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A estrutura de um
negócio na visão por
processos
1 Estruturas organizacionais
2 Gestão de Processos
Meu pai, já na faixa dos 70 anos, queria um herdeiro homem e, na cabeça dele, meu
destino era a sucessão. Havia uma diferença de idade de 50 anos entre ele e mim e,
portanto, uma necessidade física para eu entrar no negócio. Comecei muito cedo, com 19
anos. A sucessão começou em 1979 e durou uns três anos, sendo que, durante um ano e
meio, foi de forma intensiva. Depois de muitos contratempos, decidi que a transição de
uma empresa familiar para a profissionalização deveria ser feita de uma só vez. Demitimos
todos os que eram da família, numa sexta-feira, em maio de 1981.
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PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
Havia enorme diferença entre o que meu pai fazia e o que eu achava que deveria ser
feito. Ele era muito moderado nos gastos, tinha cadeado nos telefones, preocupações
típicas de um fundador. E fiquei chocado com a revista feita nos funcionários no fim do
expediente, sinal da falta de confiança entre empresa e empregados.”
Navegando na Internet
Estruturas Organizacionais
Empresas familiares, como a Semco, têm por hábito natural criar a sua estrutura tendo
como parâmetros a experiência e a formação de seus familiares. O que parece uma atitude
radical do jovem Ricardo Frank Semler, à época, hoje pode ser entendido como um “choque”
de gestão necessário para buscar profissionalismo e crescimento em seu negócio.
O que Semler pode nos ensinar? Ele afirma, em seu depoimento, que aboliu o
organograma oficial da empresa e minimizou a hierarquia. É importante entendermos
que sendo uma empresa familiar ou não, de pequeno, médio ou grande porte, todas
são estruturadas por um organograma. Para abrirmos o nosso negócio ou sermos
Aula 1 – A estrutura de um negócio na visão por processos :: PB
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F onte: http://www.12manage.com/images/picture_
frederick_winslow_taylor.jpg
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PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
Henri Fayol
F onte: http://www.biz.colostate.edu/faculty/dennism/
Management-Evolution_files/image021.gif
1903 1909 1916 1932 1947 1951 1953 1954 1957 1962 1972
Saber Inovar
Força física Habilidades Saber fazer Gerir
como fazer Normalizar
Executar físicas - Operar processos,
os outros GQT
trabalhos Trabalho máquinas mudanças e o
fazerem Gerir a
mecânicos artesanal conhecimento
Chefiar atividade
Fonte: Barbieri
Abordagem Funcional
É importante ressaltar que foi a partir da Teoria Neoclássica, que surgiu a
Departamentalização e a partir desta, a elaboração dos organogramas, que representam,
graficamente, os conceitos de divisão do trabalho e suas relações, considerando as
seguintes características:
t B BOÈMJTF PSHBOJ[BDJPOBM
GBDJMJUBEB QPS VNB CPB FMBCPSBÎÍP
P RVF TJHOJöDB EJ[FS
organograma com linhas bem definidas, esclarecimento das convenções utilizadas,
abreviações e siglas, mediante uso de legenda colocada na própria folha do gráfico
(freqüentemente no canto inferior à direita).
Presidência
Departamentalização: Divisão do
trabalho em termos de diferenciação Assessoria de
entre os diversos tipos de tarefas Comunicação
executadas pelos órgãos.
Fonte: Barbieri
Atenção
Atenção
ENTRADAS SAÍDAS
PROCESSO
(Transformações)
t.BUFSJBJT t.BUFSJBJT
t4FSWJÎPT t4FSWJÎPT
t*OGPSNBÎÜFT t*OGPSNBÎÜFT
Fonte: Barbieri
Essa representação gráfica nos faz pensar que tudo o que fazemos é um processo.
Vamos imaginar a mesma figura acima, só que em um simples procedimento de troca de
óleo de um veículo.
Aula 1 – A estrutura de um negócio na visão por processos :: PB
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ENTRADAS SAÍDAS
TROCAR ÓLEO DO
CARRO
MATÉRIA-PRIMA PRODUTO
t»MFP t$BSSPDPNOPWPØMFPFöMUSP
t'JMUSP
t.BOVBM
AGREGAÇÃO DE VALOR
(carro protegido contra
possíveis danos mecânicos)
Gestão de processos
Até aqui, vimos os tipos de organograma, o conceito de processos. Mas o que seria a
Gestão de Processos?
Para responder a tal pergunta, comecemos com uma breve definição de organização
e alguns pontos importantes a serem lembrados.
a) Um negócio, por menor que ele seja, só funciona de maneira eficaz quando é capaz de
identificar e gerir suas atividades de maneira interligada.
b) Uma atividade que usa recursos e que é gerida de forma a possibilitar a transformação
de entradas em saídas pode ser considerada um processo.
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PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
O que mudou? O que tínhamos era uma perspectiva de processo individual, pensando
em uma estrutura/organograma clássico. Vejamos alguns exemplos de processos em
funções operacionais:
t1SPKFUBSPTQSPDFTTPTEFUSBCBMIPBOUFTEFQSPKFUBSBFTUSVUVSBPSHBOJ[BDJPOBM
t &NSFTVNP BFTUSVUVSBPSHBOJ[BDJPOBM
t /ÍPFYJTUFOFOIVNBNBOFJSBVOJWFSTBMPViNFMIPSwEFTFPSHBOJ[BS
ATIVIDADE
1. Visite uma empresa de sua cidade e peça o organograma da instituição. Caso não isso
não exista, pergunte como o negócio está estruturado.
2. Classifique o organograma conforme a sua estrutura.
3. Avalie em grupo se a sua estrutura possui foco no negócio visitado.
4. Procure identificar as vantagens e desvantagens na estrutura do empreendimento visitado.
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PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
Retomando...
Você talvez ainda não tenha ouvido falar do Raphael Parros,
o estudante de 17 anos que decidiu vender um equipamento de
som no Mercado Livre, site de compra e venda on-line. A idéia era
levantar uma grana para ir a uma balada. Mas logo Parros viu que
poderia ir mais longe. Ele conta que um dia após o anúncio, a venda
já tinha sido concluída. Desde então, ele decidiu apostar na internet
para vender som automotivo. Hoje, seis anos depois, Parros, 23
anos, tem uma loja virtual, a RP Som (www.rpsom.com.br) que
recebe 100.000 visitantes diferentes por mês e fatura em torno de R$2,5 milhões por ano.
No começo, o jovem estudante trabalhava em seu quarto, na casa dos pais, em Artur
Nogueira, interior de São Paulo. Lá, ele costumava ligar para distribuidores de som
automotivo e conseguir o melhor preço para poder revender os produtos no Mercado
Livre. Quatro meses depois, Parros já tinha acumulado perto de 10.000 visitas em seu
perfil do Mercado Livre e tinha fechado mais de 500 vendas. Foi quando se deu conta de
que poderia montar sua loja virtual. “Como gosto de tecnologia, eu mesmo me aventurei
na criação do site de comércio eletrônico”, diz. Em função disso, o investimento ficou
reduzido a R$1.500,00.
Hoje, com mais de 17.000 clientes cadastrados, Parros usa o Mercado Livre para
fazer promoções e queimar o estoque no site. No entanto, para competir com grandes
empresas de varejo eletrônico, como Submarino e Americanas.com, o empreendedor
aposta na venda consultiva. Ele costuma indicar qual é o som mais adequado ao modelo
do carro, por exemplo. “Com isso, consegui crescer 60% em faturamento nos últimos três
anos”, afirma.
Fonte: Adaptação do autor em entrevista da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios – Outubro – 2008.
t$MBTTJöDBSPUJQPEFPSHBOPHSBNBVUJMJ[BEPQPS1BSSPTFNTFVFNQSFFOEJNFOUP
t&MBCPSBSVNPSHBOPHSBNB
Aula 1 – A estrutura de um negócio na visão por processos :: PB
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REFERÊNCIAS
2. Elaborar fluxogramas.
Fonte: Barbieri
Gestão de Processos
Gestão Funcional
Conhecimento departamental e
individualizado
Ambiente formal e hierárquico
Desempenho por função
Replicação, duplicidade e retrabalho
Percebemos que Fernanda idealizou a sua Pet Shop no modelo da Gestão Funcional,
ressaltando o conhecimento departamental e individualizado. Esse tipo de estruturação
do negócio apresenta uma característica denominada silos funcionais, onde cada
departamento criado tem dificuldade de comunicação com os demais. Os departamentos,
no caso, não possuem a visão sistêmica do negócio e não entendem a relação cliente
x fornecedor internos do processo. Assim como a empreendedora Fernanda, é comum
estruturarmos nosso negócio pensando nas pessoas e principais áreas necessárias do
serviço/produto a ser oferecido. Porém, para construirmos um negócio enxuto, eficiente e
eficaz, é interessante aprendermos as melhores práticas.
Então, como Fernanda deveria proceder para pensar em um negócio que corresponda
a tais características?
Fluxograma Simbologia/Função
Início
Início ou término do fluxo
Não
Veterinário Contactar
de plantão Decisão (pergunta)
veterinário
Sim
Conexão entre páginas
Encaminhar cão
ao consultório
Fluxograma Organograma
Início
A
Receber
proposta A1 A2 A3
A 1.1 A1
Não
OK? Eliminar
proposta A 1.2
A 1.3
Sim
Aprovar crádito
A 1.3.1
Informar ao
cliente
Fim
AS-IS
A S-IS é o retrato da situação atual do processo. Esta situação não pode representar o
passado nem o futuro desejado do fluxo do processo.
t1BSBPOEFWBJBRVFMFNBUFSJBMEPDVNFOUPJOGPSNBÎÍP
t0RVFBDPOUFDFEFQPJTEFTTBFUBQB 2VBMPQBTTPTFHVJOUF
t0RVFBDPOUFDFTFBEFDJTÍPGPSOFHBUJWB &TFGPSQPTJUJWB
PB :: GestãoAula 2 – Como mapear
do Conhecimento e Inovação
processos ::e transformá-los em
Luiz Fernando S. oportunidades
Barbieri empreendedoras
/ Ricardo Thielmann :: PB
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Checklist
Tabela 2 – 5W2H
t0FNQSFFOEFEPSEFWFTFMFDJPOBSDVJEBEPTBNFOUFBTQFTTPBTBTFSFNFOUSFWJTUBEBT"
rigor, após análise dos questionários respondidos, o entrevistador terá condições de
fazer uma boa relação de entrevistados.
t0FNQSFFOEFEPSOPQBQFMEFFOUSFWJTUBEPSEFWFFTUBSCFNGBNJMJBSJ[BEPDPNPBTTVOUP
objeto da entrevista e com a terminologia utilizada, a fim de poder dar as explicações
técnicas que porventura sejam solicitadas.
t0FNQSFFOEFEPSEFWFEBSËTQFTTPBTRVFTÍPFOUSFWJTUBEBTVNBJEÏJBHFSBMEPBTTVOUP
a ser perguntado e do tipo de informação de que necessita.
32
PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
t .FTNP PCFEFDFOEP B VN QMBOP EF DPMFUB EF EBEPT QSFWJBNFOUF PSHBOJ[BEP
BT
entrevistas devem ser realizadas da maneira mais informal possível.
t0FOUSFWJTUBEPSEFWFSÈUFSTFNQSFFNNFOUFRVFTFVUSBCBMIPOÍPÏPEFDPSSJHJSGBMIBT
mas obter elementos para análise posterior, não lhe convindo discutir com o entrevistado.
t"FOUSFWJTUBÏEFHSBOEFVUJMJEBEFQBSBTFPCUFSJOGPSNBÎÜFTRVFFTUÍPBSRVJWBEBTOB
memória das pessoas entrevistadas, e com a documentação do processo, podemos
HFSJSFTTFDPOIFDJNFOUP2VBOUBTFNQSFTBTQFSEFNTFVQBUSJBSDBFTFVOFHØDJPGFDIB
por não ter documentado o “como fazer” daquele determinado serviço ou produto?
Oficinas mecânicas familiares são um exemplo comum desse tipo de ocorrência.
t"FOUSFWJTUBUBNCÏNÏPNFJPNBJTJOEJDBEPQBSBTFTBCFSRVBJTBTRVBMJöDBÎÜFTEFUPEPT
os integrantes da organização, o que eles realmente fazem, até que ponto eles estão
identificados com a política da empresa, até que ponto eles entendem as instruções
que lhes são ministradas, quais as tarefas que eles realizam, e que não fazem parte de
nenhuma rotina específica do setor em que trabalham, quais idéias eles têm a respeito
da instituição, em geral, e de seu setor, em particular, e outros problemas análogos.
Lord Kelvin
Cada negócio aplica a sua própria receita para se dar bem. Mas pelo menos um
ingrediente os três exemplos citados têm em comum: a utilização de indicadores de
desempenho para medir o que julgam importante para o sucesso – do nível de retrabalho
ao volume de produção, da satisfação do consumidor à margem de lucro por produto. É
crucial para o seu negócio, mensurar dados que vão além do resultado financeiro.
O monitoramento isolado das finanças pode não apontar a real causa dos problemas.
4VQPOIB RVF B SFDFJUB UFOIB DBÓEP 2VBM P NPUJWP EB RVFEB " FRVJQF EF WFOEBT FTUÈ
deixando a desejar? Os clientes estão insatisfeitos? O foi a concorrência que ganhou mercado?
Simples! Observe os pontos de decisão do fluxograma do seu processo. Nele você terá
a possibilidade de elaboração de um bom indicador. Observe o exemplo do fluxograma
departamentalizado de uma financeira fictícia (Figura 4) onde ID = Indicador de
Desempenho.
Figura 4 – Ponto de decisão de um fluxograma
Início
BALCÃO
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proposta Fim
cliente
SUPERVISÃO OK Sim
Não
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crédito
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BACK-UP proposta
TEMPO
ATIVIDADE
1. Elabore, em dupla, um checklist com os principais itens que não podem faltar para
uma boa entrevista de mapeamento de processos.
2. Procure retornar na mesma empresa visitada na aula 01, ou busque outra, e faça uma
entrevista de mapeamento de processos.
3. Elabore um fluxograma da entrevista realizada.
4. Estabeleça indicadores de desempenho e de acompanhamento com base no
fluxograma elaborado.
5. Discuta em grupo, no encontro presencial, o trabalho realizado e a pertinência dos
indicadores elaborados, com foco no negócio.
Retomando...
Fernanda, nossa possível futura aluna deste curso, não sabia que antes de pensar
na estrutura do negócio, é preciso conhecer seus processos. Se ela tivesse mapeado os
processos de outras Pet Shop ou utilizado os serviços oferecidos, poderia abrir uma loja
com algum serviço inovador, tendo percebido falhas no processo, transformando-as em
oportunidades e assim criaria um diferencial competitivo em relação às demais concorrentes.
Foi o caso da empreendedora Igleide Almeida e sua poodle, chamada Flavinha, que
acabou sendo não só inspiração para um negócio, mas para quatro! Graças à cadelinha,
a ex-funcionária pública detectou uma lacuna promissora a ser explorada no mercado de
animais de estimação. Com vivência internacional, a empresária sabia que na Europa há um
grande respeito pelos pets e seus donos. “Os cães podem andar nos transportes públicos,
por exemplo, e os hotéis também aceitam este tipo de hóspede”, explica.
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PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
Em 1999, quando Flavinha entrou na sua vida, Igleide quis manter sua rotina de viagens,
mas as dificuldades de encontrar hotéis que aceitassem animais levou a empresária a
enfrentar situações no mínimo bizarras. “Era rodar horas e horas e não encontrar um só
hotel que aceitasse a presença dela e, no final, ter de entrar com ela escondida numa
mantinha de criança. Loucura”, lembra.
A gota d´água foi uma viagem que fez para a cidade de São Joaquim, em Santa
Catarina, onde não conseguiu acomodação para ela e a cachorra. Na volta, decidiu montar
uma agência de viagens, a Dog Tour rodoviários. (www.dogtourviagens.com.br).
Fonte: www.dogtourviagens.com.br
A partir do convívio mais próximo com outros donos de animais, Igleide passou a
desenvolver outros braços do negócio. Comprou roupas e fantasias, nascendo assim a
marca Flavinha Fashion Dog, que oferece peças diferenciadas e mais elaboradas para
os animais. E, no mesmo segmento de moda canina, laçou a Jolly Pet Design, que traz
coleções de semijóias para os animais e seus donos. Em 2008, a empreendedora dedicou-
se a finalizar dois projetos: a formatação do processo de franquia do Dog Tour e o guia
2VBUSP1BUBT%PH5PVS
SFVOJOEPEJDBTDPNPEFIPTQFEBHFNQBSBPTEPOPTRVFRVFSFN
viajar com seus animais de estimação. “Meu objetivo só será alcançado quando o Dog
Tour estiver em todo o Brasil”, finaliza.
Fonte: Adaptação realizada pelo autor de entrevista publicada na Revista Negócios para
investir e lucrar – Ano 6 – Edição 24 – Ano: 2008.
Aula 2 – Como mapear processos
Aula 1e –transformá-los
A estrutura deem
umoportunidades
negócio na visão
empreendedoras
por processos :: PB
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t$PNQSFFOEFSRVFÏOFDFTTÈSJPQSJNFJSPDPOIFDFSPTQSPDFTTPTEFVNOFHØDJPQBSB
depois estruturá-lo
t&MBCPSBSVNøVYPHSBNB
t3FBMJ[BSFOUSFWJTUBTEFNBQFBNFOUPEFQSPDFTTPT
t&TUBCFMFDFSJOEJDBEPSFTEFEFTFNQFOIPFBDPNQBOIBNFOUPEPTQSPDFTTPT
t3FBMJ[BSCFODINBSLEFOFHØDJPT BOUFTEFFTUSVUVSBSPFNQSFFOEJNFOUP
REFERÊNCIAS
1. Analisar um fluxograma.
2. A análise de processos
4. A importância do planejamento
De engraxate à empresários
Observar o casal Samuel e Sueli contando
a sua história empreendedora é, no mínimo,
emocionante. Samuel Hudson, aos 12 anos
de idade encantava seus clientes com sua voz
enquanto engraxava sapatos no Centro da
cidade de Itaperuna, Estado do Rio de Janeiro.
Com o lucro, comprou uma bicicleta e com
esta começou a atuar em uma editora de livros
cobrando de porta em porta os inadimplentes.
Quando alguém nos pede uma definição de reengenharia de uma empresa, é comum
pensarmos que este termo significa “começar de novo”. Não significa reformular o que já
existe ou fazer mudanças tímidas que deixem as estruturas básicas intactas. Não se trata
de fazer remendos – de retocar o que já existe para funcionar melhor. Significa abandonar
procedimentos antes consagrados e reexaminar o trabalho necessário para criar os
produtos e serviços de uma empresa e proporcionar valor aos clientes.
Reengenharia
t4JUVBÎÍPöOBODFJSBEPFNQSFFOEJNFOUPDPNQSPNFUJEB
t1SFWJTÍPEFGVUVSPTQSPCMFNBTEFNFSDBEP EFDPNQFUJÎÍPPVJOUFSOPT
t"NCJÎÍPEFUPSOBSPFNQSFFOEJNFOUPNBJTDPNQFUJUJWPPVMVDSBUJWP
Se a resposta foi sim para algum dos aspectos, é necessário saber qual tipo de
reengenharia aplicar ao seu negócio:
Aula 1 – A estrutura de um
Aula 3 – Como
negócio na visão
analisar
por processos :: PB
43
ATIVIDADE
1. Discuta, no encontro com o seu tutor, qual foi o tipo de reengenharia que o casal
empreendedor aplicou em suas lojas?
2. Assista ao filme “Há sempre um cliente ao seu lado”, disponibilizado em seu pólo e
discuta os seguintes pontos no encontro presencial com o seu tutor:
t"SFMBÎÍPEBHFTUÍPEBRVBMJEBEFFBHFTUÍPEFQSPDFTTPT
t0FOUFOEJNFOUPEPTQSPDFTTPTEFQSPEVÎÍPEPQSPEVUPiHVJTNPwFRVBMPFOUFOEJNFOUP
da relação cliente x fornecedor na cadeia de processos.
t*EFOUJGJRVFPUJQPEFSFFOHFOIBSJBBQMJDBEBOPDBTPi.VOEJBM1BSBGVTPT4"w+VTUJGJRVF
e explique como foi feita a reengenharia em grupo.
t&YJTUFVNDMJFOUFOBTVBWJEB 7PDÐDPOIFDFTFVTDMJFOUFTJOUFSOPTFFYUFSOPT
t*EFOUJGJDBBMHVNUJQPEFNFMIPSJBOPQSPDFTTPRVFFYFDVUBFNDBTB
OPTFVFTUÈHJPF
PVUSBCBMIP &YQPOIBFNHSVQP
A análise de processos
Para a análise de processos ocorrer é necessário ter mapeado os processos do
empreendimento, etapa realizada na Aula 01. Analisar um processo envolve a avaliação
dos indicadores de desempenho do processo, em relação ao mercado, os seus objetivos, a
sequência e alocação das atividades. O principal objetivo de qualquer processo de negócio
ou processo de apoio é suportar os objetivos gerais do negócio. Portanto, o processo deve
refletir a prioridade relativa dos objetivos normais de desempenho: qualidade, velocidade,
confiabilidade, flexibilidade e custo, conforme a Tabela 1.
PB ::
44 Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
5BCFMBo0CKFUJWPTEFEFTFNQFOIP
'POUF"EBQUBÎÍPEPBVUPSEF4MBDL
Atenção
Início
BALCÃO
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proposta Fim
cliente
SUPERVISÃO 0, Sim
Não
RISCO Aprovar
crédito
Eliminar
#"$,61 proposta
TEMPO
t1PSRVFBTVQFSWJTÍPWFSJöDBTFBQSPQPTUBFTUÈ0, 1PSRVFPQSØQSJPCBMDÍPOÍPFYFDVUB
FTTBBUJWJEBEFEPQSPDFTTP
t1PSRVFPCBDLVQFMJNJOBBQSPQPTUBFJOGPSNBBPCBMDÍPQBSBJOGPSNBSBPDMJFOUF 1PS
RVFPQSØQSJPCBMDÍPOÍPFYFDVUBFTTBBUJWJEBEFEPQSPDFTTP
t 4F B ÈSFB EF SJTDP OÍP BQSPWBS P DSÏEJUP
P RVF BDPOUFDF /ÍP FYJTUF VNB GBMIB OP
øVYPHSBNBEPQSPDFTTP &TTFQBTTPOÍPEFWFSJBFTUBSSFQSFTFOUBEPOPøVYPHSBNB
4FQPEFNPTWPUBSDPNBJEFOUJEBEF QBSBRVFP5ÓUVMPEF&MFJUPS
Muitos questionam isso há bastante tempo, mas apenas em 2008 o Governo Federal
anunciou que está em projeto um novo sistema de identificação civil unificado, o Registro
Único de Identidade Civil (RIC), o que evitaria a multiplicidade de cédulas de identidade
solicitada por um cidadão em diversos estados da Federação. O documento, similar a um
cartão de crédito com chip, reunirá os dados da cédula de identidade atual, CPF e título de
eleitor, dentre outros, sendo integrado ainda com sistema informatizado de identificação
de impressões digitais, o AFIS. O RIC foi concebido com objetivo de integrar todos os
bancos de dados de identificação do Brasil.
As ações consomem mais ou menos recursos, mas sempre os consomem. Por outro
lado, recursos são sempre escassos ou limitados. Saber priorizar é uma das bases da
gerência eficaz.
$PNPVUJMJ[BSPNÏUPEP(65 #BTUBDPMPDBSPTJUFOTBTFSFNQSJPSJ[BEPTOBUBCFMBFEBS
nota no valor de 1 à 5. A nota pode ser dada por consenso no grupo envolvido no processo
ou individualmente. Depois, basta multiplicar GxUxT e classificar a priorização, de acordo
com o resultado decrescente. Veja um exemplo a seguir, de problemas levantados e
priorizados por moradores de um Flat em processo de falência:
A priorização pode e deve ser utilizada não apenas para problemas, mas, para soluções
em processos como o que aprenderemos no próximo capítulo.
PB ::
48 Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
1-"/0%&"±°0o'-"5
1SPCMFNBBTFSTPMVDJPOBEP"TTBMUPTGSFRVFOUFTBDBSSPTEBHBSBHFN
A importância do planejamento
É importante notar que as soluções propostas também foram priorizadas. O Plano
de Ação é uma tarefa de planejamento fundamental para que a análise de um processo
seja eficaz. Ao pensamos em planejamento ideal, não podemos deixar de recorrer a uma
ferramenta da Gestão da Qualidade fundamental no mundo dos negócios para toda e
qualquer atividade empreendedora: o CICLO PDCA, iniciais das palavras inglesas Plan
(planejar), Do (fazer), Control (controlar, verificar) e Action (atuar corretivamente).
CICLO PDCA
A P
AGIR Definir meta
Ação:
Corretiva PLANEJAR
Progressiva
Melhoria Definir método
Educar e treinar
CONTROLAR FAZER
Metas X Resultados
Executar
Coletar
C dados D
'JHVSBo$JDMP1%$"
'POUFIUUQXXXBENUPEBZDPNXQDPOUFOUVQMPBETDJDMPQEDBKQH
t4FJEFOUJöDBSNPTRVBMRVFSEJGFSFOÎBFOUSFPRVFGPJFYFDVUBEPFPRVFGPJQMBOFKBEP
devemos agir corretivamente, seja sobre o planejamento seja sobre o que foi realizado
– fase A.
1 Identificação do problema
&öDB[
C
Sim Não
'POUF"EBQUBEPQFMPBVUPSEF8FSLFNB
Pessoas Ferramentas
Treinamento Panelas
Motivação Fogão
O milho não
estoura
Milho
Tipo e
quantidade
Óleo
Idade, tipo e
quantidade
Materiais Método
Causas Efeito
Razões
t1BSBJEFOUJöDBSBTJOGPSNBÎÜFTBSFTQFJUPEBTDBVTBTEPTFVQSPCMFNB
t 1BSB PSHBOJ[BS F EPDVNFOUBS BT DBVTBT QPUFODJBJT EF VN FGFJUP PV DBSBDUFSÓTUJDB EF
qualidade.
t1BSBJOEJDBSPSFMBDJPOBNFOUPEFDBEBDBVTBFTVCDBVTBDPNBTEFNBJTFDPNPFGFJUP
ou característica de qualidade.
t3FEV[JSBUFOEÐODJBEFQSPDVSBSVNBDBVTBiWFSEBEFJSBw
FNQSFKVÓ[PEPEFTDPOIFDJEP
ou esquecimento de entras causas potenciais.
Benefícios
t"KVEBBFOGPDBSPBQFSGFJÎPBNFOUPEPQSPDFTTP
t1SPWÐVSOBFTUSVUVSBQBSBPCSBJOTUPSNJOH
t&OWPMWFUPEPT
Etapas de análise
t %FöOJS P FGFJUP "MHVNBT WF[FT P FGFJUP Ï VN QSPCMFNB
DPNP iFSSPT FN QFEJEPTw
Outras vezes é alguma coisa que necessita ser descrita em termos de qualidade como
“desenvolver o melhor treinamento em motivação gerencial”.
PB ::
52 Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
t*EFOUJöDBSBQSJODJQBMDBUFHPSJB#BTFBEPOBMJTUBEFJEÏJBT
HFSBSVNBMJTUBEFDBUFHPSJBT
Reduzir o número de categorias, se algumas são comuns a outras. Verificar se as idéias
se ajustam dentro das categorias estabelecidas.
t"WBMJBSBTJEÏJBT"BWBMJBÎÍPQPEFDPOUFSBFYQMBOBÎÍPEFJEÏJBT
PBHSVQBNFOUPEBT
que estão fortemente relacionadas, ou sua eliminação. A avaliação visa aquele que deu
a sugestão, porque a idéia agora pertence ao grupo.
ATIVIDADE
"OBMJTFPGMVYPHSBNBFMBCPSBEPOBBVMBFMJTUFQSPCMFNBTOPQSPDFTTPNBQFBEP
1SJPSJ[FPTQSPCMFNBTMJTUBEPTQPSNFJPEB.BUSJ[(65
"QMJRVFP%JBHSBNBEF$BVTBF&GFJUPQBSBDBEBQSPCMFNBFODPOUSBEP
1MBOFKFBÎÜFTEFDBEBQSPCMFNBQPSNFJPEPSFTVMUBEPEBQSJPSJ[BÎÍPFBQMJDBÎÍPEP
%JBHSBNBEF$BVTBF&GFJUPVUJMJ[BOEPBGFSSBNFOUB8)
t"QMJDBSB.BUSJ[(65
t6UJMJ[BSBGFSSBNFOUB8)
t&OUFOEFSBJNQPSUÉODJBEPQMBOFKBNFOUPQPSNFJPEP$JDMP1%$"
t&MBCPSBSVN%JBHSBNBEF$BVTBF&GFJUP
t"QMJDBSP brainstorming
Aula 1 – A estrutura de um
Aula
Aula
3 – Como
negócio3 na
– Análise
visão
analisar
por
de processos :: PB
53
REFERÊNCIAS
Não demorou um mês para que ela fosse efetivada como Analista de Processos do
Setor de Engenharia, ainda no 8º período da graduação de Engenharia de Produção, se
tornando responsável pela linha de produção de assoalhos do veículo Peugeot 206.
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PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
Gleice recebeu aumentos de salário de mérito todos os anos, devido sua performance e
os bons resultados dos projetos, passando de Analista de Processos Pleno para Especialista
de Processos, subindo dois níveis dentro da organização antes mesmo de se formar.
Gleice ainda deixa a dica que para ser um empreendedor corporativo de sucesso:
“Não basta somente conhecer tecnicamente cada processo , é preciso visualizá-los sob
uma ótica macro a fim de promover, de forma contínua, uma gestão integrada entre os
diversos processos e a estratégia de negócios da organização”.
“Hoje cerca de 4,8 mil empresas, entre grandes e médias, no eixo Rio-São Paulo
desenvolvem projetos na área. As empresas estão investindo neste modelo visando
ganhos melhores e mais rápidos, mas faltam suficientes profissionais especializados”,
afirma Dieter Kelber, diretor-executivo da Insadi, entidade pioneira na disseminação da
gestão de processos no Brasil.
Segundo Kelber, não é necessária uma formação acadêmica específica para atuar
em gestão de processos, o caminho é traçado por meio de cursos de especialização
ou mestrados nas áreas de Gestão de Processos e afins. No entanto, ele explica que a
tendência são os profissionais de TI, Administração e Engenharia trabalharem nesta área
por conta da proximidade do assunto e por existirem faculdades que já incluíram na grade
curricular dos cursos de graduação e pós-graduação disciplinas relacionadas ao tema.
Vimos o caso de Gleice, apresentado no início desta aula, uma profissional que
atua em uma indústria na área de processos e otimizou tantos processos na linha de
produção, que alcançou sucesso e rápida ascensão profissional, sendo considerada uma
empreendedora corporativa. Precisamos compreender que este é o diferencial que se
acredita existir no modelo denominado empreendedorismo corporativo e que se utiliza,
principalmente, da energia gerada pela motivação e realização de cada ser humano para
impulsionar a obtenção de resultados individuais ou de equipes, garantidos pelo seu
auto-gerenciamento e vice-versa. Em artigo publicado pela HSM Management, Sumantra
Ghoshal, especialista em liderança estratégica, propõe um modelo, o qual ele denomina
de “A organização individualizada”, baseado no tripé objetivos-processos-pessoas, e
somente se mantém em ambientes saudáveis, criativos, que favoreçam a iniciativa e
privilegiem o recurso do conhecimento.
Especialistas apontam as cinco principais características para quem deseja atuar na área:
1) Ser questionador, saber fazer a pergunta certa para conseguir a informação que precisa.
3) Ser paciente, pois como a profissão lida diretamente com as pessoas, é necessário
conquistar a confiança dos que estão envolvidos e executam os processos.
5) Bom inglês.
ATIVIDADE
Taiichi Ohno descreveu os sete tipos de perdas mais comuns nas empresas:
tQFSEBEFQSPEVÎÍPFNFYDFTTP
tQFSEBEFDPSSFÎÍP
tQFSEBEFNPWJNFOUBÎÍPEFNBUFSJBM
tQFSEBEFQSPDFTTBNFOUP
tQFSEBEFJOWFOUÈSJP
tQFSEBEFUFNQP
tQFSEBEFNPWJNFOUBÎÍPGÓTJDBEJWFSTB
ATIVIDADE
1. Identifique no seu estágio e/ou trabalho algum tipo de perda em algum processo de
trabalho que você executa.
2. Analise as perdas e reflita sobre suas causas e possíveis soluções. Liste-as.
3. Busque otimizá-las, com foco no negócio e com uma visão sistêmica.
Reflexão...
Imagine que você tem um empreendimento
de varejo, que comercializa diversos artigos de
papelaria. Se um cliente lhe perguntar qual o
seu estoque de cartolina azul, um fornecedor
questionar quando ele deverá agendar reposição
de agenda ou, ainda, se a sua esposa/marido
questionar qual o valor líquido do lucro do dia,
você conseguiria responder a essas questões
sem um sistema integrado capaz de medir seus
indicadores?
t 1MBOFKBNFOUP o FTTB Ï B GBTF FN RVF TÍP EFTFOWPMWJEPT PT QMBOPT
EFöOJEPT PT
procedimentos e mobilizados os recursos materiais e humanos para execução do projeto.
t%FTFOIPEB4PMVÎÍPoOFTTBGBTF
EFTFOWPMWFTFVNBWJTÍPEFBMUPOÓWFMEPTQSPDFTTPT
de negócio, capaz de atingir os objetivos estabelecidos usando o sistema integrado
como tecnologia de base.
t5FTUFTF*NQMBOUBÎÍPoBCSBOHFBFYFDVÎÍPEPTUFTUFTöOBJTEPTJTUFNB
EPUSFJOBNFOUP
dos usuários e da substituição dos sistemas em operação pelo sistema integrado. É a
última fase da etapa de implantação do sistema.
A duração de um projeto de implantação varia com diversos fatores, dos quais um dos
mais importantes e fundamentais é a quantidade de mudanças de processos envolvidas
no projeto. Se as mudanças são poucas ou de pequena profundidade, o sistema pode
ser implantado com rapidez. Implantações de natureza tecnológica, caracterizadas por
pequenas mudanças em processos de negócios, tendem a ser relativamente rápidas,
caracterizando-se por um projeto ideal, ou seja, aquele que se concretiza com menos
mudanças, alcançando rapidez.
Aula 1 – A estrutura de um
Aula 4 – Como
negócio na visão
otimizar
por processos :: PB
65
Ajustes Planejamento
Conhecimento
Estrutura
organizacional
Oportunidades Projeto
Políticas Recursos
Conhecimento
Conhecimento
e regras humanos
Processos de
negócios
Tecnologias Facilidades
Monitoramento Contrução
Papéis e
responsabilidades
Conhecimento
Utilização Disponibilização
Figura 2
Fonte: Burlton (2001)
66
PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
ATIVIDADE
t*EFOUJöDBSPQPSUVOJEBEFEFBUVBÎÍPDPNPFNQSFFOEFEPSDPSQPSBUJWPOBÈSFB
t"OBMJTBSQSPDFTTPTFSFBMJ[BSPUJNJ[BÎÜFT
t$PNQSFFOEFSBTGBTFTEFJNQMBOUBÎÍPEFVNTJTUFNBEFHFTUÍPJOUFHSBEP
t$PNQSFFOEFSBJNQPSUÉODJBEPDPOIFDJNFOUPEPTQSPDFTTPTQBSBBJNQMBOUBÎÍPEF
um sistema integrado.
REFERÊNCIAS
Introdução
Em anos recentes, com a mudança da economia mundial, as empresas têm se
preocupada mais com o capital intelectual e a formas de garantir-lhes a propriedade
intelectual, e a gestão do conhecimento, por sua vez, tem preocupado muitos
pesquisadores e organizações. Isso não quer dizer que as empresas deixaram de se
preocupar com os processos industriais, porém mais um fator passou a ser enfatizado, ou
seja, os empreendedores continuam se preocupando com as questões relativas a como
organizar a empresa, como estruturar a produção, e, além disso, novas preocupações
surgiram: garantir o desenvolvimento de novos produtos, que sejam diferenciados e
protegidos da concorrência.
As intensas mudanças ocorridas com a virada do milênio fizeram com que a economia
se transformasse. Novos produtos, novos mercados e novas formas de organização
foram geradas, abrindo lugar para novos procedimentos e afastando aqueles até então
dominantes. O uso das tecnologias de informação passou a ser fundamental para a gestão
pública, privada e individual. Pode-se dizer, que os impactos econômicos e sociais da nova
ordem mundial em conformação são considerados até mais importantes que aqueles
gerados pela Revolução Industrial. Lastres e Ferraz (1997, p.33) referem-se a essa nova
ordem mundial como Era, Sociedade ou Economia da Informação e do Conhecimento,
resultante de uma “revolução informacional”. O arcabouço conceitual que caracteriza
o que se convencionou chamar paradigma tecno-econômico das tecnologias da
informação é resultado dos esforços que objetivam explicar as diferentes dinâmicas e
padrões de geração, uso e difusão de tecnologias e outras inovações associadas. Ainda
segundo os autores Lastres e Ferraz 1997, p.32):
Aula 1 – A Aula 5 – Introduç]ão
estrutura de um negócio
à gestão
na visão
do conhecimento
por processos :: PB
75
Segundo Dertouzos (apud Lastres e Ferraz 1997, p.46): “Em termos ideais, a Revolução
da Informação repetirá os êxitos da Revolução Industrial. Só que, desta vez parte do
trabalho do cérebro, e não dos músculos, será transferido para as máquinas”. Se a
Revolução Industrial transfere a força humana para as máquinas, aponta-se agora para
o início de outro processo de transferência: o de experiências e capacitações até então
exclusivas aos seres humanos, como aquelas incorporadas, por exemplo, em softwares.
As micros e pequenas empresas, porém, têm vantagem para gerar e adotar inovações
devido à sua maior flexibilidade e capacidade de adaptação à mudanças no mercado.
Normalmente, elas têm atividades diversificadas e estruturas flexíveis que as favorecem.
As micros e pequenas empresas podem operar em nichos de mercado que apresentam
alta taxa de inovação. As empresas têm condições de crédito menos favorável que as
Aula 1 – A Aula 5 – Introduç]ão
estrutura à gestão
de um negócio do conhecimento
na visão por processos 77
:: PB
grandes empresas e, portanto, são mais sensíveis aos ciclos econômicos. As pequenas
empresas têm dificuldades em acessar informações tecnológicas, e, portanto, podem ser
menos propensas à inovação.
Com relação à inovação elas empresas deverão considerar que se trata de um processo
permanente que lhes permitirá desenvolver novos produtos/serviços, melhorar seus
processos produtivos e, como conseqüência, alcançar novos mercados e clientes. Além
disso, ela deverá considerar também os passos para inovar e conhecer as dificuldades que
podem surgem nesse processo.
Conhecimento tácito
Conhecimento codificado
ATIVIDADE
( ) Livros
( ) Indústria siderúrgica
( ) Andar de bicicleta
A gestão do conhecimento
A gestão do conhecimento, segundo HANSEN et al. (1999, p. 106), não é algo novo,
mas a sua prática sim. A economia da metade do século XIX entrou na idade industrial e
as empresas necessitavam de variados graus de informações sobre o seu setor e a melhor
forma de comercializar seus produtos.
Aula 1 – A Aula 5 – Introduç]ão
estrutura de um negócio
à gestão
na visão
do conhecimento
por processos :: PB
81
Outro fenômeno importante que está sendo evidenciado é o aumento gradual das
necessidades que as empresas têm de informações, que dependem da natureza da
atividade, da estrutura do setor e da estrutura organizacional definida pela empresa. Um
bom exemplo, é a situação na qual a empresa irá montar o seu planejamento estratégico e
82
PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
necessita analisar o ambiente externo. Para uma empresa que atua em ambiente complexo
e dinâmico, o volume de informações é muito grande e aquelas que são necessárias são
muito variadas.
O’DELL e GRAYSON (1998) têm uma resposta para estas perguntas. Para eles, a
empresa deve estabelecer uma infra-estrutura para o conhecimento, que formará uma
série de redes que são capazes de sondar, no ambiente interno e externo, as informações
necessárias para agregar valor à organização. Essas redes podem ser montadas com
fornecedores, informações de clientes e visita a concorrentes. Uma boa conversa com os
fornecedores para saber informações dos concorrentes pode gerar informações sobre
o ambiente externo e interno. As informações de clientes podem ser obtidas através de
perguntas simples acerca da qualidade do atendimento, do produto/serviço.
Quando uma empresa desenvolve uma nova forma de atendimento ao cliente, tal
procedimento pode ser considerado um novo conhecimento gerado. Se isso for bom para
a empresa, todos devem conhecer a nova forma de atendimento e adotá-la. É importante
que a empresa conheça como se dá esse processo.
Fonte: MALONE, David. Knowledge management: a model for organizational learning. International Journal
of Accounting Information Systems, no. 37, Febrary, 2002.
2) conhecimento sobre os tipos de fornos disponíveis no mercado e como cada uma das
tecnologias destes fornos podem influenciar no processo de produção;
Fica então a pergunta: Como a organização faz para absorver estes conhecimentos em
seus processos chaves e como podem ser absorvidos à medida que o empreendimento
cresce e seus processos de gestão tornam-se mais estruturados?
Um bom exemplo pode ser observado no caso da Pet Shop que foi abordado na Aula 2.
Retornando ao exemplo e considerando que um dos processos chaves para aquele negócio
será o processo de atendimento, pergunta-se como este empreendimento deverá obter
e absorver informações sobre este processo. Primeiramente, a empreendedora poderá
utilizar-se de visitas a outros Pet Shop´s para conhecer o processo de atendimento, ou ainda,
buscar conhecimentos acerca das formas de atendimento em outros empreendimentos
que sejam referência neste quesito, como por exemplo, Mc´Donalds.
É uma forma de transferência eletrônica de dados entre empresas muito utilizada para
efetivação de transações de negócios. Encomendas, faturas, aprovações de crédito
e notificações de envio são exemplos de transações nesse sistema. Atualmente, o EDI,
contrariamente ao que muitos acreditam, não implica comunicação em tempo real.
Ele é um sistema de envio e recebimento de documentos eletrônicos padronizados
entre parceiros de negócios. Estes documentos (pedidos de compra; programações de
entrega; avisos de embarque; nota fiscal; solicitações de cotação; boleto bancário; etc.)
são gerados a partir de dados das transações comerciais e enviados eletronicamente
aos parceiros. Esses documentos são rapidamente enviados aos seus destinatários pelos
sistemas de EDI, reduzindo os tempos e os custos envolvidos nos processos comerciais e
logísticos entre empresas.
Aula 1 – A Aula 5 – Introduç]ão
estrutura de um negócio
à gestão
na visão
do conhecimento
por processos :: PB
85
É certo que outras formas de redes de conhecimentos existem, dentre elas podemos
citar: Relatórios Informativos (memorandos), publicações profissionais, bibliotecas.
Na figura 5.1, três linhas (uma reta e duas curvas) surgem do topo da figura, enquanto
fluem abaixo e à esquerda. O centro destas duas linhas representa o alinhamento
estratégico da organização. Toda a identificação, absorção e transferência de
conhecimento deverá seguir os objetivos estratégicos da organização. Na busca de novos
conhecimentos, fazem-se necessárias avaliações com relação a atividades particulares,
que se forem necessárias serão transferidas de cima para o centro. Como todo o processo
de tomada de decisão eqüivale a um custo para a organização, o gerente deverá, a partir
de diferentes domínios de conhecimento, escolher aquele que produzirá potencialmente
um valor estratégico para a organização.
Alinhamento estratégico
Estas decisões podem entrar na organização sob a forma de melhores decisões, criação
de idéias inovadoras ou criativas, melhoria dos processos empresariais, etc.
Estratégias emergentes
Valor
t QSÈUJDBJOEJWJEVBM
t EFTDSJÎÍP EF QBSUF EP DPOIFDJNFOUP UÈDJUP
QPS NFJP EF QMBOJMIBT
UFYUPT
JNBHFOT
figuras, regras (por exemplo, nos sistemas especialistas), scripts, design history etc.;
t SFMBUPTPSBJTFöMNFT HSBWBÎÍPEFSFMBUPTPSBJTFJNBHFOTEFPDPSSÐODJBTBÎÜFT
ATIVIDADE
A partir do caso de abertura desta lição, você deverá preencher o quadro abaixo com
parte do texto que responda a questão.
Aula 1 – A Aula 5 – Introduç]ão
estrutura de um negócio
à gestão
na visão
do conhecimento
por processos :: PB
89
Conclusão
Foi mostrado no decorrer desta aula que vivemos um período de transição de uma
sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento onde o conhecimento assume
um papel de suma importância como fator de produção. Foi estudado também o papel
da inovação, do conhecimento e do empreendedorismo nesta nova sociedade. Como
conseqüência deste processo um novo desafio se apresenta para as empresas, a saber:
como gerenciar os conhecimentos que são gerados pelos membros dos empreendimentos
e transformar estes conhecimentos em valor para a empresa. É um desafio enorme para
as empresas realizar este processo. Os empreendedores e organizações que buscam
trabalhar e instituir uma cultura para a geração de conhecimento deve buscar a criação
e o compartilhamento desse conhecimento e perpassar o processo de aprendizagem
através da conversão de conhecimento tácito em explícito.
ATIVIDADE
publicação de fato relevante – que a Biomm está em fase final de negociação com um
cliente na Ásia. A chave para os negócios da Biomm é o domínio tecnológico, no caso
a receita e a descrição do processo de produção de proteínas por DNA recombinante.
Aos investidores interessados a empresa repassa a tecnologia de produção, orienta
na compra dos equipamentos e nas obras de construção civil, treina e qualifica os
funcionários, implementa métodos de controle de processos, entre outros. “Isso tudo vira
um projeto. A tecnologia é transferida para o cliente e para a planta. Ao final, fazemos
o start up da empresa. Os contratos são individuais e somos remunerados pelas licenças
e royalties.” A experiência da Biomm se justifica: a empresa é um spin off da Biobrás,
empresa biofarmacêutica instalada em Montes Claros, Minas Gerais, fundada em 1971,
cuja fábrica foi vendida para a dinamarquesa Novo Nordisk em 2001. A Biobrás, que
nasceu praticamente incubada na Escola de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais, se tornou a quarta maior produtora de insulina para diabetes em todo o mundo.
Quando vendida, detinha 80% do mercado privado de medicamentos no Brasil, fornecia
para países da Europa, Ásia e América do Sul e chegou a contar com 500 funcionários. A
decisão da venda foi estratégica, revelou na época Guilherme Emrich, um dos fundadores
da Biobrás. A intenção era concentrar na Biomm, criada na mesma época da venda, o
desenvolvimento tecnológico, a comercialização internacional e licenciar para terceiros
a produção. Assim, os pesquisadores, o laboratório de pesquisas em Montes Claros, as
patentes e a experiência em mais de 30 anos de pesquisa em biotecnologia em negócios
internacionais passaram a integrar a Biomm. A estrutura de capital manteve-se
semelhante à da antecessora. Ao ingressar na Bolsa, a Biomm obedeceu a uma exigência
da legislação que obriga uma empresa resultante de um processo de cisão a abrir seu
capital por um período de no máximo 60 dias. Entre as patentes incorporadas pela Biomm
está a de um novo método para produzir insulina artificial utilizando tecnologia do DNA
recombinante, a partir da modificação genética da bactéria Escherichia coli, comum na
flora intestinal humana, para torná-la capaz de sintetizar o hormônio. O novo processo
permitiu fabricar insulina sem a utilização do pâncreas animal, matéria-prima de difícil
obtenção no mercado – somente no Brasil eram consumidas aproximadamente 2.000
toneladas por ano, originadas de aproximadamente 20 milhões de porcos. A patente da
insulina é uma das cerca de 20 que possui em países como Estados Unidos, Rússia, Índia,
Comunidade Européia e Brasil. A empresa também é conhecida por ter desenvolvido a
única vacina contra a leishmaniose do mundo. A doença provoca febre de longa duração
e, quando não tratada, pode matar a pessoa infectada no período de um a dois anos
depois do aparecimento dos sintomas.
Fonte: Brasilinovador, IEL, 2006.
Aula 1 – A Aula 5 – Introduç]ão
estrutura de um negócio
à gestão
na visão
do conhecimento
por processos :: PB
91
Resumo
A mudança de paradigma inaugura uma nova era econômica, envolvendo a criação
de setores e atividades; novas formas de gerar e transmitir conhecimentos e inovações;
produzir e comercializar bens e serviços; definir e implementar estratégias e políticas;
organizar e operar empresas e outras instituições públicas e privadas. Dentre outras
exigências associadas, destacam-se ainda novas capacitações institucionais e profissionais,
assim como mecanismos para mensurar regular e promover as atividades econômicas.
Neste novo paradigma tecno-econômico que surge com o advento da sociedade do
conhecimento três palavras chaves serão importantes para que elas consigam sobreviver:
inovação, empreendedorismo e conhecimento. Daí surge a gestão do conhecimento que
tem prendido a atenção de muitas empresas, pois é visto como o caminho mais promissor
para o sucesso das organizações. Isto se deve por dois fatores. O primeiro é a necessidade
das empresas em se apropriar do conhecimento tácito, disponível nas habilidades e
melhores práticas da força de trabalho. O segundo fator é o rápido desenvolvimento
tecnológico. Esse desenvolvimento tecnológico é provocado principalmente pelo advento
das tecnologias de informações e comunicações (TIC). Estas tecnologias da informação e
comunicação estão transformando os modelos existentes de gestão dos negócios e nos
mercados onde as empresas atuam.
92
PB :: Gestão do Conhecimento e Inovação :: Luiz Fernando S. Barbieri / Ricardo Thielmann
REFERÊNCIAS
5. Estrutura organizacional
Aula 16 – A
Principais
estruturadimensões da gestão
de um negócio do conhecimento
na visão por processos :: PB
95
Master Plan
Integração vertical
Introdução
Nos dias de hoje, quando a gestão do conhecimento vem ganhando espaço de
forma cada vez mais contínua e abrangente, torna-se fundamental que as gerencias e os
empreendedores definam as áreas de conhecimento a serem exploradas pela empresa e
a criem nortes para a condução de projetos inovadores que viabilizem o crescimento e o
ganho de mercado para o empreendimento.
De acordo com várias pesquisas realizadas, podemos afirmar que, mesmo as empresas
consideradas industriais, fugindo um pouco do escopo dos pequenos empreendimentos,
tornam-se dependentes de algumas poucas habilidades, conhecimentos e ou
competências-chave que possibilitam consideráveis vantagens competitivas. Com base
nisso, podemos dizer que o que torna as empresas conhecidas, mesmo dentre tantas outras
no ramo similar ao seu, é a capacidade que elas apresentam em lidar e dominar um conjunto
de habilidades e conhecimentos que incidem diretamente sobre o comportamento do
consumidor e sobre o trato dos seus próprios funcionários. Segundo Terra (2000, p.92),
a visão da concorrência também muda, pois, nesse contexto, as concorrentes passam
a ser aquelas que têm uma base de conhecimentos semelhantes e não simplesmente,
as que têm uma linha de produtos similares. Diante desta vertente, uma capacidade de
gerenciamento e liderança dos trabalhadores são fundamentais para a definição de toda
e qualquer estratégia competitiva, pois ao tratarmos de conhecimento, estamos lidando
com ativos de difícil imitação, mas, uma vez dominado, é de fácil propagação.
Aula 16 – A
Principais
estruturadimensões
de um negócio
da gestão
na visão
do conhecimento
por processos :: PB
97
3. Estrutura organizacional
5. Sistemas de informação
6. Mensuração de resultados
Na Tabela 6.1, você pode ver, de forma sucinta, as dimensões e suas aplicabilidades.
ATIVIDADE
A partir dos casos abaixo, relacione as dimensões com as práticas gerenciais no cotidiano
organizacional justificando sua escolha:
1 - A loja de departamentos MM tem como principal feed-back do seu trabalho a
pesquisa realizada com seus clientes, no intuito de analisar os erros e acertos praticados
no atendimento e disposição de seus produtos.
Dimensão: ______________________________________________
2 - É anunciada, na cidade de Volta Redonda, uma palestra com a mais renomada
consultora da área de restaurantes. Ilieseu leva esta propaganda até o seu gerente no
restaurante “Come-Come”, que anda perdendo alguns clientes. Apesar desta realidade,
Carlos, o gerente, avalia se é realmente válido investir e ir até esta palestra.
Dimensão: ______________________________________________
3 - A padaria “Pão Fervendo” precisa estabelecer metas e estratégias para implementação
de uma nova unidade da empresa no centro da cidade.
Dimensão: ______________________________________________
4 - Feliciano verificou que todo o processo de compra e venda da loja “Bom Barato”
estava completamente sem controle e demandava a implementação de um software
para controle e análise. Assim, ele tratou logo de desenvolvê-lo sob a lógica dos seus
conhecimentos tácitos do assunto. Logo após o seu funcionamento, verificou que as
avarias diminuíram e as compras passaram a ser feitas no momento certo, evitando
estoques e diretamente os custos onerados.
Dimensão: ______________________________________________
5 - Ruth é atendente de uma loja de sapatos em Barra do Piraí e, durante o movimento
de Natal, percebeu que precisava se organizar para atender bem e com qualidade os
clientes que viessem até a loja. Inicialmente, foi criticada por suas companheiras por
atender de uma forma tão diferente da aprendida nos treinamentos, mas, com o decorrer
do tempo, elas foram notando que sua prática rendia mais atendimentos e diretamente
maiores comissões. Seu comportamento foi, elogiado pelo seu supervisor, que valorizou
sua iniciativa, e copiado pelas colegas.
Dimensão: ______________________________________________
100
PB :: ::
Gestão doGestão do Conhecimento
Conhecimento e Inovação
e Inovação :: LuizS.Fernando
:: Luiz Fernando Barbieri /S.Ricardo
BarbieriThielmann
/ Ricardo Thielmann
t-JEFSBOÎBPSJFOUBEBQBSBPHFSFOUF
t-JEFSBOÎBPSJFOUBEBQBSBBFRVJQF
É importante destacar que por trás desta dimensão há uma lógica de estratégia
empresarial e, apoiando a liderança, há uma alta gerencia capaz de lidar com o
conhecimento de modo a alavancar o empreendimento. No entanto, para que isso
ocorra, é necessário que a empresa se desvincule da era industrial e assuma a era da
informaçãocujas características em contraste podem ser vistas na Tabela 6.2
Era da informação, o papel da liderança muda, ao mesmo tempo que a estratégia não
mais permanece na inércia total. Ao contrário, com o decorrer das etapas do processo a
estratégia se adapta para que ao final ela e os resultados estejam em total consonância.
Segundo Terra (2000, p. 98), a estratégia perde o seu caráter tradicional, determinista e
de posicionamento e passa a assumir um caráter muito mais de ação e tolerância ao erro,
tático, de alavancagem, e baseia-se em habilidades centrais, de formação de aliança e de
incentivos a tomada de riscos.
tQSJPSJ[BSPDPFTUBCFMFDJNFOUPEFWJTÜFT
t EFTFOWPMWFS FTUSVUVSBT FTUSBUÏHJDPT RVF GBDJMJUFN B UPNBEB EF EFDJTÜFT QPS UPEBT BT
pessoas da organização
tJOTQJSBS NPUJWBSFGPDBSBPSHBOJ[BÎÍP
t MJWSBSTF EB OFDFTTJEBEF EF TBCFS UVEP UBOUP EP QPOUP EF WJTUB JOEJWJEVBM RVBOUP
organizacional)
Contudo, sabe-se que as posturas requeridas não são tão fáceis de serem assumidas e
rompem definitivamente com a lógica industrial de Fayol: planejar, organizar, coordenar
e controlar. Sob a lógica da gestão do conhecimento, o que se requer são mudanças e
posturas coerentes e que auto-reforcem as aspirações de seus processos.
As características aqui apresentadas não funcionam como uma “receita pronta”, mas,
sim, como ingredientes necessários para que a alta administração consiga adequá-las
à realidade de seu empreendimento, ou seja, conforme Terra (2000, p.99) o discurso de
liderança assumido pela gerência deve consistir na reflexão das próprias ações e como
reforçadores da cultura e estrutura organizacional a que se deseja constituir.
A fim de concluir esta primeira dimensão, precisamos ter em mente que as demais
dimensões incidem diretamente no trato da alta gerencia. Nesse sentido, deve haver uma
diretividade no manejo das outras 6 dimensões, para que o resultado final de uma gestão
voltada para o conhecimento seja satisfatório e recompensador para o empreendedor.
ATIVIDADE
O que podemos entender por cultura? De acordo com o Dicionário Aurélio Cultura
significa: Ato, efeito ou modo de cultivar; desenvolvimento intelectual; saber; utilização
industrial de certos produtos naturais; estudo; elegância; esmero (sociológico) sistema de
atitudes e modelos de agir, costumes e instruções de um povo. Conhecimento Geral. Muitos
significados para uma só palavra, contudo tendo em vista a lógica a qual estamos
sujeitando esta palavra e o contexto no qual a estamos estudando, podemos considerar o
seu significado sociológico o mais adequado, uma vez que estamos lidando com pessoas
presentes em uma organização.
Valor organizacional, por sua vez, pode ser definido como o conjunto de princípios
que direciona as políticas e práticas utilizadas pela organização no seu cotidiano, os
parâmetros para a tomada de decisões e para a hierarquização das significâncias entre
os processos e o total de atenção dispensada durante o trabalho e a condução gerencial.
ERRA (2000, p.102) define acultura organizacional como sendo o conjunto de normas
e valores que ajudam a nortear eventos e avaliar o que é realmente apropriado ou não
para o empreendimento. Estas normas e valores, contudo, podem ser vistas, ainda, como
um sistema de controle capaz de atingir grande eficácia, e porque não eficiência, uma
vez que levam a um alto grau de conformação, ao mesmo tempo em que incitam uma
elevada sensação de autonomia. Sob esta lógica, nos contrapomos aos modelos antigos
que, no lugar de desenvolverem a sensação de autonomia, impunham restrição constante
aos seus funcionários.
104
PB :: ::
Gestão doGestão do Conhecimento
Conhecimento e Inovação
e Inovação :: LuizS.Fernando
:: Luiz Fernando Barbieri /S.Ricardo
BarbieriThielmann
/ Ricardo Thielmann
Todavia, existe uma relação importante neste percurso, que podemos chamar
de chefes-subordinados. Caso a chefia não saiba direcionar bem o processo, pode
ocorrer a perda da identidade e a massificação de uma equipe. Para que vocês, futuros
gestores e empreendedores, não caiam nesta armadilha gerada pela lógica diretiva,
disponibilizaremos um quadro (Tabela 6.3) com fatores impeditivos e meios para
contorná-los, elaborado por Duailibi & Simonsen no livro Criatividade e Marketing.
onforme Von Fage Terra (2000) a atividade criativa precisa ser intercalada com srotineiras.
Outro fator relevante quando se trata de tempo os prazos exigidos. O gestor precisar estar
em consonância com as atividades requeridas para que suas datas sejam coerentes com
a exigência feita, caso contrario, o nível de energia física e mental cairá a tal ponto que
as expectativas lançadas sob a tarefa não renderá. Para tal adequação o planejamento
participativo é uma arma infalível.
Clima organizacional
Skunk Works
Fatores higiênicos
F atores Higiênicos são considerados como os fatores mínimos que uma pessoa deve
receber de sua empresa, para que ela se esforce na realização de suas atividades.
Dentre estes estão: condições de trabalho e conforto; salário; benefícios; segurança no
cargo e políticas de organização e administração. Este conceito é difundido por Frederic
Hersberg e tais fatores incidem diretamente na motivação do funcionário, contudo, ele
acredita que uma vez que eles sejam saciados, aumentá-los não gerará maior motivação.
ADVERTÊNCIA!
ATIVIDADE
Reflexão
Retomando um pouco ao nosso texto inicial sobre a Família Guadalupe e sua fábrica
de chocolates, o analisaremos, sob a ótica dos conceitos até então desenvolvidos, sob a
temática de Gestão do Conhecimento e suas dimensões.
Retomemos algumas questões apontadas, como “...faz parte da lógica empresarial, estar
buscando consultores internacionais com freqüência no intuito da manutenção de um
trabalho com qualidade e competência mantendo sempre estas informações em sigilo.”
Quando falamos da dimensão de cultura e valores organizacionais, estamos valorizando
este tipo de prática? Justifique sua resposta com base no material disponível.
_____________________________________________________
_____________________________________________________
Aula 16 – A
Principais
estruturadimensões
de um negócio
da gestão
na visão
do conhecimento
por processos :: :: 107
PB
Estrutura organizacional
Toda organização, uma vez estrutura, precisa adotar um modelo para a sua gestão
omo já tratado anteriormente, estamos sob um processo contínuo de evolução, diante do
qual temos dois modelos a serem seguidos (Tabela 6.4)
Just-in-time
Kaizen
K aizen é uma palavra também de origem japonesa, que nos traz como princípio a
qualidade total, em que tudo pode ser melhorado de forma gradual e contínua.
Houve também uma movimentação para o processo de qualidade total que, sob
outra ótica, enfatiza uma resolução sistemática dos problemas. Conforme Terra (2000), a
experimentação e o feedback são contínuos e a integração horizontal das funções torna o
processo de melhoria um bem comum a todos.
t0MÓEFSEFWFTFSøFYÓWFM
BTTVNJSQPTUVSBTEJWFSTBTTPCVNNFTNPQSPKFUPFEFMFHBOEP
mais responsabilidades aos envolvidos
t " IJFSBSRVJB OÍP Ï DPODFCJEB F BT UPNBEBT EF EFDJTÍP HBOIBN DPSQP UBOUP DPN PT
gerentes quanto com os colaboradores
t"TDPNQFUÐODJBTNÞMUJQMBTEFWFNTFSBNFUBEPTFOWPMWJEPTOPQSPDFTTP
t*OGPSNBUJ[BÎÍPEPTTFUPSFT BQPJBEBOVNBMØHJDBEFTJTUFNBTJOUFMJHFOUFT
t *OGPSNBÎÜFT F USFJOBNFOUPT TÍP DPOTUBOUFT F CBTFBEPT OB MØHJDB EP +VTUJOUJNF UP
perform e os objetivos traçados seguem a lógica do projeto e estão direcionados à
satisfação do cliente (tanto interno quanto externo)
t"BWBMJBÎÍPEPTDPMBCPSBEPSFTÏFMBCPSBEBDPNBQBSUJDJQBÎÍPEFUPEPTRVFUSBCBMIBSBN
diretamente com o individuo avaliado.
Vista como um objetivo, como uma meta para a superação de um modelo hierarquizado,
em direção a um modelo contemplador e incentivador do crescimento individual para a
propagação do conhecimento de forma coletiva por meio das redes de aprendizagem, a
mudança é fruto do empenho e do bom direcionamento das equipes.
ATIVIDADE
“Sob uma nova lógica emergente de organização e gestão de processos, torna-se cabível
a aceitação de uma equipe multidisciplinar que se sobreponha a uma estruturação
tradicional (burocrática), adaptando-se com freqüência às demandas do ambiente
externo com, o objetivo final de criação de valor e contemplação dos interesses da
clientela.”
Analise e disserte sobre esta afirmativa, tendo em vista os conceitos desta aula.
110
PB :: ::
Gestão doGestão do Conhecimento
Conhecimento e Inovação
e Inovação :: LuizS.Fernando
:: Luiz Fernando Barbieri /S.Ricardo
BarbieriThielmann
/ Ricardo Thielmann
Conclusão
Foi demonstrado no decorrer desta aula, que há vários sinais de que o conhecimento
em suas mais variadas formas precisa tomar corpo diante do desenvolvimento cotidiano
de uma organização, seja de grande, médio ou pequeno porte. Diante de um cenário
maior, tal perspectiva pode tornar sua empresa competitiva ou não.
ATIVIDADE
Resumo
A reconfiguração do cenário organizacional, que se desfaz da lógica industrial e assume
o papel na era do conhecimento, requer um grande empenho para romper paradigmas
e desenvolver-se apoiado sob as sete dimensões (fatores estratégicos e o papel da alta
administração; cultura e valores organizacionais; estrutura organizacional; administração
de recursos humanos; sistemas de informação, mensuração de resultados e aprendizado
como o ambiente)traçadas para esta gestão.
Nesta aula, tratamos especificamente das três primeiras dimensões,a primeira, fatores
estratégicos e o papel da alta administração consiste no rompimento com o modelo de
Fayol, no qual a empresa assume uma postura gerencial que auto-reforça suas práticas
coerentes descentralizadoras e aceleradoras de um processo de tomada de decisão. A
figura do líder se faz presente, contudo a sua configuração modifica-se, ao passo que
as estratégias tradicionais são deixadas de lado e uma postura mais tolerante ao erro,
incentivando a assumir riscos e a gerar crescimento por meio da aprendizagem da equipe.
Por fim, abordamos a estrutura organizacional, que vem trazendo novos modelos de
gestão que ou rompem com a burocratização ou apenas sobrepõem-se a elas. Contudo,
todos os modelos então gerados, trazem a lógica de novos padrões de relacionamentos
entre a alta administração, média gerência e demais funcionários, e têm levado as
empresas a questionarem velhas premissas administrativas flexibilizando suas estruturas
e experimentando novas práticas (Terra 2000).
112
PB :: ::
Gestão doGestão do Conhecimento
Conhecimento e Inovação
e Inovação :: LuizS.Fernando
:: Luiz Fernando Barbieri /S.Ricardo
BarbieriThielmann
/ Ricardo Thielmann
REFERÊNCIAS
2. Recrutamento e Seleção
3. Treinamento
Contudo, nem tudo sempre foi assim. Começamos a descrever a loja hoje, com o
sucesso presente, porém, no início, quando Dona Berenice resolveu abrir sua loja, ela não
tinha idéia de que o corpo de seu empreendimento não estava unicamente nos produtos,
mas sim na sua equipe de vendas que iria diretamente lidar com o seu público e propagar
a imagem da loja.
No início, ao recrutar seus funcionários, deu prioridade aos homens a fim de que a
segurança da loja fosse mantida, afinal, a figura masculina impõe respeito. No entanto, as
suas clientes não se sentiam à vontade para entrar, experimentar uma peça e pedir uma
opinião a vendedores do sexo masculino. Dona Berenice tinha, por fim, uma loja super
segura e super sem vendas.
Dona Berenice já estava a ponto de fechar sua loja quando percebeu que deveria traçar
um perfil de funcionário de acordo com a função a ser exercida, ou seja, para sua segurança,
nada melhor que um homem. No entanto, para lidar com seu público-alvo, as mulheres,
nada mais apropriado que outras mulheres. E assim ela fez; contratou mulheres de várias
idades, para que houvesse equilíbrio entre as preferências, e com isso percebeu que suas
vendas aumentaram e que suas avarias também, e sabem por quê? Foi exatamente pela
aptidão de suas funcionárias, em lidarem com peças amiúdes como as de uma bijuteria,
que as “meninas” tomaram a iniciativa de concertar aqueles produtos que por um motivo
ou outro arrebentavam no processo de recebimento, ou mesmo de estocagem.
Diante desta pré-disposição, dona Berenice teve uma idéia brilhante: a cada peça
concertada ou salva de algum dano ou perda, as funcionárias responsáveis pela ação
ganhavam um bônus extra calculado em cima do valor da peça. Pois bem, não é necessário
falar que este programa de incentivo foi um sucesso e que a empresa Biju Bijulândia vai de
“vento em popa” e que no próximo mês abrirá a sua terceira filial na cidade de Resende,
com o mesmo propósito e o mesmo sucesso empreendedor.
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PB :: ::
Gestão doGestão do Conhecimento
Conhecimento e Inovação
e Inovação :: LuizS.Fernando
:: Luiz Fernando Barbieri /S.Ricardo
BarbieriThielmann
/ Ricardo Thielmann
Introdução
Bem sabemos que durante esta evolução causada pela mudança da era puramente
industrial para a era do conhecimento, encontramos um espaço considerável para a gestão
de pessoas como um meio para obter o conhecimento, a inovação e a criatividade como
forma de reconhecimento de sucesso e, porque não, de diferencial na competitividade.
Contudo, este novo cenário evidencia também uma modificação no perfil dos nossos
trabalhadores, uma vez que estes não mais requerem uma compensação financeira, mas,
também, a possibilidade de desenvolvimento pessoal, ou seja, a lealdade é mais e mais
com a profissão do que com a empresa que o emprega. (Terra 2000)
t3FDSVUBNFOUPF4FMFÎÍP
t5SFJOBNFOUP
t$BSSFJSBF4JTUFNBTEF3FDPNQFOTB
ATIVIDADE
Recrutamento e Seleção
Ao falarmos de recrutamento e seleção sob a ótica da gestão de conhecimento,
estamos tocando em um aspecto essencial para o desenvolvimento da empresa: o de como
oxigenar o ambiente já existente com práticas e ações novas e embutidas de conhecimento,
contribuindo diretamente para o sucesso e competitividade do empreendimento.
Como K.E. Sveiby (apud Terra 2000) afirma que este recrutamento de pessoas, em uma
empresa do conhecimento, equivale, no caso de uma empresa industrial, ao investimento
em novas máquinas. Por tal motivo, devemos ter um olhar atento e preciso para que a
importância estratégica desta ação não perca seu direcionamento e sua função.
E esta busca ininterrupta resulta em processos cada vez mais longos e mais competitivos,
exigindo muita dedicação e afinco dos elaboradores, atentando se sempre para:
t3FRVJTJÎÍPEF1FTTPBM
t%FTDSJÎÍPEPTDBSHPT
Consiste na descrição das tarefas e funções a serem exercidas por um determinado cargo
ou função, devendo ser tomado como padrão para outros processos semelhantes.
t"OÈMJTFEPDBSHP
Processo pelo qual analisa todos os aspectos qualitativos a serem exigidos para ocupação
do cargo e as responsabilidades envolvidas, para tal.
t&MBCPSBÎÍPEPQFSöM
Especificações de requisitos básicos (escolaridade, idade, etc) para que o individuo ocupe
a vaga.
t'POUFTEPSFDSVUBNFOUP
Área na qual a empresa irá recrutar o individuo, exemplo: anúncio em Jornal, empresas
especializadas, balcões de empregos,etc.
t"OÈMJTFEPTDVSSÓDVMPT
t"EFRVBÎÍPEPQSPDFTTPBOFDFTTJEBEFEBWBHB
É preciso que verifique as técnicas a serem utilizadas com a necessidade a ser buscada
para vaga, considerando aspectos como escolaridade, idade, dentre outros. Devemos
considerar as seguintes técnicas utilizadas nos processos:
t5FTUFTEFDPOIFDJNFOUPUFØSJDP QSPDVSBNFEJSPHSBVEFDPOIFDJNFOUPQSPöTTJPOBM
ou técnico, como por exemplo: noções de informática)
t5FTUFT QTJDPMØHJDPT NFJP EF JEFOUJöDBS P DPNQPSUBNFOUP EBT QFTTPBT FN WJTUB EB
necessidade da vaga por meio de testes e entrevista direcionada)
t5ÏDOJDBTEFTJNVMBÎÍP EJOÉNJDBTRVFVUJMJ[BNBUÏDOJDBEFUSBCBMIPFNHSVQPQBSB
gerar uma visão mais realista da interação do entrevistado com outras pessoas)
Aula 7 – Dimensões da Gestão
Aulado1Conhecimento:
– A estrutura deadministração
um negócio nadevisão
recursos
por processos
humanos :: :: 119
PB
t5FNQPEFEVSBÎÍPFFTQBÎP
Por fim, podemos reafirmar a importância deste processo na GRH voltada para gestão
do conhecimento, uma vez que é através dos inputs humanos da organização que
obteremos outputs extremante competitivos e recompensadores para empresa, sendo
possível perceber tais informações, através de um feedback oferecido pelos seus clientes
por meio da fidelização reconhecida e da valorização do empreendimento, sendo assim
referência em seu setor de atuação.
ATIVIDADE
Treinamento
Sabemos que a evolução tecnológica, que constantemente ganha espaço dentro das
organizações, requer pessoal qualificado e preparado para manusear esta tecnologia que
vem para encurtar caminhos e gerar novas direções. Para tal contemplação, ressurge o
treinamento como meio de solução e equalização entre tecnologia e pessoas. Contudo,
não é só a tecnologia a única responsável pelos processos de treinamento, ao contrário,
ela apenas os intensificou, pois ao levarmos em conta assim como M.H. Simonsen apud
(Terra 2000) que as instituições de ensino não transferem aos seus alunos tudo que
precisarão para sua vida profissional, estamos afirmando que para toda a sua vida cursos
de reciclagem e aprendizagem instrumental para sua função, e o encarregado deste
planejamento e direcionamento é o treinamento e desenvolvimento presentes em um
empreendimento de sucesso.
Terra (2000) em seu livro Gestão do Conhecimento, mostra uma nova concepção para
o treinamento e desenvolvimento dos funcionários, rompendo com o paradigma do
treinamento como mera instrumentalização, em direção a um processo de construção
de conhecimento pautado na aprendizagem e desenvolvimento de competências e
habilidades. Para tal, recursos e tempo deverão ser disponibilizados pela organização,
que deverá, com um olhar holístico, vislumbrar a contribuição dos funcionários para o
então crescimento empresarial. No Quadro 7.2 abaixo, podemos analisar as principais
comparações existentes entre os paradigmas do aprendizado e do treinamento.
Aula 7 – Dimensões da Gestão
Aulado1Conhecimento:
– A estrutura deadministração
um negócio nadevisão
recursos
por processos
humanos :: :: 121
PB
Esta tecnologia que desfragmenta (em certa parte) o crescimento total da Xerox,
em muitos casos também auxilia, tendo como principal meio de propagação a Internet.
Atualmente, muitas organizações já conseguem criar sistemas de treinamento intranet,
que viabilizam o aprendizado sem deslocamentos e gastos. Um exemplo interessante
é o das Lojas Renner, que possui a Universidade Renner como meio de propagação
de informações que, uma vez assimiladas pelo seu corpo de funcionários, tornam-
se conhecimento e dissipam-se na atitude e comprometimento com o seu serviço e,
concomitantemente, com sua empresa.
É amplamente sabido também que esta nova vertente não se sobrepõem ao modelo
presencial de treinamento, uma vez que o contato humano não é e nem deverá ser
extinto dos processo de aprendizagem. Os treinamentos on-line são mais um meio,
uma ferramenta de tornar os indivíduos responsáveis pelo seu desenvolvimento e
aprendizagem, e conformeTerra (2000) é mais um indicador de que novos conhecimentos
precisam ser adquiridos de maneira cada vez mais rápida, contínua e adaptada aos
desafios correntes das organizações.
Para que esta “nova” ferramenta seja utilizada de forma efetiva e com resultados
relevantes, o empreendedor deverá atentar para o nível de escolaridade, que no nosso caso,
dos brasileiros, ainda é baixo, e investir na equalização educacional como meio de obter
avanços e geração de qualidade para o serviço ou produto que chega até o consumidor.
ATIVIDADE
t.BJPSDPNQSPNJTTPDPNPBQSFOEJ[BEPEPRVFDPNBCVTDBEFUÓUVMPTFTÓNCPMPTEFTUBUVT
t$PNQSPNFUJNFOUPDPNBTWJTÜFTFEFTBöPTEFMPOHPQSB[P
t1SFTFSWBSPiDBQJUBMJOUFMFDUVBMwRVFPTGVODJPOÈSJPTEFUÐN
Em outras palavras, assim como definido pelo autor, devemos dividi-los em duas práticas
gestionárias, sendo elas:
t%FöOJÎÍPEFDBSHPEFGPSNBNBJTBNQMBFDPNFTUÓNVMPTFNSPUBÎÍPFOUSFEJGFSFOUFT
áreas (job rotation).
t4JTUFNBTEFSFDPNQFOTBRVFMFWFNFNDPOUBOÍPTØPEFTFOWPMWJNFOUPEBFNQSFTB
mas, também, o desenvolvimento obtido individualmente. Estes sistemas demonstram
uma multidimensionalidade e uma procura por aumentar o compromisso não
apenas de curto prazo, mas, também, de longo prazo, criando vínculos que não são
exclusivamente monetários.
De acordo com Terra (2000), em vista desta nova configuração do trabalho, todos acabam
por compreender um pouco das tarefas alheias na busca de efetuarmos a macrotarefa.
Terra (2000) nos traz uma redefinição do processo de cargos, mostrando que a bagagem
meramente burocrática das estruturas de RH, passou, hoje, para uma concepção de “espaço
ocupacional”, centrado nas idéias que os indivíduos possuem, e que devem ser estimulada
a aplicabilidade em consonância com a competência, demonstrando ao funcionário certo
nível de autonomia, sob a ótica de geração de crescimento total da organização.
Com este mecanismo, nos remetemos à aula anterior que descrevia a importância da
dimensão sobre a cultura e valores organizacional, devido à flexibilização e não à fluidez
da gestão, pois aquela permite aos funcionários agirem de forma mais livre, precisando
ter seu comportamento limitado com freqüência através dos exemplos e práticas que o
auxiliarão na interpretação dos eventos, esclarecendo a ele, o que seria certo ou errado
em um momento decisório.
Sistema de recompensas
Primeiramente este ponto tem como função desmistificar a recompensa apenas como
caráter monetário. Se o dinheiro fosse o único fator de incentivo dentro de uma organização,
estaríamos enfrentando a corrosão de valores e éticas movidas por um único ideal:o capital.
Tal não é a intenção das empresas e empreendedores que têm uma visão do conhecimento
como meio de crescimento. Pelo contrário, o estímulo vem do reconhecimento pelo
trabalho feito, pela inovação descoberta e pelos prêmios e valorização pública dos esforços
dados como meio de cooperação e crescimento da empresa.
Contudo, apesar de a recompensa salarial não ser um processo central, ela faz parte
desse sistema maior que visualiza um crescimento para ambos – funcionários e empresa.
Em vista disso, sob esta nova postura de gestão, deparamos com a valorização do trabalho
em equipe, com desempenho geral e em longo prazo, como bem definido por Terra (2000).
t &TRVFNBT EF QBHBNFOUP DPMFUJWP FTUJNVMBN P GSFF SJEJOH
PV TFKB
BT QFTTPBT TF
acomodam e são pagas individualmente
t"TQFTTPBTUSBCBMIBNFTTFODJBMNFOUFQPSEJOIFJSP
t$PNPDPOTFRàÐODJB BTQFTTPBTTÍPNPUJWBEBTQPSSFDPNQFOTBTFYUFSOBT
Segundo o mesmo autor, uma nova tendência, knowledge work, vem tomando
corpo dentro das organizações, que consiste no pagamento por competências. Um
tipo de avaliação é realizado, cujo cerne é a capacidade do individuo na empresa e não
necessariamente as características determinadas para o cargo.
Como curiosidade, vimos emergir também um outro sistema, que consiste em parte
de seu salário ser dado em forma de ações da própria empresa, ou seja, os funcionários
obtém ações que vão render muito além do que eles pagaram nelas, um vez que estas
mesmas foram oferecidas ao seus empregados por valores subsidiários, obtendo assim
um retorno mensal considerável pelo “salário-investimento” proporcionado. Essa idéia
funciona muito bem, e temos como exemplo o caso da Microsoft que paga salário abaixo
da faixa de mercado, mas possibilita a aquisição de suas ações a preços relativamente
baixos. Ao final de 1995, a empresa já contava com três mil milionários num montante de
dezoito mil funcionários.
ATIVIDADE
Conclusão
Ao falarmos de Gestão de Recursos Humanos, confrontamo-nos com duas realidades
eminentes: a tradicional e a inovadora com ênfase na produção e disseminação do
conhecimento. Contudo, pode-se dizer com propriedade que o cenário econômico de
ontem não é mais o mesmo de hoje, e a fim de contemplá-lo, precisamos nos reestruturar
organizacionalmente para gerirmos pessoas com o objetivo de crescimento e ganho de
mercado. As pessoas hoje tomam o corpo da organização e é a partir delas que o todo
é desenvolvido. Por este motivo não podemos fragmentá-las, tão pouco alicerçá-las em
modelos pré-estabelecidos diante de uma nova geração, a da informação.
Assim sendo, aquelas empresas que por um motivo ou outro não tomarem ciência
da importância das pessoas no desenvolvimento do todo da organização padecerão na
perda significativa de mão-de-obra qualificada para o mercado.
ATIVIDADE
Procure, através de uma pesquisa instrumental, obter informações de duas empresas que
apresentem maneiras diversas de gestão recursos humanos (uma tradicional e uma voltada
para gestão do conhecimento). Confronte as realidades e busque elencar pontos fortes e
fracos alcançados nas duas gestões, tendo como base o material disposto nesta aula.
Aula 7 – Dimensões da Gestão
Aulado1Conhecimento:
– A estrutura deadministração
um negócio nadevisão
recursos
por processos
humanos :: :: 127
PB
Resumo
O processo de Administração de Recursos Humanos pautado na Gestão do
Conhecimento consiste na programação prévia de recrutamento e seleção, treinamentos
e carreira e sistema de recompensas, tendo como norte sempre a valorização da figura
humana e a potencialidade que ela traz para o convívio organizacional.
REFERÊNCIAS
Introdução
As tecnologias de informação e comunicação são um novo paradigma tecnológico
baseado em um conjunto de interligações de inovações em computação, eletrônica,
engenharia de software, sistemas de controle, circuitos integrado e telecomunicações,
que trouxeram a possibilidade de redução considerável nos custos de armazenamento,
processamento, comunicação e disseminação das informações (THIELMANN, 2005).
Os sistemas de informações
Um dos principais componentes das Tecnologias de Informações são os sistemas de
informação das empresas, que podem ser classificados sob uma perspectiva do tipo de
decisão ou tarefa envolvida no problema tratado pelo sistema (MEIRELLES, 1994, p.417).
[...] uma decisão nada mais é do que uma escolha entre alternativas,
obedecendo a critérios previamente estabelecidos. Estas alternativas
poderão ser os objetivos, os programas ou as políticas – em uma atividade
de planejamento – ou os recursos, estrutura e procedimentos – em uma
atividade organizacional.
O autor demonstra em um ciclo, o processo de tomada de decisão e a presença
constante da informação em suas diferentes fases, conforme a Figura 8.2, a seguir:
134 Gestãodo
PB :: :: Gestão doConhecimento
Conhecimentoe eInovação
Inovação :: ::Luiz
LuizFernando
FernandoS.S.Barbieri
Barbieri/ Ricardo
/ RicardoThielmann
Thielmann
Sendo assim, pode-se dizer que a informação permeia todo processo, sendo necessária
desde a tomada de decisão propriamente dita, até a implantação da decisão, sua avaliação
e a recomendação das mudanças. Daí, a relevância de processos confiáveis de obtenção,
tratamento e difusão de informações certas, com qualidade e em tempo hábil. O foco de
um sistema de apoio à decisão é a eficácia da tomada de decisão. Enquanto um sistema
de informações gerenciais ajuda a organização a “fazer as coisas direito”, um sistema de
apoio a decisão ajuda o administrador a “fazer a coisa certa”.
O gerenciamento das informações por sua vez, envolve atuar sobre toda a cadeia
de valores da informação, ou seja, deve ser iniciado com a definição da necessidade de
informação, passando pela coleta, armazenagem, distribuição, recebimento e uso da
informação, como pode ser observado na figura 8.3 a seguir (DAVENPORT, 1994, p.97).
ATIVIDADE
Resposta Comentada
As informações geradas pelas organizações devem ser coletadas de forma sistematizada
para apoiar as operações diárias e a tomada de decisão em todos os níveis e áreas
da organização. É importante que as informações sejam definidas, desenvolvidas,
implantadas e atualizadas nos principais sistemas de informação, informatizados ou
não, visando atender as necessidades. Citar os principais sistemas de informação em uso
e sua finalidade, bem como as principais tecnologias empregadas. Como as informações
necessárias são disponibilizadas aos usuários? Como são asseguradas a integridade, a
atualização e a confidencialidade das informações armazenadas e disponibilizadas?
Destacar as metodologias utilizadas para garantir a segurança das informações e a
continuidade do serviço de informações aos usuários.
136 Gestãodo
PB :: :: Gestão doConhecimento
Conhecimentoe eInovação
Inovação :: ::Luiz
LuizFernando
FernandoS.S.Barbieri
Barbieri/ Ricardo
/ RicardoThielmann
Thielmann
Texto de Abertura 2
A Quiral usa informações encontradas nas literaturas sobre química e que são de domínio
público, informações em patentes registradas, troca de informações entre outras empresas
do setor (relação informal), através de contratação de pessoal altamente qualificado e
internet (busca de patentes, acesso a bibliotecas de universidades, troca de informações
com pessoas ligadas a outras empresas – e-mail). Além disso, um dos sócios ainda é professor
universitário atuante, onde pode realizar pesquisas e buscar informações que talvez não
pudessem ser adquiridas se fosse somente empresário do setor químico-farmacêutico.
A Quiral mantém vínculo com a empresa Biorgânica, empresas coligada, que é uma
empresas instalada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da BIOMINAS – Belo
Horizonte – MG. Está empresa atua na área de química fina e biotecnologia e tem como
objetivos a síntese de derivados biosintéticos extraídos de fontes naturais e destinados às
indústrias farmacêuticas, cosméticos e de alimentos.
A Quiral mantém uma parceria com a Empresa Darrow. A Darrow é responsável pelo
processo de produção dos produtos apresentados na forma de injetáveis. Isto provocou
Aula 8 – Dimensões da Gestão do Conhecimento:
Aula 1 – A estrutura
Sistemas de Informações
de um enegócio
Aprendizado
na visão
comporo processos
ambiente :: :: 137
PB
e) Parceria coma Universidade de Lavras para investigar o cultivo da vinca, matéria prima
para a obtenção dos princípios ativos vimblastina e vincristina.
Introdução
O desempenho das empresas acaba por ser limitado pelo ambiente circundante.
Esta limitação altera a capacidade produtiva das empresas que dependem de interações
com fornecedores, clientes, bancos e acionistas, sistema educativo, instituições públicas
e privadas de P&D, instituições governamentais reguladoras e grupos de normalização.
O desempenho da empresa melhora quando melhoram as interações da empresa com
estes atores.
138 Gestãodo
PB :: :: Gestão doConhecimento
Conhecimentoe eInovação
Inovação :: ::Luiz
LuizFernando
FernandoS.S.Barbieri
Barbieri/ Ricardo
/ RicardoThielmann
Thielmann
A necessidade de aprendizado tem sido cada vez mais estendido para fora das
fronteiras da organização, ou seja, clientes, fornecedores, outras empresas (inclusive
concorrentes), institutos de pesquisa, universidades, dentre outros.
Figura 8.4 - Estrutura dos gastos com fontes de inovação na indústria de transformação brasileira.
Fonte: PINTEC 2005
a) As empresas não vivem isoladas, ou seja, influenciam o ambiente onde estão localizadas
e são influenciadas por este ambiente;
e) O processo de inovação tornou-se muito complexo e por isso possui um nível de incerteza
maior em relação aos resultados que serão obtidos. Compartilhar os conhecimentos e
formar parcerias estratégicas reduz o risco e diminui a incerteza.
Na prática as alianças entre empresas tem sido uma solução viável para que o
conhecimento seja gerado.
Estas interações passam a ser recomendadas a partir da Lei Nacional de Inovação que
em seu âmago considera que o conhecimento e a inovação tecnológica passaram a ditar
as políticas de desenvolvimento dos países, inclusive no Brasil.
A Lei Nacional de Inovação, Lei nº. 10.973, de 2 de dezembro de 2004 - Dispõe sobre
incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo
e dá outras providências. Para maiores detalhes consultar o endereço http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Lei/L10.973.htm
Para a realização de seus objetivos a lei prevê a atuação em três vertentes, a saber:
a) Incubadora
Laboratórios de pesquisa
Serviços básicos
Promoção da Sinergia
b) Parque Tecnológico
Serviços básicos
c) Pólo Tecnológico
d) Tecnópole
f ) Clusters
Estes arranjos produtivos locais são importantes ambientes onde as empresas podem
desenvolver suas atividades de inovação em parceria com universidades, associações
empresariais, governo e outros atores.
as mesmas localizadas, em sua maioria, nos municípios de Guidoval, Piraúba, Rio Pomba,
Rodeiro, São Geraldo, Tocantins e Visconde do Rio Branco, além de Ubá (Teodoro, 2007).
Figura 8.6 - Localização das cidades que compõem o APL de Ubá e região
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria, 2004.
b) Espaço físico para uso compartilhado, tais como sala de reunião, auditórios, área para
demonstração dos produtos, processos e serviços das empresas incubadas, secretaria,
serviços administrativos e instalações laboratoriais;
Aula 8 – Dimensões da Gestão do Conhecimento:
Aula 1 – A estrutura
Sistemas de Informações
de um enegócio
Aprendizado
na visão
comporo processos
ambiente :: :: 143
PB
O CRITT tem sido até hoje um órgão da Universidade Federal de Juiz de Fora em que
a maior parte do seu corpo técnico, formada por profissionais qualificados, recebe bolsas
de órgãos de fomento, o que provoca uma rotatividade razoavelmente alta da equipe.
No entanto, numa estrutura que tem incentivado o diálogo, a participação do grupo nas
principais decisões e o aprendizado contínuo, a expectativa em relação à estabilidade e
à progressão na carreira tem sido compensada por outras vantagens. Pode-se dizer que
o CRITT é como uma organização que está ciente da necessidade de se reinventar, de
desenvolver suas competências, de testar novas idéias, de aprender com o ambiente
e de estar sempre buscando novos desafios. E que, ao fazê-lo, adota estilo, estrutura e
processos gerenciais que desencadeiam processos semelhantes no nível individual e
coletivo. Citando as palavras de TERRA (2000), isso significa fazer com que a gestão do
conhecimento no interior da organização leve também em conta formas de maximizar o
potencial intelectual das pessoas.
como um todo. O CRITT, como órgão da Universidade Federal de Juiz de Fora, instituição
pública, e voltada para o desenvolvimento tecnológico regional e nacional, reafirma sua
vontade de atender consistentemente os requisitos de seus clientes. Essa é a principal
finalidade do Sistema de Garantia da Qualidade CRITT – SGQC – implantado e certificado
na Norma NBR ISO 9001.
1. O CRITT, órgão da UFJF, deve servir à sociedade, privilegiando a busca pela excelência
nas atividades que desenvolve. Para alcançar esta excelência a gestão está centrada
nas necessidades atuais e futuras de nossos clientes, agregando valor aos serviços e
produtos oferecidos.
ATIVIDADE
Resumo
Nesta lição procurou-se desenvolver os conceitos sobre duas dimensões da gestão do
conhecimento, a saber:
1) Sistemas de Informações e;
REFERÊNCIAS