Sie sind auf Seite 1von 4

PROJETO DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL / PROFISSIONAL / DE CARREIRA

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

ATIVIDADE EXPLORATÓRIA – CIDADE DAS PROFISSÕES SEM NOME – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Apresentando a Cidade das Profissões Sem Nome

Instruções para o Orientador:


Mais vale acender uma vela do que maldizer a escuridão.
(Sabedoria chinesa)

A Cidade das Profissões Sem Nome (CPSN) integra o atendimento em Orientação Profissional com a
abordagem psicopedagógica utilizada na Metodologia da Ativação da Aprendizagem. Essa abordagem apóia-
se no Planejamento por Objetivos que serve de base para nossa prática e é tida como referencial para o
trabalho de outros profissionais desde a década de 70 (SILVA; JACQUEMIN, 2001).
Essa técnica foi criada especificamente para ativar as identificações com o mundo do trabalho, e sua
importância reside em fornecer ao Orientando um espelho para que ele se olhe a se reconheça.
A CPSN representa uma situação simulada localizada no Planejamento por Objetivos na etapa
correspondente à percepção dinâmica do mundo que inclui outros recursos de ativação. É utilizada antes das
informações objetivas sobre as profissões para que o Orientando estabeleça conexões entre o que percebe de
si e do mundo do trabalho.
Para promover a aprendizagem da escolha da profissão, é preciso trabalhar a relação das
características externas das profissões e as características internas de quem escolhe, uma vez que “a
aprendizagem do processo decisório contribui para a construção da identidade profissional a partir de
identificações percebidas no processo de desenvolvimento pessoa.” (HISSA, PINHEIRO, 2002, p.137).
A CSPN possibilita que o Orientado, a partir da análise das atividades apresentadas, construa
conceitos sobre si mesmo, tome contato com o que valoriza no mundo das profissões e participe ativamente
da estruturação de um futuro papel profissional. Na CPSN as imagens ocupacionais são abordadas de modo
consciente, criando condições para que conceitos, preconceitos e estereótipos sejam trabalhados
cognitivamente de forma eficiente e eficaz.
A tomada de decisão do Orientando requer informações que produzam um conhecimento objetivo
sobre as profissões, situando suas características, sua forma e seu conteúdo para que possam ser localizadas
as identificações representadas pelas atividades que compõem o recurso técnico.
Para realizar a proposta trazida pela CPSN, o Orientando explora idéias, categoriza dados, avalia
critérios, hierarquiza valores, analisa motivos, realiza previsões e relaciona fatores pessoais com os das
atividades listadas.
A aprendizagem da escolha articula-se ao redor dos quatro princípios do processo operatório que se
produzem de modo interdependente no qual um se acopla ao seguinte e assim por diante. Esse é um
referencial teórico explicitado no modelo de trabalho desenvolvido no Canadá por Pelletier, Noiseux e Bujold
(1977) e que encontra reforço no que é exposto pela equipe do CIFOB (Centre d’Information sur La Formation
Profissionelle, em Bourgogne , 2002):
O primeiro princípio consiste na exploração para que a pessoa possa se imaginar em
atividades profissionais, investigar informações sobre ela mesma e o meio, conhecer
informações não habituais ou pouco acessíveis a ela. O segundo princípio chamado de
categorização permite colocar ordem nas informações captadas quanto aos
interesses e às preferências. O princípio seguinte é a especificação que estimula nas
pessoas os processos de avaliação de acordo com duas opções: a desejabilidade e a
probabilidade. O último princípio, a realização, leva a pessoa a transformar suas
escolhas em objetivos de ação.

Faculdade Pitágoras de Ipatinga


Orientação Vocacional – Orientação Profissional – Orientação de Carreira
Esses fundamentos formam a base da construção da CPSN cujo resultado repousa nos princípios da
ativação da aprendizagem: a ativação do desenvolvimento passa pelas experiências que devem ser vividas e
tratadas cognitivamente para que sejam integradas nos níveis lógico e psicológico (HISSA; PINHEIRO, 2002).
As ações apresentadas na CPSN contribuem para que o Orientando tenha consciência de seus
interesses, habilidades, gostos, preferências, estilo pessoal e aspirações.

Objetivo da CPSN
Permitir ao Orientando selecionar, escolher e decidir com quais atividades se identifica a fim de
construir um papel profissional, pelo qual possa expressar formas e conteúdos da ocupação, que se veria
exercendo numa cidade onde as profissões não têm os nomes convencionais.

Construção da CPSN
Para delimitação do campo perceptivo, foi utilizado o esquema teórico da classificação de Roe (1956),
por grupos e níveis representando o mundo do trabalho que funcionou como estrutura básica para a
elaboração das 58 frases, compondo uma listagem que descreve formas e conteúdos de atividades
profissionais. A ordem da distribuição das 58 frases foi estabelecida por sorteio. O instrumento apresenta
ainda um etc. como a opção cinqüenta e nove com o objetivo de permitir ao Orientando ter alternativa para
incluir atividades que representem interesses não identificados nas atividades apresentadas.
A redação das atividades apoiou-se na classificação dos oito grupos de Roe (1956), atualizada e
transformada para campos de trabalho (Anexo 2) numa visão contemporânea do mundo (HISSA; PINHEIRO,
1998).
Procurou-se encontrar uma representatividade equilibrada entre os oito campos, existindo uma
interdependência entre eles. Algumas descrições ocupacionais pertencem a mais de um campo oque vem
atender a um dos objetivos da tarefa operatória.
A CPSN está contida na etapa percepção dinâmica do mundo do processo de desenvolvimento
pessoal. Com a técnica RP (Realidade Profissional) ocorre o estabelecimento de relação entre áreas
produtivas, campos de trabalho e profissões (HISSA; PINHEIRO, 1998).

Destacando resultados
A satisfação em compartilharmos a importância da CPSN para a ampliação das identificações
ocupacionais é reforçada com a aplicação desse instrumento no atendimento das pessoas que utilizam nossos
serviços. Verificamos a riqueza da aprendizagem que ocorre quando o Orientando, por meio de uma atuação
que permita perceber, sentir e pensar, estrutura um significado para sua vida na construção de um papel
profissional.
Esse instrumento expressa uma visão sistêmica e construtivista constituída a partir da compreensão
de que a problemática ligada à escolha em geral está presente m qualquer época da história do indivíduo, mas
o problema específico da escolha da profissão está situado no momento de sua trajetória pessoal,
correspondente à decisão de entrar par o mundo do trabalho.
A validade da CPSN, como instrumento, vem sendo verificada empiricamente ao longo de nosso
percurso profissional e, após muitos anos de uso, comprovamos que esse instrumento possibilita ao
Orientando:
 Explorar seus interesses e perceber preferências em relação ao futuro;
 Ter um contato ativo com a informação que deve ir além dos dados objetivos sobre as profissões;
 Visualizar referenciais ocupacionais, analisar dados e confrontá-los com infomrações já existentes,
valorizando seus conhecimentos;
 Trabalhar possíveis preconceitos, estereótipos e distorções sobre o mundo da produção;

Faculdade Pitágoras de Ipatinga


Orientação Vocacional – Orientação Profissional – Orientação de Carreira
 Articular dados em um todo coerente para desenvolver uma compreensão sistêmica e integrada do
mundo;
 Ter consciência de identificações construídas no decorrer de sua trajetória pessoal e relacioná-las ao papel
profissional que quer vir a exercer;
 Construir um estilo de vida que quer para si, coerente com seu estilo e características pessoais;
 Dissolver ansiedades e esclarecer fantasias diante do desconhecido;
 Comprometer-se com sua escolha de maneira consciente e responsável.
 Compreender que existe um conjunto de fatores que integram uma profissão, sendo necessário encontrar
respostas para as perguntas: quem, o que, como, onde, por que e para que escolhe?;
 Engajar-se em uma busca ativa de identificações no processo de desenvolvimento de sua identidade
profissional.
A informação trabalhada na CPSN é parte de um processo global que envolve a estrutura da
personalidade de quem escolhe, sendo que a decisão quanto à profissão é um ato que resulta de uma
pluralidade de fatores que interagem e coexistem formando as identificações no decorrer da trajetória de
vida.
É possível afirmar que a construção da identidade ocupacional está diretamente vinculada à identidade
pessoal e inclui as identificações do indivíduo feitas ao longo de sua vida, inseridas na estrutura social na qual
os papéis são desempenhados.

Tecendo considerações
A perspectiva construtivista na qual este capítulo se apóia ressalta a essência exploratória e aberta da
intervenção em que cada indivíduo deve ser considerado único para ter sua própria compreensão das
propostas realizadas. Mahoney (1998, p. 114) afirma que “cada pessoa revela-se como uma expressão singular
dos contínuos processos auto-organizadores”.
Deve ser dada uma ênfase na participação ativa do Orientando na elaboração de sua autopercepção e o
importante é que as técnicas sejam adequadas ao nível de desenvolvimento em que ele se encontra.
Na Orientação Profissional é estabelecida uma forma especial de relacionamento do Orientador com o
Orientando, relacionamento este que se constitui em uma fonte de informações, de segurança e de cuidados
na qual podem ser experimentados e explorados padrões alternativos de ação.
É preciso que haja respeito pela sabedoria do indivíduo por ter encontrado sua própria maneira de lidar
com suas circunstâncias de vida. Assim, a lógica da pessoa é valorizada, afirmando-se suas realidades
pessoais fundamentalmente como soluções criativas para uma história complexa de desafios.
O Orientador deve propor atividades que favoreçam o desenvolvimento do indivíduo para que surjam
decisões que tragam satisfação, pois “na ótica construtivista a diversidade e a criatividade repousam no cerne
da conceitualização e da prática de uma intervenção”. (MAHONEY, 1998, 114).
As identificações se processam a partir das percepções do indivíduo em uma dinâmica à qual se aplicam
conceitos da Gestalt na ativação da aprendizagem.

A aplicação dos princípios da Gestalt na abordagem psicopedagógica utilizada em


Profissional permite compreender como a pessoa estrutura sua experiência presente
para ampliar a percepção de si, num contato criativo com o meio, favorecendo as
condições para o equilíbrio, integração e crescimento pessoais. (HISSA; PINHEIRO, 2002, p. 139).

Com o trabalho de Orientação Profissional, o jovem pode apropriar-se de sua história ao participar de
propostas que lhe permitam, de forma intencional, perceber que irá agregar mais um papel a sua vida,
situando suas preferências em um processo de seleção, escolha e decisão da profissão.
A aplicação da CPSN tem sido, também, de grande valia no atendimento a adultos que buscam a
Orientação Profissional em diferentes momentos de sua carreira profissional. Possibilita que revejam suas

Faculdade Pitágoras de Ipatinga


Orientação Vocacional – Orientação Profissional – Orientação de Carreira
identificações para decidir o que querem manter, mudar, transformar e acrescentar no desenvolvimento de
suas carreiras.
No exercício da atividade profissional o indivíduo desenvolve um papel como trabalhador que é integrado
à sua identidade pessoal. É preciso que a Orientação Profissional se torne cada vez mais um veículo de
valorização do trabalho para que este possa ser pensado pelo Orientando como fazendo parte de um sistema
de relações e tendo valor a longo prazo.
Por ser uma atividade própria da pessoa, o trabalho deve garantir sua subsistência e satisfazer suas
necessidades individuais. O Orientando precisa, então, reconhecer-se como sujeito da sua produção,
entendendo-a atividade profissional como a interação de diferentes aspectos que formam um todo. A
Orientação Profissional deve criar condições para que o Orientando possa desenvolver atitudes que
contribuam para a organização social, e perceber-se como parte de um sistema pelo qual também é
responsável.
O Orientador tem na CPSN, um recurso técnico que favorece a estruturação do papel profissional pelo
qual conteúdos, formas e estilos das profissões estão operacionalizados, possibilitando ao Orientando
compreender os modos de organização do trabalho, identificar a mobilidade das competências requeridas e
reforçar o significado do trabalho em sua vida. Ao conhecer as atividades que fazer parte de um ambiente
profissional ele pode situar seus desejos, valores e interesses.
A Metodologia de Ativação da Aprendizagem permite ao Orientando desenvolver um espírito crítico e
criador, integrando as aprendizagens adquiridas sobre a dinâmica do mundo do trabalho e a função social das
profissões.
Referências
BOHOSLAVSKY, R. Orientação Vocacional: A Estratégia Clínica. São Paulo: Martins Fontes, 1979.
CASULLO, M. M. Proyeto de Vida y Decisioón Vocacional. Buenos Aires: 1994.
CIFOB [Centre d’information sur La formation professionelle em Borgogne]. Disponível em:
http://www.cifob.asso.fr/pages/info.asp. Acesso em: 5 mar. 2003.
HISSA, M. G.; PINHEIR, M. Metodologia de Ativação da Aprendizagem: Uma Abordagem Psicopedagógica em
Orientação Profissional. In: LEVENFUS, R. S; SOARES, D. H. P. (Orgs.). Orientação Vocacional Ocupacional:
Novos Achados Teóricos, Técnicos e Instrumentais para a Clínica, a Escola e a Empresa. Porto Alegre: Artmed,
2002. p. 133-146.
HISSA, M. G.; PINHEIRO, M. Percepção Dinâmica do Mundo do Trabalho: Técnica RP – Realidade
Profissional. In: ENCONTRO/ABOP,3., 1998, Florianópolis. Anais... Florianópolis: ABOP, 1998. p. 54-60.
MAGALHÃES, M. O. A Conscientização dos valores e sua utilização na Orientação de Carreiras. In:
LEVENFUS, R. S.; SOARES, D. H. P. (Orgs.). Orientação Vocacional Ocupacional: Novos Achados Teóricos,
Técnicos e Instrumentais para a Clínica, a Escola e a Empresa. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 385-395.
MAHONEY, M. J. Psicoterapia Construtivista. In: FERREIRA, R. F.; ABREU, C. N. (Orgs.). Psicoterapia e
Construtivismo: Considerações Teóricas e Práticas. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 111-119.
PELLETIER, D. ; NOISEUX, G.; BUJOLD, C. Desenvolvimento Vocacional e Crescimento Pessoal. Petrópolis:
Vozes, 1977.

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL – Alguns Aspectos Teóricos e Técnicos e Práticos

(Vasconcelos, Zandre Barbosa e organizadores. 1ª.ed – São Paulo: Vetor, 2004.)

Faculdade Pitágoras de Ipatinga


Orientação Vocacional – Orientação Profissional – Orientação de Carreira

Das könnte Ihnen auch gefallen