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+12 Atualidades / Temas Polêmicos

ENEM 2010 – UOL/G1/Abril.com


Paulo Carvalho
Confira temas que podem render
questões nos próximos vestibulares
Se a primeira década do século 21 foi marcada por conflitos insolúveis,
terrorismo, crises nas finanças e degradação ambiental, tudo leva a crer que
estes temas estarão novamente em pauta em 2010. O ano que começa será
decisivo para os países desenvolvidos resolverem questões financeiras, ainda
devidas ao colapso econômico de dois anos atrás, em harmonia com uma
agenda global sobre as mudanças climáticas.

Bulling
Bulling é uma discriminação, feita por alguns cidadãos contra uma única
pessoa. Mas não é uma coisa simples, que se pode vencer de um dia para o
outro. Bulling é um mal que se carrega durante um período da vida muitíssimo
grande. Quando alguém diz que seu cabelo está estranho, você provavelmente
vai correndo para o espelho mais próximo para se arrumar. Agora imagina
duas, três, dez pessoas, todo o dia, falando mal do seu cabelo, de coisas que
você não tem culpa por ter ou muitas vezes por não ter. Sim, isso seria
completamente insuportável, quer dizer, sua alto estima fica lá embaixo, e os
malvados causadores do bulling seriam os heróis. O que você faria? Se
mataria? Sim, existem crianças que se suicidam, mas não com a idéia de que
a vida delas é uma droga, e, sim, de que eu vou morrer porque sou feia e tudo
que eles dizem é verdade.

Apelidos como "rolha de poço", "baleia", "quatro olhos", vara pau entre outros
e atitudes como chutes, empurrões e puxões de cabelo. Alunos "esforçados"
que geralmente sofrem represalias por parte de seus colegas em geral não por
caracteriticas fisicas mas também intelectuais são comportamentos típicos de
alunos em sala de aula. Brincadeiras próprias da idade? Não. São atos
agressivos, intencionais e repetitivos, que ocorrem sem motivação evidente e
que caracterizam o chamado fenômeno bullying.

Sem equivalente na língua portuguesa, bullying é um termo inglês


utilizado para designar a prática desses atos agressivos. As conseqüências são
o isolamento, a queda do rendimento escolar, baixa auto-estima, depressão e
pensamentos negativos de vingança.

Estudos mundiais revelam que, de 5% a 35% dos alunos estão


envolvidos nesse tipo de comportamento. No Brasil, alguns estudos
demonstraram que esses índices chegam a 49%.

O encontro abordará o fenômeno nos seus diversos aspectos: escolar, familiar,


social, cultural, ético-legal e saúde. O foco principal do evento será o debate,
com o objetivo de despertar os profissionais para que se envolvam e se
comprometam com a problemática. "A proposta não se limita apenas a discutir
medidas pontuais, mas elaborar ações estratégicas que auxiliem a parceria
escola-família a romper com a dinâmica bullying", explicou Cléo Fante, membro
da comissão organizadora, pesquisadora e autora do livro Fenômeno Bullying,
da Editora Verus.

Com os avanços da tecnologia, esse constrangimento saiu das escolas onde


era um lugar comum dessa prática e partiu para internet e ganhou força. A
nova prática recebeu o nome de “Cyberbulling” e se infiltrou em correios
eletrônicos, blogs, Orkut, Msn, etc. O agressor nesse caso, muitas vezes
escondido atrás de um apelido, dissemina sua raiva e felicidade enviando
mensagens ofensivas a outras pessoas. Em muitos casos, ele exibe fotos
comprometedoras, altera o perfil das vítimas e incita terceiros a reforçar o
ataque. O único propósito é a humilhação da vítima e isolamento daquele que é
considerado mais fraco ou diferente.

“Quem agride, quer que o seu alvo se sinta infeliz como na verdade ele é. É
provável que o agressor também tenha sido humilhado um dia, descarregando
no mais frágil a sua própria frustração e impotência”(Maluh Duprat).

Não é interessante responder às provocações, pois isso aumentaria a raiva do


agressor e é exatamente isso que ele quer. “Outra coisa importante é não
manter segredo da ofensa, intimidando-se. Pode ser um bom momento de lidar
com os próprios complexos, de superar com a ajuda da família ou dos
superiores no trabalho uma situação de confronto maior que seus recursos
internos”.

Bulling não é nada bom, e se você conhece alguém que sofre com isso,
ajude-o. Pois você se beneficiará com uma nova amizade ou quem sabe
salvando uma vida.

Conseqüências do vazamento de
petróleo no Golfo do México
A mancha negra que se estende sobre o Oceano Atlântico, numa área
equivalente a onze vezes a cidade do Rio de Janeiro, é a imagem da maior
catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos. O vazamento de petróleo
cru e de gás no Golfo do México causou, além de danos ao meio ambiente,
perdas econômicas e políticas para o governo de Barack Obama. E como
todas as tentativas de conter o vazamento falharam, a mancha deve se alastrar
por mais um mês, agravando a situação.
Direto ao ponto: Ficha-resumo

O acidente também obrigou o governo norte-americano a revisar as políticas de


energia e a regulamentação do setor petrolífero que explora o óleo mineral em
águas profundas. É uma discussão que também interessa ao Brasil, que deve
definir em breve as regras de exploração do petróleo na camada pré-sal.

Na noite de 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma Deepwater


Horizon, arrendada pela empresa British Petroleum (BP), matou 11
funcionários. Dois dias depois, a plataforma afundou a aproximadamente 80
quilômetros da costa da Louisiana, sul dos Estados Unidos. O petróleo
começou a vazar da tubulação rompida a 1,5 quilômetro da superfície do mar,
formando uma enorme mancha que se aproxima do litoral americano. Desde
então, o óleo vem prejudicando a fauna marinha, o turismo e a pesca na
região.

Pela sua extensão, este foi considerado o pior vazamento de petróleo da


história dos Estados Unidos. Estimativas iniciais do governo e da empresa BP
apontavam o derramamento de 5 mil barris de petróleo cru por dia, o
equivalente a 800 mil litros. No dia 27 de maio, porém, devido ao alerta de
cientistas, foi verificado um volume muito maior: de 12 a 25 mil barris diários.

A quantidade acumulada é quase três vezes maior que o vazamento do navio


petroleiro Exxon Valdez, ocorrido no Alasca em 24 de março de 1989, até
então considerado o mais grave em águas norte-americanas. Na ocasião,
foram espalhados 250 mil barris (40,9 milhões de litros) de petróleo cru no mar,
provocando a morte de milhares de animais. Tudo indica que, desta vez, a
catástrofe será maior para o ecossistema.

Pelicanos

O Departamento de Pesca dos Estados Unidos emitiu um boletim alertando


para os danos causados a animais marinhos do Golfo, tanto pelo petróleo
quanto por produtos tóxicos usados na limpeza. Segundo o documento, os
componentes químicos causam irritações, queimaduras e infecções na pele. A
ingestão pode trazer problemas ao aparelho gastrointestinal, danificar órgãos e,
a longo prazo, levar à morte.

Entre os animais em risco está a ave-símbolo do Estado de Louisiana, o


pelicano marrom. O santuário da espécie - a ave só recentemente saiu da lista
de animais ameaçados de extinção - foi atingido pelo petróleo. Toda vez que o
pelicano marrom mergulha atrás de peixes, ele fica com as penas cobertas de
óleo; desse modo, não consegue regular a temperatura corporal e morre de
hipotermia.

Quatro espécies de tartarugas marinhas, além de golfinhos, cachalotes,


camarões e outros crustáceos e peixes (o Golfo do México é um dos únicos
viveiros, no mundo, do atum rabilho) estão entre as espécies ameaçadas. O
plâncton, inclusive, organismo que está na base da cadeia alimentar marinha,
não sobrevive em contato com o petróleo.
A mancha de petróleo colocou em alerta toda área costeira de Louisiana e das
regiões vizinhas da Flórida, do Mississipi e de Alabama. O acidente também
afetou a indústria pesqueira, os serviços, o comércio e até o turismo, uma vez
que as praias ficaram sujas de óleo. A pesca comercial e recreativa foi proibida.
O motivo, segundo o governo, é proteger a população do consumo de
moluscos contaminados com componentes cancerígenos do petróleo.

Criadores de camarão tiveram a atividade suspensa e abriram processos


judiciais contra a BP. A Louisiana é o maior Estado produtor de camarões nos
Estados Unidos.

Somados, os prejuízos para a economia podem chegar a mais de US$ 1,6


bilhão (R$ 2,9 bi), de acordo com especialistas. O Estado de Louisiana ainda
gastou cerca de US$ 350 milhões (R$ 638,9 milhões) em barreiras de
contenção.

Há 31 anos, o ecossistema do Golfo do México foi afetado por um acidente


semelhante. Em 3 de junho de 1979, a plataforma Ixtoc I explodiu na baía de
Campeche, a 100 quilômetros da costa mexicana. Foram derramados entre 10
e 30 mil barris de petróleo por dia, até que a tubulação foi tampada em 23 de
março 1980. Traços de petróleo ainda eram visíveis três anos depois da
tragédia.

Exploração

Todas as tentativas da BP para conter o vazamento falharam: a empresa


tentou injetar uma mistura de lama e cimento na tubulação, colocar uma capa
de proteção, sugar o petróleo com mangueiras e cavar poços ao lado da
plataforma submersa. Na mais recente tentativa, iniciada no dia 1º de junho, a
ideia era usar robôs submarinos para instalar um equipamento que pode
redirecionar o fluxo para a superfície, onde o petróleo será recolhido em navio.

Enquanto isso, por conta do acidente, o presidente Barack Obama amarga,


além da queda de popularidade, uma crise política. Ele foi acusado pela
oposição republicana de demorar muito para resolver o caso e de mau
gerenciamento nos esforços de contenção da mancha. A situação do
presidente foi comparada à de seu antecessor, George W. Bush, criticado pela
lentidão no socorro às vítimas do furacão Katrina, que devastou New Orleans
(na mesma região) em 2005.

Em maio de 2010, pressionada pelos republicanos e contrariando ativistas


ambientais, a Casa Branca deu passe livre para que as multinacionais
petrolíferas ampliassem a exploração em águas profundas. Agora, Obama foi
obrigado a admitir o excesso de confiança na autorregulamentação das
empresas e adotar medidas de cancelamento da prospecção de petróleo no
Golfo do México, além de prorrogar a moratória (suspensão de verbas) para a
exploração na costa do Atlântico.

Como resultado do desastre em Louisiana, os Estados Unidos devem apertar o


cerco às agências reguladoras do setor e obrigar a indústria a investir em mais
segurança. Assim, o custo de extração e produção de petróleo deverá sofrer
aumentos, podendo afetar também os investimentos na camada pré-sal, no
Brasil, e reorientar as metas de segurança da Petrobras.

Por fim, o acidente na costa dos Estados Unidos dá novo fôlego ao debate
sobre energias alternativas. O petróleo, que hoje é a principal fonte de energia
do mundo, é escasso, cada vez mais caro, cria políticas de guerra (como no
Oriente Médio) e danos ao meio ambiente. Os Estados Unidos respondem por
apenas 2% das reservas do planeta e a produção interna atende a um quinto
do consumo doméstico. Para o gigante econômico, a solução se delineia, cada
vez mais, num futuro em que o desenvolvimento do país seja menos movido
pelo "ouro negro".

Direto ao ponto
Na noite de 20 de abril de 2010, uma explosão na plataforma
Deepwater Horizon, arrendada pela empresa British Petroleum (BP),
matou 11 funcionários no Golfo do México. Dois dias depois, a
plataforma afundou a aproximadamente 80 quilômetros da costa da
Louisiana, sul dos Estados Unidos. O petróleo cru começou a vazar da
tubulação rompida a 1,5 quilômetro da superfície do mar, formando
uma enorme mancha negra que se aproxima do litoral americano.

Desde então, o óleo vem prejudicando a fauna marinha, o turismo e a


pesca na região. Todos os esforços da empresa BP para conter o
vazamento falharam e o derrame deve continuar por mais um mês.
Pela sua extensão, esse foi considerado o pior vazamento de petróleo
da história dos Estados Unidos.

O desastre no Golfo do México trouxe como consequências: a)


ameaças ao ecossistema; b) prejuízos à indústria pesqueira e ao
turismo; c) desgaste político do presidente Barack Obama; d) revisão
dos incentivos à indústria petroleira; e) maior regulamentação do setor
petrolífero; f) incentivo à discussão sobre energias alternativas.

Terremoto arrasa país mais pobre das


Américas
Atualizada em 22 de janeiro, às 12h37
De colônia mais rica do mundo no século 17 a país mais pobre do Hemisfério
Ocidental, o Haiti passou os últimos 200 anos martirizado por golpes militares,
violência, corrupção, fome e catástrofes naturais. O terremoto que praticamente
destruiu a capital Porto Príncipe no dia 12 de janeiro de 2010 foi a pior das
tragédias de sua história.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Estimativas apontam entre 150 e 200 mil mortos. Setenta e cinco mil já foram
enterrados em valas comuns, segundo o governo haitiano. Entre os mortos
estão 20 brasileiros: 18 militares que atuavam na missão de paz, Luiz Carlos
da Costa, a segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas
(ONU) no Haiti, e a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.

Três milhões de pessoas, quase um terço da população, foram afetadas pelo


terremoto. Muitas estão deixando o país, revivendo a migração de refugiados
do período de ditadura.

Setenta por cento dos prédios de Porto Príncipe foram destruídos, incluindo o
palácio presidencial. A infraestrutura da cidade, que já era precária, ficou
comprometida, prejudicando os serviços de ajuda humanitária e socorro aos
feridos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta para risco de
epidemias como hepatite A, difteria, tuberculose, meningite e gripe suína.

Tremores

A República do Haiti situa-se na Hispaniola, uma das maiores ilhas do Caribe,


e faz fronteira com a República Dominicana. Numa área de 27,7 quilômetros
quadrados - pouco maior que o Estado de Sergipe, que possui 22 quilômetros
quadrados - vivem 9 milhões de habitantes. O idioma oficial é o francês e o
crioulo. A religião predominante entre os haitianos é a católica (80%), mas
quase metade da população pratica o vodu, religião nativa.

O país é um dos mais pobres do mundo, com 80% da população vivendo


abaixo da linha da pobreza, com menos de US$ 2 (R$ 3,5) por dia. Também
possui índices recordes de mortalidade infantil, desnutrição e contaminação por
Aids. Em 2008, mais de mil pessoas morreram e 800 mil ficaram desabrigadas
devido a furacões que devastaram a região, com prejuízos de US$ 1 bilhão.

O terremoto que atingiu o país às 16h53 locais registrou grau 7 na escala


Richter, considerado "muito forte". Os tremores ocorreram a 10 km da
superfície, o que contribuiu para aumentar os estragos nas cidades. Eles foram
causados pelo movimento de placas tectônicas do Caribe e América do Norte.
O Haiti fica exatamente sobre uma das falhas (espaço entre as duas placas), o
que faz com que registre abalos sísmicos com certa frequência.

Tremores de terra dessa magnitude causariam danos em qualquer país, mas


as condições históricas que tornam o Haiti uma nação carente de quase todo
amparo social contribuíram para piorar a catástrofe.

Nação de ex-escravos

Em 1804, o Haiti foi o segundo país das Américas a conquistar independência


das colônias europeias, atrás somente dos Estados Unidos (1776). Foi também
a primeira nação negra livre do mundo e a primeira a libertar os escravos,
servindo como exemplo de luta abolicionista para o restante do mundo,
inclusive o Brasil.

Na época em que era colônia da França, no século 17, o Haiti era rico,
responsável por 75% da produção mundial de açúcar. A luta pela
independência começou em 1791, liderada pelo escravo Toussaint
L'Ouverture, que venceu as tropas de Napoleão.
Ao término das guerras pela independência (1791-1804), toda estrutura agrária
montada pela França estava destruída e não havia como substituir a mão de
obra escrava nos campos. Os haitianos, escravos libertos mas analfabetos,
sem experiência alguma em economia ou política, tiveram que construir uma
nação.

Outro fato que dificultou a formação do Estado foi o isolamento do resto do


mundo. Como os impérios da época temiam a influência dos negros
revolucionários do Haiti, não reconheceram a independência e se recusaram a
manter relações comerciais. Além disso, a França cobrou uma indenização
pesada da ex-colônia, que o país levaria um século para pagar.

No século 20 ocorreu uma sucessão de golpes de Estado e deposições


violentas de presidentes, que tornaram as condições políticas do país
altamente instáveis e afugentaram investidores.

Um dos piores períodos corresponde às três décadas sob a ditadura Duvalier,


primeiro de François Duvalier, o "Papa Doc", que governou o país de 1957 a
1971. Ele aboliu os partidos políticos, se autoproclamou presidente vitalício e
impôs um regime de medo, torturando e matando dissidentes, chegando a um
saldo de, estima-se, 30 mil mortos e 15 mil desaparecidos. Papa Doc foi
sucedido pelo filho, Jean-Claude Duvalier, o "Baby Doc", que ficou no poder de
1971 a 1986, até ser deposto por uma junta militar.

Direto ao ponto
O terremoto que atingiu o Haiti no dia 12 de janeiro de 2010 foi a pior
tragédia em 200 anos de história do país, o mais pobre do Hemisfério
Ocidental. Estimativas apontam que os mortos podem chegar a 200
mil. Setenta e cinco mil já foram enterrados em valas comuns,
segundo o governo. Três milhões de pessoas, quase um terço da
população de 9 milhões de habitantes, foram afetadas.

Entre os mortos estão 20 brasileiros: 18 militares que atuavam na


missão de paz, Luiz Carlos da Costa, a segunda maior autoridade civil
da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e a fundadora da
Pastoral da Criança, Zilda Arns.

Setenta por cento dos prédios da capital Porto Príncipe foram


destruídos, incluindo o palácio presidencial. A infraestrutura da cidade,
que já era precária, foi afetada, prejudicando os serviços de ajuda
humanitária e de socorro aos feridos.

A República do Haiti situa-se na ilha Hispaniola, sobre uma falha entre


as placas tectônicas do Caribe e América do Norte, o que provoca
abalos sísmicos com frequência. O terremoto atingiu grau 7 na escala
Richter, considerado “muito forte”.

Em 1804, o Haiti foi o segundo país das Américas a conquistar


independência das colônias europeias, atrás somente dos Estados
Unidos (1776). Foi também a primeira nação negra livre do mundo e a
primeira a libertar os escravos.
Argentina é o primeiro país latino-
americano a oficializar união
A Argentina aprovou, em 16 de julho de 2010, o casamento gay, tornando-se o
primeiro país na América Latina (o segundo no continente, depois do Canadá)
e o décimo no mundo a legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo. A lei,
que deve ser sancionada pela presidente Cristina Kirchner, é um avanço na
defesa dos direitos dos homossexuais.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Depois de passar na Câmara dos Deputados no dia 5 de maio, a lei foi


sancionada no Senado por 33 votos a favor, 3 abstenções e 23 votos
contrários. O debate entre os parlamentares durou 14 horas. Fora do
Legislativo, grupos que se opunham à proposta (formados por católicos) e de
apoio aos homossexuais fizeram protestos.

Diferentemente de países como Uruguai e Colômbia, que somente autorizam


as uniões civis de casais gays, a nova legislação argentina reconhece também
direitos e benefícios jurídicos e sociais. Para isso, ela substituiu, no Código
Civil, os termos "marido e mulher" por "contratantes", igualando os direitos de
casais gays e heterossexuais.

Entre as mudanças, está o recebimento total da herança, no caso de morte de


um dos cônjuges, permissão para adoção de crianças (antes, somente um dos
membros da relação podia adotar), uso de sobrenome comum para crianças
adotadas ou para filhos naturais de um dos parceiros, e direito, para o casal, de
receber pensão, pagar impostos e pedir crédito.

A capital Buenos Aires e outras quatro cidades argentinas já permitiam o


matrimônio civil entre pessoas do mesmo sexo.

Outros nove países possuem leis específicas sobre casamento gay, válidas
para todo o território nacional: Holanda, Espanha, Bélgica, África do Sul,
Canadá, Noruega, Suécia, Portugal e Islândia. Em Portugal, a lei que autoriza o
casamento entre pessoas do mesmo sexo foi promulgada no dia 17 de maio de
2010. Na Islândia, a norma entrou em vigor no dia 27 de junho.

Nos Estados Unidos, seis estados permitem o casamento gay: Massachusetts,


Connecticut, Iowa,Vermont, New Hampshire e Washington, D.C. A Cidade do
México também aprovou recentemente uma lei semelhante.

Justiça

No Brasil, casais homossexuais precisam recorrer à Justiça para conseguir os


mesmos direitos válidos para uniões heterossexuais. Com isso, ficam à mercê
de decisões pontuais de juízes de comarcas, ou seja, não há uma
padronização quanto às sentenças.
Uma das decisões judiciais mais conhecidas foi a da tutela do filho da cantora
Cássia Eller, após a morte da artista, em 29 de dezembro de 2001. A Justiça
do Rio de Janeiro concedeu a guarda provisória da criança para a parceira da
artista, Maria Eugênia Vieira Martins, que viveu com Cássia durante 14 anos.

Existem projetos de leis sobre união estável e direitos civis de homossexuais


que tramitam no Congresso brasileiro desde 1995. O que impede que sejam
votados é o lobby de políticos conservadores ou ligados a setores religiosos,
além da rejeição de parcela do eleitorado.

A despeito disso, a Parada do Orgulho Gay de São Paulo é reconhecida como


o segundo maior evento homossexual do mundo, atrás apenas da passeata
realizada em Nova York.

Minorias

Até meados do século 20, a homossexualidadeera considerada crime grave em


países da Europa, como Reino Unido e Portugal. Um dos julgamentos mais
célebres da história foi o do escritor irlandês Oscar Wilde, autor de O retrato de
Dorian Gray. Ele foi julgado em 1895 por sodomia e comportamento indecente,
e condenado a dois anos de prisão e trabalhos forçados. Os homossexuais
também sofreram perseguições na Alemanha nazista e na Rússia stalinista.

Além de constar dos códigos penais de alguns países, a homossexualidade era


vista como uma doença, reconhecida até recentemente pela Organização
Mundial da Saúde. Em 1954, o matemático inglês Alan Turing, precursor dos
computadores, matou-se depois de ser obrigado pela Justiça a fazer um
tratamento médico que envolvia a castração química.

A partir dos anos 1980, os gays foram estigmatizados como disseminadores da


Aids, chamada na época de "peste gay". Com o aumento de casos entre
heterossexuais, foi constatado que a doença não estava relacionada à
natureza ou à orientação sexual dos pacientes, mas, sim, a condutas de risco.

Boa parte da mudança de valores e dos avanços sociais para a minoria gay se
deve aos movimentos de direitos civis. O marco dessa luta foram os conflitos
de Stonewall, nos Estados Unidos, iniciados em 28 de junho de 1969. Foi a
primeira vez que a comunidade gay se uniu contra a perseguição do Estado.
Os distúrbios entre manifestantes e policiais começou em frente ao bar
Stonewall Inn, localizado no bairro Greenwich Village.

Hoje, sabe-se que a homossexualidade, como qualquer outro comportamento


humano, resulta de uma combinação de fatores genéticos, sociais e culturais.
Com base nisso, a maioria dos países industrializados criou estatutos legais
que garantem a união civil de casais do mesmo sexo e leis que penalizam os
crimes contra homossexuais. Apesar disso, países como Irã, Argélia e
Paquistão ainda consideram a homossexualidade crime.

Direto ao ponto
O Senado argentino aprovou, no dia 16 de julho de 2010, o casamento
gay, tornando-se o primeiro país na América Latina a legalizar a união
entre pessoas do mesmo sexo. A lei ainda precisa ser sancionada pela
presidente Cristina Kirchner.

A nova legislação altera, no Código Civil, os termos "marido e mulher"


para "contratantes", igualando os direitos de casais gays e
heterossexuais. Entre as mudanças, estão: a) recebimento total da
herança, no caso de morte de um dos cônjuges; b) permissão para
adoção de crianças (antes, somente um dos membros da relação
podia adotar); c) uso de sobrenome comum para crianças adotadas ou
para filhos naturais de um dos parceiros; e d) o casal passa a ter
direito de receber pensão, pagar impostos e pedir crédito.

No Brasil, casais homossexuais precisam recorrer à Justiça para


conseguir os mesmos direitos válidos para uniões heterossexuais.
Existem projetos de leis sobre a união estável e direitos civis de
homossexuais que tramitam no Congresso brasileiro desde 1995.

O gene nosso de cada dia

A estrutura do DNA foi descoberta pelos cientistas James Watson e Francis


Crick em 1953
A empresa recebe o currículo de um candidato e, na internet, verifica que seu
genoma apresenta traços de uma tendência para agressividade. O candidato
perde a vaga. Em outro ponto da cidade, numa clínica médica, um casal
"projeta" seu filho para nascer louro, de olhos azuis e, quando adulto, atingir
1,80 m de altura. "Quem sabe um Brad Pitt", dizem. A poucos quarteirões dali,
num hospital público, um paciente recebe droga inibidora dos efeitos do gene
do homossexualismo.

Todos estes casos são fictícios, apesar de a ciência genética os tornar


bastante plausíveis e mesmo viáveis atualmente. Quais são os limites? Além
de questões morais e religiosas que norteiam experiências de engenharia
genética - principalmente as que envolvem embriões e clonagem - existe ainda
o fato de o genoma não ser um retrato fiel da essência humana, determinando
desde condutas sexuais até o caráter.

No último dia 9 de janeiro, nasceu o primeiro bebê britânico selecionado


geneticamente para não ter o gene causador do câncer de mama e ovário. Os
médicos selecionaram vários embriões com a técnica da fertilização in vitro e
implantaram no útero da mãe aquele que não possuía o gene defeituoso.

Os pais são portadores do gene e, provavelmente, teriam um filho com


predisposição para desenvolver um tumor. No procedimento, os óvulos foram
fertilizados fora do corpo da paciente e somente o embrião sem o gene
específico foi implantado no útero.

Na prática, apesar de estar livre da carga genética defeituosa, a criança não


está totalmente isenta de desenvolver outros tipos de câncer, e mesmo de
mama ou de ovário, devido a fatores externos ou genéticos. Mas, sem a
seleção genética, a menina teria até 80% de possibilidade de ter um tumor no
futuro, segundo os médicos.

Em breve, os cientistas poderão identificar qualquer uma das 15 mil doenças


hereditárias existentes antes de a criança nascer, bastando para isso fazer o
mapa genético da família, que descobre traços de genes causadores das
doenças. Assim, poderão no futuro erradicar muitos tipos de males. Mas isso é
só o começo.

O DNA

Os cientistas James Watson e Francis Crick descobriram a estrutura do DNA


(ácido desoxirribonucléico) em 1953. Desde então, o campo da genética
passou a fazer parte do cotidiano. Testes de DNA permitem provar o
parentesco e descobrir criminosos, produzir alimentos modificados (os
chamados transgênicos) e clonar animais, como a famosa ovelha Dolly, em
1997, o primeiro mamífero clonado a partir das células de um macho adulto.

DNA é um código molecular formado por combinações químicas que possuem


todas as informações necessárias para gerar um indivíduo e que são passadas
de uma geração a outra. É como se fosse um programa inscrito em nossas
células que contém os dados que garantem o funcionamento da máquina.

O mapeamento completo do genoma humano possibilita, hoje, além de


diagnosticar algumas doenças hereditárias antes mesmo do nascimento, saber
se somos portadores de genes responsáveis por uma predisposição à
obesidade, depressão e até para o divórcio.

Mas até que ponto as escolhas pessoais são realmente determinadas pelas
informações genéticas que o homem traz em seu DNA?

Consumo genético
Em um artigo recentemente publicado no jornal The New York Times (My
Genome, My Self, ou "Meu Genoma, meu Eu"), o psicólogo cognitivo Steven
Pinker questiona o quanto os genes podem responder pelos hábitos,
personalidade e comportamento dos seres humanos.

Pinker teve seu genoma sequenciado e inserido em um banco de dados


público na internet pelo Projeto Genoma Pessoal, que possui em seu cadastro
100 mil genomas catalogados.

Outras iniciativas deste tipo inauguraram, diz o autor, a era do consumo


genético. O Knome (pronuncia-se know me, "conheça-me" em inglês) é a
primeira companhia a vender o sequenciamento completo e análise do genoma
por U$ 99.500 (R$ 230 mil). Já a 23andMe (23 se refere ao número de pares
de cromossomos que o ser humano possui) oferece uma amostra dos traços
característicos, risco de doenças e linhagem por U$ 399 (R$ 921).

De posse destes dados, a medicina pode ficar personalizada - os remédios


serão manipulados e prescritos para reagir à bioquímica de um organismo
específico. Mas também pode fazer com que empresas cobrem mais caro pelo
plano de saúde ou se recusem a dar cobertura, baseadas no mapa genético do
cliente (por esta razão, os Estados Unidos aprovaram em 2008 uma lei que
impede a discriminação com base em informações genéticas).

As pesquisas, contudo, estão apenas iniciando a identificação de genes


responsáveis por habilidades naturais e personalidades. Mas será que os
genes podem dizer quem somos?

Roleta

A genética, na verdade, aponta algumas predisposições, que dependem ainda


de fatores externos como cultura, família e hábitos pessoais. Se um indivíduo
tiver péssimos costumes alimentares e uma tendência para colesterol alto,
aumentam as chances de problemas coronários, por exemplo.

Em resumo, os genes respondem ao ambiente. Uma criança muito inteligente


não desenvolverá seus talentos se não houver um contexto propício para isso,
se, por exemplo, nascer em uma região muito pobre e não tiver acesso à boa
educação e carinho dos pais.

Pinker chama atenção ainda para um fato poucas vezes levado em conta: os
genes também estão sujeitos a mudanças no interior do organismo. Tudo o que
temos são algumas apostas. Diz o cientista:

"Para algumas condições, como a doença de Huntington [mal que ataca o


sistema nervoso central], o determinismo genético é simplesmente correto:
qualquer um que tenha o gene defeituoso e que viva o tempo suficiente vai
desenvolver a doença. Mas, para a maioria dos outros traços característicos,
toda sequência de genes será probabilística."

É como se a vida fosse uma grande roleta e os genes fossem os dados. Você
pode apresentar, como no caso de Pinker, 12,6% de chances de ter câncer de
próstata aos 80 anos, comparado com a estimativa de 17,8% para a maior
parte dos homens brancos, e 26,8% de chances de ter diabete tipo 2, enquanto
a média é de 21,9%.

Mas são apenas probabilidades, tudo vai depender de como vivemos e de


como o genoma evolui.

O melhor exemplo é o caso de gêmeos idênticos, que têm a mesma estrutura


genética, convivem com os mesmos familiares, amigos e colegas e, mesmo
assim, desenvolvem personalidades próprias. Não são totalmente iguais.

Ética

Os limites da genética são de ordem ética, que motivam debates como o


ocorrido no ano passado em torno das pesquisas com células-tronco
embrionárias, e da falta de legislação específica. A técnica de seleção genética
de embriões, por exemplo, é proibida ou restringida em alguns paises
europeus. No Brasil, não há ainda normatização para o método, que está em
fase de estudo.

Bioética, utopia e realidade


Se a fertilização in vitro suscitou várias questões éticas cujo consenso está
distante de ser alcançado, a utilização de embriões para obtenção de células-
tronco com objetivo diagnóstico e terapêutico, com suas implicações científicas
e mercadológicas, tornou essa discussão mais complexa ainda.

Logicamente, precisamos separar o desejo de o homem alcançar a


imortalidade daquilo que a ciência hoje nos oferece de concreto. Muito do que
se diz sobre utilização de células-tronco embrionárias como forma de
tratamento encontra-se no campo especulativo. Separar a utopia da realidade é
papel da ciência, mas interesses industriais e comerciais começam a
contaminar com suas táticas mercadológicas a sociedade.

Células-tronco, sensacionalismo e neutralidade

Até o presente momento, o resultado da utilização de células-tronco


embrionárias no tratamento de doenças como acidente vascular cerebral
isquêmico, doença de Parkinson e trauma de medula é especulativo, estando
mais próximo do sensacionalismo midiático que da neutralidade científica e
necessitando-se - resolvidas questões éticas - de protocolos rigorosos de
pesquisa científica.

O primeiro desafio apresentado é chegar a um consenso entre a visão


religiosa, que insiste em definir um ponto para o embrião ser considerado uma
pessoa humana, e a ciência, que não aceita essa visão pontual, de um
momento preciso em que se pudesse dizer "eis um homem".
Um estatuto do embrião humano

Questões quanto à natureza do embrião humano, o tipo de proteção que lhe


será dedicado, se poderá ou não ser utilizado livremente na investigação
científica, deverão ser resolvidas. Um estatuto, assim como há o da criança, do
adolescente e do adulto está em estudo, mas há quem pense ser infrutífero
esse caminho, acreditando que, em uma sociedade democrática e pluralista, o
estatuto jurídico independe do estatuto moral do embrião humano, como é o
caso do jurista austríaco W. Lang.

Resolvidas questões quanto ao status do embrião, existem outras, não menos


importantes, como aquela que questiona se não haveria outros meios de
realizar os ensaios experimentais - há quem enfoque a pesquisa nas
substâncias químicas que modelam e definem o desenvolvimento e função
celular -, a questão do consentimento do casal de progenitores e de quem deve
autorizar pesquisas relacionadas às células-tronco.

Entre a utopia e a realidade

No momento, entre a utopia e a realidade, onde nos encontramos? Há quem


acredite prematuro o uso dessa técnica para propósitos terapêuticos, sendo de
valor, atualmente, apenas para fins de pesquisa. Ainda há muito que se
conhecer sobre a biologia básica dessas células, o que poderá ser respondido
pelo estudo de células adultas, encontradas no fígado e na medula óssea, por
exemplo.

Mas elas não poderão, pelo determinante genético, ser utilizadas para o
tratamento de todas as doenças - pois não haveria lógica em se implantar uma
célula que participou do surgimento da doença que queremos tratar. É
necessário, portanto, muito trabalho experimental antes de se propor
efetivamente seu uso terapêutico.

A ciência e a mídia têm um papel ético a cumprir no momento, o de poupar os


doentes de esperanças que podem não ser cumpridas durante suas vidas,
desviando-os da realidade presente.

Explosões em Hiroshima e Nagazaki


inauguraram era nuclear
Eram 8h15 da manhã do dia 6 de agosto de 1945 quando os habitantes da
cidade japonesa de Hiroshima viram um enorme clarão seguido de um colossal
estrondo. Pela primeira vez, uma bomba de fissão nuclear era usada numa
guerra contra uma população civil. Isso aconteceria somente mais uma vez na
história: três dias depois, em Nagazaki, atingida por outro artefato desenvolvido
pelos norte-americanos.

Direto ao ponto: Ficha-resumo


Estima-se que 140 mil pessoas tenham morrido em Hiroshima e outras 70 mil
em Nagazaki, sem contar sobreviventes que morreram nas décadas seguintes
em decorrência dos efeitos nocivos da radiação.

Os ataques marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e deram


início à era nuclear e à corrida armamentista entre dois blocos dominantes e
antagônicos, os Estados Unidos e a ex-União Soviética. Foi um dos períodos
mais tensos da história, já que havia o risco do mundo ser devastado por um
confronto com armas atômicas.

Passados 65 anos das explosões em Hiroshima e Nagazaki, a comunidade


internacional tenta impedir o armamento de países como Irã e Coreia do Norte.
O perigo, hoje, é que a bomba possa ser usada por extremistas religiosos ou
terroristas.

Projeto Manhattan

O governo dos Estados Unidos financiava pesquisas sobre a fissão nuclear


(base das primeiras bombas atômicas) desde o começo da Segunda Guerra
Mundial. Alertado pelo físico Albert Einstein (1879-1955) de que os alemães
poderiam construir a bomba antes dos Aliados, o presidente americano
Franklin Delano Roosevelt (1933 a 1945) inaugurou o Projeto Manhattan em
1942.

O projeto secreto reuniu os maiores cientistas da época - muitos deles


europeus que fugiam dos nazistas, como o próprio Einstein - para produzir e
detonar três bombas atômicas. A primeira delas foi testada em 16 de julho de
1945 no deserto de Alamogordo, próximo da base de Los Alamos, no Estado
do Novo México.

Menos de um mês depois, o presidente Harry Truman (1945 a 1953) autorizou


o uso das outras duas contra os japoneses. Na ocasião, os alemães já haviam
se rendido aos soviéticos, mas o Império do Japão ainda resistia no Pacífico.
Anos antes, o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, em 7 de
dezembro de 1941, foi responsável pela entrada dos americanos na guerra.

A bomba, que explodiu em Hiroshima, foi apelidada de "Little Boy" e tinha a


potência de 20 mil toneladas de TNT. Ela estava a bordo de um bombardeio B-
29 chamado Enola Gay (em homenagem a mãe de um dos quatro tripulantes),
que partiu da ilha Tinian, no Oceano Pacífico, na madrugada do dia 6 de
agosto.

A terceira bomba tinha o apelido de "Fat Boy". O alvo inicial era Kokura, mas
devido ao céu nublado, que impediria avaliar visualmente os danos causados,
os militares optaram pela cidade de Nagazaki, que reunia a maior comunidade
cristã do Japão.

As cidades destruídas eram importantes portos japoneses e centros industriais.


Elas foram escolhidas por terem sido pouco atingidas pelos bombardeios dos
Aliados, o que permitiria verificar melhor o potencial das novas armas.
Ninguém sabia, até então, o que era aquela bomba. Prova disso é o fato de os
jornais japoneses a chamarem, nos dias seguintes, de "bomba especial" dos
americanos. Somente em Hiroshima, um terço da população morreu e 90% das
construções ruíram. Após os ataques, o Imperador Hiroíto aceitou a rendição
do Japão, pondo fim à guerra.

Para os militares americanos, os ataques abreviaram o término da guerra e,


assim, pouparam a vida de milhares de soldados e civis. Historiadores,
entretanto, acreditam que a rendição japonesa era iminente e, por isso, a
bomba era desnecessária. A questão, porém, ainda é muito polêmica.

Guerra Fria

A devastação das cidades japonesas mudou o curso da história. Era a primeira


vez que o homem possuía tecnologia de destruição em massa, o que
ameaçava a vida no planeta. No período que se seguiu, por quase 50 anos, os
Estados Unidos e a União Soviética travaram uma disputa ideológica e
estratégica que ficou conhecida como Guerra Fria.

O auge dos conflitos aconteceu no começo dos anos 1960, quando os russos
instalaram ogivas em Cuba, a poucos quilômetros da costa americana, em
represália à presença de mísseis americanos na Turquia. Os Estados Unidos
fizeram uma tentativa frustrada de invasão da ilha, colocando as
superpotências nos limites de uma guerra nuclear.

Apesar disso, os países investiram em arsenais atômicos mais como uma


forma de dissuasão do que propriamente com a intenção de usá-los em
guerras. Os Estados Unidos, que até 1949 eram a única nação a possuir uma
bomba atômica, produziram armas ainda mais poderosas. Uma delas foi a
bomba-H ou bomba de hidrogênio (baseada na fusão nuclear), testada em
1952 e cinco mil vezes mais potente do que a usada em Hiroshima . Mesmo
assim, evitou o emprego de armamento nuclear nas guerras da Coreia (1950-
1953) e do Vietnã (1959-1975).

O primeiro Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares (TNP) foi assinado


em 1967 pelas cinco potências nucleares oficiais: Estados Unidos, Rússia,
China, Inglaterra e França. Outros acordos bilaterais possibilitaram a redução
do número de ogivas existentes no mundo nos anos 1970, e muitos países
abandonaram programas nucleares com fins militares, incluindo a Argentina e o
Brasil.

Além das bombas, havia o perigo da radioatividade. Em 28 de março de 1979,


o derretimento parcial de um reator nuclear na base americana em Three Mile
Island, no Estado da Pensilvânia, liberou partículas radioativas na atmosfera. O
pior dos desastres ocorreu em 26 de abril de 1986, na explosão de quatro
reatores em Chernobyl, na Ucrânia, contaminando boa parte da Europa
Oriental.

O fim da Guerra Fria, porém, trouxe o risco de programas clandestinos em


países politicamente instáveis, como o Paquistão, ou ameaçados por
extremistas religiosos, como o Irã. A Coreia do Norte, que realizou testes
nucleares ano passado, usa as bombas para conseguir dividendos
diplomáticos e financeiros.

Hoje, teme-se uma nova corrida armamentista no Oriente Médio, uma das
regiões mais conflituosas do mundo. Por isso, há uma pressão da Organização
das Nações Unidas e de países árabes para que o Irã desista de seu programa
nuclear e para que Israel se desfaça de seus arsenais.

De acordo com estimativas do Boletim de Cientistas Atômicos, o mundo possui


hoje 23.574 artefatos nucleares, contra 32.512 em 2000. A Rússia vem em
primeiro lugar, com 12.987, seguida dos Estados Unidos (9.552), França (300),
Reino Unido (192) e China (176), incluindo estimativas em Israel (200),
Paquistão (90), Índia (75) e Coreia do Norte (2).

Direto ao ponto
Há 65 anos, entre os dias 6 e 9 de agosto de 1945, duas bombas
atômicas devastaram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki,
pondo fim à Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e dando início à era
nuclear. Foi a primeira e única vez na história em que esse tipo de
bomba foi usado em uma guerra.

Estima-se que 140 mil pessoas tenham morrido em Hiroshima e outras


70 mil em Nagazaki, sem contar os que morreram nas décadas
seguintes em decorrência de contaminação radioativa.

As bombas foram desenvolvidas pelo Projeto Manhattan, criado em


1942 nos Estados Unidos pelos maiores cientistas da época. Foram
construídos três artefatos. O primeiro deles foi testado em 16 de julho
de 1945 no deserto de Alamogordo, próximo à base de Los Alamos, no
Estado do Novo México.

Menos de um mês depois, o presidente Harry Truman (1945 a 1953)


autorizou o uso das outras duas bombas contra os japoneses. Na
ocasião, os alemães já haviam se rendido aos soviéticos, mas o
Império do Japão ainda resistia no Pacífico.

As cidades foram escolhidas principalmente por terem sido pouco


afetadas pelos ataques dos Aliados, o que permitiria testar seus efeitos
destrutivos. Após os ataques, o Imperador Hiroíto aceitou a rendição
do Japão, pondo fim à guerra.

No período que se seguiu, por quase 50 anos, Estados Unidos e a


União Soviética travaram uma disputa ideológica e estratégica que
ficou conhecida como Guerra Fria. O auge da tensão foi nos anos de
1960. A partir dos anos 1970 uma série de tratados diminuiu
progressivamente os arsenais.

Hoje, o maior risco são os programas nucleares de países como


Paquistão, Irã e Coreia do Norte. Teme-se também uma nova corrida
armamentista na região do Oriente Médio, uma das mais conflituosas
do mundo
Amorim: acordo com Irã deve ter
uso pacífico da energia nuclear
MOSCOU (Reuters) - Estão presentes todos os elementos necessários para
que haja um acordo em relação ao programa nuclear do Irã e este
entendimento precisa dar garantias claras de que a República Islâmica não
desenvolverá armas nucleares, disse na quinta-feira o ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta quinta à Rússia, de onde
seguirá para o Catar, Irã, Espanha e Portugal. Lideradas pelos EUA, potências
ocidentais acusam Teerã de buscar a fabricação de armas nucleares e
defendem a aplicação de uma nova rodada de sanções contra o país persa
pela Organização das Nações Unidas (ONU). O governo de Mahmoud
Ahmadinejad nega ter tal intenção.

Segundo Amorim, Lula pedirá garantias ao presidente iraniano de que o país


persa não terá armas nucleares.

"O importante é ter um acordo prático que cria garantias objetivas de que o
material disponível de urânio enriquecido no Irã não estará sendo usado para
fins militares", disse o chanceler a jornalistas.

"Isso você consegue em parte pela implementação do acordo e em parte pela


presença dos inspetores da agência atômica (da ONU)."

Ao entrar nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, o governo


brasileiro tenta obter mais espaço na cena internacional. No entanto, o
movimento é visto com ceticismo por setores da opinião pública doméstica e de
outros países. Potências ocidentais disseram que o Irã poderia estar usando o
apoio do Brasil para ganhar tempo na disputa.

O Brasil também mantém um programa nuclear para fins pacíficos, tem na


Constituição um veto ao uso da tecnologia para a construção de armas
nucleares e defende que o Irã tenha o mesmo direito.

"Você querer privar o direito do Irã a ter uso da energia nuclear para fins
pacíficos não vai funcionar. Simplesmente não vai funcionar", alertou o
ministro.

O Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) das Nações Unidas


negociaram um acordo em que o Irã trocaria urânio por combustível nuclear já
pronto para uso pacífico, mas as conversas chegaram a um impasse porque o
país persa exigiu realizar o intercâmbio em seu próprio território.

Para Amorim, há espaço para que esse tema deixe de ser um impedimento
para um acordo
Entenda: Crise na Grécia
Déficit no orçamento, dívidas e falta de confiança do mercado
provocaram crise financeira na Grécia.
A crise financeira da Grécia, país de apenas 11 milhões de habitantes, pode ter
profundas implicações para a economia mundial e a União Europeia.

Há temores de que um agravamento da crise leve a um eventual calote da


dívida grega e que países como Portugal, Itália, Espanha e Irlanda acabem
entrando pelo mesmo caminho.

Investidores observam com preocupação os cenários previstos por


especialistas, como o de vários países sendo forçados a cortar drasticamente
os seus gastos públicos e elevando taxas de juros para poder pagar suas
dívidas, ou o de países deixando a chamada zona do euro e provocando uma
dissolução da União Europeia.

Outro temor é com as perdas dos bancos que emprestaram dinheiro a esses
países, perdas que podem levar a uma nova crise de crédito.

Esses temores se intensificaram no dia 23 de abril, quando a Grécia pediu


formalmente ajuda financeira à União Europeia e ao Fundo Monetário
Internacional para tirar o país de sua crise de débito.

O país está pedindo até 45 bilhões de euros em empréstimos de emergência


aos países da zona do euro e ao FMI neste ano, mas existe a preocupação de
o acordo não ser fechado e se vai ser necessária mais ajuda.

No início deste mês, os líderes dos países da zona do euro tinham concordado
com um pacote de emergência de 30 bilhões de euros para a Grécia. Mas até
que ponto essa ajuda pode resolver a crise?

A BBC preparou uma sessão de perguntas e respostas para ajudar a entender


o que está em jogo nessa crise.

Por que a Grécia está nessa situação?

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo


empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida.

Nesse período, os gastos públicos foram às alturas e os salários do


funcionalismo praticamente dobraram.

Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelo gastos a receita era atingida
pela alta evasão de impostos, prática generalizada no país.

A Grécia estava completamente despreparada quando chegou a crise global de


crédito.
O déficit no orçamento, ou seja, a diferença entre o que o país gasta e o que
arrecada, foi, em 2009, de 13,6% do PIB, um dos índices mais altos da Europa
e quatro vezes acima do tamanho permitido pelas regras da chamada zona do
euro.

Sua dívida está em torno de 300 bilhões de euros (o equivalente a US$ 400
bilhões ou R$ 700 bilhões).

O montante da dívida deixou investidores relutantes em emprestar mais


dinheiro ao país. Hoje, eles exigem juros bem mais altos para novos
empréstimos.

Essa situação é particularmente preocupante, porque a Grécia depende de


novos empréstimos para refinanciar mais de 50 bilhões de euros em dívidas
neste ano.

Por que a situação causa tanta preocupação fora da Grécia?

Todo mundo na zona do euro - e qualquer um que negocie com a zona do euro
- é afetado por causa do impacto da crise grega sobre a moeda comum
europeia.

Teme-se que os problemas da Grécia nos mercados financeiros internacionais


provoquem um efeito dominó, derrubando outros membros da zona do euro
cujas economias estão enfraquecidas, como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha.
Todos eles enfrentam desafios para requilibrar suas contas.

Em março passado, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a


classificação de Portugal de AA para AA-.

Questões sobre o alto nível das dívidas na Europa foram levantadas em vários
países.

O que a Grécia está fazendo quanto a isso?

A Grécia apresentou planos para cortar seu déficit para 8,7% em 2010, e para
menos de 3% até 2012.

Para alcançar isso, o Parlamento grego aprovou um pacote de medidas de


austeridade para economizar 4,8 bilhões de euros.

O governo quer congelar os salários do setor público e aumentar os impostos,


e ainda anunciou o aumento do preço da gasolina.

O governo ainda pretende aumentar a idade para a aposentadoria em uma


tentativa de economizar dinheiro no sistema de pensões, já sobrecarregado.

Como essas medidas foram recebidas na Grécia?


De maneira nem um pouco positiva. Houve uma série de protestos no país,
alguns violentos. Várias greves atingiram escolas e hospitais e praticamente
paralisaram o transporte público.

Muitos servidores públicos acreditam que a crise foi criada por forças externas,
como especuladores internacionais e banqueiros da Europa central.

Os dois maiores sindicatos do país classificaram as medidas de austeridade


como "anti-populares" e "bárbaras".

O que acontece agora?

A Grécia precisa de 10 bilhões de euros até o mês que vem para cumprir suas
obrigações financeiras.

Com o pacote da UE e FMI, o país deve conseguir levantar essa soma, mas as
condições exatas deste empréstimo ainda não foram acordadas.

Se os detalhes foram definidos rapidamente e sem grandes problemas, o país


conseguirá pagar sua dívida mais facilmente.

Em teoria, isso deveria proporcionar uma queda nos custos de empréstimo do


governo e o euro deveria voltar a se fortalecer, depois de ter sofrido queda nas
últimas semanas por causa do medo de a Grécia não conseguir pagar suas
dívidas.

A Grécia poderia simplesmente abandonar o euro?

Operadores de câmbio já demonstraram medo de que alguns países com


grandes déficits no orçamento - como a Grécia, Espanha e Portugal - possam
se sentir tentados a abandonar o euro.

Ao deixar a moeda comum, o país poderia permitir a desvalorização de sua


moeda e, assim, melhorar sua competitividade.

Mas isso também causaria grandes rupturas nos mercados financeiros,


provocando o medo entre os investidores de que outros países adotassem a
mesma estratégia, potencialmente levando ao fim da união monetária.

Mas a União Européia já demonstrou que quer manter a zona do euro unida e
descartou a ideia de que países iriam abandonar a moeda.

Como a situação da Grécia se compara a de outros países?

A Grécia não é o único país da zona do euro a violar a regra que afirma que o
déficit orçamentário não deve ultrapassar 3% do PIB do país.
Na Grã-Bretanha, que não está na zona do euro, esse déficit chega a 13% do
PIB. Na Espanha ele chega a 11,2%, na Irlanda a 14,3% e na Itália a 5,3%.
Globalização

Globalização é o conjunto de transformações na ordem política e econômica


mundial que vem acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da
mudança é a integração dos mercados numa "aldeia-global", explorada pelas
grandes corporações internacionais. Os Estados abandonam gradativamente
as barreiras tarifárias para proteger sua produção da concorrência dos
produtos estrangeiros e abrem-se ao comércio e ao capital internacional. Esse
processo tem sido acompanhado de uma intensa revolução nas tecnologias de
informação - telefones, computadores e televisão.

As fontes de informação também se uniformizam devido ao alcance mundial e


à crescente popularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet.
Isso faz com que os desdobramentos da globalização ultrapassem os limites
da economia e comecem a provocar uma certa homogeneização cultural entre
os países.

CORPORAÇÕES TRANSNACIONAIS

A globalização é marcada pela expansão mundial das grandes corporações


internacionais. A cadeia de fast food McDonald's, por exemplo, possui 18 mil
restaurantes em 91 países. Essas corporações exercem um papel decisivo na
economia mundial.

Segundo pesquisa do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de São


Paulo, em 1994 as maiores empresas do mundo (Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo,
General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e Shell) obtêm um faturamento
de 1,4 trilhão de dólares. Esse valor eqüivale à soma dos PIBs do Brasil,
México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Nova
Zelândia.

Outro ponto importante desse processo são as mudanças significativas no


modo de produção das mercadorias. Auxiliadas pelas facilidades na
comunicação e nos transportes, as transnacionais instalam suas fábricas sem
qualquer lugar do mundo onde existam as melhores vantagens fiscais, mão-de-
obra e matérias-primas baratas. Essa tendência leva a uma transferência de
empregos dos países ricos - que possuem altos salários e inúmeros benefícios
- para as nações industriais emergentes, com os Tigres Asiáticos. O resultado
desse processo é que, atualmente, grande parte dos produtos não tem mais
uma nacionalidade definida. Um automóvel de marca norte-americana pode
conter peças fabricadas no Japão, ter sido projetado na Alemanha, montado no
Brasil e vendido no Canadá.

REVOLUÇÃO TECNOCIENTÍFICA

A rápida evolução e a popularização das tecnologias da informação


(computadores, telefones e televisão) têm sido fundamentais para agilizar o
comércio e as transações financeiras entre os países. Em 1960, um cabo de
telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo.

Atualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica, esse número sobe para
l,5 milhão. Uma ligação telefônica internacional de 3 minutos, que custava
cerca de 200 em 1930, hoje em dia é feita por US$ 2. O número de usuários da
Internet, rede mundial de computadores, é de cerca de 50 milhões e tende a
duplicar a cada ano, o que faz dela o meio de comunicação que mais cresce no
mundo. E o maior uso dos satélites de comunicação permite que alguns canais
de televisão - como as redes de notícias CNN, BBC e MTV - sejam transmitidas
instantaneamente para diversos países. Tudo isso permite uma integração
mundial sem precedentes.

DESEMPREGO ESTRUTURAL

A crescente concorrência internacional tem obrigado as empresas a cortar


custos, com o objetivo de obter preços menores e qualidade alta para os seus
produtos. Nessa restruturação estão sendo eliminados vários postos de
trabalho, tendência que é chamada de desemprego estrutural. Uma das
causas desse desemprego é a automação de vários setores, em substituição à
mão de obra humana. Caixas automáticos tomam o lugar dos caixas de
bancos, fábricas robotizadas dispensam operários, escritórios informatizados
prescindem datilógrafos e contadores.

Nos países ricos, o desemprego também é causado pelo deslocamento de


fábricas para os países com custos de produção mais baixos.
NOVOS EMPREGOS

O fim de milhares de empregos, no entanto, é acompanhado pela criação de


outros pontos de trabalho. Novas oportunidades surgem, por exemplo, na área
de informática, com o surgimento de um novo tipo de empresa, as de
"inteligência intensiva", que se diferenciam das indústrias de capital ou mão-de-
obra intensivas. A IBM, por exemplo, empregava 400 mil pessoas em 1990
mas, desse total, somente 20 mil produziam máquinas. O restante estava
envolvido em áreas de desenvolvimento de outros computadores - tanto em
hardware como em software - gerenciamento e marketing. Mas a previsão é de
que esse novo mercado de trabalho dificilmente absorverá os excluídos, uma
vez que os empregos emergentes exigem um alto grau de qualificação
profissional. Dessa forma, o desemprego tende a se concentrar nas camadas
menos favorecidas, com baixa instrução escolar e pouca qualificação. "

O processo de globalização está trazendo profundas transformações para as


sociedades contemporâneas. O acelerado desenvolvimento tecnológico e
cultural, principalmente na área da comunicação, caracteriza uma nova etapa
do capitalismo, contraditória por excelência, que coloca novos desafios para o
homem neste final de século. Cultura, Estado, mundo do trabalho, educação,
etc. sofrem as influências de um novo paradigma , devendo-se adequarem ao
mesmo. Neste novo paradigma, a autonomia é privilegiada. Tornou-se
necessidade para a vida numa sociedade destradicionalizada e reflexiva. No
mundo do trabalho, a autonomia é diferença que marca a mudança do
predomínio do fordismo para o pós-fordismo. Já no que tange à educação,
deve a mesma possibilitar o desenvolvimento desse valor, trabalhando o
homem integralmente para que ele possa não só atender aos requisitos do
mercado, mas também atuar como cidadão no mundo globalizado. Nossa
análise caminhará sempre no sentido dos limites e das possibilidades desse
mundo, tendo

como categoria central a autonomia, e como pensamento norteador a teoria


pós-fordista sob o enfoque dos teóricos "Novos Tempos".

QUESTÃO E RESPOSTA:

Mas, o que é essa globalização e como é que ela se manifesta ?

Não há uma definição que seja aceita por todos. Ela está definitivamente na
moda e designa muitas coisas ao mesmo tempo. Há a interligação acelerada
dos mercados nacionais, há a possibilidade de movimentar bilhões de dólares
por computador em alguns segundos, como ocorreu nas Bolsas de todo o
mundo, há a chamada "terceira revolução tecnológica"( processamento,
difusão e transmissão de informações). Os mais entusiastas acham que a
globalização define uma nova era da história humana.

VEJA MAIS SOBRE GLOBALIZAÇÃO

A economia globalizada permite que haja um movimento em direção à


globalização cultural. Hoje, através da Internet, um estudante ou pesquisador
acessa, sem sair de casa, qualquer biblioteca ou universidade do planeta. Os
contatos humanos e as pesquisas exigem que os habitantes de um país
tenham, ao menos, conhecimento básico do idioma de outros países.

Acontecimentos no outro lado do mundo podem ser acompanhados on-line e


em tempo real. Apesar de a globalização uniformizar o pensamento, ela
também o diferencia por sublinhar as características regionais e não deixar
dúvidas, nos consumidores, de que aqueles que não detêm tecnologia estão
excluídos do grande sistema que pretende gerar um pensamento universal.

Porém, ainda é cedo para avaliar as conseqüências que esta interação terá
sobre as culturas nacionais, principalmente nas dos países do terceiro mundo.
Mas já se sabe que a vivência humana globalizada está criando uma nova
ética, uma nova forma de pensamento e, nas novas gerações, uma posição
mais compreensiva diante de outras maneiras de ser e viver.

Globalização financeira, nova ordem econômica mundial que modificou o


papel do Estado na medida que alterou radicalmente a ênfase da ação
governamental, que agora é dirigida quase exclusivamente para tornar possível
às economias nacionais desenvolverem e sustentarem condições estruturais
de competitividade em escala global. Seus efeitos são de certa forma
controversos. Por um lado, a mobilidade dos fluxos financeiros através das
fronteiras nacionais pode ser vista como uma forma eficiente de destinar
recursos internacionais e de canalizá-los para países emergentes. Por outro, a
possibilidade de usar os capitais de curto prazo para ataques especulativos
contra moedas são considerados como uma nova forma de ameaça à
estabilidade econômica dos países.

Globalização produtiva, fenômeno mundial associado a uma revolução nos


métodos de produção que resultou numa mudança significativa nas vantagens
comparativas das nações. Com a globalização, as fases de produção de uma
determinada mercadoria podem ser realizadas em qualquer país e não mais
em um mesmo país, pois busca-se aquele que oferecer maiores vantagens
econômicas. Isto tem levado a uma acirrada competição entre países - em
particular aqueles em desenvolvimento - por investimentos externos.

Em contraste com as décadas passadas, quando julgava-se necessário


introduzir controles e restrições para disciplinar, em seus mercados, as
atividades das multinacionais, agora, os países em desenvolvimento têm
reformulado suas políticas comerciais e econômicas para oferecer um
ambiente doméstico atraente para os investimentos externos, os quais se
fazem necessários para complementar as suas taxas internas de poupança,
geralmente insuficientes.

Efeito Estufa e Aquecimento Global: O


fim da Natureza
O mais assustador na nova natureza que o homem está construindo
é sua imprevisibilidade pois o aquecimento da Terra provocado
pelo efeito estufa acaba com a regularidade do mundo natural.

O nível está aumentando ao ritmo de 1 por cento ao ano. O fato singelo é que o
ar ao nosso redor — mesmo onde é limpo, recende a primavera e está
povoado de pássaros — mudou significativamente. Alteramos
substancialmente a atmosfera terrestre. E isso vai mudar a vida de cada um de
nós. Quando o dióxido de carbono (ou a combinação equivalente de dióxido de
carbono e outros gases de estufa) dobrar em relação aos níveis pré-Revolução
Industrial, a temperatura média global aumentará, de 1,5 a 5,5 graus
centígrados. Uma idéia pode tornar-se extinta assim como um animal ou uma
planta. A idéia, no caso, é "natureza" — a província selvagem, o mundo à parte
do homem sob cujas regras ele nasce e morre. É cedo ainda para dizer
exatamente quão mais forte o vento irá soprar, quão mais quente o Sol irá
brilhar. Isso fica para o futuro. Mas os seus significados já mudaram. A idéia de
natureza não sobreviverá à nova poluição global — o dióxido de carbono, o
metano e assemelhados. Privamos a natureza de sua independência e isso é
fatal ao seu significado. A independência da natureza é o seu significado. É
verdade que esta não é a primeira enorme ruptura da história do globo. Há
cerca de 2 bilhões de anos, a proliferação de um tipo particular de
cianobactéria causou um aumento de oxigênio na atmosfera de uma parte por
milhão para cinco. "Essa foi de longe a maior crise de poluição que a Terra já
suportou", escreveu a microbiologista Lynn Margulis.Pode-se argumentar: a
crise atual também é "natural", visto que o homem é parte da natureza. Mas
este é um argumento semântico.

Quando digo que acabamos com a natureza, não estou afirmando que os
processos naturais tenham cessado mas que fizemos cessar aquilo que — pelo
menos nos tempos modernos — definiu a natureza para nós: sua separação da
sociedade humana. Um motivo pelo qual não prestamos especial atenção ao
mundo natural, separado e ao nosso redor, é que ele sempre esteve ali e
presumimos que sempre estará. À medida que desaparece, sua importância
básica torna-se mais clara. Acima de tudo o mais, o mundo exibe uma ordem
adorável, confortadora na sua complexidade. E a parte mais atraente dessa
harmonia talvez seja a sua permanência — o sentido de que somos parte de
algo cujas raízes se estendem quase desde sempre e seus galhos avançam
tanto quanto. A nova natureza de nossa autoria pode não ser previsivelmente
violenta. Ela não será previsivelmente nada e vamos precisar de muito tempo
para estabelecermos nossa relação com ela, se é que o conseguiremos. A
característica saliente dessa nova natureza é sua imprevisibilidade, assim
como o traço característico da velha natureza era a sua confiabilidade. Não
estamos necessariamente condenados a sofrer algum cataclismo, mas não
podemos mais supor que não estejamos condenados. A própria incerteza é o
primeiro cataclismo e talvez o mais profundo.

A mais falada conseqüência específica do aquecimento global é provavelmente


o esperado aumento do nível do mar como resultado do derretimento polar.
Mesmo que nada se derretesse, o acréscimo de calor elevaria
consideravelmente o nível do mar. Água quente ocupa mais espaço do que
água fria; a expansão térmica, dado um aumento global de temperatura entre
1,5 e 5,5 graus, deve elevar o nível do mar em 30 centímetros. Já é
amplamente aceito que o nível do mar vai elevar-se significativamente ao longo
das próximas décadas. A Agência de Proteção Ambiental, dos Estados Unidos,
estimou uma elevação entre 1,50 e 2,10 metros por volta do ano 2100. Ao
longo do século, a elevação no nível global do mar será superior a 90
centímetros. Isso significa que o mar alcançará uma altura sem precedentes na
história da civilização.Dióxido de carbono e outros gases de estufa vêm de toda
parte; portanto, a situação que eles criam só pode ser corrigida corrigindo-se
tudo. Pequenas substituições e consertos rápidos não constituem solução. O
tamanho e a complexidade do sistema industrial que construímos tornam
fisicamente difíceis mesmo pequenas correções de curso. Sem uma população
estática, até mesmo as metas mais imediatas e óbvias, como retardar o
desflorestamento ou reduzir o consumo de combustíveis fósseis, parecem
remotas. O efeito estufa é freqüentemente comparado à destruição da camada
de ozônio, outro exemplo de poluição atmosférica com implicações globais.
Mas a destruição da camada de ozônio pode ser e provavelmente será
resolvida quando cessarmos de produzir as substâncias químicas que
atualmente a destroem. O problema do aquecimento global, no entanto, não
cede ao mesmo tipo de solução. Com ação agressiva, podemos "estabilizar" a
situação a um nível que seja apenas moderadamente horrendo, mas não
podemos resolvê-la. Isso não quer dizer que não devamos agir. Devemos agir
de toda maneira possível e imediatamente.Estamos no fim de uma era — o
porre centenário de petróleo, gás e carvão que nos proporcionou tanto os
confortos como os apuros atuais. Mesmo os cientistas que mais clamam com
estridência por controles sobre as emissões, dizem fazê-lo, porém, a fim de
retardar o aquecimento para que possamos nos adaptar a ele. O ajustamento
ao mundo da estufa não será fácil; somos profundamente viciados em petróleo.
Nosso impulso será o de adaptar, não nós mesmos, mas a Terra — de
descobrir uma nova maneira de manter nosso domínio e, daí, os estilos de vida
com os quais nos acostumamos. Inventaremos novos instrumentos, novas
tecnologias, para nos mantermos vivos no planeta, num mundo
"macroadministrado".

O problema, em outras palavras, não é simplesmente que a combustão de


petróleo libera dióxido de carbono que, por força de sua estrutura molecular,
captura o calor do Sol. O problema é que a natureza, a força independente que
nos rodeou desde os nossos primeiros dias, não consegue coexistir com os
nossos números e os nossos hábitos. Bem que poderemos criar um mundo
capaz de suportar esses números e hábitos, mas será um mundo artificial —
uma estação espacial. Ou, quem sabe, poderíamos mudar os nossos hábitos.
A ecologia profunda sugere que em vez de dar ordens melhores aprendamos a
dar cada vez menos ordens — de modo a mergulhar novamente no mundo
natural. Tais ecologistas questionam a base industrial de nossa civilização, a
necessidade de crescer eternamente em riqueza e números.Essas idéias são
pelo menos um ponto de partida para aqueles interessados em salvar um
mundo que está sumindo depressa. São idéias radicais, mas vivemos num
momento radical. Vivemos no fim da natureza, o instante em que o caráter
essencial do mundo está mudando. Se o nosso modo de vida está acabando
com a natureza, não é radical falar em transformar nosso modo de vida. Como
é óbvio, tal mudança será colossalmente difícil. É também difícil voltar as
costas à idéia do crescimento econômico, que nos foi vendida como resposta à
pobreza que aflige a maior parte do planeta. Mas um mundo superaquecido,
desprovido de ozônio, seria provavelmente mais cruel para os pobres do que
para os ricos e, se o nosso desejo é amenizar a pobreza, limitar o nosso
padrão de vida e partilhar o nosso excedente devem funcionar tão bem quanto.

O fim da natureza é um salto no desconhecido, tão assustador porque é


desconhecido como porque o mundo pode tornar-se quente ou seco ou
chicoteado por furacões. Mas esta poderia ser a época em que as pessoas
decidam pelo menos não ir adiante na senda que têm percorrido — quando
fizermos não apenas os ajustes tecnológicos necessários para preservar o
mundo do superaquecimento, mas também os ajustes mentais necessários
para assegurar que nunca mais tornaremos a pôr nosso bem à frente de tudo o
mais. Este é o caminho que escolhi, porque oferece um fiapo de esperança
num mundo vivo, eterno e significativo.

Legalize... já?
Remédios à base de maconha podem ser liberados no Brasil. Pelo
menos é o que reivindica um grupo de médicos e cientistas
respeitados
por Gisela Blanco

Liberados nos EUA, no Canadá e na Inglaterra, os medicamentos à base de


maconha também podem chegar ao Brasil. Pelo menos é o que reinvindica um
grupo de médicos e pesquisadores importantes, que se reuniu num congresso
sobre Cannabis medicinal realizado em maio pela Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp). Eles acreditam que o THC e o canabidiol, princípios ativos da
maconha, podem atenuar a dor crônica e ajudar na alimentação de alguns
pacientes (veja ao lado). "Estou cansado de receber pedidos de senhoras
idosas que sofrem de câncer terminal e não aguentam mais comprar a droga
de traficantes", afirma o médico Elisaldo Carlini, da Unifesp. A legislação
brasileira já prevê o uso da maconha em pesquisas científicas, mas o governo
precisaria criar uma agência reguladora para que os medicamentos de
Cannabis (que, aliás, não dão nenhum tipo de "barato") fossem permitidos.

Se liberados, eles só poderiam ser vendidos com prescrição médica e receita


azul - a mesma dos remédios psicotrópicos. "Nos nossos testes, o canabidiol
reduziu os sintomas de pacientes com transtorno de ansiedade social", diz o
neurologista Alexandre Crippa, da USP. "Eles são seguros e não causam
dependência", diz o médico William Notcutt, da Universidade de East Anglia, na
Inglaterra, que há 10 anos estuda o assunto. Para os cientistas, o maior risco
envolvido é político. "Se o governo não consegue controlar o uso nem da cola
de sapateiro, vai conseguir controlar esses remédios?", diz Emmanuel Fortes,
do Conselho Federal de Medicina.

Juventude e alcoolismo: um problema


social
As bebidas alcoólicas pertencem ao grupo das drogas lícitas mais consumidas
no Brasil. O comportamento festivo do brasileiro sempre foi regado a muito
álcool: caipirinha na praia, cerveja no futebol, coquetel na balada. O problema é
que os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo. Uma pesquisa
da Unifesp sobre o consumo de bebidas alcoólicas por estudantes de ensino
médio reacendeu a discussão sobre o tema. Que razões levam o jovem ao
consumo de álcool? Quais os problemas decorrentes disso? Por que a lei que
proíbe a venda de bebidas a menores de idade não é cumprida? Qual a
responsabilidade da família, da sociedade e do governo diante desse
problema? Reflita sobre essas questões e elabore uma dissertação
argumentativa com o tema: Juventude e alcoolismo: um problema social.

Especial ENEM:

Vídeo Aulas Novas Toda a Semana


Com Diversas Matérias:
http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2010/08/vestibular-relembre-
aulas-da-semana0108.html

Redação: Propostas/Correção/Temas...
http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/

http://enem2010.guiadoestudante.abril.com.br

Apostilas 2009 EUA – APROVAR


PARTE 1 -
http://www.4shared.com/file/121709317/c2f8dd13/APOSTILA_ENEM_2009_-
_PARTE_1_-_BIOLOGIA_-_QUMICA_-_PORTUGUS.html
PARTE 2 -
http://www.4shared.com/file/121709316/b5ffed85/APOSTILA_ENEM_2009_-
_PARTE_2_-_HISTRIA_-_GEOGRAFIA_-_PORTUGUS.html
PARTE 3 -
http://www.4shared.com/file/121709310/5c9c48b0/APOSTILA_ENEM_2009_-
_PARTE_3_-_MATEMTICA_-_FSICA_-_PORTUGUS.html
PARTE 4 - http://www.4shared.com/get/io-WhliW/APOSTILA_ENEM_2009_-
_PARTE_4_-.html

Outras Fontes de Estudo:


http://www.vestibular1.com.br/

* Baixe Apostilas e Assista a Vídeo Aulas

www.diaadia.pr.gov.br/eureka

www.tosabendomais.com.br
Paulo
By:

Carvalho

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