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"A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" é um dos livros

fundamentais da teoria sociológica clássica. Elaborado com o intuito de se


contrapôr às interpretações materialistas do marxismo em voga, o livro propõe uma
compreensão do capitalismo que parte, ao invés do âmbito econômico (as relações
sociais de produção, como fazia Marx), do âmbito espiritual, cultural. Daí porque a
história do capitalismo é contada a partir do desenvolvimento da ética protestante.
Esta ética, surgida no contexto da Reforma como crítica do Catolicismo, propunha
uma forma de religiosidade diferente, mais espiritualizada. O ponto principal de
divergência entre a ética protestante e a católica está em sua concepção de
salvação: ao contrário das doutrinas católicas, o protestantismo não considera que
as boas ações do sujeito possam influir em sua salvação. Ao contrário, esta
salvação está garantida ou não por Deus, independentemente do comportamento
do sujeito. O sujeito não tem como garantir sua salvação, mesmo que aja
moralmente e que pratique o bem. Se este sujeito possui esse comportamente
irreprovável, o protestantismo considera que ele deve ser um escolhido, mas não
pode, de modo algum, garantir isso. Os desígnios divinos estão absolutamente fora
do alcance de qualquer ser humano. Entre Deus e os homens, não há qualquer
mediação - mesmo a Igreja não possui qualquer contato especial com Ele. Daí
porque também, no protestantismo, toda vida religiosa que antes era coletiva (na
Idade Média católica) torna-se essencialmente individual.Nesse sentido, o
protestantismo: 1) separa radicalmente o homem de Deus, já que os desígnios
d'Ele não podem ser conhecidos pela limitada mente humana; 2) desenvolve a
teoria da Predestinação (já que não podemos agir moralmente e assim garantir a
salvação, só podemos imaginar que alguns são predestinados à salvação, embora
não possamos nos certificar de quais são os escolhidos); 3) como substituto à idéia
católica das boas ações que garantem a salvação, cria-se a idéia de que o sucesso
na vida mundana é um sinal de que se é predestinado. Com isso, o protestantismo
cria uma ética inteiramente nova: a ética do trabalho. Se Deus quer a Glória, se
todo o Universo é criado para a Glória de Deus, e se os homens são escolhidos ou
não nesse Universo por Deus, sem que nós possamos garantir nenhuma salvação,
então apenas podemos nos contentar (e procurar nos tranquilizar) com a idéia de
que, se somos prósperos, se engrandecemos a glória divina, então devemos ter
sido escolhidos. Daí porque a riqueza é o sinal de nossa salvação, e
consequentemente, a ética é a da produção da glória divina, a produção da
prosperidade, da riqueza. No entanto, esta riqueza deve ser produzida para a Glória
de Deus e não para a glória humana mundana. O sinal da salvação é dado pela
prosperidade do homem que acumula, e não pelo homem que gasta - pois este
último não trabalha pela glória de Deus, portanto não deve ser um escolhido.A ética
protestante, como ética do trabalho feito para a acumulação (e não para os gastos,
as despesas, o consumo da riqueza) é o fator cultural determinante para o
desenvolvimento do capitalismo, segundo Weber. Assim, contrapondo-se à
interpretação marxista clássica, Weber propõe uma inversão no materialismo -
propõe que um valor ético foi capaz de criar as condições para um desenvolvimento
econômico - e torna-se, desse modo, um outro clássico fundamental na literatura
sociológica.

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