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Leitura do tratado da reforma da Inteligência.

Baruch de Espinosa.

A primeira questão que aparece nesse texto é a de como avaliar o que é


bom para atingirmos a nossa realização. Espinosa mostra que em geral
buscamos fora os elementos que nos proporcionarão o que buscamos. Ele
mostra que esses elementos podem ser incluídos em três categorias:
riqueza, honra (reconhecimento) e libido.

Os elementos dessas categorias nos atraem, até produzem um bem, mas


Espinosa os desqualifica. A razão para isso é que eles dilaceram a mente na
medida em que parte dela se volta para fora. Espinosa busca um bem que
possa manter a mente unida e fazer fruir uma alegria eternamente. Ele
compreende que os outros bens lhe afastam dessa busca, ele inclusive sabe
por que, mas mesmo assim não consegue impedir que eles o atraiam. Nessa
busca, expressa no texto, Espinosa não conta com o saber da filosofia nem
com a fé da religião, ele conta apenas com sua sensibilidade. Por que ele
não leva em conta esses saberes acumulados? Na primeira parte do texto é
da maior importância a mudança do pronome de quem fala: eu no começo e
que depois é mudado para o pronome indeterminado. O que busca Espinosa
expressar com essa mudança? Ou será o próprio agente da escrita que
muda?

Espinosa nos leva pela mão até termos condição de como conhecer esse
bem que faz a alegria fruir continuamente, ainda que oscilando entre um
(+) e um (-), como toda intensidade. O que caracteriza esse bem? O que o
diferencia de todos os demais? Note, no entanto, que apesar de conhecê-lo,
não está na decisão da consciência adquiri-lo.

O “nosso fim” é a perfeição suprema do homem que consiste no


conhecimento da união da mente com a Natureza inteira. Não podemos
alcançar o nosso fim, a união da mente com a Natureza inteira, sem usar os
meios que são o conhecimento de nós mesmos e o da Natureza; mas não
podemos conhecer-nos a nós mesmos, sem pensar o Todo. É da natureza do
pensamento que não podemos conhecer nada que não nos conduza a um
conhecimento maior do ato de conhecer. O melhor modo de atingir a
perfeição suprema envolve, como necessário, conhecer a natureza do
próprio pensamento, cuja ação mais sublime é pensar o Todo, isto é,
alcançar nosso fim. Pensar os meios de conhecer a nós mesmos e a
Natureza não é uma condição prévia, mas o exercício de realizar o

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conhecimento do Todo. Mas isso é suficiente? Entre o pensamento, a
matéria e os sentidos, há também as essências.

Nesse momento devemos ressaltar o ponto que produz bifurcações


significativas na leitura de Espinosa ( podemos citar Einstein e Bérgson):
trata-se não de uma Totalidade mas de um Todo Aberto. Todo conjunto que
inclui o vivo constitui um Todo Aberto. Aqui começa a dificuldade que nos
afasta do bom senso e do senso comum. O Todo está sempre mudando,
mutação eterna. Isso nos leva a pensar o movimento e o novo para além da
Eternidade.

A idéia tem duas faces, seu conteúdo representativo e seu conteúdo


formal, nenhum desses são os fundamentos do pensamento segundo
Espinosa. A idéia tem uma realidade independente de seu conteúdo
representativo e formal, mas o que mais importa existe um movimento, um
encadeamento de idéias, esse movimento é o que qualifica positivamente o
pensamento, um movimento que produz uma sucessão, encadeamento de
idéias segundo a afinidade própria delas e que sendo adequada leva a idéia
do Todo e da idéia que tem em si a causa de sua existência.

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