
Figura 6 – Curva de Demanda
Figura 5 – Curva de Demanda em kW Diversificada em kW a cada 15
a cada 15 minutos para o período de minutos para o período de 24 Horas
24 Horas do Consumidor – 4 para o Grupo de 4 Consumidores

4.2 MÁXIMA DEMANDA


4.1 DEMANDA DIVERSIFICADA
DIVERSIFICADA

Assumindo que os 4 A curva de demanda para o


consumidores são alimentados por transformador de distribuição
um único transformador de conforme mostra a Figura 6
distribuição. A soma, a cada intervalo demonstra como as cargas dos
de tempo, das quatro demandas em consumidores combinadas começam
kW a cada 15 minutos é a Demanda suavizar as mudanças extremas das
Diversificada para o grupo de cargas individuais. Neste caso, a
consumidores e, neste caso, para o demanda em kW a cada 15 minutos
período de 24 Horas, conforme excede 16 kW duas vezes. A maior
mostrado pela Figura 6. Neste caso, delas é a Máxima Demanda
é conveniente notar como a curva de Diversificada em kW a cada 15
demanda se apresenta de forma mais minutos – DMD do transformador. No
suave, ou seja, já não ocorrem tantas presente exemplo, ela ocorre às
mudanças significativas como as 17:30 com o valor de 19.14 kW. É
verificadas em algumas das curvas conveniente notar que a Máxima
para os consumidores individuais. Demanda Diversificada não ocorre no

10
mesmo instante de nenhuma das devido uma condição de sobre-carga,
Máximas Demandas Individuais e ou ainda, carregamento superior ao
nem é igual a soma das mesmas. nominal.
4.3 CURVA DE PERMANÊNCIA Nota:- Neste ponto é interessante
DE CARGA estabelecer a diferença entre sobre-cargas
(Níveis de carregamento que resultam em
Uma curva de permanência de perda de vida útil técnica superior ao
considerado adequado) e carregamentos
carga pode ser desenvolvida para a superiores ao nominal (Níveis de
unidade transformadora que alimenta carregamento que resultam em perda de vida
os quatro consumidores acima. Neste útil até o limite do adequado)
caso, é obtida a característica de
permanência de carga mostrada na A partir da curva de
Figura 7. As características de permanência de carga e de um tempo
permanência de carga fornecem a máximo no qual o nível de
demanda em kW a cada 15 minutos carregamento é superior ao nominal,
versus a porcentagem de tempo em da relação admissível entre a
que o transformador opera acima ou demanda máxima e a potência
na demanda especificada. nominal do transformador, bem como
da taxa de crescimento da demanda
20
em um determinado período de
18 tempo e o fator de potência da carga
é possível definir valores para a
Demanda 15 - Minutos [kW]

16
potência nominal do transformador.
14
Nota:- A definição da relação entre a
12
demanda máxima de um transformador e sua
potência nominal leva em conta dois
10 aspectos, ou seja: A perda da vida útil no
período de tempo e os custos das perdas ao
8 se suprir esta demanda. Notar que aplicar um
carregamento superior ao nominal da ordem
6 de 1.3 p.u. implica em admitir uma perda nos
enrolamentos (perdas série) da ordem de
4
1.69 p.u.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Porcentagem das 24 Horas
Deste modo, considerando
Figura 7 – Curva de Permanência de uma relação entre a demanda
Carga - Base Demanda em kW a máxima e a potência nominal do
cada 15 minutos para o período de 24 transformador – FS da ordem de 1.4
Horas para o Grupo de 4 seja, escolher a potência nominal do
Consumidores transformador – SNTR para atender a
carga modeladas pelas Figuras 6 e 7.
Por exemplo, a Característica
de Permanência de Carga mostrada DMáxima15 − Minutos
na Figura 7 indica que o FS = (4)
transformador apresenta uma SN cos ϕ
Demanda em kW a cada 15 minutos TR
de 12 kW ou mais em 25% do seu
tempo de operação. Esta 19.14
SN = ≈ 15 kVA
característica pode ser utilizada para TR 1.4 ∗ 0.92
determinar se um transformador
precisa ser substituído, por exemplo,

11
A Figura 8 mostra a relação SN ≈ 25 kVA
entre a potência nominal e o período TR
de tempo operando sob potência
Neste caso o transformador de
acima da nominal.
25 kVA opera com um “Fator de
22 Carregamento Máximo” – FCMax inicial
20
conforme a Equação 6.

DMax15 − Minutos
Demanda 15 - Minutos [kVA]

18 1:45 Horas

16 FCMAx = (6)
15 kVA SN cos ϕ
14 TR
12
Ou seja:
10

19 ,4
8
FCMAx = ≈ 0 ,84
6 25 * 0 ,92
4
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Considerando um período de
Porcentagem das 24 Horas tempo de análise – n =20 anos e
uma taxa de crescimento de carga
Figura 8 – Curva de Permanência de anual – k = 4% ao ano vem:
Carga - Base Demanda em kVA a
cada 15 minutos versus Potência 19.14
Nominal do Transformador SN = ( 1 + 0.04 )20
TR 1.4 ∗ 0.92
Segundo a Equação 3 o Fator
de Carga – FC deste transformador é:
SN ≈ 37 ,5 kVA
10 ,17 TR
FC = = 0 ,531
19 ,4 Neste caso o transformador de
37.5 kVA opera com um “Fator de
Considerando uma taxa de Carregamento Máximo” – FCMax inicial
crescimento de carga anual – k e um de:
período de tempo de análise – n anos
obtém-se: 19 ,4
FCMAX = ≈ 0 ,56
37 ,5 * 0 ,92
DMax15 − Minutos
FS = ( 1 + k )n (5) Assumindo uma solução com
SN cos ϕ
TR base em transformadores de 50 kVA
é obtido um “Fator de Carregamento
Logo, para uma taxa de Máximo” – FCMax inicial de:
crescimento de carga anual – k = 4%
ao ano e um período de tempo de 19 ,4
análise – n =10 anos vem: FCMAx = ≈ 0 ,42
50 * 0 ,92
19.14
SN = ( 1 + 0.04 )10 A relação entre a demanda
TR 1.4 ∗ 0.92 máxima e a potência nominal deste
transformador – FS, no fim do seu

12
período de vida útil de 20 anos, superiores ao admissível para os materiais
segundo a Equação 5 é da ordem de: isolantes utilizados. A segunda é o custo das
perdas nos enrolamentos associada com a
circulação de correntes de carga eleva, uma
19.14
FS = ( 1 + 0.04 )20 vez que as perdas dependem do quadrado
da corrente, ou seja, da potência. Neste
50 ∗ 0.92 caso, o custo das perdas série para um valor
de FS = 1,82 é da ordem de 3,31 vezes o
FS ≈ 0 ,91 custo destas perdas para um carregamento
nominal. Deste modo, existem limites
Como observado este técnicos e econômicos que definem o
período de vida útil de um transformador.
transformador “Não entra em
Logo, mesmo que existam condições
carregamento superior ao nominal”. técnicas capazes de permitir que um
transformador opere sob condições de
Para a solução com base nos carreamento superior ao nominal podem
transformadores de 37,5 kVA a existir restrições econômicas ligadas aos
relação entre a demanda máxima e a custos das perdas, assim estes aspectos
potência nominal no fim do seu devem ser cuidadosamente verificados.
período de vida útil de 20 anos, da Um dos pontos que devem ser
ordem de: verificados quando da escolha da
potência nominal de um
FS ≈ 1 ,21 transformador é o seu desempenho
térmico. Esta verificação pode ser
Os transformadores de 37,5 e
realizada de modo simplificado
50 kVA consideram um período de
vida útil de 20 anos que corresponde considerando modelos térmicos
reduzidos ou de forma mais
a uma taxa de depreciação de 5%.
Caso estes sejam os parâmetros sofisticada através de modelos mais
detalhados com o auxílio de
pode-se afirmar que: “As vidas úteis
programas para o cálculo de
técnica e econômica deste
transitórios. Utilizam-se nestes casos
transformador são equivalentes”.
Analogias Eletro – Térmicas. Estes
A Tabela 2 mostra uma procedimentos consideram as
comparação das características dos semelhanças existentes entre o
transformadores com período de vida equacionamento integro-diferencial
útil de 20 anos abordados dos circuitos elétricos e os
anteriormente. mecanismos de fluxo de calor.

POTÊNCIA DO
FCMAX FS
TRANSFORMADOR [KVA]
25 0,84 1,82
37,5 0,56 1,21
50 0,42 0,91
Tabela 2- Características dos
Transformadores Exemplo
Nota:- Um valor elevado para a relação entre
a demanda máxima e a potência nominal de
um transformador – FS possui pelo menos
duas implicações negativas. A primeira é Figura 9 – Equivalente Térmico
sem sombra de dúvida a perda de vida útil Simplificado de um Transformador
por operação em condições de temperatura

13
A Figura 9 mostra o circuito Deste modo:
elétrico simplificado capaz de ΘM − Θ
ΘA
representar de forma equivalente o W Θ s
= ( Θ M − A )sCTH +
processo de aquecimento de um s s RTH
transformador. Logo:
Os parâmetros para o modelo w + ( sCTH +
1
)Θ A
equivalente mostrado na Figura 9 são ΘM =
RTH
retirados dos resultados dos ensaios 1
s ( sCTH + )
a vazio, sob curto e de aquecimento RTH (8)
dos transformadores.
A Equação 7 fornece o valor A Equação 9 é o resultado da
da máxima temperatura em regime aplicação da Anti – Transformada de
permanente para o transformador em Laplace à Equação 8 e descreve no
função de ΘA – Temperatura domínio do tempo o comportamento
Ambiente, W0 – Perdas a Vazio da temperatura máxima do
Nominais, Wcc – Perdas sob Carga transformador, conforme mostrado na
Nominais, SNTR – Potência Nominal Figura 11.
do Transformador e ST – Potência −t
Suprida pelo Transformador. Θ M ( t ) = Θ A + wRTH − wRTH e CTH RTH
(9)
ST 2
Θ Max = Θ A + RTH ( W0 + WCC ( ) ) (7) 100
SNTR
90

A Figura 10 mostra o circuito 80


0.632*∆Θ
elétrico simplificado capaz de 70
∆Θ = 64 οC
representar de forma equivalente o 60
processo de aquecimento de um
50
transformador na sua forma para
equacionamento transitório, aonde 40

por questões de simplicidade as 30


perdas, responsáveis pelo 20
aquecimento foram representadas de +/- 38 min = 2280 seg
forma concentrada – W. 10

0
0 1 2 3 4
Tempo [H]
Figura 11 – Comportamento Térmico
Transitório de um Transformador
A partir das Equações 7 e 9 e
dos dados de ∆Θ - Elevação de
Temperatura e de τΘ - Constante
Térmica são obtidos os dados do
modelo térmico.
Figura 10 – Circuito Equivalente Neste caso, assumindo que W
Térmico Simplificado de um = 320 [W]:
Transformador para Estudos
Transitórios RTH =
∆Θ
=
64
= 0.2 [ oC / W ]
W 320

14
WτΘ 320 * 2280 Coincidente de um grupo de
CTH = = = 11.400 [ sW / oC ]
∆Θ 64 consumidores pela DMD – Demanda
Máxima Diversificada do grupo.
Estes valores podem ser
utilizados em conjunto curva de
DM
FDV = Ñ −C .
permanência de carga e de um tempo DMD
máximo para determinar de forma (10)
conservadora se o transformador
atinge ou não sua temperatura Para o exemplo em questão,
máxima de operação. ou seja, o transformador utilizado
para suprir os quatro consumidores
4.4 DEMANDA MÁXIMA NÃO mostrados nas Figuras 1 a 4 é obtido
COINCIDENTE o seguinte Fator de Diversidade - FDV:
A Demanda Máxima Não 25 ,22
Coincidente em kW a cada 15 FDV = = 1.318
minutos, para o período de 24 Horas
19 ,14
é a soma das demandas máximas em O Fator de Diversidade permite
kW a cada 15 minutos individuais dos calcular a Máxima Demanda
consumidores. No exemplo em Diversificada de um grupo de
questão, conforme mostra a Tabela 1, consumidores, a partir dos valores
este valor é: das Demandas Máximas Individuais.
DMáx = 25 ,22 kW Este conceito considera que o Fator
Ñ −Coincidente
de Diversidade – FDV é uma função
4.5 FATOR DE DIVERSIDADE do número de consumidores. Deste
modo, o valor acima se aplica para a
Conforme a Equação 10, o condição determinada pela existência
Fator de Diversidade – FDV é a razão de 4 consumidores.
entre a Demanda Máxima Não
-1 -1 -1 -1
NC FDV FDV NC FDV FDV NC FDV FDV NC FDV FDV
1 1.00 1.000 21 2.90 0.345 41 3.13 0.319 61 3.18 0.314
2 1.60 0.625 22 2.92 0.342 42 3.13 0.319 62 3.18 0.314
3 1.80 0.556 23 2.94 0.340 43 3.14 0.318 63 3.18 0.314
4 2.10 0.476 24 2.96 0.338 44 3.14 0.318 64 3.19 0.313
5 2.20 0.455 25 2.98 0.336 45 3.14 0.318 65 3.19 0.313
6 2.30 0.434 26 3.00 0.334 46 3.14 0.318 66 3.19 0.313
7 2.40 0.417 27 3.01 0.332 47 3.15 0.317 67 3.19 0.313
8 2.55 0.392 28 3.02 0.331 48 3.15 0.317 68 3.19 0.313
9 2.60 0.385 29 3.04 0.329 49 3.15 0.317 69 3.20 0.312
10 2.65 0.377 30 3.05 0.328 50 3.15 0.317 70 3.20 0.312
11 2.67 0.375 31 3.05 0.328 51 3.15 0.317
12 2.70 0.370 32 3.08 0.325 52 3.15 0.317
13 2.74 0.365 33 3.09 0.324 53 3.16 0.316
14 2.78 0.360 34 3.10 0.323 54 3.16 0.316
15 2.80 0.357 35 3.10 0.323 55 3.16 0.316
16 2.82 0.355 36 3.11 0.322 56 3.17 0.315
17 2.84 0.352 37 3.12 0.320 57 3.17 0.315
18 2.86 0.350 38 3.12 0.320 58 3.17 0.315
19 2.88 0.347 39 3.12 0.320 59 3.18 0.314
20 2.90 0.345 40 3.13 0.319 60 3.18 0.314

15
Tabela 3- Fatores de Diversidade - FDV

3.4 consumidores. Em resumo, tendo


3.2 como ponto de observação a
3 Subestação de Distribuição, a
Fator de Diversidade - FD

2.8 Máxima Demanda Diversificada dos


2.6 de qualquer dos seus alimentadores
2.4 pode ser calculada com base na
2.2 Demanda Máxima Não Coincidente
2 Total de todos os consumidores
1.8 conectados divido por 3.20.
1.6

1.4 4.6 FATOR DE DEMANDA


1.2

1 Qual o Fator de Demanda – FD


0 10 20 30 40 50
Número de Consumidores
60 70 para um consumidor individual, como
por o Consumidor #1? Nesse caso, a
Figura 12 – Fator de Diversidade FDv Demanda Máxima em kW – DMax a
para até 70 Consumidores cada 15 minutos para o período de 24
Horas é de 6.34 kW. Em seqüência,
Caso existisse um número para se determinar o Fator de
maior de consumidores um estudo da Demanda – FD, a Carga Total
carga conectada teria que ser Conectada - CTotal do consumidor
executado para determinar o fator de necessita ser conhecida. A carga total
diversidade. Este processo deve ser conectada é a soma das potências
repetido para todos as quantidades nominais de todos os equipamentos
possíveis de consumidores. elétricos instalados no consumidor.
Considerando que este total é de 35
A Tabela 3 é um exemplo dos kW; o Fator de Demanda – FD é
valores que podem assumir o Fator calculado pela Equação 11.
de Diversidade quando se considera
que o número de consumidores varia
entre 1 e 70. Neste ponto é DMax
conveniente ressaltar que esta tabela FD = (11)
foi construída com dados reais, no CTotal
entanto, distintos dos anteriormente
utilizados e discutidos.
No caso sob análise:
Uma representação gráfica dos
Fatores de Diversidade é mostrada
na Figura 12. Conforme se observa 6 ,34
na Tabela 2 e na Figura 12 o Fator de FD = = 0.181
Diversidade se mantém praticamente 35
constante quando o número de
consumidores alcança 70. Esta é
uma importante observação pois O Fator de Demanda fornece
significa, pelo menos para o sistema uma indicação da porcentagem da
utilizado como base para os dados, carga total de um consumidor que
os Fatores de Diversidade – FDV está conectada no instante em que
permanecem constante após 70 ocorre a demanda máxima. O Fator

16
de Demanda pode ser calculado para DVc = 25 ,22 − 19 ,14 = 6 ,08 [ kW ]
um consumidor individual mas não
para um transformador de distribuição
ou um alimentador. No entanto, estes 13000

12000
conceitos podem ser estendidos.
11000

Demanda - 15 Minutos [kW]


4.7 FATOR DE UTILIZAÇÃO 10000

9000

O fator de utilização fornece 8000

uma indicação de como a capacidade 7000

6000
de um equipamento está sendo
5000
utilizada. Por exemplo, a potência de
4000
um transformador padrão capaz de 3000
suprir as quatro cargas sob análise 2000
neste texto é 15 kVA. Usando o valor 1000
da Máxima Demanda Diversificada de 0
19.14 kW, conforme mostrado pela 0:00 4:00 8:00 12:00 16:00 20:00 0:00
Horas do Dia
Figura 6 e assumindo que o sistema
apresenta um Fator de Potência de Figura 13 – Curva de Demanda em
0.9, vem que a Demanda em kVA a kW a cada 15 minutos para um
cada 15 minutos do transformador é Alimentador Genérico
calculada dividindo-se a Máxima
Demanda Diversificada de 19.14 kW 5. CARGA DOS ALIMENTADORES
pelo fator de potência, o que resulta
em 21.27 kVA. Logo, o Fator de A Característica da Demanda
Utilização – FU é calculado pela em kW a cada 15 minutos de um
Equação 12. alimentador genérico é mostrada na
Figura 13. Conforme é possível notar,
DM kVA a demanda dos alimentadores não
FU = (12)
apresenta variações instantâneas
PTotal
como as observadas individualmente
No caso sob análise: para os consumidores ou, em menor
escala para os transformadores. A
21,27 explicação para este fato se encontra
FU = = 1,42 associada ao elevado grau de
15 aleatoriedade das cargas, na ordem
de centenas, usualmente supridas
4.8 DIVERSIDADE DE CARGA pelos alimentadores.
A Diversidade de Carga – DVC 5.1 ALOCAÇÃO DE CARGA NOS
é definida como a diferença entre a ALIMENTADORES
Demanda Máxima Não Coincidente e
a Máxima Demanda Diversificada. O processo de análise de um
Para o transformador em questão, a sistema de distribuição e do
Diversidade de Carga é calculada comportamento de suas cargas,
pela Equação 13. implica na especificação de um
grande conjunto de dados que
DVc = DM − DMC (13) dependem, sobretudo, do
Ñ −C. detalhamento do modelo escolhido

17
para o alimentador e da energia consumida em kWh e a
disponibilidade dos dados referentes máxima demanda em kW. Para obter
às cargas. essa relação é necessário instalar um
A representação completa de medidor de demanda em cada
um alimentador leva em conta todos residência estudada no levantamento.
os transformadores. Logo, nestes Estes medidores podem ser do tipo
casos é necessário determinar a do utilizado para a obtenção das
carga conectada a cada um dos curvas de demanda anteriormente
transformadores. discutidas, ou podem ser medidores
De um modo geral, existem 4 mais simples que gravam somente a
métodos para a alocação de carga demanda máxima durante um
nos alimentadores, ou seja: determinado período. Ao fim desse
levantamento, é elaborado, para cada
5.1.1 UTILIZAÇÃO DE FATORES DE consumidor, um gráfico da Máxima
DIVERSIDADE Demanda– kW x Energia– kWh. Para
a determinação da Característica
Conforme definido, o FDV – Demanda x Energia é geralmente
Fator de Diversidade é a razão entre utilizado uma regressão linear.
a Demanda Máxima Não Coincidente
de um grupo de consumidores pela Um exemplo de uma
Máxima Demanda Diversificada do característica definida por 15 pontos
grupo. A Tabela 2 mostra valores de consumidores e a sua respectiva
Fatores de Diversidade para um regressão linear é mostrada na
determinado grupo de consumidores. Figura 14.
Uma vez que se pode obter dados
similares aos mostrados na Tabela 2 DM = 0.1058 + 0.005014 EC (9)
para cada uma das classes de
consumidores de uma determinada onde:
região é possível, como mostrado
pela Equação 14, determinar a D M - Demanda Máxima [kW]
máxima demanda diversificada de EC - Energia Consumida [kWh]
cada um dos grupos de
consumidores. 12

DM 10
Demanda Máxima 15 - Minutos [kW]

DMC = Ñ −C . (14)
FDV 8

5.1.2 LEVANTAMENTO DE CARGA 6

Muitas vezes a máxima 4

demanda dos consumidores


individuais é conhecida por meio de 2

medidores de demanda ou da energia


consumida em kWh. Para tanto, 0

algumas empresas distribuidoras de 400 600 800 1000 1200


Energia [kWh]
1400 1600 1800 2000

energia elaboram levantamentos dos Figura 14 – Característica Demanda


perfis de carga dos consumidores, de [kW] x Energia [kWh] para
forma a obter uma relação entre a Consumidores Residenciais

18
O conhecimento da demanda
máxima de cada consumidor é o
primeiro passo do desenvolvimento
no levantamento dos Fatores de
Diversidade, como mostrado na
Tabela 2.
Figura 15 – Ramal N1 – N4 com 3
O próximo passo é realizar um Transformadores e 18 Consumidores
levantamento de carga que permita
determinar a demanda máxima dos DM = 0.2 + 0.008 EC (15)
diversos grupos de consumidores,
conforme determinado pela empresa. CONSUMIDOR #1 #2 #3 #4 #5
Para tanto são selecionados vários KWh 1523 1645 1984 1590 1456

locais onde podem ser instalados KW # 12.4 13.4 16.1 12.9 11.9
medidores de demanda capazes de Tabela 3- Consumidores Conectados
registrar as demandas máximas de ao Transformador T1
grupos de 2 a 70 consumidores.
Como posto, deve-se ressaltar que a A Demanda Máxima em kW -
Demanda Máxima Individual de todos DM a cada 15 minutos para o período
os consumidores a jusante de cada de 24 Horas é dada pela Equação 10,
um destes medidores deve ser como mostrado para o Consumidor
conhecida. De posse desses dados é #1.
calculado o Fator de Diversidade dos
grupos selecionados. DM 1 = 0.2 + 0.008 * 1523 = 12 .4
EXEMPLO – I:
#6 #7 #8 #9 #10 #11
Um ramal de distribuição KWh 1235 1587 1698 1745 2015 1765

alimenta 3 transformadores, conforme KW # 10.1 12.9 13.8 14.2 16.3 14.3


mostrado na Figura 15. A Energia Tabela 4- Consumidores Conectados
Consumida em kWh por cada ao Transformador T2
consumidor durante um determinado
mês é mostrada nas Tabelas 3 a 5. O 12 13 14 15 16 17 18
levantamento de carga para estes KWh 2098 1856 2058 2265 2135 1985 2103
consumidores indica que a Demanda KW # 17.0 15.1 16.7 18.3 17.3 16.1 17.0
Máxima em kW - DM a cada 15 Tabela 5- Consumidores Conectados
minutos para o período de 24 Horas é ao Transformador T3
dada pela Equação 15. Deste modo,
pede-se determinar a potência de Nota:- Os valores de Demanda são
cada transformador, bem como a calculados segundo a Equação 10.
demanda de cada trecho de
alimentador. Considerando as Tabela 3 a 5
são calculadas as Demandas
Máximas Não Coincidentes em kW a
cada 15 minutos para os
Transformadores T1 a T3.

- Transformador T1

19
DMÑ-C = 12.4+13.4+16.1+12.9+11.9 = 66.7 kW DT3 49.0
PT3 = = = 52.3 kVA
Considerando a Tabela 2 – Cosϕ 0.92
Fatores de Diversidade obtém-se:
Deste modo, são selecionadas
DM transformadores com as seguintes
DT1 = Ñ −C . = 66.7 = 30.3 kW
potências nominais:
FDV 2.20
ST1 = 30 kVA → 1,10 p .u .
- Transformador T2

DMÑ-C = 12.9+13.8+14.2+16.3+14.3+17.0 = 81.6


ST2 = 30 kVA → 1 .29 p .u
kW
Considerando a Tabela 2 – ST3 = 45 kVA → 1 .16 p .u .
Fatores de Diversidade obtém-se:
Considerando os valores
DM
DT2 = Ñ −C . = 81.6 = 35.5 kW selecionados somente o
Transformador T2 apresenta um valor
FDV 2.30 de sobrecarga significativo, mesmo
assim inferior aos padrões máximos
- Transformador T3 adotados de 1.40 p.u.
DMÑ-C= 17.0+15.1+16.7+18.3+17.3+16.1+17.0= Com respeito aos trechos do
117.5 kW ramal, sejam os resultados para a
Demanda Máxima Não Coincidente
Considerando a Tabela 2 – em kW a cada 15 minutos, para os
Fatores de Diversidade obtém-se: Transformadores T1 a T3.

DM - Trecho N1 – N2
DT3 = Ñ −C . = 117 .5 = 48.9 kW
FDV 2.40 DMÑ-C = 66.7+81.6+117.5 = 265.5 kW

Considerando a Tabela 2 –
Com base na Demanda
Fatores de Diversidade, bem como
Máxima Não Coincidente em kW a
que ao Trecho N1 – N2 estão
cada 15 minutos e considerando um
conectados 18 Consumidores vem:
Fator de Potência de 0,92 são
calculadas as Demanda Máxima Não
Coincidente em kVA a cada 15
265.8
DN1 −N2 = = 92.8 kW
minutos para os Transformadores T1 2.86
a T3, o que define o valor das suas
Potências Nominais em kVA. - Trecho N2 – N3

DT1 30.3 DMÑ-C = 81.6+117.5 = 199.1 kW


PT1 = = = 32.9 kVA
Cosϕ 0.92 Considerando a Tabela 2 –
Fatores de Diversidade, bem como
DT2 35.5 que ao Trecho N2 – N3 estão
PT2 = = = 38.6 kVA conectados 13 Consumidores, ou
Cosϕ 0.92 seja, como assumido [Consumidores
de 6 à 18] vem:

20
199.1 durante os processos de análise dos
DN2 −N3 = = 72.7 kW alimentadores.
2.74
Os procedimentos de
- Trecho N3 – N4
gerenciamento das cargas dos
Este trecho alimenta somente transformadores relacionam a
o Transformador T3, logo: máxima demanda diversificada dos
transformadores em kW com a
DN 3 − N 4 = DT 3 = 48 .9 kW energia total suprida em kWh em um
determinado período de tempo, em
Conforme demonstra o geral mensal. Esta relação é
exemplo anterior a Lei de Kirchhoff determinada a partir de uma pesquisa
das Correntes não é obedecida de carga e, nestes casos o modelo
quando se utilizam as Máximas resultante assume a forma de uma
Demandas Diversificadas para os reta. Nestes casos são efetuadas
cálculos de Fluxo de Potência através medidas da máxima demanda e de
dos transformadores e trechos de energia suprida a todos os
linhas. Isto pode ser observado consumidores conectados aos
quando se considera que no Trecho transformadores.
N1–N2 existe, como calculado, um
fluxo de 92.8 kW que subtraído do Com as informações relativas
fluxo de através do Transformador T1, à vários transformadores são
30.3 kW, conforme a Lei de Kirchhoff construídas características similares
das Correntes, resulta em um fluxo à mostrada na Figura 10. Este
de 62.5 kW através do Trecho N2–N3 método tem a grande vantagem de
que, por sua vez é calculado como utilizar a base de dados de
72.6 kW. A explicação para este fato faturamento das empresas
reside no fato que as demandas distribuidoras de energia para cada
máximas diversificadas para os mês de interesse ao longo do ano.
transformadores e as linhas não Enquanto as empresas mantiverem
coincidem no tempo. um forte controle dos consumidores
conectados à cada transformador é
5.1.3 GERENCIAMENTO DE CARGA possível, através da utilização das
DOS TRANSFORMADORES equações desenvolvidas, calcular
para todos os períodos de tempo a
Com base no conhecimento da máxima demanda diversificada de
energia em kWh suprida pelos cada um de seus transformadores.
transformadores em um determinado
período de tempo, as empresas de 5.1.4 MEDIDA DA MÁXIMA DEMANDA
distribuição de energia desenvolvem DOS ALIMENTADORES
procedimentos para gerenciar a carga
suprida por seus transformadores. A maior desvantagem da
Estes procedimentos tem por objetivo alocação de carga utilizando os
principal determinar quando um fatores diversidade, é o fato de que a
transformador precisa ser substituído maioria das empresas distribuidoras
por estar operando em condição de de energia não possuem esses
sobrecarga. De forma complementar, fatores de forma tabelada. Isto se
os resultados destes procedimentos deve ao fato de que, geralmente, os
também podem ser utilizados para processos de desenvolvimento
alocar cargas para transformadores

21
destas tabelas são onerosos em kW ou kVA, dependendo do tipo de
termos de custos. A maior medidor utilizado, é determinada pela
desvantagem do método de Equação 12.
gerenciamento de cargas dos
transformadores é a necessidade de DAlocadaT = FA * SNT (12)
uma base de dados específica para
cada transformador, e novamente Caso a Demanda em kW ou
esses dados não estão sempre kVA seja medida por fase, é possível,
disponíveis. quando necessário, alocar cargas em
cada uma das fases dos
O processo de alocação de transformadores. Por sua vez, caso
carga baseada em leituras efetuadas seja medida a corrente máxima por
por medidores instalados nas fase a carga alocada para cada
subestações necessita de uma menor transformador pode ser obtida
quantidade de dados. Quase todos os assumindo a tensão nominal na
alimentadores possuem medidores subestação como constante para
instalados que no mínimo fornecem a todos os transformadores. Caso não
Máxima Demanda Total Trifásica existam medições informando os
Diversificada em kW ou kVA e/ou a valores de potência reativa ou o fator
Máxima Corrente por Fase durante o de potência dos alimentadores, deve
mês. A Potência Nominal em kVA, de se assumir um valor de fator de
todos transformadores de distribuição potência para a carga de cada um
de um alimentador sempre é dos transformadores.
conhecida. Deste modo isso, é
possível alocar valores de carga para As subestações modernas
cada transformador com base na sua possuem medidores
Potência Nominal. Isto tem como microprocessados que fornecem os
base um “Fator de Alocação” – AF valores de potência ativa, reativa,
que pode ser determinado a partir de aparente bem como o valor do fator
medições trifásicas de demanda em de potência. Com esses dados é
kW ou kVA e a Potência Total dos possível alocar valores para a
Transformadores de Distribuição em potência reativa. No entanto, como os
kVA, conforme mostrado pela valores totalizados nas subestações
Equação 11. incluem perdas é necessário utilizar
um processo iterativo para que as
Demanda Medida cargas alocadas sejam equivalentes
FA = (11) aos valores lidos.
SN T .
Transforma dores
EXEMPLO – II:
Neste caso, a Demanda
Medida pode ser expressa em kW ou Considerando que a Máxima
kVA e a Potência Total dos Demanda Diversificada em kW para o
Transformadores é a soma da sistema mostrado no Exemplo I é de
Potência Nominal em kVA de todos 92.9 kW, qual deve ser a Potência
os transformadores de distribuição Alocada para cada transformador
instalados no alimentador. considerando o Método do Fator de
Alocação – FA.
Deste modo, a Demanda
Alocada para cada transformador em SN Total = SNT 1 + SNT 2 + SNT 3

22
Deste modo: Quedas de tensão em
alimentadores, ramais ou em
SNTotal = 30 + 30 + 45 = 105 kVA transformadores de distribuição são
de interesse para os estudo
Logo: relacionados à distribuição de energia
elétrica. Os valores das quedas de
DM Medida 92.9 tensão, conforme mostram os
FA = = = 0.8847 exemplos a seguir, podem ser
SNTotal 105
calculados utilizando dois dos
métodos apresentados. Nestes
Assim: estudos, considera-se que as cargas
alocadas são modeladas por potência
PT1 = 0 .8847 * 30 = 26 .5 kVA
real e reativa constante.

PT2 = 0.8847 * 30 = 26 .5 kVA 6.1 APLICAÇÃO DOS FATORES


DE DIVERSIDADE
PT3 = 0 .8847 * 45 = 39 .8 kVA
O processo de alocar cargas
5.1.5 QUAL MÉTODO UTILIZAR ? aos segmentos de linhas ou aos
transformadores de distribuição, a
Uma vez que foram partir dos Fatores de Diversidade,
apresentados quatro métodos considera número total de
diferentes para alocação de carga consumidores a jusante do segmento
dos transformadores de distribuição de linha ou transformador. Este
surge uma pergunta: Qual deles é o procedimento foi demonstrado no
mais adequado? Exemplo I. A partir do conhecimento
dos fluxos de carga nos segmentos
A resposta correta sobre a de linha e através dos
escolha do método a utilizar depende transformadores, bem como dos
do propósito das análises. Se o valores das impedâncias destes
propósito é de determinar a demanda elementos é possível calcular as
máxima dos transformadores de quedas de tensão existentes. Como
distribuição, pode ser utilizado o discutido a carga nestes casos é
Método do Fator de Diversidade ou o modelada por potência, ativa e
Método de Gerenciamento da Carga reativa, constante.
dos Transformadores. Nenhum desse Nestes casos, com o intuito de
dois métodos devem ser empregados evitar uma solução interativa, é
para o levantamento completo do possível assumir um valor para a
comportamento dos alimentadores. tensão na fonte. Deste modo, os
Para este tipo de análise apresentar valores para as quedas de tensão
bons resultados a alocação de cargas são calculados a partir deste ponto
deve ser feita com base nos Fatores até o último transformador. O
de Alocação e na Potência Nominal Exemplo III demonstra como o
dos Transformadores. Método de Alocação de Cargas
utilizando fatores de diversidade é
6. CÁLCULO DE QUEDA DE aplicado. O mesmo sistema e cargas
TENSÃO UTILIZANDO CARGAS
ALOCADAS

23
alocadas do Exemplo I são - Trecho N2-N3:- 72.6 kW
consideradas.
- DN2-N3 = 72.6+j30.93 kVA = 0.726+j0.3093
EXEMPLO – III:
- Trecho N3-N4:- 48.9 kW
Considerando que a tensão
entre fases no ponto N1 para o - DN3-N4 = 48.9+j20.83 kVA = 0.489+j0.2083
sistema do Exemplo I, é de 13.8 kV - Transformador T1:- 30.3 kW
calcular as tensões secundárias nos
três transformadores usando os - DT1 = 30.3 +j12.91 kVA = 0.303 +j0.1291
Fatores da Diversidade. O sistema do
Exemplo I, incluindo as distâncias dos - Transformador T2:- 35.5 kW
segmentos, é mostrado na Figura 12. - DT2 = 35.5 +j15.12 kVA = 0.355 +j0.1512

- Transformador T3:- 48.9 kW


- DT3 = 48.9 +j20.83 kVA = 0.489 +j0.2083
Convertendo as Impedâncias
dos Transformadores para valores
por unidade, referida à Potência Base
de 100 kVA vem:
Figura 12 – Ramal N1 – N4 com 3
Transformadores e 18 Consumidores kVAB
ZT1 = ZT1 = 0.097 + j 0.081 p.u .
Considerar: SNT 1
kVAB
I- Fator de Potência das cargas ZT2 = ZT2 = 0.092 + j 0.092 p.u .
SNT 2
0.92 Indutivo.
II- Impedância das linhas z = kVAB
ZT3 = ZT3 = 0.057 + j 0.068 p.u .
0.6536 + j0.4763 [Ω/km] → Cabo SNT 3
RAVEN
III- Dados dos transformadores: Convertendo as Impedâncias
de Linha para valores por unidade,
- T1: 30kVA – Z = 3.8 ∠40 [%] referida à Potência Base de 100 kVA
vem:
- T2: 30kVA – Z = 3.9 ∠45 [%]
- T3: 45kVA – Z = 4.0 ∠50 [%] kVAB
ZT = ZT ( Ω ) (p.u.)
U1∆/U2Y = 13.8 kV/220 – 127 V kVB2
Segundo o Exemplo I a ZN1-N2=7.5*(0.6536+j0.4763) =
Máxima Demanda Diversificada, para (4.902+j3.572)
um Fator de Potência de 0.92
Indutivo e para a Potência Base 100 ZN1-N2= (0.2574+j0.1876)x10-2 p.u.
kVA é:
ZN2-N3= 0.75*(0.6536+j0.4763)
- Trecho N1-N2:- 92.8 kW =(0.490+j0.357)

- DN1-N2 = 92.8+j39.53 kVA = 0.928+j0.3953 ZN2-N3= (0.2574+j0.1876)x10-3 p.u.

24
ZN3-N4= U N3 = 0.996∠ −0.05 = 13.744∠−0.05 kV
1.125*(0.6536+j0.4763)=(0.735+j0.536)

ZN3-N4= (0.38619+j0.28136)x10-3 p.u. - CORRENTE - TRANSFORMADOR T2:


- CORRENTE – TRECHO N1-N2: DT2 *
IT 2 = ( )
SN1 −N2 * UT2
I N1 −N2 = ( )
U N1
IT 2 = 0.3874 ∠ −23.12 = 1.62 ∠ −23.12 A
I N1 − N2 = 1.008∠ −23.07 = 4.22 ∠ −23.07 A
- TENSÃO SECUNDÁRIA – T2:
- TENSÃO – NÓ N2:
U ST 2 = UT2 − ZT2 * IT2
U N 2 = U N1 − Z N1 − N 2 * I N1 − N 2
U ST 2 = 0.949 ∠ −1.17 = 208.9 ∠ −1.17V
U N2 = 0.997 ∠ −0.04 = 13.757 ∠ −0.04 kV
- CORRENTE – TRECHO N3-N4:

- CORRENTE - TRANSFORMADOR T1: SN3 −N 4 *


I N3 − N 4 = ( )
DT1 * UN3
IT 1 = ( )
UT1
I N3 − N4 = 0.533∠ −23.12 = 2.23 ∠ −23.12 A

IT 1 = 0.3304 ∠ −23.12 = 1.38 ∠ −23.12 A


- TENSÃO – NÓ N3:
- TENSÃO SECUNDÁRIA – T1: U N 4 = U N3 −Z N3 −N 4 * IN3 −N 4
U ST 1 = UT1 − ZT1 * IT1
U N3 = 0.996 ∠ −0.05 = 13.741∠ −0.05 kV

U ST 1 = 0.957 ∠ −0.76 = 210.5 ∠ −0.76V


- CORRENTE - TRANSFORMADOR T3:
- CORRENTE – TRECHO N2-N3: DT3 *
IT 3 = ( )
SN2 −N3 * U T3
I N2 − N 3 = ( )
U N2
IT 3 = 0.533 ∠ −23.12 = 2.23 ∠ −23.12 A

I N2 − N3 = 0.791∠ −23.11 = 3.31∠ −23.11 A - TENSÃO SECUNDÁRIA – T3:

- TENSÃO – NÓ N3:
U ST 3 = UT3 − ZT3 * IT3

U N 3 = U N2 − Z N2 −N 3 * IN2 − N 3 U ST 3 = 0.954 ∠ −1.34 = 209.8 ∠ −1.34V

25
Finalmente, calculando o percentual
da queda de tensão para os - Fator de Alocação:
secundários dos transformadores
vem: D
FA =
∆UT 1 = 4.3%
∑ SN i
NT
∆UT 2 = 5.1%
101.98 ∠23.07
FA = = 0.9617 ∠23.07
30 + 30 + 45
∆UT 3 = 4.6%
Alocando as cargas para cada
6.2 APLICAÇÃO DO FATOR DE um dos 3 Transformadores:
ALOCAÇÃO
ST 1 = FA ⋅ kVAT 1 = 26.8 + j11.4 kVA
Quando apenas as
características do transformador são ST 2 = FA ⋅ kVAT 2 = 26.8 + j11.4 kVA
conhecidas, conforme discutido, é
possível alocar as cargas do ST 3 = FA ⋅ kVAT 3 = 40.2 + j17.1kVA
alimentador com base na Demanda
Medida e na Potência Nominal dos Calculando os Fluxos nos
Transformadores. O Exemplo IV Trechos de Linha:
demonstra como o Método do Fator
Alocação é aplicado. O mesmo S12 =ST 1 +ST 2 +ST 3 = 93.8 + j 39.9 kVA
sistema e cargas alocadas do
Exemplo I são consideradas. S23 =ST 2 +ST 3 = 67.0 + j 28.5 kVA

EXEMPLO – IV: S12 =ST 3 = 40.2 + j17.1kVA

Considerando que a tensão A partir dos valores dos fluxos


entre fases no ponto N1 para o nos trechos de linha e através dos
sistema do Exemplo I, é de 13.8 kV transformadores é possível aplicar o
calcular as tensões secundárias nos mesmo procedimento para o cálculo
três transformadores usando o das tensões nos transformadores
Método dos Fatores da Diversidade. utilizado, previamente no Exemplo III.
Conforme abordado, o sistema do
Exemplo I, incluindo as distâncias dos Segundo este procedimento é
segmentos, é mostrado na Figura 12. possível obter:
Considerar: - CORRENTE – TRECHO N1-N2:
I- Dados dos Exemplos I e III.
SN1 − N 2 *
II- Demanda Medida – N1 = 92.9 kW I N1 − N 2 = ( )
U N1
Considerando um Fator de
Potência de 0.92 Indutivo para a I N1 − N2 = 1.019 ∠ −23 .07 = 4 .26 ∠ −23 .07 A
Demanda Medida em N1 vem:
- TENSÃO – NÓ N2:
S12 = 101.98∠23.07 kVA

26
U N 2 = U N1 − Z N1 − N 2 * I N1 − N 2
- CORRENTE – TRECHO N3-N4:
U N2 = 0.997 ∠ −0.04 = 13 .756 ∠ −0.04 kV SN 3 − N 4 *
IN3 −N4 = ( )
- CORRENTE - TRANSFORMADOR T1: UN3

DT I N3 − N 4 = 0.438 ∠ −23 .09 = 1.83 ∠ −23 .09 A


IT 1 = ( 1 )*
UT1
- TENSÃO – NÓ N3:

IT 1 = 0.2921 ∠ −23.08 = 1.22 ∠ −23.12 A U N 4 = U N3 −Z N3 −N 4 * IN3 −N 4

- TENSÃO SECUNDÁRIA – T1: U N3 = 0.996 ∠ −0.05 = 13 .750 ∠ −0.05 kV

U ST 1 = UT1 − ZT1 * IT1 - CORRENTE - TRANSFORMADOR T3:

DT3 *
U ST 1 = 0.962 ∠ −0.68 = 211 .5 ∠ −0.68 V IT 3 = ( )
U T3
- CORRENTE – TRECHO N2-N3:
IT 3 = 0.438 ∠ −23.09 = 1.83 ∠ −23.09 A
SN 2 − N 3 *
I N2 − N 3 = ( ) - TENSÃO SECUNDÁRIA – T3:
U N2
U ST 3 = UT3 − ZT3 * IT3
I N2 − N3 = 0.730 ∠ −23 .08 = 3.06 ∠ −23 .08 A
U ST 3 = 0 .961 ∠ −1.10 = 211 .6 ∠ −1.10 V
- TENSÃO – NÓ N3:
Finalmente, calculando o percentual
U N 3 = U N2 − Z N2 −N 3 * IN2 − N 3 da queda de tensão para os
secundários dos transformadores
U N3 = 0 .997 ∠ −0.04 = 13 .753 ∠ −0.04 kV vem:

- CORRENTE - TRANSFORMADOR T2: ∆UT 1 = 3.8%

DT2 * ∆UT 2 = 3.9%


IT 2 = ( )
UT2 ∆UT 3 = 3.9%

IT 2 = 0.2922 ∠ −23.09 = 1.22 ∠ −23.09 A 7. BIBLIOGRAFIA

- TENSÃO SECUNDÁRIA – T2: [1]- “DISTRIBUTION SYSTEM MODELING AND


ANALYSIS”, W. H. Kersting, CRC PRESS LLC
U ST 2 = UT2 − ZT2 * IT2 – 2002.

U ST 2 = 0.961 ∠ −0.98 = 211 .5 ∠ −0.98 V

27
Capítulo 2

NOÇÕES DE ENGENHARIA ECONÔMICA APLICADA


ANÁLISE DE INVESTIMENTOS E SUA APLICAÇÃO
AOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO.

28
1. INTRODUÇÃO
• Deve haver alternativas de
Este capítulo tem por objetivo investimentos.
servir de roteiro auxiliar para alguns
aspectos específicos do • Existência de fontes de recursos
dimensionamento e pretende, adequados, pois não é lógico calcular
principalmente, definir algum dos as implicações econômicas relativas
principais critérios ligados à Análise de a compra de um equipamento se não
Investimentos e Comparação de há condições de conseguir recursos
Alternativas. No entanto, é conveniente suficientes.
ressaltar que o mesmo não dispensa a • As alternativas analisadas devem,
leitura de outras publicações da área. em última instância, ser expressas
No exercício de sua profissão o em termos monetários, pois, não é
engenheiro freqüentemente se depara possível comparar diretamente 300
com escolhas de alternativas que Homens/Hora com 500 kWh de
envolvem estudos econômicos. Não energia. A conversão dos dados em
raro, a escolha é realizada sem que o termos monetários fornece um
custo do capital seja adequadamente denominador muito útil. No entanto, é
considerado. Somente um estudo com conveniente ressaltar que alguns
base em critérios econômicos e dados, entretanto são difíceis de
financeiros pode confirmar a viabilidade converter na forma de dinheiro.
de projetos tecnicamente corretos. Exemplos disto e que, via de
Entre outros, são exemplos de regra ocorrem em muitos casos são:
análise de investimentos no setor de Boa vontade a um fornecedor,
energia elétrica as seguintes condições: boa imagem da empresa ou status, ou
1) Suprir sistemas isolados através seja, os chamados Intangíveis.
da construção de centrais termelétricas,
• Só as diferenças entre as alternativas
pequenas centrais hidrelétricas ou da
são relevantes, ou seja, a realizada
integração a sistemas existentes
para decidir sobre um determinado
utilizando-se a construção de linhas de
tipo de disjuntor não deve, em
transmissão;
termos, levar em conta a infra -
2) Analisar a viabilidade de
estrutura física para a instalação,
instalação de um sistema de
caso forem idênticas.
transmissão ou subtransmissão com
classe de tensão nominal de 138kV em Nota:- O advento de modernas planilhas
complemento, ou substituição de um eletrônicas de cálculo permite uma análise
sistema com classe de tensão nominal global rápida e eficiente de todo o investimento
sem ser necessário atentar a detalhes
de 72.5 kV; específicos.
3) Aquisição de equipamentos a
A grande vantagem deste método é poder
prazo ou a vista; tomar a decisão com base no valor total do
4) Verificar a adequação das investimento o que pode, dentro de certo
técnicas de manutenção ou mesmo a padrão de coerência técnica, inverter o
total substituição de um determinado resultado de uma análise puramente
conjunto de equipamentos e métodos. econômica.
Esta é uma matéria controversa, mas não deve
Para que um estudo econômico nunca ser relegada a um segundo plano. No
seja adequado alguns princípios entanto, é sempre conveniente considerar que
básicos devem ser considerados: trabalhar com um horizonte futuro de um
sistema, de modo que o mesmo seja apto a

29
acomodar um elevado conjunto de expansões e investimento tem repercussões que não
adequações, implica em considerar alternativas, são ponderáveis tais como:
normalmente, de maior custo.

• Sempre devem ser considerados os - Manutenção de um certo nível de


juros sobre o capital empregado, pois emprego; ou ainda.
sempre existem oportunidades de
- Conseguir o maior empenho e boa
empregar dinheiro de maneira que se
vontade de um cliente ou
obtenha rentabilidade, mesmo em
fornecedor.
períodos sem inflação.
A decisão da implantação de um
• Nos estudos econômicos o passado
projeto deve, pois, considerar:
geralmente não é considerado.
Devem ser considerados o presente - Critérios econômicos → Rentabilidade
e o futuro. Deste modo, alternativas do investimento;
do tipo “Não posso estimar esta
subestação de distribuição em - Critérios financeiros → Disponibilidade
menos de US$ 300,000.00 pois foi o de recursos; e
valor de sua reforma” não possui
significado econômico algum pois o - Critérios imponderáveis → Fatores
que interessa é o valor relativo de não conversíveis em dinheiro.
mercado, ou seja, “O Capital
necessário para a construção de uma
2. NOÇÕES DE MATEMÁTICA
instalação nova e a depreciação FINANCEIRA
associada”.
2.1. Introdução
Em um primeiro momento devem
ser considerados os aspectos A teoria da produção baseia-se
econômicos do investimento, ou seja, em três fatores de produção: Trabalho,
“Deve ser avaliada a rentabilidade do Recursos Naturais e Capital. Assim, a
investimento”. No entanto, em termos produção de bens e serviços envolve a
práticos de nada adianta conhecer a combinação desses três fatores que, a
rentabilidade dos investimentos depender do setor que esteja envolvido,
existentes em carteira se não há esse bem ou serviço, apresenta
disponibilidade de recursos próprios proporções peculiares.
nem há possibilidade de obter Quando da comercialização de
financiamentos. bens ou serviços, os fatores de
Por sua vez, os investimentos produção recebem uma remuneração,
mais rentáveis devem ser analisados de cada um de uma forma Ao trabalho é
acordo com critérios financeiros, os destinado salário, os proprietários dos
quais mostrarão os efeitos do perfil de recursos naturais recebem alugueis, os
investimento adotado na situação organizadores da produção, lucros e os
financeira da empresa. proprietários de capital recebem
remuneração na forma de juros.
Ao se realizar uma análise
econômica - financeira são somente Com isso, os juros constituem
considerados os fatores passíveis de uma parte da renda que e destinada
conversão em uma base comum, ou aos proprietários do capital (máquinas,
seja, em dinheiro. No entanto, é edificações, equipamentos, entre
conveniente lembrar que um outros), devido ao fato dele ter ficado
empatado num determinado tempo.

30
2.2. Cálculo dos Juros Simples Período JUROS NO MONTANTE
PERÍODO DEVIDO
Quando são cobrados juros
-.- -.- P
simples, apenas o principal, ou seja, o
1 iP P [ 1+i ]1
capital inicial rende juros, isto é, o juro é
diretamente proporcional ao capital 2 i [ P [ 1+i ]1 P [ 1+i ]2
empatado conforme a Equação 2.2.1. 3 i [ P [ 1+i ]2 P [ 1+i ]3

Os juros simples “J” são Logo:


fornecidos por:
F [ n, i ] = P [1 + i ] n (2.3.1)
J [ n, i ] = niP (2.2.1)
Conforme mostrado acima,
onde: depois de cada período de tempo, os
P - Principal, ou seja, capital na data juros são somados a dívida anterior,
de hoje; passando a gerar juros no período
i - Taxa de juros por período de seguinte.
capitalização;
n - Número de períodos de Na prática os juros compostos
capitalização e são os mais utilizados, principalmente
J[n,i] - Juro total na Engenharia Econômica.
De acordo com a Equação 2.21 2.4. Comparação de Juros Simples
os juros obtidos em dois anos são o e Compostos
dobro dos juros de um ano, e assim por
diante logo, os juros aumentam Seja pois as Equações 2.2.3 e
linearmente. 2.3.1, conforme a seguir

No final de um período de “n” F [ n , i ] JS = P + J [ n , i ]


anos é obtido um montante, ou seja, um
resultado “F” dado pela Equação 2.2.2.
F [ n , i ] JC = P [ 1 + i ] n
F [ n, i ] = P + J [ n, i ] (2.2.2)
Logo, vem:
Substituindo na Equação 2.2.2 o
valor de “J”, obtido na Equação 2.2.1, F [ n , i ]JC [ 1 + i ] n
vem: = (2.4.1)
F [ n , i ]JS 1 + ni
F [ n, i ] = P + Pni Pelas equações, observa-se, por
exemplo que:
F [ n, i ] = P [1 + ni ] (2.2.3)
- Juros simples: 20% a.a.
onde: 60% em três anos;
F[n,i] - Valor Futuro. - Juros compostos: 20% a.a.
.
72.8% em três anos.
2.3. Juros Compostos
Quando se trata de capitalização Finalmente:
composta, o juro gerado no fim de cada
período é incorporado ao capital que o F [ n , i ]JC [1 + 0.20 ] 3
= = 1.080
produziu, passando pois a gerar juros. F [ n , i ]JS 1 + 3 * 0.20
Seja pois o seguinte exemplo:

31
2.5. Fluxo de Caixa 2.6. Relações de Equivalência

É o conjunto de entradas 2.6.1 Simbologia


(Receitas) e saídas (Despesas) de
ativos na forma de capital de uma A seguir é apresentada a
empresa ou pessoa física, representada simbologia existente nos diagramas de
graflcamente, relativo a um certo fluxo de caixa e, suas respectivas
intervalo de tempo. relações:

i - Taxa de juros por período de


O fluxo de caixa é capitalização.
esquematicamente representado por
um diagrama onde: n - Número de períodos a ser
capitalizado;
L Escala horizontal, o período de
tempo considerado (Dias, meses, P - Capital na presente data.
anos, etc).
F - Capital futuro.
II. lndica-se as entradas e as saídas A - Série uniforme de desembolso;
de capita! por setas, as entradas aso
voltadas para cima (Sinal positivo) e G - Série gradiente de pagamentos G,
as saídas para baixo (Sinal negativo). 2G, 3G....(n-1)G.

A Figura 1 mostra o fluxo de A série uniforme “A” é definida


caixa relacionado com a campra de um como sendo uma série uniforme de
sistema de monitoração de carga, pago pagamentos (ou recebimento) que inicia
a vista, desembolso inicial negativo e o no período ”1” e termina no período
retorno auferido em um período de 5 “n” O fluxo de caixa associado a esta
meses de operação positivo. série é o mostrado na Figura 2.
100,000 300000

0 250000

200000
-100,000

150000
-200,000

100000
-300,000
50000
-400,000
0

-500,000
-50000

-600,000 -100000
-1 0 1 2 3 4 5 6
0 1 2 3 4 5 6

Figura 1 - Exemplo de fluxo de caixa Figura 2 - Fluxo de caixa associado a


relacionado com a implantação de um uma série de desembolso constante
sistema de detecção de faltas

32
A série em gradiente “G” e representado por [F/P,i,n] que é
definida como sendo uma série de tabelado. Deste modo é possível obter
pagamentos (ou recebimento) que “G, a Equação 2.8.2.2.
2G, 3G, (n-1)G”, que inicia no período
“2” e termina no período “n” e
F [ n, i ] = P [ F ,i ,n ] (2.6.2.2)
apresenta a representação gráfica P
mostrada na Figura 3.
Para determinar P a partir de
O estudo de relações de F[n, 1], ou seja, sob uma taxa i em n
equivalência consiste em apresentar períodos, basta transformar a Equação
métodos para relações entre os 2.6.2.1 na Equação 2.6.2.3.
diferentes fluxos de caixa. Ou seja, são
estudadas as fórmulas de conversão F [ n, i ]
entre os diferentes fluxos de caixa e a P= (2.6.2.3)
utilização das tabelas financeiras.
[1 + i ] n

O fator 1/[1+i]n é denominado


fator de valor atual de um pagamento
1G simples e é representado por [P/F,i,n],
que é tabelado. Então, é obtida a
2G Equação 2.6.2.4.

P = F [ n , i ][ F ,i ,n ] (2.6.2.4)
3G P

4G
Exemplo – I A implantação de
um sistema de medição implica na
necessidade de um empréstimo de
(n-1)G US$ 10,000.00 em um banco que cobra
5% ao mês de juros. Qual o valor final
pago, ou seja, capital e juros, caso o
0 1 2 3 4 5 n período de amortização for de 5
meses?
Figura 3- Fluxo de caixa associado a
uma série de desembolso de uma série n = 5 meses
gradiente
P = US$10,000.00
2.6.2 Relação entre P e F
i = 5% a.m.
Determina-se a quantia F[n,i]
equivalente a uma aplicação do Deste modo, através da Equação
principal P, sob uma taxa de juros i, 2.6.2.1 vem:
durante n períodos de tempo pela
Equação 2.6.2.1. F [ n , i ] = P [1 + i ] n
F [ n , i ] = P [1 + i ] n (2.6.2.1)
F = 10 ,000.00 [1 + 5 ]5
100
O fator [1+i]n é denominado
Fator de acumulação de capital de F = 12 ,762.80
um pagamento simples e é

33
2.6.3.1 na Equação 2.6.3.3.
2.6.3 Relação entre A e F i
A = F [ n, i ] (2.6.3.3)
A quantia F[n,i] equivalente a [1 + i ] n − 1
uma série constante A, sob uma taxa de
juros i, durante n períodos de tempo é O fator [ i l [ [1 + i ]n – 1 ] ] é
dada pela Equação 2.6.3.1. denominado Fator de Formação de
Capital e é representado por [A/F,i,n],
O montante F[n,i] é composto que é um valor tabelado. Então, é
por uma série de pagamentos simples A obtida a Equação 2.6.3.4.
devidamente computado. os juros
relativos ao seu período de A = F [ n , i ][ A , i , n ] (2.6.3.4)
capitalização, conforme a seguir. F
Exemplo – II De modo a realizar
F [ n , i ] = A + A [1 + i ] + A [1 + i ] 2 + uma implantação de uma futura
subestação de distribuição é necessário
..... + A [ 1 + i ] n − 2 + A [ 1 + i ] n −1
aplicar US$500,000.00. Qual o valor
F [ n , i ] = A [1 + [1 + i ] + [1 + i ] 2 + que deve ser aplicado anualmente,
durante 14 anos sob uma taxa de juros
..... + [ 1 + i ] n − 2 + [ 1 + i ] n −1 ] de 12% a.a. para obter este capital?

Os fatores entre colchetes n = 14 anos


constituem uma “Progressão
Geométrica” de quociente [1+i] cujo F[n,i] = US$500,000.00
resultado é:
i = 12% a.a.

[1 + i ] n − 1 Deste modo, através da Equação


i 2.6.3.3 vem:
i
Logo é possível obter: A = F [ n, i ]
[1 + i ] n − 1
[1 + i ] n − 1
12
F [ n, i ] = A (2.6.3.1) A = 500 ,000.00 100
i [1 + 12 ] 14 − 1
100
O fator [ [ 1 + i ]n – 1] / i ] é A = 15 ,450.00
denominado Fator de Acumulação de
Capital de uma série uniforme e é 2.6.4 Relação entre A e P
representado, por [F/A,i,n], que é
tabelado. Determina-se a quantia P
equivalente a uma Série A, sob uma
Logo, vem a Equação 2.6.3.2. taxa de juro i, durante n períodos de
tempo pela Equação 2.8.4.1.
F [ n, i ] = A [ F , i , n ] (2.6.3.2)
A Deste modo, sejam as Equações
2.6.2.3 e 2.6.3.1.
Para determinar “A” a partir de
F[n,i], ou seja, sob uma taxa i em n F [ n, i ]
períodos, basta transformar a Equação P=
[1 + i ] n

34
i [1 + i ] n − 1
A = F [ n, i ] P=A
[1 + i ] n − 1 i [1 + i ] n
Substituindo as equações vem; [1 + 6
] 10 − 1
P = 100 ,000.00 100
6 [1 + 6 ] 10
[1 + i ] n − 1 100 100
P=A (2.6.4.1) P = 736 ,000.00
i [1 + i ] n

O fator [ [[1+i ]n – 1]/[i [1+i]n ] é 2.6.5 Relações Envolvendo Séries


denominado Valor Atual de uma série Gradiente
uniforme e representado por [P/A,i,n]
que é tabelado. Então, é obtida a Denomina-se série gradiente
Equação 2.6.4.2. uma série de desembolsos ou
recebimento que cresce de forma
gradativa G, 2G, 3G, ...., (n-1)G e
P = A[ P ,i ,n ] (2.6.4.2) ocorrem nos períodos 2, 3 ,4, ....., n,
A
respectivamente.
Para determinar “A” a partir de
F[ n,1], ou seja, sob uma taxa i em n A transformação de uma série
períodos, basta transformar a Equação gradiente é obtida através das
2.6.4.1 na Equação 2.6.4.3. Equações 2.6.5.1 e 2.6.5.2.

i [1 + i ] n [1 + i ] n − 1 n
A=P (2.6.4.3) F [ n, i ] = G[ − ] (2.6.5.1)
[1 + i ] n − 1 i2 i

Finalmente é obtida a Equação 1 n i n


2.6.4.4. A = G[ − − ] (2.6.5.2)
i i [1 + i ] n − 1 i
A = P[ A ,i ,n ] (2.6.4.4)
P Através das tabelas financeiras
são obtidas:
Exemplo - III Qual o valor
presente, ou seja, o custo atual, de um
desembolso anual em manutenção da F = G[ F ,i ,n ]
G
ordem de US$ 100,000.00 ano com
relação a um período de 10 anos,
frente a uma taxa de juros de 6% a.a.? A = G[ A , i , n ]
G
n = 10 anos
P = G[ P ,i ,n ]
A = US$ 100,000.00
G

i = 6% a.a. 2.7. Séries Perpetuas

Deste modo, através da Equação Denomina-se série perpetua ou


2.6.4.1 vem: infinita, quando o número de períodos
de uma série uniforme é muito grande.

35
Este fato é comum para casos de F [ n1 , i1 ] = P [ 1 + i1 ] n1 (2.3.2.1)
aposentadoria, mensalidade, entre
outros.
F [ n2 , i 2 ] = P [ 1 + i 2 ] n 2 (2.3.2.2)
O valor presente de uma série
infinita é dado pela Equação 2.7.1, Deste modo, é obtida Equação
obtida a partir da Equação 2.6.4.3 por 2.8.2.3.
meio da aplicação do limite para n →∞,
ou seja: [ 1 + i1 ] n1 = [ 1 + i 2 ] n 2 (2.3.3)
n
[1 + i ] − 1 De maneira análoga, em outras
P = limn → ∞ A relações de equivalência se estabelece:
i [1 + i ] n
Deste modo vem: [ 1 + i d ] 360 = [ 1 + i m ] 12 = [ 1 + i a ] 1
A 2.8.3 Taxa Nominal
P= (2.7.1)
i Considera-se uma taxa nominal,
quando a sua unidade de tempo e
2.8. Estudo das Taxas: Taxas
diferente da unidade de tempo do
Efetiva, Nominal e Equivalente
período de capitalização.
2.8.1 Taxa Efetiva Exemplo da Taxa Nominal:
Considera-se uma taxa efetiva, I) 120% a.a. capitalização anual =
quando a sua unidade de tempo 10% a.m.
coincide com a unidade de tempo do
período de capitalização, ou seja, com o lI) 15% a.m. com capitalização
período de incorporação ao capital. mensal = 180% a.a.

Exemplo da Taxa Efetiva (ou 2.8.4 Conversão de uma Taxa


real): Nominal em Efetiva

I) 140% a.a. capitalização anual = Seja uma taxa de juros efetiva


140% a.a. “IE” por um período de tempo unitário e
uma taxa nominal “IN” capitalizada “m”
lI) 10% a.m. com capitalização vezes neste período unitário.
mensal = 10% a.m.
Deste modo vem:
2.8.2 Equivalência entre duas Taxas
Efetivas F [ m , iE ] = P [1 + iE ] 1 (2.3.4.1)

Duas taxas “i1” e “i2”, iN m


incidentes sobre uma mesma aplicação F [ m, i N ] = P [1 + ] (2.3.4.2)
m
“P” são equivalentes se produzem,
isoladamente, no mesmo período de Assumindo que:
tempo, o mesmo montante F[n,i]. Deste
modo sejam as Equações 2.8.2.1 e F [ m , iE ] = F [ m , iN ] (2.3.4.3)
2.8.2.2 a seguir.

36
iN m também conhecido como Método do
P [1 + iE ] 1 = P [1 + ] Tempo de Recuperação do
m Investimento. O Método do PAY-BACK
consiste simplesmente na determinação
iN m do número de períodos necessários
1 + i E = [1 + ]
m para recuperar o capital investido,
ignorando as conseqüências além do
iN m período de recuperação e valor do
i E = [1 + ] −1 (2.3.4.4) capital no tempo.
m No entanto, este texto apresenta
Exemplo – IV Qual a Taxa de
3 Métodos de Avaliação que
Juros Efetiva – iE associada a uma Taxa
convenientemente aplicados conduzem
de Juros Anual Nominativa – iN de 12%
ao mesmo resultado e são a base da
a.a.c.c.m → [ao ano com capitalização
engenharia econômica:
mensal].
iN m - Método do Valor Presente.
i E = [1 + ] −1
m - Método do Valor Anual
12 Uniforme.
i E = [1 + 100 ]12 − 1
- Método da Taxa Interna de
12
Retorno.
i E = 0.1268 Esses métodos são
conceitualmente corretos, pois levam
i E = 12 .68 % a.a.c.c.m → [ao ano com em conta o valor no tempo do capital.
capaitalização mensal]
3.2. Taxa Mínima de Atratividade
3. ANÁLISE FINANCEIRA DE (TMA)
ALTERNATIVAS DE
INVESTIMENTO Qual a Taxa de Juros que deve
ser utilizada na análise através dos
3.1. Introdução métodos de engenharia econômica?
“Ao se examinar alternativas Há grandes controvérsias a
econômicas qualquer tomada de respeito desta questão.
decisão deve ser realizada após
inteirar-se de uma análise com base em Alguns autores afirmam que a
engenharia econômica”. taxa de juros a ser usada pela
engenharia econômica, usualmente
É função da engenharia denominada Taxa Mínima de
econômica fornecer critérios de decisão Atratividade, é a taxa de juros
para a escolha entre alternativas de equivalente à maior rentabilidade das
investimento. aplicações correntes e de pouco risco.
Nem todos os métodos utilizados “No Brasil até um destes últimos
para avaliar projetos de investimento governos a Taxa da Poupança”.
são fundamentados em bases Uma proposta de investimento,
conceitualmente corretas. Um desses para ser atrativa, deve render, no
métodos, largamente difundido, é o do mínimo, essa taxa de juros.
PAY-BACK – Tempo de Retorno,

37
Outro enfoque dado a TMA é o para substituir o existente, cujo valor
de que essa taxa deve ser o custo do liquido de alienação e revenda foi
capital investido na proposta em estimado a US$50,000.00. Esta
questão, ou ainda, o custo de capital da alternativa deve proporcionar ganhos de
empresa mais o risco envolvido em US$ 47,000.00 por ano, apresentando
cada alternativa de investimento. ainda um valor residual de US$
107,050.00 após dez anos. Sendo a
Naturalmente, há disposição de taxa mínima de atratividade para a
investir se a expectativa de ganhos, já empresa igual a 8% ao ano, qual das
deduzidos o valor do investimento, for alternativas deve ser a
superior ao custo de capital. preferencialmente adotada?
O custo de capital é basicamente Procedendo ao cálculo do Valor
uma média ponderada dos custos das Presente para cada uma das propostas
diversas fontes de recursos utilizadas vem:
no projeto.
1- Reforma do Sistema:
3.3. Critérios Econômicos de
Decisão VP1=-100,000.00+20,000.00x[P/A, 10, 8%]

3.3.1. Método do Valor Presente. Considerando:


É também conhecido como [P/A, 10, 8%] =6,7101
Método do valor Atual. O procedimento VP1 = US$ 34,200.00
de análise é simples: Calcula-se o valor
presente do fluxo de caixa da VP1 > 0 O que implica que a solução é
alternativa de investimento, com o uso atrativa frente a taxa de juros de 8%
da taxa mínima de atratividade. Se o a.a.
valor presente for positivo, a
proposta de investimento é atrativa, e 2- Construção de um novo
quanto maior o valor positivo, mais Sistema:
atrativa será a proposta. VP2=-250,000.00+47,000.00[P/A, 10, 8%]+
EXEMPLO – I: Em uma análise 107,050.00 [PIF, 10, 8%]
realizada em determinada empresa, Considerando:
foram detectados custos operacionais
excessivamente elevados em uma [P/A, 10,8%] = 6,7101
determinada região, em decorrência da e
utilização de equipamentos velhos e [P/F, 10, 8%] = 0,4632
obsoletos.Os engenheiros responsáveis VP2 = US$ 119,960.00
pelo Departamento de Sistemas
propuseram à Direção duas soluções VP2 > 0 O que implica que a solução é
alternativas: A primeira consiste em atrativa frente a taxa de juros de 8%
uma reforma geral, exigindo a.a.
investimentos estimados em US$
Finalmente, a Alternativa 2 deve
100,000.00, e apresenta uma redução
ser a recomendada
anual de custos igual a US$20,000.00
durante dez anos, após os quais os 3.3.2. Método do Valor Anual
equipamentos seriam sucatados sem Uniforme:
nenhum valor residual. A segunda
proposição foi a construção de um novo Neste método o fluxo de caixa de
sistema no valor de US$300,000.00 cada proposta é reduzido a uma série

38
uniforme de pagamentos equivalentes, Pode ser entendida como a taxa de
com o uso da taxa mínima de remuneração do capital. A taxa interna
atratividade. A decisão pela melhor de retorno deve ser comparada com a
alternativa é definida via confronto entre taxa mínima da atratividade para
os valores obtidos. conclusão a respeito da aceitação ou
EXEMPLO – II: Resolver o não do projeto.
exemplo anterior pelo Método do Valor
Anual Uniforme. O cálculo da taxa interna de
retorno é feito, normalmente, pelo
1- Reforma do Sistema: processo de tentativa e erro, ou seja,
por um método iterativo.
VA1=-100,000.00[A/P, 10, 8%]+20,000.00
Retorno.
Considerando: EXEMPLO – III: Resolver o
exemplo anterior pelo Método da Taxa
[A/P, 10, 8%] =0,14903
Interna de Retorno.
VA1 = US$ 5,100.00
1- Reforma do Sistema:
VA1 > 0 O que implica que a solução é
atrativa frente a taxa de juros de 8% VP1=-100,000.00+20,000.00x[P/A, 10, TRI]
a.a.
[ 1 + TRI ] 10 − 1
0 = −100 ,000.00 + 20 ,000.00
2- Construção de um novo TRI [ 1 + TRI ] 10
Sistema:

VA2=-250,000.00[A/P, 10, 8%] Resolvendo iterativamente, vem:


+47,000.00+ 107,050.00 [AIF, 10, 8%]
TRI = 0.1510
Considerando:
TRI > TMA; Implica que a solução é
[A/P, 10,8%] = 0,14903 atrativa frente a taxa de juros de 8% a.a.
e
[A/F, 10, 8%] = 0,0690 2- Construção de um novo
Sistema:
VA2 = US$ 17,130.00
VP2=-250,000.00[A/P,10, TRI]
VA2 > 0 O que implica que a solução é +47,000.00+ 107,050.00 [AIF, 10, TRI]
atrativa frente a taxa de juros de 8%
a.a. [ 1 + TRI ] 10 − 1 107 ,500.00
0 = −250 ,000.00 + 47 ,000.00 +
TRI [ 1 + TRI ] 10 [ 1 + TRI ] 10
Finalmente, a Alternativa 2 deve
ser a recomendada
Resolvendo iterativamente, vem:
3.3.3. Método da Taxa Interna de
TRI = 0.1615
Retorno
TRI > TMA; Implica que a solução é
A taxa interna de retorno é a taxa atrativa frente a taxa de juros de 8% a.a.
de juros que toma equivalente o Considerando que:
investimento inicial ao fluxo de caixa
subseqüente. Em outras palavras a taxa TRI2 > TRI1
interna de retorno é aquela que torna
nulo o valor presente líquido do projeto. Novamente, a Alternativa 2 deve
ser a recomendada

39
prestações, as parcelas pagas ao
A melhor opção continua sendo a Agente Financeiro, ou seja, a somatória
alternativa de compra, pois apresenta dos valores da Amortização do Principal
maior taxa interna de retorno. A e os Juros, são constantes.
conclusão é a mesma do método do
valor presente já que os métodos são Já no Sistema SAC, ou seja,
compatíveis. Sistema de Amortização Constante, a
Amortização do Principal é constante e
3.3.4. Definição das Alternativas igual ao Valor Total do empréstimo
Economicamente Viáveis dividido pelo número de prestações e
os Juros variáveis, calculados com base
Uma vez calculado por, algum no montante devedor descontada a
dos métodos discutidos a atratividade amortização.
de uma alternativa, conforme acima
mostrado, é processada a decisão final Deste modo, ao contrário do
sobre qual das mesmas é a mais Sistema PRICE, o Sistema SAC
adequada. No entanto, em alguns trabalha com prestações variáveis e
casos é possível se deparar com alguns decrescentes que tem como
fatores que podem conduzir a uma característica principal onerar as
indecisão momentânea. primeiras prestações fato de interesse
do agente financeiro que recebe
De modo, em geral, é inicialmente substancial parte do
recomendado adotar as seguintes empréstimo. Esse fato, no entanto, é
premissas: problemático para o Setor Elétrico que
1- Duas Alternativas são
apresenta um perfil de retorno, ligado à
Economicamente Equivalentes quando o evolução da carga crescente e que, via
seu Valor Presente ou Anual não diferem de regra, nos primeiros anos não é
de mais de 10%. financeiramente viável.
2- No caso de Alternativas 4.1. Cálculo das Prestações
Economicamente Equivalentes, a menos
de algum Critério Técnico Complementar
segundo o Sistema PRICE
é recomendado adotar a que apresentar o
menor Desembolso Inicial. As prestações relacionadas com
um empréstimo bancário segundo o
4. SISTEMAS BANCÁRIOS Sistema PRICE são calculadas
segundo a Equação 4.2.1:
De um modo geral, todos os
investimentos na área de distribuição de i [1 + i ] n
energia são, por seu volume são Pm = P (4.2.1)
relacionados com a tomada de [1 + i ] n + 1
Empréstimos Bancários. Dentro desse
contexto, existem uma infinidade de Onde:
proposições desembolso e
Pm - Prestação – m
remuneração. No entanto, de um modo
geral, os sistemas bancários mais P- Montante total do Empréstimo;
adotados são o Sistema PRICE e o
Sistema SAC. I - Taxa de juros do Empréstimo no
período de amortização; e
No Sistema PRICE, ou seja,
Sistema de Pagamentos Constantes, as n - Período de amortização

40
EXEMPLO – 1 Qual o valor a Equação 4.2.2:
da prestação, segundo o Sistema
PRICE de um conjunto de 10 P
Reguladores de Tensão cotados a Pm = [1 + i [ n − m + 1 ]] (4.2.2)
US$1,000,000.00 e que devem ser
n
amortizados em um período de 10 Onde:
anos, frente a uma taxa de juros de 8%
a. a.? Pm - Prestação – m

- As prestações são Constantes. P- Montante total do Empréstimo;

P- US$ 1,000,000.00; I - Taxa de juros do Empréstimo no


período de amortização; e
i- 8% a.a.; e
n - Período de amortização
n – 10 anos
EXEMPLO – 2 Qual o valor
Deste modo: da prestação, segundo o Sistema SAC
de um conjunto de 10 Reguladores de
i [1 + i ] n Tensão cotados a US$1,000,000.00 e
Pm = P que devem ser amortizados em um
[1 + i ] n + 1 período de 10 anos, frente a uma taxa
de juros de 8% a. a.?
Ou seja:
- As prestações são
8 [1 + 8 ] 10 Variáveis e a amortização
Pm = 1,000 ,000.00 100 100 constante;
[1 + 8 ] 10 + 1
100 P- US$ 1,000,000.00;
Pm = US $149 ,030.00 i- 8% a.a.; e

A soma das parcelas anuais de n – 10 anos


US$ 149,030.00 aplicados os referentes
juros, ou seja, para a primeira parcela Deste modo:
8% ao ano por um período de 9 anos,
para a segunda parcela 8% ao ano por P
um período de 8 anos e, assim por Pm = [1 + i [ n − m + 1 ]]
diante, resulta em um montante futuro n
de US$ 2,158,930.00 que corresponde
a capitalização do montante de US$ Ou seja:
1,000,000.00 capitalizado a 8% ao ano
1,000 ,000.00
por um período de 10 anos Pm = [1 + 8 [10 − m + 1 ]]
10 100
4.2. Cálculo das Prestações
segundo o Sistema SAC Pm = 100 ,000.00 [1 + 0.08 [11 − m ]]

As prestações relacionadas com O que resulta na Tabela 1.


um empréstimo bancário segundo o
Sistema SAC são calculadas segundo

41
Parcela PRESTAÇÃO Amortização JUROS 5. COMENTÁRIOS
[US$] [US$] [US$]
1 180,000.00 100,000.00 80,000.00 5.1. Métodos de Análise
2 172,000.00 100,000.00 72,000,00
3 164,000.00 100,000.00 64,000.00
4 156,000.00 100,000.00 56,000.00
A escolha do método de análise
5 148,000.00 100,000.00 48,000.00 de investimento, ou seja, Valor
6 140,000.00 100,000.00 40,000.00 Presente, Anual e Taxa Interna de
7 132,000.00 100,000.00 32,000.00 Retorno – Métodos Exatos – e PAY
8 124,000.00 100,000.00 24,000.00 BACK é uma decisão subjetiva. No
9 116,000.00 100,000.00 16,000.00 entanto, algumas particularidades
10 108,000.00 100,000.00 8,000.00 devem ser observadas.
Tabela 1- Prestação, Amortização e
Juros segundo o Sistema SAC. A escolha de um método inexato
– no entanto, matematicamente
A soma das parcelas anuais consistente – pode objetivar cobrir
variáveis, conforme mostra a Tabela 1, incertezas de mercado ou mesmo de
aplicados os referentes juros, ou seja, políticas setoriais ou mesmo
para a primeira parcela 8% ao ano por governamentais.
um período de 9 anos, para a segunda
parcela 8% ao ano por um período de 8
Por sua vez, os métodos exatos
anos e, assim por diante, resulta em um
têm sua área particular de aplicação.
montante futuro de US$ 2,158,930.00
Por exemplo, no processo de seleção
que corresponde a capitalização do
da bitola ótima de um alimentador, ou
montante de US$ 1,000,000.00
mesmo de uma linha de transmissão, o
capitalizado a 8% ao ano por um
Método do Valor Presente é
período de 10 anos.
usualmente o mais adequado. No
É óbvio e esperado que o entanto, o ano mais adequado para o
resultado final dos sistemas sejam os recondutoramento de um alimentador,
mesmos. No entanto, conforme mostra ou linha, pode ser determinado através
a Figura 4 as prestações deferem da comparação da anuidade relativa ao
substancialmente. investimento e a economia com a
redução das perdas. Quando ocorre a
$200,000.00
equivalência desses valores é chegada
a oportunidade de substituição.
$160,000.00

EXEMPLO – 1 De modo a
Valor da Prestação [ US$]

$120,000.00 demonstrar uma aplicação na qual se


considera o montante investido e o
$80,000.00
custo das perdas seja a análise da
evolução de uma subestação de média
tensão – típica de distribuição. Nestes
$40,000.00
casos é comum ser fornecido o perfil de
evolução de carga – consumo – e
$0.00 demanda. Por razões de simplicidade
0 1 2 3 4 5 6
Prestação - [m]
7 8 9 10
seja somente o cálculo com base na
evolução da demanda como mostrado
Figura 4 – Comparação Prestações na Tabela 2.
Sistemas PRICE e SAC

42
Com base nos valores da Tabela CUSTO ANUAL DOS
ANO CARGA
2 é possível, por exemplo, considerar 2 TRANSFORMADORES
[MVA] [US$]
possibilidades de expansão: A primeira
composta por 2 Transformadores de 2 x 16 MVA 1 x 25 MVA
16MVA, um instalado no ano zero e o 1 11 25,700.00 35,145.00
outro no sétimo ano. A segunda é a 2 12 25,700.00 35,145.00
instalação de 1 Transformador de 3 13 25,700.00 35,145.00
25MVA no ano zero que, por sua vez, 4 14 25,700.00 35,145.00
5 15 25,700.00 35,145.00
cobre todo o período sob análise. #
6 16 25,700.00 35,145.00
NOTA:- Convém ressaltar que o exemplo a ser 7 17 51,400.00 35,145.00
desenvolvido é relativamente incompleto, pois 8 18 51,400.00 35,145.00
não está sendo levado em conta no mesmo o 9 19 51,400.00 35,145.00
custo de suas conexões nem mesmo a 10 20 51,400.00 35,145.00
possibilidade de se trabalhar com os mesmos
Tabela 2- Cálculo do Custo Anual das
em regime de sobrecarga moderada.
Alternativas em Termos de
Investimento.
Os transformadores tem por
custo estimado de aproximadamente As perdas dos transformadores
US$ 15.00/kW. No entanto, para este são divididas em perdas a vazio, que
exemplo, vai ser adotado para o são constantes e independentes do
transformador de 16 MVA um custo de regime de carga e perdas sob carga. As
US$ 255,000.00 e para o transformador perdas a vazio têm por característica
de 25 MVA um custo de US$ não gerar receita e ocorrem, a menos
345,000.00. A vida útil estimada desses de interrupções de pequena monta,
transformadores é da ordem de 20 durante as 8760 horas do ano. Já as
anos. Esse período de tempo e uma perdas sob carga são associadas à
taxa de juros de 8% [Proposta] são os geração de receita e ao regime de
valores utilizados no problema. consumo local.

Deste modo, seja o valor anual Nesse problema foram


de um desembolso no ano zero. consideradas as seguintes tarifas, ou
seja, custos atribuídos às perdas: # Ver
Item 5.2.
8 [1 + 8 ] 20
[ A / P ,20 ,8%] = 100 100
[1 + 8 ] 20 − 1 • A vazio – US$ 255.00 /kW – Ano – TW0.
100
• Sob carga – US$ 105.00 /kWh – Ano –
#
[ A / P ,20 ,8%] = 0.10185 TWL. .

NOTA:– Os valores das tarifas acima


Com esse valor é calculado o consideram o regime de carga contínuo para as
custo anual das alternativas em termos perdas a vazio e um fator de carga inferior à
dos transformadores. 40% para o cálculo do regime de carga anual.

Notar que o cômputo do segundo A Tabela 3 fornece as perdas


transformador de 16 MVA ocorre dos transformadores utilizados nesse
somente no sétimo ano. exemplo e os custos anuais associados.

43
16 MVA → P0 = 16.1 KW & PL = 88 KW CUSTO ANUAL DOS
ANO CARGA TRANSFORMADORES
25 MVA → P0 = 21.8 KW & PL = 121 K W [MVA] [US$]
CARGA
CUSTO ANUAL DAS PERDAS DOS 2 x 16 MVA 1 x 25 MVA
TRANSFORMADORES [US$]
1 11 34,155.00 43,105.00
2 x 16 MVA 1 x 25 MVA
2 12 35,005.00 43,555.00
A vazio S.Carga A vazio S.Carga 3 13 35,910.00 44,155.00
11 4,105.00 4,350.00 5,560.00 2,400.00 4 14 36,885.00 44,755.00
12 4,105.00 5,200.00 5,560.00 2,850.00 5 15 37,930.00 45,355.00
13 4,105.00 6,105.00 5,560.00 3,450.00 6 16 39,045.00 45,955.00
14 4,105.00 7,080.00 5,560.00 4,050.00 7 17 64,830.00 46,555.00
15 4,105.00 8,125.00 5,560.00 4,650.00 8 18 65,460.00 47,305.00
16 4,105.00 9,240.00 5,560.00 5,250.00 9 19 66,130.00 48,055.00
17 8,210.00 5,220.00 5,560.00 5,850.00 10 20 66,835.00 48,805.00
18 8,210.00 5,850.00 5,560.00 6,600.00 VP – 16 MVA US$ 307,635.00
19 8,210.00 6,520.00 5,560.00 7,350.00 VP – 25 MVA US$ 304,590.00
20 8,210.00 7,225.00 5,560.00 8,100.00
Tabela 4- Cálculo do Custo Anual Total
Tabela 3- Cálculo do Custo Anual das das Alternativas.
Perdas a Vazio e sob Carga.
Os valores presente das
As perdas anuais dos alternativas são muito próximos,
transformadores são calculadas diferença inferior à 10%, logo as
segundo as Equações 5.1.1 e 5.1.2. alternativas são ditas “Economicamente
Equivalentes”. Nesse caso a decisão
CW 0 = NT TW 0W0 (5.1.1) deve ser baseada também em critérios
técnicos. No entanto, é necessário
ressaltar que não foram computados os
2
 MVAI  custos das interligações (Bays de
CWT = NT TWLWL   (5.1.2) Transformação) o que sem sombra de
 MVAN  dúvida atua no sentido de aumentar a
diferença pró-solução com um único
Onde: transformador de 25 MVA. Por outro
lado, os problemas com multas e
W0- Perdas a vazio. indisponibilidade a partir do sétimo ano
podem reduzir esta tendência. Esta
WL- Perdas a plena carga. ultima parte da análise faz parte de uma
análise de risco e de indisponibilidade e
MVAN- Potência nominal do não é uma técnica usual na decisão
Transformador.
sobre o número de transformadores
para subestações para sistemas de
MVAI- Potência transformada.
distribuição.
NT – Número transformadores em 5.2. Custeamento das Perdas
paralelo.
As perdas nos sistemas podem
A Tabela 4 fornece os custos ser divididas em perdas a vazio,
estimados das alternativas, como soma também conhecidas como perdas em
das parcelas de investimento, e perdas derivação e as perdas sob carga, ou
– a vazio e sob carga. seja, as perdas série.

44
As perdas impõem dois C P = CP → D + CP → E (5.2.1)
problemas distintos aos sistemas
elétricos. O primeiro é relacionado com Os custos de expansão do
a necessidade de potência disponível, forncecimento e energia, ou seja, as
ou seja, capacidade instalada de parcelas da Equação 5.2.1, podem ser
geração. Já o segundo é relacionado calculadas pelas Equações 5.2.2 e
com a disponibilidade de energia. Deste 5.2.3, respectivamente.
modo, o custo das perdas pode ser
dividido em duas parcelas uma
relacionada com os requisitos de CP → D = kFDV CE → D (5.2.2)
demanda e a outra com os requisitos de
consumo, ou em última análise, custos CP →E = 8 ,76FCCE →E (5.2.3)
de expansão e fornecimento.
Onde:
O custo de expansão, de modo a
apresentar uma certa coerência, deve K- Constante [Amortização].
levar em conta o princípio da
diversidade entre as cargas, ou seja, FDV- Fator de diversidade da carga.
em um determinado momento nem toda
a carga instalada se encontra presente FC- Fator de carga.
no sistema.
CE→D- Custo de expansão do
fornecimento [US$/kW].
O custo de energia deve, por sua
vez incorporar o conceito de curva de CE→E- Custo de expansão do
carga, cujo exemplo típico é mostrado sistema [US$/MWH].
na Figura 5. É possível e mesmo comum não
trabalhar com a idéia de ponderar a
Deste modo, em qualquer dos expansão do fornecimento. Deste
casos é necessário trabalhar com a modo, a Equação 5.2.1 fica reduzida à
Equação 5.2.1. Equação 5.2.4.

CP = CP →E (5.2.4)

Demanda na Ponta - D
P
A aplicação das Equações 5.2.3
a 5.2.4 às perdas a vazio e sob carga
resulta nas Equações 5.2.5 e 5.2.6.
Pontência [ kW ]

TW0 = 8 ,76CE →E (5.2.5)

Demanda na Base - D
TWL = 8 ,76FCCE →E (5.2.6)
B

Onde:

CE→E- Custo de expansão do sistema,


ou ainda, de compra da energia
1 3 5 7 9 11 13
Tempo [ H ]
15 17 19 21 23
[US$/MWH].
Figura 5 – Curva de Carga Diária Típica No entanto, quando se é o
responsável pela geração, o valor da

45
constante de amortização – k pode ser
calculado com base no período de 8[1 + 8 ] 20
amortização do investimento em
k= 100 100 = 0.10185
geração e da taxa de juros conforme [1 + 8 ] 20 − 1
mostra a Equação 5.2.7. 100

i [1 + i ] n TWL – FC CE→E = 35.00 US$/MWH


k= (5.2.7)
[1 + i ] n − 1 CE→D = 1400.00 US$/kW
0,30 0,40 0,50 0,70 1,00
A Tabela 5 mostra alguns 120.50 151.16 181.82 243.14 335.12
resultados de custos de perdas obtidos TW0 419.20
com a utilização das Equações 5.2.5 e
TWL – FC CE→E = 40.00 US$/MWH
5.2.6.
CE→D = 1400.00 US$/kW
TWL – FC CE→E = 35.00 US$/MWH 0,30 0,40 0,50 0,70 1,00
0,30 0,40 0,50 0,70 1,00 133.64 168.68 203.72 273.80 378.92
91.98 122.64 153.30 214.62 306.60 TW0 493.00
TW0 306.60
Tabela 6- Cálculo dos Custos das
TWL – FC CE→E = 40.00 US$/MWH
Perdas a Vazio e Sob Carga [US$/kW].
0,30 0,40 0,50 0,70 1,00
105.12 140.16 175.20 245.28 350.40 As tabelas, equações e as
TW0 350.40 hipóteses acima devem ser utilizadas
Tabela 5- Cálculo dos Custos das na ausência de dados reais tais como, o
Perdas a Vazio e Sob Carga [US$/kW]. custo da energia – venda ou compra e
Um outro ponto que deve ser expansão do fornecimento.
levado em consideração é o valor do
fator de diversidade, que para perdas 5.3. Análise de Sensibilidade
em paralelo deve ser assumido como
unitário. A diversidade depende do tipo As análises econômicas devem
de carga alimentada pelo sistema sob contemplar verificações sensibilidade,
estudo, linha ou transformador. O valor pois variações de alguns parâmetros ao
do fator de diversidade assume pois, redor de uma média podem resultar em
valores entre 0.1 e 1 e seu exato valor inversões de resultados. Variações em
depende de uma melhor análise do torno de 10% a 20% são consideradas
comportamento instantâneo da carga. como adequadas. A escolha de quais
parâmetros devem ser analisados é em
A Tabela 6 mostra alguns grande parte fruto da experiência prévia
resultados de custos de perdas obtidos com análises similares. Os principais
com a utilização das Equações 5.2.1, pontos a serem avaliados são os preços
5.2.2, 5.2.3 e 5.2.7. Neste caso, foi de compra e venda de energia e
assumido para as perdas em derivação possíveis impactos de políticas
uma diversidade unitária e para as governamentais, por exemplo, no
perdas série uma diversidade de 0.2. A preços dos combustíveis ou ainda,
taxa de juros considerada foi de 8% ao incentivos à fórmulas particulares de
ano. Nesse caso, o investimento deve geração ou ainda economia de energia.
ser amortizado em 20 anos. Segundo a Quando os sistemas atingem
Equação 5.2.7 vem: elevado grau de complexidade ao invés

46
de uma análise de sensibilidade é usual
trabalhar com o conceito de cenários
possíveis, principalmente no diz
respeito ao quesito mercado, que
normalmente passa a ser considerado
como dividido em pessimista, realizável
e otimista.

Dados prévios e similaridade são


de extrema importância nessas análises
e devem ser sempre tomados como
pontos de referência.

De modo complementar, é
também usual trabalhar com conceitos
de risco ao se considerar os valores de
custos. Nesse estágio do problema o
risco é definido com base em políticas
empresariais e, portanto, não levam em
conta os próprios impactos impostos
pelo sistema.

6. BIBLIOGRAFIA

[1]- “ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS - A ECONOMIA DO
SETOR ELETRO-ENERGÉTICO”; Prof.
Edson de Oliveira Pamplona.

[2]- “ELECTRICITY DISTRIBUTION


NETWORK DESIGN”, E. Lakervi & E.J.
Holmes; Peter Peregrinus Ltd. – London –
1989.

47
Capítulo 3

ESTUDOS SOBRE PERDAS E VIDA ÚTIL DE


TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO.

48
1 - PERDAS ECONÔMICAS ORIUNDAS DA SOBRECARGA
DE TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO.

1.1- INTRODUÇÃO transformador em função das perdas


relativas e da potência fornecida.
O estudo da eficiência de
transformadores de distribuição, que As curvas de eficiência dos
tem sido amplamente difundido na transformadores quantificam seu nível
Europa, é motivado pelas perdas de de perdas em relação ao carregamento,
energia que, no sistema elétrico ou seja, relaciona diretamente perdas
mundial como um todo, é da ordem de totais com a carga. Definido o
1.279 TWh. Este valor varia para cada comportamento destes
país entre 3,7% e 26,7% do consumo transformadores, a análise econômica
de energia e demonstra um grande verifica o impacto das perdas no custo
potencial de melhoria tanto no aspecto operacional do transformador. A seguir,
técnico, quanto no econômico [1]. é apresentado um modelo na forma de
equações de custos para executar esta
O potencial de economia de análise.
energia anual para uma planta com 2,5
milhões de transformadores de 1.2- PERDAS
distribuição de 30 kVA, para uma
determinada demanda, segundo os A perda total relativa para um
estudos em [2], é em torno de 502.750 determinado patamar de carregamento
MWh/ano para concessionárias é dada conforme (1.2.1).
resultando em uma economia de R$
46,95 milhões por ano. Em alguns WT
países europeus, por exemplo, o WTR =
PF
potencial anual de economia de (1.2.1)
eletricidade em transformadores de
distribuição, avaliado segundo Onde:
PROPHET – Promotion Partnership for
High Efficiency Transformers [3], é: em W TR é perda total relativa;
torno de 22 TWh para concessionárias W T é perda total;
além da não emissão de 9 Mt/ano de PF é a potência ativa fornecida.
CO2.
A perda total pode ser obtida
Estima-se que mais de 40% do com (1.2.2).
total das perdas na rede de distribuição
são atribuídas aos transformadores [4],
2
WT = W0 + WL ⋅ ( k )
(1.2.2)
cujas perdas geradas são as perdas em
vazio e as perdas sob carga. É
Onde:
mostrado estudo comparativo das
perdas com relação ao carregamento
W 0 são as perdas em vazio;
de acordo com a potência do
W L são as perdas em carga;
transformador, através das Curvas de
k é o fator de carregamento,
Eficiência. Dentro deste contexto, estas
definido em (1.2.3).
curvas apresentam o desempenho do

49
PF (1 + j )PV ⋅ j
k= Camortização = Caquisição ⋅
SN PV
(1.2.3) (1 + j ) − 1 (1.3.2)
Em que:
Onde:
PF é a potência média fornecida;
Camortização é o custo de
SN é a potência nominal do
amortização do transformador em R$;
transformador.
j é a taxa de juros anual;
PV é o período de vida do
A potência ativa fornecida é
transformador em anos.
obtida conforme (1.2.4).
As perdas em vazio são
PF = k ⋅ S N ⋅ cos ϕ contabilizadas no período de análise
(1.2.4)
em (1.3.3).
Onde:
(1 + j )n − 1
cos ϕ = 0,92. CW 0 = TW 0 ⋅ W0 ⋅ n
(1 + j ) ⋅ j (1.3.3)
1.3 - CUSTOS
Onde:
O custo total de um
transformador de distribuição pode ser n é o período de análise;
definido conforme (1.3.1). TW0 é a tarifa para as perdas em
vazio;
CTotal = C aquisição + CW 0 + CWL
(1.3.1) A tarifa para as perdas em vazio
é calculada conforme (1.3.4).
Onde:
TW 0 = 8, 76 ⋅ C E
CTotal é o custo total do (1.3.4)
transformador em R$;
Caquisição é o custo de aquisição Onde:
do transformador em R$; CE é o custo de compra de
CW0 é a perda em vazio energia.
capitalizada em R$;
CWL é a perda em carga As perdas em carga são
capitalizada em R$. contabilizadas no período de análise de
acordo com (1.3.5).
A distribuição dos custos ao
longo do tempo apresenta ainda a  (1 + j ) n − 1 
CWL = TWL ⋅ WL ⋅ FE ⋅ 
vantagem de considerar o custo por  (1 + j )n ⋅ j 
unidade de tempo, de modo que uma   (1.3.5)
vida útil maior implica na diminuição do
custo anual. A amortização de um Onde:
transformador, incluindo ou não o seu TWL é a tarifa para as perdas em
custo de instalação, é dada em (1.3.2). carga;
FE é o fator de energia
consumida.

50
O fator de energia consumida é
obtido por (1.3.6). Este fator considera
o carregamento no custo das perdas e
assume um valor diferente de acordo
com o nível de carga e pode juntamente
com as curvas de permanência de
carga definir o grau de sobrecarga dos
transformadores.

2
24
 S 
FE = ∑  i 
i =1  S N 
(1.3.6)

Onde Si é a potência fornecida


Figura 2 - Limite de perdas para os
no período de uma hora ao longo de um
transformadores nacionais de 15 kVA
dia comum.

A tarifa para perdas em carga é


fornecida por (1.3.7).

TWL = 0, 365 ⋅ C E
(1.3.7)

1.4 - CURVAS DE EFICIÊNCIA

As Figuras de 1 a 4 representam
as curvas de eficiência em função da
potência ativa fornecida. As curvas de
eficiência são formadas a partir das
curvas limites para vários
transformadores classe 15 kV.
Figura 3 - Limite de perdas para os
transformadores nacionais de 75 kVA

Figura 1 - Limite de perdas para os


Figura 4 - Limite de perdas para os
transformadores nacionais de 10 kVA
transformadores nacionais de 112,5
kVA

51
1.5 - ANÁLISES POR CONSUMIDOR
Com os dados das curvas de
eficiência das Figuras 1 a 4 é possível
realizar a análise da energia consumida
por ano por unidade de transformador
de distribuição, considerando
características especificas de
carregamento.
A análise considera a curva de
carga média de consumidores
residenciais, comerciais, industriais e
rurais. Cada uma destas curvas de Figura 6 – Curva de Demanda
carga média foi normalizada para ser a Comercial
referência de carregamento nominal. A
partir desta curva normalizada é
traçada uma curva de sobrecarga com
valor máximo de 1,6 pu. A energia em
MWh/ano consumida por cada
transformador pode ser escrita
conforme (1.5.0.1).

Energia = 352 ⋅ WL ⋅ FE + 8760 ⋅ W0


(1.5.0.1)
1.5.1 - DEMANDAS: RESIDENCIAL,
COMERCIAL, INDUSTRIAL E RURAL
Figura 7 – Curva de Demanda Industrial
Para a demanda residencial,
Figura 5, e para a demanda comercial,
A Tabela 1 apresenta a
Figura 6, e industrial Figura 7 tem-se
comparação entre o transformador de
uma análise com duas comparações de
75 kVA operando sobrecarregado até
transformadores trifásicos. Foram
ponto máximo de 1,6 p.u. com o
realizadas comparações entre os
transformador de 112,5 kVA operando
transformadores de distribuição
com máximo carregamento de 1,0 p.u.
trifásicos de 75 e 112,5 kVA de acordo
As comparações realizadas
com a Tabelas 1.
consideraram um custo de energia de
100 US$/MWh. A diferença entre as
energias consumidas pelos
transformadores que operam em
sobrecarga e sob condições nominais é
indicada na Tabela 1 como
DeltaEnergia e a diferença entre estes
custos por ano por unidade de
transformador é indicada como
DeltaCustoEnergia e o seu tempo de
retorno de investimento em anos como
pay-back.
Figura 5 – Curva de Demanda
Residencial

52
Tabela 1 - Comparação entre os transformadores
Residencial Comercial Industrial
Comparações 75kVA 112,5kVA 75kVA 112,5kVA 75kVA 112,5kVA
1,6p.u. 1,0p.u. 1,6p.u. 1,0p.u. 1,6p.u. 1,0p.u.
Energia
10,09 5,48 11,80 6,59 12,03 6,68
[MWh/ano]
DeltaEnergia
4,61 5,20 5,34
[MWh/ano]
DeltaCustoEnergia
461,29 520,49 534,98
[US$/ano]
Pay-Back [anos] 4,5 3,4 3,2

2 - ANÁLISE DE PERDA DE VIDA ÚTIL TÉCNICA E


ECONÔMICA DOS TRANSFORMADORES DE
DISTRIBUIÇÃO

A perda de vida útil técnica do um valor inferior em relação ao seu


transformador é determinada sob o tempo do retorno do investimento.
ponto de vista do seu perfil térmico, que Porém, se o objetivo é obter um
é conseqüência do carregamento benefício adicional, a vida útil técnica
imposto. A perda de vida útil econômica do equipamento deve ser superior em
é calculada em função do fator de relação ao seu tempo do retorno do
energia consumida, das taxas de juros investimento.
aplicadas e do preço de compra, sendo
analisado através do tempo de retorno 2.1 PERFIS TÉRMICOS DOS
do investimento. TRANSFORMADORES

A otimização da operação do Os perfis térmicos dos


transformador depende do objetivo do transformadores são definidos através
seu funcionamento. Se o objetivo é de equações diferenciais. A equação
fornecer a máxima quantidade de diferencial do topo do óleo [6] é definida
energia possível sem pôr em risco à conforme (2.1.1) e a equação
viabilidade econômica do investimento, diferencial do ponto mais quente do
o máximo carregamento do enrolamento [6] é definida conforme
transformador não deve implicar na (2.1.2).
redução da sua vida útil técnica para

(2.1.1)

(2.1.2)

53
Onde:

, é a constante de tempo do
topo do óleo

, é a corrente de carga em pu;

, é a relação entre a perda em


carga e a perda em vazio;

, é a elevação de
temperatura, em plena carga, do topo
do óleo sobre o ambiente em °C;

, é a temperatura do topo do
óleo em °C;

, é a temperatura ambiente em Figura 8 - Perfil térmico para


°C; temperatura ambiente de 40 °C

, é um expoente que define a Observa-se que a temperatura


não linearidade devido às variações na do ponto mais quente do enrolamento
elevação de temperatura do topo do não ultrapassa o limite máximo de
óleo com as variações nas cargas. 105°C. Aplicando o carregamento
dinâmico da Figura 9 nas equações
, é o fator de correção devido diferenciais tem-se o resultado na
às variações ocorridas na resistência Figura 10 para a temperatura ambiente
com a variação na carga; de 40°C.

, é a perdapor corrente
Foucault em plena carga em pu;

, é a elevação de
temperatura do ponto mais quente do
enrolamento sobre o óleo, em plena
carga em °C;

, é a constante de tempo do
ponto mais quente em horas;

, é a exponencial usada para


avaliar a variação de elevação de
temperatura do ponto mais quente do
enrolamento com as variações na
Figura 9 - Carregamento dinâmico
carga.
aplicado ao modelo
Aplicando uma carga constante Para a temperatura ambiente de
de 1,0 pu ao logo de 24 horas tem-se o 30 e 40°C, verifica-se que as
resultado da simulação na Figura 8 temperaturas do topo do óleo e do
para a temperatura ambiente de 40°C. ponto mais quente do enrolamento

54
ultrapassam os limites na NBR curvas de carga com pico de 1,2 pu
5416/1997 [5] em relação aos podem ser observados na Figura 11
patamares de cargas de 1,5 p.u. e 1,6 para consumidores residencial e rural e
p.u., tornando a situação extremamente na Figura 12 para os consumidores
crítica. Em conclusão, o carregamento comercial e industrial.
referente à Figura 9 ultrapassa a
capacidade desse equipamento.
Porém, ao trabalhar com o patamar de
1,2 pu, verifica-se que para temperatura
ambiente de 30°C a temperatura do
ponto mais quente do enrolamento
encontra-se dentro do limite da norma.
Para a temperatura ambiente de 40°C a
temperatura do ponto mais quente
ultrapassa 105°C. Dentro deste
contexto, é possível avaliar a influência
da temperatura ambiente no
carregamento do transformador. Figura 11 - Valores de K² para
consumidores residenciais e rurais

A elevação de temperatura do
topo do óleo com o patamar de carga
se obtém através dos valores de K² na
equação (2.2.1).

(2.2.1)

Onde:
, corresponde a variação
da temperatura quando é o último
patamar de carga ou variação da
temperatura quando o patamar de
carga é o inicial em °C;
, é a demanda de potência
referente ao patamar em pu;
, é a relação entre a perda em
Figura 10 - Perfis térmicos para
carga e a perda em vazio do
carregamento dinâmico
transformador;
, é a elevação de
2.2 - PERFIS TÉRMICOS DO
temperatura do topo do óleo sobre a
TRANSFORMADOR EM PATAMARES
temperatura ambiente, em condição de
DE CARGA
carregamento normal, em °C;
A realização deste estudo utiliza
Para o pico máximo de 1,0 pu a
as características do transformador
elevação de temperatura deste patamar
segundo NBR 5416 [5] e as curvas de
não ultrapassa o valor máximo da NBR
carga dos consumidores residenciais,
5416[5], porém para os picos de 1,2 e
rurais, comerciais e industriais. Os
1,6 pu a elevação de temperatura é
valores dos patamares K² para as
maior que o estabelecido.

55
elevados possuem menores valores de
constantes de tempo do topo do óleo,
pois quanto maior for o carregamento
imposto, menor é o tempo para que a
elevação de temperatura do topo do
óleo alcance determinado valor.

Figura 12 - Valores de k² para


consumidores comerciais e industriais

Os 15°C acima do valor normal


na referida norma em relação ao pico
máximo de 1,2 pu pode ser
compensada com as elevações de Figura 14 - Elevação de temperatura
temperatura inferiores aos valores para o topo do óleo para carregamento
normais desta norma em relação aos com pico de 1,2 pu
patamares restantes conforme Figura
13 para consumidores residenciais e
rurais e Figura 14 para consumidores
comerciais e industriais.

Figura 15 - Elevação de temperatura


para o topo do óleo para carregamento
com pico de 1,6 pu

Figura 13 - Elevação de temperatura do


topo do óleo para carregamento com
pico de 1,2 pu

No caso do pico máximo de 1,6


pu, a elevação de temperatura neste
ponto não pode ser compensada pelas
elevações de temperatura inferiores dos
patamares restantes ocasionando Figura 16 - Elevação de temperatura
perda de vida útil total do equipamento máxima do topo do óleo para
conforme Figura 15 para consumidores carregamento com pico de 1,6 pu
residenciais e rurais e Figura 16 para
consumidores comerciais e industriais. A Figura 17 apresenta o
Observa-se que os patamares comportamento da constante do topo
correspondentes aos picos mais do óleo para cada patamar da curva

56
diária com pico máximo de 1,6 pu para igual a 95°C, para o pico de 1,2 pu é
consumidores comerciais e industriais igual a 110°C e para o pico de 1,6 pu é
Ao determinar a vida útil técnica total do igual a 150°C. Portanto, o valor de 110
equipamento, sabe-se que a elevação °C em alguma situação pode ser
de temperatura do topo do óleo acima compensada com a temperatura abaixo
do valor normal pode ser ou não da nominal dos patamares restantes. A
compensado com as elevações de temperatura média diária do ponto mais
temperaturas inferiores dos outros quente do enrolamento é apresentada
patamares em relação aos valores na Figura 18.
aceitáveis pela norma. A elevação da
temperatura do ponto mais quente do
enrolamento em relação ao
carregamento pode ser definida em
(2.2.2).

Figura 17 - Constante de tempo do topo Figura 18 - Temperatura média diária


do óleo para carregamento com pico de do ponto mais quente dos enrolamentos
1,6 pu em horas
2.3 - PERDA DE VIDA ÚTIL TÉCNICA
(2.2.2) DO TRANSFORMADOR

A taxa de envelhecimento do
Onde:
transformador em relação aos
, corresponde a variação
patamares de carga é determinada
da temperatura quando é o último
aplicando a temperatura do ponto mais
patamar de carga ou variação da quente na Equação (2.3.1).
temperatua quando o patamar de carga
é inicial em °C;
, é a elevação de (2.3.1)
temperatura do ponto mais quente do
enrolamento sobre a temperatura do Onde:
topo do óleo, em condição de , É o intervalo de tempo de
carregamento normal em °C. funcionamento do transformador em
horas;
A elevação da temperatura do , é igul a -14,133 para
ponto mais quente dos enrolamentos no transformador de 55 °C e -13,391 para
pico de máximo carregamento de 1,2 e transformador de 65°C ;
1,6 pu ultrapassa os valores aceitáveis , é igual a 6972,15.
por norma. Para o pico de carga
máxima de 1,0 pu, a temperatura do
ponto mais quente do enrolamento é

57
A taxa de envelhecimento em com as curvas com pico máximo de 1,6
relação ao patamar correspondente ao pu, a vida útil total deste transformador
pico máximo de carga é igual a pode ser considerada nula, com a vida
aproximadamente 6 a 7 vezes maior útil correspondente a este patamar de
que a média dos patamares restantes. 0,36 anos.
A perda de vida útil de cada patamar
em relação à perda de vida útil técnica
total do equipamento pode ser
determinada conforme (2.3.2).

(2.3.2)

Onde:
, é a taxa de
envelhecimento do transformador para
cada patamar de carga i. Figura 20 - Perda de vida útil com
ambiente a 30 °C e carregamento com
As Figuras 19 a 24 apresentam a pico de 1,0 pu.
perda de vida útil do transformador,
considerando a temperatura ambiente
de 30°C para consumidores residencial,
rural, comercial e industrial.

Figura 21 - Perda de vida útil com


ambiente a 30 °C e carregamento com
pico de 1,2 pu.

Figura 19 - Perda de vida útil com


ambiente a 30 °C e carregamento com
pico de 1,0 pu.

Para os consumidores
residenciais e rurais com pico máximo
de 1,0 pu, a perda de vida útil é igual a
55 anos. Isto ocorre devido o
transformador operar em plena carga
somente em uma hora diária. Para as
curvas de carga com pico máximo de
1,2 pu, a vida útil referente a este pico é
aproximadamente 5 vezes menor em Figura 22 - Perda de vida útil com
relação à carga de 1,0 pu. Comparando ambiente a 30 °C e carregamento com
pico de 1,2 pu.

58
A vida útil técnica total do
transformador obtida, somando as vidas
úteis dos patamares, é mostrada na
Figura 25. Observa-se que a vida útil
técnica total do equipamento em
relação a cargas com pico máximo de
1,0 pu é elevada. O importante é
salientar que o valor da temperatura do
ponto mais quente acima do valor
normalizado em relação ao pico de
carga de 1,2 pu, para os consumidores Figura 25 - Vida útil total do
rurais e comerciais, é compensado transformador com ambiente de 30 °C
pelos valores inferiores da temperatura
do ponto mais quente dos outros 2.4 - PERDA DE VIDA ÚTIL
patamares. Isto porque, as vidas úteis ECONÔMICA DO TRANSFORMADOR
técnicas totais em relação a estes
consumidores são aproximadamente Para a determinação da
iguais à vida útil estimada nas normas viabilidade econômica de um
internacionais, ou seja, 20 anos. investimento, determina-se o fator de
energia consumida dos
transformadores de 10, 15 e 25 kVA em
um dia típico tomando como base a
potência do transformador de 15 kVA
conforme (2.4.1).

(2.4.1)

Quanto maior o fator de energia


consumida, menor é a capacidade do
transformador. Quando a carga é
variável, se o fator de energia
Figura 23 - Perda de vida útil com consumida, for igual a 24 horas, deve-
ambiente a 30 °C e carregamento com se analisar o perfil térmico de cada
pico de 1,6 pu. patamar, pois há o caso em que a
temperatura do ponto mais quente de
um patamar é extremamente elevada e
pode ocasionar avarias ao
equipamento. Os benefícios adicionais
econômicos dos transformadores em
anos de exploração são obtidos
aplicando a vida útil técnica total e o
tempo de retorno do investimento do
transformador substituído. Os
resultados do benefício podem ser
observados na Tabela 2 para as curvas
de carga de 1,2 pu.
Figura 24 - Perda de vida útil com
ambiente a 30 °C e carregamento com
pico de 1,6 pu.

59
Tabela 1 - Benefício da substituição do transformador, pico de 1,2 pu.

O sinal negativo na Tabela 2 imposto, da sua capacidade, da


indica que não houve benefício temperatura ambiente e da sua
adicional. Para a curva de carga com eficiência. Nem sempre o maior fator de
pico de 1,0 pu, somente o consumidor energia consumida implica na maior
industrial implica em benefício adicional perda de vida útil técnica do
devido ao maior fator de energia equipamento. A perda de vida útil do
consumida. A substituição do transformador aumenta mais com a
transformador de 15 pelo de 25 kVA , sobrecarga do que com o maior fator de
para a curva de carga de 1,0 pu, não é energia consumida. Para as curvas de
rentável, pois os tempos de retorno de cargas com pico máximo de 1,2 pu
investimento são superiores a 20 anos. durante uma hora, a perda de vida útil
Com o aumento do carregamento, para técnica do equipamento ocorre
a curva de carga com pico máximo de aproximadamente de acordo com o
1,2 pu, verifica-se que houve melhoria valor estimado. Isto se deve ao ritmo de
na rentabilidade econômica do vida acima do normal causado por este
investimento. Com exceção do pico de carga, que pode ser
consumidor residencial para taxa de compensado com o menor ritmo de
juros de 13%, verifica-se que tem-se os perda de vida dos demais patamares.
benefícios adicionais econômicos em Portanto, enquanto a sobrecarga
anos de exploração. aumenta o ritmo de perda de vida
técnica, o aumento do fator de energia
A vida útil econômica de um consumida pode melhorar a vida útil
transformador depende da vida útil econômica.
técnica do equipamento que, por sua
vez, depende do carregamento

60
3 - EFEITO DO DESBALANÇO DE CARGA NAS PERDAS
TÉCNICAS DE TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO

3.1 - INTRODUÇÃO monofásicas com potências e


comportamentos diferentes.
No sistema de distribuição, a Transformadores utilizados em áreas
carga é analisada e tratada residenciais e comerciais onde
considerando-a equilibrada. Modelos predominantemente são utilizados
unifilares para a análise do sistema equipamentos monofásicos têm
partem da premissa do equilíbrio da grandes chances de sofrerem um
carga em todas as fases do sistema. carregamento desbalanceado durante
Considerar o sistema equilibrado em toda sua operação. O carregamento
uma análise abrangente, ou seja, desbalanceado se deve ao
macroscópica, é correto, pois mesmo acionamento destas cargas com
que existam cargas desequilibradas, ao potências e duração variadas de forma
se somarem em um determinado desordenada. A coordenação do
alimentador estas geram um resultado acionamento deste tipo de carga é algo
cada vez mais equilibrado na direção impraticável fazendo com que o
da subestação [13]. desbalanceamento seja inevitável
nestas condições. Para calcular as
Apesar da validade da análise perdas tanto do sistema como um todo
unifilar, esta não apresenta um quanto de um equipamento em
resultado preciso em um cálculo das específico é necessário que o
perdas em carga de um transformador carregamento do mesmo seja
na presença de desequilíbrio de carga. conhecido.
Isto se deve ao comportamento não
linear das perdas com relação à carga. 3.3 - LEVANTAMENTO ESTATÍTICO
Com isto, ao se dividir igualmente a
carga entre as fases a perda em carga Uma das maneiras de se obter
obtida será diferente da real. Portanto, um modelo de carga confiável é através
as perdas destes equipamentos em um da realização de um levantamento
sistema de distribuição necessitam de estatístico do mesmo. Para tal é
uma análise mais individualizada de necessária a realização de medições
cada equipamento considerando seu para que se possa construir o modelo
desequilíbrio, caso este exista. de carga.

3.2 – CARREGAMENTO 3.3.1 - POPULAÇÃO ANALISADA

A carga total para um Foram escolhidos os


transformador em um sistema de transformadores de potências de 30, 45
distribuição é composta de cargas e 75 kVA para o trabalho apresentado
trifásicas e monofásicas. Cargas neste artigo por serem as potências de
trifásicas, usualmente motores, transformadores trifásicos mais comuns
costumam ser balanceadas tendo em um sistema de distribuição.
assim um efeito bem definido sobre as Estes são transformadores
perdas dos transformadores que as usualmente utilizados no perímetro
alimentam. Desta forma, o urbano como mostra a figura 26 e estão
desbalanceamento da carga se deve, sujeitos à ocorrência do desbalanço de
principalmente, à presença de cargas carga.

61
distribuição o resultado obtido através
da análise destes pode ser expandido
para toda a concessionária. Porém,
para uma maior precisão é desejável
que as potências superiores também
sejam analisadas.

Para tanto, levantou-se o perfil


dos consumidores ligados a toda
população de transformadores destas
três potências sendo apresentado na
figura 27. Tomando-se como base este
levantamento pode-se ter uma idéia da
possível ocorrência do
desbalanceamento da carga em cada
Figura 26 – População de potência.
transformadores analisados.
Por serem os transformadores
mais comuns em um sistema de

Figura 27 – Distribuição percentual de consumidores para as potências analisadas.

Como mostra a figura 27, um população e a amostra podem ser


grande percentual dos consumidores vistos na Tabela 3.
ligados a estes transformadores são
classificados como consumidores Tabela 3 – Amostragem para medição.
residenciais. Este tipo de consumidor é Potência Amostras
o que apresenta o maior volume de População
(kVA) Utilizadas
cargas monofásicas ligadas em seu 30 4300 40
interior, o que pode levar ao 45 5900 42
aparecimento do desbalanço da carga
75 7400 44
do transformador que as alimenta.

3.3.2 - MEDIÇÕES A partir da quantidade de


amostras utilizadas é possível obter um
Para a escolha do tamanho da desvio em relação à média da ordem de
amostra foi utilizada a tabela 3 do aproximadamente 15% de acordo com
anexo IV do Manual de Fiscalização da o manual da ANEEL. A medição de
Distribuição da ANEEL [14]. A cada amostra foi realizada durante 7

62
dias com intervalo de registros de 5 presença do desbalanço de carga e
minutos para a obtenção da curva de para a situação hipotética de que o
carga de cada dia da semana. O motivo desbalanço não estivesse presente e
para o qual foi feita a escolha de se utilizando tanto os valores de perdas
medir por 7 dias se deve a possíveis nominais da ABNT NBR 5440 de 1999
mudanças na carga que podem ocorrer quanto para os valores da ABNT NBR
de um dia para o outro em um 5440 de 2011. Porém o resultado obtido
transformador. pela utilização da ABNT NBR 5440 de
1999 é mais importante devido ao fato
3.4 - PERDAS EM CARGA da maior parte dos transformadores
existentes nos atuais sistemas de
De posse dos dados de distribuição possuírem perdas regidas
medições das amostras foram pela ABNT NBR 5440 de 1999 ou
calculadas as perdas por fase de cada anterior, isto devido ao pequeno
transformador através de (3.4.1). período de vigência da ABNT NBR
5440 de 2011.
(3.4.1) 3.4.1 - ANÁLISE ESTATÍSTICA

Onde, W cc é a perda em carga Após a finalização dos cálculos,


no intervalo, S a potência no intervalo, os valores de perdas anuais de cada
SN a potência nominal e W ccN a perda amostra foram utilizados para obter um
em carga nominal, sendo todos os valor mais provável da perda anual na
dados referentes a valores por fase. presença e ausência de desbalanço de
carga. Isto foi feito através de análise
Assim, foram calculadas as estatística dos dados, inicialmente, para
perdas em carga por fase de cada saber se estes obedeciam ou poderiam
amostra e, por conseguinte, a perda ser representados por uma distribuição
total de energia de cada transformador normal de dados. Tal análise mostrou
no período. A perda total de energia no que nenhuma das potências
período foi considerada constante e apresentava um comportamento similar
representativa do comportamento de à distribuição normal, assim não é
cada amostra sendo extrapolada para possível adotar a média dos resultados
seu valor anual. Este processo foi como valor mais provável.
aplicado para as medições reais com a

63
Figura 28 – Melhores distribuições para 30 KVA balanceados e desbalanceados
NBR5440 de 1999.
Foi realizada então uma busca A figura 28 apresenta o resultado
pela distribuição em que os dados mais para a potência de 30 kVA. Nesta figura
se assemelhassem através do teste de é possível observar os valores mais
Anderson–Darling. Foram analisadas prováveis de perda de energia anual
oito distribuições: Lognormal, Gamma, em kWh para o caso balanceado,
Exponencial, Menor Valor Extremo, 439,44 kWh, e para o caso
Maior Valor Extremo, Weibull, Logistic e desbalanceado, 558,81 kWh. Assim, o
Loglogistic. erro causado ao se considerar os
transformadores de distribuição de 30
Para as amostras de 30 kVA, a kVA como tendo carregamentos
distribuição Weibull foi a escolhida por equilibrados para a população
melhor representar a amostra pelo analisada é de 119,37 kWh anuais por
critério de Anderson–Darling. Isto transformador.
ocorreu tanto para o caso balanceado
quanto para o desbalanceado.

Figura 29 – Melhores distribuições para 45 KVA balanceados e desbalanceados


NBR5440 de 1999.

Para as amostras de 45 kVA, a transformadores de distribuição de 45


distribuição Weibull foi a escolhida por kVA como tendo carregamentos
melhor representar a amostra pelo equilibrados para a população
critério de Anderson–Darling. Isto analisada é de 158,09 kWh anuais por
ocorreu tanto para o caso balanceado transformador.
quanto para o desbalanceado.
Já para as amostras de 75 kVA,
A figura 29 apresenta o resultado a distribuição Gamma foi a escolhida
para a potência de 45 kVA. Nesta figura por melhor representar a amostra pelo
é possível observar os valores mais critério de Anderson–Darling no qual
prováveis de perda de energia anual esta distribuição teve um resultado
em kWh para o caso balanceado, pouco melhor que a distribuição
794,03 kWh, e para o caso Weibull, escolhida nos casos anteriores.
desbalanceado, 952,12 kWh. Assim, o Isto ocorreu tanto para o caso
erro causado ao se considerar os

64
balanceado quanto para o desbalanceado.

Figura 30 – Melhores distribuições para 75 KVA balanceados e desbalanceados


NBR5440 de 1999.

A figura 30 por sua vez para um único transformador, mas


apresenta o resultado para a potência quando este resultado é aplicado a todo
de 75 kVA. Nesta figura é possível um sistema de distribuição esta
observar os valores mais prováveis de diferença torna-se significante. O
perda de energia anual em kWh para o sistema analisado é composto por
caso balanceado, 1201,59 kWh, e para 17600 transformadores, sendo que
o caso desbalanceado, 1325,22 kWh. todos foram assumidos como
Assim, o erro causado ao se considerar alimentando, ou não, cargas
os transformadores de distribuição de desequilibradas. Estes transformadores
75 kVA como tendo carregamentos se dividem entre as potências de 30, 45
equilibrados para a população e 75 kVA como mostrado na tabela 4.
analisada é de 123,63 kWh anuais por
transformador. Existem outros níveis de
potência no sistema estudado, porém
3.4.2 - IMPACTO FINANCEIRO estes foram desprezados por não
serem tão comuns quanto as potências
A diferença entre as perdas na propostas e por uma questão de
presença de desbalanço de carga e na redução de gastos com a medição.
situação de equilíbrio pode ser pequena

Tabela 4 – Perdas anuais do sistema


Perdas Anuais Unitárias Perdas Anuais do Sistema Diferença
kVA (kWh) População (MWh) Sistema
Balanceado Desbalanceado Balanceado Desbalanceado (%)
30 439,4 558,8 4300 1890 2403 27,2%
45 794,0 952,1 5900 4685 5617 19,9%
75 1201,6 1325,2 7400 8892 9807 10,3%

Em termos percentuais existe um KVA. Assim, considerar a carga de


acréscimo de 27,2% nas perdas para transformadores equilibrada para se
os transformadores de 30 kVA, de calcular as perdas em um sistema de
19,9% para 45 kVA e 10,3% para 75

65
distribuição pode trazer um erro 45 107.265,42 101.365,86 5,50%
significativo ao resultado. 75 105.205,73 99.837,62 5,10%
Total 271.499,61 256.642,37 5,47%
Por fim, na população de
transformadores de 30, 45 e 75 kVA Transformadores em um sistema
tem-se o acréscimo médio anual no de distribuição alimentando cargas
custo das perdas apresentado na tabela monofásicas terão grandes chances de
5. Desta maneira o sistema perde R$ sofrerem com o desequilíbrio da carga.
271.499,61 anualmente devido ao Este desbalanço afetará sua perda em
desbalanço da carga dos carga de forma significativa quando se
transformadores analisados. Para uma comparado ao caso ideal de equilíbrio.
concessionária com um número mais O desbalanço da carga de um
significativo de transformadores o custo transformador necessita de estudos
do desbalanço pode se tornar cada vez mais aprofundados para que se possa
mais importante. ter um melhor controle. Devido ao
acréscimo de perdas causado pelo
Tabela 5 – Impacto financeiro do desequilíbrio, este deve ser evitado
desbalanço. pela concessionária e se possível
Diferença das corrigido. A busca da eficiência de um
Potência Custo Anual
Perdas do sistema de distribuição certamente
(kVA) da Diferença
Sistema (MWh) passará pelo combate ao desequilíbrio.
30 513,3 R$59.028,46
45 932,7 R$107.265,42 Para se ter uma idéia melhor da
75 914,8 R$105.205,73 perda em um sistema é necessário
Total R$271.499,61 inicialmente um estudo mais detalhado
de forma microscópica. Devem-se
3.4.3 - REDUÇÃO DAS PERDAS COM analisar os equipamentos de forma
A ABNT NBR 5440 DE 2011 individual para que se possa expandir o
resultado obtido para o sistema como
O mesmo estudo apresentado um todo e diminuir assim os possíveis
até o momento foi feito utilizando-se os erros existentes em uma análise
valores de perdas da ABNT NBR 5440 macroscópica.
de 1999. A tabela 6 apresenta a
redução no custo do desequilíbrio com 4 - BIBLIOGRAFIA
a adoção da ABNT NBR 5440 de 2011
para o caso em que toda a população [1] B. P. Cardoso. “Eficiência de
de transformadores analisados respeite Transformadores de Distribuição”.
as perdas impostas pela nova norma. Dissertação de Mestrado,
Com isso, percebe-se que a adoção da Universidade Federal de Itajubá,
nova NBR 5440 trará uma redução de Setembro/2005.
5,47% no acréscimo de custo devido ao [2] A. F. Picanço. “Avaliação Econômica
desbalanço. de Transformadores de Distribuição
com Base no Carregamento e
Tabela 6 – Impacto financeiro do Eficiência Energética”. Dissertação
desbalanço. de Mestrado, Universidade Federal
Custo Anual (R$) Delta de Itajubá, Abril/2006.
kVA [3] Leonardo Energy. “Global Energy
1999 2011 (%)
30 59.028,46 55.438,89 6,08% Savings Potencial from High
Efficiency Distribution

66
Transformers”. European Copper Conference. Electrical Power
Institute, October/2004. Quality and Utilisation. Barcelona,
[4] EUROPEAN COPPER INSTITUTE. Outubro, 2007.
“The Scope for Energy Saving in [14] ANEEL, “Manual de Fiscalização
the EU through the use of energy- da Distribuição”, Agência Nacional
efficient electricity distribution de Energia Elétrica, 2003,
transformers”. European http://www.aneel.gov.br/arquivos/P
Communities/1999. DF/Manual_da_Distribuicao.pdf.
[5] Norma Brasileira NBR 5416 – [15] Norma Brasileira NBR 5440 –
“Aplicação de cargas em “Transformadores para redes
transformadores de potência – aéreas de distribuição –
Procedimento”, ABNT, 1997. Padronização”, ABNT, 1999.
[6] Elmoudi, A., Lehtonen, M., Nordman, [16] Norma Brasileira NBR 5440 –
Hasse. “ Thermal Model for Power “Transformadores para redes
Transformers Dynamic Loading”, aéreas de distribuição –
Conference Record of the 2006 Padronização”, ABNT, 2011.
IEEE, Symposium on Electrical
Insulation.
[7] IEEE Transaction on Power
Electronics, vol. 13, No. 4, July
1998 ‘’Optimized Transform Design,
Inclusive of High Frequency effects’’
[8] IEEE Std C57.110 ‘’IEEE
Recommended Practice for
Establishing Transformer Capability
when Supplying Non sinusoidal
Load Currents’’
[9] IEEE Std C57.12.80. ‘’IEEE
Standard Terminology for Power
and Distribution –Transformers’’
2002
[10] IEEE Transaction on power
electronic, vol. 11, No. 1, January
1996 ‘’Evaluating Harmonic –
Induced Transformer Heating’’
[11] Norma Brasileira, NBR 5380
‘’Elevação de temperatura do topo
do óleo do transformador de
potência ‘‘.
[12] ANSI / IEEE C57.91-1981-
American National Standard.-
‘’guide for loading mineral – oil –
immersed overhead and pad-
mounted distribution Transformers,
rated 500 kVA and less with 65°C
55°C average winding rise’’
[13] M. Chindriş, A. Cziker, Anca Miron,
H.Bălan e A. Sudria, “Propagation
of Unbalance in Electric Power
Systems”, IEEE, 9th International

67

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