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10/04/2019 Fato sociológico: Lévi-Strauss: Eficácia simbólica, interação social e xamanismo

mais vivy.faria@gmail.com Painel Sair

Fato sociológico
A sociologia é “esse modo de pensar que se declara disposto a penetrar o desconhecido”. (Émile
Durkheim, As regras do método sociológico, 1896)

"Fato Sociológico" é um Web Log desenvolvido para a discussão sociológica, em seus aspectos
epistemológicos, teóricos e metodológicos. Criado em 21 de maio de 2010, o projeto visa a constituição
de um espaço de exposição, discussão e interlocução de ideias sobre o pensamento social e as tradições
sociológicas, aberto ao público e sem fins comerciais. As mensagens aqui postadas visam a informação e
a divulgação de questões pertinentes, sem qualquer intenção de denegrir a imagem de instituições,
pessoas ou organizações. Entendemos que as imagens compiladas são de domínio público, e
acreditamos no bom senso dos detentores de seus direitos autorais em permitir o uso irrestrito dos
materiais, por isso nos dispomos a promover o merecido reconhecimento quando solicitado.

SEX TA-FEIRA, 15 DE OUTUBRO DE 2010


Editor de Fato
sociológico Lévi-Strauss: Eficácia simbólica, interação social e
Minha foto xamanismo
Xamã é uma figura social que significa alguém que sabe, um sábio. O
xamanismo é uma expressão concreta daquilo que Lévi-Strauss define
como eficácia simbólica, que implica processos de interação social.

“...As raízes do xamanismo são arcaicas, e alguns antropólogos chegam a


DANIEL G MOCELIN pensar que elas recuam até quase tão longe quanto a própria consciência
PORTO ALEGRE, RIO humana.As origens do xamanismo datam de 40.000 a 50.000 anos, na
GRANDE DO SUL, Idade da Pedra. Antropólogos têm estudado xamanismo nas Américas; do
BRAZIL Norte, Central, Sul. Na África, entre os povos aborígines da Austrália, entre
Daniel Gustavo Mocelin é os Esquimós, na Indonésia, Malásia, Senegal, Patagonia, Sibéria, Bali,
sociólogo, Doutor (2011) e Velha Inglaterra e ao redor da Europa, no Tibet onde o xamanismo Bon
Mestre em Sociologia (2006) segue a linha do Budismo Tibetano, em todos os lugares ao redor do
e Bacharel (2002) e mundo. Seus traços estão presentes nas Grandes religiões”. (Leo Artese)
Licenciado (2008) em
Ciências Sociais pela
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Atua nas áreas No artigo “o
de relações de emprego e de feiticeiro e sua
trabalho; sociologia do magia”, Lévi-
conhecimento; movimentos Strauss
sociais; metodologia da apresenta relatos
pesquisa sociológica; e etnográficos
fundamentos da sociologia. onde procura
Visualizar meu perfil mostrar os
completo mecanismos
psico-fisiológicos
Mais sobre o editor embutidos
dentro do
de Fato sociológico processo de
Currículo Lattes construção
Grupo de pesquisa daquilo que
chama eficácia simbólica. Durante o artigo, Strauss vai nos remeter a
relatos onde procura apresentar sua concepção a partir do método

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Produções do editor estrutural. A idéia é de que o feiticeiro não seria “tanto” (quanto ele parece
a primeira vista) porque ele apenas realiza a cura. Na própria concepção de
de Fato sociológico feiticeiro do grupo está embricada a idéia de poder que causa alguma
Cad. CRH n°66 (2012) coisa. Seria um tipo de “carisma” transportado do grupo para um
RCS UFC V. 42 n°2 (2011) indivíduo, embasado totalmente sobre seu inter-relacionamento. Lévi-
R. Soc.Polít. n° 38 (2011) Strauss inicia sua argumentação para a compreensão do processo da
Rev. Abet n° 2 (2010) eficácia simbólica a partir de um artigo de W.B. CANNON, “Voodoo
Sociologias n°23 (2010) Death”, de 1942, onde relata que
RBPG n°11 (2009)
RPot n°2 (2009) “um indivíduo, consciente de ser objeto de um malefício, é intimamente
Derad006 (2009) persuadido, pelas mais solenes tradições de seu grupo, de que está
Sociologias n°18 (2008) condenado; parentes e amigos participam desta certeza. Desde então a
SBSResenhas n° 4 (2008) comunidade se retrai: afasta-se do maldito, conduz-se a seu respeito não
Cad. CRH n°53 (2008) só como se fosse, não apenas já morto, mas fonte de perigo para seu grupo.
Cad. CRH n°50 (2007) (...) o enfeitiçado cede à ação combinada de intenso terror que
Enciclopédia INEP (2006) experimenta, da retirada súbita total dos múltiplos sistemas de referência
Sociologias n°11 (2004) fornecidos pela convivência do grupo. (...) A integridade física não resiste à
dissolução da personalidade social".
Seguidores de Fato
sociológico
A psicologia do feiticeiro é um
processo complexo que liga
três elementos básicos: o
xamã, o doente e o público. São
três elementos indissociáveis
que envolvem esse complexo
xamanístico. Mas vê-se que
eles se organizam em torno de
dois pólos, formados, um pela
experiência íntima do xamã, o
outro pelo consensus coletivo.
Não existe razão para duvidar,
efetivamente, que os
feiticeiros, ou ao menos os
mais sinceros dentre eles,
acreditam em sua missão. O
xamã não é completamente
desprovido de conhecimentos
positivos e técnicas
experimentais. É provável que
os médicos primitivos, do mesmo modo que seus colegas civilizados,
curem pelo menos uma parte dos casos de que cuidam, e que, sem esta
eficácia relativa, os usos mágicos não poderiam conhecer a vasta difusão
que os caracteriza. Acreditamos nos médicos de hoje por causa de seu
mana, sua reputação. É um caso semelhante ao do xamã. Ele só cura
porque é tido como um grande feiticeiro. Quesalid não se tornou um
grande feiticeiro porque curava seus doentes, ele curava seus doentes
porque tinha se tornado um grande feiticeiro. Este é o polo coletivo do
sistema. Os rivais de Quesalid derrocaram, tornando-se motivo de chacota
por sua vergonha, sentimento social por excelência. Isto é o
desaparecimento do consensus social. Para STRAUSS

“o problema fundamental é, pois, o da relação entre um indivíduo e o


grupo, ou; mais exatamente, entre um certo tipo de indivíduo e certas
exigências do grupo.”

Nessa perspectiva, percebemos que as interpretações divergentes não são


evocadas pela consciência individual, mas antes como fatores
complementares de uma consciência coletiva. Para Lévi-Strauss, o par
feiticeiro-doente encarna concretamente para o grupo um antagonismo
próprio a todo o pensamento. O paciente aparece como passivo, alienado;
o feiticeiro é atividade, extravasamento de si mesmo. A relação entre estes
dois pólos opostos vai ser a cura, assegurando a passagem de um a outro,
manifestando, numa experiência total, a coerência do universo psíquico,
este projeção do universo social. A magia do processo readapta ao grupo
problemas pré-definidos por intermédio do doente. O valor do sistema não
se funda em curas reais que beneficiam indivíduos particulares; mas no
sentimento de segurança trazido ao grupo pelo mito que fundamenta a

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Seguidores (143) cura, reconstituindo todo o seu universo dentro do sistema popular. É a
Próxima assimilação de experiências informes e afetivas incorporadas na cultura do
grupo que produzem o único meio de objetivar os estados subjetivos e
formular impressões informuláveis, integrando experiências inarticuladas
em sistema. A doença era uma desorganização cosmológica que afligia o
grupo, e o xamã, cumprindo seu papel, reorganiza o grupo através da cura
do paciente.

Reflexão com base no texto:


LÉVI-STRAUSS, Claude. O Feiticeiro e sua Magia. In: Antropologia
Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.
Postado por Daniel G Mocelin às 17:14
Marcadores: Antropologia social e cultural , Relação indivíduo e sociedade , Teoria

5 comentários:

Anônimo 21 de novembro de 2015 14:51


Muito bom o texto. Obrigada.
Seguir Responder

luzete lessa 5 de abril de 2016 09:34


nota 10
Responder

Sandra Ryra 10 de julho de 2017 18:23


gostei do resumo, muito bom!
Responder

Unknown 11 de julho de 2017 11:43


otimo
Responder

Josa Medeiros 18 de abril de 2018 13:34


valeu pela postagem...
Responder

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Um humano, ser humano,


pessoa, gente ou homem é um
animal membro da espécie de
primata bípede Homo
sapiens, pertencente ao
género Homo, família
Hominidae
(taxonomicamente Homo
sapiens - latim: "homem
sábio"). Os membros dessa
espécie têm um cérebro
altamente desenvolvido, com
inúmeras capacidades como o
raciocínio abstrato, a
linguagem, a introspecção e a
resolução de problemas. Esta
capacidade mental, associada
a um corpo ereto
possibilitaram o uso dos
braços para manipular
objetos, fator que permitiu
aos humanos a criação e a
utilização de ferramentas para
alterar o ambiente a sua volta
mais do que qualquer outra
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emerge de uma genialidade nata, mas ele é construído no seio das trajetórias pessoais e acadêmicas, que
acontecem sob uma conjuntura social, política e econômica singular. O pensamento de um autor surge
do diálogo crítico que estabeleceram com outros autores e pensamentos prévios, diálogo que pode ser de

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influência, confrontação, oposição, descendência intelectual, descendência familiar ou mesmo de
amizade. O que surge dessa relação é uma síntese que supera os pensamentos originais, mas que não é
nem melhor nem pior que sua origem, pois que as novas teorias se constituem de conservações
aprimoradas de postulados originais.

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Schumpeter, Adorno, Marcuse, Mead, Goffman, Mills, Habermas, Castells, Giddens, Honnet;
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