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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.................................................................................................... 1
1.1 . LEGISLAÇÃO APLICÁVEL..................................................................................... 1
1.2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO........................................................... 2
1.3. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR.............................................................. 4
a. ATIVIDADE PREVISTA........................................................................................... 4
B. . DIMENSÕES DO EMPREENDIMENTO.............................................................. 5
C. . IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO.... 5
2. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO....................................................... 9
2.1. DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA........................................................... 9
2.2. CARACTERIZAÇÃO E DIMENSÕES DO EMPREENDIMENTO......................... 13
2.2.1. Caracterização....................................................................................................... 13
2.2.3. Atividades a serem desenvolvidas pela unidade SEST/SENAT ......................... 14
2.2.3.1. SEST – Serviço Social do Transporte................................................................ 14
2.2.3.2. SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte............................ 16
2.2.2.3. Palestras de Educação Profissional................................................................... 17
2.3 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO DO TERRENO...................................... 21
2.4 LEVANTAMENTO FLORESTAL DO TERRENO ................................................... 21
2.4.1. Caracterização Regional....................................................................................... 21
2.4.2. Caracterização da Vegetação do Imóvel............................................................... 23
2.5. PROJETO DE TERRAPLANAGEM........................................................................ 28
2.6 ESTIMATIVAS DE PRODUÇÃO DE FATORES IMPACTANTES......................... 33
2.6.1 Fase de Implantação.............................................................................................. 33
2.6.1.1. Produção de Nível de Ruído, Calor e Vibração.................................................. 33
2.6.1.2. Produção de Radiação....................................................................................... 34
2.6.1.3. Produção de Resíduos Sólidos.......................................................................... 34
2.6.1.4. Efluentes Líquidos do Canteiro de Obras........................................................... 37
2.6.1.5. Emissões Atmosféricas....................................................................................... 39
2.6.2.6. Insolação e Sombreamento................................................................................ 42
2.6.2.7.Ventilação............................................................................................................ 50
2.6.2 Fase de Operação.................................................................................................. 55
2.6.2.1. Produção de Nível de Ruído, Calor e Vibração.................................................. 55
2.6.2.2. Produção de Radiação....................................................................................... 56
2.6.2.3. Produção de Resíduos Sólidos........................................................................... 56
2.6.2.4. Produção de Efluentes Líquidos......................................................................... 57

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2.6.2.5. Emissões Atmosféricas....................................................................................... 59
2.6.2.6. Efluentes de Drenagem de Águas Pluviais Geradas..................................... 59
2.7. INTERVENÇÕES VIÁRIAS ............................................................................... 62
2.7.1. Características de Localização e Acesso ............................................................. 62
2.8. GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA.................................................................... 67
2.9. INFRAESTRUTURA RACIONAL............................................................................. 69
3. CARACTERÍSTICAS DA VIZINHANÇA..................................................................... 72
3.1. CARACTERÍSTICAS DO ESPAÇO URBANO....................................................... 72
3.1.1. Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo................................................................. 73
3.1.1.1 Legislação Urbanística Municipal........................................................................ 73
3.1.2. Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo............................................................... 74
3.1.1.3 Ocupação do Solo no Entorno do Empreendimento........................................... 77
3.1.2. Aspectos Históricos............................................................................................... 83
3.1.2.1. Aspectos Históricos da Vizinhança Imediata...................................................... 85
3.1.3. Caracterização da Vizinhança Imediata................................................................ 88
3.2. EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE INFRAESTRUTURA URBANA...................... 92
3.2.1. Rede de Água........................................................................................................ 92
3.2.2. Rede de Esgoto..................................................................................................... 95
3.2.3. Rede de Energia Elétrica....................................................................................... 95
3.2.4. Rede de Gás.......................................................................................................... 98
3.2.5. Coleta de Resíduos e sua Destinação................................................................... 100
3.2.6.1 Coleta Seletiva..................................................................................................... 101
3.3 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE USO COMUNITÁRIO...................................... 102
3.3.1 Educação................................................................................................................ 102
3.3.2. Cultura................................................................................................................... 107
3.3.3. Saúde..................................................................................................................... 108
3.3.3.1. Unidades e Profissionais de Saúde.................................................................... 109
3.3.4. Esporte e Lazer – Praças, Parques e Áreas Verdes............................................. 111
3.3.5. Habitação............................................................................................................... 114
3.4 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ÁREAS DE RELEVÂNCIA AMBIENTAL............... 115
3.4.1. Indicação dos bens tombados ou cadastrados do patrimônio histórico............... 115
3.4.2. Áreas de Relevância Ambiental............................................................................. 120
3.5 SISTEMA VIÁRIO E DE TRANSPORTES NA ÁREA DE INFLUÊNCIA ............... 121
3.5.1. Sistema Viário ....................................................................................................... 121
3.5.2. Transporte Coletivo................................................................................................ 122
3.6. BACIA HIDROGRÁFICA E DRENAGEM PLUVIAL....................................... ......... 126

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3.7. INTERPRETAÇÃO DA PAISAGEM .............................................................. ........ 137
3.8. ANÁLISE DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA (RUÍDOS)................................ 155
3.9. MELHORAMENTOS PÚBLICOS............................................................................ 164
3.9. CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS................................................................ 166
3.9.1 Contagem e Crescimento Populacional.................................................................. 166
3.9.2 Densidade Demográfica......................................................................................... 168
3.10. ASPECTOS ECONÔMICOS................................................................................. 169
3.11.1. Produto Interno Bruto (PIB) e Valor Adicionado Fiscal – VAF............................ 169
3.11.2. Empresas, Empregos e Renda............................................................................ 171
4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO EMPREENDIMENTO....................................... 175
4.1. Metodologia de Avaliação dos impactos do empreendimento................................. 175
4.2. Avaliação dos Impactos do Empreendimento na Vizinhança na
Fase de Operação........................................................................................................... 176
4.2.1. Impactos Urbanísticos Positivos e Negativos........................................................ 176
4.2.1.1. Adensamento Populacional................................................................................ 179
4.2.1.2. Insolação e Sombreamento e Ventilação........................................................... 181
4.2.1.3. Compatibilidade do Empreendimento com a Paisagem Imediata..................... 182
4.2.1.4. Interferência na paisagem pela Supressão de Vegetação................................ 183
4.2.1.5. Interferência no patrimônio histórico................................................................... 183
4.2.1.6. Diminuição da permeabilidade do solo............................................................... 184
4.2.2. Compatibilidade do Empreendimento com os
Equipamentos Urbanos e Comunitários.......................................................................... 185
4.2.2.1. Abastecimento de Água...................................................................................... 185
4.2.2.2. Fornecimento de Energia Elétrica....................................................................... 185
4.2.2.3. Coleta e disposição final de resíduos sólidos..................................................... 185
4.2.2.4. Pressão sobre o sistema Público de Saúde e Educação.................................. 186
4.2.3. Alterações econômicas e sociais .......................................................................... 187
4.2.3.1. Dinamização da oferta de emprego e aumento das
atividades econômicas.................................................................................................... 187
4.2.3.2. Aumento na arrecadação de impostos.............................................................. 188
4.2.3.2. Valorização imobiliária, alteração de costumes e estratificação social............. 188
4.2.3.3. Segurança.......................................................................................................... 189
4.2.4. Avaliação da Compatibilidade do Sistema Viário e de Transporte ..................... 189
4.2.4.1. Contagens de Tráfego........................................................................................ 189
4.2. Simulação de Capacidade de Cruzamentos............................................................ 193
4.2.1 PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS NO SISTEMA

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VIÁRIO E TRANSPORTES............................................................................................. 196
4.2.1.1. Transporte Coletivo............................................................................................ 196
4.2.1.2 Sistema Viário..................................................................................................... 196
4.3 Avaliação dos Impactos na Fase de Implantação do Empreendimento................... 199
4.3.1.. Compactação do Solo.......................................................................................... 200
4.3.2. Alteração no padrão de escoamento de água na superfície do solo.................... 200
4.3.3. Perda do solo por processos erosivos.................................................................. 201
4.3.4. Alteração da qualidade do solo e de águas subterrâneas..................................... 202
4.3.5. Dispersão de material particulado em suspensão................................................. 202
4.3.6. Aumento na emissão de gases poluentes por veículos........................................ 203
4.3.7. Poluição Sonora..................................................................................................... 203
4.3.8. Perda de recursos vegetais................................................................................... 206
4.3.9. Distúrbios à fauna terrestre.................................................................................... 206
4.3.10. Aumento do tráfego de veículos pesados............................................................ 207
4.3.11. Destino final dos resíduos da construção civil..................................................... 208
4.4 Matriz de Avaliação de Impactos............................................................................... 210
5. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................ 212

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1. APRESENTAÇÃO

1.2 . LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Os aspectos legais que embasam o presente Estudo de Impacto de


Vizinhança (EIV) originam-se no Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.257/2001,
que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes
gerais da política urbana e dá outras providências.
Em sua Seção XII, o Estatuto da Cidade confere ao EIV a função de
contemplar os efeitos positivos e negativos de um empreendimento ou atividade
quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades,
incluindo a análise de questões como adensamento populacional, equipamentos
urbanos e comunitários, uso e ocupação do solo, valorização imobiliária, geração de
tráfego e demanda por transporte público, ventilação e iluminação, paisagem urbana
e patrimônio natural e cultural.
A mesma seção da referida lei atribui aos municípios a definição dos
empreendimentos e atividades a terem suas licenças subsidiadas por um EIV. Em
Blumenau, o Plano Diretor, Lei Complementar nº 615/2006, refere-se aos Estudos
de Impacto de Vizinhança em seu artigo 117, mencionando a alteração deste artigo
pela Lei Complementar nº 726/2009, que declara a apreciação e aprovação do EIV
como jurisdição do Conselho Municipal de Planejamento Urbano (COPLAN).
O COPLAN, por sua vez, em sua Resolução nº 004/2008 (anexo I alterado
pela Resolução nº 007/2009) regulamenta as normas para apresentação de Estudos
de Impacto de Vizinhança na Cidade de Blumenau.

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1.3 . IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Este Estudo de Impacto de Vizinhança complementa o Estudo Prévio para


Análise Inicial aprovado pela Comissão Permanente de Avaliação de Estudo de
Impacto de Vizinhança, conforme Parecer Técnico SEPLAN/CPAEIV no. 282/2010,
e apresenta informações técnicas que objetivam a identificação dos futuros
impactos causados à vizinhança do SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE &
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SEST/SENAT),
apresentando medidas mitigadoras para subsidiar o processo de aprovação deste
empreendimento em âmbito municipal, junto a Secretaria de Planejamento Urbano
e ao COPLAN – Conselho Municipal de Planejamento Urbano de Blumenau.
O imóvel objeto deste estudo localiza-se na Cidade de Blumenau/SC, no
Bairro Itoupava Central, Rua Ricardo Georg (Mapa 01).

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3
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1.4 . IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Razão Social/Nome: SEST SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE


CNPJ/CPF: 73.471.989/0160-08 FILIAL
Razão Social/Nome: SENAT SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO
TRANSPORTE
CNPJ/CPF: 73.471.963/0160-60
Nome Fantasia: Blumenau/SC – Unidade B – N 95

Endereço: Rua Ricardo Georg


Bairro: Itoupava Central CEP: 89069-100
Município/UF: Blumenau/SC
Fone: (47) 3378-5005
E-mail: mauriciodalpiaz@sestsenat.org.br
Contato: Maurício Dalpiaz

1.5 . ATIVIDADE PREVISTA

O empreendimento objeto deste estudo consiste na união do Serviço Social do


Transporte – SEST ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SENAT,
para disponibilização de suas atividades em uma mesma unidade.
O Serviço Social do Transporte – SEST e o Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte – SENAT são entidades civis, com personalidade
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criadas em 14 se setembro de 1993,
pela Lei nº 8.706/93, e organizadas pela Confederação Nacional do Transporte –
CNT.
Os objetivos do SEST são gerenciar, desenvolver, executar direta ou
indiretamente, e apoiar programas voltados à promoção social do trabalhador em
transporte rodoviário e do transportador autônomo nos seguintes campos:

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I- Assistência médica e odontológica;
II- Segurança no trabalho;
III- Esporte, lazer, recreação e cultura;
IV- Ações voltadas à preservação do meio ambiente.

Os objetivos do SENAT são gerenciar, desenvolver, executar, direta ou


indiretamente e apoiar programas voltados à aprendizagem do trabalhador em
transporte rodoviário e do transportador autônomo nos seguintes campos:
I- Formação profissional;
II- Treinamento, aperfeiçoamento e reciclagem;
III- Segurança no trabalho e no trânsito;
IV- Ações voltadas à preservação do meio ambiente.

1.6 . DIMENSÕES DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento será implantado em área de 42.854,78 m² inserida em


Zona Industrial - ZI e Corredor de Serviço 3 – CS-3.
Da área total, 5.802,47 m² (13%) serão de área construída, 9.083,39 m² (21%)
de área urbanizada e 28.585,24 m² (66%) de área verde.

1.7 . IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO

Empresa Consultora

Razão social: Biosphera Consultoria e Empreendimentos Ambientais Ltda.


CNPJ: 00.341.788/0001-08
Rua 1500 nº 435, Centro – Balneário Camboriú
Cadastro IBAMA nº 469904
Registro CREA/SC nº 065457-9
Registro CRBio 3ª Região nº 00389-01

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Ficha Técnica da Equipe

Direção Geral
Nome: Luiz Henrique Gevaerd
Endereço: Rua 1500 – 435 – Centro - Balneário Camboriú - SC
E-mail: ike@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 3361 7184 / (47) 9983-9596

Coordenação Técnica
Nome: Maria Heloísa Beatriz Cardozo Furtado Lenzi
Formação: Bióloga
Endereço: Rua José Venâncio dos Santos, n0 60 - Pioneiros,
Balneário Camboriú - SC CEP: 88331-115
E-mail: heloisa@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 3361.7184
RG: 3057351 / CPF: 939.540.269-53 / CRBio: 25518-03
Cadastro IBAMA: 470399

Estudos sobre Tráfego e Transportes


Nome: Alexandre Gevaerd
Formação: Engenheiro Civil e de transportes, MSc
Endereço: Rua Adriano Schaefer – Brusque- SC
E-mail: agevaerd@furb.br
Telefone: (47) 3339.3687
CREA: 012.339-8

Nome: Fernando Diniz Poleza


Formação: Acadêmico de Engenharia Civil
Endereço: Rua Orion, 57 Bairro Escola Agrícola – Blumenau - SC
E-mail: fernando@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 9186-6305 / (47) 3037-4020 / (47) 3041-0578

Estudos sobre Ventilação, Iluminação e Paisagem Urbana

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Nome: Bruna Siemsen
Formação: Arquiteta e Urbanista
Endereço: Rua Waldir Walendovisky, no. 157 – Jardim Maluche- Brusque - SC
E-mail: bruna@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 3361-7184
CREA: 105661-9

Estudo Socioeconômico
Nome: Valter Cardoso
Formação: Geógrafo
E-mail: valtergeografia@univali.br
Telefones: (47) 9133 8296
CREA: 065380-7

Estudos de Drenagem e Corpos Hídricos


Nome: Matheus Zaguini Francisco
Formação: Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Endereço: Rua Dr. Lauro Mussi, 280 – Praia Brava - Itajaí
E-mail: matheus@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 3361.7184

Estudos de Emissão Sonora


Nome: Scheilla Pessanha de Souza Campos
Formação: Tecnóloga em Saneamento Ambiental e Engenharia Ambiental
Endereço: Rua 1141., no. 97 - apto 302 - Centro Balneário Camboriú, SC
E-mail: scheilla_bc@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 3361.7184
CREA: 105545-4

Apoio na Estruturação do EIV

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Nome: José Germano Schaefer Filho
Formação: Engenheiro Químico
Endereço: Rua Felipe Schmidt, 188 – Brusque - SC
E-mail: germano@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 3361-7184
CREA: PR – 4578/D

Nome: Hebert Esfer Diniz


Formação: Designer Gráfico
Endereço: Rua 1440, nº 103 – Apto. 09 - Balneário Camboriú, SC
E-mail: hebert@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 3361-7184

Nome: Bárbara Cadore Demmer


Formação: Acadêmica de Ciências Biológicas
E-mail: barbara@biosphera.eng.br
Telefone: (47) 3361-7184

Balneário Camboriú, 28 de fevereiro de 2011.

___________________________________
Coordenador de Projetos
Biosphera Empreendimentos Ambientais

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2. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO

2.1. DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA

A gleba onde será implantado o SEST/SENAT Blumenau localiza-se na


Rua Ricardo Georg, Bairro Itoupava Central e possui 42.854,78 m², conforme
matricula do registro de imóveis apresentado no ANEXO A. A delimitação
aproximada da área é apresentada na Figura 01.

Figura 01 – Vista aérea da localização do empreendimento. Fonte: Google Earth, 2005.

A s Figuras 02 e 03 mostram as panorâmicas do imóvel.

Figura 02 – Panorâmica no ponto dentro do imóvel.

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Figura 03 – Vista ponto na frente do terreno para Rua Ricardo Georg.

Neste Estudo de Impacto de Vizinhança adotou-se como definição da


vizinhança aquela apresentada pelo artigo 2º do Anexo I da Resolução
COPLAN no. 004/2008: “Vizinhança: imediações do local onde se propõe o
empreendimento ou atividade”. Definiu-se, portanto, dois níveis de abordagem
para avaliação da área que de alguma forma sofrerá ou exercerá influência
sobre o empreendimento. Por meio do Estudo Prévio a área de influência e
área de vizinhança imediata foram propostas e aprovadas pela Comissão
Permanente de Avaliação de Estudos de Impacto de Vizinhança e possuem a
seguinte delimitação:

• Área de Influência: Município de Blumenau com ênfase no bairro onde


o empreendimento está inserido e com os quais faz divisa. Bairros
Itoupava Central, Itoupavazinha, Fidélis e Vila Itoupava (Mapa 02).

• Área de Vizinhança Imediata: Abrange o entorno do empreendimento,


ou seja, da Rua Ricardo Georg. Área de maior suscetibilidade em
relação aos impactos, e tem como delimitadores corpos d’água, morros
ou vias (Mapa 03).

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2.2. CARACTERIZAÇÃO E DIMENSÕES DO EMPREENDIMENTO

2.2.1. Caracterização

A unidade do SEST/SENAT a ser implantada na Cidade de Blumenau


proporcionará aos seus munícipes e população regional a opção de agregar o
aprendizado ao convívio social em um mesmo ambiente arborizado e bem
estruturado e será implantada num imóvel de 42.854,78 m² inserido na zona
industrial (ZI) e corredor de serviço 3 (CS-3).
Para perspectiva do empreendimento apresentam-se a seguir imagens
de outras unidades do SEST/SENAT presentes no estado de Santa Catarina
(Figuras 04 a 06).

Figura 04 – Vista aérea da Unidade do SEST/SENAT Chapecó.

Figura 05 – Fachada da Unidade do SEST/SENAT Chapecó.

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Figura 06 – Fachada da Unidade SEST/SENAT Florianópolis.

2.2.3. Atividades a serem desenvolvidas pela unidade SEST/SENAT de


Blumenau - SC

2.2.3.1. SEST – Serviço Social do Transporte


Com objetivo de proporcionar o bem estar do Trabalhador em
Transportes, seus dependentes e a comunidade em Geral, o SEST oferece em
suas instalações um consultório odontológico com seis cadeiras odontológicas,
quatro consultórios médicos e uma área de lazer completa com clube, auditório
e restaurante.

Atendimento Médico

A Unidade do SEST/SENAT de Blumenau vai oferecer aos


trabalhadores em transporte, transportadores autônomos, seus dependentes e
à comunidade em geral, atendimento nas seguintes especialidades médicas:
Oftalmologia; Psicologia, e Fisioterapia.
Os investimentos do SEST/SENAT na área de saúde são constantes e
buscam a melhoria dos serviços, como aquisição de equipamentos modernos e
especialização nos procedimentos mais complexos.

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Os atendimentos que necessitam de uma investigação mais apurada
sobre diagnósticos patológicos são encaminhados às clínicas e laboratórios
conveniados. O SEST/SENAT também realiza convênios com farmácias,
garantindo condições aos pacientes de prosseguir os tratamentos indicados por
seus profissionais de saúde.

Atendimento Odontológico

A Unidade do SEST/SENAT de Blumenau irá proporcionar aos


trabalhadores em transporte, transportadores autônomos, seus dependentes e
à comunidade em geral serviços de cirurgia, dentística, endodontia,
odontopediatria, ortodontia, periodontia, prevenção, prótese e radiologia.
Na área odontológica, o SEST/SENAT realiza procedimentos básicos
como prevenção e dentística, educando os usuários para manter a saúde
bucal. Outras especialidades como odontopediatria, cirurgia, endodontia,
ortodontia, periodontia, e ortodontia também são realizadas nas Unidades do
SEST/SENAT.
Atendimentos odontológicos que necessitam de tratamento não
disponíveis no SEST/SENAT são realizados por clínicas e laboratórios
conveniados.

Esporte, Lazer e Cultura

A unidade do SEST/SENAT de Blumenau irá dispor de quadras


esportivas, piscinas infantil e adulto, parques e auditório para 150 pessoas.
Toda essa estrutura possibilita que o trabalhador em transporte, seus
dependentes e a comunidade em geral tenham acesso a escolinhas de
esportes nas seguintes modalidades: Futebol de campo e salão, Basquete,
Voleibol, Artes Marciais e Ginástica Aeróbica e Localizada.
Além das modalidades esportivas o SEST/SENAT proporciona
anualmente em todas a unidades do Brasil festas em comemoração a datas
importantes como dia do trabalhador (1 de maio), A Semana Nacional do

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Transito, Dia Mundial da Saúde e o Transporte e Cidadania, promovendo assim
o acesso à cultura para todos os públicos com estes eventos e outros
realizados de forma local como peças teatrais e celebrações municipais.
Outra ação voltada para a cultura são as Oficinas SEST/SENAT – Arte,
Qualificação e Renda. As oficinas têm como objetivo apresentar técnicas de
diversas atividades artísticas para que trabalhadores em transportes, seus
familiares e a comunidade tenham uma nova prática de lazer, na forma de uma
atividade lúdica, ou mesmo uma nova fonte alternativa de renda.
Pelo incentivo que dá ao desenvolvimento artístico em todos os
sentidos, o programa espera oferecer oportunidades para que expressões
artísticas sejam reveladas e aprimoradas gerando, além da capacitação
técnica, uma possível complementação da renda familiar.
O programa contempla mais de 100 modalidades de oficinas, dentre
elas: música, jardinagem, teatro, danças, confeitaria, pintura, culinária,
artesanato, cabeleireiro, embalagens, biscuit, paisagem, serigrafia etc.

2.2.3.2. SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte


Com o objetivo de capacitar os trabalhadores em transporte e a
comunidade que tem interesse de se inserir neste importante setor “Transporte”
da economia, o SENAT trabalha com os seguintes produtos de capacitação:

Ensino Presencial

Considerando as necessidades de atualização profissional e educação


permanente do trabalhador, o SEST/SENAT produziu uma importante e ampla
gama de cursos e palestras que representam um marco de excelência através
da educação continuada, contemplando a multiplicidade de funções e
atividades que exerce o Setor de Transporte e produzindo avanços conceituais
relativos às transformações em curso no trabalho e na segurança dos
profissionais do Setor.

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O compromisso com a construção da cidadania requer uma prática
educacional voltada à compreensão da realidade social e dos direitos e
responsabilidades em relação à vida. Com esta preocupação, o SEST/SENAT
incorporou em suas ações de educação temas transversais que permeiam com
naturalidade as matérias trabalhadas durante os cursos: princípios éticos,
defesa da cidadania, defesa do meio ambiente, incentivo ao voluntariado,
respeito às minorias, entre outras.

Ensino a Distância

A unidade Operacional do SEST/SENAT de Blumenau irá dispor de


uma ampla sala de informática equipada com máquinas de última geração com
acesso à internet a disposição dos trabalhadores em transporte e a
comunidade em geral para o desenvolvimento profissional dos interessados na
educação à distância.
Essa modalidade de ensino, que há muito tempo já era praticada no
mundo todo por meio de correspondências e vídeos-aula, ganhou mais força e
se solidificou com o advento das novas tecnologias.
Atento a essas inovações e às tendências educacionais, o
SEST/SENAT desenvolveu em 2005 seus Cursos Online.
Por meio do computador e da internet os cursos online do
SEST/SENAT intensificam e qualificam os profissionais para o mercado de
trabalho, oportunizando o acesso a todos os interessados, especialmente
àqueles com dificuldades de acompanhar uma formação presencial.
Atualmente o SEST/SENAT oferece 08 cursos online que são
desenvolvidos em um ambiente virtual de aprendizagem, de fácil navegação e
interação e que possibilita aos alunos um aprendizado completo e dinâmico.

2.2.2.3. Palestras de Educação Profissional


Com o propósito de contribuir para a disseminação de conhecimento
sobre atividades do setor de transporte, questões sociais e éticas e, ainda,
informações sobre saúde preventiva, o projeto Ciclo de Palestras promove no

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indivíduo a consciência crítica e participativa necessária para a melhoria de sua
qualidade de vida.
Os temas são escolhidos considerando a relevância e atualidade no
processo de desenvolvimento social e educativo e refletem o interesse do
público do setor de transporte e da comunidade em geral.
As palestras são desenvolvidas presencialmente fornecendo aos
participantes uma cartilha sobre o tema. Para complementar a ação é exibido
um vídeo com depoimentos de especialistas no assunto.
O Ciclo de Palestras é realizado em todas as Unidades do
SEST/SENAT ou em outras instalações, tais como sindicatos e empresas, a
partir de solicitação às Unidades.
A unidade funcionara de segunda a domingo conforme a seguir:

• Área de Saúde: Segunda à Sexta – 08:00 às 18:00


• Área de Educação: Segunda à Sexta – 08:00 às 23:00, podendo funcionar
também nos finais de semana;
• Área de Lazer: Terça a Domingo – 08:00 às 18:00

Dimensões do Empreendimento

O projeto arquitetônico do SEST/SENAT Blumenau prevê uma área para


os serviços de aprendizagem e uma para lazer, a serem divididas pelo corpo
d’água que atravessa a gleba e unidas por duas pontes a serem instaladas
sobre este.
As edificações dos serviços de aprendizagem totalizam 4.384,86 m² de
área construída, distribuída em auditório, oficinas pedagógicas e pelos
módulos: saúde, cultural, de treinamento e administrativo, enquanto que a área
de serviço social prevê 3.517,62 m² de estruturas de lazer, como: quadras
poliesportivas e de futebol socity, quadra coberta, churrasqueiras, playground e
sala de ginástica. Já a área comum é composta pelo restaurante e guarita
totalizando 1.078,77 m² (Quadro 01).

18
Quadro 01 – Quadro de áreas do SEST/SENAT Blumenau.
Serviços Área (m²)
2 Quadras Futebol Socity 1.440,00
Quadra Coberta 1.807,82
Parque Infantil 99,52
Social

Equipamento de Ginástica 99,52


4 Churrasqueiras 98,00
2 Quadras Poliesportivas 840,00
TOTAL 4.384,86
Módulo Saúde 482,62
Auditório 767,95
Aprendizagem

Módulo Cultural 767,65


Circulação 255,20
Módulo Treinamento 734,13
Módulo Administrativo 204,59
Oficinas Pedagógicas 305,48
TOTAL 3.517,62
Restaurante 1.028,30
Comum

Guarita 50,47
TOTAL 1.078,77
Área Total Construída 5.802,47
Área Total Urbanizada 9.083,39
Área Verde 28.585,24

Quanto ao estacionamento, este estará localizado na área de serviço de


aprendizagem, antes da travessia do corpo d’água e contará com 81 vagas
distribuídas entre convencionais (75 vagas), para deficientes (02 vagas) e para
educacional especializado (04 vagas), além de bicicletário. As plantas de
implantação encontram-se disponíveis no ANEXO B. Importante salientar que o
número de vagas para bicicletas e a localização do bicicletário ainda não estão
definidos no projeto, pois este é o projeto padrão do SEST/SENAT para todo o
Brasil assim, estes detalhes serão definidos mais a frente adequando o projeto
a necessidade da cidade.

19
Descrição das Obras

Durante as obras do SEST/SENAT, o acesso de caminhões dar-se-á


pelo caminho da guarita aos platôs e pelas laterais do terreno, que faz divisa
com a gleba vizinha onde estará sendo implantado o Condomínio Industrial
Hannover.
Para a etapa de terraplanagem que teve início em janeiro de 2011 e está
prevista para perdurar por 4 meses serão utilizados: 03 escavadeiras
hidráulicas de 13, 17 e 22 toneladas respectivamente, 01 retroescavadeira, 03
tratores de esteira, 01 rolo compactador, 01 caminhão plataforma, 01 caminhão
basculante e 01carreta prancha.
Na etapa de fundação será utilizada hélice contínua, que é executada
por meio de trado contínuo e injeção de concreto na haste central do trado ao
mesmo tempo em que é retirada do terreno. Esta técnica é vantajosa em
relação às demais por seu baixo nível de ruído, maior segurança e velocidade.
Não é previsto o uso de estruturas pré-moldadas. Todas as estruturas de
muros e paredes de concreto serão moldadas in loco.
Os postes de iluminação a serem introduzidos no SEST/SENAT não
terão os fios expostos, com exceção da chegada de energia da rua à
subestação.
Os módulos: cultural, treinamento e administrativo irão dispor de piso de
cerâmica, parede de pintura acrílica e teto com forro pacote, enquanto que no
auditório serão introduzidos revestimentos acústicos e forro termo acústico.
As oficinas pedagógicas contarão com piso de alta resistência, pintura
acrílica nas paredes e teto sem forro.
O módulo saúde contará com piso de cerâmica, parede de azulejo e teto
com forro pacote, similar aos sanitários de todos os módulos, que se
diferenciam apenas pela ausência de forro nos tetos.

20
Cronograma de Implantação

O cronograma de implantação do SEST/SENAT de Blumenau prevê 18


meses (1 ano e meio) para a fase de obras.
A terraplanagem que iniciou no mês de janeiro de 2011, irá durar 4
meses. As fundações da Guarita, Restaurante e do Prédio Principal iniciarão no
segundo mês e durarão 2 meses.
No terceiro mês, dar-se-á início as obras das Quadras Poliesportivas, do
Restaurante e da Cobertura geral do Restaurante e da Guarita, e no quarto
mês dos módulos: auditório, oficinas pedagógicas e churrasqueiras. Todas
essas obras perdurarão até o 18° mês, com exceção d a cobertura geral do
Restaurante e Guarita, que finalizarão no 14° mês.
A fase de instalação dos Equipamentos para Ginástica, do Parque
Infantil e da Cobertura Geral do Prédio Principal iniciará no 5° mês e durará em
torno de 6 meses.
As últimas instalações consistem no Campo de Futebol Suíço, na Casa
de Compressores e na Casa de Gás, que iniciarão após o 6° mês de obras.
O detalhamento do cronograma de obras encontra-se no ANEXO C.

2.3 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO DO TERRENO

O Levantamento Planialtimétrico do Terreno está inserido no ANEXO D.

2.4 LEVANTAMENTO FLORESTAL DO TERRENO

2.4.1. Caracterização Regional


O Estado de Santa Catarina, localizado na Região Sul do Brasil nas
coordenadas 29021'13''S e 25058'09''S e 48010'44''W e 53050'10''W, está
coberto por quatro grandes regiões ecológicas, ou seja, Floresta Tropical
Atlântica (Floresta Ombrófila Densa), Floresta de Araucária (Floresta Ombrófila
Mista), os Campos do Planalto (Savanas) e a Floresta Subtropical do Rio

21
Uruguai (Floresta Estacional Decidual), além da Vegetação Litorânea (KLEIN,
1978). A Floresta Tropical Atlântica situa-se na Vertente do Atlântico, onde se
formam 12 (doze) bacias hidrográficas e onde dois terços da população
catarinense residem.
A cobertura vegetal que originalmente cobria parte do município de
Blumenau está inserida na área fitogeográfica de ocorrência de Domínio da
Floresta Atlântica, conhecida popularmente como “Mata Atlântica”, que devido
às intensas atividades antrópicas foram sendo substituídas por atividades
agrícolas e pastoris.
A Floresta Atlântica está presente tanto na região litorânea como nos
planaltos e serras do interior, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul.
Em toda sua extensão, a Mata Atlântica apresenta uma variedade de
formações que engloba um diversificado conjunto de ecossistemas florestais
com estruturas e composições florísticas bastante diferenciadas,
acompanhando as características climáticas da vasta região onde ocorre, tendo
como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano.
É importante considerar que os aspectos fitossociológicos da Floresta
Ombrófila Densa podem variar de acordo com a distribuição geográfica de suas
comunidades na região de ocorrência natural, e que estão associados aos
fatores edáfico-climáticos e à proximidade de outras formações vegetais. Além
disso, a composição florística é determinada pelos diferentes estágios de
sucessão em que se encontra atualmente a vegetação nos domínios desta
formação (KLEIN e HATSCHBACH, 1962; LEITE, 1994).
O IBGE (1992) classifica a Floresta Ombrófila Densa conforme as
variações das características ambientais de seus locais de ocorrência em cinco
sub-formações sendo: Aluvial, das Terras Baixas, Submontana, Montana e
Altomontana. Para o município de Blumenau, a vegetação é classificada como
Floresta Ombrófila Densa Submontana, ou seja: situada nas encostas dos
planaltos e/ou serras, em altitudes que variam de 30 a 400m. Em função da
variabilidade das condições ambientais, sua composição apresenta-se bastante
heterogênea. É a formação que apresenta a maior riqueza de espécies (KLEIN,
1980);

22
As diferenças entre as formações em uma tipologia vegetacional são
devidas a fatores físicos, como diferentes feições geológicas, pedológicas e
relevo (altitude), que interagem e resultam em variações na estrutura das
comunidades (IBGE, 1992).
Floresta Ombrófila Densa Submontana
As Florestas Ombrófila Densas Submontana ocorrem nas encostas das
serras entre as altitudes de 30 a 400 metros, podendo ocorrer em vales e
grotões protegidos nas cotas superiores. Trata-se da formação florestal
característica das representações da Mata Atlântica. Seu clímax é composto
por árvores de alturas aproximadamente uniformes, raramente ultrapassando
30 metros. Nos vales menos declivosos, onde existe um espesso manto de
detritos vegetais, no entanto, as maiores árvores podem atingir mais de 40
metros de altura.
Devido à declividade do terreno no qual se desenvolve, essa floresta
apresenta estratificação vertical pouco aparente. Ainda devido à declividade e
instabilidade das encostas, que produzem deslizamentos constantes, mostra-
se como um mosaico de diferentes estágios sucessionais, com grande número
de clareiras em regeneração.
O dossel é mais diverso que aquele da formação, composto por
espécies variadas, em sua maioria seletiva higrófilas. Entre as mais comuns
cita-se o pau-sangue (Pterocarpus violaceus), figueiras (Ficus sp.), tapiá-guaçu
(Alchornea triplinervia), canelas (Ocotea spp, Nectandra spp), araribá
(Centrolobium robustum), cedros (Cedrella spp), canjerana (Cabralea
canjerana) e maçaranduba (Manilkara subericea). Nos trechos sucessionais
são comuns as embaúbas (Cecropia spp), guapuruvu (Schyzollobium
parahyba), manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis) e pau-de-tucano (Vochysia
tucanorum).

2.4.2. Caracterização da Vegetação do Imóvel


Segundo os dados obtidos no inventário florestal (parcialmente
apresentados a seguir e integralmente no ANEXO E) realizado pelo Engenheiro

23
Florestal Fabrício Wilbert (CREA-SC: 059336-7) da empresa PRONUS
Consultoria e Assessoria em Engenharia, para subsidiar o pedido de supressão
e por meio das visitas em campo, foi possível constatar que o imóvel do
SEST/SENAT possui vegetação nos estágios inicial e médio de regeneração,
com presença de maciços florestais isolados ou árvores isoladas, resultado da
ocupação pretérita do imóvel para prática da pecuária (Figura 07).

Figura 07 - Vista geral do local do empreendimento. Fonte: Adaptado Fabrício Wilbert.

Metodologia do Inventário

A metodologia de amostragem adotada foi a Aleatória Simples. Foram instaladas


09 unidades amostrais, de forma aleatória e de forma circular com 8,0 metros de raio,
totalizando uma área de 1.809,54 m² de amostragem. Foram levantados e medidos todos
os indivíduos com DAP superior a 05 (cinco) centímetros, sendo identificados os indivíduos,
medindo-se o diâmetro com fita métrica a altura do peito (DAP) e tiveram sua altura total
(ht) medida com mira e altímetro SUUNTO, sendo os valores, anotados em ficha de campo,

24
que servirá para o cálculo e avaliação dos parâmetros a serem considerados na classificação
dos estágios sucessionais.

Este procedimento dá informações qualitativas e quantitativas que possibilitem


tomar decisões seguras e corretas para com o empreendimento.

Resultados do Inventário

No total foram identificadas 42 espécies da flora nativa, comumente presente em


formações vegetacionais em estágio inicial e médio de regeneração natural, de acordo com
a relação às informações supra descritas.

Analisando os parâmetros calculados, é possível enquadrar a vegetação da seguinte


forma: VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO INICIAL (Área de 25.505,36 m²) e
VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO MÉDIO DE REGENERAÇÃO NATURAL (Área de
2.236,29 m²), conforme RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE n° 04
de 4 de maio de 1994 (Tabela 01).

Para fins de volume estratifica-se os resultados, sendo que o volume total é de


73,96 m³, sendo que será somente retirada lenha, com fator de empilhamento de 1,45,
totaliza-se o volume de 107,242 st.

Tabela 01 - Áreas estratificadas por tipo de vegetação.


V (m3)/
Identificação dos locais Área (m2)
Área (m2)

Área sem vegetação arbórea (gramínea) -


3.909,73
Estágio Inicial de Regeneração 25.505,36 56,20
Estágio Médio de Regeneração 2.236,29 17,75
Área de ANEA 11.203,40
Total 42.854,78 73,96

25
A partir da ficha de campo e da relação das espécies arbustivas e arbóreas
encontradas no levantamento, as espécies são apresentadas no Quadro 02.

Quadro 02 – Espécies encontradas na gleba do SEST/SENAT

Cód. Nome Popular Nome científico Família


29 Araçá-do-campo Psidium cinereum Myrtaceae
69 Baga-de-morcego Trichilia Pallens Meliaceae
95 Cafeeiro-do-mato Caesaria silvestri Flacourtiacea
100 Camboatá Matayba guianensis Sapindaceae
104 Camboatá-vermelho Cupania vernalis Sapindaceae
145 Canela-amarela Nectandra lanceolata Lauraceae
149 Canela-branca Nectandra leucothyrsus Lauraceae
186 Capororoca Rapanea ferruginea Myrsinaceae
205 Caroba Jacaranda micrantha Bignoceae
222 Catiguá-morcego Guarea macrophylla Meliaceae
241 Cedro Cedrela fissilis Meliaceae
258 Coqueiro Arecastrum romanzoffianum Palmae
287 Embaúva Cecropia glaziovii Moraceae
313 Figueira-mata-pau Coussapoa schotti Moraceae
319 Fruto-de-pomba Allophylus edulis Sapindaceae
320 Fumo-brabo Solanum erianthum Solanaceae
333 Grandiúva-d'anta Psychotria brachyceras Rubiaceae
339 Grandiúva Trema micrantha Ulmaceae
351 Guabirobeira Campomanesia xanthocarpa Myrtaceae
360 Guamirim Blepharocalyx picrocarpus Myrtaceae
375 Guamirim Gomidesia sellowiana Myrtaceae
400 Guamirim-araçá Gomidesia schaueriana Myrtaceae
403 Guamirim-branco Myrceugenia acrophyla Myrtaceae
408 Guamirim-de-folha-miúda Eugenia hiemalis Myrtaceae
486 Ipé-amarelo Tabebuia chrysotricha Bignoceae
500 Jacatirão-açu Miconia cinnamomifolia Melastomataceae
527 Licurana Hieronyma alchorneoides Euphorbiaceae
542 Mamica-de-porca Fagara rhoifolia Rutaceae
554 Maria-mole Guapira opposita Nyctaginaceae

26
594 Pau-de-junta Coccoloba cordata Polygonaceae
603 Pau-mandioca Didymopanax morototonii Araliaceae
606 Pau-sabão Quillaja brasiliensis Rosaceae
625 Pimenteira Coussarea contracta Rubiaceae
669 Pixiricão Miconia cabucu Melastomataceae
713 Tajuva Chlorophora tinctoria Moraceae
717 Tanheiro-gay Alchornea glandulosa Euphorbiaceae
720 Tanheiro Alchornea triplinervea Euphorbiaceae
734 Tucaneira Cytharexylum myriathum Verbenaceae
738 Uva-do-mato Solanum lacerdae Solanaceae
778 N.I. 1 N.I. 1 N.I. 1
780 Goiabeira Psidium guajava Myrtaceae
782 N.I. 2 N.I. 2 N.I. 2
783 N.I. 3 N.I. 3 N.I. 3
794 Magnoliaceae - Magnoliaceae
795 Rubiaceae - Rubiaceae
796 Macuqueiro Bathysa meridionalis Rubiaceae
797 Leguminosae - Leguminosae

No decorrer da realização deste estudo, foi encaminhado ao órgão


ambiental municipal (FAEMA), o processo para solicitação de licença para
supressão da vegetação, a qual foi emitida em 21 de dezembro de 2010,
conforme ANEXO E. Assim, a supressão da vegetação necessária para
implantação do empreendimento já foi realizada. A intervenção ocorreu em
uma área de 31.651,08 m² de vegetação com predominância de gramíneas,
sendo que a supressão em estágio inicial e médio de regeneração natural para
construção de empreendimento ocorreu em uma área de 27.741,65 m² gerando
107,24st, conforme licença. Também foram realizadas a limpeza de uma área
em faixa de ANEA de uma área de APP correspondendo a 337,00 m²,
considerada uma intervenção de baixo impacto, pois trata-se de uma inferior a
5% da área da referida APP dentro da propriedades do SEST/SENAT.

27
2.5. PROJETO DE TERRAPLANAGEM

Durante a realização deste estudo foi autorizado pelo órgão ambiental


competente, a FAEMA, a realização da Terraplanagem, conforme ANEXO F. A
movimentação de terra permanece, conforme se observa nas Figuras 08 e 09.
Também no mesmo anexo, está apresentado o projeto de terraplanagem na
integra.

Figura 08 –Panorâmica do Imóvel após início dos serviços de Supressão da


Vegetação e Terraplanagem.

Figura 09 – Panorâmica da testada do terreno após início dos serviços de Supressão da


Vegetação e Terraplanagem.

A terraplanagem do terreno onde será implantado o SEST/SENAT


iniciou no mês de janeiro de 2011 e segundo o cronograma de obras tem
duração prevista de 4 meses. Para as obras estão sendo utilizados os
seguintes maquinários: 03 escavadeiras hidráulicas de 13, 17 e 22 toneladas
respectivamente, 01 retroescavadeira, 03 tratores de esteira, 01 rolo

28
compactador, 01 caminhão plataforma, 01 caminhão basculante e 01carreta
prancha.
A área a receber terraplanagem compreende uma extensão de
22.419,20 m². O volume de corte será de 43.806,30 m³ e de aterro 80.472,65
m³, logo, não se constata geração de bota-fora, e sim a demanda de 36.666,35
m³ de terra. As Figuras 10 a 17 demonstram a área antes e após as
intervenção na vegetação e terraplanagem.

Figura 10 - Imóvel do SEST/SENAT antes das intervenções na


vegetação e terraplanagem.

Figura 11 - Imóvel do SEST/SENAT durante as intervenções na

29
vegetação e terraplanagem.

Figura 12 - Imóvel do SEST/SENAT antes das intervenções na


vegetação e terraplanagem.

Figura 13 - Imóvel do SEST/SENAT durante as intervenções na

30
vegetação e terraplanagem.

Figura 14 - Imóvel do SEST/SENAT antes das intervenções na


vegetação e terraplanagem.

Figura 15 - Imóvel do SEST/SENAT durante as intervenções na

31
vegetação e terraplanagem.

Figura 16 - Imóvel do SEST/SENAT antes das intervenções na


vegetação e terraplanagem.

Figura 17 - Imóvel do SEST/SENAT durante as intervenções na

32
vegetação e terraplanagem.
2.6 ESTIMATIVAS DE PRODUÇÃO DE FATORES IMPACTANTES

A introdução de um novo empreendimento compreende as fases de


implantação e operação. É baseado nesta divisão que este item abrangerá a
produção de fatores impactantes do SEST/SENAT.

2.6.1 Fase de Implantação


Durante a fase de implantação do empreendimento algumas atividades
como movimentação de máquinas, fluxo de caminhões e geração de resíduos
são passíveis de produção de impactos à vizinhança e seu meio ambiente.
Este item indica as principais fontes geradoras destes fatores impactantes.

2.6.1.1. Produção de Nível de Ruído, Calor e Vibração


A fase de supressão de vegetação já foi realizada e os ajustes do
terreno estão sendo realizados, com prazo final em abril de 2011. Certamente,
os equipamentos utilizados para esta etapa são as maiores fontes de emissão
de ruído e vibração, já que o maquinário para realização da obra é de grande
porte e a movimentação é constante durante todo o dia. A emissão de calor é
pouco significativa.
As próximas etapas da obra também podem gerar fatores impactantes,
como as vibrações e ruídos gerados pelos equipamentos responsáveis pela
fundação. No entanto, no caso desta obra, será utilizada hélice contínua, que
possui a vantagem, em relação às demais técnicas, por seu baixo nível de
ruído, maior segurança e velocidade. As serras, furadeiras, betoneiras,
lixadeiras, martelos e marteles entre outros equipamentos utilizados na
construção civil, geram ruídos característicos ao longo de todo o dia durante
toda a fase de obra. No caso desta obra, onde as estruturas de muros e
paredes de concreto serão moldadas in loco, o uso de martelos e marteles se
intensificam, quanto em comparação com obras pré-moldadas.
A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA Nº
001/1990, descreve as diretrizes, padrões e critérios para a emissão de ruídos

33
em decorrência de qualquer atividade industrial, comercial, social ou recreativa,
inclusive as de propaganda política, no interesse da saúde e do sossego
público. Esta resolução do CONAMA estabelece que as medições dos níveis
de ruído que deverão ser efetuadas de acordo com a NBR 10151:2000 da
ABNT - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da
comunidade, enquanto que a norma ABNT NBR 10152:1987 fixa níveis de
ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos.
De acordo com relatórios de nível de pressão sonora já realizados
durante a construção de empreendimentos de grande porte, é comum chegar-
se ao LAeq de 65 dB (A) durante esta etapa da fase de implantação.
A norma técnica NBR 10151:2000 estabelece o nível de critério de
avaliação (NCA) de 70 dB diurnos para Áreas Predominantemente Industriais,
logo, a construção do empreendimento como única fonte emissora de ruídos se
enquadra na norma, não sendo considerada prejudicial para a vizinhança.
Para cálculo do nível total de ruído a ser evidenciado no entorno do
empreendimento durante a fase de obras foram realizadas medições de nível
de pressão sonora no local com a ausência das obras para, posteriormente,
serem somadas ao nível de 65 dB (A) adotado para a fase de obras. Os níveis
de ruído provenientes do entorno encontram-se no item 3 – Características da
Vizinhança e o cálculo do nível total no item 4 – Avaliação dos Impactos.

2.6.1.2. Produção de Radiação


Analisando-se a natureza das técnicas construtivas aplicadas ao
SEST/SENAT, conclui-se que não serão utilizados equipamentos que possam
produzir quaisquer radiações que justifiquem medições deste gênero.

2.6.1.3. Produção de Resíduos Sólidos


Na fase de implantação são gerados, principalmente, resíduos de
construção civil. A disposição destes resíduos é considerado um problema
urbano cada vez mais comum uma vez que são compostos por materiais
inertes, de grandes volumes e difícil reaproveitamento.

34
A Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, estabelece as
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de resíduos da construção
civil. Esta Resolução tem como principais aspectos: a) a definição do que são
resíduos da construção civil; b) os princípios priorizando a não geração e a
proibição da disposição em locais indevidos; c) a classificação quanto ao tipo
de resíduo e seu grau de periculosidade indicando o destino correto; e d) as
responsabilidades quanto a gestão dos resíduos desde de sua geração até sua
destinação final.
Os resíduos que deverão ser gerados nas obras de construção do
SEST/SENAT podem ser classificados segundo a Resolução CONAMA 307/2002
e a ABNT NBR 10.004/2004 em dois grupos: Resíduos oriundos das atividades
construtivas; e Resíduos não oriundos das atividades construtivas.
As Tabelas 02 e 03 apresentam uma estimativa da ocorrência de
resíduos de construção civil, apresentando os mais volumosos, segundo a
Resolução CONAMA e aqueles não oriundos da construção civil, conforme a
norma da ABNT.

Tabela 02 - Resíduos oriundos das atividades construtivas, segundo CONAMA 307/2002.


Classificação
Resolução CONAMA
307/2002 Tipo de Resíduo
Cerâmicas, porcelanas, louças, etc
1. Classe A
Entulhos da construção civil
2. Classe B Embalagens de grande porte
Papel Embalagens plásticas, plásticos em geral
Plástico Galões plásticos 20 l
Vidro Vidros em geral
Metal Galões metálicos
Madeira Sucatas de ferro e metal em geral
Madeiras
Isopor
3. Classe C Telas de proteção danificadas
Gesso
Produtos químicos presentes em embalagens plásticas e de
4. Classe D
metal,

35
instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e
outros,
materiais auxiliares como panos, trapos, estopas etc.
Tabela 03 - Resíduos não oriundos das atividades construtivas,
segundo ABNT NBR 10.004:2004.
Classificação

ABNT NBR 10.004:2004 Tipo de Resíduo

Pilhas normais e alcalinas

Bateria de telefone celular

Bateria veicular
5. Perigosos Classe I Lâmpadas fluorescentes

Resíduo da saúde

EPI's

Medicamentos
Restos de comida, verduras, ossos,
etc.

Rejeitos sanitários (papel, embalagens)


6. Não Perigosos Classe
Óleo vegetal
II
Copos plásticos

Marmitas descartáveis
Latas de bebidas

A reciclagem de entulhos é uma destinação recente desses resíduos e,


portanto, são raras usinas de reciclagem no Brasil, bem como a ciência desta
possibilidade por parte das empresas construtoras. Na Tabela 04 á
apresentada uma relação dos possíveis receptores para estes resíduos na
região:
Tabela 04 - Destinação dos resíduos sólidos em Blumenau.
Destinação de Resíduos - BLUMENAU
Empresa Telefone Tipo de resíduo
SAMAE (47) 3331-5333 Coleta Municipal de resíduos sólidos
RECIBLU (47) 3338-1000 Coleta Seletiva Municipal

Gaspar Alto - Recuperadora de Resíduos de Construção Civil (concreto, cerâmica, tijolo,


(47) 9905-5392
entulhos madeira, PVC, papelão, metal, gesso, isopor)

Brasil Recicle (Indaial) (47) 3333-5055 Reciclagem de lâmpadas


Sucatas Schifter (47) 3323-1990 Sucatas

Momento Engenharia Ambiental (47) 3378-1414 Resíduos Industriais

36
Bota fora entulhos (47) 3334-0467 Coleta de entulhos
Meka (47) 3327-2344 Coleta de entulhos
Ludo tira entulhos (47) 3322-9728 Coleta de entulhos

2.6.1.4. Efluentes Líquidos do Canteiro de Obras


O tratamento dos efluentes líquidos provindos do canteiro de obras do
será feito através de uma fossa séptica. Este projeto deverá ser aprovado junto
ao FAEMA/SAMAE. Este projeto e sua implantação deverão ser realizados e
acompanhados por profissional habilitado e com emissão de Anotação de
Responsabilidade Técnica.

Descrição Básica do Sistema de Tratamento de Efluentes para o Canteiro


de obras

Tanque Séptico

O projeto para construção e instalação da Fossa Séptica basear-se-á na


norma ABNT- NBR 07229/93 – Construção e Instalação de Fossa Séptica e
Disposição de Efluentes Finais.
Segundo a norma, o sistema de tanques sépticos aplica-se
primordialmente ao tratamento de esgoto doméstico e, em casos plenamente
justificados, ao esgoto sanitário.
O tanque séptico é uma unidade, pré-moldada ou moldada in loco, que
desempenha as funções múltiplas de sedimentação e de remoção de materiais
flutuantes, além de comportar-se como digestor de baixa carga, sem misturas e
sem aquecimento. Os tanques sépticos foram concebidos por volta do ano de
1860, a partir dos trabalhos pioneiros de Mouras, na França. São ainda
amplamente utilizados em todo o mundo, constituindo-se em uma das
principais alternativas para o tratamento primário de esgotos de residências e
pequenas áreas não servidas por redes coletoras.
Seu funcionamento pode ser descrito como a seguir:

• Os sólidos sedimentáveis presentes no esgoto afluente vão ao fundo do

37
tanque, passando a constituir uma camada de lodo;
• Os óleos, graxas e outros materiais mais leves presentes no esgoto
afluente flutuam até a superfície do tanque, vindo a formar uma camada de
escuma;
• O esgoto, livre dos materiais sedimentáveis e flutuantes, flui entre as
camadas de lodo e de escuma, deixando o tanque séptico em sua
extremidade oposta, de onde é encaminhado à uma unidade de pós-
tratamento ou de disposição final;
• O material orgânico retido no fundo do tanque sofre uma decomposição
facultativa e anaeróbia, sendo convertido em compostos mais estáveis
como CO2, CH4 e H2S. Embora o H2S seja produzido nos tanques sépticos,
problemas de odor não são usualmente observados, uma vez que este
combina com metais acumulados no lodo, vindo a formar sulfetos metálicos
insolúveis;
• A decomposição anaeróbia proporciona uma redução contínua do volume
de lodo depositado no fundo do tanque, mas há sempre uma acumulação
ao longo dos meses de operação do tanque séptico. Como conseqüência,
a acumulação de lodo e de escuma leva a uma redução do volume útil do
tanque, demandando a remoção periódica desses materiais.

A fim de otimizar a retenção de sólidos sedimentáveis e flutuantes no


interior do tanque, estes são usualmente dotados de defletores internos junto à
entrada e à saída. Compartimentos múltiplos também são utilizados, com a
finalidade de diminuir a quantidade de sólidos no efluente, embora sejam mais
usados os tanques de câmara única, conforme ilustrado na (Figura 18).

38
Figura 18 – Funcionamento geral de um tanque séptico. Fonte: Chernicharo, 1997.

2.6.1.5. Emissões Atmosféricas


Nas áreas urbanas, a poluição do ar é considerada uma das mais graves
ameaças à qualidade de vida de seus habitantes. As emissões causadas por
veículos carregam diversas substâncias tóxicas que, em contato com o sistema
respiratório, podem produzir diversos efeitos negativos sobre a saúde. Seguem
alguns poluentes que compõe esta emissão:

Partículas Totais em Suspensão: todos os tipos e tamanhos de


partículas que se mantém suspensas no ar, ou seja, partículas menores que
100 µm. Estas são associadas a combustões descontroladas, dispersão
mecânica do solo ou outros materiais da crosta terrestre, que apresentam
características básicas, podendo apresentar elementos como silício, titânio,
alumínio, ferro, sódio e cloro. Pólens e esporos de plantas também se
encontram nesta faixa;

Partículas Inaláveis: partículas mais finas, menores que 10 µm,


penetram mais profundamente no aparelho respiratório e são as que
apresentam efetivamente mais riscos à saúde. Estas partículas são
provenientes da combustão de fontes móveis e estacionárias, como
automóveis, incineradores e termoelétricas. Entre seus principais componentes
temos carbono, chumbo, vanádio, bromo e os óxidos de enxofre e nitrogênio,
que na forma de aerossóis (mistura estável de partículas suspensas em um

39
gás) possuem uma maior fração de partículas finas. As partículas causam
ainda danos à estrutura e à fachada de edifícios, à vegetação e são também
responsáveis pela redução da visibilidade.

Óxidos de Enxofre: O enxofre representa uma das principais impurezas


existentes nos derivados de petróleo (gasolina, óleo diesel) e no carvão
mineral. Na utilização desses combustíveis, a queima do enxofre produz o
dióxido de enxofre (SO2), um óxido ácido irritante e tóxico para os seres
humanos. Uma vez lançado na atmosfera, o SO2 pode contribuir
consideravelmente para a chuva ácida.
A maior parte do SO2 inalado por uma pessoa em repouso é absorvida
nas vias aéreas superiores, mas a atividade física leva a um aumento da
ventilação, com conseqüente aumento da absorção nas regiões mais distais do
pulmão. A inalação do dióxido de enxofre (SO2), mesmo em concentrações
muito baixas, provoca espasmos passageiros dos músculos lisos dos
bronquíolos pulmonares. Em concentrações progressivamente maiores, causa
o aumento da secreção mucosa nas vias respiratórias superiores, inflamações
graves da mucosa e redução do movimento ciliar do trato respiratório,
responsável pela remoção do muco e partículas estranhas. Pode aumentar a
incidência de rinite, faringite e bronquite.

Monóxido de Carbono: O monóxido de carbono (CO) é um dos gases


mais tóxicos para os homens e animais. Ele não é percebido por nossos
sentidos já que não possui cheiro, não tem cor e não causa irritação. É
encontrado principalmente nas cidades devido à combustão incompleta de
combustíveis, tanto pela indústria como pelos veículos automotores. No
entanto, estes últimos são os maiores causadores deste tipo de poluição, pois
além de emitirem este gás em maior quantidade do que as indústrias lançam
esse gás na altura do sistema respiratório facilitando a exposição da
população. Por isso, o monóxido de carbono é encontrado em altas
concentrações nas áreas de intensa circulação de veículos dos grandes
centros urbanos. Em maiores concentrações pode causar a morte por asfixia. A

40
exposição contínua, até mesmo em baixas concentrações, está relacionada às
causas de infecções de caráter crônico, além de ser particularmente nociva
para pessoas anêmicas e com deficiências respiratórias ou circulatórias, pois
produz efeitos nocivos no sistema nervoso central, cardiovascular, pulmonar e
outros.

Óxidos de Nitrogênio: São compostos por 90% de monóxido de


nitrogênio (NO) e 10% de dióxido de nitrogênio (NO2). O NO é uma substância
incolor, inodora e insípida que, em dias de radiação intensa, é oxidado,
transformando-se em NO2. Os óxidos de nitrogênio são formados,
principalmente nas câmaras de combustão de motores de veículos onde, além
do combustível, há nitrogênio e oxigênio em alta temperatura que combinado
formam óxido nítrico (NO), dióxido de nitrogênio (NO2) e outros óxidos de
nitrogênio (NOx).
O dióxido de nitrogênio (NO2) é um dos principais precursores do ozônio
na troposfera e apresenta alta toxicidade, sua cor é marrom-avermelhada,
possui cheiro e gosto desagradáveis e é muito irritante aos olhos e as mucosas
nasais, podendo provocar enfisema pulmonar e se transformando em
substâncias cancerígenas no pulmão. Também é conhecido por aumentar a
susceptibilidade às infecções respiratórias e aos demais problemas
respiratórios em geral.

Oxidantes Fotoquímicos (ozônio): Os hidrocarbonetos e óxidos de


nitrogênio reagem na atmosfera, principalmente quando ativados pela luz solar,
formando um conjunto de gases agressivos chamados de oxidantes
fotoquímicos. Dentre eles, o ozônio é o mais importante, e por isso é utilizado
como indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera. O ozônio
também tem origem nas camadas superiores da atmosfera, onde exerce
importante função ecológica, mas nas camadas inferiores da atmosfera, pode
exercer ação nociva sobre os vegetais, animais, materiais e sobre o homem,
mesmo em concentrações relativamente baixas. Não são emitidos por qualquer
fonte, mas formados na atmosfera, os oxidantes fotoquímicos são chamados

41
de poluentes secundários. Ainda que sejam produtos de reações químicas de
substâncias emitidas em centros urbanos, também se formam longe desses
centros, ou seja, nas periferias das cidades e locais onde, em geral, estão
localizados os centros de produção agrícola. Provocam danos na estrutura
pulmonar e diminuem a resistência às infecções respiratórias e causam o
agravamento destas doenças, aumentando a incidência de tosse, asma,
irritações no trato respiratório superior e nos olhos.
O aumento no volume de veículos movidos a óleo diesel na região será
desencadeado pela obra do SEST/SENAT e pode então ser considerado a
principal fonte de emissões atmosféricas. No entanto, tanto a terra
movimentada pela terraplanagem quanto à poeira que pode ser originada
durante a construção, constituem-se de partículas grosseiras, que as tornam
relativamente pesadas e com alcance limitado, tendendo a cair nas
proximidades da gleba reduzindo consideravelmente o incomodo aos vizinhos.

2.6.2.6. Insolação e Sombreamento


Devido à opção de projeto arquitetônico, o perfil natural do terreno é
alterado com a execução de serviços de terraplanagem (corte) para
rebaixamento da cota original em algumas porções do terreno originando platôs
para assentar as construções, também feito pela necessidade da mobilidade dos
veículos com inclinação mais suave. Com isso existirá um melhor fluxo dos
ventos entre as quadras para garantir a ventilação no interior das mesmas. Esta
necessidade fica evidente nas cidades onde o fechamento de todas as faces de
uma quadra impede a ventilação.
Situada na latitude 26°55’16”, longitude 49° 03' 58 '' e altitude de 21 metros
– Sul, na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açú, Blumenau tem um clima
mesotérmico úmido, com verões quentes e temperatura média anual oscilando
entre 15,5ºC e 24,5ºC, sendo que no verão a temperatura oscila entre 30ºC e
40ºC, apresentando temperatura média anual de 21,5ºC. Apresenta umidade
média relativa do ar em torno de 85% e índice pluviométrico anual em torno de
1.455mm. A latitude é um importante dado para analisar a fração da abóboda

42
celeste, tendo seu potencial de iluminar naturalmente a edificação e esta fração
varia significativamente a latitude.
A insolação média anual de Blumenau situa-se na faixa de 1.675 horas de
insolação com maior incidência nos meses de dezembro, janeiro e março
(Figuras 19 e 20 e Tabela 05).

Figura 19 - Insolação média em horas de Blumenau

Figura 20 - Carta Solar da cidade de Blumenau.

Tabela 05 - Horários e valores da altitude e ângulo de azimute utilizados para a


projeção de sombra na cidade de Blumenau.
HORÁRIO ALTITUDE AZIMUTE

43
08:00 19° -54°
10:00 20° -32°
14:00 20° +32°
16:00 19° +54°
18:00 0° +90°

Neste estudo serão analisados os três momentos do sol durante o ano, o


solstício de inverno, de verão e no equinócio, cada momento terá dois horários
de pior situação quando o sol é desejado, um na manhã e outro à tarde (Tabela
06).

Tabela 06 - Tabela dos momentos do sol durante o ano.


DATA HORA HORA
NASCENTE POENTE

Solstício 21/06 9:00 17:00


Inverno

Solstício 21/12 9:00 17:00


Verão

Equinócio 21/09 9:00 17:00

A partir da utilização da carta solar de Blumenau, a análise do ponto mais


crítico para o estudo de sombreamento, ficará na linha de projeção do
movimento do sol na cor rosa que corresponde o solstício de inverno. Observa-
se que o movimento apresenta os ângulos mais agudos em relação à altitude
solar que está mais próxima da terra, consequentemente maiores sombras serão
geradas pela edificação e pela topografia local (Figura 21).

44
Figura 21 - Condição esquemática da carta de iluminação com movimento
aparente do Sol no hemisfério sul. Fonte: Labcon, UFSC

Considerando a Figura 22, onde está representado o terreno situado entre


as elevações naturais, na hora em que o morro forma uma barreira para o sol,
constata-se que a leste o ângulo formado pelo sol com a linha da terra, está com
inclinação a 8° e a oeste corresponde a 11°. Isto s ignifica que na situação mais
crítica, no solstício de inverno, a incidência do sol no ponto estudado inicia por
volta das 07he30min da manhã indo apenas até as 16he00min. Porque após
este horário a topografia local obstrui o sol e quase toda a gleba encontra-se
sombreada.

Figura 22 - Barreiras naturais à projeção da sombra do empreendimento.

45
É possível observar a incidência de sombra na manhã, mesmo com um
ângulo agudo, decorrente ao solstício de inverno, a sombra não invade
construções vizinhas, apenas uma pequena porção em uma área verde (Figura
23).

Figura 23 - Projeção da sombra no entorno do empreendimento – data 21/06 às 09:00hs.

Pode-se observar que a topografia acidentada, interfere em alguns


trechos na iluminação natural sob a Rua Ricardo Georg. E o empreendimento
não ocasiona sombra na via mesmo quando está em maior ângulo de incidência,
devido à preocupação no projeto com sua posição em relação ao norte. Não
existe edificação vertical no seu entorno imediato que gere algum tipo de
impacto no empreendimento, apenas edificações mais baixas ou térreas (Figura
24).
No período entre 09h00min a 15h00min, a sombra gerada pelo
empreendimento não incide mais sobre os terrenos vizinhos, mesmo atualmente
quanto não existam edificações. E a partir das 15h00min, começa a incidir nos
terrenos a leste e ao sul referente ao imóvel estudado, este fato ocorre apenas

46
por um breve período de tempo, já que bem próximo deste horário a sombra
passa a ser decorrente da topografia local (Figura 24).

Figura 24. Projeção da sombra no entorno do empreendimento – data 21/06 às 17:00hs.

No equinócio, à medida que se aproxima das 07h00min horas, devido à


posição solar, a sombra apresentada é muito pequena, pouco incide no próprio
terreno (Figura 25). Às 17h00min a sombra projetada mesmo apresentando com
sua extensão máxima, ela praticamente incide ainda na área do próprio terreno
(Figura 26).

47
Figura 25 - Projeção da sombra no entorno do empreendimento – data 21/09 ás 09:00hs.

Figura 26 - Projeção da sombra no entorno do empreendimento – data 21/09 ás 17:00hs.

48
Correspondendo ao solstício de verão, a sombra no horário da manhã
afeta apenas o próprio terreno (Figura 27) e no final da tarde, apesar da sombra
nesta época ser agradável e desejada, ela também incide apenas dentro dele
mesmo (Figura 28).

Figura 27 - Projeção da sombra no entorno do empreendimento – data 21/12 ás 9:00hs.

49
Figura 28 - Projeção da sombra no entorno do empreendimento – data 21/12 ás 17:00hs.

2.6.2.7.Ventilação
No que se refere à direção dos ventos observa-se, na cidade de
Blumenau, um predomínio de ventos nordeste durante o verão, início de outono
e final da primavera, predominância de ventos de sudoeste no outono e inverno,
e vento leste na primavera e verão. A velocidade média dos ventos situa-se
entre 1 e 2 m/s, de acordo com a escala de Beaufort corresponde a uma
velocidade fraca (Figuras 29 a 32).
Para a relação clima/conforto, de maneira geral, pode-se identificar o
vento nordeste como aproveitável para ventilação, mesmo nas médias baixas de
velocidade encontradas. (Figura 29).
A velocidade dos ventos é medida em estações meteorológicas com um
anemômetro, e sua ocorrência pode ser estudada com um diagrama chamado
Rosa dos Ventos (Figura 30).
A edificação pode ser considerada bem ventilada já que não existem
edifícios altos na vizinhança. Além disso, ela irá utilizar os ventos predominantes
para ventilação natural entre uma construção e outra e nas aberturas internas.

50
Figura 29 - Diagrama de Temperatura.

Figura 30 - Diagrama de ventos em Blumenau.

51
Figura 31- Ventos predominantes aplicados no projeto.

Escala de Velocidade
Fenômenos Comumente Observados
Beaufort Vento (m/s)

0 0 – 0,2 Fumaça (churrasqueira, chaminé, cigarro, etc.) sobe de forma vertical.

1 0,3 – 1,5 O vento faz à fumaça se inclinar, mas ainda não consegue girar um catavento.

O ser humano percebe o vento no rosto, as folhas das arvores e do catavento


2 1,6 – 3,3
começam a se mexer.
As folhas e os pequenos ramos das arvores se mexem de forma continua e o
3 3,4 – 5,4
vento move bandeiras.

4 5,5 -7,9 O vento tira a poeira do chão e levanta as folhas de papel.

As pequenas árvores começam a balançar e começa a fazer espumas nas


5 8,0 – 10,7
ondinhas dos lagos.

6 10,8 – 13,8 Os fios elétricos começam a se mexer e fica difícil usar guarda-chuvas.

As árvores ficam completamente agitadas e fica muito difícil andar de frente para
7 13,9 – 17,1
o vento.
Os pequenos ramos se quebram e não se pode andar normalmente, sem
8 17,2 – 20,7
esforço, de frente para o vento.

9 20,8 – 24,4 As telhas começam a ser arrancadas,ocorrem pequenas catástrofes em relação

52
a casa.

Normalmente só ocorre no mar, quando em terra pode arrancar árvores com a


10 24,5 – 28,4
raiz.
Figura 32 - Escala de Beaufort.

O estudo relacionado à interferência do vento no entorno imediato do


empreendimento demonstra que, em função da direção e velocidade
predominante do vento, (entre 0m/s e 2,0 m/s de 0 a 1 na escala Beaufort), e por
ser a edificação de baixa altura, com fraca intensidade de vento qualquer área
de turbulência estará restrita dentro do próprio terreno.
Em casos extremos, considerando uma ventilação de velocidade média
na escala 5 de Beaufort, foram analisados impactos de dois ventos dominantes
(Figuras 33 e 34).
O vento dominante no caso o nordeste, permeia a edificação
perifericamente, entre uma edificação e outra, inclusive por cima, assim que
desobstrui esta barreia física, o vento sofre uma turbulência depois de passar
por aproximadamente 20 metros da construção (área demarcada em azul com
flechas no sentido do vento turbulento) (Figura 33).

Figura 33 - Vento nordeste e sua ação aplicada no projeto.

53
Nas faces onde se insere o sinal (+) é onde a fachada tem pressão
positiva, onde o vento bate diretamente na construção e obstruindo a passagem
natural do mesmo. O projeto foi pensado para não haver o fechamento de todas
as faces da quadra, impedindo a ventilação do interior e das outras quadras
vizinhas, trabalhando com maiores dimensões de afastamentos perimetrais e
nas ruas internas. Esse impacto é minimizado devido os espaçamentos entre as
edificações que servem de canal onde o vento consegue permear com uma
ventilação cruzada e ainda, o seu baixo gabarito forma uma barreira ainda
menor, obtendo um impacto negativo quase insignificante (Figura 34).
Blumenau tem um clima úmido, em casos como este a vegetação dos
canais não deve impedir a passagem dos ventos, onde dará limitações quanto à
altura das copas, de modo a produzirem sombra, mas não servir como barreiras
à circulação do ar.
A implantação está disposta de modo que possibilita a ventilação cruzada
no seu interior. Isto significa que o partido arquitetônico deve prever construções
alongadas no sentido perpendicular ou diagonal ao vento dominante. No caso do
SEST/SENAT o projeto está numa posição estratégica contribuindo a melhor
ventilação quando colapsada com os ventos (Figura 34).

54
Figura 34 - Vento sudoeste e sua ação aplicada no projeto

2.6.2 Fase de Operação

2.6.2.1. Produção de Nível de Ruído, Calor e Vibração


A geração de ruídos ao longo da operação do empreendimento limitar-
se-á às atividades de lazer e fluxo de automóveis, uma vez que os serviços de
aprendizagem não possuem produção significativa de ruídos. Estão previstos o
uso de ar condicionado tipo split sendo que os condensadores serão
concentrados em uma casa de máquina.
No caso de ruídos provenientes da casa de máquinas causarem
incômodos aos freqüentadores e funcionários do SEST/SENAT, deverão ser
implantados isolantes acústicos no local.

55
2.6.2.2. Produção de Radiação
Não foi constatada produção de radiação significativa para a fase de
operação do SEST/SENAT.

2.6.2.3. Produção de Resíduos Sólidos


Os resíduos a serem gerados pelo SEST/SENAT serão provenientes
dos serviços de aprendizagem, lazer e atendimento médico e odontológico.
Portanto, classificam-se como “Resíduos de Estabelecimentos Comerciais e
Prestadores de Serviços” e “Resíduos de Serviço de Saúde”, segundo a
classificação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei N° 12.305/2010)
quanto à origem dos resíduos sólidos.
Suas características são, de resíduos classe I (perigosos), e resíduos
classe II A (não inertes) e B (inertes), conforme classificação da Resolução
CONAMA N°23/96.
Os resíduos perigosos a serem gerados pelo SEST/SENAT serão
originados do atendimento odontológico, que prestará serviços de cirurgia,
dentística, endodontia, odontopediatria, ortodontia, periodontia, prevenção,
prótese e radiologia.
Já os resíduos não perigosos serão oriundos das demais atividades. São
exemplos de resíduos não inertes restos de comida, papel e plástico; e de
inertes material de construção e vidro.
Como apresentado no item 2.6.1 – Fase de Implantação, a
implementação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)
torna-se de extrema importância, não só para enquadramento nas exigências
legais, como também para organização e qualidade dos serviços. Vale
ressaltar que o SEST/SENAT deverá aplicar um PGRS específico para os
resíduos de serviço de saúde, denominado de Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).

56
2.6.2.4. Produção de Efluentes Líquidos
Sistema de Tratamento de Esgoto Sanitário
O tratamento dos efluentes do SEST/SENAT poderá ser realizado
através de um sistema Fossa/Filtro. No entanto, o empreendedor apresenta
como alternativa a ser definida posteriormente, a implantação de um Sistema
Modular de Tratamento de Esgoto Doméstico, modelo MIZUMO BUSINESS
(MB), de origem tecnológica japonesa (Figura 35).

Figura 35 – Modelo Mizumo Business de tratamento de esgotos. Fonte: Mizumo (2010).

O Sistema Modular de Tratamento de Esgoto Doméstico, modelo


MIZUMO BUSINESS (MB) é composto por:
• Reatores Anaeróbios;
• Reator Aeróbio;
• Módulo de Decantação;
• Compartimento para Desinfecção e Descarte;
• Sistema de Desinfecção por Pastilhas de Hipoclorito de Cálcio ou radiação
ultravioleta;
• Soprador de ar tensão 220/380/440 V Trifásico e 1,5 CV de potência
instalada;
• Painel de comando elétrico;

57
• Meio Suporte do tipo anel PALL em polietileno;
• Difusores tipo tubular de membrana de bolha fina com sistema triplo anti
entupimento (Black flow);
• Tubos e conexões em PVC;
• Tampas dos bocais de inspeção em fibra de vidro.

Para dimensionamento do modelo a ser instalado no SEST/SENAT foram


adotadas as seguintes hipóteses:
a) Tipo de esgoto: doméstico
b) Vazão diária de esgoto: 15,0 m³/dia
c) Demanda por O2 para remoção da carga orgânica bruta: 10 kg O2/dia
d) Período efetivo de contribuição: 24h/dia
e) Volume de contribuição diária média de lodo estabilizado: 0,25
L/usuário.dia
f) Tempo de detenção no tratamento anaeróbio: 12 horas
g) Sistema de tratamento adotado: Sistema Contínuo
h) Eficiência na remoção de DBO, SNF: Entre 90% e 96 %
i) Sistema de aeração: Ar difuso
j) Operação: Automatizada

Reatores Anaeróbios (Tanques 1 e 2)


• Tempo de detenção hidráulica em torno de 16 horas;
• Volume reservatório do lodo estabilizado Tanque 1 = 7,57 m³ e Tanque
2 = 3,7 m³;
• Frequência de remoção do lodo 04 meses

Reator Aeróbio
• Tempo de detenção hidráulica 7,36 horas.
• Compartimento aeróbio 4,60 m³

Decantador Secundário
Volume 2,5 m³

58
2.6.2.5. Emissões Atmosféricas
Durante a operação do SEST/SENAT as emissões atmosféricas
consideráveis serão provenientes apenas dos automóveis, conforme exposto
anteriormente, no entanto haverá uma redução considerável do volume de
veículos movidos a óleo diesel, se comparados a fase de obras.

2.7.2.6. Efluentes de Drenagem de Águas Pluviais Geradas


As cidades inseridas na região do Vale do Itajaí devem estar atentas às
suas áreas permeáveis e compensações para casos de impermeabilizações,
uma vez que, além dos altos índices de precipitação nessa região, a maioria
das cidades encontra-se em áreas sujeitas a enchentes.
Em prol da prevenção de problemas neste âmbito, Blumenau determina
em seu novo Código de Zoneamento, lei nº 751, de 23 de março de 2010, que
“Toda edificação deve deixar, no mínimo, 20% (vinte por cento) do terreno de
área permeável”. Deste modo, para os empreendimentos a serem implantados
na cidade faz-se necessário o cálculo do volume de água pluvial que deixará
de infiltrar em áreas a serem impermeabilizadas juntamente ao projeto de
drenagem.

Caracterização do Terreno

De acordo com dados da EPAGRI, 1981, a gleba de instalação do


SEST/SENAT apresenta duas porções de elevações de 30 m a 60 m cujas
inclinações direcionadas ao centro do terreno formam o corpo d’água que o
atravessa e segue ao córrego Jensen, afluente do Ribeirão Itoupava Norte
(Mapa 04).

59
13
Em 30 anos, porém, desde a coleta de dados da EPAGRI (1981), pode-
se observar os resultados das atividades hidrológicas na área na formação de
dois pequenos corpos d’água afluentes do curso d’água que corta o terreno,
conforme apresenta o Levantamento Planialtimétrico (ANEXO D).
O aspecto do terreno do SEST/SENAT norteia seu projeto de drenagem
à atividade natural da área, ou seja, à destinação das águas pluviais geradas
ao corpo d’água que atravessa o terreno.
A seguir os cálculos que deram origem ao projeto de drenagem
elaborado pela empresa Azimute Engenharia LTDA e apresentado no ANEXO F.

Cálculos
Para conhecimento da vazão de pico, ocasionada pela
impermeabilização de grande parte do imóvel, foi utilizado o método racional. O
método racional é um método hidrológico relativamente simples, pois considera
que a intensidade da chuva é constante em toda a área adotada, considera
também que o coeficiente de escoamento se mantém constante e por estes
motivos se adapta com sucesso nos estudos de pequenas áreas urbanas.
O cálculo da vazão pelo método racional é efetuado pela seguinte
fórmula:
Q = C x i x A / 3,6
Onde:
Q = Vazão, em m3/s;
C = Coeficiente de escoamento superficial (adimensional);
i = Intensidade pluviométrica, em mm/hora;
A = Área da bacia, em Km²;
e 3,6 é o fator de conversão para que os cálculos resultem em m³/s.
A intensidade de chuva a ser considerada será de 80 mm/hora, para
uma chuva de 60 minutos e um período de retorno de 50 anos. O coeficiente
de escoamento varia de acordo com o revestimento da superfície. Para
pavimentação de concreto ou asfalto, a ser adotada nestes cálculos, o
coeficiente é 0,95.

61
Considerando que a área a ser impermeabilizada pelo projeto será de
14.269,54 m² (0,014 km²), a vazão de pico calculada é de 0,29 m³/s (290 L/s),
ou seja, em uma hora, o volume de água produzido pela chuva será de 1.044
m³/s.
Conclusão
A implantação do SEST/SENAT está acima do que determina a
legislação de Blumenau quanto à área permeável, 66,7%, assim não será
necessária construção de caixas de retenção já que existe área suficiente para
absorver o excedente hídrico gerado.

2.7 INTERVENÇÕES VIÁRIAS

2.7.1. Características de Localização e Acesso


O SEST/SENNAT situa-se numa área de expansão urbana no bairro
Itoupava Central, junto a Rua Ricardo Georg. O bairro Itoupava Central e toda
a região das Itoupavas encontram-se em franco desenvolvimento residencial,
comercial e principalmente industrial. A rua Ricardo Georg é o principal elo de
ligação entre a rua Dr. Pedro Zimmermann com as ruas Carlos Krueger e
Jacob Ineichen, vide Mapa 01 – Localização do Empreendimento.
Na área de vizinhança imediata, vide Mapa 03 – Área de Vizinhança
Imediata, predominam residências, comércios e muitas indústrias. Ao longo da
rua Dr. Pedro Zimmermann, pode-se destacar as empresas WEG, ABB
Transformadores, RR Donneley (Antiga Moore), o complexo industrial em
implantação na antiga Cia Jensen, a empresa Huvispan Indústria e Comércio
de Fios, entre outras de médio e pequeno porte. Destacam-se ainda as Escolas
Anita Garibaldi, EBM Professor Friedrich Karl Kemmelmeier, a Escola Nº 1,
mercados, farmácias, padarias, postos de combustíveis, bancos, etc.
A localização do empreendimento é bastante privilegiada considerando
que a Rua Ricardo Georg é pavimentada e tem boa acessibilidade através das
ruas Dr. Pedro Zimmermann, Carlos Krueger e Prof. Jacob Ineichen.

62
Automóveis
Pode-se prever que o tráfego gerado de automóveis não se dará
necessariamente nos horários de pico, considerando as características dos
serviços oferecidos pelo SEST/SENAT. Entretanto, como o carregamento do
Sistema Viário na área de vizinhança é mais solicitado no horário de pico, se
avaliará o impacto do empreendimento neste horário, pois fora dele os
impactos serão bem reduzidos.
O número de vagas de estacionamento disponibilizado pelo
SEST/SENAT será de 75 vagas para visitantes, 2 para portadores de
necessidades especiais e 4 para educadores, totalizando 81 vagas.
Para se avaliar o impacto do fluxo gerado na área residencial, considera-
se que o número de viagens atraídas por hora-pico possa atingir no futuro 80 %
da oferta total de vagas de estacionamento, portanto:
V= 81 * 80%
V = 65 veículos / hora - pico
No entorno do SEST/SENAT, encontra-se em desenvolvimento um EIT
para um empreendimento denominado Condomínio Industrial Hannover, sob
responsabilidade da Pronus Engenharia e Consultoria, empreendimento este
que também terá seu acesso pela rua Ricardo Georg.
A pedido da SEPLAN/CPAEIV foi nos solicitado no parecer Nº 282/2010
que se levasse em conta o estudo supracitado para ser agregado ao presente
EIV. Todavia, não foi possível acatar esta sugestão, haja vista que o Estudo de
Impacto de Tráfego do Condomínio Industrial Hannover não foi disponibilizado
a tempo até o fechamento deste estudo.
Com relação à Indústria e Comércio de Fios Huvispan, os veículos
atraídos já estão inclusos nas contagens de tráfego, visto que o
empreendimento já se encontra em funcionamento.
Assim, a previsão global de fluxo atraído ao empreendimento
SEST/SENAT no horário de pico é de 65 automóveis, números estes que serão
levados em consideração para avaliação da capacidade dos cruzamentos onde
foram realizadas as contagens.

63
De acordo com o Manual do Curso de Polos Geradores de Trânsito -
Departamento Nacional de Trânsito / Ministério das Cidades de 2006, para um
empreendimento com 81 vagas de estacionamento, a previsão é de haver
somente 2 automóveis na acumulação, ou seja, 10,00 metros de faixa de
estocagem.
O empreendimento prevê entrada e saída de veículos (autos, motos e
bicicletas) independentes, com uma faixa para entrada e uma para saída, pela
rua Ricardo Georg, contendo uma faixa de acumulação de 11,80 metros antes
da cancela / guarita para acumulação de 2 veículos, vide Mapa 05 – Acesso ao
Empreendimento. Diante disto, pode-se concluir que o sistema de acessos
atende o Manual do Curso de Pólos Geradores de Trânsito do Denatran quanto
à necessidade de faixa de acumulação.
Porém, visando garantir segurança e prevenir conflitos, será
apresentado como medida mitigadora um sistema central de conversão para o
fluxo que vier a partir da rua Dr. Pedro Zimmermann. Adicionalmente, para os
pedestres, uma ilha de segurança será proposta.

64
65
61
Ônibus e Táxis
As viagens geradas pelo SEST/SENAT por ônibus poderão ser bem
atendidas, uma vez que a Rua Ricardo Georg dispõe de 3 linhas
atravessando-a, apesar de existir apenas 1 ponto com abrigo a
aproximadamente 700 mts do empreendimento, a montante da rua Ricardo
Georg com a Dr. Pedro Zimmermann. Na rua Dr. Pedro Zimmermann, principal
corredor da Região das Itoupavas, o ponto dista 800 metros do
empreendimento, oferecendo várias linhas e itinerários.
Quanto aos Taxis, existem diversos pela rua Dr. Pedro Zimmermann,
atendendo perfeitamente todos que necessitarem deste transporte.

Veículos de Carga
O projeto prevê o acesso de cargas (veículos pesados), em uma faixa de
entrada separada dos o acesso dos veículos leves para minimizar conflitos.
Entretanto, o volume de veículos de carga será bem pequeno, restringindo-se a
entrega de conveniências e materiais aos ambulatórios de serviços.
Internamente, foram destinados locais específicas para carga e descarga.

Motocicletas e Bicicletas
No que se refere às motocicletas e bicicletas, o acesso repete a rota dos
demais veículos, não havendo problemas de compatibilidade. Os ciclistas
serão beneficiados com ciclovia existente na Rua Ricardo Georg.

Pedestres
Os passeios da Rua Ricardo Georg praticamente não existem. Apesar
de ter gabarito previsto de 2,50 metros, em toda a extensão da Rua Ricardo
Georg, estes estão inacessíveis em virtude dos capins que lá estão sem
qualquer pavimentação adequada. Desta maneira, os pedestres transeuntes da
Rua Ricardo Georg são levados a dividir o espaço com os ciclistas na
ciclofaixa. Diante desta constatação in-loco, os passeios da Rua Ricardo
Georg, devem ser melhorados.

66
2.8 . GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA

A mão de obra a ser contratada para a fase de obras do SEST/SENAT


totaliza um grupo de 98 trabalhadores que consiste em:

• 01 engenheiro;

• 01 encarregado geral;

• 01 administrativo;

• 02 técnicos de segurança;

• 03 encarregados de frete;

• 02 auxiliares administrativos;

• 01 técnico de qualidade;

• 01 almoxarife;

• 35 serventes;

• 15 pedreiros;

• 05 pintores;

• 10 carpinteiros;

• 08 armadores;

• 04 eletricistas;

• 05 bombeiros e

• 04 vigias.

Os valores das obras consistirão em R$9.772.706,62 para o SEST e R$


5.222.463,66 para o SENAT, totalizando R$ 14.995.170,28 para toda a
construção do empreendimento.

67
Quanto à fase de operação, a equipe de funcionários do SEST/SENAT
será formada por:

• 01 Diretor;

• 02 Coordenadores;

• 06 Profissionais que irão cuidar da parte administrativa;

• 02 Fisioterapeutas;

• 1 Psicólogo;

• 12 Odontólogos;

• 01 Auxiliar de Saúde Bucal;

• 01 Promotor de Esportes

• 04 Instrutores de Educação Física

• 02 Auxiliares de Serviços Gerais para área esportiva

• 01 Agente Multiplicador

• 01 Técnico de Formação Profissional

• 12 Instrutores de Ensino

• 02 Seguranças

• 01 Manutenção Geral

• 04 Auxiliares de Serviços Gerais;

Todas as remunerações serão equivalentes ao piso salarial da Cidade de


Blumenau.

68
2.9. INFRAESTRUTURA RACIONAL

Em sua Lei Complementar 691 de 2008, Blumenau institui o Programa


de Conservação e Uso Racional de Água para o município e estabelece
normas urbanísticas especiais a serem exigidas na análise de projetos de
novas edificações.
Dentre as exigências da lei que se aplicam ao empreendimento em
estudo constam:
O sistema hidráulico- sanitário deverá prever:

I – bacias sanitárias de volume reduzido de descarga;


II – chuveiros e lavatórios de volumes fixos de descarga;
III – torneiras equipadas com arejadores;
IV – sistema de captação de águas das chuvas.

A água captada da chuva não poderá ser utilizada na manipulação de


alimentos, ingestão humana e para banhos. Seu armazenamento deverá ser
realizado em tanques ou cisternas, inteiramente vedados e equipados com
válvula de saída.
O SEST/SENAT prevê, além do reuso das águas pluviais através da
captação em cisternas para usos secundários, o uso de equipamentos
redutores de consumo, atendendo as exigências da lei blumenauense.
A Tabela 07 apresenta os equipamentos que podem ser utilizados no
empreendimento e a comparação entre o uso de equipamentos para uso da
água convencionais e economizadores, bem como qual a economia alcançada
em cada tipo, enquanto a Tabela 08 indica os equipamentos disponíveis em
função dos pontos de uso ou consumo.

69
Tabela 07 - Comparação de consumo de água entre o equipamento
convencional e o equipamento economizador.
Consumo do Consumo do
Equipamento
Equipamento equipamento equipamento Economia
Economizador
convencional economizador
Bacia com caixa
Bacia VDR 12,00 l / descarga 6,00 l/descarga 50%
aclopada
Bacia com caixa
Bacia VDR 10,00 l / descarga 6,00 l/descarga 40%
aclopada
Ducha (água fria / quente) – até 6m Restritor de
0,19 l/s 0,13 l/s 32%
H2O vazão 8 l/mim
Restritor de
0,13 l/s 62%
Ducha (água fria / quente) – 15 a vazão 8 l/mim
0,34 l/s
20m H2O Restritor de
0,20 l/s 41%
vazão 12 l/mim
Arejador vazão
Torneira de Pia – até 6m H2O 0,23 l/s 0,10 l/s 57%
de 6 l/mim
Arejador vazão
Torneira de Pia – 15 a 20m H2O 0,42 l/s 0,10 l/s 76%
de 6 l/mim
Torneira uso geral/ tanque – até 6m Regulador de
0,26 l/s 0,13 l/s 50%
H2O vazão
Torneira uso geral/ tanque – 15 a Regulador de
0,42 l/s 0,21 l/s 50%
20m H2O vazão
Torneira uso geral/ tanque – até 6m Restritor de
0,26 l/s 0,10 l/s 62%
H2O vazão
Torneira uso geral/ tanque – 15 a Restritor de
0,42 l/s 0,10 l/s 76%
20m H2O vazão
Regulador de
Torneira Jardim – 40 a 50m H2O 0,66 l/s 0,33 l/s 50%
vazão
Válvula
Mictório 2,00 l/s 1,00 l/s 50%
automática

70
Tabela 08 - Especificação técnica de equipamentos economizadores de água
em função dos pontos de uso / consumo.
PONTO DE
EQUIPAMENTO
USO
Arejador vazão constante (6l/min).
Arejadores AP/BP.
Chuveirinho dispersante AP/BP.
Pia de Cozinha
Válvula de acionamento com pé AP/BP.
Torneira com sensor de presença - torneira de fechamento automático
(ciclo de 6 segundos).
Torneira de fechamento automático com registro integrado e ciclo de 6 segundos
AP/BP.
Torneira de fechamento automático com registro integrado e ciclo de 6 segundos
Lavatório
AP/BP antivandalismo.
Torneira eletrônica de banca com sensor a pilha ou elétrica 110/220 V, AP/BP
Registro regulador de vazão.
Mictório com sensor a pilha ou elétrico 110/220 V.
Válvula temporizada - válvula de mictório de fechamento automático e registro
integrado com ciclo de 6 segundos.
Mictório Válvula temporizada - válvula de mictório de fechamento automático e registro
integrado com ciclo de 6 segundos AP/BP antivandalismo.
Divisória hidráulica para mictório de acionamento com o pé segundo (Ciclo 6
segundos).
Válvula de fechamento automático para chuveiro elétrico ou sistemas com
misturador.
Chuveiro Válvula de fechamento automático para chuveiro elétrico ou aquecedores de
acumulação antivandalismo.
Regulador de vazão para duchas e chuveiros.
Válvula de descarga com ciclo fixo e registro integrado (deve ser acoplada a uma
bacia VDR), com volume de descarga de 6 litros por acionamento.
Válvula de descarga com registro integrado e sensor de presença, com volume
Bacia Sanitária de descarga de 6 litros por acionamento.
Bacia VDR com caixa acoplada com dois botões para volumes seletivos de
descarga (consumo 3 / 6 litros /acionamento).
Bacia VDR com caixa acoplada de 6 litros por descarga.
Área Externa Torneiras com acionamento restrito.
e de Serviços Torneira com regulador de fluxo e vazão constante de 6 litros por minuto,

71
instalada internamente na rosca de entrada da torneira com a tubulação.

72
3. CARACTERÍSTICAS DA VIZINHANÇA

3.1. CARACTERÍSTICAS DO ESPAÇO URBANO


A cidade pólo do Vale do Itajaí encontra-se às margens do Rio Itajaí-
Açu, que a corta no sentido oeste-leste. O Rio Itajaí-Açu forma um vale
interdigitado, com seus afluentes correndo em direções opostas, em vales
estreitos e íngremes, especialmente na porção sul do Município. A paisagem e
o espaço urbano de Blumenau são fortemente condicionados pelos cursos
d’água e pelas encostas dos morros com topografia acidentada, cobertos pela
Mata Atlântica, que seccionam o tecido urbano, devido a isto, originou-se uma
malha urbana de configuração espinha de peixe, que apresenta poucas
ligações diretas entre os vales.
De acordo com a Lei de Zoneamento o espaço urbano na vizinhança do
SEST/SENAT é caracterizado para configuração espacial de usos de moradias,
indústrias, comércios e serviços, além das áreas voltadas a proteção
ambiental. As áreas de preservação ambiental têm papel importante já que
mesmo estando dentro de um contexto urbano, a região de implantação do
SEST/SENAT apresenta cerca de 40% de área verde com uma formação
vegetal de Mata Pluvial da Encosta Atlântica, conhecida também como Floresta
Ombrófila Densa (Tabela 09).

Tabela 09 - Resultados quantitativos do uso do solo e de Área urbanizada em declividade


superior a 40%, no bairro Itoupava Central, no ano de 2002.
Itoupava Central
Classes de uso do solo
Área (Km²) Área (%)
Agricultura ou Pastagem 18,38 39,32
Mata ou Capoeira 17,24 36,89
Drenagem 0,04 0,08
Área Urbanizada 9,17 19,62
Área Urbanizada em
declividade acima de 30% 1,91 4,09
TOTAL 46,74 100
Fonte: SOUZA, Monteiro, & Liesenberg, 2007.

72
Este bairro localizado na parte Norte do Município, possui vales mais
amplos e, portanto, declividades menos acentuadas. No caso, no fundo de vale
se localiza as imediações do empreendimento. Nesta área observa-se o uso
residencial predominante no interior dos bairros e os demais usos aparecem ao
longo dos corredores principais (vias arteriais e/ou coletoras).
O traçado urbano está organizado com tipologia não uniforme, limitado
principalmente por condicionantes naturais da região, tendo assim uma malha
viária irregular e com inclinações variadas. A localização do imóvel está em
meio de algumas ocupações à natureza. Há uma estreita relação das indústrias
com os assentamentos humanos e os grandes vazios urbanos ainda no local.
O entorno imediato é caracterizado por possuir grandes vazios urbanos com
intervenções antrópicas (Figura 36).

SEST/SENAT

Figura 36 - Vista Aérea do imóvel e suas imediações.

3.1.1. Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo

3.1.1.1 Legislação Urbanística Municipal


O projeto arquitetônico do SEST/SENAT e a ocupação do espaço
urbano onde será inserido embasam-se nas seguintes leis complementares:

73
• Lei Complementar n º 748, de 23 de março de 2010 – CÓDIGO DO
SISTEMA DE CIRCULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU.
• Lei Complementar nº 750, de 23 de março de 2010 – CÓDIGO DE
EDIFICAÇÕES
• Lei Complementar nº 749, de 23 de março de 2010 – CÓDIGO DE
PARCELAMENTO DO SOLO PARA FINS URBANOS NO MUNICÍPIO DE
BLUMENAU
• Lei Complementar nº 751, de 23 de março de 2010 – CÓDIGO DE
ZONEAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE
BLUMENAU.
• Lei Complementar nº 747, de 23 de março de 2010 – CÓDIGO DO MEIO
AMBIENTE DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU.
• Lei Complementar nº142, de 04 de março de 1997 – CÓDIGO DE
DIRETRIZES URBANÍSTICAS NO MUNICÍPIO DE BLUMENAU.

3.1.2. Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo


De acordo com sua Consulta de Viabilidade - Processo 2010/6931
(ANEXO G), o imóvel é adequado para atividades: Recreacional 1 (RC1)
pequena e média, Recreacional 2 (RC2) pequena e média, Recreacional 3
(RC3) e Comércio e Serviço (CS) pequena, média e grande (Quadro 03).

Quadro 03 – Caracterização das atividades adequadas para a gleba em estudo.


Atividade Porte Características

P Área construída até 150 m² ou área de terreno até 1.000 m²

Área construída acima de 150 m² até 1500 m² ou área de terreno até


M
RC1 5.000 m²

Área construída acima de 1.500 m² ou área de terreno acima de 5.000


G

RC2 P Área construída até 150 m²

74
M Área construída acima de 150 m² até 1.500 m²

G Área construída acima de 1.500 m²

RC3 Não consta

Área construída até 150 m²

P Recepção e distribuição das mercadorias com veículos de capacidade


maior que 4.000 Kg e com no máximo 02 eixos

Área construída acima de 150 m² até 1.500 m²

CS M Recepção e distribuição das mercadorias com veículos com


capacidade maior que 4.000 Kg e que possuam 02 ou mais eixos

Área construída acima de 1.500 m²

G Recepção e distribuição das mercadorias com veículos com


capacidade maior que 4.000 Kg e com 02 ou mais eixos

Fonte: Anexo II – Art 9º Código de Zoneamento

A consulta de viabilidade também declara a inserção dos 42.854,78 m²


da gleba do empreendimento na Zona Industrial (ZI) e sua via em Corredor de
Serviço 3 (CS3), definidos pelo Código de Zoneamento de Blumenau (Lei
Complementar nº751, de 23 de março de 2010) como:

ZI – Zona Industrial: Espaço territorial destinado, preferencialmente, para


instalações industriais.
CS3 – Corredor de Serviço 3: Vias que cortam as diversas zonas, interligando-
as, possibilitando aos imóveis lindeiros o uso do comércio, serviço e indústria.
Os corredores de serviço 3 são adequados às atividades de grande porte.

O anexo IV da lei supracitada apresenta índices construtivos referentes


ao zoneamento da Cidade de Blumenau, com os quais o projeto arquitetônico
do SEST/SENAT apresenta-se compatível (Tabela 10).

Tabela 10 – Índices Construtivos legais e de projeto.

75
Índices Construtivos
Zoneamento Coeficiente de
Altura máxima Aproveitamento Taxa de Ocupação
Permitido livre 2,4 (102.851,47 m²) 60%
ZI
Projeto 7,4 5.802,47 m² 13,53%

Além de estar de acordo com os índices construtivos estabelecidos, o


empreendimento também se enquadra nos parâmetros de cotas de enchentes.
Quanto ao parâmetro de permeabilidade, estipulado pelo Código de
Zoneamento (Lei Complementar nº751/2010) como sendo 20%, também é
alcançado pelo empreendimento, ultrapassando-o com seus 28.585,24 m² de
área verde na ZPA, tema aprofundado no item 2.6.2.6. Efluentes de Drenagem
de Águas Pluviais Geradas.
O imóvel do empreendimento encontra-se na única área em extensão
remanescente da cidade, e sua implantação poderá induzir um aumento no
índice de desenvolvimento da área, além do aparecimento de novos
assentamentos humanos e infra-estrutura urbana. A região onde se instalará o
imóvel se caracteriza por uso residencial, residencial com comercial, prestação
de serviços e uso industrial desenvolvido através de seus principais corredores
de serviços. O mais observado ao longo dos corredores são construções com
apenas dois pavimentos, embora permitido pelo plano diretor edificações com
gabarito livre, cuja ocorrência se percebe em poucos pontos do bairro.
Em relação ao uso e ocupação do solo, nota-se que a ocupação do
território do município foi condicionada pelo meio natural, onde as grandes
indústrias estão bem distribuídas em toda a região, obtendo uma
descentralização na cidade. Baseando-se no princípio da função social da
cidade com aspectos mais sustentáveis, esta disposição gera um ponto
positivo, já que oferece à população a possibilidade de morar na proximidade
do seu local de trabalho.
Nas zonas residencial e industrial, os assentamentos humanos possuem
ocupação inversamente proporcional à declividade, ou seja, quanto maior a

76
inclinação do espaço, menor densidade e taxa de ocupação. Na área norte a
topografia é menos acidentada em relação ao resto da cidade e,
consequentemente, os vales contêm menos declividade, tornando-se
excelentes para áreas residenciais e melhor ainda para áreas industriais.
Através da percepção da topografia de Blumenau, percebe-se
claramente a pequena quantidade de áreas planas ou com pequena inclinação.
O entorno imediato está circundado no círculo vermelho onde notasse
que a topografia é menos íngreme em relação ao resto da cidade (Figura 37).

Figura 37 - Mapa topográfico de Blumenau. Fonte - Epagri.

Este modelo de zoneamento defende a miscigenação de usos como


forma de manter o dinamismo da área urbana, mas situações de conflitos
podem ser geradas pelos usos não-residenciais com o uso residencial. Neste
caso, ainda existe uma hierarquia das vias de acesso, reduzindo a
incompatibilidade de convívio entre os diversos usos, como a Rua Gustavo
Zimmermann que tem caráter de tráfego menos intenso que a Rua Dr. Pedro
Zimmermann.

77
3.1.1.3 Ocupação do Solo no Entorno do Empreendimento
Quanto ao Macrozoneamento, a gleba em estudo situa-se em
Macrozona de Expansão, definida pelo Código de Zoneamento (Lei
Complementar nº751/2010) como ”área urbanizada ou não, onde deverá ser
estimulado o crescimento da cidade com a implantação e/ou qualificação da
rede de serviços, infraestrutura e equipamentos”. Nesta classificação
enquadra-se toda a sua vizinhança imediata e área de influência (Mapa 06).

78
72
Quanto a subdivisão do Macrozoneamento, o empreendimento encontra-
se em Zona Industrial e Corredor de Serviço 3, como abordado anteriormente.
No seu entorno esta classificação se estende a zona residencial 1, 3 e 4; Zona
de Localização Especial 2; Zona Comercial 2, Zona de Proteção Ambiental;
Zona Agrícola e Zona Rural de Desenvolvimento (Mapa 07).
Os índices construtivos destes zoneamentos podem ser observados na
Tabela 11.

Tabela 11 – Zoneamentos e respectivos Índices Construtivos do entorno no empreendimento.


Índice Zoneamento
Construtivo ZR1 ZR3 ZR4 ZLE2 ZC2 ZI ZPA ZAG ZRD CS1 CS2 CS3
Altura 11m livre livre livre livre livre 11m 11m 11m (A) (A) (A)
Coeficiente de
Aproveitamento 1,2 3,6 4,8 4,8 3,6 2,4 0,6 0,5 0,5 (A) (A) (A)
Taxa de
Ocupação 60% 70% 70% 70% 70% 60% 30% 30% 30% (A) (A) (A)

(A) – igual ao da zona em que se localizam


Fonte: Anexo IV - Código de Zoneamento.

80
80
As novas configurações da ocupação do espaço na área de influencia do
empreendimento começam a estabelecer padrões de verticalização. Assim, a
ocupação e desenvolvimento da região, na direção proposta pelo zoneamento,
ainda que de forma tímida, vem paulatinamente se estabelecendo no local. Isto
ocorre especialmente próximo aos corredores de serviço, aonde o comércio
vem se reestruturando e substituindo as construções de uso residencial. Ainda
próximos aos corredores, empreendimentos imobiliários com apartamentos
residenciais, substituem antigas residências unifamiliares; agindo dessa forma
na direção da concretização do zoneamento proposto pelo planejamento
urbano da cidade, conforme mostram as figuras que seguem (Figuras 38 e 39).

Figura 38 – Rua Gustavo Zimermann. Novos empreendimentos, como edifícios


residenciais, vêm sendo implantados na região. FONTE: Acervo Biosphera.

81
Figura 39 – Rua Pérola do Vale. Novas edificações residenciais e comerciais ganham
cada vez mais espaço nos Corredores de Serviço. FONTE: Acervo Biosphera.

Vários fatores contribuem para o desenvolvimento local. Com a


saturação da região sul da cidade, o crescimento de Blumenau se direcionou
para o norte do município. A região das Itoupavas, especialmente a Itoupava
Central e Itoupavazinha, é geograficamente privilegiada. A rodovia SC-474
permite o acesso e saída da cidade, facilitando a chegada de insumos para
suprir as indústrias, bem como o escoamento da produção local. A região
apresenta tudo que uma pequena cidade precisa, desde escolas, clubes,
igrejas, indústrias, comércio variado, prestadores de serviço e até mesmo um
aeroporto.
Os terrenos localizados na margem esquerda do ribeirão Itoupava,
concentram a maioria das residências; sendo que aqueles às margens da Rua
Gustavo Zimermam são ocupados predominantemente por edificações de dois
pavimentos, abrigando residências no primeiro piso e comércio no térreo. Já os
terrenos localizados na margem direita do ribeirão Itoupava, especialmente
aqueles ligados à Rua Doutor Pedro Zimermann, abrigam indústrias e comércio
variado.

82
3.1.2. Aspectos Históricos
Antes da chegada dos alemães, Blumenau era habitada por índios
Kaigangs, Xoklengs e Botocudos. Em 1850, o filósofo alemão Dr. Hermann
Bruno Otto Blumenau obteve do Governo Provincial uma área de terras de
duas léguas para estabelecer uma colônia agrícola com imigrantes europeus.
Dr. Hermann chegou acompanhado de 17 colonos, antecedendo a chegada de
mais imigrantes alemães que foram se estabelecendo próximos ao Rio Itajaí
Açu e seu afluente Ribeirão da Velha, dando início à formação da região
central da cidade.
Localizada no verde vale do Itajaí, em uma região de relevo
montanhoso, cortada pelo Rio Itajaí, com clima temperado e úmido e
temperatura média de 21 °C, Blumenau, em poucas déc adas, passou de
produtora agrícola para uma economia diversificada, com forte participação do
setor têxtil e vestuário.
Atualmente, Blumenau é conhecida em todo o Brasil como uma das
cidades com maior influência germânica em sua cultura e história. Localizada
estrategicamente próxima as importantes cidades do MERCOSUL e da
estrutura portuária do Estado, é referência na educação, infraestrutura e mão
de obra qualificada e pela economia pujante.
Ao longo da sua história, desde os tempos de colônia, Blumenau
enfrentou várias enchentes. A maior das que se tem registro data de 1880,
quando o nível do rio Itajaí Açu atingiu a marca de 17,10 metros acima de seu
nível normal. Contudo, as enchentes de 1983 e 1984, quando o nível do rio
atingiu 15,34 e 15,46 metros respectivamente, foram as que mais trouxeram
prejuízos econômicos e sociais para o município (Figura 40).

83
Figura 40 – Fotos da Avenida Beira Rio e Rua XV de Novembro nas cheias de 83 e 84.
Fonte Arquivo Histórico.

A cada cheia que enfrentavam, o município e o povo de Blumenau


davam mostras da sua superação e reerguiam suas vidas, bem como a cidade
como conseqüência das cheias que sistematicamente assolavam a região e
com o progressivo adensamento urbano do município, a ocupação dos morros
e encostas passou a se intensificar em Blumenau, e esses terrenos passaram
a se valorizar. Porém, uma nova catástrofe climática ocorrida em novembro de
2008, mudou essa realidade. Na oportunidade, a quantidade de chuvas que
caiu, bateu recordes nunca antes registrados. Apesar do rio Itajaí Açu não ter
atingido o seu nível máximo; os prejuízos financeiros e a perda de vidas
humanas, provocadas pelos inúmeros deslizamentos de terra que se
espalharam por toda a região, foram os maiores da história de Blumenau
(Figura 41).

84
Figura 41 – Deslizamentos de terra em vários pontos da cidade. Fonte Acervo Biosphera.

No entanto, a região das Itoupavas, não registrou grandes problemas


durante a catástrofe climática de 2008. Até mesmo a ligação da região com os
municípios vizinhos, através das rodovias BR-470 e SC-474, não foi
interrompida. Assim, devido as suas características geográficas, especialmente
da sua topografia relativamente plana e alta, a região de influência do
empreendimento, passou praticamente ilesa a catástrofe de 20008, isso fez
com que essa região passasse e ser ainda mais cobiçada pela população e
empreendedores locais. Provocando assim, uma valorização dos imóveis
localizados nessas áreas.

3.1.2.1. Aspectos Históricos da Vizinhança Imediata


A área de abrangência da vizinhança imediata do empreendimento
proposto é formada pelo bairro Itoupava Central. Com origem no Tupi-Guarani,
a palavra “Itoupava” Significa “Corredeiras” e foi inspirado na beleza dos
ribeirões que cortam a região.

85
Em 1864, ao longo do ribeirão Itoupava havia poucos lotes demarcados
no mapa da Colônia Blumenau, sendo a maioria deles demarcados após esta
data. Neste mapa, constava ainda o nome do ribeirão Itoupavazinha, e a
estrada que partia do bairro Itoupava Norte e fazia a ligação com o bairro Testo
do Salto, passando pela Itoupavazinha. Essa estrada ficou conhecida por
“Snapztrass,” palavra alemã que significa “estrada da cachaça,” por existir
vários alambiques na região. Essa rua é atualmente conhecida como Rua
Frederico Jensen, sendo que no ano de 1995 foram iniciadas as obras de
asfaltamento dessa via.
A região da Itoupava Central destacava-se pela produção agrícola e
pecuária, sendo grande produtora de leite e suínos que eram beneficiados pela
Companhia Jensen. Esta empresa surgiu em 1899 e encerrou suas atividades
no ano de 1984.
Nos finais de semana, como era de costume no local, as pessoas
reuniam-se em clubes, sendo essa a forma mais intensa de atividade cultural
na época. Assim, no dia 1° de julho de 1877 foi cri ado o Schetzwerein Itoupava,
que se localizava defronte o aeroporto Quero-Quero. Atualmente o clube é
chamado de Clube de Caça e Tiro Ribeirão Itoupava. Assim como este, vários
outros clubes surgiram na região nos anos subseqüentes, dentre os quais
podemos destacar: Sociedade Esportiva e Recreativa Itoupava Alto (1894),
Clube de Caça e Tiro Concórdia (1899) e o Clube de Caça e Tiro Itoupavazinha
(1907).
Em 1903 a Comunidade Escolar Tatutiba funda a Escola Particular
Alemã, que a partir de 1938 passou a se chamar Escola Isolada Municipal
Visconde de Taunay. A Escola Municipal Anita Garibaldi foi fundada em 7 de
janeiro de 1934.
No ano de 1.939 foi erguida a Igreja na Itoupava Central, igreja esta
dedicada a São Miguel Arcanjo.
O Aeroporto Quero-Quero teve lançada a sua pedra fundamental em
sete de setembro de 1.947. Com uma pista de 1100 metros de comprimento
por 100 metros de largura, o aeroporto tem capacidade de receber aeronaves

86
de médio porte. Atualmente o aeroporto se encontra desativado, e além de
aviões, abriga ainda uma escola de aprendizes de aviação.
O bairro Itoupava Central é cortado pela rodovia SC-474, asfaltada entre
os anos de 1977 e 1978. Para o Estado, essa via é conhecida como Rodovia
Guilherme Jensen. Para o município ela se chamava de BL-1, ou estrada das
Itoupavas. Porém, com a lei 2121 de 1.975, a Rua passa a se chamar Doutor
Pedro Zimermann. Tanto Guilherme Jensen quanto Pedro Zimermann, foram
diretores da Companhia Jensen. Este último que era natural de Gaspar, além
de industrial, ocupou ainda os cargos de Vereador, deputado Estadual e
Federal, professor de direito na FURB e advogado.
Outra via igualmente importante da Itoupava Central, é a Rua Gustavo
Zimermann que tem seu traçado paralelo a Rua Pedro Zimermann. A Rua
Gustavo Zimermann foi parcialmente asfaltada em 1.991. Contudo, a obra só
foi concluída, mais de uma década depois, sendo que para isso, muitas
manifestações e protesto de moradores da região tiveram que acontecer, como
o ocorrido em 08/05/2.003, conforme mostra a imagem a Figura 42.

Figura 42 – Portando máscaras, moradores da rua reclamam da poeira. FONTE: Jornal de


Santa Catarina.

87
Com o reordenamento dos bairros formulado em novembro de 2.004
(Lei Complementar 489/04), a Itoupava Central passou a ser o bairro mais
populoso da cidade (Tabela 12).

Tabela 12 – Número de Habitantes de alguns bairros de Blumenau.

BAIRRO POP. EM 2.000 POP. EM 2.005

Itoupava Central 12.561 20.454

Velha Central * 14.933

Garcia 14.708 14.649

Itoupava Norte 14.692 13.884

Itoupavazinha 15.759 13.389

*O bairro Velha Central não existia em 2.000. FONTE: Secretaria de Planejamento Urbano e IBGE.

O crescimento populacional se justifica na absorção da Itoupava Alta


que, segundo o IBGE em 2.000 abrigava 5.558 moradores.

3.1.3. Caracterização da Vizinhança Imediata


O SEST/SENAT estará localizado dentro da área de abrangência do
bairro Itoupava Central, às margens da Rua Ricardo Georg, via conectora com
a Rua Pedro Zimmermann, que por sua vez interliga bairros no sentido norte-
sul.
O Bairro Itoupava Central apesar de ser o mais populoso dos bairros de
Blumenau, devido a sua vasta extensão de 44,67Km² (cinco vezes maior do
que a extensão média dos demais bairros da cidade) é pouco povoado. A
região que abrange a vizinhança imediata do SEST/SENAT é atualmente
considerada a região de Blumenau que mais propicia a expansão das
atividades urbanas. Estando às margens da BR-470, possui localização
geográfica estratégica, cortando o município de Blumenau no sentido leste –

88
oeste e ligando a cidade ao planalto catarinense, ao litoral do Estado e,
consequentemente, aos portos de Itajaí e Navegantes.
O Itoupava Central é um bairro de uso residencial unifamiliar, com áreas
industriais e agrícolas. Livre de cheias, importante característica para o
desenvolvimento do bairro, cortado pela Rodovia Estadual SC-474 (Rua Dr.
Pedro Zimmermann), localizada na margem direita do Ribeirão Itoupava, que
faz a ligação entre vários municípios. Por tratar-se de uma rodovia,
concentram-se ao longo de toda a sua extensão, além do uso residencial com
diferentes características arquitetônicas, o uso industrial (de pequeno, médio e
grande porte), uso comercial e de serviços. Além disso, aparecem também
esporádicas edificações com usos institucionais. Característica semelhante
apresenta também a Rua Gustavo Zimmermann, outra via estruturadora do
bairro, localizada na margem esquerda do Ribeirão Itoupava, que corta o bairro
longitudinalmente, assim como a SC-474.
Apesar de um crescimento contínuo de registro de lotes do bairro desde
a década de 70, verifica-se ainda uma expressiva quantidade de lotes
disponíveis para ocupação, principalmente ao norte do bairro. Um dos
principais atrativos, é que o bairro contém cotas de nível mais altas, oferecendo
uma segurança contra as enchentes na cidade, porém, na sua grande maioria,
esta população é de poder aquisitivo menor e habita em edificações que não
são construídas de forma apropriada para a declividade do bairro (Figuras 43 e
44).

89
Figura 43 - Terrenos vazios possibilitam a expansão da região mesmo nas áreas
próximas dos corredores de serviços. FONTE: Acervo Biosphera.

Figura 44 - Áreas com assentamos humanos de menor poder aquisitivo.

O bairro estudado tem características muito semelhantes em relação ao


traçado com seus bairros vizinhos, loteamentos que tendem a ter uma única
rua, em linha reta, traçada perpendicularmente às curvas de nível, no sentido
do comprimento da gleba, sem saída e sem ligação com os loteamentos
vizinhos. Logo, o grande empecilho a um desenvolvimento maior da região, é

90
causado pelo estreito escoamento, devido à saturação pelas poucas vias de
ligação.
Na área, nota-se a bela natureza que circunda os assentamentos
humanos do bairro devido o seu traçado, lembrando um quadro no fundo a
cadeia de morros (Figura 45).

Figura 45 – Panorâmica de uma via local finalizada no começo de morro.

Os Corredores de Serviços (CS) são vias que interligam as diversas


zonas, possibilitando aos imóveis lindeiros o uso do comércio, serviço e
indústria. Na área de influência do empreendimento, as Ruas Erich Meyer,
Erich Belz,, Prof. Jacob Ienechen, Wilhem Knaesel, Rudolfo Walter, Alex
Borchard, Arlnoldo Beck e a Rua Henrique Setter se caracterizam como
Corredores de Serviço 2, (CS-2) e são propícias as atividades de médio porte.
Classificadas como Corredores de Serviço 3 (CS-3) e adequadas às
atividades de grande porte, encontramos as Ruas Dr. Pedro Zimmermann,
Gustavo Zimmermann e a rua onde será implantado o SEST/SENAT Rua
Ricardo Georg, observando que é a única rua transversal do bairro com esta
característica.

91
Ao longo desta via encontram-se muitos terrenos desocupados,
refletindo nos vazios urbanos supracitados. A distribuição desses lotes pode
ser observada no ANEXO H, que apresenta o mapa com o cadastro de lotes da
circunvizinhança do empreendimento.
As demais ruas estão caracterizadas apenas como ruas locais em zonas
residenciais. Ao longo das destas vias, o uso predominante é o residencial,
com muitos vazios urbanos e pequenos comércios vicinais. Resultante da
abertura de diversos loteamentos implantados sobre a estrutura fundiária
colonial, muitas dessas, com testada pequena e grande profundidade. Essa
estrutura, além de dificultar a ocupação acaba gerando um traçado urbano com
ruas “sem saída” com dificuldade de deslocamento. Nestas ruas pôde-se
observar a predominância de casas de madeira e alvenaria sendo na maioria
de um e um ou dois pavimentos, respectivamente. As vias secundárias partem
no sentido perpendicular dos Corredores de Serviço apresentados acima e
percorrem até áreas com maiores declividades.
Dentre as atividades industriais, destacam-se aquelas ligadas ao setor
de transporte e logística, mostrando ser um equipamento importante e
pertinente na implantação do SEST/SENAT nesta região.

3.2. EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE INFRAESTRUTURA URBANA

3.2.1. Rede de Água


Dados do Censo 2000 do IBGE apontam que o abastecimento de água
tratada em Blumenau estava disponível para apenas 88% da população
naquele ano (Tabela 13). O SAMAE, entretanto, responsável pelo
abastecimento de água da cidade informa atender 98% dos habitantes.

92
Tabela 13 - Proporção de moradores por tipo de abastecimento de água - 1991 e 2000
Ano
Abastecimento Água
1991 2000

Rede geral 87,4


70,3
Poço ou nascente (na
11,5
propriedade) 28,2

Outra forma 1,1


1,5
Fonte: IBGE/Censos.

Segundo o SAMAE, a água bruta é captada em dois pontos do Rio Itajaí-


Açú: próximo à Ponte de Ferro, para abastecer a ETA I (Rua Lages), e na
Usina do Salto para a ETA II (Rua Bahia); no Ribeirão Garcia, para a ETA III
(Rua Santa Maria, Progresso) e no Ribeirão Itoupava Seca, para a ETA IV (Vila
Itoupava). Nestas estações são tratados pouco mais de 70 milhões de litros de
água por dia, que são enviados para grandes reservatórios e posteriormente
distribuídos para os domicílios por uma rede de tubos que alcança 1.380 km
(Tabela 14).

Tabela 14 - Capacidade de adução das ETAS do SAMAE

Capacidade de Adução Água Brutas ETAs


Vazão
ETAs Vazão Nominal Produzida

M3/mês M3/dia M3/dia

ETAI 77.760,00 2.592,00 646,80

ETAII 2.177.280,00 72.576,00 49.656,90

ETAIII 864.000,00 28.8000,00 19.877,40

ETAIV 12.960,00 432,00 313,80

TOTAL 3.132.00,00 104.400,00 70.494,90


Fonte: SAMAE

93
O bairro do empreendimento, Itoupava Central, é abastecido pela ETA II
e pela ETA IV. A ETA II, localizada no Bairro Salto, é a que atende maior
número de bairros: Água Verde, Badenfurt, Boa Vista, Escola Agrícola, Fidélis,
Fortaleza, Fortaleza Alta, Itoupava Central, Itoupava Norte, Itoupava Seca,
Itoupavazinha, Nova Esperança, Passo Manso, Ponta Aguda, Salto, Salto
Norte, Salto Weissbach, Testo Salto, Tribess, Velha, Velha Central, Velha
Grande, Victor Konder, Vila Nova, Vorstadt, e possui a capacidade de produção
de 840 litros por segundo. Já a ETA IV, localizada na Vila Itoupava, atende
apenas o Bairro Vila Itoupava, além do Itoupava Central, com a capacidade de
produção de 20 litros por segundo.
A capacidade de armazenamento de água do SAMAE é de 23 milhões e
206 mil litros, além dos projetos de reservatórios futuros. Atualmente a
empresa conta com grandes reservatórios, distribuídos conforme Tabela 15.

Tabela 15 - Localização e capacidade dos reservatórios


de água da cidade de Blumenau.
Reservatório Local Quantidade Capacidade em litros

R1 Rua Bahia, Itoupava Seca 1 4 milhões de litros


R2 Rua Lages, ETAI, Centro 1 1 milhão de litro
Rua Antônio Ezébio Reinert, Escola
R3 1 1 milhão de litro
Agrícola
4 milhões e 320 mil
R4 Rua Johana Ofh, Velha Grande 5
litros
Rua Hermann Huscher, Garcia, Santa
R7 2 3 a 5 milhões de litros
Maria, ETAII
R9 Rua Walter Obenaus, Bedenfurt 1 2 milhões
R10 Rua Enwin Manske, ETA IV, Vila Nova 1 400 mil litros
RETAII Rua Bahia, Salto 1 1 milhão e 480 mil litros
Fonte: SAMAE

A declaração do SAMAE de 25 de agosto de 2010 declara a existência


de rede DN 100 PVC na Rua Ricardo Georg n° 870 com pressão disponível
para atender a demanda de água estimada de 350 m³ por mês (ANEXO I).

94
3.2.2. Rede de Esgoto
Blumenau, como a maioria das cidades de Santa Catarina, não
contempla o tratamento integral de seu esgoto. Apenas 5 % dos efluentes
gerados são tratados atualmente pela ETE instalada no Bairro Garcia,
atendendo uma região com 15 mil habitantes e aproximadamente 1.200
ligações.
De acordo com o censo do IBGE (2000), 76,1% dos domicílios da cidade
utilizam a fossa séptica, 13,4 % a rede geral de esgoto ou a rede pluvial, 3,7%
fossas rudimentares e 3,2% despejam os dejetos nos cursos d’água.
Desde o início de 2010 a empresa Foz do Brasil, obteve a concessão do
sistema de esgoto de Blumenau por 35 anos. Assim, nos primeiros 5 anos de
concessão serão investidos R$ 182 milhões para que o tratamento de esgotos
de Blumenau chegue aos 70%, alcançando a universalidade em 9 anos, com
um gasto total de R$ 303 milhões.
A primeira região a receber as novas redes coletoras é o Bairro Vordtadt,
localizado no acesso leste da cidade, onde serão construídos 19 km de rede e
três sistemas elevatórios. As obras neste bairro serão realizadas em três fases,
com previsão de seis meses de duração.
Após o Bairro Vorstadt, é previsto o início das obras nos Bairros Vila
Nova, Escola Agrícola e Fortaleza. Na região do empreendimento, segundo
declaração da Foz do Brasil, a rede de coleta e tratamento só estará
implantada em 2018 (ANEXO J).

3.2.3. Rede de Energia Elétrica


O fornecimento de energia elétrica na Cidade de Blumenau é
responsabilidade da CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina. A
CELESC opera desde 1955 e hoje presta serviços de distribuição de energia
elétrica para uma carteira de mais de dois milhões de clientes, detendo a
concessão em 262 municípios do Estado.

95
Para atender a região existem três usinas hidrelétricas: a Usina Salto,
em Blumenau, com capacidade instalada de 6.300 kWh e as Usinas de
Palmeiras e Cedro, em Rio dos Cedros, com capacidade instalada de 24.400 e
8.400 kWh, respectivamente.
O consumo anual de energia elétrica na região de Blumenau em 2001
era de 1.426.344.588 kWh, com 166.074 consumidores sendo que o município
de Blumenau consumiu 853.433.476 kWh. Deste total, 417.423.119 kWh
referiam-se a consumo industrial, 218.668.177kWh ao residencial e
165.587.797 kWh ao comercial.
Segundo a CELESC, 99% da população do Município de Blumenau é
atendida pelo fornecimento de energia elétrica. Em 2008, o município possuía
115.832 ligações, distribuídas nas diversas classes de consumo. Assim em
Blumenau 3.087.708 kWh são destinados a classe Rural, 12.212.118 kWh aos
Poderes Públicos, 21.506.619 kWh a Iluminação Pública, 14.333.005 kWh ao
Serviço Público e 614.933 kWh destinados ao Consumo Próprio. A Tabela 16
traz a distribuição dos consumidores de energia elétrica em Blumenau em
diferentes anos e a Tabela 17 o consumo de energia elétrica (kWh) em
Blumenau por classe de consumidores. Na Figura 46, está ilustrada a evolução
do consumo de energia elétrica em Blumenau entre os anos de 2000 e 2007. A
classe que mais consumiu energia elétrica entre estes anos em Blumenau foi a
industrial, apesar de os maiores números de consumidores estarem presentes
nas classes residencial e comercial. Este alto consumo se deve ao perfil
industrial do setor secundário, onde se tem todo o processo de transformação
da matéria-prima. Este processo produtivo utiliza máquinas de elevadas
potências, que demandam energia da mesma proporção para seu
funcionamento.

96
Tabela 16 - Consumidores de energia elétrica em Blumenau por classe de consumidores.
Poder
Ano Residencial Industrial Comercial Rural Outros TOTAL
Público
2000 78.717 3.309 8.690 583 402 89 91.790
2001 80.207 3.468 8.824 588 423 83 93.593
2002 82.892 3.640 8.994 621 447 88 96.682
2003 85.197 3.450 9.319 688 471 85 99.210
2004 88.215 3.256 9.478 739 477 85 12.250
2005 91.232 3.357 9.729 769 472 83 105.642
2006 94.148 3.471 9.987 793 553 84 108.984
2007 97.137 4.652 10.182 813 637 134 114.598
2008 100.037 3.670 10.613 830 593 89 115.832
Cres
23,4% 40,6% 17,2% 39,5% 58,5% 50,6% 24,8%
%00/07
* Iluminação pública, empresas de serviços públicos e consumo próprio.
Fonte: CELESC

Tabela 17 - Consumo de energia elétrica (kWh) em Blumenau por classe de consumidores.


Poder
Ano Residencial Industrial Comercial Rural Outros TOTAL
Público
34.090.35
2000 219.249.550 470.219.828 145.089.491 2.181.827 9.629.959 880.461.009
4
34.205.00
2001 218.046.247 463.839.897 151.420.053 2.346.026 10.305.553 880.162.779
3
35.063.08
2002 218.876.625 458.536.723 158.570.739 2.6056.244 10.626.816 884.279.229
2
35.493.81
2003 220.125.943 430.863.163 161.439.935 2.778.783 11.805.630 862.507.273
9
36.454.55
2004 218.668.177 417.423.119 165.587.797 3.087.708 12.212.118 853.433.476
7
37.638.60
2005 233.616.573 326.121.193 178.500.118 3.176.184 12.916.541 791.969.214
5
2006 243.147 289.212 180.550 3.286 13.154 38.442 767.790
2007 260.955 559.319 203.562 3.624 14.226 40.187 1.081.874
Cres %
19,0% 18,9% 40,3% 66,1% 47,7% 17,9% 22,9%
00/07
*Iluminação público, empresas de serviços públicos e consumo próprio.

97
Fonte: Celesc

Figura 46 – Evolução do Consumo de energia elétrica em Blumenau.

A CELESC é capaz de suprir a demanda estimada de 6.560 kVA para a


operação do SEST/SENAT, conforme consta em sua declaração apresentada
no ANEXO K.

3.2.4. Rede de Gás


A distribuição do gás natural canalizado em Santa Catarina é
responsabilidade da SCGÁS – Companhia de Gás de Santa Catarina que, com
821 km de extensão de redes, atende a, aproximadamente, 1.645 clientes no
total de 53 municípios do estado.
Os municípios de Gaspar, Blumenau, Indaial, Timbó e Pomerode são os
cinco que possuem rede instalada de gás natural dentro da área de
abrangência da SDR-Blumenau, o que pode ser considerado uma vantagem
competitiva para estas cidades no que se refere à implantação de novas
indústrias (Tabela 18).

98
Tabela 18 - Atendimento de Gás Natural 2007
2005 2007
Município Postos Postos
Industrias ( nº) GNV (nº) Indústrias (nº) GNV (nº)
Blumenau 13 3 18 9
Gaspar 1 0 1 2
Indaial 1 1 4 2
Pomerode 0 0 0 0
Timbó 3 0 4 1
Fonte: SCGÁS, 2007

Segundo o observatório do desenvolvimento regional elaborado pela


FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau, as indústrias são as
mais beneficiadas pelo gás natural canalizado, e este oferece vantagens para o
setor terciário por permitir um controle mais preciso da temperatura das
caldeiras, além de poluir menos que a queima de madeira.
A SC Gás não dispõe de tubulações na via do empreendimento,
tampouco o empreendedor possui uma demanda estimada para o consumo de
gás. No entanto, por possuir um restaurante pode vir a necessitar e poderá ser
beneficiado assim que a rede esteja disponível. A SC-Gás, já declarou a
possibilidade de expandir a rede se a demanda na região justificar. A Figura 47
apresenta o mapa da rede de distribuição da companhia na área de influência
do empreendimento. O mapa é disponibilizado ao norte até a região
apresentada, não alcançando a porção do Itoupava Central onde o
empreendimento está inserido.

99
Figura 47 – Rede de tubulação de gás natural canalizado na região do empreendimento -
SCGÁS – Companhia de Gás de Santa Catarina. Fonte: SCGÁS, 2007.

3.2.5. Coleta de Resíduos e sua Destinação


A coleta e destinação dos resíduos de Blumenau são, desde 2002,
responsabilidade do SAMAE, que propõe o tratamento mecânico-biológico,
onde os resíduos são dispostos em leiras com até 3m de altura e são areados
naturalmente, levando oito meses para decomposição e desidratação, sem
gerar cheiro, gases e chorume. De acordo com o SAMAE, em 2006 o perfil dos
resíduos de Blumenau era o seguinte:

100
Tabela 19 – Perfil dos resíduos gerados em Blumenau
Composição do Lixo
Domiciliar %
Matéria Orgânica 52,0
Papel 15,9
Plásticos 10,5
Metais 7,5
Vidros 6,2
Rejeitos 4,4
Têxteis 1,7
Madeira 1,4
Borracha 0,4
Fonte: SAMAE, 2006

Segundo a declaração emitida pelo SAMAE (ANEXO L), a capacidade


de coleta do SAMAE restringe-se à, aproximadamente, 2.600 litros/mês, não
sendo possível realizar a coleta dos resíduos do SEST/SENAT. Para tanto, o
SAMAE recomenda a contratação de um serviço de coleta terceirizado por
parte do empreendimento. A declaração também informa que os resíduos
coletados poderão ser encaminhados para o Aterro Controlado da Parada I,
onde será realizado seu transbordo e disposição final em Aterro Sanitário
devidamente licenciado.
O ANEXO L apresenta a empresa BLUMETERRA COMÉRCIO E
SERVIÇOS LTDA, que coletará os resíduos do empreendimento.

3.2.6.1 Coleta Seletiva


A coleta seletiva em Blumenau, implantada desde 2004, é responsabilidade do SAMAE
e é realizada de duas formas: pelos caminhões em um roteiro pré-estabelecido, com a
divisão do município em setores, permitindo que cada região tenha os materiais
recolhidos uma vez por semana; e pela chamada coleta especial, onde as pessoas
solicitam por telefone e os pick-ups recolhem nas residências. Existe também a

101
alternativa de levar o material até o galpão de triagem, localizado no Bairro Salto do
Norte, na Rua Eng. Udo Deeke.
Em sua declaração (ANEXO L), o SAMAE também confirma sua
capacidade de atendimento a coleta dos resíduos recicláveis e informa que a
mesma é realizada todas as quintas feiras na Rua Ricardo Georg.

3.3 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE USO COMUNITÁRIO

3.3.1 Educação
A Tabela 20 a seguir retrata os números de matrículas efetuadas em todos os
níveis de educação na Cidade de Blumenau, desde a pré-escola até o ensino superior
segundo os dados do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira entre os anos de 1999 e 2008.

Tabela 20 - Números de matrículas efetuadas nas redes de educação de Blumenau.


Ens.
Ens. Infantil Pré- Educ. Jovens e
Anos Educ. Superior Ens. Médio Fundamental escola Adultos
1999 10.167 13.890 46.773 7.065 11.551
2000 11.101 14.719 47.125 6.796 9.478
2001 11.612 14.582 45.557 7.121 11.251
2002 12.458 14.365 44.839 7.329 5.018
2003 14.239 15.180 44.578 7.362 3.452
2004 14.699 15.740 44.409 7.151 4.030
2005 - 14.838 41.584 9.417 2.748
2006 - 13.697 41.872 7.805 14.293
2007 - 11.654 42.215 7.398 3.981
2008 - 11.515 41.830 7.763 3.529
Média 12.380 14.018 44.078 7.520 6.933
Fonte: INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

Já segundo os dados fornecidos pela Secretaria de Estado da


Educação, em 2009 foram matriculados aproximadamente 66.149 alunos no

102
ensino regular na cidade de Blumenau. Destes, 14.055 compõem a educação
infantil, 40.648 o ensino fundamental e 11.446 alunos o ensino médio. A rede
conta com um total de 200 unidades escolares, sendo 50 escolas privadas, 32
estaduais e 118 municipais.
Nos bairros definidos como área de influência do empreendimento -
Fidélis, Vila Itoupava, Itoupava Central e Itoupavazinha, estudam
aproximadamente 10.678 crianças e adolescentes, distribuídos por 43
unidades, sendo 3 da rede estadual, 33 da rede municipal de ensino e 1 da
rede privada.
As Tabelas 21, 22, 23 e 24 apresentam os números de matrículas e as
etapas de ensino oferecidas por cada escola dos bairros supracitados em
2009.

Tabela 21 – Matrículas nas unidades escolares estaduais da área de influência do empreendimento no


ano de 2009.
Matrículas Escolas Estaduais
Funda-
Escola Endereço
Infantil mental Médio Total
EEB Jonas R Coelho Neves R Denis Diderot, s/n° - Fi delis 0 374 86 460
EEB CEL Pedro Christiano R Henrique Conrad, 145 – Vila
Feddersen Itoupava 0 502 202 704
R Dr. Pedro Zimmermann, 9611 –
EEB Emilio Baumgart Itoupava Central 0 446 600 1.046
TOTAL 0 1.322 888 2.210
Fonte: Secretaria de Estado da Educação, 2010.

Tabela 22 – Matrículas nas unidades escolares municipais da área de influência do empreendimento


no ano de 2009.
Matrículas Escolas Municipais
Funda-
Escola Endereço Infantil mental Médio Total
R Dr. Pedro Zimmermann, 2461 -
EBM Pedro I Itoupava Central 49 613 0 662

103
EM Frederico Sievert R Viena, 2290 – Vila Itoupava 5 20 0 25
R Dr. Pedro Zimmermann, 12406 -
EBM Duque De Caxias Itoupava Central 0 372 0 372
R Dr. Pedro Zimmermann, 5900 -
EBM Anita Garibaldi Itoupava Central 73 1.114 0 1.187
R Franz Volles, 1930 - Itoupava
EBM Visconde De Taunay Central 50 838 0 888
R Walter Knaesel, s/n° - Itoupava
EBM Lore Sita Bollmann Central 27 314 0 341
EBM Wilhelm Theodor R Perola Do Vale, 377 - Itoupava
Schurmann Central 44 475 0 519
EBM Prof Rodolfo
Hollenweger R Hermann Lange, 2230 - Fidelis 21 243 0 264
EBM Prof João Joaquim
Fronza R Phillipp Bauer, 1391 - Itoupavazinha 0 548 0 548
EBM Prof Friedrich Karl R Ricardo Georg, 1897 - Itoupava
Kemmelmeier Central 0 307 0 307
EIM Prof Ella Schwanke R Dr Pedro Zimmermann, 23623 - Vila
Eichstadt Itoupava 17 22 0 39
R Frederico Jensen, 3139 –
EBM Felipe Schmidt Itoupavazinha 0 850 0 850
EM Erich Klabunde R Braço do Sul, 2838 - Vila Itoupava 26 44 0 70
EM Carlos Manske R Artur Hertel, 4203 – Vila Itoupava 10 13 0 23
R Augusto Bauer, 1294 – Vila
EIM Willy Muller Itoupava 14 30 0 44
R Wilhelm Knaesel Senior, 3000 -
EIM DR Blumenau Itoupava Central 13 31 0 44
R Erich Meyer, 4599 - Itoupava
EIM Alves Ramos Central 31 32 0 63
R Frederico Jensen, 1039 –
EBM Olga Rutzen Itoupavazinha 0 290 0 290
CEI Leonardo Laurindo R Frederico Jensen, 2507 –
Terres Itoupavazinha 52 0 0 52
CEI Walter Rosemann R Prof Hermann Lange, 2268 - Fidelis 61 0 0 61
R Acácio Bernardes, 74 - Itoupava
CEI Profª Lenyr Peiter Starke Central 73 0 0 73

104
R Godo Deeke, 160 – Itoupava
CEI Alwin Knaesel Central 82 0 0 82
CEI Profª Erna Anna Trapp R Erwin Manske, 5517 – Vila Itoupava 70 0 0 70
R Ernst Kaestner, 223 - Itoupava
CEI Profº Paulo Freire Central 127 0 0 127
CEI Johanna Conrad R Wolfgang Blank, 12 – Vila Itoupava 121 0 0 121
R Armin Pagel, 158 – Itoupava
CEI Prof Andrea Da Silva Central 100 0 0 100
R Leôncio João Deschamps, 163 -
CEI Franz Volles Itoupava Central 126 0 0 126
CEI Wilhelm Theodor R Perola Do Vale, 377 - Itoupava
Schurmann Central 170 0 0 170
CEI Frei Silvério Weber R Anhembi, 33 – Itoupavazinha 147 0 0 147
R Andre Davi Mees Simão, 240 –
CEI Paulo Zimmermann Fidelis 162 0 0 162
R Dr Pedro Zimmermann, 10139 -
CEI Nazaré Itoupava Central 105 0 0 105
CEI Robert Rudolph Barth R Carlos Duwe, 294 - Itoupavazinha 204 0 0 204
R Dr Pedro Zimmermann, 9186 -
CEI Cilly Jensen Itoupava Central 312 0 0 312
TOTAL 2.292 6.156 0 8.448
Fonte: Secretaria de Estado da Educação, 2010.

Tabela 23 – Matrículas na unidade escolar privada da área de influência do


empreendimento no ano de 2009.
Matrículas Escolas Privadas
Funda-
Escola Endereço Infantil mental Médio Total
JI Evangélico Johana
Conrad R Otilia Passold, 36 – Vila Itoupava 20 0 0 20
Fonte: Secretaria de Estado da Educação, 2010.

105
Tabela 24 – Total de Matrículas nas unidades escolares da área de influência do empreendimento no
ano de 2009.
TOTAL MATRÍCULA
Infantil Fundamental Médio Total
2312 7478 888 10678
Fonte: Secretaria de Estado da Educação, 2010.

Número de Docentes

A Tabela 25 mostra a evolução no número do quadro de docentes entre


os anos de 1999 e 2003.

Tabela 25: Número de Docentes no Município


Educ. Ens. Ens. Educ. Ens. Jovens
Ano Infantil Fundamental Médio Especial e Adultos Total
1999 897 2.236 707 58 174 4.072
2000 975 2.284 749 53 178 4.239
2001 1.029 2.133 760 54 214 4.190
2002 1.088 2.315 708 57 246 4.414
2003 1.140 2.268 750 57 229 4.444
Evolução no período
2003/1999 27,10% 1,40% 6,10% -1,70% 31,60% 9,10%
Fonte: Ministério da Educação.

Dados recentes da Secretaria de Estado da Educação apontam o


número de docentes por atuação do ensino fundamental e médio nas escolas
estaduais e municipais, no ano de 2009. No total, as escolas com atuação no
ensino médio, sendo privadas e estaduais, contam com a presença de 657
professores; já as escolas de ensino fundamental, sendo as municipais, as
estaduais e as privadas, apresentam 2.162 professores em seu quadro geral.
Quanto às unidades escolares situadas na área definida como de influência do
empreendimento, as do Estado contam com um quadro de 153 professores,

106
distribuídos entre ensino médio e fundamental; já as municipais, somente com
o ensino fundamental, apresentam um quadro de 402 profissionais
capacitados.

Ensino superior
Não há instituições de ensino superior na Área de Influência do
empreendimento.

3.3.2. Cultura
A cultura da Cidade de Blumenau é conhecida nacionalmente por seu
perfil germânico, oriundo de toda a influência herdada de seus colonizadores
europeus. Construções no estilo enxaimel e restaurantes oferecendo comidas
típicas, comprovam a arquitetura e gastronomia alemãs que, junto às festas e
clubes de caça e tiro, transmitem a cultura germânica predominante na cidade.
A Oktoberfest é considerada a maior festa alemã que acontece fora da
Alemanha e a maior festa alemã do Brasil. Foi criada em Blumenau em 1984 e,
desde então, atrai pessoas de todo o país que buscam desfrutar suas
peculiaridades.
No Centro da Cidade pode-se observar desde a abundância das
construções no estilo enxaimel, lojas de suvenirs e restaurantes típicos, até
equipamentos culturais como o Teatro Carlos Gomes e museus, como o
Mausoléu Dr. Blumenau, o Museu da Cerveja e o Museu da Família Colonial.
O Teatro Carlos Gomes é o maior equipamento de cultura da cidade.
Inaugurado em 1939, é até hoje palco dos maiores espetáculos apresentados
na cidade. No teatro também funciona a sede da Sociedade Dramático Musical
Carlos Gomes, que mantém a Escola de Música e sua Orquestra Prelúdio, a
Escola de Ballet Pró-Dança, a Carona Escola de Teatro e a Orquestra de
Câmara de Blumenau.
A Fundação Cultural de Blumenau coordena através de suas unidades
diversos programas de fomento à cultura, preservação da memória e das artes.
Em 2006, criou o Roteiro Cultural, por onde, gratuitamente, os organizadores

107
divulgam os eventos culturais do mês, através de um folder digital que é
encaminhado para endereços eletrônicos cadastrados.
No Bairro Itoupava Central, mais precisamente na via do
empreendimento (Rua Dr Pedro Zimmermann), funcionam duas unidades do
Patrimônio Histórico e Museológico de Blumenau: A Casa da Memória da
Escola Nº1 e o Centro Cultural da Vila Itoupava.
Segundo a Diretoria de Patrimônio Histórico e Museológico de
Blumenau, a Casa da Memória da Escola Nº1 tem a finalidade de manter e
realizar atividades de extensão sócio-culturais e atender aos anseios da
comunidade da Itoupava Central. Já o Centro Cultural objetiva estudar e
incentivar a proteção do meio ambiente paisagístico, arquitetônico, histórico e
cultural da região.

3.3.3. Saúde
O bem-estar e qualidade de vida da população, assim como os
investimentos públicos nesta área, podem ser demonstrados com clareza por
indicadores da área da saúde.
Os índices de mortalidade infantil de Blumenau cresceram e
decresceram ao longo dos anos (Tabela 26), estando na média de 12,27 óbitos
a cada 1000 nascimentos vivos do ano de 1998 a 2008, aproximando-se da
taxa de países com os melhores índices de desenvolvimento humano.

Tabela 26 - Taxa mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) e


mortalidade por ano (por mil habitantes) - 1996 a 2008
Ano infantil por ano
1997 15,9 5,14
1998 17,8 4,99
1999 11,9 4,96
2000 10,0 4,48
2001 12,0 4,53
2002 9,6 4,73
2003 11,6 4,99

108
2004 10,6 5,27
2005 5,9 5,14
2006 7,9 5,07
2007 12,0 5,07
2008 13,4 5,11
Fonte: Ministério da Saúde- SIH/SUS, SAI/SUS e Fundo Nacional de
Saúde

3.3.3.1. Unidades e Profissionais de Saúde


O Ministério da Saúde classifica os serviços de saúde em: baixa, média
e alta complexidade. A gestão ou responsabilidade para gerenciar esses
serviços varia de um município para outro, sendo Blumenau classificado com a
Gestão Plena de Sistema, pois tem capacidade para prestar serviços de saúde
de média e alta complexidade, como por exemplo: Tomografia, Ressonância
Magnética, Endoscopia além de Radioterapia, Cirurgias Cardiovasculares, etc.,
tornando-se um centro de referência para a população de outros municípios.
Blumenau possui quatro hospitais gerais conveniados com o Sistema
Único de Saúde e os tratamentos mais complexos são de responsabilidade
destes hospitais, atendendo 13 outras cidades do Médio Vale, principalmente
as que compõem a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí-Açú
(AMMVI).
No Município de Blumenau existiam, em 2004, 1,2 leitos para cada 1.000
habitantes, totalizando 328 leitos disponíveis no município. Havia, naquela
data, 1.050 profissionais da saúde cadastrados no Ministério da Saúde, sendo
314 enfermeiros, 97 odontólogos, 27 fisioterapeutas, 601 médicos e 11
farmacêuticos.
Em fase de construção está o novo Hospital da Cooperativa Médica
Unimed, que deverá fazer atendimentos aos seus cooperados e atendimentos
particulares. Este novo hospital geral irá disponibilizar 200 novos leitos ao
município.
Além dos hospitais, o município dispõe de sete ambulatórios gerais sob
responsabilidade da Secretaria de Saúde, cinco Unidades Avançadas de

109
Saúde (UAS), e 39 equipes do Programa de Saúde da Família (PSF), onde já
foram cadastrados mais de 38 mil famílias e cerca de 137 mil pessoas.
Disponibiliza também centros de referências como a Policlínica, o Centro de
Atenção Psicossocial (Caps), o Centro de Referência em Saúde do
Trabalhador (Cerest), o Núcleo Integrado de Atendimento ao Fissurado (Niaf),
além de outros serviços; como o Centro de Testagem e Aconselhamento
(CTA), Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica, Central de Ambulância, Banco
de Leite e Laboratório Municipal.
Blumenau também possui uma policlínica, instalada na Rua 2 de
Setembro, no Bairro Itoupava Norte, que é uma unidade de referência e
especialidades, e atende à cidade e outros municípios do Vale do Itajaí.
Oferece para a população médicos especialistas, exames e medicamentos de
alto custo, pequenas cirurgias e consultas. São 27 consultórios e 163
profissionais para atender cerca de 12 mil usuários do SUS por mês, em 25
especialidades médicas. Na policlinica está instalado o Núcleo Integrado de
Atendimento ao Fissurado, um serviço que presta atendimento especializado
aos portadores de lesões lábio-palatais, oportunizando o tratamento terapêutico
adequado às suas necessidades. Atende mais de 280 pacientes de Blumenau
e diversas cidade do Vale do Itajaí.
De acordo com o Diagnóstico Técnico do Município – Revisão do Plano
Diretor 2005/2006, dentro da área de influência do empreendimento encontra-
se um Ambulatório Geral dos 8 existentes no município, o Ambulatório Itoupava
Central, localizado na Rua Dr. Pedro Zimmermann. Em um Ambulatório Geral
encontram-se serviços de clínica geral, pediatria, ginecologia, odontologia,
fonoaudiologia, psicologia, serviço social, enfermagem, grupos terapêuticos e
de educação em saúde, imunização, distribuição de medicamentos, pequenas
cirurgias e exames preventivos.
No município existem também as Unidades Avançadas de Saúde. Estas
unidades são de atendimento básico de menor grau de complexidade e
oferecem clínica geral, pediatria, procedimentos de enfermagem e distribuição
de medicamentos. Em Blumenau encontram-se 7 destas, das quais uma é de

110
interesse do presente estudo: a Unidade Martin Volles, localizada no bairro do
empreendimento, na Rua Franz Volles.
O Diagnóstico Técnico ainda apresenta 29 Unidades de Saúde Bucal em
Blumenau, das quais 7 estão localizadas na área de influência do
SEST/SENAT. Três no Bairro Itoupavazinha: Unidade Felipe Schmidt, Rua
Frederico Jensen; Unidade Pedro I, Rua Dr Pedro Zimmermann e Unidade
Doutor Armando Odebrecht, Rua Professor Jacob Ineichen; uma no Bairro Vila
Itoupava: Unidade Vila Itoupava, Rua Henrique Conrad e outras 3 no bairro do
empreendimento, Itoupava Central: Unidade CAIC na rua Pérola do Vale e as
Unidades Anita Garibaldi e Ambulatório Geral Itoupava Central na Rua Dr.
Pedro Zimmermann.
Outro equipamento de saúde que merece atenção neste estudo é o
Hospital Misericórdia, localizado no Bairro Vila Itoupava, área de influência do
empreendimento. Conveniado ao Sistema Único de Saúde, este hospital é um
dos quatro existentes em Blumenau e é responsável por tratamentos
complexos como internações e cirurgias, além de atendimento a urgências e
emergências.

3.3.4. Esporte e Lazer – Praças, Parques e Áreas Verdes


Blumenau, por seu tamanho e número de habitantes, carece de espaços
de esporte, lazer e demais meios de convívio social. Quando se vê sem
opções, o blumenauense ruma ao litoral, ao shopping, ou até mesmo à casa de
parentes, isolando-se em pequenos círculos de convívio social.
Porém, com o Projeto da Secretaria de Planejamento Urbano “Blumenau
2050”, esta realidade durará pouco. Para curtos prazos já são previstas
reurbanizações de vias, parques, praças, mobiliários urbanos e outros projetos
de esporte e lazer para melhor qualidade de vida da população.
De acordo com dados de 2008 da mesma secretaria, existem no
município 66 praças, 9 largos e 1 passeio público, dos quais 4 praças e 1 largo
encontram-se na área de influência do empreendimento (Tabela 27).

111
Tabela 27 - Equipamentos de Lazer (Largos e Praças) no bairro do empreendimento e sua área de
influência
Bairro Praça - Largo - Passeio Endereço
Vila Itoupava Largo da Intendência R. Henrique Conrad
Vila Itoupava Praça Claus Feldmann R. Henrique Conrad
Vila Itoupava Praça Dr. Alfredo Hoes R. Henrique Conrad
Vila Itoupava Praça Johanna Konrad R. Henrique Conrad
Vila Itoupava Praça Klaus Feldmann R. Henrique Conrad
Fonte: Diagnóstico Técnico do Município – Revisão do Plano
Diretor 2005/2006

Quanto aos equipamentos de Esporte e Lazer, o mais atual cenário,


apresentado pelo Diagnóstico Técnico do Município 2005/2006, indica 88
equipamentos, dentre os quais 30 % estão localizados na área de interesse do
empreendimento, como mostra a Tabela 28 a seguir:

Tabela 28 - Equipamentos de Lazer (Clubes e Associações) no bairro do empreendimento e


sua área de influência.
Bairro Equipamento Endereço
Itoupava Central Clube de Caça e Tiro Estrada Carolina Estrada Carolina
Rua Dr. Pedro
Itoupava Central Clube de Caça e Tiro Ribeirão Itoupava Zimmermann, 4550
Itoupava Central Clube de Caça e Tiro União Rua Paulo Zingel Filho
Itoupava Central Sociedade Esportiva Recreativa Cruzeiro Rua Jacob Ineichen
Rua Pedro Zimmermann,
Itoupava Central Sociedade esportiva Recreativa Itoupava Alta 11406

Itoupava Central Sociedade Esportiva Recreativa Nova Aurora Rua Guilherme Scharf
Rua Dr Pedro
Itoupava Central Sociedade Recreativa Esportiva Alvorada Zimmermann
Sociedade Recreativa Esportiva Cultural Rua Dr Pedro
Itoupava Central Concórdia Zimmermann
Itoupava Central Sociedade Recreativa Esportiva Liberdade Rua Rio Bonito, 900
Associação de Moradores Loteamento Pôr do
Itoupava Central Sol Rua Alex Borchardt

112
Itoupava Central Associação de Moradores Rua Carlos Roesel Rua Carlos Roesel
Itoupava Central Associação de Moradores Rua Erich Belz Rua Erich Belz
Itoupava Central Associação de Moradores Rua Franz Volles Rua Franz Volles
Rua Frederico Jensen,
Itoupavazinha Clube de Caça e Tiro Itoupavazinha 2350
Associação de Moradores Rua Oscar
Itoupavazinha Dieckmann e Adjacentes Rua Oscar Dieckmann
Fidélis Associação de Moradores Vila Jonas Neves Rua Godofredo Rangel
Fidélis Sociedade recreativa Esportiva 1 de Janeiro Rua 1 de Janeiro
Rua Guilherme Scharf,
Fidélis Associação Atlética Cultural ALTONA 210
Vila Itoupava Clube de Caça e Tiro Itoupava Rega Rua Erwin Manske
Sociedade Recreativa Esportiva Treze de
Vila Itoupava Maio Rua 13 de Maio
Rua Henrique Conrad,
Vila Itoupava Sociedade Esportiva Recreativa Primavera 1260
Vila Itoupava Sociedade Recreativa Desportiva Serrinha Rua dos Atiradores, 37
Associação Recr. Desp. Cultural Empregados
Vila Itoupava Haco Rua Saxônia
Vila Itoupava Clube de Caça e Tiro XV de Novembro Rua Sarmento
Vila Itoupava Clube de Caça e Tiro Balão Tiroles Rua Erwin Manske
Vila Itoupava Clube de Caça e Tiro Braço do Sul Rua Braço do Sul
Fonte: Diagnóstico Técnico do Município – Revisão do Plano
Diretor 2005/2006

Como ocorre nos bairros da área de influência do empreendimento, a


prática de esportes na Cidade de Blumenau, em geral, é realizada em clubes e
associações esportivas. Existem poucas opções públicas de áreas e
programas que atendam este setor. Apesar da reconhecida competência de
Blumenau na área esportiva de competição (o maior destaque são os Jogos
Abertos), a manutenção desta competência está dissociada das oportunidades
de lazer esportivo, que representam uma necessidade social da população de
forma geral. Por outro lado, a geografia da cidade oferece rios com corredeiras
e montanhas no seu entorno, ideal para os esportes radicais como o rafting,

113
trekking, ciclismo, canyoning e rapel, que podem ser praticados no Rio Itajaí-
Açú e no Parque Ecológico Spitzkopf.
Para os turistas, Blumenau oferece diversas opções de lazer. Um
exemplo é a Oktoberfest, considerada a segunda maior festa da cerveja e do
chopp do mundo, realizada na vila Germânica; este evento surgiu no ano de
1984 e até hoje torna Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina
no mês de outubro. A Oktoberfest oferece gastronomia, cultura alemã, danças
e músicas folclóricas trazidas pelos colonizadores provenientes da Alemanha.
O Município de Blumenau possui atrações como o comércio em geral
(malhas, cristais, artigos de cama, mesa, banho, e artigos de informática), e o
Shopping Neumarkt. Outros pontos turísticos são a ponte metálica, a sede da
Prefeitura Municipal e o Teatro Carlos Gomes. Dentre os atrativos culturais
para moradores e turistas cita-se: o Mausoléu Dr. Blumenau, onde estão os
restos mortais do fundador da cidade, o Museu da Água, o Museu da Cerveja,
o Museu da Família Colonial, o Museu de Ecologia Fritz Müller e o Museu do
Cristal.

3.3.5. Habitação
De acordo com o último censo do IBGE (2010) Blumenau possui um
total de 110.252 domicílios sendo 110.095 domicílios particulares e 157
domicílios coletivos.
Quanto aos dados sobre os domicílios nos bairros, estes provêm do
Censo de 2000 e informavam a presença de 3.544 domicílios no bairro do
empreendimento, ficando atrás somente do Bairro Itoupavazinha (Tabela 29).
Tabela 29 - População e domicílios por bairros - Blumenau 2000
2000 Pessoas por
Bairros Domicílios População domicílio
Itoupava Central 3.544 12.470 3,5
Itoupavazinha 4.353 15.755 3,6
Fidélis 2.448 8.894 3,6
Vila Itoupava 406 1.366 3,4
Fonte: IBGE, 2000

114
Quanto aos tipos de domicílios localizados na área de interesse do
estudo, a maioria dos imóveis eram casa, representando 98 % dos domicílios
no Bairro Itoupava Central (Tabela 30).

Tabela 30 - Número de domicílios segundo tipo


Tipo do Domicílio
Bairro Casa Apartamento TOTAL
Itoupava Central 3.470 44 3.544
Itoupavazinha 4.247 73 4.353
Fidélis 2.419 20 2.448
Vila Itoupava 392 14 406
Fonte: IBGE, 2000

Outro dado de interesse consistia na condição de ocupação dos


domicílios, onde 85% eram ocupados por seus proprietários no bairro do
empreendimento (Tabela 31).

Tabela 31 - Domicílios por condição de ocupação


Condição de Ocupação do Domicílio
Bairro Próprio Alugado Cedido Outros TOTAL
Itoupava Central 3.018 377 141 149 3.544
Itoupavazinha 3.504 647 195 202 4.353
Fidélis 2.117 232 94 99 2.448
Vila Itoupava 349 29 28 28 406
Fonte: IBGE, 2000

3.4 PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ÁREAS DE RELEVÂNCIA AMBIENTAL

3.4.1. Indicação dos bens tombados ou cadastrados do patrimônio


histórico
De acordo com o Parecer Técnico SEPLAN/GPH n° 008/ 2011
apresentado no ANEXO M, na Área de Vizinhança Imediata do SEST/SENAT
existem 13 edificações inscritas no Cadastro do Patrimônio Histórico,

115
Arquitetônico, Paisagístico e Cultural do Município e 01 edificação Tombada
pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. A seguir nas figuras 48
a 53, as edificações com maior proximidade ao empreendimento.

Figura 48 – Edificação cadastrada no Patrimônio Histórico.


Rua Pedro Zimmermann, ao lado 8260.

Figura 49 – Edificação cadastrada no Patrimônio Histórico.


Rua Pedro Zimmermann, 8.800.

116
Figura 50 – Edificação cadastrada no Patrimônio Histórico.
Rua Pedro Zimmermann, 8.450.

Figura 51 – Edificação cadastrada no Patrimônio Histórico.


Rua Pedro Zimmermann, 9.702.

117
Figura 52 – Edificação cadastrada no Patrimônio Histórico.
Rua Ricardo Georg, 1.818.

Figura 53 – Edificação cadastrada no Patrimônio Histórico.


Rua Ricardo Georg, 1.861.

O Mapa 08 apresenta as distâncias estimadas entre o empreendimento


e as edificações supracitadas.

118
81
3.4.2. Áreas de Relevância Ambiental
Em Blumenau estão localizadas 2 Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPN), a RPPN Bugerkopf e a RPPN do Parque Ecológico Artex.
Ambas foram criadas em 1992 e preservam juntas 5.378,23 ha de Mata
Atlântica, sendo que a Bugerkopf preserva 82,07ha e a Artex 5,29 ha.
Outra área de preservação ambiental a nível federal que engloba o
município de Blumenau é o Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), criado
em 04 de junho de 2004 está situado inteiramente no Vale do Itajaí abrangendo
uma área de 57,37 ha de Mata Atlântica (3ª maior reserva de mata atlântica do
país), distribuídos em nove municípios: Blumenau, Indaial, Apiúna, Ascurra,
Presidente Nereu, Vidal Ramos, Botuverá, Guabiruba e Gaspar. O PNSI
Encontra-se inserido na bacia hidrográfica do rio Itajaí, localizada na porção
nordeste do estado de Santa Catarina. A reserva abrange importante área da
Bacia, já que esta abriga as nascentes dos principais ribeirões que cortam e
abastecem os nove municípios nos quais ele está inserido. O PNSI representa
0,05 % da área total original do bioma Mata Atlântica no Brasil e 0,55 % da
área remanescente de Mata Atlântica. É um dos três grandes fragmentos
florestais ainda existentes em Santa Catarina, se situando geograficamente
entre o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ao sul e a região de São Bento
do Sul – Serra da Dona Francisca ao norte. A área do PNSI representa 2,5 %
dos remanescentes de Floresta Atlântica de Santa Catarina, além de se tratar
da segunda maior Unidade de Conservação de Proteção Integral Federal do
bioma no sul do Brasil.
Mesmo não compondo nenhuma unidade de conservação, os morros
que circundam a área de influencia do empreendimento possuem o mesmo
grau de relevância já que abrigam importantes remanescentes florestais da
Mata Atlântica, assim como exemplares da fauna regional. Por isso grande
parte das destas áreas são consideradas pelo Zoneamento Urbano, como
Zona de Proteção Ambiental (Declividade superior a 30% e inferior a 100% e
ou que suas características geológicas, geomorfológicas e ecológicas,

120
determinem sua proteção) e Área de Preservação Permanente/ Topo de morro
(Área com restrição de ocupação definida pelo órgão ambiental competente).
Também a bacia hidrográfica ribeirão Itoupava, segunda maior de
Blumenau onde o empreendimento está inserido, possui enorme relevância
ambiental para o município. A descrição desta bacia será abordado no 3.6.
Bacia Hídrográfica e Drenagem Pluvial.

3.5 SISTEMA VIÁRIO E DE TRANSPORTES NA ÁREA DE INFLUÊNCIA

3.5.1. Sistema Viário


O Sistema Viário Básico na área de influência do SEST/SENAT,
apresenta importantes vias arteriais e coletoras, destacando-se as ruas Dr.
Pedro Zimmermann (SC-474), Gustavo Zimmermann, Jacob Ineichen, Carlos
Krueger, Franz Volles, Erich Belz, Rudolf Walter. Ricardo Georg, Erich Meyer, e
Paulo Ziegel Filho, vide Mapa 09 - Sistema Viário da Área de Influência do
Empreendimento. Todas estas vias têm bom gabarito e várias têm alargamento
de alinhamento previsto no Plano Diretor.
O local escolhido para implantação do SEST/SENAT é atendido
diretamente pela Rua Ricardo Georg e indiretamente pelas Ruas Dr. Pedro
Zimmermann e Jacob Ineichen, conforme Mapa 09 - Sistema Viário Básico da
Área de Influência do Empreendimento.
A rua Dr. Pedro Zimmermann apresenta bastante congestionamento no
horário de pico em virtude de ligar a BR 470 e toda Região das Itoupavas em
direção a Massaranduba, BR 280 e à BR 101, com conflitos ocasionados
principalmente pelos movimentos de conversões nas entradas e saídas das
ruas transversais e imóveis lindeiros à Dr. Pedro Zimmermann.
A região do entorno do empreendimento é composta na sua maioria por
população de classe média, com índice de motorização significativo, como em
toda cidade. Percebe-se também que grande parcela da população utiliza o
transporte coletivo, havendo também muitas viagens de motocicleta e ainda um
pequeno percentual de ciclistas.

121
Dentre as vias projetadas da região que permitirão desafogo de tráfego,
principalmente de automóveis e caminhões que farão o trajeto de Blumenau
sentido Massaranduba e vice-versa, está a Via Projetada Nº 22
(Prolongamento da Rua Arno Delling até a Paulo Ziegel Filho). Esta via
também cortará a Rua Ricardo Georg, favorecendo grandemente os usuários
do SEST/SENAT, os quais não mais dependerão da rua Dr. Pedro
Zimmermann.
Outra via projetada importante para o empreendimento é a via projetada
Nº 100 (Ligação da Via Projetada Nº 22 até a Rua Dr. Pedro Zimmermann).
A Prefeitura Municipal de Blumenau também projeta a implantação de
Sistemas de Retorno ao longo da Rua Dr. Pedro Zimmermann para garantir a
segurança dos motoristas nas conversões e conseqüentemente diminuir o risco
de acidentes, aumentando a fluidez do trânsito. Está previsto a implantação de
um sistema de retorno nas proximidades do SEST/SENAT, Retorno número 05,
localizado no KM 59 + 450 metros, entre as ruas Carlos Zwelow e Ricardo
Georg.

3.5.2. Transporte Coletivo


Pode-se afirmar que a região da vizinhança imediata será bem atendida
pelo transporte coletivo com o aumento da população a ser causado por sua
implantação. Conforme se verifica no Mapa 10 - Transporte Coletivo na Área
de Influência, atualmente a Linha 122 – Via Moinho, a Linha 214 – Cidadão III e
a Linha 106 – Itoupava Central, são as linhas que passam pela Rua Ricardo
Georg e atenderão diretamente o empreendimento.
A linha 106 – Itoupava Central é provavelmente a que será mais utilizada
pelos usuários do SEST/SENAT, considerando que seu intervalo é muito bom,
aproximadamente 15 minutos.
Tramita também na Prefeitura Municipal de Blumenau, o projeto de um
Terminal Urbano de ônibus no Distrito Industrial da Itoupava Central,
imediações da antiga Cia. Jensen, o qual beneficiará ainda mais todos os
usuários de transporte coletivo na região e naturalmente do empreendimento.

122
Quanto à localização dos pontos de ônibus, o empreendimento dista
aproximadamente 700 metros do ponto de parada, o qual já é dotado de
abrigo. Assim, devem ser previstos pontos de paradas com abrigos mais
próximos do empreendimento, favorecendo os usuários do SEST/SENAT.

123
120
121
122
123
3.6. BACIA HIDROGRÁFICA E DRENAGEM PLUVIAL

Segundo dados da Agência Nacional de Águas – ANA e da Empresa de


Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – EPAGRI, Blumenau
insere-se em duas bacias hidrográficas do estado: na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-
Açu e na Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu (Mapa 11).

126
126
O empreendimento encontra-se na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu,
inserido em uma de suas sub-bacias, a Bacia do Ribeirão Itoupava Norte, que
estrutura-se sentido norte-sul (Figura 54).

Figura 54 – Ribeirão Itoupava Norte como afluente do Rio Itajaí Açu.


Fonte: Comitê do Rio Itajaí Açu.

A Bacia do Ribeirão Itoupava do Norte tem como curso de água principal o


Ribeirão homônimo. A bacia apresenta 8 microbacias em sua área, a saber:
Microbacia Córrego Jensen, Microbacia Córrego Tatutiva 1, Microbacia Córrego
Tatutiva 4, Microbacia Córrego Tatutiva 3, Microbacia Ribeirão Carolina, Microbacia
Ribeirão Fidélis, Microbacia Ribeirão Itoupava Alto e Microbacia Ribeirão Rothirs
(Figura 55).

128
Figura 55 – Bacia do Ribeirão Itoupava do Norte Fonte: Prefeitura Municipal de
Blumenau.

Na vizinhança do empreendimento encontram-se o ribeirão Itoupava Norte, o


Córrego Jensen e um corpo d’água inominado que corta o empreendimento tornando-
se contribuinte do Córrego Jensen.

Macrodrenagem junto ao empreendimento

A drenagem do escoamento superficial no entorno do empreendimento é


formada por ravinamentos naturais. Os contribuintes a montante do Córrego Jensen
atualmente cercam-se de habitações, e a sua jusante encontra-se o entorno do
empreendimento, que é bem marcado por vazios urbanos permeáveis que possibilitam
a infiltração da água pluvial gerada, com exceção da Rua Ricardo Georg, via
pavimentada que dá acesso ao SEST/SENAT (Figura 56).

129
Figura 56 – Corpos d’água na vizinhança imediata do empreendimento.

O Ribeirão Itoupava do Norte corre a leste da Avenida Dr. Pedro Zimmermann,


a aproximadamente 700 m ao leste da gleba a ser instalado o empreendimento. O
Itoupava do Norte segue margeando a Avenida tanto para o Norte quanto para Sul,
sem cruzar a estrada recebendo contribuições das demais microbacias que o
abastecem vindas do leste e do oeste, como é o caso da Microbacia Córrego Jensen.

Caracterização Física da Sub-bacia

As características físicas de uma bacia hidrográfica influenciam nos processos


hidrológicos como a infiltração, a quantidade de água produzida como deflúvio, a
evapotranspiração e os escoamentos superficial e subsuperficial (TEODORO et al.,
2007).
Além da importância da caracterização morfométrica nos processos citados, a
escolha da bacia hidrográfica como unidade de estudo é um dos fundamentos da
Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433 instituída em 8 de janeiro de
1997.
A Microbacia do Córrego Jensen foi investigada a fim de obter-se uma maior
representatividade em relação à área de influência do terreno no tocante a hidrologia.
A sub-bacia pode ser identificada no Mapa 12.

130
128
Declividade das vertentes

A declividade das vertentes é o ângulo de inclinação da superfície local em


relação à horizontal. A declividade pode ser expressa em graus (0 a 90) ou em
porcentagem (0 a 360).
A declividade da área estudada foi obtida a partir do Modelo Digital de
Elevação (MDE) gerado a partir da carta do IBGE. Optou-se por gerar o Mapa de
declividade expresso em graus.
Foi realizada uma reclassificação dos valores de declividade utilizando a
classificação proposta pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA
(1979).

Coeficiente de Compacidade

O coeficiente de Compacidade relaciona a bacia hidrográfica com um círculo.


Compara-se a o perímetro da bacia com a circunferência de um círculo de área igual a
área da bacia. De acordo Villlela & Mattos (1975) este coeficiente é um número
adimensional, que varia com a forma da bacia, e independe de seu tamanho. Quanto
maior for a irregularidade da bacia maior será o coeficiente de compacidade. Um
coeficiente mínimo, igual à unidade, corresponde a uma bacia de formato circular.
Uma bacia de forma alongada terá o coeficiente largamente maior que um. A bacia
mais suscetível a inundação é aquela com Kc mais próximo da unidade. O Kc foi
encontrado segundo a equação apresentada a seguir.

Onde: Kc é o coeficiente de compacidade, P é o perímetro (m) e A é a área de


drenagem (m²).

Índice de Circularidade

Simultaneamente ao coeficiente de compacidade, o índice de circularidade


relaciona a forma da bacia com a de um circulo e tende para a unidade quanto mais
circular for a bacia. Diminuindo à medida que a forma se torna alongada. O índice de
circularidade foi calculado pela seguinte equação.

132
Onde: IC é o coeficiente de circularidade, A a área da bacia e P o perímetro.

Fator de Forma

Relaciona a forma da bacia com o formato de um retângulo, correspondendo a


razão entre a largura média e o comprimento axial da bacia – da foz ao ponto mais a
montante do curso d’água. Segundo Villela e Mattos (2005) uma bacia com fator de
forma alto é mais sujeita a inundação do que uma, do mesmo tamanho, com fator de
forma baixo. O fator de forma pode ser descrido pela equação a seguir.

Onde: F é o fator de forma, A a área de drenagem e L o comprimento do eixo


da bacia.

Densidade de Drenagem

A densidade de drenagem indica o grau de desenvolvimento da rede de


drenagem na bacia. O comportamento hidrológico das rochas, em um mesmo
ambiente climático, repercute na densidade de drenagem. Locais onde a infiltração da
água é mais dificultada há maior escoamento superficial, ocasionando maior
esculturação de canais permanentes e, conseqüentemente maior densidade de
drenagem (TEODORO et al, 2007). Este índice é obtido através da relação entre o
comprimento total de rios e a área total da bacia:

Onde: Lt é o comprimento total de rios (km) e A é a área de drenagem (km²).

Resultados
Os resultados dos índices morfométricos obtidos estão apresentados na
(Tabela 32).

133
Tabela 32 - Características Morfométricas da Microbacia Córrego Jensen
Características
Resultados
Morfométricas
Área de Drenagem 6,5 Km²
Perímetro 11,4 km
Coeficiente de Compacidade 1,25
Índica de Circularidade 0,62
Fator de Forma 0,36
Altitude Mínima 40 m
Altitude Máxima 460 m
Comprimento do Rio Principal 4,53 km
Comprimento total dos Rios 9,17 km
Densidade de Drenagem 1,41

Baseando-se na classificação da EMBRAPA para as classes de relevo e


no mapa de declividade em formato grade retangular, com resolução espacial
de 30 metros, encontraram-se as áreas pertencentes a cada faixa de relevo. O
Mapa 13 apresenta a declividade da microbacia.

134
132
A Tabela 33 apresenta as faixas de declividade da EMBRAPA e as áreas
relativas a cada intervalo na Microbacia Córrego Jensen.

Tabela 33 - Classes de relevo da Microbacia Córrego Jensen


Declividade Discriminação (EMBRAPA) ÁREA (%)

0–3 Relevo plano 42


3–8 Relevo suavemente ondulado 7
8 – 20 Relevo ondulado 29
20 – 45 Relevo fortemente ondulado 20
45 – 75 Relevo montanhoso 0,3
> 75 Relevo fortemente montanhoso 0

Conclui-se por meio das características geométricas da sub-bacia que a


mesma apresenta forma irregular alongada, com proximidade mediana de uma
geometria circular. Conseqüentemente, apresenta um bom controle estrutural
da drenagem, sendo, portanto menos susceptível a enchentes oriundas de
elevada precipitação.
Os cálculos apontaram para um resultado referente ao Fator de forma
muito baixo, de 0,36. De acordo com este critério, a vulnerabilidade da bacia
sofrer com enchentes é baixa.
A densidade de drenagem encontrada para a Bacia é razoável (1,41),
seguindo os critérios para classificação morfológica de unidade de relevo
proposto por Florenzano (2008). O valor encontrado está dentro do intervalo:
0,5 a 3,0. Este valor representa um nível de escoamento das águas pluviais
razoável.
Segundo a classificação da EMBRAPA para as faixas de declividade, a
classe predominante na Bacia é de Relevo Plano, com valores de inclinação
entre 0 e 3%.
A altitude da gleba onde o empreendimento se localizará a mantém
segura das enchentes pelo Rio Itajaí Açu. Segundo a Defesa Civil, inclusive, a

136
cota da Rua Ricardo Georg não se encontra dentre aquelas suscetíveis às
cheias por este rio.
Porém, a ausência de limpezas periódicas na Microbacia Córrego
Jensen compromete seu sistema de drenagem, podendo suscetibilizá-lo a
alagamentos em períodos de chuvas torrenciais.

3.7. INTERPRETAÇÃO DA PAISAGEM

Paisagem urbana

O ambiente identificado, conhecido de todos, fornece material para


lembranças comuns e símbolos comuns, que unem as pessoas e permitem a
comunicação entre elas. A paisagem funciona como um sistema vasto de
memórias e símbolos para a retenção dos ideais e da história das pessoas. Por
isso ela desempenha também um papel social.
O estudo da percepção ambiental é definido como um processo mental
de interação do indivíduo com o meio ambiente através dos mecanismos
perceptivos e cognitivos, que são dirigidos através dos cinco sentidos, sendo a
visão o que mais se destaca (DEL RIO, 1996). Sendo assim, os mecanismos
cognitivos ajudam na formação das imagens percebidas.
A cidade é um objeto inacabado, sempre haverá uma constante
mudança na forma da cidade por diversas razões, sociais, econômicas ou
políticas. Entretanto, os usuários observam constantemente o espaço e suas
imediações, a partir de sua escala urbana, do tempo, e da complexidade de
sua paisagem. Assim, podemos considerar que a cidade é objeto de percepção
de seus habitantes, como a paisagem, sendo a percepção das formas e do
significado de um objeto.
Um mesmo empreendimento pode ter impacto paisagístico positivo ou
negativo conforme seu significado para o observador. Assim a avaliação do
impacto de um empreendimento sobre a paisagem urbana deve sempre
considerar os diferentes observadores.

137
Na paisagem estudada vista por observadores; existem três principais
elementos dentro do meio natural:
1- Edificação: considerada como espaço construído;
2- Espaço público: espaços abertos destinados às atividades de lazer e
contemplação;
3- Rua: canais para movimento de pedestre e veículos.
Destes elementos, a edificação é a legibilidade mais clara na vizinhança
imediata, verificando-se assim, que esta utilização é maior do que os demais
elementos analisados. Isto se deve ao fato da existência de pontos referenciais
e a diversidade da paisagem do bairro que contribuem para a identidade desse
espaço urbano.
Como segundo elemento mais lembrado tem-se o espaço público, por
conta das poucas unidades observadas na área. Já o elemento de menor
visibilidade é a rua, causa das poucas ruas dotadas de infra-estrutura da área,
exceto as duas principais vias, a Rua Dr. Pedro Zimermann e a Rua Gustavo
Zimmermann.
O desempenho do espaço aponta que, para uma melhor compreensão,
os elementos mais significativos e a formação da imagem do bairro podem
servir de referência para intervenções ou propostas que visam à melhoria da
qualidade de vida, como o centro social e de aprendizagem do transporte, que
é considerado elemento importante para o desenvolvimento da cidade.
A transformação da paisagem prevista para a área sugere alteração
positiva na qualidade visual do bairro e, consequentemente, na qualidade de
vida da sua comunidade. A legibilidade do bairro refletirá na qualidade da
paisagem futuramente vivenciada pelos usuários deste espaço.

Paisagem local - tipologia, eixos visuais e panorâmicas

A ocupação do território da região norte como toda a cidade de


Blumenau foi condicionada pelo meio natural, possuindo sua paisagem com

138
diversos ramos de atividades de sua população. O bairro sempre teve um
constante crescimento, por isso, contem diversos tipos de edificações.
Na leitura urbana da paisagem no entorno imediato do empreendimento
é possível constatar os grandes vazios urbanos com edificações de tipologia
diversa. Desde antigas casas de madeira e casas de alvenaria com estilo
enxaimel e típicas do estilo europeu; edificações não tão novas e novos
edifícios mistos ou de comércio e serviços em estilo contemporâneo e
modernista, com gabarito de no máximo quatro pavimentos, ou seja, uma
densidade ocupada horizontalmente.
O verde das montanhas nas cotas mais elevadas nos quarteirões
imediatos ao terreno domina ainda a vista que se tem ao longo das vias
principais, sendo que as indústrias são marcos visuais construídos que compõe
as vias.
Os ribeirões da vizinhança imediata estruturam o tecido urbano que lhes
é próximo, tornando-se eixos de desenvolvimento do desenho dos bairros. Eles
delimitam a configuração urbana, formando eixos visuais.
Nesta área ao lado da gleba do terreno, pequenos ribeirões cortam vias
locais e até mesmo dentro do próprio imóvel, onde um pequeno cinturão verde
é mantido nas margens dos mesmos, aumentando a qualidade de vida das
pessoas no local (Figura 57 e 58)

Figura 57 – Vista de um pequeno ribeirão às margens da via local


Rua Ricardo Georg.

139
Figura 58 – Vista de um pequeno ribeirão às margens da via local
Rua Prof.Jacob Inechen

A via Pedro Zimmermann contém um tráfego intenso de caminhões,


provida de pontos de ônibus, oferecendo uma boa mobilidade para os
condutores dos veículos, que usufruem não apenas de sua estrutura física,
mas também pela visual que contém, beirando as margens do rio e entrando
em contanto com a natureza proporcionando o bem estar na própria mobilidade
urbana rotineira. Essa área protegida de árvores de médio porte forma uma
barreira visual e física obstruindo a visual das cadeias de montanhas no fundo,
oferecendo ao longo da via uma dinâmica de diversas paisagens ao longo da
via tão extensa (Figura 59, 60 e 61).

140
Figura 59 – Rua Pedro Zimmermann

Figura 60 – Rua Pedro Zimmermann

Figura 61 – Vista da Rua Pedro Zimmermann

141
A via onde se encontra o imóvel se liga por esta via arterial conectora de
pólos geradores de tráfego e centralidades. Contendo iluminação de um lado,
pavimentação asfáltica e as primeiras comunicações visuais. Percebendo o
grande potencial desta via que intersecciona a área edificável com a área
natural onde ficam as margens do ribeirão (Figura 62).

Figura 62 – Rua Pedro Zimmermann direção sul-norte.

Aglomerados de habitações com característica de arquitetura dos anos


80 ao longo da via arterial, havendo algumas ruas locais com uma melhor infra-
estrutura, com pavimentação e iluminação pública. Onde esta via não é só de
passagem, mas de permanência temporal (Figuras 63 e 64).

Figura 63 – Rua Pedro Zimmermann.

142
Figura 64 – Rua Prof. Jacob Inechen.

A tipologia do setor urbano em foco vista numa panorâmica mais


ampliada passa a ser estruturada com característica de traçado
predominantemente irregular devido à formação natural das curvas de nível
dos morros e dos rios.
Percebendo que em pequenas partes há uma malha ortogonal que se
conectam umas com as outras por vias de trafego mais intenso, formando
quadras longas e estreitas de diversos comprimentos e larguras em função do
acomodamento das ruas conforme sua topografia. (Figura 65)

143
Figura 65 – Grandes áreas remanescentes na Rua Erich Meyer.

Novas construções de gabarito com até quatro pavimentos surgem ao


longo das vias arteriais e locais (Figura 66 e 67).

Figura 66 – Novas construções de galpões industriais na via local Rua Erich Meyer.

144
Figura 67 – Ponto de observação na via local, observando a Rua Pedro Zimmermann.

A rua onde se encontra o imóvel tem infra-estrutura básica, com


iluminação de um lado da via, tratamento de asfalto e o passeio não é
adequado, ele é delimitado apenas por uma faixa. Até este determinado ponto,
a rua contém infra-estrutura básica, depois ela mantém a iluminação publica
mas sem pavimentação (Figuras 68 e 69).

Figura 68 – Rua Ricardo Georg.

145
Figura 69 – Rua Ricardo Georg,via local.

Encontram-se indústrias de pequeno, médio até grande porte ao longo


das vias arteriais, coletoras e locais. Configurando-se uma área com
corredores de uso predominantemente industrial (Figura 70).

Figura 70 – Rua Pedro Zimmermann sentido norte-sul.

Ao longo da Rua Gustavo Zimmermann, com tráfego de intensidade


média, notam-se construções com dois pavimentos, havendo comércio no
primeiro pavimento e residência no segundo pavimento. Mantém a mesma

146
infra-estrutura da via ao lado, a Rua Pedro Zimmermann, com pavimentação
asfáltica e iluminação na via de um lado. Por outro lado, observa-se a presença
de residências antigas de alvenaria com arquitetura característica dos anos 50
muito bem preservadas (Figuras 71 e 72).

Figura 71 – Rua Gustavo Zimmermann sentido norte-sul.

Figura 72 – Rua Gustavo Zimmermann sentido norte-sul

O bairro é ocupado por pequenas aglomerações em meio aos grandes


vazios urbanos. Onde existe algum adensamento comporta os comércios
vicinais e galpões de indústrias. Fato que corrobora com o perfil residencial-
industrial da vizinhança imediata do SEST/SENAT (Figura 73 e 74).

Figura 73 – Rua Gustavo Zimmermann.

147
Figura 74 – Rua Gustavo Zimmermann.

Dois aspectos contrastantes da Rua Gustavo Zimmermann confirmam


uma já ocorrente alteração da paisagem: a presença de unidades habitacionais
verticais e a existência de lotes desocupados com muita vegetação nativa e
residências antigas de madeira (Figura 75).

Figura 75 – Rua Gustavo Zimmermann no sentido norte- sul da cidade.

148
A prefeitura tenta acompanhar o crescimento do bairro, observando que
ele não está sem ganhar recursos públicos, investimentos como tubulações de
esgoto começam a ser vistos ao longo das vias. Os novos centros comerciais
se instalam em ruas locais, mas a infra-estrutura urbana não chegou totalmente
nesta área, faltando pavimentação na rua, criação de calçadas e tubulação de
esgoto (Figuras 76 a 78).
.

Figura 76 – Rua Prof.Jacob Ineichen.

Figura 77 – Rua Prof.Jacob Ineichen

149
Figura 78 – Rua Ricardo Georg.

Os eixos visuais se apresentam no sentido da Rua Pedro Zimmermann e


Gustavo Zimmermann ou perpendicular a elas em alguns pontos significativos
e bem acima desta cota, o que nos permite uma visualização mais ampla do
bairro Itoupava Central.
As visuais de horizontes imediatos são formadas por aglomerados de
edifícios de baixo gabarito e num terceiro plano, morros de maior aclividade a
média distância, definindo os contornos da microbacia local, combinados os
assentamentos humanos. O horizonte mais além é caracterizado pela silhueta
de montanhas que definem marcos referencial do território da cidade. Esta é a
vista da Rua local Erich Belz, onde a mata ainda é predominante, havendo
ocupações no começo dos morros e em ruas sem saídas (Figuras 79 e 80).

150
Figura 79 – Rua Erick Belz.

Figura 80 – Vista da Rua Erich Belz

Vista da predominância horizontal da via com grandes empresas


importantes para a cidade, provida de itinerários e recursos públicos (Figuras
81 a 83).

151
Figura 81 – Rua Pedro Zimmermann com Rua Ricardo Georg.

Figura 82 – Rua Pedro Zimmermann com Rua Ricardo Georg.

Figura 83 - Rua Ricardo Georg.

152
A via onde se localiza o imóvel está sendo caracterizada por possuir
recentes intervenções antrópicas, como movimentação de terra e supressão de
vegetação em escala considerável. Existe cobertura florestal em uma porção
do imóvel (Figura 84 a 86).

Figura 84 - Rua Ricardo Georg.

Figura 85- Rua Ricardo Georg.

153
Figura 86 - Rua Ricardo Georg.

Outra forma de percepção dos eixos visuais existentes no bairro consiste


na observação através de um olhar voltado para um foco bem mais amplo e
perpendicular ao eixo estruturador do bairro. Esta é uma propriedade constante
no bairro, dada a ocupação de boa parte dos morros do entorno.
Ao circular em cotas elevadas pelos dois lados do bairro Itoupava, é
possível perceber a existência de muitos visuais que diferenciam apenas pela
orientação da mirada e pelos materiais utilizados nas edificações das ruas que
estamos observando (Figura 87).

Figura 87 – Cota mais elevada da Rua Rudolf Walter.

154
Vista da paisagem que apropria a mata densa remanescente em
segundo plano, e dispersas casas de madeira com ruas locais sem
pavimentação. Mas há trechos ao longo da rua arterial que comportam também
pequenas chácaras e muitas áreas verdes (Figura 88).

Figura 88 – Rua Carlos Krueguer.

3.8. ANÁLISE DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA (RUÍDOS)

Para conhecimento dos níveis de pressão sonora no local de


implantação do condomínio, antes do início da obra, foram realizados laudos
com a utilização de um (01) “decibelímetro” (medidor de nível de pressão
sonora).

Metodologia

O medidor de nível de pressão sonora da marca Instrutherm, modelo


DEC-490, devidamente calibrado conforme certificado no ANEXO N é portátil
com uma saída USB (modelo DEC-490), microfone condensador de eletreto de
½” de diâmetro, sistema de armazenamento de dados, visor em cristal líquido e
opções de leitura nas faixas de 30 a 80, 50 a 100, 80 a 130 e de 30 a 130
decibéis nas escalas de compensação A ou C, e ainda ponderações de tempo
fast (respostas a cada 200 ms) ou slow (respostas a cada 500 ms).

155
Para esta avaliação, o equipamento estava com a opção de leitura entre
30 e 130 dB, na escala de compensação A – dB[A] – e, no tipo de leitura “fast”;
programado para registro de leituras com intervalo de 5 (cinco) segundos;
posicionado a uma altura de 1,30 metros e afastado mais do que dois (02)
metros de qualquer superfície refletora, conforme o estabelecido pela NBR
10151:2000.
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) conceitua poluição sonora como sendo o conjunto de todos os
ruídos provenientes de uma ou mais fontes sonoras, manifestadas ao mesmo
tempo num ambiente qualquer.
A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA Nº
001/1990 estabelece que as medições dos níveis de ruído devem ser
efetuadas de acordo com a NBR 10151:2000 da ABNT - Avaliação do Ruído
em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade. A NBR 10152:1987 da
ABNT fixa níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes
diversos.
Atendendo ao disposto no item 5.1, da NBR 10151:2000, não se realizou
coleta em período caracterizado por interferências audíveis advindas de
fenômenos naturais, tais como chuvas fortes, ventos fortes, trovões e/ou
demais interferências. Os dados de níveis de pressão sonora foram obtidos nos
dias 26 de outubro de 2010 e 10 de novembro de 2010.
Os níveis de pressão sonora equivalentes foram obtidos através do
emprego da função descrita no Anexo A da NBR 10151:2000, que é
apresentada a seguir:

Onde:
Li = nível de pressão sonora, em dB [A], lido em resposta rápida (fast) a
cada 5 segundos, durante o tempo de medição do ruído.
N = número total de leituras

156
Pontos Amostrais

Para o diagnóstico dos níveis de pressão sonora foram adotados 03


(três) pontos amostrais distribuídos no entorno do terreno do empreendimento
(Figura 89).

Figura 89 - Mapa localização dos pontos amostrais.

Estes 03 (três) pontos foram caracterizados de acordo com suas


coordenadas geográficas e localização (Tabela 34).

157
Tabela 34 – Caracterização dos pontos amostrais

Coordenadas Geográficas
Pontos
Logradouro/Referências
Amostrais Latitude Longitude

Rua Ricardo Georg/ Em frente a


#01 26°47'49.26"S 49° 5'44.00"O
residências
Rua Inominada/ Ponto cercado de
#02 26°47'54.94"S 49° 5'42.59"O
vegetação

#03 26°47'49.51"S 49° 5'36.55"O Rua Ricardo Georg

A localização e características dos pontos amostrais fundamentam as


análises dos níveis de pressão sonora obtidos nas medições diurnas e
noturnas.

Análise dos níveis de pressão sonora

As medições dos níveis de pressão sonora para estudo da fase de


implantação do SEST/SENAT ocorreram em dois dias, um no período diurno e
o outro no noturno e originaram 60 níveis para cada ponto nos diferentes
períodos, onde se identificaram os níveis máximos e mínimos e calcularam-se
os LAeq de cada ponto amostral.
A análise partiu da relação dos níveis constatados nos período diurno e
noturno, com a característica de cada ponto e reflexo na circunvizinhança do
empreendimento.

Período Diurno
As medições diurnas sucederam no dia 26 de outubro de 2010 das
12h03min às 12h26min.

Ponto Amostral #01 Horário – das 12h 03min às 12h 08min

158
As medições dos ruídos presentes no Ponto #01 apresentaram picos
que ultrapassam 60 dB (A), chegando ao máximo de 77,3 dB (A) e mínimo de
39,20 dB (A) (Figura90).

Figura 90 – Gráfico dos níveis de pressão sonora constatados no ponto #1,


período diurno.

Esta grande oscilação se deve as características deste ponto, que é


palco de contraste quando da passagem ou ausência de veículos na Rua
Ricardo Georg.
O entorno do empreendimento encontra-se ainda em fase de
desenvolvimento e baixo movimento. As residências ali presentes não
produzem ruídos significativos, portanto, quando a via encontra-se vazia, os
níveis de pressão sonora são baixos. Os picos máximos observados no gráfico
são fruto da passagem de caminhões das obras em andamento nas
proximidades do ponto.

Ponto Amostral #02 Horário – das 12h 12min às 12h 17min


O segundo ponto de medição no período diurno apresentou baixos
níveis de pressão sonora, atingindo o máximo de 54,6 dB (A) e mínimo de 34,4
dB (A) (Figura 91).

159
Figura 91 – Gráfico dos níveis de pressão sonora constatados no ponto #2,
período diurno.

Os níveis de ruídos constatados neste ponto apresentaram-se mais


estáveis e baixos ao longo dos 5 minutos de medição se comparados aos
demais pontos. Isto se deve à localização deste ponto, que se dá em meio a
vegetação, na divisa dos terrenos das futuras implantações do SEST/SENAT e
do Condomínio Industrial Hannover.

Ponto Amostral #03 Horário – das 12h 21min às 12h 26min


Similar ao ponto #1, o ponto #3 apresentou picos que ultrapassaram 60
dB(A), com o nível máximo de 79,4 dB(A) e mínimo de 39,7 dB(A) (Figura 92).

160
Figura 92 – Gráfico dos níveis de pressão sonora constatados no ponto #3,
período diurno.

O gráfico de níveis de ruídos é também similar ao Ponto #01,


apresentando oscilação por conta do contraste de ruídos encontrado com a
presença e ausência de passagem de veículos na Rua Ricardo Georg.

Período Noturno
As medições noturnas sucederam no dia 10 de novembro de 2010 das
22h01min às 22h25min.

Ponto Amostral #01 Horário – das 22h 01min às 22h 06min


No período noturno, o ponto #1 não apresentou picos como observado
no período diurno, sendo o nível máximo de 51,20 dB (A) e o mínimo de 32,7
dB (A) (Figura 93).

161
Figura 93 – Gráfico dos níveis de pressão sonora constatados no ponto #1,
período noturno.

Este ponto apresentou baixa oscilação devido a ausência de


movimentação na Rua Ricardo Georg no período noturno, sendo o único pico
que ultrapassou 50 dB(A) causado pela passagem de um automóvel durante as
medições.

Ponto Amostral #02 Horário – das 22h 09min às 22h 14min


Assim como no período diurno, o Ponto #02 não apresentou picos de
nível de pressão sonora no período noturno, sendo o nível máximo constatado
de 42,10 dB(A) e mínimo de 32,10 dB(A) (Figura 94).

162
Figura 94 – Gráfico dos níveis de pressão sonora constatados no ponto #2,
período noturno.

Este quadro é causado pela localização do ponto em meio à vegetação


que, tanto durante o dia, como a noite, apresenta-se silencioso.

Ponto Amostral #03 Horário – das 22h 20min às 22h 25min


O ponto #3 também não apresentou picos, sendo o maior nível
registrado de 44,4 dB(A) e o menor de 32,10 dB(A) (Figura 95).

Figura 95 – Gráfico dos níveis de pressão sonora constatados no ponto #3,

163
período noturno.
Este fato é também justificado pela ausência de passagem de veículos
na Rua Ricardo Georg no momento da medição.

Conclusão

Dentro da classificação apresentada pela norma técnica NBR


10151:2000, considerou-se o empreendimento em estudo como Área
Predominantemente Industrial, sendo seus níveis de critério de avaliação
(NCA) 70 dB (A) para o período diurno e 60 dB (A) para o noturno.
Nenhum dos 3 pontos amostrais apresentou nível de ruído acima do
estipulado pela norma (Tabela 35).

Tabela 35 - Níveis de pressão sonora equivalente dos pontos amostrais.


Pontos LAeq (dB (A))
Amostrais Diurno Noturno
#01 65,6 39,3
#02 42,7 38,2
#03 63,3 38,7

Pode-se concluir que os ruídos presentes no entorno do


empreendimento se enquadram na norma técnica NBR 10151:2000 e, isolados,
não são prejudiciais a vizinhança.
No item 04 deste EIV (Avaliação dos impactos), estes dados relacionar-
se-ão com os níveis a serem gerados pela fase de obras do empreendimento,
apresentando a somatória destes ruídos e a possibilidade de causar impactos
significativos à vizinhança.

164
3.9. MELHORAMENTOS PÚBLICOS

O Projeto Blumenau 2050 indica como solução para sobrecarga de


veículos no Bairro Centro e em demais áreas da cidade, com a consolidação
de dois anéis: um externo, ligando bairros distantes uns dos outros, como
Itoupavazinha (Região Norte) e Garcia (Região Sul), e outro interno, ao redor
da região central da cidade (Figura 96).
Este novo sistema viário irá beneficiar diretamente a logística das
empresas a se instalarem no empreendimento em estudo, pois não irão
depender do fluxo de veículos da região central para deslocamentos dentro do
município.

Figura 96 - Proposta de Consolidação do Sistema de Anéis.

A fim de descongestionar o Bairro Centro, o Projeto também propõe a


implantação de ciclovias e ampliação do sistema de transporte coletivo o que
irá beneficiar diretamente os funcionários do empreendimento.
Quanto às obras de saneamento básico, em médio prazo, ou seja, até
2030, o Projeto Blumenau 2050 prevê o esgotamento sanitário de 100% da
cidade. Porém, segundo a Foz do Brasil, empresa que adquiriu recentemente a

165
concessão do sistema de tratamento de esgoto, esta meta poderá ser
alcançada em 9 anos. Até a data prevista o município estará, portanto,
passando por obras de saneamento que poderão interditar ruas e calçadas.
Para a área do Condomínio Industrial a rede de tratamento de esgoto deverá
estar instalada em 2018 podendo atender as empresas que vierem a se
instalar, já que o cronograma de implantação prevê obras durante 10 anos e a
Área Industrial Tipo 1 será a primeira a finalizar-se após o 7º. ano de obra.
O Projeto também pretende fomentar o desenvolvimento na região norte
do município com criação de parques, distritos industriais e um centro cívico,
para onde será transferida a prefeitura (Figura 97).

Figura 97 – Proposta do Centro Cívico, Estádio Municipal e Parque das Itoupavas.

De acordo com declaração da Secretaria de Obras da cidade (ANEXO


O), a prefeitura não apresenta obras de melhoramentos públicos ocorrentes na
vizinhança imediata do empreendimento.

3.9. CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS

3.9.1 Contagem e Crescimento Populacional


De acordo com os censos do IBGE, a população de Blumenau cresceu
cerca de 50% a cada década, partindo de 100.275 habitantes em 1970 para
157.251 em 1980, 212.025 no início dos anos 90 e 261.808 habitantes no ano

166
2000. Segundo o último censo, existem aproximadamente 309.214 residentes
na cidade no ano de 2010 (Tabela 36).

Tabela 36 - População residente por situação do domicílio (urbana e rural) e sexo - 1970 a
2010

Ano População Urbana Rural Homens Mulheres


1970 100.275 86.492 13.783 49.186 51.089
1980 157.251 146.028 11.223 76.960 80.291
1991 212.025 186.327 25.698 104.039 107.986
1996 231.401 198.862 32.539 113.547 117.854
2000 261.808 241.943 19.865 128.298 133.510
2001 266.048 245.862 20.187 130.376 135.672
2002 270.357 249.844 20.514 132.488 137.870
2003 274.736 253.890 20.846 134.633 140.103
2004 279.186 258.002 21.184 136.814 142.372
2005 283.708 262.181 21.527 139.030 144.678
2006 288.303 266.427 21.875 141.282 147.021
2007 292.972 270.742 22.230 143.570 149.402
2008 296.151 273.680 22.471 145.128 151.023
2009 299.364 276.649 22.715 146.702 152.662
2010 309.214 294.968 14.246 151.648 157.566

Fonte: IBGE

A Tabela 37 apresenta um grande crescimento da população do bairro


do empreendimento do ano 2000 ao ano de 2005, causa do reordenamento
dos bairros formulado em novembro de 2.004 (Lei Complementar 489/04).

167
Tabela 37 - População nos anos 2000, 2005 e 2010 na área de influência
do empreendimento.

Anos
Bairros
2000 2005 2010

Itoupava Central 12.470 22.123 23.597

Itoupavazinha 15.755 14.481 15.446

Fidélis 8.894 4.886 5.211

Vila Itoupava 1.366 1.694 1.807


Fonte: IBGE/ Estimativa SIGAD da população esidente

3.9.2 Densidade Demográfica


Segundo os dados do último censo do IBGE, no ano de 2010 a
densidade demográfica de Blumenau foi de 594 habitantes por Km². As
maiores densidades populacionais são encontradas nos bairros centrais, sul e
nos bairros a oeste do município. A densidade dos bairros é considerada baixa,
causando prejuízos para a economia urbana com aumento considerável de
gastos com infraestrutura e serviços públicos municipais.
O mapa das Regiões Administrativas do Município de Blumenau de 2006
apontava a densidade demográfica de 457,89 habitantes/Km² na Região 2 -
Itoupavas, na qual o empreendimento está inserido.
De acordo com estimativas do SIGAD para 2010, dos bairros da área de
influência do empreendimento, o Bairro Itoupavazinha é o de maior densidade
demográfica, com 1.319 habitantes por km², enquanto que o bairro de
implantação do SEST/SENAT, Itoupava Central, possui uma densidade
bastante inferior, com 528 habitantes/km². (Tabela 38).

168
Tabela 38 - Número de habitantes e densidade demográfica (Hab/Km²) nos
anos 2005 e 2010 em Blumenau.
Área 2005 2010
Bairros
(Km²) Habitantes Densidade Habitantes Densidade (Hab/Km²)
Itoupava Central 44,67 22.123 495 23.597 528
Itoupavazinha 11,71 14.481 1.237 15.446 1.319
Fidélis 8,76 4.886 558 5.211 595
Vila Itoupava 10,98 1.694 154 1.807 165
Fonte: IBGE/ Estimativa SIGAD

3.11. ASPECTOS ECONÔMICOS

3.11.1. Produto Interno Bruto (PIB) e Valor Adicionado Fiscal – VAF


Blumenau possui PIB superior à média estadual e nacional. Dados da
Secretaria de Estado do Planejamento - Gerência de Estatística e IBGE
mostram que o PIB do município foi de 2,4 bilhões em 1998, ocupando a 2ª
colocação no Estado. O PIB per capita era de R$10.007,32 e o município
ocupava a 17ª colocação no Estado. Em 2000 o PIB do município era de 3,5
bilhões de reais e em 2003 o PIB novamente atingiu este valor. No mesmo ano,
o PIB per capita do Estado foi de R$ 10.600,00, e do País R$ 8.694,47. Em
2007 o PIB per capita de Blumenau foi R$22.890,00, posicionando-o na 54ª
posição dentre todos os municípios brasileiros. De acordo com o censo 2010
do IBGE, em 2008 o PIB per capita no município atingiu 24.958,67 reais.
O VAF de Blumenau foi de aproximadamente 3 bilhões em 2004, contra
1,364 bilhões em 1995. A participação relativa no estado (quanto o VAF local
representava no total do estado) em 1995 foi de 9,28%, caindo para 5,66% em
2004. Embora o VAF local tenha crescido (122,76%, contra 98,4% da inflação
no período de 1995 a 2004), mais que dobrou no período, os outros municípios
tiveram em média um crescimento bem maior.
O VAF do município cresceu 8,9% entre os anos de 2000 e 2003. Três
atividades concentravam praticamente 22% do valor adicionado fiscal do
município:

169
a) Fabricação de outros artefatos têxteis, incluindo tecelagem;
b) Confecção de peças de vestuário - exceto roupas íntimas, blusas,
camisas e semelhantes e as confeccionadas sob medida;
c) Fabricação de outros artigos do vestuário produzidos em malharias
(tricotagens).

Em síntese, a Tabela 39 mostra o crescimento do município de


Blumenau, com base nos indicadores básicos de desenvolvimento, entre os
anos de 1991 e 2010.

Tabela 39 - Indicadores Básicos de Desenvolvimento - 1991 / 2010


Valor
Massa
População PIB - PIB - Per adicionad
Empregos salarial
Ano População Econom. nominal capita o fiscal -
Formais nominal
Ativa - PEA (1.000 R$) (1,00 R$) nominal
(1,00 R$)
(1.000 R$)
991 212.025 96.627 71.177 - - - -
1996 231.401 119.644 71.315 - - - -
1997 238.780 124.868 68.749 - - - -
1998 244.523 130.319 67.701 2.404.780 9.835 1.663.182 -
1999 250.404 136.009 70.328 2.723.192 10.875 1.845.882 -
2000 261.808 141.947 77.630 3.163.559 12.084 2.038.015 49.547.197
2001 266.048 143.268 81.564 3.240.034 12.178 2.227.098 55.994.672
2002 270.357 144.601 84.349 3.857.513 13.971 2.566.168 61.313.383
2003 274.736 145.947 84.853 4.113.478 14.601 2.726.967 68.396.163
2004 279.186 147.305 90.553 4.699.916 16.356 3.039.374 79.496.594
2005 283.708 148.676 98.315 5.256.780 17.941 3.813.945 90.524.724
2006 288.303 150.060 104.507 6.045.059 20.244 4.154.115 104.569.730
2007 292.972 151.456 112.054 6.310.641 21.540 4.260.808 118.919.309
2008 296.151 152.866 115.442 6.682.969 22.566 4.512.196 130.811.240
2009 299.364 154.288 117.751 6.916.873 23.105 4.670.123 143.892.364
2010 302.613 155.724 121.872 7.158.964 23.657 4.833.577 158.281.601
Fonte: SIGAD - Sistema de Informações Gerenciais e de Apoio a Decisão.

170
3.11.2. Empresas, Empregos e Renda
No perfil econômico da região, se destacam os setores secundário e
terciário da economia, ou seja, a indústria de transformação e o comércio e
prestação de serviços. A produção industrial é altamente especializada no setor
têxtil e de confecções, mas também é expressiva no setor metal-mecânico.
Em 2010, a economia de Blumenau atingiu o segundo melhor primeiro semestre dos
últimos seis anos. Nos últimos 12 meses, 1.160 novos empreendimentos foram
instalados na cidade, com a geração de mais de 1,5 mil novas vagas de empregos diretos
e indiretos em diversos setores.
Dados da Prefeitura Municipal de Blumenau mostram que durante o primeiro semestre
do corrente ano, a Praça do Cidadão registrou diversos novos empreendimentos na
cidade. A Tabela 40 mostra os setores de crescimento, de acordo com a emissão de
alvarás até o mês de maio deste ano, e faz uma comparação entre o período de janeiro
de 2005 e abril de 2010.

Tabela 40: Emissão e baixa de Alvarás em Blumenau.


Emissão e baixa de alvarás - Maio de 2010
Atividades Emitidos Baixados Saldo até Abril
Indústria 82 49 33
Comércio 261 224 37
Serviços 369 170 199
Sub Total 712 443 269
Autônomos 154 189 -35
Total Geral 866 632 234
Emissão e baixa de alvarás - Janeiro de 2005 a Abril de 2010
Atividades Emitidos Baixados Saldo Acumulado
Indústria 953 436 517
Comércio 3.746 2.004 1.742
Serviços 4.450 1.947 2.503
Sub Total 9.149 4.387 4.762
Autônomos 2.494 2.279 215
Total Geral 11.643 6.666 4.977
Fonte: Praça do Cidadão - PMB. Elaboração: SEDEC

171
O levantamento divulgado pelo Sistema Nacional de Emprego (SINE)
indica que de cada 100 moradores da microrregião de Blumenau, 36 estão
empregados com carteira assinada. O índice de emprego formal da cidade está
20 pontos percentuais à frente da média nacional (16,6% da população) e
também é superior aos 26% registrados em Santa Catarina, estado com o
melhor resultado no Brasil. A pesquisa considera a população total residente,
independente da faixa etária, e dados do fim de 2009. Segundo a Associação
das Micro e Pequenas Empresas de Blumenau (AMPE) e o SINE local, a
diversidade de vagas criadas nos últimos anos por comércio, indústrias e
serviços de Blumenau e cidades próximas foram os fatores contribuintes para
as contratações.
Em 10 anos, a população de SC aumentou 20%, média de 1,8% ao ano,
enquanto o contingente de emprego com carteira assinada cresceu 85,%,
média de 6,4% por ano.
A Tabela 41 mostra detalhadamente as principais atividades econômicas
da cidade e o avanço na contratação formal, apontando a variação entre o
período de 2004 a 2010.

Tabela 41 - Empregos Formais em Blumenau


Empregos Formais em Blumenau - 2004 - 2010
%
Atividade Março Atividade X Variação
2004 2005 2006 2007 2008 2009
Econômica 2010 Total de 2004 - 10
2010

Extrativa Mineral 44 47 28 44 42 37 49 0,04% 11,36%

Indústria de
36.380 40.935 43.588 47.220 48.361 48.417 51.889 41,05% 42,63%
Transformação
Serv. Ind. Util.
915 1.195 773 1.112 1.155 1.135 1.129 0,89% 23,39%
Pública

Construção Civil 2.199 2.539 3.321 4.109 4.515 4.420 5.002 3,96% 127,47%

Comércio 17.067 18.729 19.710 21.079 22.373 23.235 23.702 18,75% 38,88%

172
Serviços 27.796 28.773 30.920 31.881 33.530 35.959 37.115 29,36% 33,53%
Administração
6.024 5.957 5.979 6.385 5.980 6.030 7.345 5,81% 21,93%
Pública
Agro. Extrativa
128 140 188 224 179 176 176 0,14% 37,50%
Vegetal
Total 90.553 98.315 104.507 112.054 116.135 119.409 126.407 100% 39,59%
Crescimento 8,57% 6,30% 7,22% 3,64% 2,82% 5,86%
Fonte: CAGED. Elaboração: SEDEC
Segundo dados do Ministério do Trabalho relacionados ao primeiro trimestre de 2009,
o município conquistou a primeira posição no Estado na geração de empregos, com 2.611
novos postos de trabalho. Os setores que mais cresceram foram a indústria de transformação
com 568 novos empregos, o setor de serviços gerando 527 novos postos de trabalho e o
comércio com 162 novas vagas.
A Tabela 42 mostra os números divulgados pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, referenciando a média salarial segundo o grau de instrução, entre
2000 e 2007. Os resultados apontam a existência de evidências favoráveis ao
papel das conexões de mercado no crescimento do emprego.
Tabela 42 - Salários médios por grau de instrução e variações nominal e
real - 2000 a 2007
Variação
Ano - Salários Médios
Grau de instrução nominal %
2000 2005 2006 2007 00/07
Analfabeto 496,79 595,69 640,00 684,94 37,9%
Fund. 1ª a 5ª incompleta 505,53 651,03 701,00 706,63 39,8%
Fund. 1ª a 5ª completa 494,41 659,63 710,00 755,60 52,8%
Fund. 6ª a 9ª incompleta 459,77 689,00 743,00 788,59 71,5%
Fund. 6ª a 9ª completa 462,67 700,81 766,00 818,13 76,8%
Médio incompleto 485,45 687,70 742,00 795,53 63,9%
Médio completo 690,76 854,15 920,00 960,18 39,0%
Superior incompleto 1.046,72 1.209,74 1.268,00 1.305,02 24,7%
Superior completo 1.696,22 2.164,57 2.308,00 2.359,51 39,1%
TOTAL 638,25 920,76 1.001,00 1.061,27 66,3%
Fonte dos dados brutos: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS
Dados do SIGAD apresentam o crescimento do número de empregos

173
ultrapassando o número da população de Blumenau ao longo dos últimos anos.
Pode-se observar que a massa salarial e o salário tiveram uma pequena queda
no início da década e, após se estabilizarem, a massa salarial apresentou
apenas crescimento, enquanto que o salário seguiu instável (Figura 98).

Figura 98 – Gráfico da evolução de empregos, população, salários médios reais e massa


salarial real. Fonte: FURB, 2009.

174
4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO EMPREENDIMENTO

4.1. Metodologia de Avaliação dos impactos do empreendimento

A avaliação dos impactos sobre a vizinhança do empreendimento teve


como ponto de partida o levantamento das atividades relativas à implantação
do empreendimento, bem como das operações previstas.
Uma vez identificados os impactos, estes foram classificados de acordo
com as recomendações da Resolução COPLAN 004/2008, além de
complementações necessárias.

Utilizou-se a seguinte classificação dos impactos:

- Quanto à natureza: estabelece a natureza dos impactos, podendo ser


positivos, quando trazem algum benefício ou melhoram o aspecto ambiental
e/ou socioeconômico, negativos quando ocorrem alterações nos componentes
físicos, bióticos e socioeconômicos; ou neutros quando não irão trazer
benefícios ou alterações aos componentes ambiental/socioeconômico.
- Quanto à temporalidade: determina-se quanto tempo poderão ser
observados os fenômenos, podendo ser temporários, quando seus efeitos
cessam pela recuperação natural ou pela ação das medidas mitigadoras a
serem implementadas; ou permanentes, quando a alteração persiste ao longo
do tempo;
- Quanto à magnitude: estabelece a quantificação relativa dos impactos
expressando área, volume ou a qualidade do aspecto ambiental e
socioeconômico. podem ser classificados como muito baixos, quando o
impacto restringe-se ao local de geração; baixos quando o impacto ocorre
dentro dos limites do empreendimento, sem ocasionar perturbações para a
população do entorno imediato; moderado quando o impacto ocorre dentro
dos limites do empreendimento, porém ocasiona perturbações eventuais a
população do entorno imediato; altos quando o impacto ocorre dentro dos
limites do empreendimento, porém ocasiona perturbações contínuas a

175
população do entorno imediato; e muito altos quanto o impacto transgride os
limites do empreendimento, ocasionando perturbações a população do da área
de vizinhança.

Conforme a resolução COPLAN 04/2008, caso sejam identificados


impactos negativos, deve-se indicar medidas para a sua correção.

Deste modo, as medidas sugeridas são classificadas em:

- Mitigadora - quando a ação resulta na redução dos efeitos do impacto


ambiental negativo;
- Compatibilizadora - quando a ação objetiva conciliar os efeitos do
impacto à realidade pré-existente;
- Compensatória - quando o dano ambiental não pode ser reparado
integralmente in natura, fazendo-se necessária a compensação por meio
de adoção de outras medidas, de cunho pecuniário ou não, ouvida a
comunidade afetada e a critério do órgão licenciador.
- Potencializadora - quando a ação resulta na otimização dos efeitos do
impacto positivo.

4.2. Avaliação dos Impactos do Empreendimento na Vizinhança na Fase de


Operação

4.2.1. Impactos Urbanísticos Positivos e Negativos


Inúmeros impactos podem incidir sobre os meios físico, biótico e antrópico
na cidade, em conseqüência da implantação do empreendimento e atividades
privadas ou públicas na área urbana. É fato que a construção civil de edificações
gera aspectos ambientais significativos e consequentemente causa impactos em
todo o seu ciclo de vida, nas fases de construção, uso e demolição. Os aspectos
ambientais mais relevantes na construção de edificações são aqueles
relacionados ao uso e à ocupação do solo, remoção de cobertura vegetal,
interferência com a infra-estrutura existente, entre outros.

176
O perfil do empreendimento será visto de grande valor para toda a região
do Vale, por ser um empreendimento social, educacional e de lazer na cidade e
se caracteriza por ser um atrativo tanto para novos residentes como para a
implantação de novos investimentos de estrutura física e outros equipamentos
urbanos na região. Este fato resulta na geração de emprego e renda,
arrecadação de tributos, estímulo à economia local, valorização imobiliária,
aumento da segurança pública, complementação e renovação da paisagem
urbana, criando um ciclo de progresso econômico, com uma transformação
positiva.
A gleba está numa localidade estratégica, pois a área de influência
contém o maior índice de desenvolvimento humano nas últimas décadas e o
maior potencial de expansão em todo o município, além de estar em uma rua
que se liga a um dos principais acessos viários da cidade (Rua Pedro
Zimmernan). A região é também provida de um sistema de transportes com
integração regional e um traçado que não cruza com o centro urbano, e ainda
conta com uma infra-estrutura para o escoamento das cargas pesadas, e em seu
entorno imediato com vazios urbanos e equipamentos comunitários para suprir a
possível implantação de assentamos humanos.
Sendo assim, o empreendimento, projetado de acordo com as diretrizes
do Plano Diretor e demais legislações, atenderá as condicionantes do Estatuto
da Cidade, cumprindo assim a função social da propriedade urbana:
Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor,
assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade
de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas,
respeitadas as diretrizes previstas no art. 2º desta Lei (Lei no 10.257/01- Estatuto
das Cidades).
O responsável pelo adensamento populacional de uma região é, em geral,
o conjunto das opções serviços, lazer, compras, equipamentos comunitários e
sociais, infraestrutura e acesso. As atividades de serviços e aprendizagem do
empreendimento agem como facilitadores, seja no caminho ou vizinho aos

177
residentes, encurtando distancias ou reduzindo o tempo das atividades rotineiras
para o trabalhador e estudante.
A via do empreendimento se caracteriza como uma via coletora que
conecta duas vias arteriais que atravessam todo o bairro e conectam as
regiões norte e sul da cidade. Esta via coletora atualmente possui intervenções
antrópicas como movimentação de terra e supressão de vegetação, pelo
motivo das futuras implantações de grandes equipamentos na sua margem.
O presente empreendimento em conjunto com vários outros que vem se
instalando na região irá contribuirá para o adensamento complementando a
atratividade para a ocupação do solo nesta região. Sob uma analise de seu
entorno, verifica-se que as condições e parâmetros de uso e ocupação do solo
provocaram acréscimo direto na densidade populacional, pois seu entorno
contem os equipamentos necessários para a comunidade crescer. Assim esta
nova massa edificada ficará incorporada por diversos morros com sua massa
verde e densa ainda predominante.
O empreendimento é, ainda, uma questão central para o cumprimento da
função social da propriedade urbana, que tanto se refere à subutilização de
imóveis como a sua utilização excessiva, contribuindo para o extermínio de
vazios urbanos e a periferização da ocupação urbana em situação de
precariedade e desarticulação.
Enfim este conjunto de resultados converge em um ciclo de progresso
econômico, que resulta em um impacto positivo para os aspectos urbanísticos e
a qualidade de vida das pessoas.
A paisagem é a percepção das formas e do significado de um objeto ou
vários. Em relação aos impactos da paisagem natural, haverá uma supressão de
vegetação no local, mas no contexto não haverá uma descaracterização do seu
entorno, pois ali ainda se encontra uma massa muito grande de área verde que
emoldura todo o local, e ainda no próprio local haverá uma grande área de
vegetação a ser preservada. O empreendimento é de baixo gabarito, mantendo
assim todo o enquadramento das cadeias de montanhas vistas no final da
paisagem.

178
Atualmente, a falta de iluminação e de segurança pública, torna o lugar
inseguro. Neste aspecto o impacto é positivo, já que a ocupação irá oferecer
mais movimentação de pessoas, dando a sensação de tranqüilidade aos que
passarem naquele local.
O SEST/SENAT é um projeto pioneiro da educação na área do transporte
em Blumenau e na região do Alto Vale. Neste sentido o impacto positivo dar-se
também pelo referencial simbólico de importância para a coletividade e
educação, no incentivo ao adensamento dentro de uma área de expansão com
potencial onde existem vazios urbanos com boa infra-estrutura existente e pela
possibilidade de revitalização, reurbanização e possibilidade de novos usos para
a localidade. E finalmente incentivando a expansão habitacional e a
descentralização com novas atividades econômicas, dos equipamentos de
saúde, lazer, cultura e esporte, aproveitando ao máximo a estrutura urbana
existente.

4.2.1.1. Adensamento Populacional


Blumenau divulga um novo projeto de Desenvolvimento Planejado para
toda a cidade. Onde estabelece um plano de diretrizes e projetos sendo o
bairro onde está inserido o SEST/SENAT ganhará muito investimento tanto na
infra-estrutura urbana quanto em novos equipamentos urbanos.
O bairro está dentro de um novo sistema de circulação e transporte da
cidade, é um sistema de anéis que interliga os bairros sem passar pelo centro
da cidade, que por sinal, possui uma serie de problemas de circulação e, com
isso, potencializará o desenvolvimento dos bairros. A região norte da cidade
terá melhor infra-estrutura urbana, será equipada com mais dois terminais de
ônibus, terá novos corredores exclusivos para o transporte coletivo e ciclovia e
ainda conta com proposta de revitalização do aeroporto de Blumenau, o Quero-
Quero, e a construção de uma linha térrea para alimentar o transito regional de
cargas.
Os bairros centrais, sul e oeste da cidade são os que têm maiores
densidades demográficas, com isso a prefeitura de Blumenau tem o interesse
de adensar a região norte do município, principalmente por ser livre de

179
enchentes, sendo foco para um desenvolvimento imediato. A densidade dos
bairros de Blumenau, se comparado com as áreas centrais é ainda,
considerada baixa, causando prejuízos para a economia urbana com um
aumento considerável de gastos com infra-estrutura e serviços públicos
municipais.
O presente projeto, poderá se comportar de maneira peculiar, sendo um
pólo de atração para ocupação do solo, já que sob a análise de seu entorno,
verifica-se que as condições e parâmetros de uso e ocupação do solo
provocaram acréscimo direto no incremento populacional, pois já contém os
equipamentos necessários para a comunidade crescer e ainda com o projeto
de desenvolvimento planejado do bairro.
O crescimento demográfico da região, que vem se concretizando no
local desde o inicio dos anos 2000, com o surgimento de inúmeros loteamentos
residenciais tendendo a se intensificar ainda mais, já que a área é livre de
enchentes e os loteamentos podem se instalar em áreas relativamente planas.
Contudo, esse adensamento populacional, seja ele motivado pela característica
geográfica local ou pela implantação do empreendimento, não deve acarretar
na queda da qualidade dos serviços públicos básicos, uma vez que a área de
influência do empreendimento é bem servida de estabelecimentos de ensino e
de instituições de saúde, além de ser a área mais propícia a expandir-se no
município.
O empreendimento é, ainda, uma questão central para o cumprimento
da função social da propriedade urbana, que tanto se refere à subutilização de
imóveis como a sua utilização excessiva, contribuindo para o extermínio de
vazios urbanos e a periferização da ocupação urbana em situação de
precariedade e desarticulação.
Como conseqüência desse adensamento urbano, haverá um
crescimento horizontal nos espaços vazios que circundam o empreendimento.
Já nas margens das Ruas Pedro Zimermann e Gustavo Zimermann, esse
crescimento tende paulatinamente e se verticalizar, fato esse que já vem sendo
observado na região.

180
E finalmente, a conseqüência de um adensamento populacional
organizado é de extrema importância e positiva para que haja melhoria das
condições de acesso aos serviços básicos públicos para os residentes. Onde
sob análise de outros exemplos, a demanda populacional está vinculada à
qualidade dos serviços disponibilizados.

Impacto: Adensamento Populacional


Classificação: Impacto Positivo, Moderado e Permanente
Medidas potencializadoras: Seguir as definições impostas pelo plano diretor
quanto ao zoneamento e uso e ocupação do solo e legislação ambiental.

4.2.1.2. Insolação e Sombreamento e Ventilação


Para a análise dos possíveis impactos que poderão ser provocadas pela
implantação do edifício foram considerados outros fatores como os aspectos de
iluminação e ventilação, onde a preocupação maior ocorreu ainda na fase de
projetos, para o uso correto dos condicionantes climáticos e legais, tomando por
referência dados de clima fornecido por entidades oficiais e em registros técnico-
científicos.
O estudo apresentado no capítulo 2 utilizou como referencia somente a
edificação e suas características volumétricas para ter a leitura exata das
conseqüências de sua implantação quanto ao sombreamento e alteração nos
padrões de ventos do entorno. Assim considerou-se apenas a edificação em si
resultará em impacto para a vizinhança, causada por sua altura e volumetria.
Pode-se afirmar que a edificação mesmo no ponto mais crítico da trajetória solar,
e incidência de ventos apresenta impactos quase insignificantes para a
vizinhança.

Impacto: Alteração no padrão de insolação do entorno


Classificação: Impacto Negativo, Muito baixo e Permanente
Medidas Mitigadoras: Já incorporadas no projeto arquitetônico

181
Impacto: Alteração no padrão de ventilação do entorno
Classificação: Impacto Negativo, Muito baixo e Permanente
Medidas Mitigadoras: Já incorporadas no projeto arquitetônico

4.2.1.3. Compatibilidade do Empreendimento com a Paisagem Imediata


A suavidade das linhas e a concepção geral da volumetria adotada pelo
partido geral do projeto do SEST/SENAT, somado a limpeza estética das
fachadas, além de criar um marco referencial arquitetônico, serve também de
exemplo a ser seguido por novos empreendimentos que possam surgir no
entorno
De acordo com a clareza visual que se apresenta no resultado de uma
preocupação também estética, é importante salientar não ser determinante o
tamanho do empreendimento para se ter uma obra integrada ao espaço
circundante. Outras consequências podem ser a valorização imobiliária do
entorno e o aumento da segurança pública, pela complementação e renovação
da paisagem urbana.
Independentemente de um julgamento baseado em aspectos
circunstanciais, o que é colocado neste momento é o fato de que pode-se
afirmar que o SEST/SENAT está totalmente compatível a sua implantação com
o entorno imediato, já que obedece as determinações traçadas pelo plano
diretor, atendendo as condicionantes resultantes da consulta de viabilidade.
A análise comparatória com a paisagem imediata existente percebe-se o
lançamento de uma ocupação espacial já existente no entorno próximo,
característica que certamente continuará se expandindo por toda a área em
que o plano diretor permitir os mesmos índices

Impacto: Compatibilidade do empreendimento com a paisagem imediata


Classificação: Impacto Positivo, Moderado e Permanente
Medidas Mitigadoras: Já incorporadas no projeto arquitetônico

182
4.2.1.4. Interferência na paisagem pela Supressão de Vegetação
Tendo em vista a necessidade de supressão da vegetação existente no
imóvel para dar lugar a edificação, tem-se aí uma importante interferência na
paisagem existente. A substituição de vegetação por edificações causa um
desconforto ambiental e visual. Este é um impacto não mitigável, porém a
legislação ambiental vigente já define as medidas compensatórias cabíveis.
A presente situação da gleba já é de alteração da paisagem pela retirada
da vegetação, portanto não serão indicadas medidas mitigadoras nesta etapa
do estudo, somente as compatibilizadoras e compensatórias.

Impacto: Interferência na paisagem pela supressão de vegetação


Classificação: Impacto Negativo, Alto e Permanente
Medidas Compatibilizadora/Compensatórias: Cumprimento das
determinações e medidas compensatórias da licença do órgão ambiental
responsável e manutenção dos remanescentes florestais com fiscalização e
medidas de combate a caça e desmatamento ilegal.

4.2.1.5. Interferência no patrimônio histórico


Dentre as edificações inscritas no Cadastro do Patrimônio Histórico,
Arquitetônico, Paisagístico e Cultural do Município localizadas nas
proximidades do empreendimento, é de relevância na presente análise dos
impactos a casa da Rua Dr. Pedro Zimmermann, n° 8.8 00, uma vez que se
situa em frente à entrada da Rua Ricardo Georg, na esquina da Rua Dr. Pedro
Zimmermann com a Rua Mário Giese.
Sua localização é um ponto estratégico para manobras de veículos que
vêm sentido sul-norte na Rua Dr. Pedro Zimmermann e desejam adentrar na
Rua Ricardo Georg e, por isso, merece atenção especial da empresa
responsável pela terraplanagem e da construtora no que se refere ao trânsito
de seus veículos de grande porte e carga pesada.

183
Impacto: Interferência no patrimônio histórico
Classificação: Impacto Negativo, Muito baixo e Permanente
Medidas Mitigadoras: Os veículos de grande porte e carga pesada que
vierem da direção sul-norte na Rua Dr. Pedro Zimmermann deverão evitar a
manobra em frente à entrada da Rua Mário Giese reduzindo a velocidade.
Deve-se também implantar placas de sinalização no local.

4.2.1.6. Diminuição da permeabilidade do solo


As instalações de novos empreendimentos podem se tornar uma
ameaça a qualidade de vida de sua vizinhança no que se refere ao acúmulo de
excedente hídrico proveniente de áreas impermeabilizadas.
Para prevenção de impactos inerentes a estes aspectos é exigida pela
Prefeitura de Blumenau a permeabilidade de 20% da área total de novos
empreendimentos a se instalarem na cidade, como apresentado no Item 03 -
Características da Vizinhança.
O empreendimento dispõe de um terreno de 42.854,78 m², dos quais
28.585,24 m² serão de solo permeável, ou seja, 66,7 % da gleba são passíveis
de infiltração da água pluvial.
A porção de solo a ser impermeabilizada gerará um excedente hídrico
que será conduzido à área permeável para lançamento no corpo d’água que
atravessa o empreendimento, conforme projeto de drenagem apresentado no
ANEXO F.

Impacto: Geração de excedente hídrico devido à impermeabilização de parte


do terreno;
Classificação: Impacto Negativo, Muito baixo e Permanente;
Medidas Mitigadoras: Captação de águas das chuvas dos telhados do
empreendimento e condução a cisternas para acondicionamento e posterior
reuso em sanitários, irrigação de áreas verdes e limpeza de pisos e áreas
externas, conforme previsto em legislação municipal.

184
4.2.2. Compatibilidade do Empreendimento com os Equipamentos
Urbanos e Comunitários

4.2.2.1. Abastecimento de Água


O abastecimento de água do SEST/SENAT se dará pela rede de
abastecimento do SAMAE e por poço artesiano a ser perfurado na gleba.
A demanda de água estimada para sua fase de operação é de 350 m³
por mês, já sendo declarada a capacidade de atendimento por parte do
SAMAE (ANEXO H).

Impacto: Pressão sobre o fornecimento de água


Classificação: Impacto Negativo, Baixo e Permanente
Medidas Mitigadoras: Armazenamento e uso da água da chuva

4.2.2.2. Fornecimento de Energia Elétrica


A empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica para o
empreendimento em estudo é a CELESC, que tem declarada sua capacidade
de atendimento à demanda estimada de 6.560 kVA para a fase de operação do
SEST/SENAT (ANEXO J).

Impacto: Pressão sobre o fornecimento de energia


Classificação: Impacto Negativo, Baixo e Permanente
Medidas Mitigadoras: Uso de lâmpadas fluorescentes, aproveitamento da luz
e ventilação natural, pintura com cores claras para reflexo da luz, uso de
equipamentos com selo PROCEL de economia, aquecimento a gás ou solar,
uso de sensores de presença e implantação de um programa de educação
ambiental voltado ao uso racional da energia elétrica pelos funcionários, alunos
e demais freqüentadores do SEST/SENAT.

4.2.2.3. Coleta e disposição final de resíduos sólidos


O SAMAE, concessionária dos serviços de coleta e disposição final de
resíduos de Blumenau, alega a capacidade de coleta dos resíduos recicláveis,

185
mas nega a completa capacidade de coleta dos demais resíduos, sugerindo ao
empreendedor a contratação de uma empresa terceirizada para prestação
desses serviços (ANEXO K). Para tanto, o empreendedor apresenta a
BLUMETERRA COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA (ANEXO K), empresa que
fará a coleta e destinação dos resíduos do SEST/SENAT.

Impacto: Pressão sobre o sistema de coleta e disposição final de resíduos


sólidos
Classificação: Impacto Negativo, Baixo e Permanente
Medidas Mitigadoras: Implantação de um Programa de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos – PGRS e um Programa de Educação Ambiental para os
funcionários, alunos e demais freqüentadores do SEST/SENAT. Contratação
de terceiros com as decidas licenças ambientais para gestão dos resíduos.

4.2.2.4. Pressão sobre o sistema Público de Saúde e Educação


A região de implantação do SEST/SENAT possui uma boa infra-
estrutura no que diz respeito a saúde e educação, alem disso o
empreendimento em si oferece opções de atendimento na área da saúde e
eudcação. No entanto cerca de 50 trabalhadores estão previstos para o
empreendimento, o que certamente irá acarretar no uso destes equipamentos
seja pela opção de moradia mais próxima ao trabalho, ou apenas evitando os
deslocamentos. Assim, apesar da incerteza da probabilidade de ocorrência, é
possível que no futuro haja a necessidade da adequação destes equipamentos.
No entanto, os investimentos necessários podem vir do significativo incremento
na arrecadação de impostos que acontecerá também desencadeado pela
implantação do empreendimento.

Impacto: Pressão sobre o Sistema Público de Saúde e Educação


Classificação: Impacto Negativo, Baixo e Permanente
Medidas Mitigadoras: Investimento, por parte do poder público municipal, de
parte da arrecadação de impostos provenientes dos empreendimentos nos
sistemas de saúde e educação na vizinhança e área de influencia.

186
4.2.3. Alterações econômicas e sociais

4.2.3.1. Dinamização da oferta de emprego e aumento das atividades


econômicas
Durante a fase de instalação do empreendimento prevêem-se uma
dinamização da oferta de empregos e aumento das atividades econômicas
para a população da região das Itoupavas e demais regiões. Os aspectos que
proporcionarão este aumento são a demanda de bens e serviços, geração de
empregos e a própria atração de pessoas proporcionada pelo início das obras
e operação do condomínio. Nesta fase será necessária a mobilização de mão
de obra para as atividades de construção civil. A fase de instalação poderá
representar uma maior oferta de trabalho do que a própria fase de operação, a
qual exigirá mão de obra mais qualificada. Os moradores da vizinhança
poderão ser beneficiados, ainda, pela possibilidade de se estabelecer alguma
atividade econômica, na esteira da dinamização econômica possibilitada pelo
empreendimento, como resultado não apenas deste, mas do conjunto de
transformações no local. Em geral, na fase de implantação de
empreendimentos como este, podem gerar alguma movimentação na área de
comércio de materiais de construção.
A administração do empreendimento também deverá manter
funcionários que operarão equipamentos e cumprirão a função de zelar pelo
patrimônio coletivo, além de assegurar a preservação do acervo ambiental.
Este impacto será positivo, pois poderá buscar recursos humanos junto à
comunidade de entorno, em atendimento às demandas, corroborando com o
crescimento da economia da área.

Impacto: Dinamização da oferta de emprego e aumento das atividades


econômicas
Classificação: Impacto Positivo, Alto e Permanente
Medidas Potencializadoras: Contratação de trabalhadores que residam na
área de vizinhança do empreendimento. Em relação aos materiais de

187
construção ou produtos diversos, é recomendável que, naquilo que for
possível, seja dada prioridade aos fornecedores da região.

4.2.3.2. Aumento na arrecadação de impostos


A instalação do SEST/SENAT acarretará num aumento da receita
municipal tributária após sua implantação. Este impacto beneficia o poder
público municipal e, conseqüentemente, a própria população do município, em
função do aumento da receita para investimentos em equipamentos e serviços
públicos. Este impacto pode ser potencializável com o aumento de oferta de
empregos gerado pelo empreendimento e através da capacitação dos
funcionários em decorrência do treinamento de colaboradores. Estes fatores
geradores de renda resultam em uma maior movimentação financeira no
entorno e aquecimento da economia local.

Impacto: Aumento na arrecadação de impostos


Classificação: Impacto Positivo, Alto e Permanente
Medidas Potencializadoras: Sugere-se dar oportunidade aos trabalhadores
que residam na área de vizinhança do empreendimento.

4.2.3.2. Valorização imobiliária, alteração de costumes e estratificação


social
O SEST/SENAT estará se instalando numa área já em ascensão, onde a
valorização imobiliária é eminente e está diretamente relacionada com a
facilidade de acesso e as características geográficas, principalmente por estar
livre de enchentes e pela grande extensão dos vazios urbanos que são
encontrados, possibilitando a instalação de empreendimentos comerciais,
industriais de serviços e até mesmo imobiliários.

Impacto: Valorização imobiliária, alteração de costumes e estratificação social


Classificação: Impacto Positivo, Baixo e Permanente

188
4.2.3.3. Segurança
O entorno do empreendimento caracteriza-se como uma área propícia à
expansão e, por isso, apresenta um baixo adensamento. A gleba também se
localiza próxima a uma vasta zona de proteção ambiental. Estes vazios
urbanos contribuem com o receio de moradores e futuros moradores no que se
refere à segurança pública.
A instalação de novos empreendimentos que atraem estudantes e
famílias, como é o perfil do SEST/SENAT, trazem maior movimentação ao seu
entorno e conseqüente aumento de sua segurança.

Impacto: Aumento da Segurança no Entorno do Empreendimento


Classificação: Impacto Positivo, Moderado e Permanente
Medidas Potencializadoras: Inserir no Sistema de Segurança ronda dos
vigilantes no entorno do empreendimento tanto no período diurno como
noturno.

4.2.4. Avaliação da Compatibilidade do Sistema Viário e de Transporte

4.2.4.1. Contagens de Tráfego


Foram efetuadas contagens de veículos nos sete (7) principais
cruzamentos da vizinhança imediata do SEST/SENAT, indicados no Mapa 14 –
Localização dos Pontos de Contagem. As contagens foram concentradas no
período de final da tarde, nos dias 02, 03 e 06 de Dezembro de 2010, das
17h30min às 19h00min, sendo o horário de pico resultante das 17h45min às
18h45min.
As contagens, tabuladas a cada 15 minutos de pesquisa, foram
classificatórias por tipo de veículo: automóveis, ônibus e caminhões acima de 4
toneladas, os quais, como equivalência, foram considerados iguais a 3
automóveis cada, para transformação dos volumes em veículo-padrão. Estes
dados estão incluídos no Anexo P, Quadros 1a, 1b, 1c, 1d, 1e, 1f, 2a, 2b, 2c,
3a, 3b, 3c, 3d, 3e, 3f, 4a, 4b, 4c, 5a, 5b, 5c, 6a, 6b, 6c, 7a, 7b e 7c.

189
As motocicletas, bicicletas e pedestres não foram incluídas nas
contagens, pois o volume destes veículos gerado pelo empreendimento será
plenamente atendido no sistema viário da área de vizinhança.
No Mapa 15 – Volumes de Tráfego no Horário de Pico são
apresentados os resultados das contagens para os movimentos de cada
cruzamento avaliado no horário de pico.
Dos sete (7) pontos de contagens, o Ponto 01, cruzamento das ruas Dr.
Pedro Zimmermann x Rudolfo Walter x Rudiberto Krueger, é o que apresenta
maior volume no pico, com 2.303 veículos-padrão. Este cruzamento, como toda
a extensão da rua Dr. Pedro Zimmermann, apresenta congestionamento em
função dos altos volumes e por ser permitido todos os movimentos de
conversão.
O Ponto 03, ponto mais próximo do empreendimento, cruzamento das
ruas Dr. Pedro Zimmermann x Ricardo Georg x Mário Wiese, é o segundo em
volume, com um total de 1.783 veículos-padrão. Este ponto apresenta conflitos
no horário de pico em virtude dos movimentos de conversões das ruas acima
citadas, onde não há ainda um sistema de acesso adequado.
Os demais pontos avaliados não apresentam congestionamentos, mas
sim conflitos em função dos cruzamentos permitirem todos os movimentos e
não terem sinalização e geometria adequada. Com a implantação do Sistema
de Retornos projetado pela Prefeitura, estes problemas devem ser eliminados.

190
175
176
4.2. Simulação de Capacidade de Cruzamentos
Esta simulação visa estimar os volumes e as capacidades de tráfego nos
cruzamentos onde as contagens foram efetuadas, projetando-se cenários com
e sem o SEST/SENAT. Foram considerados seis cenários ao longo do período
de análise, considerando crescimento anual nos volumes de 3,0 %:
a) Cenário atual, sem implantação do SEST/SENAT;
b) Cenário no Ano 1 com a implantação do empreendimento;
c) Cenário no Ano 1 sem a implantação do empreendimento;
d) Cenário no Ano 5 com a implantação do empreendimento;
e) Cenário no Ano 10 com a implantação do empreendimento;
f) Cenário no Ano 10 sem a implantação do empreendimento.
Para o Ano 1, Ano 5 e Ano 10, com a implantação do empreendimento,
foram acrescentados volumes nos pontos de contagem, a partir da
consideração de que 80 % da oferta total de vagas de estacionamento, 65
veículos – padrão, sejam gerados no horário de pico pelo SEST/SENAT.
Nesta simulação, considerou-se que dos 65 veículos atraídos ao
empreendimento no horário de pico, 80% (52 veículos) cheguem pela rua
Ricardo Georg, a partir da rua Dr. Pedro Zimmermann, e os demais 20 % (13
veículos) cheguem pela rua Ricardo Georg, a partir das ruas Carlos Krueger e
Jacob Ineichen.
A capacidade de cada cruzamento, mantida fixa durante o período
horizonte de análise, foi baseada no Highway Capacity Manual, Special Report
209/1985, considerando-se o tipo das interseções, o número de faixas dos
movimentos conflitantes.
Conforme o Quadro 01 – Avaliação de Capacidades há que registrar que
o cruzamento das ruas Dr. Pedro Zimmermann x Rudolfo Walter x Rudiberto
Krieger (PC1) é o que apresenta pior relação, indicando que o volume de
tráfego já atingiu sua capacidade independentemente da implantação do
SEST/SENAT.

193
O cruzamento da rua Dr. Pedro Zimermann x Ricardo Georg x Mário
Giese (PC3), atingirá sua capacidade em aproximadamente 4 (quatro) anos
sem o SEST/SENAT e 3 (três) anos com a implantação do SET/SENAT.
Nos demais cruzamentos, com e sem o SEST/SENAT, o volume de
tráfego não atingirá a capacidade. Pode-se observar também no Quadro 04,
que os cruzamentos terão vida útil longa, estando com sua capacidade muito
acima da demanda. Porém, isto não quer dizer que o sistema viário não
necessite de melhorias de sinalização e geometria adequada. Mas de maneira
geral, a implantação do SEST/SENAT não chega a causar qualquer impacto
significativo na capacidade dos cruzamentos da área de influência.

194
195
5. PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS NO SISTEMA VIÁRIO E
TRANSPORTES

Visando garantir a acessibilidade do SEST/SENAT e atenuar eventuais


impactos de vizinhança, estudou-se a adoção de medidas mitigadoras para o
sistema viário. É importante ressaltar que a análise realizada aponta para a
total viabilidade do empreendimento do ponto de vista do sistema viário e
transportes, considerando-se as medidas mitigadoras a serem implementadas.

5.1 Transporte Coletivo

Do ponto de vista do Transporte Coletivo, é ideal a implantação de


pontos de paradas com abrigos mais próximos do empreendimento, sendo um
no lado par e um no lado impar, conforme Mapa 16 - Medida Mitigadora 1, 2 e
3, pois o ponto atual dista 700 metros, ficando razoavelmente longe para os
pedestres usuários do SEST/SENAT. Com relação às linhas existentes, seus
intervalos são bem aceitáveis.

5.2 Sistema Viário

No que se refere a Circulação Viária, algumas medidas são propostas


para garantir a segurança de tráfego no acesso ao empreendimento.
Medida Mitigadora 1 – Sistema de Acesso ao Empreendimento
A Medida Mitigadora 1 apresenta como proposta a criação de um
sistema de acesso com faixas centrais canalizadoras, com faixa de
desaceleração de 36,00 metros e faixa de aceleração de 32,00 metros, no
acesso ao empreendimento. Embora os automóveis previstos na acumulação
sejam atendidos dentro do empreendimento, o sistema visa disciplinar e
garantir segurança na entrada e saída, conforme Mapa 16 - Medida Mitigadora
1, 2 e 3. Para que esta medida torne-se viável, terá que ser feito um recuo de

196
3,00 metros adentrando o imóvel do empreendimento, recuando-se também a
guarita.
Medida Mitigadora 2 – Ilha de Segurança e Faixa de Travessia
A Medida Mitigadora 2 prevê a implantação de uma ilha de segurança e
faixa de pedestres para travessia da Rua Ricardo Georg, garantindo a
segurança dos pedestres, (Mapa 16 - Medida Mitigadora 1, 2 e 3).
Medida Mitigadora 3 – Implantação de Passeio
A Medida Mitigadora 3 propõe a implantação de passeio em toda a
testada do empreendimento, para garantir segurança e melhorar a
caminhabilidade de pedestres.
Esta medida propõe também a implantação do passeio no ponto de
parada de ônibus sugerido no lado ímpar, vide Mapa 16 - Medida Mitigadora 1,
2 e 3 até o empreendimento.
Medida Mitigadora 4 - Reformulação Interseção das ruas Ricardo Georg x
Dr. Pedro Zimmermann x Mario Giese
A Medida Mitigadora 4 prevê a reformulação do cruzamento das ruas
Ricardo Georg x Dr. Pedro Zimmermann x Mário Giese no futuro. Com esta
medida, deve-se eliminar de vez os problemas de movimentos conflitantes
existente neste cruzamento, haja vista que atualmente o cruzamento em
questão é extremamente perigoso.
A Prefeitura Municipal de Blumenau pode estudar o deslocamento do
projeto do sistema de retorno para este cruzamento.
Medida Mitigadora 5 - Vias Projetadas
A Medida Mitigadora 5 prevê que, com a implantação das vias
projetadas Nº 22 ( Prolongamento da rua Arno Delling até a Paulo Ziegel Filho)
e da via projetada Nº 100 (Ligação da Via Projetada Nº 22 até a rua Dr. Pedro
Zimmermann), o fluxo atual da rua Dr. Pedro Zimmermann seja
descongestionado e o empreendimento tenha mais uma opção de acesso.

197
198
Conclusão quanto ao Sistema Viário

Este Estudo de Impacto de Tráfego identificou muito baixo impacto na área


de influência com a implantação do SEST/SENAT.
Devido ao pequeno fluxo de veículos gerado, o empreendimento não causa
conflitos no sistema de acesso, considerando-se que as Medidas 1 e 2
propostas sejam implantadas imediatamente.
Diante das considerações supracitadas e pelos benefícios que o
empreendimento proporcionará aos trabalhadores do Transporte, o
SEST/SENAT tem plena viabilidade de aprovação do ponto de vista do sistema
viário e de transporte coletivo.

4.3 Avaliação dos Impactos na Fase de Implantação do Empreendimento

A etapa de construção dos módulos, restaurante e área de lazer do


SEST/SENAT gerará impactos inerentes às atividades de construção civil,
afetando de forma direta e indireta a sua vizinhança.
Existem impactos que são inerentes da fase de ajuste do terreno quando
se dão seus cortes e aterros, e aquelas que iniciam nesta fase e perduram
durante toda a obra, podendo causar perturbações na vizinhança.
A terraplanagem do empreendimento, conforme destacado no Capítulo 2
– Características do Empreendimento, já foi iniciada, tendo cumprido o primeiro
dos quatro meses previstos no cronograma. De acordo com o mesmo capítulo,
o volume de corte será de 43.806,30 m³ e de aterro 80.472,65 m³, ou seja, o
projeto de terraplanagem não prevê geração de bota-fora, apenas recebimento
de 36.666,35 m³ para aterro.
O volume de terra a ser movimentado pode causar alguns impactos à
vizinhança, como levantamento de partículas sólidas no ar e carreamento para
as vias, poluição sonora, processos erosivos com possibilidade de
assoreamento dos corpos hídricos entre outros.

199
4.3.1.. Compactação do Solo
O tráfego intenso de máquinas, equipamentos e veículos causam
compactação do solo, que é aceita nas áreas destinadas às vias internas do
SEST/SENAT. Como conseqüência tem-se a alteração na hidrodinâmica e
aeração do solo, fatores estes que inferem diretamente sobre sua
biodiversidade (biologia do solo) infiltração (escorrimento superficial). O
selamento superficial, responsável pela erosão entre-sulcos, é ocasionado pelo
impacto da gota da chuva sobre o solo descoberto, e é nesta pequena camada
compactada que os processos erosivos têm início.

Impacto: Compactação do Solo


Classificação: Impacto Negativo, Moderado e Permanente.
Medidas Mitigadoras: Evitar o tráfego intenso de máquinas e equipamentos
em locais onde não estão sendo realizadas as atividades. Evitar o tráfego
quando o solo estiver molhado, o que favorece a compactação. Não
sobrecarregar as máquinas e equipamentos de modo a causar maior pressão
sobre a superfície do solo.

4.3.2. Alteração no padrão de escoamento de água na superfície do solo


A alteração no escoamento das águas em superfície ocorre
principalmente na movimentação de solo e rocha, que modifica as condições
topográficas, os horizontes superficiais e a cobertura do terreno, devido à
retirada ou acúmulo de solo ou outros materiais, cuja magnitude pode modificar
sensivelmente todo o processo de escoamento das águas precipitadas ou
aflorantes, podendo interromper (represar) acelerar ou reduzir sua velocidade,
concentrando ou dispersando as águas. As edificações e outras obras civis
também podem modificá-lo, ao se comportarem como superfícies
impermeabilizadoras e obstáculos ao fluxo natural.
As conseqüências da alteração se traduzem por reflexos imediatos nos
processos com as quais o escoamento superficial interage com mais
intensidade, tais como a erosão pela água, escorregamento, movimentação

200
das águas em superfície e inundação. Outras causas devem-se a
impermeabilidade do solo em áreas extensas, revolvimento do solo superficial,
retirada de grande área de cobertura vegetal e acúmulo de grande quantidade
de água em superfície, com reflexos no comportamento do lençol freático.
Vazamentos nos condutos da água e esgoto podem incrementar localmente e
infiltração e o escoamento subterrâneo.

Impacto: Alteração no padrão de escoamento de água na superfície do solo


Classificação: Impacto Negativo, Moderado e Permanente.
Medidas Mitigadoras/Compatibilizadoras: Preservação da cobertura vegetal
onde for compatível com a implantação do empreendimento, de modo a
favorecer a infiltração das águas pluviais e revegetação das áreas alteradas
pelos cortes e aterros. Remoção imediata dos materiais acumulados
resultantes das obras de escavação e movimentação do solo. Implantação de
obras de drenagem, de proteção superficial e de contenção no decorrer da
implantação do projeto urbanístico. Executar obras e adotar procedimentos que
visem manter estabilizada a condição de escoamento das águas superficiais o
mais próximo possível das condições originais. Implantar sistema para
dissipação da energia da água no sistema de drenagem pluvial do
empreendimento.

4.3.3. Perda do solo por processos erosivos


A perda dos solos é fator determinante na redução da qualidade das
águas superficiais (sedimentos) e no assoreamento dos corpos hídricos. O
processo inicia-se com o impacto da gota da chuva sobre o solo, causando o
selamento superficial solo e reduzindo assim a infiltração. No impacto da gota
sobre o solo também há a desagregação de partículas alterando a fluidez da
água aumenta assim sua capacidade e competência em transporte de
sedimentos. Após a fase de erosão entre-sulcos, o escorrimento superficial,
formando inicialmente, escava pequenos canais, esta fase é denominada de
erosão em sulcos.

201
Impacto: Perda do solo por processos erosivos
Classificação: Impacto Negativo, Moderado e Temporário.
Medidas Mitigadoras/ Compatibilizadoras: Obras de terraplanagem devem
ser feitas de forma setorizada, tendo inicio nas cotas mais elevadas em direção
as mais baixas. Evitar a exposição do solo sem a devida cobertura. Revegetar
as áreas expostas, preferencialmente com gramíneas o mais rápido possível.
Implantar sistemas de contenção de sedimentos com dissipadores de energia.

4.3.4. Alteração da qualidade do solo e de águas subterrâneas


A qualidade das águas subterrâneas tem relação direta com a qualidade
do solo, seu tipo e para qual fim é utilizado. Assim, algumas atividades
ocorrentes em canteiros de obras podem comprometer sua qualidade, como a
percolação de substâncias perigosas, como materiais de limpeza, tinta, tinner e
resíduos oleosos.
O despejo de efluentes é outro risco para a qualidade do solo e águas
subterrâneas, risco que já será minimizado com a instalação do Sistema de
Tratamento de Esgotos Compacto para a fase de obras.

Impacto: Alteração da qualidade do solo e de águas subterrâneas


Classificação: Impacto Negativo, Alto e Temporário
Medidas Mitigadoras: Estabelecimento de procedimentos operacionais
visando disciplinar atividades geradoras de resíduos e efluentes. Definir locais
apropriados no canteiro de obras para lavagem dos equipamentos. Proibir o
abastecimento dos veículos no canteiro. Instalação do Sistema de Tratamento
de Esgotos para o canteiro de obras.

4.3.5. Dispersão de material particulado em suspensão


A baixa velocidade do vento na região age de forma favorável para não
ocorrer dispersão de material particulado para a vizinhança. No entanto ventos
com maior velocidade podem ocorrer, por isso é importante a tomada de
cuidados para realização de obras de movimentação de terra.

202
Impacto: Dispersão de material particulado em suspensão
Classificação: Impacto Negativo, Muito baixo e Temporário.
Medidas Mitigadoras: Umedecimento do solo exposto nos períodos de
ausência de precipitação, com águas pluviais anteriormente armazendas.
Revegetação das áreas suprimidas (preferencialmente com gramíneas)
deixando o solo protegido. Cobrir os caminhões envolvidos no transporte de
terra. Rrevestimento das vias internas do canteiro com brita e/ou instalação de
um sistema para lavação de rodas no portão de acesso dos caminhões.

4.3.6. Aumento na emissão de gases poluentes por veículos


O aumento no número de veículos decorrente da ocupação do imóvel irá
aumentar a emissão de gases poluentes. No entanto com a melhoria dos
sistemas de filtros dos veículos estes efeitos tendem a diminuir.

Impacto: Aumento na emissão de gases poluentes por veículos


Classificação: Impacto Negativo, Baixo e Temporário.
Medidas Mitigadoras: Inspeção e manutenção dos veículos utilizados no
empreendimento, tanto na fase de obra quanto na operação exigindo dos
fornecedores um plano de manutenção preventiva/programada dos veículos
que transitarão pelo canteiro de obras. Plantio de arvores para melhoria da
qualidade do ar. Incentivo ao uso de transportes coletivos ou não motorizados
para os estudantes e funcionários.

4.3.7. Poluição Sonora


No que diz respeito ao nível de ruído, calor e vibração durante a fase de
implantação do SEST/SENAT destacam-se os seguintes geradores: retro-
escavadeira, escavadeira hidráulica, rolo compactador, marteletes, betoneiras,
bate-estacas e veículos de carga pesada. Logo, a produção de inconvenientes
à vizinhança se restringe a geração de vibrações pela utilização do maquinário
pesado e, principalmente, a geração de ruído pela movimentação de
caminhões.

203
Para identificação dos níveis totais de ruídos a serem emitidos durante a
fase de implantação do empreendimento, primeiramente foi realizada a
identificação dos níveis de ruídos emitidos no entorno da gleba em sua atual
situação, ou seja, com ausência das obras, para posteriormente somar estes
valores ao nível gerado durante a fase de construção.
No item 3 - Características da Vizinhança, foram definidos 3 pontos
amostrais no perímetro da gleba e identificados os níveis de pressão sonora
equivalentes (Tabela 43).

Tabela 43 – Níveis de pressão sonora na vizinhança do empreendimento.

Pontos LAeq (dB (A))


Amostrais diurno
#01 65,6
#02 42,7
#03 63,3

No item 02 – Características do Empreendimento adotou-se a emissão


de 65 dB (A) para a fase de obras do empreendimento, de acordo com laudos
de ruídos realizados por esta consultoria referentes à fase de obras de outros
empreendimentos do porte do SEST/SENAT.
Para cálculo do somatório dos ruídos utilizou-se a seguinte fórmula:

A aplicação da fórmula nos níveis dos pontos amostrais e nível adotado


para a fase de construção do empreendimento chegou aos seguintes níveis
totais em cada ponto amostral:

204
Tabela 44 – Resultados das somas dos níveis de
pressão sonora nos pontos amostrais.
Pontos LAeq (dB (A))
Amostrais Diurno total
#01 68,3
#02 65,0
#03 67,2

Como apresentado do item 3 – Características da Vizinhança, dentro da


classificação apresentada pela norma técnica NBR 10151:2000, considerou-se
o empreendimento em estudo como Área Predominantemente Industrial, sendo
seus níveis de critério de avaliação (NCA) 70 dB (A) para o período diurno.
Portanto, os níveis identificados para a fase de obras do SEST/SENAT
enquadram-se no estabelecido pela norma, corroborando com o bem estar de
sua vizinhança.
Vale ressaltar que o nível supracitado para a fase de obras é uma
estimativa, podendo atingir graus mais elevados e conseqüentes incômodos à
vizinhança. No entanto, estes inconvenientes têm como característica o
imediatismo, isto é, ocorrem somente durante a fase de implantação do
empreendimento.

Impacto: Aumento nos níveis de ruídos e vibração;


Classificação: Impacto Negativo, Moderado e Temporário;
Medidas Mitigadoras: Neste caso, a principal medida mitigadora é escolha
das tecnologias a serem utilizadas na obra. A perfuração por aparafusamento,
por exemplo, é sempre a mais indicada, pois gera baixos níveis de ruído e
vibração. Também deve-se fazer uso de equipamentos de proteção individual
(EPI) para os trabalhadores da obra, uso de tapumes nos limites do canteiro e
respeito ao horário de atividades do canteiro (segunda a sexta feira das 7:00 às
18:00).

205
4.3.8. Perda de recursos vegetais
A supressão de vegetação para implantação do empreendimento pode
resultar na fragmentação de alguns remanescentes florestais interferindo nas
espécies animais.
No caso do SEST/SENAT esses serviços encontram-se concluídos.
Portanto, são sugeridas apenas as medidas compensatórias e
compatibilizadoras.

Impacto: Perda de recursos vegetais


Classificação: Impacto Negativo, Muito alto e Permanente
Medidas Compensatória/ Compatibilizadora: Cumprimento da revegetação
das áreas degradadas e demais medidas solicitadas pelo órgão ambiental
responsável pela licença de supressão.

4.3.9. Distúrbios à fauna terrestre


Os distúrbios à fauna terrestre estão relacionados com as perturbações
causadas pelas obras do empreendimento com destaque para a produção de
ruídos e mudança da paisagem, o que pode mudar o comportamento e
acarretar em interferências no ciclo reprodutivo, além do afugentamento de
diversos animais.

Impacto: Distúrbios a fauna terrestre


Classificação: Impacto Negativo, Muito alto e Temporário
Medida Compensatória/Compatibilizadora: Controle dos ruídos e da
presença de pessoas e animais domésticos nas áreas onde a vegetação será
preservada. Placas de conscientização e programa educativo para
trabalhadores da construção civil. Plantio de arvores nativas ao longo do
empreendimento que permitam o pouso de aves encurtando o trajeto de vôo,
para abrigo e descanso.

206
4.3.10. Aumento do tráfego de veículos pesados
As maiores interferências relativas ao trânsito de veículos pesados são
inerentes a vias que não foram projetadas para essa finalidade. Podem ocorrer
danificações na pavimentação e, em casos raros, rompimento de cabos de
energia elétrica.
As vias que circunvizinham o empreendimento têm capacidade de
receber fluxo de caminhões sem que ocorram estas danificações. Inclusive,
atualmente seu entorno passa por uma fase de intenso desenvolvimento, com
a implantação de diversos novos empreendimentos e consequente fluxo
intenso de veículos de carga pesada.
Durante o período de obras do SEST/SENAT o trecho da Rua Ricardo
Georg que vai da Rua Pedro Zimmermann à gleba do empreendimento terá o
fluxo de veículos de carga pesada intensificado, podendo causar perturbações
inerentes a manobras e interrupções em frente ao acesso do canteiro de obras,
que estará localizado na Rua Ricardo Georg.
Durante a fase de terraplanagem estão sendo utilizados caminhões
basculantes com capacidade de 12 m³ para o montante de 36.666,35 m³ de
terra.
No caso de acidentes causados pela construtora, a mesma tomará as
medidas necessárias para que a vizinhança não sofra perturbações.
Os impactos do aumento do tráfego de veículos pesados também
recebem atenção no item x – Poluição Sonora.

Impacto: Interferência de veículos pesados sobre a infraestrutura pública.


Classificação: Impacto Negativo, Alto e Temporário;
Medida Mitigadora: Sinalização adequada no entorno da obra indicando sua
atividade e sinalização com indicação da velocidade dentro e fora do canteiro.
Definição de espaço para estacionamento do maquinário e veículos dentro dos
limites do canteiro. Implantação de apenas um portão de acesso ao canteiro.
Definição de horário para entrada e saída de veículos do canteiro,

207
preferencialmente no período matutino entre 8:00 e 11:00 horas. Solicitação de
apoio junto ao SETERB para ordenação do trânsito sempre que houver
necessidade de manobras que possam impedir o fluxo normal das vias
inseridas no percurso dos caminhões.

4.3.11. Destino final dos resíduos da construção civil


De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS (Lei nº
12.305, de 2 de agosto de 2010), resíduos da construção civil são aqueles
gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de
construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de
terrenos para obras civis.
Quando não manejados corretamente, podem transformar-se em um
sério problema urbano, uma vez que seus materiais vão desde resíduos classe
I – perigosos, até resíduos de grande porte, difíceis de serem transportados.
Dentre os impactos da falta de destinação adequada desses resíduos
estão a interferência na qualidade de corpos de água, a proliferação de
agentes transmissores de doenças e obstrução de sistemas de drenagem,
além da degradação da paisagem urbana.
De acordo com a Seção V da PNRS, as empresas de construção civil
estão sujeitas a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos, assim como também dita o Código Estadual do Meio Ambiente de
Santa Catarina - Lei Estadual Nº 14.675, de 13 de abril de 2009. Para orientar-
se quanto a elaboração do PGRS, o empreendedor deve consultar a
Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002, que estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão desses resíduos.
A tabela seguinte ilustra alguns resíduos de construção civil, bem como
cuidados requeridos e destinação adequada para estes materiais. No entanto,
somente o PGRSCC será capaz de estabelecer a gestão ambiental dos
resíduos sólidos provenientes das obras.

208
Tabela 45 - Identificação de algumas soluções para
destinação dos resíduos das obras.
TIPOS DE RESÍDUO CUIDADOS REQUERIDOS DESTINAÇÃO

Áreas de Transbordo e Triagem, Áreas para


Blocos de concreto, Privilegiar soluções de Reciclagem ou Aterros de resíduos da
blocos cerâmicos, destinação que envolva a construção civil licenciadas pelos órgãos
argamassas, outros reciclagem dos resíduos, de competentes; os resíduos classificados como
componentes cerâmicos, modo a permitir seu classe A (blocos, telhas, argamassa e
concreto, tijolos e aproveitamento como concreto em geral) podem ser reciclados
assemelhados agregado para uso em pavimentos e concretos sem
função estrutural
Para uso em caldeira, Atividades econômicas que possibilitem a
garantir separação da reciclagem destes resíduos, a reutilização de
Madeira
serragem dos demais peças ou o uso como combustível em fornos
resíduos de madeira ou caldeiras
Plásticos (embalagens, Máximo aproveitamento dos Empresas, cooperativas ou associações de
aparas de tubulações, materiais contidos e a coleta seletiva que comercializam ou reciclam
etc.) limpeza da embalagem estes resíduos
Papelão (sacos e caixas Empresas, cooperativas ou associações de
de embalagens) e papéis Proteger de intempéries coleta seletiva que comercializam ou reciclam
(escritório) estes resíduos
Empresas, cooperativas ou associações de
Metal (ferro, aço, fiação
Proteger de intempéries coleta seletiva que comercializam ou reciclam
revestida, arames, etc.)
estes resíduos
Reutilização dos resíduos em superfícies
Ensacar e proteger de impregnadas com óleo para absorção e
Serragem
intempéries secagem, produção de briquetes (geração de
energia) ou outros usos
Gesso em placas É possível a reciclagem pelo fabricante ou
Proteger de intempéries
acartonadas empresas de reciclagem
Gesso de revestimento e É possível o aproveitamento pela indústria
Proteger de intempéries
artefatos gesseira e empresas de reciclagem
Desde que não estejam contaminados,
Examinar a caracterização destinar a pequenas áreas de aterramento ou
Solo prévia dos solos para definir em aterros de resíduos da construção civil,
destinação ambos devidamente licenciados pelos órgãos
competentes

209
Possível reaproveitamento para a confecção
Telas de fachada e de
Não há de bags e sacos ou até mesmo por
proteção
recicladores de plásticos
Possível destinação para empresas,
EPS (poliestireno
Confinar, evitando cooperativas ou associações de coleta
expandido - exemplo:
dispersão seletiva que comercializam, reciclam ou
isopor)
aproveitam para enchimentos
Materiais, instrumentos e
embalagens
contaminados por Maximizar a utilização dos
Encaminhar para aterros licenciados para
resíduos perigosos materiais para a redução
recepção de resíduos perigosos
(embalagens, broxas, dos resíduos a descartar
pincéis, trinchas, panos,
estopas, etc.)

Vale ressaltar que o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da


Construção Civil deverá ser previamente aprovado pela autoridade ambiental
competente.
A comprovação da destinação adequada se dará por meio da
apresentação de licença de operação válida, declaração atestando a
capacidade de recebimento do volume a ser gerado e contato de prestação de
serviços.

Impacto: Pressão na infraestrutura de deposição final dos resíduos;


Classificação: Impacto Negativo, Baixo e Temporário;
Medidas Mitigadoras: Elaboração de um Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos da Construção Civil. No Capítulo 2 deste EIV – Tabela 04
apresenta-se uma lista de empresas para destinação dos resíduos sólidos em
Blumenau. Implantar um programa de Educação Ambiental dentro do canteiro
de obras visando a diminuição dos impactos decorrentes da ação das obras.

4.4 Matriz de Avaliação de Impactos

210
Embora descritos anteriormente, para melhor visualização e análise, os
impactos e as medidas de correção propostas também são apresentados em
forma de matriz.

211
212
213
5. BIBLIOGRAFIA

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ESTATÍSTICO DE SANTA CATARINA, 2002.

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Diretoria de Planejamento Urbano. GPDU – Grupo Dirigido de Planejamento Urbano.

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VON SPERLING, M. 1996. Princípios do tratamento biológico de águas


residuárias Vol. I. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, DESA-UFMG, 2a

216
edição. 243 p.

Resoluções e Normas Técnicas:

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 1990. Resolução


Conama nº 01.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 1990. Resolução


Conama nº 03.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 1993. Resolução


Conama nº 05.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 1996. Resolução


Conama nº 23.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 1997. Resolução


Conama nº 237.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 1999. Resolução


Conama nº 257.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 2001. Resolução


Conama nº 283.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 2002. Resolução


Conama nº 307.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004, 2004.


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151, 2000.

217
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152, 1987.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12808, 1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13853, 1997.

Sites Consultados:

ANA – Agência Nacional de Águas. Disponível em:


http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx.

CELESC - Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. Disponível em:


http://portal.celesc.com.br/portal/home/index.php.

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Disponível em:


http://www.cetesb.sp.gov.br/institucional/institucional/1-A-Nova-CETESB

CNT – Confederação Nacional do Transporte. Disponível em:


http://www.cnt.org.br/Paginas/index.aspx.

COMITÊ DE GERENCIAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ITAJAÍ.


Disponível em: http://www.comiteitajai.org.br/.

Companhia de Gás de Santa Catarina. Disponível em: www.scgas.com.br.

Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina - DETRAN/SC. Disponível em:


www.detran.sc.gov.br/estatistica/estatistica.

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em:


http://www.embrapa.br/.

EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina.


Disponível em: http://www.epagri.sc.gov.br/.

Governo Estadual de Santa Catarina. Disponível em: www.sc.gov.br.

218
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em: www.ibge.gov.br.

Organização das Nações Unidas – ONU. Disponível em: www.onu-brasil.org.br.

Prefeitura Municipal de Blumenau. Disponível em: www.blumenau.sc.gov.br.

Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. Disponível em:


www.sed.sc.gov.br.

Serviço Municipal de Água e Esgoto – Blumenau. Disponível em: www.samae.com.br.

SEST/SENAT – Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do


Transporte. Disponível em: http://www.sestsenat.org.br/Paginas/Index.aspx.

SETERB – Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transportes de Blumenau.


Disponível em: http://www.seterb.sc.gov.br.

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