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CAMPINA GRANDE – PB
2019
JOSYVERTON GOMES FERREIRA
CAMPINA GRANDE – PB
2019
JOSYVERTON GOMES FERREIRA
PROFESSORA ORIENTADORA:
CAMPINA GRANDE - PB
2019
ANÁLISE COMPARATIVA DE ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE: ESTUDO DE
CASO NA CIDADE DE COREMAS - PB
RESUMO
Durante muito tempo, a execução de obras foi guiada pelo senso de experiência
adquirido pelos construtores, sem que houvesse um mínimo de planejamento prévio ao
início de cada empreendimento. Ao longo de muitas décadas entendeu-se que a forma
mais eficiente de gerenciar uma obra era garantindo um estudo técnico anterior ao seu
início gerando um planejamento a partir de planilhas de custos, cronograma físico-
financeiro e estudo dos riscos inerentes à execução de obras. Entretanto, a definição dos
prazos estimados para realização dos serviços sempre foi um questionamento, haja vista
que seria necessário possuir dados estatísticos a respeito das equipes de trabalho para
efetivamente conseguir prever a real capacidade das pessoas, evitando que a ocorrência
de atrasos e imprevistos. Atualmente, a Caixa Econômica Federal, por meio do SINAPI,
oferece uma estimativa dos possíveis valores de produtividade para diversos tipos de
serviços, constituindo uma fonte de informações para aqueles que não possuem dados a
respeito das suas equipes. Nesse trabalho foi utilizada a metodologia de coleta de dados
em campo, a partir do registro fotográfico e dos índices de produtividade ao longo da
execução de uma obra. Com isso, percebeu-se que apesar de os valores fornecidos pelo
SINAPI serem bons parâmetros para se estimar os prazos, utilizar esse método pode ser
prejudicial se não forem feitos ajustes ao longo da obra, haja vista que os valores de
produtividade encontrados em campo podem ser muito inferiores ao estabelecido no
SINAPI, gerando atrasos na obra, ou, muito superiores, provocando um excesso de
pessoal e, consequentemente, perda de eficiência.
ABSTRACT
For a long time, the execution of works was guided by the sense of experience acquired
by the builders, without there being a minimum of planning before the beginning of
each enterprise. Over many decades, it was understood that the most efficient way to
manage a work was to guarantee a technical study prior to its beginning, generating a
plan based on cost sheets, a physical-financial schedule and a study of the risks inherent
in the execution of works. However, the definition of the estimated timeframes to
perform the services was always a question, since it would be necessary to have
statistical data regarding the work teams to effectively predict the real capacity of the
people, avoiding the occurrence of delays and unforeseen events. Currently, Caixa
Econômica Federal through SINAPI provides an estimate of possible productivity
values for various types of services, constituting a source for those who do not have
data regarding their teams. In this research was used the methodology of data collection
in the field, from the photographic record and productivity indexes throughout the
execution of the work. Thus, it was observed that, although the values provided by
SINAPI are good parameters for estimating the deadlines, using this method can be
detrimental if no adjustments are made throughout the work, insofar as the productivity
values found in the field can be much lower than that established in SINAPI, causing
delays in the work, or, much higher, causing an excess of personnel and, consequently,
loss of efficiency.
Essa etapa ocorre com a identificação das atividades que integrarão o escopo do
projeto e irão compor o cronograma da obra. Uma das metodologias utilizadas nessa
fase é a elaboração da Estrutura Analítica do Projeto (EAP) que decompõe todas as
atividades previstas em pacotes de trabalho de maneira hierárquica, como ilustra a
Figura 1. Além disso, deve-se ter total atenção pois qualquer serviço que não for
contemplado acarretará em problemas futuros e um consequente atraso no cronograma
do empreendimento.
O guia PMBOK 5ª edição (2013) define que caminho crítico de uma obra é
aquele que possui a menor folga no diagrama de rede e deve ser, por conseguinte, uma
das principais preocupações do gestor do projeto. À sequência de atividades, como
ilustra a Figura 4, que indica o maior prazo para execução de toda a obra dá-se o nome
de atividades críticas e a sequência que abarca todas gera o chamado caminho crítico
(Mattos, 2010).
Figura 4: Modelo de cálculo de duração considerando a produtividade média
Fonte: Autor
Figura 8: Planta baixa final do colégio
Fonte: Autor
3.1.2 Serviços analisados
Durante o acompanhamento diário da execução da obra foram feitos registros
fotográficos (Apêndice I), bem como coleta das produtividades médias para realização
dos serviços de locação de obra, escavação manual, aterro manual, alvenaria de
embasamento, impermeabilização, montagem de formas e armação da superestrutura,
concretagem da superestrutura, alvenaria de vedação, cobertura de madeira e
telhamento, forro de gesso em placas pré-moldadas, chapisco, massa única,
revestimento cerâmico em piso, esquadrias, pintura e limpeza final da obra.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Quadro 7 apresenta os valores das produtividades indicados pelo SINAPI,
tomando como referência o mês de agosto de 2018, data de início dos serviços. Os
quantitativos apresentados foram retirados a partir da planilha orçamentária fornecida
pelo setor de licitações da Prefeitura Municipal de Coremas. Os valores de escavação e
aterro estão diferentes pois o terreno apresenta um grande desnível e de acordo com o
projeto as salas deveriam ser executadas a fim de obter o mesmo nível da escola.
Considere:
Carpinteiro (C);
Pedreiro (P);
Servente (S);
Pintor (Pi);
Gesseiro (G);
Jornada de trabalho diária de oito horas.
Quadro 7: Índices/produtividades de serviços pelo SINAPI
Serviços Quantidade Produtividade Equipe Tempo de execução
executada média da equipe utilizada estimado pelo
pelo SINAPI SINAPI (Dias)
Locação de obra 169,05 m² 0,1 h/m² 1C+1S 2,11
Escavação manual, até 2 16,17 m³ 3,96 h/m³ 1S 8
m de profundidade
Aterro manual, camadas 46,77 m³ 0,66 h/m³ 1S 3,86
de 20 cm
Alvenaria de 16,17 m³ 6 h/m³ 1P+1S 12,13
embasamento
Impermeabilização 97,02 m² 0,53 h/m² 1P+1S 6,43
Montagem de formas e 40 m² 1,38 h/m² 1C+1A+ 6,9
armação da 2S
superestrutura
Concretagem da 4,63 m³ 2,3 h/m³ 1S 1,33
superestrutura
Alvenaria de vedação 262,76 m² 1,19 h/m² 1P+1S 39,08
Cobertura de madeira 192,03 m² 0,676 h/m² 1C+1S 16,22
Telhamento 192,03 m² 0,26 h/m² 1P+1S 6,24
Forro de gesso 168,48 m² 0,8 h/m² 1G+1S 16,85
Chapisco 525,52 m² 0,07 h/m² 1P+1S 4,6
Massa única 525,52 m² 0,47 h/m² 1P + 1 S 30,87
Revestimento cerâmico 157,36 m² 0,64 h/m² 1P+1S 12,59
em piso
Pintura 525,52 m² 0,13 h/m² 1 Pi + 1 S 8,54
Limpeza final da obra 169,05 m² 0,14 h/m² 1S 2,96
Os valores calculados apresentam uma estimativa, em dias, de duração das
atividades de acordo com a produtividade indicada pelo SINAPI e considerando a
execução por apenas uma equipe.
O Quadro 8 apresenta os valores das produtividades coletados durante a
execução dos serviços. Para a execução das atividades foram utilizadas duas equipes de
um pedreiro e um ajudante, entretanto, o tempo de execução descrito no Quadro 8
considerou o tempo de execução total multiplicado pelo fator dois, haja vista que foram
utilizadas duas equipes.
Quadro 8: Valores das produtividades coletados durante a execução dos serviços
Serviços Quantidade Tempo de Equipe Produtividade
executada execução (Dias) utilizada média da equipe
Locação de obra 169,05 m² 1,5 1C+1S 0,07 h/m²
Escavação 16,17 m³ 6,5 1S 3,22 h/m³
manual, até 2 m de
profundidade
Aterro manual, 46,77 m³ 4 1S 0,68 h/m³
camadas de 20 cm
Alvenaria de 16,17 m³ 8,5 1P+1S 4,21 h/m³
embasamento
Impermeabilização 97,02 m² 5,5 1P+1S 0,45 h/m²
Montagem de 40 m² 8 1C+1A+ 1,60 h/m²
formas e armação 2S
da superestrutura
Concretagem da 4,63 m³ 3 1S 5,18 h/m³
superestrutura
Alvenaria de 262,76 m² 28 1P+1S 0,85 h/m²
vedação
Cobertura de 192,03 m² 14,5 1C+1S 0,60 h/m²
madeira
Telhamento 192,03 m² 3 1P+1S 0,12 h/m²
Forro de gesso 168,48 m² 20 1G+1S 0,95 h/m²
Chapisco 525,52 m² 2,5 1P+1S 0,04 h/m²
Massa única 525,52 m² 23 1P + 1 S 0,35 h/m²
Revestimento 157,36 m² 15,5 1P+1S 0,79 h/m²
cerâmico em piso
Pintura 525,52 m² 8 1 Pi + 1 S 0,12 h/m²
Limpeza final da 169,05 m² 2 1S 0,09 h/m²
obra
5. CONCLUSÕES
O trabalho consistiu em estudar a proposta de análise dos índices de
produtividade indicados pelo órgão de referência para os entes públicos que é o SINAPI
e compará-los com os coletados durante a execução dos serviços. A partir dos resultados
têm-se:
Ao considerar os valores de produtividade do SINAPI deve-se ter noção que são
valores que representam uma média de índices estaduais;
Nota-se a importância de conhecer as produtividades reais das equipes que irão
executar os serviços para que o planejado coincida com o executado, a fim de
não ocorrem problemas com atrasos na entrega das obras ou excesso de pessoal
nas obras que acaba gerando perda da produtividade;
Destaca-se que em obras de pequeno porte, nas quais a mesma equipe executa a
maioria dos serviços, há uma desvantagem, haja vista que a equipe não consegue
ser altamente produtiva em todos os serviços que executar. Porém, utiliza-se
essa forma de trabalho diante das dificuldades de contratação de pessoal
temporário, tendo em vista o curto prazo das obras e pequena quantidade dos
serviços.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS