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CARREIRA JURÍDICA TOTAL (Juspodivm)

TÓPICOS PARA ESTUDO EM SALA DE AULA

10ª aula (21-01-2012)

PROF. EDUARDO SABBAG

ESQUEMA SINÓPTICO DE IMPOSTOS

IMPOSTOS FEDERAIS

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DA UNIÃO

Art. 153, CF Art. 154, CF

1. Imposto sobre Importação (Inciso I)


2. Imposto sobre Exportação (Inciso II)
1. Imposto Residual (Inciso I)
3. Imposto sobre Renda (Inciso III)

4. Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI (Inciso IV)


2. Imposto Extraordinário de Guerra - IEG (Inciso II)
5. Imposto sobre Operações Financeiras – IOF (Inciso V)

6. Imposto Territorial Rural - ITR (Inciso VI)

7. Imposto sobre Grandes Fortunas (Inciso VII)


IMPOSTOS ESTADUAIS (Art. 155, CF)
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS ESTADOS-MEMBROS E DO DISTRITO FEDERAL
1. ITCMD (Inciso I) 2. ICMS (Inciso II) 3. IPVA (Inciso III)

IMPOSTOS MUNICIPAIS (Art. 156, CF)


COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
1. IPTU (Inciso I) 2. ITBI (Inciso II) 3. ISS (Inciso III)

Impende destacar, em tempo, que as siglas dos impostos, acima apresentadas, não
equivalem, inexoravelmente, a seus verdadeiros nomes (nomen juris).

O quadro adiante permitirá que o leitor tome contato com os nomes técnicos dos impostos, a
partir de siglas correntes, percebendo que nem sempre a abreviatura corresponde à sua fiel
tradução, por extenso:

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CARREIRA JURÍDICA TOTAL (Juspodivm)

1. II – Imposto sobre importação de produtos estrangeiros;


2. IE – Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
3. IR – Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza;
4. IPI – Imposto sobre produtos industrializados;
5. IOF – Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
6. ITR – Imposto sobre propriedade territorial rural;
7. IEG – Imposto extraordinário de guerra;
8. ITCMD – Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
9. ICMS – Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;
10. IPVA – Imposto sobre propriedade de veículos automotores;
11. IPTU – Imposto sobre propriedade territorial urbana;
12. ITBI – Imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua
aquisição;
13. ISS – Imposto sobre serviços de qualquer natureza;
14. ISGF – Imposto sobre grandes fortunas.

I. IMPOSTOS MUNICIPAIS

1. IPTU

a) O IPTU é imposto municipal, de competência dos Municípios e Distrito Federal (art. 156, I, c/c art. 147,
in fine, ambos da CF);

b) O sujeito passivo é o proprietário, o titular do domínio útil (enfiteuta e usufrutuário) e o possuidor (com
animus domini) do bem imóvel. Diga-se que, no caso do IPTU, o bem imóvel pode ser “por natureza” ou
“por acessão física” (Exemplos: ilhas, aluvião);

c) O fato gerador dar-se-á com a propriedade, o domínio útil ou com a posse de bem imóvel localizado na
zona urbana. Tem-se, à luz do elemento temporal, como ficção jurídica, a data “1º de janeiro” como
demarcadora do fato jurígeno;

d) Conceito de “zona urbana”: art. 32, §1º, I a V, CTN.


É necessário preencher dois dos cinco incisos discriminados, com os melhoramentos respectivos, para
que a área possa ser considerada “zona urbana” e passível de incidência de IPTU;

e) A base de cálculo é o valor venal do bem imóvel. É possível atualizá-la (com índices oficiais de correção
monetária) por instrumento infralegal (v.g., decreto); todavia, a “atualização” que represente aumento de
tributo (índices acima da correção monetária do período) somente poderá se dar por meio de lei (art. 97,
§§1º e 2º, CTN);

f) Após a EC n. 42/2003, a alteração na base de cálculo do IPTU passou a ser considerada uma exceção à
anterioridade nonagesimal, consoante o art. 150, §1º, in fine, da CF. A situação apresentada é regra à
anterioridade anual e, diante do cenário apresentado, é possível concluir: havendo alteração da base de
cálculo em 31-12-2011, a nova base de cálculo incidirá a partir de 01-01-2012;

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g) Progressividade de Alíquotas:
- Antes da EC n. 29/2000: o único critério de progressividade era aquele respaldado na
“função social da propriedade” (art. 156, §1º, c/c art. 182, §4º, II, ambos da CF – vide Súmula
668, STF). Era a progressividade calcada na busca do adequado aproveitamento da
propriedade, onerando-se mais gravosamente, ano a ano, o proprietário que mantivesse a
propriedade subaproveitada. Portanto, tal variação poder-se-ia dar de modo gradualístico – era
a “progressividade no tempo”. Dessa forma, subsistia uma progressividade “extrafiscal” para o
IPTU antes da EC n. 29/2000.
- Após a referida Emenda: o IPTU passou também a ser progressivo em razão do VALOR DO
IMÓVEL, podendo ter alíquotas variadas de acordo com a LOCALIZAÇÃO e USO DO IMÓVEL.

2. ISS

a) O ISS é imposto municipal, de competência dos Municípios e Distrito Federal (art. 156, III c/c art. 147, in
fine, ambos da CF; e art. 1º e seguintes da LC n. 116/2003);

b) O sujeito passivo é o prestador dos serviços constantes da lista anexa à LC n. 116/2003, excetuados
aqueles que prestam serviços sem relação de emprego, os trabalhadores avulsos e os diretores e
membros de Conselhos Consultivo e Fiscal de Sociedades (art. 2º, II, LC 116/2003). Além das situações
de exclusão de contribuintes citadas, não se dá o fato gerador na prestação de serviço de transporte
interestadual e intermunicipal (incidência do ICMS), na prestação de serviços para o exterior (imunidade
específica – art. 156, §3º, II, CF) e na prestação de serviços pelo próprio ente tributante (imunidade
recíproca);

c) O fato gerador dar-se-á com a prestação de serviços constantes da Lista mencionada, que conta com
cerca de 230 serviços, divididos em 40 itens;

d) A base de cálculo é o preço do serviço (art. 7º, LC n. 116/2003). Na impossibilidade de aferição do valor
correspondente, é possível calcular o imposto a partir de um valor recolhido periodicamente – é o “ISS
fixo”, comum aos profissionais liberais;

e) As alíquotas estarão disciplinadas em lei ordinária, enquanto a base de cálculo, fato gerador e
contribuinte respeitarão as normas gerais dispostas em lei complementar (art. 146, III, a, CF);

f) É vedado à legislação ordinária estipular serviço não previsto na lista anexa à LC n. 116/2003;
g) Os serviços da lista podem ser puros (sem utilização de mercadorias) ou mistos (com utilização de
mercadorias). Nesses últimos, teremos as seguintes regras:
- se o serviço estiver na lista e houver emprego de mercadorias, incide tão somente o ISS (art. 1º, §2º, LC
n. 116/2003);
- se o serviço não estiver na lista e houver emprego de mercadorias, incide tão somente o ICMS (art. 2º,
LC 116/2003);
Ainda, de modo específico:
- em certas atividades, se o serviço estiver na lista e houver emprego de mercadorias, incidirá o ISS sobre
o serviço e o ICMS sobre a mercadoria (ver situações específicas na lista: subitens 7.02; 7.05; 14.01;
14.03; 17.11);

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h) Na repartição das receitas tributárias, o Município abocanha uma fatia considerável do “bolo”. Vejamos:
- da União:
50% do ITR, podendo chegar a 100% (art. 153, §4°, III, CF c/c art. 158, II, parte final, CF – EC 42/2003);
100% do IRRF (servidores públicos municipais da administração direta).

- dos Estados:
50% do IPVA;
25% do ICMS.

i) Quanto ao local da prestação do serviço, vige a regra do recolhimento para o município do


estabelecimento prestador. Todavia, a LC n. 116/2003 trouxe 22 (incisos)/situações de exceção à regra
(art. 3º, I a XXII, LC n. 116/2003), nas quais o recolhimento do imposto deverá ser feito para o município
da prestação do serviço. Vale a pena ler os incisos para uma ligeira noção dos assuntos lá constantes.
Entre eles, teremos serviços como demolição, edificação de pontes, florestamento, dragagem de rio etc.;

j) A LC n. 116/2003 traz anexa uma lista de serviços que é considerada pela doutrina e pela jurisprudência
como “taxativa”. Todavia, a verdade é que a quantidade de serviços abrangidos pela fluida terminologia
adotada na legislação atual, que se vale de expressões de larga abrangência para alguns itens – [“(...) e
congêneres”]; [“(...) de qualquer espécie”]; [“(...) quaisquer meios etc.] – permite-nos concluir que não há
taxatividade clara na norma;

h) O art. 156, §3º, I, da CF preconiza que competirá à lei complementar estabelecer alíquotas máximas e
mínimas sobre o ISS. A LC n. 100/1999 fixou em 5% a alíquota máxima do imposto, percentual confirmado
pela legislação posterior – a LC n. 116/2003. Quanto à alíquota mínima, o art. 88 do ADCT (acrescentado
pela EC n. 37/2002) trouxe a previsão de 2%. Frise-se que este percentual não foi confirmado pela LC n.
116/2003, porém se deve entender que permanece válido;

i) A “locação de bens móveis” não é fato gerador do ISS, à luz da LC n. 116/2003, uma vez que sua
previsão foi vetada na lista, conforme se pode detectar no item 3.01 (“vetado”) da legislação atual. A
celeuma estava no fato de que a legislação anterior, com base no DL n. 406/68 (item 79) previa o serviço
como fato gerador. Com efeito, a locação de bem móvel não se confunde com a “prestação de serviços”,
sob pena de se alterar o conceito de direito privado para alargar competência tributária (art. 110, CTN).
Ademais, a prestação de serviços é “obrigação de fazer”, afeta ao dever de cumprir o serviço prometido,
enquanto a locação de bens é “obrigação de dar” a coisa locada ao locatário em condições de servir.

3. ITBI

a) O ITBI é imposto municipal, de competência dos Municípios e Distrito Federal (art. 156, II c/c art. 147, in
fine, ambos da CF). Também chamado de “sisa”, não pode ser confundido com o ITCMD – este, sim,
estadual;

b) O sujeito passivo é qualquer das partes da operação tributária de transmissão de bem imóvel.
Geralmente, é o adquirente;

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c) O fato gerador dar-se-á com a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis (“por natureza” ou por “acessão física”). Ademais, a transmissão de direitos reais sobre tais bens
imóveis também representa fato gerador do tributo, ressalvados os direitos reais de garantia (anticrese e
hipoteca);

d) É mister mencionar que o fato gerador ocorrerá no momento do registro imobiliário, à luz do art. 530
do Código Civil, a par da jurisprudência mais abalizada do STF. Outrossim, registre-se que a propriedade
adquirida por “usucapião” não gera a incidência do ITBI, por se tratar de modo ‘originário’ de aquisição de
propriedade. Nesse passo, a promessa particular de venda como contrato preliminar à escritura pública de
compra e alienação não é igualmente alvo de incidência do ITBI;

e) A base de cálculo é o valor venal dos bens imóveis transmitidos ou direitos reais cedidos;

f) Com relação às alíquotas, insta mencionar que deverão ser proporcionais, e não progressivas, uma vez
que é vedada a progressividade para tal gravame, em função de se tratar de imposto real (vide Súmula
656 do STF) e da ausência de previsão de progressividade no texto constitucional. Portanto, não se pode
variar o ITBI em razão da presumível capacidade contributiva do contribuinte, devendo ser aplicada a ele a
“proporcionalidade” – técnica de variação do imposto, com imposição de alíquota única, graduando-se o
gravame em função da base de cálculo;

g) Há importante imunidade para o ITBI no art. 156, §2º, I, da CF, segundo a qual não incidirá o imposto
nas transmissões de bens ou direitos nas realizações de capital, fusões, incorporações, cisões ou
extinções de pessoas jurídicas. Essa regra será excepcionada, isto é, haverá a incidência do imposto se a
atividade preponderante do ‘adquirente’ for o arrendamento mercantil, a locação ou a compra e venda
desses bens imóveis;

h) Acresça-se ao ITBI outra importante imunidade específica, prevista no art. 184, §5º, da CF, adstrita à
desoneração do imposto nos casos de desapropriação de bens imóveis para fins de reforma agrária.

II. IMPOSTOS ESTADUAIS

1. ITCMD

a) O ITCMD é imposto estadual, de competência dos Estados e Distrito Federal (art. 155, I c/c art. 147, in
fine, ambos da CF);

b) São sujeitos passivos do ITCMD o herdeiro ou legatário, na hipótese de transmissão causa mortis, e o
doador ou donatário, caso se tratar de doação;

c) O fato gerador do imposto verifica-se com a transmissão gratuita de quaisquer bens (móveis ou
imóveis). Referida transmissão pode se dar mediante contrato de doação ou, ainda em razão do
falecimento de seu titular (causa mortis);

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d) Caso se trate de transmissão de bens imóveis, o imposto será recolhido ao Estado da situação do bem
ou ao DF, nos termos do artigo 155, § 1º, I, da CF. Por outro lado, se houver a transmissão de bem móvel,
o ITCMD competirá ao Estado onde processar o inventário ou tiver domicílio o doador, ou ao DF (art. 155,
§ 1º, II, CF);

e) Segundo dispõe o artigo 35 do CTN, a base de cálculo do ITCMD será o valor venal dos bens ou
direitos transmitidos e da doação. A alíquota máxima do imposto será fixada pelo Senado Federal
(Resolução n. 9/92 - 8%). É importante notar que a cobrança do ITCMD não se sujeita ao regime de
alíquotas progressivas, por ausência de disposição constitucional, devendo ser aplicável, neste caso, a
proporcionalidade, ou seja, variação do imposto, com imposição de alíquota única, graduando-se o
gravame em função da base de cálculo.

2. ICMS

a) O ICMS é imposto estadual, de competência dos Estados e do Distrito Federal (art. 155, II c/c art. 147,
in fine, ambos da CF);

b) São fatos geradores do ICMS: circulação de mercadorias, prestação de serviço de transporte


interestadual, prestação de serviço de transporte intermunicipal e a prestação de serviço de comunicação;

c) Assim, poderão ser sujeitos passivos do ICMS as pessoas que pratiquem operações relativas à
circulação de mercadorias, importadores de bens de qualquer natureza, prestadores de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e, finalmente, os prestadores de serviço de comunicação;
d) A base de cálculo do imposto varia de acordo com o fato tributável. Caso se trate de circulação de
mercadorias, a base de cálculo será o valor da mercadoria objeto de comercialização. Considerando os
outros fatos geradores, a base de cálculo poderá ainda ser o preço do serviço, em se tratando de
transporte e comunicação;

e) É importante mencionar que o ICMS incide na importação de bens, independentemente de o importador


ser pessoa física ou jurídica, contribuinte habitual ou não do imposto. Nesse caso, a base de cálculo será
o valor do bem importado;

f) Em relação às alíquotas, o Senado Federal fixará as mínimas e as máximas, consoante expressa


disposição constitucional (art. 155, § 2º, IV e V, CF);

g) O ICMS é um imposto não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores, sendo vedada a apropriação de créditos na hipótese de as operações
anteriores serem isentas ou não tributadas (art. 155, § 2º, I e II, CF);

h) O ICMS não incide e, portanto, são hipóteses de imunidade: (i) operações que destinem mercadorias ou
serviços para o exterior; (ii) operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis, líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica; (iii) sobre o ouro quando definido em
lei como ativo financeiro; e (iv) nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.

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3. IPVA

a) O IPVA é imposto estadual, de competência dos Estados e do Distrito Federal (art. 155, III c/c art. 147,
in fine, ambos da CF);

b) O fato gerador do IPVA é a propriedade de veículo automotor de qualquer espécie;

c) O sujeito passivo do imposto é o proprietário do veículo automotor, pessoa física ou jurídica, e a base
de cálculo será o valor venal de referido veículo;

d) Nos termos do artigo 155, § 6º, da CF, o IPVA terá suas alíquotas mínimas fixadas pelo Senado
Federal, podendo, ainda, possuir alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da utilização do veículo (EC n.
42/2003);

e) Após a EC n. 42/2003, a alteração na base de cálculo do IPVA passou a ser considerada uma exceção
à anterioridade nonagesimal, consoante o art. 150, §1º, in fine, da CF. A situação apresentada é regra à
anterioridade anual e, diante do cenário apresentado, é possível concluir: havendo alteração da base de
cálculo em 31-12-2008, a nova base de cálculo incidirá a partir de 01-01-2009. A sistemática também
ocorre com o IPTU.

III. IMPOSTOS FEDERAIS

1. Imposto sobre a Importação (II)

a) O II é tributo de competência da União (art. 153, I, CF);

b) O fato gerador do II, segundo o entendimento jurisprudencial prevalecente, é a entrada real ou ficta do
produto estrangeiro no território nacional;

c) Os sujeitos passivos do II, nos termos do artigo 19 do CTN, poderão ser o importador, o arrematante de
produtos apreendidos ou abandonados, o destinatário de remessa postal internacional ou o adquirente de
mercadoria em entrepostos aduaneiros;

d) Nos termos do art. 153, § 1º, da CF, o II poderá ter suas alíquotas modificadas por ato do Poder
Executivo, uma vez que se mostra como ressalva ao princípio da legalidade tributária (art. 153, § 1º, CF).
Ademais, caso haja majoração na alíquota deste imposto, nos termos do artigo 150, § 1º, da CF, não
haverá necessidade de observância do princípio da anterioridade (anual e nonagesimal), indicando que a
incidência da lei será imediata.

2. Imposto sobre a Exportação (IE)

a) O IE é tributo de competência da União (art. 153, II, CF);

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b) O fato gerador do IE é a saída do território nacional para o exterior de produtos nacionais ou


nacionalizados;

c) A base de cálculo do imposto, nos termos do art. 223 do Decreto n. 91.030/85, é o preço normal que o
produto alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional;

d) O sujeito passivo do IE é o exportador, assim considerada qualquer pessoa que promova a saída de
produto nacional ou nacionalizado do território nacional, segundo o art. 27 do CTN;

e) Nos termos do art. 153, § 1º, da CF, o IE poderá ter suas alíquotas modificadas por ato do Poder
Executivo, uma vez que se mostra como ressalva ao princípio da legalidade tributária (art. 153, § 1º, CF).
Ademais, caso haja majoração na alíquota deste imposto, nos termos do artigo 150, § 1º, da CF, não
haverá necessidade de observância do princípio da anterioridade (anual e nonagesimal), indicando que a
incidência da lei será imediata.

3. IR

a) O IR é tributo de competência da União (art. 153, III, CF) informado por critérios de generalidade,
universalidade e progressividade (art. 153, §2°, I, CF);

b) O fato gerador do imposto é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda decorrente


do capital, do trabalho ou da conjugação de ambos e de proventos de qualquer natureza, nos termos do
art. 43 do CTN;

c) O sujeito passivo do IR é pessoa física ou jurídica, titular de renda ou provento de qualquer natureza,
podendo a lei atribuir à fonte pagadora da renda a responsabilidade pela retenção e recolhimento do
imposto;

d) A base de cálculo do imposto é o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou provento de


qualquer natureza;

e) As alíquotas do IR serão necessariamente progressivas, nos termos do artigo 153, § 2º, I, da CF;

f) Com a EC n. 42/2003, a majoração do IR não observa o princípio da anterioridade nonagesimal, mas


somente a anterioridade anual, nos termos do art. 150, § 1º, da CF. Daí se afirmar que o IR, majorado em
qualquer data do ano – as últimas, inclusive –, terá a incidência da lei majoradora sempre em 1º de janeiro
do ano seguinte ao do aumento.

4. IPI

a) O IPI é tributo de competência da União (art. 153, IV, CF);

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b) Nos termos do art. 46 do CTN, poderão ser fatos geradores do IPI: (i) importação, (ii) saída de produtos
industrializados de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, (iii) aquisição em leilão de
produto abandonado ou apreendido e (iv) outras hipóteses especificadas na lei;

c) Dependendo da ocorrência do FG, teremos um sujeito passivo determinado, que poderá ser (art. 51,
CTN): (i) o importador ou quem a lei a ele equiparar, (ii) o industrial ou a quem a ele a lei equiparar, (iii) o
comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça a industriais ou a estes equiparados e (iv) o
arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão;

d) A base de cálculo do imposto, no mesmo sentido, varia de acordo com o fato gerador, podendo ser o
valor da operação de saída do produto ou o preço normal (acrescido do imposto sobre a importação e das
taxas aduaneiras), ou, ainda, o preço de arrematação do produto apreendido ou abandonado;

e) As alíquotas do IPI não são progressivas, devendo a elas ser aplicado o princípio da proporcionalidade.
Ademais, por expressa menção constitucional, este imposto deverá ser seletivo em razão da
essencialidade dos produtos (art. 153, § 3º, I, CF) e, ainda, será não-cumulativo, compensando-se o que
for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;

f) Em relação à imunidade, é importante salientar que o IPI não incidirá sobre produtos industrializados
destinados ao exterior, nos termos do artigo 153, § 3º, III, da CF;

g) Nos termos do art. 153, § 1º, da CF, o IPI poderá ter suas alíquotas modificadas por ato do Poder
Executivo, uma vez que se mostra como ressalva ao princípio da legalidade tributária (art. 153, § 1º, CF).
Ademais, caso haja majoração na alíquota deste imposto, nos termos do artigo 150, § 1º, da CF, não
haverá necessidade de observância do princípio da anterioridade anual, todavia deverá ser respeitada a
anterioridade nonagesimal, indicando que a incidência da lei ocorrerá no 91° dia após o aumento.

5. IOF

a) O IOF é tributo de competência da União (art. 153, V, CF) que incide sobre as operações de crédito,
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

b) O fato gerador do IOF, nos termos do art. 63 do CTN, será: (i) quanto às operações de crédito, a
entrega do montante que constitua o objeto da obrigação, (ii) quanto às operações de câmbio, a entrega
de moeda nacional ou estrangeira e, assim, na liquidação do contrato de câmbio, (iii) quanto às operações
de seguro, a emissão de apólice ou recebimento do prêmio e (iv) quanto às operações relativas a títulos e
valores mobiliário, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate desses;

c) A base de cálculo do imposto, segundo o art. 64 do CTN, será o valor da operação, ressalvada a
hipótese de operações de seguros, nas quais a base de cálculo será o montante do prêmio;

d) As alíquotas do IOF seguem o princípio da proporcionalidade e variam de acordo com a natureza das
operações financeiras;

e) Nas operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, o IOF
será devido na operação de origem e terá alíquota mínima de 1%, nos termos do artigo 153, § 5º, da CF;

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CARREIRA JURÍDICA TOTAL (Juspodivm)

f) Nos termos do art. 153, § 1º, da CF, o IOF poderá ter suas alíquotas modificadas por ato do Poder
Executivo, uma vez que se mostra como ressalva ao princípio da legalidade tributária (art. 153, § 1º, CF).
Ademais, caso haja majoração na alíquota deste imposto, nos termos do artigo 150, § 1º, da CF, não
haverá necessidade de observância do princípio da anterioridade (anual e nonagesimal), indicando que a
incidência da lei será imediata.

6. ITR

a) O ITR é tributo de competência da União (art. 153, VI, CF);

b) Nos termos do art. 29 do CTN, serão fatos geradores do ITR: a propriedade, o domínio útil ou a posse
de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do Município. Insta mencionar que o conceito de
zona rural se dá por exclusão, considerando-se a zona urbana do Município (art. 32, §1º, I a V, CTN);

c) São sujeitos passivos do ITR, segundo o art. 29 do CTN, o proprietário, o titular do domínio útil e o
possuidor;

d) A base de cálculo do ITR será o valor fundiário do imóvel, nos termos do art. 30 do CTN. As alíquotas
do imposto serão proporcionais e progressivas (art. 153, § 4º, I, CF), de forma a desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas;

e) O ITR não incide sobre pequenas glebas rurais quando as explore o proprietário que não possua outro
imóvel, nos termos do art. 153, § 4º, da CF;

f) Por fim, a EC n. 42/2003 conferiu aos Municípios que assim optarem a possibilidade de arrecadarem e
fiscalizarem o ITR, nos termos da lei (Lei 11.250/2005), desde que tais atividades não impliquem renúncia
de receita da União (art. 153, § 4º, III, CF c/c art. 158, II, CF)

. Imposto sobre grandes fortunas (ISGF)

a) O IGF é tributo de competência da União (art. 153, VII, CF), cuja instituição deverá ser efetivada por lei
complementar. Em relação a este imposto, a União ainda não exerceu sua competência tributária;

b) Sua instituição não poderá se dar por meio de medida provisória, uma vez que “onde a lei
complementar versar, a medida provisória não irá disciplinar (art. 62, § 1º, III, CF).

8. Imposto residual

a) O art. 154, I, da CF trata da competência residual para os impostos, permitindo que a União institua o
imposto não previsto no art. 153, afeto ao campo privativo de competência tributária federal;

b) A competência residual indica que o imposto novo deverá ser instituído, por lei complementar, pela
União, obedecendo-se a duas limitações: (I) respeito ao princípio da não-cumulatividade; e (II) proibição de

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coincidência entre o seu fato gerador ou a sua base de cálculo com o fato gerador ou a base de cálculo de
outros impostos;

c) O imposto novo não poderá incidir em cascata, gerando uma sobreposição de incidências, à
semelhança do ICMS e do IPI (ver art. 155, §2º, I, CF e art. 153, §3º, II, CF, respectivamente). Além disso,
deverá haver uma inovação estrutural, no cotejo com os demais impostos, o que torna a sua instituição
bastante dificultosa;

d) A competência residual ou remanescente pode estar associada a impostos ou a contribuições para a


seguridade social, sempre no bojo de lei complementar, o que veda, de pronto, seu exercício por medida
provisória (art. 62, §1º, III, CF).

9. Imposto Extraordinário de Guerra (IEG)

a) A competência extraordinária é o poder de instituição, pela União, por lei ordinária federal, do imposto
extraordinário de guerra (IEG), conforme se depreende do art. 154, II, da CF c/c o art. 76 do CTN;

b) A instituição por lei ordinária não inviabiliza a possível criação por medida provisória, uma vez que esta,
como se sabe, é vedada tão só para os casos adstritos à lei complementar (ver art. 62, §1º, III, CF);

c) O IEG poderá ser criado na situação de beligerância, na qual se vir inserido o Brasil, com o intuito de
gerar receitas extras à manutenção de nossas forças armadas. Assim, o contexto é restritivo: guerra
externa, iminente ou eclodida, e não uma mera “guerra civil”;

d) Curiosamente, a situação de guerra pode ensejar a instituição do IEG ou do Empréstimo Compulsório


(art. 148, I, CF), ou de ambos, se aprouver à União, detentora de competência tributária de tais exações.
Ad argumentandum, no âmbito dos traços distintivos entre ambos, poder-se-ia estabelecer: o IEG surge
por lei ordinária (ou MP), não é restituível e não se vincula à despesa que o fundamentou (art.167, IV, CF);
o Empréstimo Compulsório surge por lei complementar (MP, aqui, não!), é restituível e tem receita afetada
à despesa que o fundamentou (art. 148, parágrafo único, CF);

e) Um ponto de extremo relevo deve ser enfatizado: o fato gerador da indigitada exação não será a guerra!
Nem poderia ser! Também não pode conter ele a materialidade de tributo diverso de imposto, v.g., de taxa!
A esse respeito, o legislador constituinte sinalizou, conforme se nota na parte final do inciso II do art. 154,
que o IEG poderá, estando ou não compreendido no campo de competência da União, conter fato gerador
de qualquer imposto ou até um fato gerador novo, não havendo limitação quanto à sua estrutura de
incidência. Trata-se de uma permissão expressa na Constituição Federal para a bitributação e para o bis in
idem, uma vez ampla a liberdade de escolha do fato imponível para o IEG;

f) Por fim, registre-se que o imposto, sendo criado, terá exigência imediata, pois se trata de exceção às
anterioridades anual e nonagesimal (art. 150, §1º, CF);

g) Além disso, insta enfatizar que o gravame tem índole provisória, uma vez que, cessadas as causas de
sua criação, deve desaparecer. Conforme o texto constitucional, o imposto pode até perdurar após a
celebração da paz, desde que seja gradativamente extinto. A esse respeito, tentou o CTN (art. 76) ser
mais preciso, dispondo que a cobrança do imposto será suspensa, no prazo máximo de 5 anos, a contar

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da data da celebração da paz. Portanto é vedado o interregno temporal superior a um qüinqüênio, entre a
celebração da paz e a extinção do imposto.
Observe, a seguir, um quadro comparativo entre a Competência Extraordinária, ora estudada, e a
Competência Residual.

COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA
COMPETÊNCIA RESIDUAL

ART. 154 DA CF

INCISO I INCISO II

IMPOSTO RESIDUAL IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA

TRIBUTO FEDERAL (UNIÃO) TRIBUTO FEDERAL (UNIÃO)

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA RESIDUAL OU COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA


REMANESCENTE EXTRAORDINÁRIA

PODE SER INSTITUÍDO A SÓ PODE SER INSTITUÍDO NOS CASOS DE


QUALQUER TEMPO GUERRA EXTERNA

O CONTEXTO É DE “IMPOSTO PARA


O CONTEXTO É DE “IMPOSTO NOVO”
SITUAÇÃO DE BELIGERÂNCIA”

LEI COMPLEMENTAR LEI ORDINÁRIA

IMPOSTO PERMANENTE, SEM IMPOSTO PROVISÓRIO, COM


LIMITAÇÃO DE TEMPO LIMITAÇÃO DE TEMPO

OBSERVAR O PRINCÍPIO DA NÃO OBSERVAR O PRINCÍPIO DA


NÃO-CUMULATIVIDADE NÃO-CUMULATIVIDADE

OBSERVAR OS PRINCÍPIOS DA NÃO OBSERVAR OS PRINCÍPIOS DA


ANTERIORIDADE ANUAL E NONAGESIMAL ANTERIORIDADE ANUAL E NONAGESIMAL

PROIBIÇÃO DE COINCIDÊNCIA ENTRE O FATO PERMISSÃO DE COINCIDÊNCIA ENTRE O


GERADOR OU A BASE DE CÁLCULO DELE FATO GERADOR DELE COM OS DE OUTROS
COM OS DE OUTROS IMPOSTOS IMPOSTOS

HÁ LIMITAÇÕES QUANTO À SUA NÃO HÁ LIMITAÇÕES QUANTO À SUA


ESTRUTURA DE INCIDÊNCIA ESTRUTURA DE INCIDÊNCIA

RESPEITO AO PRINCÍPIO DA SEM RESPEITO AO PRINCÍPIO DA


EXCLUSIVIDADE DAS COMPETÊNCIAS EXCLUSIVIDADE DAS COMPETÊNCIAS
IMPOSITIVAS IMPOSITIVAS

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