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“Para se obter um quadro real da fala interior, deve-se partir do pressuposto de que
se trata de uma formação específica, com suas leis próprias, que mantém relações
complexas com as outras formas de atividade de fala” (p. 163)
Vygotsky teoriza que a falar interior não só é a fala para si mesmo como é a
interiorização da fala em pensamento. Para confirmar sua tese, o autor faz
uma comparação entre a fala interior e a fala egocêntrica e afirma que esta se
desenvolve em direção àquela, quando a criança adquire a capacidade de
“pensar as palavras”.
“Isso nos leva às outras peculiaridades semânticas da fala interior. Ambas dizem
respeito à combinação das palavras. Uma delas é muito semelhante à aglutinação
[…]. À medida que a fala egocêntrica se aproxima da fala interior, a criança passa a
utilizar cada vez mais a aglutinação, como uma maneira de formar palavras
compostas para expressar ideias complexas.” (p. 182)
Dessa forma, fica claro que o pensamento tem uma estrutura própria e faz
sua transição para fala a partir de um mecanismo particular. O pensamento
subjaz às palavras, servindo-lhe sempre como uma espécie de subtexto. Isto
quer dizer que um pensamento não possui equivalência imediata com as
palavras e precisa ser expresso por uma sequência temporal a partir do
significado. Dessa maneira sempre há uma perda entre a expressão do
pensamento e o pensamento em si, existe uma inexpressibilidade no
pensamento.