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Essa semana vamos falar sobre um aspecto muito importante dos critérios de avaliação

das redações de vestibular e de concursos em geral, mas que não entra necessariamente
na discussão sobre estruturação do texto: hoje vamos discutir em que casos pode
acontecer a fuga total ou a fuga parcial do tema da redação.
Nós já vimos, nas semanas anteriores, que no texto dissertativo argumentativo é preciso
apresentar o tema que será discutido, enunciar a tese que será defendida e sustentar o
posicionamento adotado através da apresentação de argumentos consistentes,
corroborados por exemplos concretos, dados estatísticos e casos divulgados pela mídia –
fechando tudo isso com uma conclusão que retome a tese à luz dos argumentos
apresentados.
O que acontece se você fizer tudo isso, mas não tratar do que a proposta de redação pediu?
O que acontece se você precisar discutir “Desenvolvimento Científico”, por exemplo, e
achar mais interessante e mais útil dedicar seu texto a uma discussão sobre “Democracia”?
Ué, seu texto vai ser zerado.
Se alguém te pedir pra falar sobre uma coisa e você falar sobre outra, por mais bem
construída que esteja a sua redação, ela receberá nota zero. Necessariamente, sem
negociação.
Isso é o que a gente chama de fuga total do tema da redação, mas o que seria essa tal de
fuga parcial?
A fuga parcial, ou “tangenciamento do recorte temático”, é quando você até chegou perto
de acertar sobre o que tinha que falar, mas acabou tomando outros rumos e não chegou
exatamente na discussão que a proposta de redação colocou pra você.
Se você precisar falar sobre “Intolerância religiosa no Brasil” e falar sobre “Intolerância”,
de maneira mais ampla, ou até mesmo sobre “Intolerância religiosa”, sem tratar
especificamente do Brasil, seu texto será penalizado por fuga parcial e receberá uma nota
muito mais baixa por isso.
“Então não posso falar de nada que não seja o tema da redação?”
Claro que pode. Você deve recorrer a conteúdos externos à discussão, especialmente para
fazer a contextualização do tema que está sendo desenvolvido, mas em seguida precisa
conectá-los ao que está sendo discutido. Além disso, é importante evitar se estender, no
decorrer do texto, numa questão que não seja central nessa discussão.

Você pode falar sobre “Escravidão” quando for tratar de “Trabalho na construção da
dignidade humana” – tema do Enem recordista em fuga total e em fuga parcial aqui no
Stoodi – desde que volte pro tema depois e utilize a referência como um exemplo, apenas,
e não como o foco principal do seu texto. Com “Democracia”, “Revolução Industrial” e
“Desenvolvimento Científico” é a mesma coisa. Mencione, mostre a ligação com o tema e
volte para a discussão central que tiver sido colocada pela proposta de redação.
Não pode empolgar e mudar de tema no meio do texto, tudo bem? Por favor.
Portanto, não se esqueça: você pode escrever uma redação muito bem estruturada e com
argumentos consistentemente embasados em dados concretos, mas ela só receberá uma
boa nota se tiver tratado exatamente do que a proposta de redação solicitou que você
tratasse. Por isso, não deixe de ler os textos motivadores da proposta de redação várias
vezes e prestar muita atenção no que, exatamente, está sendo solicitado.
Mesmo entre estudantes que escrevem excepcionalmente bem, há um erro bastante
comum que faz com que muitos percam nota: fugir do tema da redação. Não fugir do tema
da redação é o primeiro conselho dado em toda lista de dicas para um texto bem
pontuado, pois trata-se do desafio central de uma avaliação deste tipo.
Em geral, um texto médio dentro do tema costuma pontuar melhor do que um texto muito
bom que fugiu da proposta da prova. Dependendo do quanto o texto se afastou do
solicitado, a redação pode ser até mesmo zerada, o que elimina o candidato da maior parte
dos processos seletivos.

Por isso, nunca é demais ressaltar: não fugir do tema da redação é sua missão principal.
Confira algumas dicas para garantir que você cumpra essa missão:

Segmente a proposta e identifique todas as suas solicitações

É muito comum que o enunciado de uma proposta de redação contenha mais de uma
requisição. Não raras vezes, é dado um enunciado breve, seguido de um complemento,
como “e qual a sua proposta para melhorar essa situação”. É importante compreender que
o enunciado inteiro nem sempre representa uma única coisa.

Identifique todos os “pedaços” do enunciado, e o que é solicitado em cada um deles. Se for


necessário, faça um checklist daquilo que você precisa tratar para atender à proposta.

Estruture o texto que irá escrever

Antes de iniciar o rascunho propriamente dito, faça uma lista ou uma estrutura básica
sobre o que você vai abordar em cada parte do texto. Determine quais serão os
argumentos, qual a ordem deles, como serão relacionados, o que será dito em cada
parágrafo, como os argumentos serão sustentados, e a qual conclusão eles levam.

Com estes itens, é provável que você tenha pavimentado um bom caminho para não fugir
do tema da redação. Siga a estrutura ao desenvolver o texto para garantir que não desviará
para assuntos desconexos durante a redação.

Identifique onde cada trecho da proposta é respondido em sua redação

Ao terminar de escrever o rascunho – ou a estrutura, dependendo de quão detalhada ela


for – procure onde está a parte em que cada ponto solicitado pela proposta (aqueles que
você identificou na primeira dica deste artigo) foi tratado.
Se você não encontrar estes trechos, há chances de ter desviado um pouco do tema central.
Por isso, é importante que você consiga fazer a identificação destes pontos – o avaliador
também precisa encontrá-los com facilidade.

Certifique-se de que você progrediu para uma conclusão

Um texto dissertativo-argumentativo, como é a proposta de quase todas as redações, exige


que você leve a introdução e os argumentos a uma conclusão final. Mesmo que você trate
de forma brilhante sobre um tema, terá sua nota gravemente reduzida se não chegar a
uma conclusão com isso.

Certifique que seu texto possui uma progressão. Isso quer dizer que você precisa
identificar que há uma introdução, desenvolvimento de argumentos e uma conclusão final.
Para certificar-se de não fugir do tema da redação, é necessário que você perceba haver
uma progressão em seus parágrafos, que levam a uma conclusão assertiva.

Ao terminar, identifique a síntese de sua redação. Ela atende à proposta?

Ao terminar, há um exercício interessante que pode ser feito. Além de auxiliar a não fugir
do tema da redação, esse exercício pode ser um forte aliado no processo de
desenvolvimento de um título, nas provas em que ele é necessário.

A dica é, ao encerrar o texto, ler todo ele com calma e, em seguida, tentar elaborar uma
síntese de até sete palavras sobre o que ele diz. Se essa síntese de sete palavras
responderem à proposta, você provavelmente atendeu completamente ao tema, e a
tendência é que sua nota seja generosa!

Olá vestibulando!

Hoje vamos falar sobre uma questão que gera muita dúvida entre os alunos: a diferença
entre tema e assunto. Na correção de redações, observamos com frequência que os alunos
têm bastante dificuldade em compreender qual é o tema solicitado pela proposta, muitas
vezes fugindo totalmente do que foi pedido. Isso pode ser explicado pelo fato de os alunos
não terem desenvolvido as habilidades de recortar e selecionar informações ou ainda
porque eles leem a prova apressadamente. Por isso, hoje vamos mostrar a diferença entre
assunto e tema.

O assunto é amplo, global, e envolve diferentes temas. Já o tema é justamente um recorte


de determinado assunto, uma perspectiva sobre ele. Para que você entenda isso melhor,
vamos analisar a proposta de redação do Enem 2014:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2014/CAD_ENEM_2014_DI
A_2_05_AMARELO.pdf.
O tema da redação nesse ano foi: Publicidade infantil em questão no Brasil. Olhando
apenas para este enunciado, poderíamos pensar que este pode ser um recorte de vários
assuntos: publicidade, consumo, publicidade no Brasil, publicidade infantil, etc. Perceba
que os assuntos são sempre muito amplos, o que dificultaria o estabelecimento de
critérios para avaliar as redações de maneira objetiva. Daí a importância de se definir um
tema, um recorte de um assunto amplo.

Perceba que este tema é constituído por dois recortes: [Publicidade [infantil] em questão
[no Brasil]]. Assim, para cumprir este tema de maneira satisfatória, era fundamental que
se considerasse estes dois aspectos: infantil e no Brasil. Logo, o aluno que escreveu sobre
publicidade (em geral), publicidade infantil ou publicidade no Brasil tangenciou ou fugiu
do tema, dependendo do que definia a grade de correção. Isso porque a intenção da prova
era avaliar o que o candidato sabe e pensa sobre a relação entre a publicidade e as
crianças no Brasil, e não no mundo ou em outros países específicos, e como ele se
posiciona sobre esta relação. Ou seja, cabia discutir neste tema: como essa relação é
tratada hoje no Brasil, como é feita a regulamentação desse tipo de propaganda, como a
sociedade civil enxerga esse tipo de propaganda, como ela pode influenciar no
comportamento das crianças, como o que ocorre nos países que aparecem no gráfico pode
ser relacionado ao que ocorre no Brasil (como esses dados podem ser interpretados), etc.
Apesar desta ter sido uma proposta um pouco mais aberta, que possibilitava a abordagem
a partir de diferentes enfoques, ela continua a ter um tema, um recorte que deveria ser
obedecido.

Mas, você pode estar se perguntando: o que devo fazer então para não fugir do tema e ir
parar no assunto? Primeiramente, você deve ler com atenção o enunciado motivador e os
textos de apoio, destacando o recorte dado pela proposta. Em seguida, você deve iniciar o
seu projeto de texto, conhecendo a estrutura, definindo a sua tese e os argumentos para
defendê-la. Ao final releia o texto para se certificar de que você não se empolgou e acabou
falando de coisas que não estavam no seu projeto e que não cabiam no recorte temático.

Seguindo esses passos, certamente você conseguirá desenvolver o tema de modo


apropriado, sem cruzar a fronteira entre ele e o assunto do qual faz parte.

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