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Aterro sanitário em Sousa(PB) e sua aplicabilidade frente a lei nacional de resíduos

sólidos

Sanitary land in Sousa(PB) and its applicability to the national law of solid waste
Francisco Noberto Gomes Carneiro1, Ubiracy Mendes de Sousa 2

Resumo: Nos dias atuais a demanda de lixo produzido pela população vem cada vez mais aumentando em
gigantescas e gritantes proporções de maneira desordenada e desorganizada sem grandes preocupações. Com
base no pressuposto ficam claro e evidente os atuais problemas com a destinação final dos resíduos na cidade
de Sousa-PB. Assim o presente artigo busca analisar se as políticas ligadas ao correto manejo dos resíduos
sólidos estão em conformidade com normal nacional vigente. Dessa forma, analisou-se a atuação do poder
público e o comportamento humano, observando a forma de depósitos de lixo e sua destinação,
principalmente nos terrenos baldios (lixões). Para tanto, foram feitos levantamento bibliográfico sobre a
questão dos resíduos sólidos e apercepção de proposta de sustentabilidade com o objetivo de proteger o meio
ambiente.

Palavras-chave: Norma, Sustentabilidade, Resíduos Sólidos, Crise ambiental.

Abstract: Nowadays, the demand for garbage produced by the population is increasingly increasing in huge
and gigantic proportions in a disorderly and disorganized way without major concerns. Based on the
assumption, the current problems with the final disposal of waste in the city of Sousa-PB are clear and
evident. Thus, this article seeks to analyze whether the policies related to the correct management of solid
waste are in conformity with current national norm. In this way, the performance of public power and human
behavior were analyzed, observing the form of garbage deposits and their destination, mainly in the waste
lands (dumps). For that, a bibliographical survey was made on the issue of solid waste and the apperception
of a sustainability proposal with the objective of protecting the environment.

Key words: Norma, Sustainability, Solid Waste, Environmental Crisis.

INTRODUÇÃO

Em algum tempo da nossa história a produção de lixo era pequena o que não acarretava grandes
preocupações com o seu destino final. Com o advento da Revolução Industrial com início dos processos de
industrialização e urbanização ocasionou um aumento na produção de lixo. O lixo é considerado como sendo
resíduos provenientes das diversas atividades humanas. O lixo não provém da natureza, pois tudo neste
ambiente agrega elementos de renovação e reconstrução.
As cidades brasileiras apresentam inúmeros problemas com a destinação e o tratamento do lixo e, quanto
maior for à cidade e o fluxo de pessoas, mais agravante vai ser este problema. Dessa forma Sousa não seria
diferente desse contexto, para tanto é objeto de análise da forma como trata o lixo que em muitos pontos da
cidade é visivelmente exposto no seu estado sólido, líquido e gasoso, como no lixão a céu aberto no Bairro
do Alto Capanema, as margens do Rio do Peixe. Registro fotográfico no anexo I.
No ano de 2016 o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, que tem a frente o trabalho da Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), demonstrou que a disposição
1
Aluno do curso de Mestrado em Sistemas Agroindustriais, (83) 9.9412-3635, noberto.carneiro@gmail.com
2
Aluno do curso de Mestrado em Sistemas Agroindustriais, (83) 9.9137-5450, ubiracycml@gmail.com
inadequada de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) atingiu 3.331 municípios brasileiros, pois, foram destinados
mais de 29,7 milhões de toneladas de resíduos, que correspondem 41,6% para os lixos ou aterros controlados,
que não detentores de medidas para proteger o meio ambiente.
Os diversos lixões espalhados pela cidade de Sousa, como o Lixão do bairro Alto Capanema, situado às
margens do Rio Piranhas, demonstram claramente que Sousa se encontra dentro dos números apresentados
pela Abrelpe no ano de 2016.
A definição de resíduos sólidos pode ser facilmente entendida com a leitura do XVI, art. 3º da Lei nº
12.305/2010 (Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS), como sendo “material, substância,
objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede,
se propõe proceder ou se está obrigado a proceder,nos estados sólido ou semissólido, bem como gases
contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da
melhor tecnologia disponível.”
Na cidade de Sousa desde 02/07/2014 houve a implantação de um aterro sanitário. A empresa Trash
Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos LTDA foi a empresa ganhadora da licitação sendo a responsável
pela coleta de resíduos sólidos da cidade. Antes disso o município não possuía um local adequado para a
disposição de Resíduos Sólidos Urbanos (lixo). Apesar disso a implantação do sistema não atinge a
totalidade dos resíduos sólidos, pois, não é difícil localzar várias células de lixões pela cidade, passados
poucos mais de 03 (três) anos da implantação do aterro sanitário.
O que se constata nos lixões da cidade de Sousa, ainda muito utilizados, é que estes servem de descarte
de todos os tipos de produtos, podendo ser visto ali medicamentos vencidos, produtos de informática, resto
de material de construção, plantas mortas, animais mortos, baterias, embalagens de veneno, enfim, tudo que
não tem mais serventia ao ser humano e descartado nos lixões que se situam próximos a residências e rios,
que é coso do objeto de estudo.
Assim, em 2010 a PNRS foi implantada a través da Lei nº 12.305/2010, com o cronograma de efetiva
implantação e aplicabilidade para o ano de 2014 e que, apesar de alguns esforços nesse intento, ainda é
perceptível e flagrante o seu descumprimento, visto que, a coleta de lixo ainda não é eficaz, não somente por
parte do poder público, mas, também, pela falta de cooperação da população que não se liberta dos antigos
costumes, insistindo em se desfazerem dos lixos por eles produzidos, nos lixões próximos a suas residências.

MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho de pesquisa foi realizado no município de Sousa(PB), precisamente no Lixão do


Bairro Alto Capanema, as margens do Rio do Peixe, próximo ao centro da cidade. Foi feito o registro
fotográfico (anexo I) daquele local no mês de novembro de 2017. O presente artigo foi desenvolvido como
critério de aprovação na disciplina de Direito Ambiental, do mestrado em Sistemas Agroindustriais da
UFCG, Campus de Pombal(PB).
O objetivo do trabalho foi demonstrar a falta de observação a destinação de todos os resíduos sólidos da
cidade de Sousa(PB), demonstrando a existência de lixões pela cidade, fato este em total desacordo com
Policita Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS).
A metodologia empregada foi pesquisa qualitativa e bibliográfica, obervando as normas vigentes, livros
que tratam do tema e visitas ao lixão que provocou o presente trabalho.
Os dados obtidos foram frutos de pesquisas, confrontando com dados recentes e a constatação da
existência do lixão se deu in loco com o registro fotográfico que comprovam toda a fundamentação do que
foi demonstrado no presente artigo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

1. Produtos resultantes da ação humana


Para um melhor entendimento da destinação dos resíduos sólidos e da necessidade de sua correta
destinação e tratamento é importante à apresentação do significado de seus termos. Nesse sentido, além do
termo resíduo sólido, temos que entender o que se traduz os termos dejetos e rejeitos, esses últimos pelo
fato de serem usados comumente como sinônimos.
O termo resíduo sólido é mais abrangente e comumente utilizado quando se fala dos materiais
resultantes da ação humana, como por exemplo, os descartes domésticos, comerciais, hospitalares e
industriais. Frise-se que alguns desses produtos poderiam ser reutilizados e que, devido à coleta indevida e
falta de observância aos processos químicos ou biológicos, os quais deveriam ser submetidos, os tornam
impróprios para o reuso humano.
Não sendo possível a sua reutilização e uma vez classificado como resíduo sólido, sendo dejeto ou
rejeito, estes devem ter a destinação a ambientes controlados, como os aterros sanitários com o intuito de
garantir a proteção ambiental.
O inciso XV, art. 3º da Lei nº 12.305/2010 da PNRS, aponta claramente o que deve ser entendido
como rejeitos (dejetos):

XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de


tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente
viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada; (grifo nosso)

Dessa forma, os resíduos sólidos que não possuem mais a possibilidade de reutilização, seja desejo ou
rejeito, devem ser descartados em ambiente controlado, nos moldes da PNRS com o intuito da preservação
ao meio ambiente, de modo a possibilitar a sua utilização de forma sustentável e menos danosa.

2. Tipos de ambientes que recebem resíduos sólidos

No Brasil existem três tipos de destinação dos resíduos sólidos, dois desses deveriam ter sidos extintos
com o advento da PNRS, desde o ano de 2014 que foi a previsão da implantação definitiva dessa política, que
são os lixões e os aterros controlados, de modo que, apenas os aterros sanitários são agraciados com tal
norma.

2.1 Lixão

O lixão pode ser considerado o modo mais primitivo de se descartar os resíduos sólidos, de modo que
sua utilização deve ser combatida uma vez que nele são depositados todos os mais variados rejeitos sem o
menor cuidado com o meio ambiente.

Para MILARÉ (2004, p. 188), o conceito de lixão é o seguinte:

“O lixão é forma arcaica e prática condenável de disposição final, sendo os resíduos


lançados ao solo em área tal destinada, sem qualquer estudo prévio, monitoramento
ou tratamento”.

Os lixões fazem um mal imensurável ao meio ambiente, uma vez que, são situados em áreas
inconvenientes, não importando se existem residência próximas, rios, açudes, enfim, exalam mau cheiro,
atraem todos os tipos de pragas nocivas a saúde humana e contaminam as águas tanto da superfície como
dos lençóis freáticos, tornando-as impróprias para o consumo humano.
2.2 Aterros controlados

Pode se dizer que os aterros controlados são lixões melhorados, que também não são aceitos pela norma
vigente, uma vez que, também não tratam os resíduos sólidos de forma apropriada e geram riscos ao meio
ambiente. O que diferencia do lixão é que neles existem drenos, canalizações para os gases sejam liberados
na atmosfera, não existindo praticamente monitoramento e controle os resíduos são destinados de forma
igual, não levando em consideração se é lixo domestico, hospitalar e/ou industrial.

2.3 Aterros sanitários

Pode ainda não ser forma perfeita para o descarte dos resíduos sólidos, porém, é forma que apresenta as
características mínimas para acomodação do lixo produzido pelo homem.
Aqui o colo deve ser impermeabilizado e receber tratamento especializado e monitoramento constante. Com
essas características é definido o aterro sanitário, que tem como objetivo evitar a poluição por gases tóxicos
produzidos pela decomposição de matéria orgânica, podendo serem aproveitados como fonte de energia.
Dessa forma, diferente dos danos causados pelo lixão e aterro controlado, o aterro sanitário garante a
proteção do solo e consequentemente dos recursos hídricos, da atmosfera e pode ser uma forma de geração
de energia.

3. Ação do poder público e da sociedade sousense na gestão dos resíduos sólidos

Como já mencionado o aterro sanitário foi implantado em Sousa desde julho/2014, contudo, ainda se
constatam lixões espalhados pela cidade, como é o caso do existente no Bairro Alto Capanema, as margens
do Rio do Peixe, demonstrando a falta de fiscalização do poder público e o distanciamento da sociedade
como instrumento de efetivação da PNRS.
O PNRS prevê que a responsabilidade não cai somente nas costas do poder público, devendo a sociedade
e o setor empresarial também agirem no sentido da efetiva destinação correta dos resíduos sólidos.
Vejamos o art. 25:

Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela
efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de
Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei e
em seu regulamento.

Não menos importante no PNRS é a possibilidade do poder público, através do seu poder de polícia,
atuar os responsáveis pelo dano ambiental ocasionado pela destinação incorreta dos resíduos sólidos,
obrigando o agente infrator ao ressarcimento por todo o custo com a reparação da área afetada.
Vejamos o art. 29:

Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou
cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à
saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos.Parágrafo único. Os
responsáveis pelo dano ressarcirão integralmente o poder público pelos gastos
decorrentes das ações empreendidas na forma do caput.

Toda norma tem um objetivo em específico, algo a proteger ou disciplinar comportamentos sociais com
o viés de garantir uma convivência harmoniosa em sociedade. No caso do PNRS, com a crescente demanda
de resíduos sólidos, como apresentado pelo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil da Abrelpe, a intenção
é estimular a coleta seletiva e consequentemente a reciclagem e/ou aproveitamento de tudo aquilo que for
possível de reutilização.
O poder público não dispõe de mecanismos eficientes e em quantidade suficientes que garantam uma
fiscalização para uma efetiva destinação dos resíduos sólidos, de modo que, a sociedade é fator determinante
para a concretude da PNRS. Como bem apontou o estudo da Abrelpe (2016 p. 14), quase 50% ainda dos
resíduos sólidos são destinados de forma inadequada.
Dessa forma, na cidade de Sousa os lixões insistem em resistir a PNRS, como citado anteriormente,
afrontando a norma vigente que passa desapercebida aos olhos de muitos, que só tomam conhecimento de
sua existência pela divulgação de campanhas ou arbitramento de penalidade amplamente divulgado nas
mídias sociais.
Fica evidente que a criação do aterro sanitário na cidade de Sousa é uma ferramenta subtilizada e que o
poder público e a sociedade sousense não deram a real importância a PNRS. Sem a adoção de políticas
públicas de fiscalização e que alcance toda a sociedade torna o tratamento dos resíduos sólidos apenas um faz
de conta.

CONCLUSÃO

Na sociedade moderna, os resíduos sólidos necessitam de uma atenção especial, a sociedade como um
todo deve se conscientizar sobre a importância do reaproveitamento de materiais, devendo destinar somente
os rejeitos para os aterros sanitários.
Como barreiras principais, constatamos a resistência da sociedade, no que se refere efetiva destinação
adequada dos resíduos sólidos, não importando se estes são descartados na porta de casa ou próximo, bem
como, da inoperância do poder público que não trabalha campanhas de conscientização e/ou a realização de
fiscalização e aplicação de multas para a reparação dos danos efetivamente causados ao meio ambiente.
A lei existe e teve um cronograma de efetiva implantação para o ano de 2014, no entanto, poder público
e sociedade ainda insistem no seu descumprimento, tornando determinados espaços urbanos impróprios para
a convivência humana.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 12.305, de 02/08/2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605,
de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, 2010.

MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: Doutrina – Jurisprudência – Glossário. 3 ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2004.

Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2016. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (Abrelpe).SP.

DIÁRIO DO SERTÃO. Aterro sanitário: Cidade de Sousa passa a contar com aterro sanitário e lixão é
desativado; serviço era reivindicação do povo. Disponível em
<http://www.diariodosertao.com.br/noticias/sertao/64414/cidade-de-sousa-passa-a-contar-com-aterro-
sanitario-e-lixao-e-desativado-servico-era-reivindicacao-do-povo.html>Acessado em 16/12/2017
ANEXO I

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