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Aconselhe a Palavra
D a v i d A . Po w l i s o n 1
“Ó Senhor, Tu atingiste meu coração com revela Aquele que fala, Aquele que lhe diz o
a Tua Palavra e eu Te amei”. que você precisa fazer para se arrepender e
Agostinho expressou desta maneira a aprender a confiar nEle, amá-lO e obedecê-
experiência de todo crente verdadeiro. A lO. Quando acolhida, a Palavra provoca
Palavra de Deus é viva e ativa: ela atinge mudanças em você — o bom solo produz
o âmago da questão, convencendo-o de bom fruto. Quando rejeitada ou ignorada,
pecado, convencendo-o da graça de Deus a Palavra também produz mudanças em
em Cristo Jesus. Esta Palavra é eficaz para você — o coração torna-se cada vez mais
despertar o seu amor e poderosa para renovar duro, cego e surdo.
a sua mente. Ela o guia, protege e pastoreia As Coletâneas de Aconselhamento Bíblico
sabiamente ao longo do caminho. dedicam-se a aplicar a Palavra de Deus ao
Por que a Palavra é tão poderosa? Ela aconselhamento. Isso lhe parece uma decla-
tem poder porque é a “Tua Palavra, ó Se- ração de propósito inusitada? Se eu tivesse
nhor”. A Palavra não é uma nobre filosofia apresentado uma revista dedicada a “aplicar
humana. Não é um encantamento mágico. A a Palavra de Deus à pregação”, você teria
Palavra é aquilo que Deus diz a respeito dEle franzido a testa e me dirigido um olhar in-
mesmo e da Sua vontade, a respeito de você dagador: “O que você quer dizer? O conteúdo
e do mundo em que você vive. A Palavra da pregação é a Palavra de Deus aplicada à
nossa vida. Qualquer conteúdo alternativo é
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Tradução e adaptação de Counsel the Word. Publicado uma religião falsa e uma invenção humana!
em The Journal of Biblical Counseling v. 11, n.2, Winter O que você quer dizer com ‘aplicar a Palavra
1993, p. 2-3. de Deus à pregação’?”.
David Powlison é editor de The Journal of Biblical A área do aconselhamento tem se divor-
Counseling, cujos artigos estão traduzidos para o ciado da Palavra. Na mente da maioria das
português e reunidos nas Coletâneas de Aconselhamento
Bíblico. pessoas, aconselhamento é algo essencial-
Jo h n B e t t l e r 1
Certa vez, recebi um telefonema de Se Melville tivesse tido acesso a esta ma-
uma companhia de pesquisa de marketing ravilhosa ferramenta, Moby Dick teria sido
perguntando-me sobre determinado pro- um campeão de vendas enquanto ele ainda
grama de televisão. Fiquei curioso, visto estava vivo. Mas é evidente que teriam sido
que minha família costumava assistir com necessárias algumas alterações. O início da
freqüência ao programa. Mas o encaminha- história poderia ficar inalterado, mas o nome
mento das perguntas desapontou-me, e logo teria que mudar. “Meu nome é Lance” ou “A
fiquei irritado. Não fizeram perguntas sobre tempestade” soaria melhor, você não acha?
o enredo, o crescimento dos personagens O capitão Ahab passaria a ser um velho ma-
no desenrolar da história ou a interação rujo rabugento com um coração de ouro, e
do programa com a sociedade atual. Pelo os marinheiros de Pequod participariam de
contrário, o entrevistador queria saber quais uma expedição para salvar as baleias. A não
os personagens de que gostávamos e se passa- ser estes detalhes, o restante da obra poderia
ríamos a gostar ainda mais do programa se muito bem ficar exatamente como está. E
determinado personagem fosse eliminado ou claro que sua mensagem perderia o sentido.
então tivesse seu papel ampliado. Não haveria uma verdade, do ponto de vista
Fascinante! Uma história escrita de do autor, transmitida em forma de drama.
acordo com a pesquisa de mercado. Des- Mas seria um sucesso de venda! Proporcio-
cubra o que agrada ao público e escreva. naria entretenimento e faria o leitor se sentir
bem consigo mesmo, sujeito a um mínimo
de estresse.
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Tradução e adaptação de Keep theTruth Alive.
Publicado em The Journal of Biblical Counseling. v. 15,
n.2, Winter 1997, p. 2-4.
Ganância, necessidades emocio-
John Bettler é um dos fundadores e diretor executivo
nais e ausência da verdade.
da Christian Counseling and Educational Foundation em Minha breve incursão no mundo da
Glenside, Pennsylvania. pesquisa de mercado e das artes oferece
Ja y E . A d a m s 1
Alguém que não sabe interpretar devi- O mau uso das Escrituras
damente a Palavra de Deus não sabe acon- Se você não está ainda bem certo a
selhar biblicamente. É errado identificar-se respeito daquilo de que estou falando, julgue
como conselheiro bíblico e ao mesmo tempo por si mesmo. Aqui estão alguns exemplos.
não levar em consideração um estudo sério Um conselheiro cristão citou uma declara-
da Palavra. Usar a Bíblia de modo superfi- ção de Oscar Pfister, o confidente de Freud:
cial e simplista, deixando muitas vezes de “Diga-me o que você encontra na Bíblia, e
representar corretamente o que Deus diz eu lhe direi quem você é”. E acrescentou: “A
na passagem a que nos referimos, é indes- Bíblia é um espelho no qual a pessoa projeta
culpável. Mas será que este problema de fato os conceitos de si mesma, para então recebê-
acontece? Minha resposta é “sim”. Se você já los de volta refletidos”. Ele disse ser esta a
leu umas poucas páginas da literatura evan- sua interpretação de Tiago 1.22-24. O que
gélica disponível na área de aconselhamento ele fez, na verdade, foi transformar a Bíblia
(estou falando da literatura evangélica de em um teste de Rorschach.
“aconselhamento cristão”, que se diz baseada Mais um exemplo: “Deus quer que
na Bíblia), você sabe que há problemas na amemos em nós mesmos a pessoa que Ele
maneira como a Bíblia é usada. criou à Sua imagem”. Você acredita que
Deus quer que você ame a pessoa que Ele
criou em você? Para que Deus o criou à Sua
1
Tradução e adaptação de Biblical Interpretation anal imagem? Para que você ame a Ele, e não a
Counseling. Publicado em The Journal of Biblical si mesmo! Se eu lhe entregar uma fotografia
Counseling v. 16, n.3, Spring 1998, p. 5-9. de minha esposa e lhe disser “Esta é minha
Jay Adams foi o primeiro portavoz do movimento de esposa”, qual será minha reação se você a
aconselhamento bíblico. Foi um dos fundadores da rasgar, jogar aos pedaços no chão, cuspir e
Christian Counseling and Educational Founda-tion,
em 1968, e atualmente é membro emérito do comitê
pisar? Faça isso e você se dará mal! Por quê?
diretivo. Será que o papel fotográfico é tão precioso?
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Por cerca de dez anos, até a metade da veram best-sellers defendendo que a dor e o
década de 90, para qualquer lado que você vazio emocionais desempenham um papel
se voltasse no mundo do aconselhamento primordial e determinante em nossa alma:
ou em uma livraria, você ouviria mencionar por exemplo, Inside Out (De Dentro para
como causa dos problemas da vida as expe- Fora, 1987) de Larry Crabb e Love is a Choice
riências penosas de ser usado e abusado por (O Amor é uma Escolha, 1989) de Robert
outras pessoas. As emoções desagradáveis Hemfelt, Frank Minirth e Paul Meier.2
e os comportamentos destrutivos eram O centro de ação estava nas experiên-
estimulados e orientados por um senso de cias da infância. Visto que as nossas famílias
mágoa e vazio proveniente de maus relacio- eram disfuncionais, encenávamos o papel de
namentos. Os livros Codependent No More um perdedor por nascença e de uma vítima
(Não Mais Codependente, 1987) de Melody infeliz - até que pudéssemos encontrar cura
Beattie e Homecoming (De Volta ao Lar, interior e satisfação emocional. “Por que meus
1990) de John Bradshaw foram amplamente pensamentos, sentimentos e comportamen-
vendidos. No mundo evangélico, as clínicas tos são maus? Eu sofri abuso. Meu pai é o
psiquiátricas particulares, que ofereciam responsável. Providencie relacionamentos de
também tratamentos com internação, cura para mim e ajude-me a ter pensamentos
prosperaram propondo essencialmente esta a meu respeito que promovam a cura”. Estes
mesma teoria: as clínicas Minirth-Meier foram os dias de glória do “ambiente em que
e Rapha, e o New Life Treatment Center fui criado” e, conseqüentemente, os dias de
(Centro de Tratamento Vida Nova). Os
psicólogos e psiquiatras evangélicos escre- 2
Inside Out é diferente de Love is a Choice em aspectos
que contam a favor de Crabb. Mas ambos ensinam
1
Tradução e adaptação de Biological Psychiatry Publicado que o mecanismo subjacente da alma é o coração
em The Joumal of Biblícal Counseling v. 17, n.3, Spring necessitado, ferido, cheio de anseios e vazio, que foi
1999, p. 2-8. vitimado e não é devidamente satisfeito por meio dos
relacionamentos.
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ADAMS, Jay. Depressão. In: The encyclopedia of
Christíanity. Marshlton, DE: The National Foundation
for Christian Education, 1972, v. 3. p. 362-3.
WELCH, Edward. Blame ir on lhe brain. Phillipsburg,
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Pa u l D . Tr i p p 1
Célia viera se aconselhar para “receber pessoal que precisavam ser penetradas, ou
ajuda em relacionamentos”. Ela se sentia “re- Célia jamais estaria na posição de uma
jeitada por todos” e, em lágrimas, descreveu verdadeira aconselhada. Ela estava ferida,
sua incapacidade de encontrar sequer um frustrada e exausta, mas por causa da sua
“amigo fiel”. Deus parecia bem distante, mas falta de visão, ela ainda não estava à procura
ainda assim Célia mantinha firme a idéia de de melhorar.
que não era uma pessoa “tão má”; com certe- Um dos efeitos trágicos da queda é a
za, ela não era ruim o suficiente para receber cegueira pessoal do coração. É um efeito
os “pontapés” que havia recebido. universal e um dos fatores que fazem o
Apesar de compadecer-me de Célia, eu aconselhamento bíblico ser tão difícil. Ela
também procurei fazê-la olhar para si mes- altera radicalmente o processo de coleta de
ma. Já que rejeição era o tema de sua vida, dados.
sugeri que deveríamos perguntar se ela estava Visto que o pecado é enganoso e as
fazendo alguma coisa que contribuísse para pessoas caídas são naturalmente cegas aos
o problema. Célia imediatamente tornou-se assuntos que dizem respeito a elas mesmas,
irritadiça e defensiva. Como conselheiro, o a coleta de dados deve sempre ter dois ob-
que eu deveria fazer em seguida? Eu preci- jetivos. Primeiro, o processo precisa dar ao
sava conhecer mais sobre ela; porém, mais conselheiro a informação necessária para
importante ainda, Célia precisava saber mais prover um aconselhamento bíblico sábio.
sobre si mesma. Havia paredes de cegueira Entretanto, um propósito ainda mais fun-
damental é que sejamos instrumentos do
Messias para abrir olhos que estão cegos há
1Tradução e adaptação de Opening Blind Eyes. Another
tanto tempo.
Look at Data Gathering. Publicado em The Journal of
Biblical Counseling. v. 14, n.2, Winter 1996, p. 6-11. Dar vista aos cegos é o coração da
Paul Tripp é diretor do ministério Changing Lives da missão messiânica de Cristo. Ansiando pela
Christian Counseling and Educational Foundation. vinda do Messias, lsaías disse: “então se abri-
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Em nosso artigo anterior, tratamos do enganoso facilmente me faz cego aos meus
problema da cegueira espiritual e seu poder pecados, preciso de outros crentes que me
para enganar. Vimos que as pessoas que estão amem o suficiente para mostrar minha vida
cegas espiritualmente não reconhecem seu sob a perspectiva de Deus. E eles precisam
estado de cegueira. Portanto, nós conselhei- que eu faça o mesmo com relação a eles. A
ros, devemos estar familiarizados com as natureza humana requer que cada um dos
várias máscaras que a cegueira espiritual usa. nossos relacionamentos tenha em vista o
A cegueira espiritual é sempre um elemento propósito de santificação.
presente no processo de aconselhamento e, Hebreus 3.12,13 resume a questão des-
como conselheiros bíblicos, precisamos estar ta maneira: “Tende cuidado irmãos, jamais
preparados para lidar com ela. aconteça haver em qualquer de vós perverso
Mas é importante lembrar que este não coração de incredulidade que vos afaste do
é um problema que diz respeito somente aos Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mu-
aconselhados. Quando prestamos atenção à tuamente cada dia, durante o tempo que se
admoestação bíblica de que todos nós somos chama Hoje, a fim de que nenhum de vós
por natureza pecadores e espiritualmente seja endurecido pelo engano do pecado”.
cegos, percebemos o quanto nós, como Note que, de acordo com esta pas-
conselheiros, precisamos da mutualidade sagem, o que me move a este ministério
do ministério de uns aos outros que o Novo interpessoal diário não é uma situação, ou
Testamento destaca como parte essencial seja, um pecado ou problema que exija
da vida da igreja. Visto que o meu coração mudança e que eu observei em você. Antes,
o que determina meu envolvimento é uma
condição - o pecado que habita no homem e
1
Tradução e adaptação de Data Gathering. Part 2: What
seu poder para cegar e endurecer o coração.
the Counselor Brings to the Process. Publicado em The
Journal of Biblical Counseling. v. 14, n.3, Spring 1996, Enquanto o pecado perdurar, a cegueira es-
p. 8-14. piritual existirá e continuará a exigir de nós
Pa u l D . Tr i p p 1
O Salmo 36.2-4 retrata poderosamente a ver com cegueira, ou seja, o fato de não
a realidade da cegueira espiritual e seu efeito ver o que precisa ser visto para que eu possa
na maneira de viver de uma pessoa: viver como Deus me chamou para viver. O
Porque a transgressão o lisonjeia a pecador é ao mesmo tempo intencionalmente
seus olhos e lhe diz que a sua ini- cego e cegamente intencionado. Sendo assim,
quidade não há de ser descoberta nós conselheiros estamos sempre lidando
nem detestada. As palavras de sua com a cegueira espiritual no nosso aconse-
boca são malícia e dolo; abjurou o lhamento, quer o percebamos ou não.
discernimento e a prática do bem. O Salmo 36 tem muito a nos ensinar a
No seu leito maquina a perversida- este respeito. Primeiro, dá-nos uma noção de
de, detém-se em caminho que não é como a cegueira espiritual funciona: “Porque
bom, não se desapega do mal. a transgressão o lisonjeia a seus próprios
Esta realidade do coração humano olhos e lhe diz que a sua iniquidade não há
leva o conselheiro bíblico a ver o processo de ser descoberta”. O indivíduo espiritu-
de coleta de dados não apenas como meio almente cego “pensa de si mesmo além do
de conhecer o aconselhado, mas também que deveria pensar”, e sua justiça própria faz
de ajudar o aconselhado para que comece com que fique cego ao pecado em sua vida.
a ver a si mesmo com uma clareza bíblica Ele não odeia o seu pecado porque não se
nova. O pecado não é apenas intencional, ou considera capaz de praticar tais coisas. Em
seja, um passo consciente além dos limites vez disso, defende-se, desculpa-se, racionali-
traçados por Deus. O pecado também tem za, reformula e justifica seu pecado. Alguém
espiritualmente cego não tem sensibilidade
bíblica ou aversão ao pecado.
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Tradução e adaptação de Strategies for Opening O Salmo 36 também mostra que se eu
Blind Eyes: Data Gathering Part3.
Publicado em The Journal of Biblical Counseling não for sensível a meu pecado, odiando-o
v. 15, n.l, Fall 1996, p. 42-51. e abandonando-o, persistirei nele cada vez
Perguntas que revelam o coração (em busca de temas comuns e padrões de comportamento)
As Escrituras nos ajudam a ganhar entendimento sobre o coração e aquilo que controla o
seu funcionamento. Damos aqui alguns exemplos. Estas perguntas têm o propósito de ajudar
os aconselhados a examinar os temas comuns em seus pensamentos, motivações e desejos para
que comecem a reconhecer o(s) verdadeiro(s) tesouro(s) de seu coração e como esses tesouros
moldam a maneira de reagir a Deus, outras pessoas e situações da vida.
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Uma das marcas metodológicas do porque seu uso é motivado pelas doutrinas
aconselhamento bíblico é o uso frequente centrais das Escrituras. Para o conselheiro
de tarefas práticas. Tarefas bem preparadas bíblico, teologia não é apenas uma questão
e apropriadas podem desempenhar um de conteúdo de fé e prática. A teologia bíblica
papel significativo no aconselhamento e no e exegeticamente fundamentada também
processo de mudança. Jay Adams escreveu: trata do processo de mudança de crenças e
“Os conselheiros bíblicos descobriram que comportamentos no que diz respeito tanto
as tarefas práticas são uma das forças mais aos métodos de aconselhamento (do ponto
vitais e eficazes que eles têm a seu dispor no de vista do conselheiro) como à santificação
aconselhamento”.2 Mas por que usar tarefas progressiva (do ponto de vista do aconse-
práticas? Certamente não encontramos tex- lhado). Os métodos de aconselhamento
tos bíblicos que ordenem diretamente o seu bíblico têm seu alicerce em uma teologia
uso. Jesus não disse ao jovem rico para listar bíblica. O que o conselheiro bíblico faz no
seus erros diários durante uma semana e aconselhamento - e pede ao aconselhado
voltar na semana seguinte! Será que o uso de para fazer - deve ter a mesma consistência
tarefas práticas não passa da mera descoberta bíblica daquilo que ele diz. As tarefas são
de uma técnica pragmática? uma extensão lógica e prática das crenças
Tarefas práticas têm sido uma ênfa- que distinguem o aconselhamento bíblico
se constante no aconselhamento bíblico dos demais sistemas de aconselhamento.
Neste artigo, trato de cinco doutrinas
que nos incitam ao uso de tarefas práticas.
Tradução e adaptação de Homework and Biblical
1 Uma vez estabelecida a base teórica para
Counseling. Publicado em The Journal of Biblical o uso e a formulação de tarefas, em outro
Counseling v. 11, n.2, Winter 1993, p. 21-25. artigo trabalharei tipos específicos de tarefas
2
ADAMS, Jay E. Ready to restore. Phillpsburg, N.J.: apropriadas para as diferentes fases do pro-
Presbyterian and Reformed, 1981, p. 72. cesso de aconselhamento e mudança.
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“Você tem mais problemas do que “Eu não permitirei que você seja ten-
pode suportar” tado além do que pode suportar”
(Em que ocasiões você se sentiu sobrecarre- (Quais os recursos para lidar com os proble-
gado?). mas que estão presentes em sua vida?).
“Você está preso em uma armadilha “Eu darei um meio de escape para
e não há meio de escape” que você possa permanecer firme”
(Liste os problemas que você está enfrentan- (Identifique mudanças pessoais que podem
do e que lhe parecem não ter solução). capacitá-lo para lidar com aspectos difíceis em
sua situação).
“O Grande Quadro”
SITUAÇÃO:
O QUE ESTÁ ACONTECENDO? (Circunstâncias, comportamento de outras pessoas)
FRUTO:
COMO VOCÊ ESTÁ RESPONDENDO À SITUAÇÃO? (emoções, ações, reações)
RAÍZES:
O QUE VOCÊ PENSA A RESPEITO DA SITUAÇÃO? (o que pensa a respeito de Deus, de você
mesmo, de outros, da vida)
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2Samuel 12.24-25 11
Por exemplo, versículos 2-5, 12, 17, 18, 25
Liste cinco possíveis reações que alguém poderia ter à situação acima e,
para cada resposta, estabeleça uma razão ou o propósito a alcançar.
REAÇÃO RAZÃO
1. 1.
2. 2.
3. 3.
4. 4.
5. 5.
1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
7 7
8 8
9 9
10 10
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Eu estava no segundo grau e em meu Inclui não apenas as palavras que dizemos,
primeiro emprego quando, pela primeira mas também aquelas que deixamos de dizer.
vez, enfrentei um grande problema fora do O falar que edifica diz respeito a estarmos
contexto familiar. Meus colegas de trabalho preparados para usar as palavras certas, no
estavam roubando e causando prejuízos à fir- momento certo, praticando domínio pró-
ma. Eu sabia quem era o culpado, mas meu prio. É não deixarmos que nosso discurso
chefe não sabia. Eu não queria me envolver seja dirigido pela impulsividade e pelos
com o que estava acontecendo e, muito me- desejos pessoais, mas comunicarmos tendo
nos, queria ser culpado de algo que eu não em vista os propósitos divinos. É colocarmos
havia feito. Embora eu soubesse que preci- em prática a fé necessária para ser parte
sava falar com meu chefe e, possivelmente, da obra que Deus está realizando naquele
com meus colegas de trabalho, eu estava com momento.
medo. Tomei coragem para conversar com
meu pai sobre o que estava acontecendo e ele Quando as palavras destroem
admitiu que eu precisava falar com as pessoas Embora João e Beatriz fossem pessoas
envolvidas. “Seja cuidadoso, filho. Escolha bastante perceptivas, eles nunca tinham sido
as suas palavra com cuidado”, foi o que meu capazes de resolver os problemas em seu
pai me disse. Uma maneira amável de dizer relacionamento. Na época em que come-
que eu precisava comunicar com propósito çamos a nos encontrar, as brigas conjugais
definido e domínio próprio. eram intensas. Nos últimos dois anos, João
O falar que edifica tem tudo a ver com havia saído de casa três vezes, por períodos
a escolha cuidadosa das nossas palavras. que variaram de duas semanas a um mês.
Beatriz havia saído uma vez para “férias
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Tradução e adaptação de Speaking Redemptively prolongadas” na casa dos pais. Eu tinha
Publicado em The Journal of Biblical Counseling. v. 16, diante de mim dois cristãos, casados há
n.3, Spring 1998, p. 10-18. vinte anos, com uma compreensão sólida
E . B ra d l e y B e e v e r s 1