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FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU


PÓS GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS

ANÁLISE COMPARATIVA DE ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE:


ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE COREMAS - PB

JOSYVERTON GOMES FERREIRA

CAMPINA GRANDE – PB
2019
JOSYVERTON GOMES FERREIRA

ANÁLISE COMPARATIVA DE ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE:


ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE COREMAS - PB

Trabalho de Conclusão de Curso –


Artigo Científico, apresentado ao
Programa de Pós-Graduação Lato Sensu
em Gerenciamento de Obras das
Faculdades Integradas de Patos, em
cumprimento às exigências para a
obtenção do título de Especialista em
Gerenciamento de Obras.

CAMPINA GRANDE – PB
2019
JOSYVERTON GOMES FERREIRA

ANÁLISE COMPARATIVA DE ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE:


ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE COREMAS - PB

Aprovado em 11 de fevereiro de 2019.

PROFESSORA ORIENTADORA:

Prof. Msc. SIMONE DANIELLE ACIOLE MORAIS MARINHO

CAMPINA GRANDE - PB
2019
ANÁLISE COMPARATIVA DE ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE: ESTUDO DE
CASO NA CIDADE DE COREMAS - PB

RESUMO
Durante muito tempo, a execução de obras foi guiada pelo senso de experiência
adquirido pelos construtores, sem que houvesse um mínimo de planejamento prévio ao
início de cada empreendimento. Ao longo de muitas décadas entendeu-se que a forma
mais eficiente de gerenciar uma obra era garantindo um estudo técnico anterior ao seu
início gerando um planejamento a partir de planilhas de custos, cronograma físico-
financeiro e estudo dos riscos inerentes à execução de obras. Entretanto, a definição dos
prazos estimados para realização dos serviços sempre foi um questionamento, haja vista
que seria necessário possuir dados estatísticos a respeito das equipes de trabalho para
efetivamente conseguir prever a real capacidade das pessoas, evitando que a ocorrência
de atrasos e imprevistos. Atualmente, a Caixa Econômica Federal, por meio do SINAPI,
oferece uma estimativa dos possíveis valores de produtividade para diversos tipos de
serviços, constituindo uma fonte de informações para aqueles que não possuem dados a
respeito das suas equipes. Nesse trabalho foi utilizada a metodologia de coleta de dados
em campo, a partir do registro fotográfico e dos índices de produtividade ao longo da
execução de uma obra. Com isso, percebeu-se que apesar de os valores fornecidos pelo
SINAPI serem bons parâmetros para se estimar os prazos, utilizar esse método pode ser
prejudicial se não forem feitos ajustes ao longo da obra, haja vista que os valores de
produtividade encontrados em campo podem ser muito inferiores ao estabelecido no
SINAPI, gerando atrasos na obra, ou, muito superiores, provocando um excesso de
pessoal e, consequentemente, perda de eficiência.

Palavras-chave: Planejamento. Cronograma. Produtividade.


COMPARATIVE ANALYSIS OF PRODUCTIVITY INDICES: A CASE
STUDY IN THE CITY OF COREMAS - PB

ABSTRACT
For a long time, the execution of works was guided by the sense of experience acquired
by the builders, without there being a minimum of planning before the beginning of
each enterprise. Over many decades, it was understood that the most efficient way to
manage a work was to guarantee a technical study prior to its beginning, generating a
plan based on cost sheets, a physical-financial schedule and a study of the risks inherent
in the execution of works. However, the definition of the estimated timeframes to
perform the services was always a question, since it would be necessary to have
statistical data regarding the work teams to effectively predict the real capacity of the
people, avoiding the occurrence of delays and unforeseen events. Currently, Caixa
Econômica Federal through SINAPI provides an estimate of possible productivity
values for various types of services, constituting a source for those who do not have
data regarding their teams. In this research was used the methodology of data collection
in the field, from the photographic record and productivity indexes throughout the
execution of the work. Thus, it was observed that, although the values provided by
SINAPI are good parameters for estimating the deadlines, using this method can be
detrimental if no adjustments are made throughout the work, insofar as the productivity
values found in the field can be much lower than that established in SINAPI, causing
delays in the work, or, much higher, causing an excess of personnel and, consequently,
loss of efficiency.

Keywords: Planning. Schedule. Productivity.


1. INTRODUÇÃO

O ramo da construção civil é um dos principais setores da indústria do país com


a função de proporcionar um crescimento econômico sustentável, envolvendo um
ambiente dinâmico e mutável. Entretanto, o gerenciamento das diversas variáveis que
caracterizam uma obra é um dos grandes desafios para os gestores de obras. Dessa
forma, faz-se necessário que seja feito previamente um planejamento de todas as ações
que são passíveis de ocorrer em um determinado empreendimento.
O planejamento é de fundamental importância, uma vez que executar um projeto
implica principalmente em competência, qualidade e cumprimento de prazos. Ao
planejar, o gestor de uma obra deve utilizar ferramentas que possibilitem identificar as
prioridades, verificar o seguimento das atividades, efetuar uma comparação das etapas
dos serviços com o planejado e agir de forma corretiva, visando a correções em alguns
desvios observados no acompanhamento (MATTOS, 2010). Dentre os benefícios do
planejamento de uma obra podemos citar a possibilidade de percepção das ocorrências
desfavoráveis ao andamento correto da obra permitindo a adoção de medidas
preventivas e corretivas visando diminuir os problemas causados pelos imprevistos, haja
vista que os custos da mudança ao longo da execução do projeto tendem a ser maiores à
medida que as etapas avançam.
Mattos (2010) afirma que a incerteza do planejamento é uma característica
intrínseca da execução de obras diante das variações dos projetos, condições climáticas,
da natureza dos seus processos de produção e da falta de padronização, por parte das
empresas, dos processos de produção. Nessa perspectiva, o ato de planejar busca, por
meio de técnicas de engenharia, uma forma de tentar prever as possíveis ocorrências e
imprevistos que podem acontecer ao longo da execução de uma obra, permitindo que o
construtor consiga se antecipar e resolver esses problemas de antemão. A etapa de
planejamento permite que as incertezas do projeto sejam incorporadas a ele, por meio da
flexibilização e adaptação dos planos de execução, na medida em que as produtividades
das equipes, nas diversas situações, vão sendo ajustadas para que o planejado coincida
com o executado, garantindo assim melhoria contínua do processo.
Contudo, existem empresas que atuam no ramo da construção civil que
negligenciam totalmente a fase de planejamento executando obras na base da
improvisação, sem o mínimo necessário de controle gerando, na maioria das vezes, o
retrabalho dentro de um processo produtivo. Essa prática gera, invariavelmente,
repetição de procedimentos, inclusive em atividades já executadas. Desse modo,
Peixoto (2013) afirma que, na construção civil, a falta de planejamento adequado das
obras e, como consequência, geração de desperdício de tempo e materiais em face do
retrabalho, é um tipo de patologia dentro da obra.
A fim de promover um melhor gerenciamento de um empreendimento deve-se
buscar amenizar outro problema comum durante a fase de planejamento que é o uso de
indicadores de produtividade das equipes não condizente com o executado em campo,
durante as etapas de criação do cronograma físico-financeiro da obra. Isso, por sua vez,
provoca atrasos nos cronogramas das obras e um consequente aumento no valor final do
orçamento.
De acordo Souza (2006) a execução de obras é considerada uma indústria
pautada na dificuldade de obtenção de bons índices de produtividade, haja vista a
desqualificação da mão-de-obra utilizada e da falta de conhecimento dos gestores de
técnicas de melhoria de produção. Nesse sentido, verifica-se a necessidade constante de
preocupação em como buscar meios que permitam diminuir a fadiga humana na
execução das atividades, permitindo que o indivíduo produza de forma eficiente e
gerando bons resultados para que as empresas possam se inserir nesse ramo cada vez
mais competitivo, devido ao aumento da concorrência em face do mercado crescente da
construção civil.
Dessa forma, este trabalho tem como foco o estudo de caso de uma obra pública
na cidade de Coremas-PB, no qual objetivou-se comparar os índices de produtividade
coletados durante a execução da obra com os valores apresentados pelo Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), que serve de
referência para construção da planilha de preços, e o quanto essa discrepância pode
acarretar problemas nos prazos do cronograma e aumento do custo final da obra.
2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este capitulo tem o objetivo de apresentar uma contextualização sobre as fases


do planejamento e o uso de indicadores de produtividade na elaboração de cronogramas.

2.1 Fases do planejamento

O planejamento de uma obra é definido como sendo uma metodologia utilizada


para buscar os objetivos almejados durante a execução dos serviços. Desse modo, faz-se
necessária a identificação de todas as atividades a serem desenvolvidas, etapa conhecida
como escopo, em seguida a definição do tempo de execução do projeto, prevendo as
incertezas e os possíveis contingentes capazes de afetar o andamento da obra. Desse
mesmo modo, Resende (2013 apud SYAL et al.1992) cita que o planejamento é
considerado como um conjunto de planos de ações e de processos de tomada de decisão
visando a transformação do projeto idealizado em um empreendimento a ser entregue ao
cliente final.
De acordo com Gehbauer (2002) o planejamento prévio pode ser subdividido em
diversas áreas que, embora diferenciadas, possuem etapas relacionadas entre si. Tais
áreas são:
 Planejamento dos métodos de execução;
 Identificação das metodologias a serem utilizadas na construção, tendo
como base a técnica e os custos;
 Planejamento da obra: cronograma detalhado;
 Planejamento dos insumos orçamentários: materiais, mão-de-obra e
equipamentos.
 Planejamento do canteiro de obras.
O planejamento serve como ferramenta de gerenciamento e acompanhamento do
processo executivo das obras. Dessa maneira, de acordo com os custos indicados no
orçamento e nos prazos apresentados no cronograma é plausível a possibilidade de
buscar controlar durante a execução do empreendimento.
Fritz (2002) indica que por meio da comparação entre planejado e o executado,
detecta-se os eventuais desvios na execução, permitindo que seja possível a correção
desses problemas e garantindo que a obra se desenvolva como o ideal indicado no
planejamento. Ainda, cabe mencionar que apesar de existirem causas decorrentes de
fatores imprevisíveis, como por exemplo, condições climáticas adversas, alto
absenteísmo ou quebras de equipamentos, o planejamento prévio permite que sejam
feitas correções com maior facilidade, haja vista que a idealização antecipada dessas
situações possibilita uma visão global dos efeitos destes imprevistos sobre o
desenvolvimento geral da obra, contribuindo no aumento da eficiência na execução das
atividades do projeto e promovendo maior rentabilidade para as empresas.
De acordo com o que afirma Mattos (2010) o planejamento de uma obra segue
passos bem definidos em que se coletam elementos dos passos anteriores e a eles se
agrega algo gerando um trabalho de elaboração lógica e progressiva de atividades, essas
etapas são apresentadas a seguir.

2.1.1 Identificação das atividades

Essa etapa ocorre com a identificação das atividades que integrarão o escopo do
projeto e irão compor o cronograma da obra. Uma das metodologias utilizadas nessa
fase é a elaboração da Estrutura Analítica do Projeto (EAP) que decompõe todas as
atividades previstas em pacotes de trabalho de maneira hierárquica, como ilustra a
Figura 1. Além disso, deve-se ter total atenção pois qualquer serviço que não for
contemplado acarretará em problemas futuros e um consequente atraso no cronograma
do empreendimento.

Figura 1: Modelo de Estrutura Analítica de Projeto

Fonte: Blog Robson Camargo (2018)


2.1.2 Definição das durações

Nessa etapa ocorre a determinação - em horas, dias, semanas ou meses - das


durações associadas a todas as atividades descritas na etapa anterior. Para isso, é
necessário identificação de diversas variáveis tais como quantidade do serviço,
produtividade das equipes e da quantidade de recursos alocados.
A quantidade do serviço é facilmente determinada a partir do projeto
arquitetônico e a quantidade de recursos alocados irá depender da logística do
empreendimento e das condições financeiras que irão moldar a execução do
empreendimento. Entretanto, os índices que expressão a produtividade das equipes varia
de acordo com qualificação técnica da mão de obra, fatores climáticos e relacionados à
motivação do funcionário dentro do ambiente de trabalho, sendo, portanto, indicado a
observação dos valores reais de produtividade, em campo, de suas equipes de trabalho a
fim de proporcionar uma menor variabilidade no cronograma final da obra.
Mattos (2010) afirma que o cálculo das durações pode se dar de duas formas
distintas, uma direta: considerando um valor de índice de produtividade médio (Quadro
1), e outra levando em consideração uma abordagem probabilística (Quadro 2). das
durações atribuindo três durações para cada atividade: a mais provável (situação mais
plausível), a otimista (condições ideais para execução das tarefas) e a pessimista (pior
cenário para execução das tarefas), sendo o cálculo um valor ponderado dos três
cenários possíveis.

Quadro 1: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média


Quantidade de alvenaria 120 m²
Produtividade do pedreiro 1,5m²/h
Jornada de trabalho 8 h/dia
Duração (horas) =120/1,5 = 80 horas de trabalho
Duração (dias) =80/8 = 10 dias de trabalho
Fonte: Autor, baseado em Mattos (2010)
Quadro 2: Modelo de cálculo de duração considerando a abordagem
probabilística
Quantidade de alvenaria 120 m²
Produtividade do pedreiro 1,5m²/h
Jornada de trabalho 8 h/dia
Duração mais provável (dias) =80/8 = 10 dias de trabalho
Duração otimista (dias) =48/8 = 6 dias de trabalho
Duração pessimista (dias) =96/8 = 12 dias de trabalho
Estimativa = (6 + 4x10 + 12) / 6 = 9,7 dias
Fonte: Autor, baseado em Mattos (2010)

2.1.3 Definição da precedência e Montagem do diagrama de rede

Na etapa de definição de precedência define-se a sequenciação das atividades


descritas na fase de identificação com as suas respectivas predecessoras, ou seja, os
serviços que são condição necessária para a atividades em questão seja executada, como
apresenta o Quadro 3. Com isso, é fundamental que as equipes de trabalho cheguem a
um consenso sobre a lógica construtiva da obra.

Quadro 3: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média

Fonte: Mattos (2010)


Para Gehbauer (2002) a principal vantagem está no fato de que a rede de
precedências mostra as interdependências das diversas atividades entre si. Assim, os
efeitos de atrasos em relação ao cronograma geral podem ser percebidos e também
calculados, havendo assim uma melhor compreensão do esquema por todos aqueles que
estão envolvidos com a obra.
Após a criação do quadro de sequenciação de atividades e determinação das
respectivas predecessoras, segue-se com a apresentação gráfica a partir de um diagrama
de rede. Mattos (2010) apresenta dois métodos mais utilizados na montagem do
diagrama de rede: o das flechas e o dos blocos. O primeiro consiste em apresentar
graficamente as atividades por meio de setas que indicam a passagem de um evento para
outro, como ilustra a Figura 2. O segundo é semelhante, porém as atividades são
apresentadas por meio de blocos ligados entre si por setas que indicam a relação de
dependência entre as tarefas (Figura 3).
Figura 2: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média

Fonte: Mattos (2010)


Figura 3: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média

Fonte: Mattos (2010)


2.1.4 Identificação do caminho crítico e Geração do cronograma

O guia PMBOK 5ª edição (2013) define que caminho crítico de uma obra é
aquele que possui a menor folga no diagrama de rede e deve ser, por conseguinte, uma
das principais preocupações do gestor do projeto. À sequência de atividades, como
ilustra a Figura 4, que indica o maior prazo para execução de toda a obra dá-se o nome
de atividades críticas e a sequência que abarca todas gera o chamado caminho crítico
(Mattos, 2010).
Figura 4: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média

Fonte: Mattos (2010)


O resultado final das etapas do planejamento é o cronograma sob forma do
gráfico de Gantt indicado no Quadro 4. O cronograma físico-financeiro de uma obra
constitui um instrumento importante de gerenciamento pois indica de forma simples a
posição de cada serviço ao longo do tempo.
Quadro 4: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média

Fonte: Mattos (2010)


2.2 Importância da previsão de índices de produtividade

O processo produtivo de uma obra de edifícios consiste em utilizar recursos


físicos como entrada, promover uma agregação de valor a partir de uma boa gestão e
por fim gerar o empreendimento que será entregue ao cliente final, como ilustra a
Figura 5.
Figura 5: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média

Fonte: Mattos (2010)


Uma das principais fases do planejamento é a definição das durações das
atividades com o objetivo de identificar quais atividades demandarão mais prioridades
por parte do gestor de obras. Dessa forma, faz-se necessário o uso de índices de
produtividade que apresentem a quantidade de horas trabalhadas por unidade produzida.
Gehbauer (2002) indica que tais índices podem ser determinados por meio de:

 Índices registrados em banco de dados da empresa, obtidos ao longo de cada


obra;
 A partir de pessoas experientes na execução dos serviços pretendidos, os
quais podem indicar, de forma estimada, os coeficientes de produtividade e
de rendimento de equipamentos;
 Coeficiente obtidos a partir da literatura, os quais apresentam valores que
condizem menos com a realidade, na medida em que são dados indicados
com uma certa margem de variabilidade.

Diversos fatores podem afetar diretamente a produtividade das equipes de


trabalho tais como: experiência da equipe, uma vez que, quanto mais experiente for a
equipe de trabalho maior será a eficiência da execução dos serviços; grau de
conhecimento do serviço, variável atrelada a curva de aprendizagem que tem a
tendência de crescimento com o tempo; apoio logístico com um bom leiaute de canteiro
que possibilite uma redução de deslocamentos e tempo de chegada do material.

2.3 Cálculo das equipes e da duração das atividades

Durante o planejamento de um empreendimento um fator fundamental é atribuir


o tempo das durações dos serviços indicados no cronograma e dessa forma efetuar o
cálculo da equipe necessária. Dessa forma, em um empreendimento que possui uma
grande quantidade de serviços, deve-se concentrar todos os cálculos de duração e equipe
(quantidade de recursos) em uma planilha única, a que damos o nome de Quadro
Duração-Recursos, com apresenta o Quadro 5.

Quadro 5: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média

Fonte: Mattos (2010)


Souza (2006) considera que a previsão da produtividade se baseie na
pressuposição quanto às dificuldades que estarão presentes e no prognóstico quanto aos
seus efeitos (Figura 6), dessa forma tais expectativas podem ser baseadas em fontes que,
de maneira formal ou informal, acumularam informações relativas a experiências
anteriores.
Figura 6: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média

Fonte: Mattos (2010)


O uso da experiência anterior é sempre bem-vindo. No entanto, a informalidade
no registro e processamento desses dados históricos traz sempre um risco maior. Nesse
sentido, reafirma-se a importância de se perpetuar, nas empresas, um controle formal da
produtividade, que possa gerar uma fonte confiável de informações para futuras
previsões. Portanto, deve-se adicionar às fontes de origem pessoal e de terceiros a ideia
de ter-se um banco de informações de produtividade da empresa.
Mattos (2010) apresenta um quadro (Quadro 6) que traz as produtividades
médias de serviços retiradas de alguns bancos de dados correntes. As produtividades
podem servir de referência para o planejador no dimensionamento de durações das
atividades.
Quadro 6: Índices/produtividades de serviços de edificações

Fonte: Mattos (2010)


2.4 Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI)
As leis instituídas no território brasileiro, quando se trata de realização de
empreendimento, indica como possível forma para contratação de empresas, para
realização de tais serviços, o procedimento licitatório, estabelecido pela Lei 8.666 de
1993, no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. De acordo com essa lei, a licitação pública consiste em um procedimento
administrativo, no qual a administração seleciona a proposta que mais atenda ao
interesse da coletividade, que nem sempre é a de menor preço, considerando aspectos de
isonomia e promoção de desenvolvimento nacional sustentável (BRASIL, 1993).
Para que as empresas possam participar do certame, faz-se necessário a
apresentação de uma proposta de preço, indicando as atividades que serão executadas,
suas quantidades, preços unitários de cada serviço e indicação de um cronograma físico-
financeiro de realização do empreendimento. No edital da licitação, a administração
fornece uma planilha contendo os serviços a serem executados com base nas
informações retiradas do projeto básico/executivo desenvolvido em uma fase prévia ao
lançamento do procedimento licitatório. Nessa planilha, o ente, que promoverá a
licitação, fornecerá preços unitários que são considerados os valores máximos aos quais
a administração está disposta a pagar pela execução dos serviços. Nessa perspectiva, o
SINAPI serve como fonte oficial de referência de preços de insumos e de custos para
criação das composições unitárias, sendo a Caixa Econômica Federal o órgão
responsável por toda base técnica de engenharia e pelo processamento de dados e
divulgação mensal dos relatórios de preços e custos.
Para que o processo de atualização do SINAPI ocorra de forma constante, a
Caixa conta com parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do
apoio da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) que
consiste em uma instituição sem fins lucrativos formada por docentes e pesquisadores
da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Apesar de o SINAPI
servir de base para coleta de preços para elaboração das planilhas de obras públicas, a
sua adoção não vincula a estipulação de preços ou análise de orçamento por parte do
ente que irá promover a licitação. De acordo com a Caixa Econômica, as composições
de serviço do SINAPI estão em constante modificação, a fim de que se adequem ao
praticado pela engenharia na atualidade, observadas, preferencialmente, em canteiro de
obra. Os preços dos insumos indicados pelos relatórios fornecidos pelo órgão são
calculados com base no preço coletado pelo IBGE e pelos valores coletados a partir do
índice de representatividade do insumo.
3. METODOLOGIA
O trabalho consiste em coletar dados de produtividade de um estudo de caso de
uma obra de para prestar serviços de engenharia na Ampliação do Colégio Cônego
Bernardo Localizada na Rua José Peregrino de Araújo da cidade de Coremas, conforme
planilha orçamentária de custo apresentada pelo munícipio, comparando esses índices
coletados com os indicados pela Caixa através do SINAPI. Os dados foram coletados
em campo a partir do acompanhamento diário dos serviços, além do registro fotográfico
feito ao longo do andamento físico da obra.
3.1 Estudo de Caso
3.1.1 Descrição da obra
A obra, localizada na Rua José Peregrino de Araújo da cidade de Coremas-PB,
consiste na ampliação do Colégio Cônego Bernardo, a partir da utilização de recursos
financeiros da Secretaria de Estado de Educação da Paraíba, mediante convênio com o
Governo do Estado da Paraíba.
As Figuras 7 e 8 indicam o local da escola onde será realizada a ampliação, com
a construção de duas salas de aula com dimensões de 5,75 m x 7,45 m, totalizando uma
área de 42,84 m² cada uma, além de dois banheiros acessíveis para cadeirantes com
dimensões de 2,68 m x 4,40 m, totalizando uma área de 11,79 m². Todos os ambientes
construídos respeitaram as normas de acessibilidade.
Figura 7: Planta baixa do colégio com indicação do local da construção

Fonte: Autor
Figura 8: Planta baixa final do colégio

Fonte: Autor
3.1.2 Serviços analisados
Durante o acompanhamento diário da execução da obra foram feitos registros
fotográficos (Apêndice I), bem como coleta das produtividades médias para realização
dos serviços de locação de obra, escavação manual, aterro manual, alvenaria de
embasamento, impermeabilização, montagem de formas e armação da superestrutura,
concretagem da superestrutura, alvenaria de vedação, cobertura de madeira e
telhamento, forro de gesso em placas pré-moldadas, chapisco, massa única,
revestimento cerâmico em piso, esquadrias, pintura e limpeza final da obra.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Quadro 7 apresenta os valores das produtividades indicados pelo SINAPI,
tomando como referência o mês de agosto de 2018, data de início dos serviços. Os
quantitativos apresentados foram retirados a partir da planilha orçamentária fornecida
pelo setor de licitações da Prefeitura Municipal de Coremas. Os valores de escavação e
aterro estão diferentes pois o terreno apresenta um grande desnível e de acordo com o
projeto as salas deveriam ser executadas a fim de obter o mesmo nível da escola.
Considere:
 Carpinteiro (C);
 Pedreiro (P);
 Servente (S);
 Pintor (Pi);
 Gesseiro (G);
 Jornada de trabalho diária de oito horas.
Quadro 7: Índices/produtividades de serviços pelo SINAPI
Serviços Quantidade Produtividade Equipe Tempo de execução
executada média da equipe utilizada estimado pelo
pelo SINAPI SINAPI (Dias)
Locação de obra 169,05 m² 0,1 h/m² 1C+1S 2,11
Escavação manual, até 2 16,17 m³ 3,96 h/m³ 1S 8
m de profundidade
Aterro manual, camadas 46,77 m³ 0,66 h/m³ 1S 3,86
de 20 cm
Alvenaria de 16,17 m³ 6 h/m³ 1P+1S 12,13
embasamento
Impermeabilização 97,02 m² 0,53 h/m² 1P+1S 6,43
Montagem de formas e 40 m² 1,38 h/m² 1C+1A+ 6,9
armação da 2S
superestrutura
Concretagem da 4,63 m³ 2,3 h/m³ 1S 1,33
superestrutura
Alvenaria de vedação 262,76 m² 1,19 h/m² 1P+1S 39,08
Cobertura de madeira 192,03 m² 0,676 h/m² 1C+1S 16,22
Telhamento 192,03 m² 0,26 h/m² 1P+1S 6,24
Forro de gesso 168,48 m² 0,8 h/m² 1G+1S 16,85
Chapisco 525,52 m² 0,07 h/m² 1P+1S 4,6
Massa única 525,52 m² 0,47 h/m² 1P + 1 S 30,87
Revestimento cerâmico 157,36 m² 0,64 h/m² 1P+1S 12,59
em piso
Pintura 525,52 m² 0,13 h/m² 1 Pi + 1 S 8,54
Limpeza final da obra 169,05 m² 0,14 h/m² 1S 2,96
Os valores calculados apresentam uma estimativa, em dias, de duração das
atividades de acordo com a produtividade indicada pelo SINAPI e considerando a
execução por apenas uma equipe.
O Quadro 8 apresenta os valores das produtividades coletados durante a
execução dos serviços. Para a execução das atividades foram utilizadas duas equipes de
um pedreiro e um ajudante, entretanto, o tempo de execução descrito no Quadro 8
considerou o tempo de execução total multiplicado pelo fator dois, haja vista que foram
utilizadas duas equipes.
Quadro 8: Valores das produtividades coletados durante a execução dos serviços
Serviços Quantidade Tempo de Equipe Produtividade
executada execução (Dias) utilizada média da equipe
Locação de obra 169,05 m² 1,5 1C+1S 0,07 h/m²
Escavação 16,17 m³ 6,5 1S 3,22 h/m³
manual, até 2 m de
profundidade
Aterro manual, 46,77 m³ 4 1S 0,68 h/m³
camadas de 20 cm
Alvenaria de 16,17 m³ 8,5 1P+1S 4,21 h/m³
embasamento
Impermeabilização 97,02 m² 5,5 1P+1S 0,45 h/m²
Montagem de 40 m² 8 1C+1A+ 1,60 h/m²
formas e armação 2S
da superestrutura
Concretagem da 4,63 m³ 3 1S 5,18 h/m³
superestrutura
Alvenaria de 262,76 m² 28 1P+1S 0,85 h/m²
vedação
Cobertura de 192,03 m² 14,5 1C+1S 0,60 h/m²
madeira
Telhamento 192,03 m² 3 1P+1S 0,12 h/m²
Forro de gesso 168,48 m² 20 1G+1S 0,95 h/m²
Chapisco 525,52 m² 2,5 1P+1S 0,04 h/m²
Massa única 525,52 m² 23 1P + 1 S 0,35 h/m²
Revestimento 157,36 m² 15,5 1P+1S 0,79 h/m²
cerâmico em piso
Pintura 525,52 m² 8 1 Pi + 1 S 0,12 h/m²
Limpeza final da 169,05 m² 2 1S 0,09 h/m²
obra

A Quadro 9 apresenta um comparativo dos valores de produtividade coletados


com os valores de referência indicados pelo SINAPI e usados na elaboração da planilha
orçamentária.
Quadro 9: Comparativo dos valores de produtividade
Serviços Produtividade Produtividade indicada Percentual de
em campo pelo SINAPI diferença
Locação de obra 0,07 h/m² 0,1 h/m² 30,0%
Escavação 3,22 h/m³ 3,96 h/m³ 18,7%
manual, até 2 m de
profundidade
Aterro manual, 0,68 h/m³ 0,66 h/m³ -3,0%
camadas de 20 cm
Alvenaria de 4,21 h/m³ 6 h/m³ 29,8%
embasamento
Impermeabilização 0,45 h/m² 0,53 h/m² 15,1%
Montagem de 1,60 h/m² 1,38 h/m² -15,9%
formas e armação
da superestrutura
Concretagem da 5,18 h/m³ 2,3 h/m³ -125,2%
superestrutura
Alvenaria de 0,85 h/m² 1,19 h/m² 28,6%
vedação
Cobertura de 0,60 h/m² 0,676 h/m² 11,2%
madeira
Telhamento 0,12 h/m² 0,26 h/m² 53,8%
Forro de gesso 0,95 h/m² 0,8 h/m² -18,8%
Chapisco 0,04 h/m² 0,07 h/m² 42,9%
Massa única 0,35 h/m² 0,47 h/m² 25,5%
Revestimento 0,79 h/m² 0,64 h/m² -23,4%
cerâmico em piso
Pintura 0,12 h/m² 0,13 h/m² 7,7%
Limpeza final da 0,09 h/m² 0,14 h/m² 35,7%
obra

Com isso, a partir do Quadro 9 percebe-se que os valores apresentados pelo


SINAPI em alguns serviços, como alvenaria de embasamento, alvenaria de vedação,
telhamento, chapisco e massa única, são bem inferiores aos coletados em campo, pois
quando maior a quantidade de horas para executar uma unidade da atividade, menor é a
produtividade da equipe. Isso decore da grande variabilidade de dados utilizados nos
cálculos das composições oferecidas pela Caixa, uma vez que o órgão que coleta os
valores considera a produtividade média dos dados. Porém, há serviços como forro de
gesso, revestimento de piso e montagem de forma os valores do SINAPI foram
superiores aos coletados em campo. Isso ocorre, pois, os serviços citados necessitam de
uma maior especialização e experiência da equipe executora e em obras muito pequenas
dificilmente o mesmo funcionário consegue atingir bons índices de produtividade em
todos os serviços.
A Figura 9 apresenta o cronograma considerando os valores de referência
apresentados pelo SINAPI, utilizado o software MS-Project. Para confecção do
cronograma foram consideradas duas equipes na execução das atividades, dividindo os
valores estimados no Quadro 7 por dois obtêm-se os dias de execução dos serviços. Na
sequência, a Figura 10 apresenta o cronograma considerando os valores coletados em
campo, utilizado o software MS-Project. Para confecção do cronograma foram
consideradas duas equipes na execução das atividades, dividindo os valores estimados
no Quadro 8 por dois obtêm-se os dias de execução dos serviços.
Figura 9: Cronograma considerando os valores do SINAPI
Figura 10: Cronograma considerando os valores coletados em campo
Os serviços iniciaram dia 6 de agosto de 2018. A partir das Figuras 9 percebe-se
que o tempo estimado pelo SINAPI para o término final da execução dos serviços é a
data de 19 de novembro de 2018 e pela Figura 10 percebe-se que a obra foi concluída
no dia 30 de outubro de 2018. Apesar de algumas atividades as produtividades coletadas
em campo serem inferiores ao indicado pelo SINAPI, quando se considera todos os
valores nota-se que houve uma economia de tempo de 20 dias na entrega final da obra,
algo significativo.

5. CONCLUSÕES
O trabalho consistiu em estudar a proposta de análise dos índices de
produtividade indicados pelo órgão de referência para os entes públicos que é o SINAPI
e compará-los com os coletados durante a execução dos serviços. A partir dos resultados
têm-se:
 Ao considerar os valores de produtividade do SINAPI deve-se ter noção que são
valores que representam uma média de índices estaduais;
 Nota-se a importância de conhecer as produtividades reais das equipes que irão
executar os serviços para que o planejado coincida com o executado, a fim de
não ocorrem problemas com atrasos na entrega das obras ou excesso de pessoal
nas obras que acaba gerando perda da produtividade;
 Destaca-se que em obras de pequeno porte, nas quais a mesma equipe executa a
maioria dos serviços, há uma desvantagem, haja vista que a equipe não consegue
ser altamente produtiva em todos os serviços que executar. Porém, utiliza-se
essa forma de trabalho diante das dificuldades de contratação de pessoal
temporário, tendo em vista o curto prazo das obras e pequena quantidade dos
serviços.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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publico/apoio-poder-publico/sinapi/Paginas/default.aspx . Acesso 09/01/2019.

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https://robsoncamargo.com.br/blog/EAP-e-cronograma-de-projetos-entenda-tudo.
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CAZELATO, F. F. Análise da correlação entre atrasos de cronograma e retrabalhos em
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GEHBAUER, F. Planejamento e gestão de obras: um resultado prático da cooperação


técnica Brasil-Alemanha. Coordenação e redação Marisa Eggensperger. - Curitiba:
CEFET-PR, 2002.

MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras / Aldo Dórea Mattos, - Sào Paulo:


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Acesso em 03 novembro de 2018.

Project Manegement Institute (PMI). A guide to the project Management Body of


Knowledge (PMBOK), 5ª edição, 2013.

RESENDE, C. C. R., Atrasos de obra devido a problemas o gerenciamento. 2013.


Trabalho de conclusao de curso, Curso de Engenharia Civil da Escola Politecnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013.

SOUZA, U. E. L. Como aumentar a eficiência da mão de obra: manual de gestão da


produtividade na construção civil / Ubiraci Espinelli Lemes de Souza. São Paulo:
Editora Pini, 2006.
APÊNDICE I – Registro fotográfico

Fase inicial da obra:


Fase intermediária da obra:
Fase final da obra:

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