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09/04/2019 Por que a Líbia volta a ser tomada pela guerra civil - BBC News Brasil

Por que a Líbia volta a ser tomada pela guerra civil

Há 1 hora

REUTERS

Pelo menos 2.800 pessoas fugiram de combates perto da capital da Líbia, Trípoli,
segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

A entidade afirma ainda que outros civis estão encurralados pelos confrontos e isolados de
serviços de emergência.

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na Líbia

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A ofensiva contra a cidade começou na última quinta-feira, quando o general Khalifa Haftar
anunciou que tomaria Trípoli do governo da Líbia apoiado pela ONU.

Nesta segunda-feira, o aeroporto de Matiga, o único em funcionamento em Trípoli, foi


atingido por ataques aéreos realizados por forças leais a Haftar, segundo a ONU. A entidade
fala em desrespeito à lei internacional.

Não há relatos de vítimas ou aviões civis atingidos. Segundo um porta-voz de Haftar, o


ataque mirava um caça militar MiG que estava no local.

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Nos últimos dias, as potências internacionais começaram a retirar suas equipes do país.

O primeiro-ministro líbio, Fayez al-Serraj, acusou Haftar e as forças sob seu comando de
tentativa de golpe de Estado e prometeu responder aos insurgentes com força.

A Líbia foi dilacerada pela violência, pela instabilidade política e pelas lutas pelo poder, desde
que o governante de longa data, Muammar Gaddafi, foi deposto e morto em 2011.

As milícias que ganharam força desde então se dividem em diversos aspectos, como político,
religioso, étnico e ideológico. Há militantes islâmicos, moderados, monarquistas e liberais
que tiveram pouca experiência democrática no país.

O que há de mais recente nos confrontos?


O Ministério da Saúde Pública disse na segunda-feira que pelo menos 25 pessoas foram
mortas e 80 ficaram feridas, incluindo civis e soldados. As forças do general Haftar disseram
que perderam pelo menos 19 combatentes.

A ONU chegou a pedir uma trégua de duas horas para que vítimas e civis pudessem ser
socorridos, mas a solicitação foi ignorada e o combate continuou.

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Em resposta, a União Europeia e vários países, incluindo os EUA e a Rússia, pediram o fim


dos confrontos.

"Esta campanha militar unilateral contra Trípoli está colocando em risco civis e prejudicando
as perspectivas de um futuro melhor para todos os líbios", disse Mike Pompeo, secretário de
Estado dos EUA.

As negociações apoiadas pela ONU foram marcadas para o próximo dia 14 com o objetivo
discutir um roteiro para novas eleições. Mas ainda não está claro se elas serão mantidas.

Um porta-voz da ONU disse à agência de notícias AFP que eles "ainda esperam por uma
resposta positiva".

Qual é a situação nas imediações de Trípoli?


As forças do Exército Nacional Líbio (ENL), lideradas pelo general Haftar, vêm realizando um
ataque multivariado contra Trípoli.

REUTERS

O ENL informou que realizou seu primeiro ataque aéreo no domingo - um dia depois de o
Governo de Unidade Nacional (GNA), apoiado pela ONU, atacá-lo com ataques aéreos.

Houve confrontos no entorno de um aeroporto desativado em Trípoli.

O primeiro-ministro, Fayez al-Serraj, disse no sábado que defenderá a capital. Ele disse ter
feito concessões ao general Haftar para evitar derramamento de sangue, mas acabou
"apunhalado pelas costas".

Quem já deixou o país?


O Comando dos Estados Unidos para a África - que é responsável pelas operações militares
dos EUA e pela ligação na África - disse que transferiu um contingente de forças dos EUA
para fora do país devido ao "aumento da agitação".

Houve relatos de que uma nave anfíbia rápida sendo usada na operação.

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A ministra das Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj, disse que o contingente total
de 15 membros da força de paz da Força de Reserva Central foi retirado de Trípoli porque a
situação na Líbia "piorou repentinamente".

A multinacional italiana de petróleo e gás Eni decidiu retirar todos os funcionários italianos do
país.

A ONU também deve retirar boa parte de sua equipe e manter apenas o essencial no país.

Há relatos de moradores de Trípoli terem começado a estocar alimentos e combustível. Mas


o editor de assuntos árabes da BBC, Sebastian Usher, diz que muitos dos que estão perto
dos combates hesitam em suas casas por medo de saques.

Líbios temem uma longa ofensiva em Trípoli, como a que o general Haftar adotou para tomar
a cidade de Benghazi, no leste, de milícias em 2017.

Quem é o general Haftar?


A Líbia foi destruída por uma série de conflitos desde a derrubada de Gaddafi em 2011.
Desde então dezenas de milícias operam no país.

O Governo de Unidade Nacional (GNA) foi criado durante negociações em 2015, mas tem
lutado para assegurar o controle nacional.

Recentemente houve uma polarização na disputa de poder: parte se aliou ao GNA, apoiada
pela ONU, sediada em Trípoli, e outra ao ENL, do general Haftar, que tem força no leste da
Líbia e recebe apoio do Egito e dos Emirados Árabes Unidos.

Haftar é parte do cenário político líbio há quatro décadas. Sua ascensão política e militar teve
um salto em 1969, quando ele ajudou o coronel Gaddafi a tomar o poder do rei Idris.

Ele subiu na hierarquia das Forças Armadas até os anos 1980, quando liderava as forças
líbias em um conflito no Chade e acabou derrotado, preso e abandonado por Gaddafi. Haftar
se exilou nos EUA, onde se aproximou das tentativas americanas de derrubar o mandatário
líbio.

Em 2011, ele retornou à Líbia durante a guerra civil que levaria à queda e morte de Gaddafi -
e no rescaldo se apresentou como o principal oponente de milícias islâmicas no leste da
Líbia.

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AFP

Por três anos ele lutou contra diversos grupos, incluindo os alinhados à al-Qaeda, na cidade
de Benghazi. Mas seus críticos acusaram-no de rotular de "terrorista" qualquer pessoa que
desafie sua autoridade.

Em 2015, o Parlamento eleito o nomeou como líder do Exército Nacional Líbio. Depois de
tomar o controle de Benghazi, ele voltou suas atenções para o cargo mais alto do país. Mas
um de seus principais obstáculos é uma cláusula no acordo intermediado pela ONU que
impede que uma figura militar assuma o cargo político.

Em janeiro deste ano, suas forças lançaram uma ofensiva para tomar dois campos de
petróleo no sul do país. Estima-se que ele controle a maior parte das reservas de petróleo da
Líbia.

Ele tem apoio internacional?


Sim, há muito tempo. Haftar tem o apoio do Egito e dos Emirados Árabes Unidos - e fez uma
visita à Arábia Saudita uma semana antes de lançar a ofensiva em Trípoli. O general Haftar
fez várias viagens à Rússia, foi recebido em um porta-aviões russo na Líbia e no domingo a
Rússia vetou uma declaração do Conselho de Segurança da ONU condenando seu avanço
sobre Trípoli.

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AFP

A França, que assumiu um papel de mediação, negou tomar partido apesar das suspeitas
sobre sua relação com o general. O presidente francês, Emmanuel Macron, foi o primeiro
líder ocidental a convidá-lo para a Europa em conversações de paz, e a França lançou
ataques aéreos em apoio às forças do general Haftar em fevereiro. Eles atacaram as forças
da oposição chadiana que lutavam contra o ENL no sul.

Observadores dizem que a participação de Haftar em conversas na França, Itália e Emirados


Árabes Unidos buscava mais posicioná-lo no cenário internacional do que buscar um acordo.

A maioria das nações ocidentais apoia o governo de unidade. Desde a ofensiva em Trípoli, a
ONU, os EUA e a União Europeia pediram a interrupção imediata dos combates e das
negociações que envolvem Haftar.

Analistas dizem que Haftar pode ter feito esse movimento porque a ONU anunciou uma
"conferência nacional" na cidade líbia de Ghadames, que será realizada entre 14 e 16 de
abril, para discutir com comunidades locais um roteiro para eleições no país.

Com mais território sob seu controle, Haftar pode sentir que tem à mão algo mais forte que
qualquer mesa de negociação.

Em entrevista em abril de 2016, o presidente americano Barack Obama disse que o pior erro
de seu governo foi não ter preparado o terreno para a sucessão de Gaddafi.

De volta à estaca zero?


Análise de Rana Jawad, correspondente da BBC North Africa, em Tunis

A ofensiva do perigoso general sugere que, apesar da condenação internacional de seus


recentes movimentos, ele acredita que só pode assegurar um lugar na futura composição
política da Líbia por meios militares.

Diplomatas estão preocupados porque a maneira e o timing do ataque significam que é


improvável que ele recue, a menos que seja derrotado.

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Poucos pensaram que ele iria em frente e lançaria esta operação - algo que Haftar ameaçava
fazer havia muito tempo - porque acreditavam que as conversas em andamento que o
levaram a Paris, Palermo e Emirados Árabes Unidos serviriam para ganhar tempo até que
um novo acordo político fosse alcançado por meio de negociações e de um eventual
processo eleitoral.

Hoje, as nações ocidentais têm poucas cartas para tentar reduzir a violência e, mais uma
vez, encontram-se em uma posição em que talvez precisem começar todo o processo do
zero.

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