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Autor:

Thomas Black Wilson

Revisão de texto: Sérgio Matos

Capa, grafismo, formatação e-book: Casa da Bíblia

1ª edição, Julho de 2014

© ICM CASA DA BÍBLIA Editores, Unipessoal Lda.

Todos os direitos reservados.

Introdução

O Senhor, que escolheu revelar-se aos homens pela Palavra, também escolheu usar homens para a
transmitir. Muitos falam em métodos eficientes e eficazes de transmitir a Palavra, mas o único
método que o Senhor aprova é o homem consagrado.
A Palavra não foi entregue aos anjos. Os anjos não receberam essa honra. O anjo que o Senhor
enviou a Cornélio não lhe anunciou o evangelho, mas mandou que chamassem Pedro. É uma honra
ser-se chamado a anunciar a Palavra do Senhor. Isaías disse: “Quão suaves (ou formosos) são sobre os
montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a
salvação.” Isa. 52: 7 (Rom. 10: 15)
Todo o servo é chamado a comunicar a Palavra ao testemunhar do Senhor, mas estas páginas são
dirigidas, especificamente, àqueles servos e servas que são usados na transmissão da Palavra do
Senhor nos cultos ou em outras reuniões. Vamos abordar este assunto tratando de vários aspetos:
1. O servo tem de estar preparado.
2. O servo tem de conhecer a Palavra.
3. O servo tem de ser enviado.
4. O servo tem de saber qual é a Palavra para cada ocasião.
5. O servo tem de entregar a Palavra no Espírito.

I – O servo tem de estar preparado


1.1. A importância de estar preparado


O servo que levava a palavra do rei tinha de estar preparado para o representar bem. Não podia
aparecer com um aspeto mal cuidado e tinha de se comportar impecavelmente. Tinha de desempenhar
as suas funções com toda a dignidade, ao comunicar a palavra do rei.
Se assim sucedia nesse contexto, quanto mais bem preparados precisamos nós de estar como servos
que fomos chamados para comunicar a Palavra do Deus vivo!
Muitas vezes desvalorizamos a importância do preparo do servo, sendo levados a pensar que aquilo
que importa é ter uma mensagem ou um estudo muito bem preparado e ter um certo “jeito” com as
palavras. Por mais importante que seja o preparo da Palavra e o desembaraço do servo diante do
povo, essas coisas são insignificantes se as compararmos com a importância de uma vida preparada
pelo Senhor.
O segredo de comunicar a Palavra do Senhor está na vida da pessoa. Servos do Senhor como Moisés,
Davi, Jeremias e Paulo entenderam isto perfeitamente. Outros ao longo da história da igreja, como
Wesley, Whitefield, McCheyne, Spurgeon, Edwards, Baxter e Bunyan entenderam o mesmo. As vidas
destes homens eram revestidas do poder do Espírito Santo e eles viviam numa comunhão tão íntima
com o Senhor que era fácil a verdade tornar-se evidente, quando era transmitida por eles.
O apóstolo Paulo escreveu à igreja de Tessalónica, explicando que havia uma forte ligação entre a
transmissão do evangelho no poder do Espírito e a vida que os servos levavam (I Tess. 1: 5). Também
escreveu cartas aos pastores Timóteo e Tito, frisando a importância de uma vida consagrada ao
Senhor: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina, persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te
salvarás” (I Tim. 4: 16).
“Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade,
linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer
de nós” (Tito 2: 7).
O servo do Senhor tem de ter cuidado com o modo como vive. Se não vive aquilo que diz, o Espírito
Santo não vai confirmar a Palavra que ele traz e as suas palavras serão ocas. A palavra que trazemos
tem de estar em evidência nas nossas vidas. Isto é, a palavra tem que estar “encarnada” em nós. Por
isso o servo tem de estar preparado a vários níveis, com veremos a seguir.

1.2. Na sua vida espiritual


Ele ora.
O pregador tem de respirar o ar do céu e viver na presença do Senhor. Quando os servos deixam de
conhecer o Senhor presente nas suas vidas, perdem o poder de O servir (Oseias 4: 6). Quanto mais O
conhecemos, mais O amamos e melhor O servimos. Além disso, como é que alguém pode trazer a
Palavra do Senhor se não tiver estado na Sua presença? (Ver Jer. 23: 21—22).
Tem de ser um servo que intercede pelos outros. O melhor preparo para comunicar a Palavra é ter
intercedido por aqueles a quem vamos falar.

Ele vive na Palavra.


Paulo escreveu: “As Escrituras servem para ensinar, redarguir, corrigir e instruir em justiça para que
o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (II Tim. 3: 16, 17).
O servo do Senhor tem de ser humilde e estar disposto a expor-se à Palavra para que ela possa tocar
na sua vida, corrigindo o que está errado e instruindo-o acerca de como viver. Os servos do passado
eram conhecidos pelas suas Bíblias bem folheadas e manchadas de lágrimas.
Nenhum servo está preparado para comunicar a Palavra se ela não tiver tocado a sua vida. Jeremias
disse: “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi, para mim, o gozo e alegria do
meu coração” (Jer. 15: 16). Quando a Palavra veio, ele apropriou-se dela, deixando que ela se
tornasse parte dele. Ele não disse: “Achando-se as tuas palavras, pensei que podia usá-las numa
mensagem.”

Ele teme ao Senhor.


O servo deve valorizar a aprovação de Deus acima de tudo e temer o olhar crítico de Deus mais do
que qualquer outra coisa. Por isso procura agradar-Lhe e não O entristecer. Por cima da Arca, em
muitas sinagogas, está escrita a frase em hebraico da lifnei ata omed, que significa “sabe perante
quem estás”.

Quem teme o Senhor não teme o homem.


Desde que tenha a aprovação do Senhor, o servo não se importa com aquilo que os outros dizem. Por
não viver para agradar aos homens, não cobiça os elogios humanos e a aprovação dos outros (I Tim.
2: 4). Mas isto não significa que viva independente do Corpo, fazendo aquilo que quer. Ele é humilde
e sabe o valor duma palavra de crítica construtiva vinda dos outros, sabendo que a pessoa que nos
ama mais é aquele que gentilmente nos diz a verdade acerca de nós (Prov. 27: 6).

Ele não chama atenção sobre si mesmo.


Não busca glória para si. O orgulho num pregador é um perigo terrível. Um servo cheio de si nunca
pode estar cheio do Espírito Santo; mas quando está cheio do Espírito, chama a atenção para o
Senhor Jesus, porque o Espírito glorifica Jesus (João 16: 14).

Ele está cheio do Espírito Santo.


Entende perfeitamente a sua incapacidade de servir sem o poder do Espírito Santo (I Tess. 1: 5, I Cor.
2: 4). Deste modo, não confia na sua personalidade dinâmica, na sua eloquência, nem no seu
conhecimento bíblico, mas confia no Senhor.
O apóstolo Paulo entendeu isto. Lemos no livro de Atos que, antes de chegar a Corinto, Paulo esteve
em Atenas, o centro da cultura grega. Ali Paulo entregou uma mensagem estruturada e lógica, porém
os resultados foram escassos (Atos 17). De facto, nunca lemos que tenha sido estabelecida uma igreja
ali. Mais tarde, Paulo escreveu à igreja de Corinto, dizendo: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco,
anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque
nada me propus saber entre vós, senão Jesus Cristo, e este crucificado. Eu estive convosco em
fraqueza, e em temor, e em grande tremor, A minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em
palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder” (I Cor. 2: 1-
4).
Há quem pense que Paulo foi um fracasso em Atenas, porque não confiou no Senhor mas na sua
cultura e eloquência. Não podemos pronunciar-nos sobre isso perentoriamente. Sem dúvida, ele teve
tempo de refletir, durante a viagem entre Atenas e Corinto, sobre aquilo que tinha acontecido e aquilo
que o esperava na cidade imoral de Corinto. Mas sabemos uma coisa: quando Paulo entrou em
Corinto, estava muito consciente da sua fraqueza e incapacidade de anunciar, efetivamente, a Palavra
do Senhor.

1.3. Na sua vida familiar e profissional


O mensageiro tem de governar “bem a sua própria casa, tendo os seus filhos em sujeição” (I Tim. 3:
4).
Isto significa que tem de prestar atenção às necessidades da esposa e dos filhos. Quantos pregadores
zelosos falharam ao negar às esposas e aos filhos a atenção e o cuidado que mereciam! Quantos
tiveram a tristeza de ver os seus casamentos destruídos e os seus filhos revoltados contra o Senhor!
Mesmo nos nossos dias, muitas esposas de servos consagrados sentem-se isoladas, como se não
tivessem maridos, por causa da obra do Senhor. E quantos filhos de servos dedicados ao Senhor se
sentem revoltados pela maneira como são tratados pelo pai que está sempre ausente no trabalho do
Senhor!
É fundamental que o servo do Senhor tenha uma vida equilibrada. Todo o seu tempo e toda a sua
energia devem ser empregues na obra do Senhor, mas esta obra inclui também o cuidado da esposa e
dos filhos. Se, no seu zelo, negligenciar os deveres familiares, está a falhar totalmente. Ele tem que
passar tempo de qualidade com a esposa e os filhos. Não pode, sistematicamente, chegar do trabalho,
entrar em casa, comer rapidamente, sem quase nunca ouvir ninguém e sair a correr para um culto ou
para uma reunião da igreja.
Ele tem que dedicar tempo à esposa para manter acesa a chama do seu amor. Por isto tem que
encontrar tempo, todas as semanas, para estar sozinho com a esposa, para falarem com vagar, como
faziam quando namoravam. A esposa que é estimada não tem tanta tendência a envolver-se na
maledicência e na vida dos outros (I Tim. 3: 11). De igual modo, tem de encontrar tempo para estar
com os filhos, para que não lhe sejam rebeldes.
O servo não pode permitir que o seu trabalho para o Senhor crie uma lacuna entre ele e a família. O
servo sábio entende isto e sabe como incluir a esposa e os filhos no seu trabalho para o Senhor.
Não basta o servo entender sozinho a importância e a nobreza da sua chamada. A esposa e os filhos
também têm que partilhar esta ideia. Assim, se eles estiverem integrados naquilo que o servo vai
fazer, vão deixá-lo ir servir o Senhor dando-lhe a sua aprovação e apoio. Feliz é o servo do Senhor
que sai de casa sabendo que a esposa e filhos não estão aborrecidos por ele estar novamente ausente,
mas felizes porque sabem que está a ser usado pelo Senhor.
Quanto à sua vida profissional, deve ser um bom trabalhador (I Tim. 3: 7). É totalmente errada a
noção, que alguns têm, que o trabalho de um servo do Senhor é apenas aquilo que faz na igreja. A
vida profissional do servo é muito importante. O Senhor valoriza muito o trabalho físico e
intelectual. O trabalho traz dignidade ao homem. Tudo faz parte do nosso serviço ao Senhor (Efés.
6:5-8). Por isso, o servo do Senhor deve ser irrepreensível, pontual, agradável, honesto e aplicado no
seu trabalho secular. Deve ter uma reputação boa e ser respeitado pelos seus colegas, mesmo que não
seja o mais popular. Não deve ter pendências financeiras, nem ter dívidas.

II – O servo tem de conhecer a Palavra


Isto nunca foi tão necessário como hoje, porque muitas doutrinas erradas estão surgindo por todo o
lado, enganando a muitos. Vemos pessoas transformando a igreja em negócio lucrativo, igrejas
organizadas como empresas, o púlpito como balcão, o evangelho como produto e o templo da igreja
como lugar de negócios.
Em vez do evangelho puro, temos um evangelho sincrético e místico. Em vez da Palavra do Senhor,
temos novidades, e em vez da revelação da Palavra, temos liturgia inventada. Tudo isto é como a
morte na panela (cf. II Reis 4: 40).
Mas nada disto nos surpreende, porque o apóstolo Paulo avisou que seria assim mesmo nos últimos
dias (I Tim. 4: 1). A Palavra do Senhor é tudo o que precisamos hoje. Tal como a farinha lançada na
panela anulou o efeito do veneno, assim a Palavra do Senhor combate e destrói o efeito de erro
doutrinário (II Reis 4: 41). Ela ensina, alimenta, orienta, corrige, instrui, esclarece, fortalece,
encoraja, avisa, anima, alegra, consola, vivifica e traz saúde espiritual. Não podemos dispensá-la.
Por causa disto, Paulo escreveu a Timóteo:
“Procura apresentar-se a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que envergonhar, que maneja
bem a palavra da verdade” (II Tim. 2: 15).
O servo do Senhor que desconhece a Palavra da verdade vai, um dia, ficar envergonhado diante do
Senhor, devido à sua preguiça espiritual em não pegar mais na Bíblia. Mas não precisará de passar
por esta situação embaraçosa no futuro se ficar envergonhado já hoje e começar a fazer algo para
retificar a sua situação.
Tenho observado pessoas com pouca instrução e cultura chegando a ter um conhecimento notável da
Palavra por serem aplicadas e passarem tempo lendo e meditando nela e confiando no Espírito Santo
para as ensinar.
Pessoas preguiçosas não recebem nada da Bíblia. Por isso, não podemos ser servos desleixados. Uma
contribuição para a falta de entendimento da Bíblia nos nossos dias é a tendência para dar mais
importância às experiências do que à leitura séria e ao estudo da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo
nunca teria concordado com esta situação.
O próprio Senhor Jesus disse que todo o servo de Deus, instruído pelo Espírito Santo, tem um
conhecimento bom das Escrituras. Depois de contar as Parábolas do Reino, Jesus disse: “Todo o
escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro
coisas novas e velhas” (Mat. 13: 52).
Quando Jesus disse “escriba instruído no reino” estava a fazer uma distinção entre os escribas
tradicionais e aqueles que eram guiados pelo Espírito Santo para entender a revelação. Deste modo,
Jesus estava a dizer que o servo de Deus que é aplicado e instruído pelo Espírito Santo tem um
conhecimento profundo da Palavra, aprendendo coisas novas a cada dia. É por isso que, em qualquer
momento, pode tirar da Palavra “coisas velhas,” que aprendeu há muito tempo e “coisas novas,” que
aprendeu há pouco tempo. Tanto as coisas velhas como as coisas novas são valorizadas, porque foi o
mesmo Espírito Santo que as revelou.
Vemos assim qual é o propósito do Senhor para cada servo que é chamado para transmitir a Palavra
num culto. Ele não pode ter apenas uma ou duas mensagens que entrega sempre, seja qual for a
passagem bíblica que leia. Ele tem que se familiarizar com os tesouros da Bíblia. As “coisa velhas”
podem ser revelações na Palavra, recebidas por ele ou por outros irmãos na igreja, já há algum
tempo. As “coisa novas” são revelações frescas na Palavra que tem recebido ultimamente. Ele precisa
de passar tempo na presença do Senhor com a Bíblia aberta. Quando isto acontecer, o Senhor vai
falar com ele pela Palavra, o Espírito Santo vai instruí-lo.
George Whitefield era um homem que conhecia a Bíblia. Houve períodos na sua vida em que pregou
40 a 50 horas por semana, pregando, muitas das vezes, a milhares de pessoas nos campos ao redor
das cidades na Inglaterra. Quando jovem, tinha dedicado muito tempo ao estudo da Palavra. Arnold
Dallimore escreveu na sua biografia de Whitefield: “Às 5 de manhã, por norma, estava de joelhos
com a sua Bíblia, com o Novo Testamento em grego e o comentário de Matthew Henry. Lia uma
porção das Escrituras, estudava o significado das palavras gregas e lia a explicação de Matthew
Henry. Finalmente, orava acerca de cada linha e palavra até que a passagem diante dele se tornava
uma parte dele.”
O servo que lê e estuda a Palavra vai ficar com várias passagens gravadas na sua mente. A seguir,
deve procurar extrair as revelações centrais destas passagens para estruturar mensagens em volta
delas. Desta maneira, em qualquer momento, o servo do Senhor pode ter algumas mensagens já
prontas e outras em fase de preparo.
A fase de preparo varia de mensagem para mensagem. Por vezes, um servo pode ser levado a
preparar uma mensagem em pouco tempo. Outras vezes, uma mensagem pode levar semanas até que
o Senhor mostre como a encaixar. O servo que é aplicado na Palavra recebe muitos benefícios. O seu
conhecimento da Bíblia e do Senhor vai aumentar, a sua alma vai ficar alimentada e a sua fé
edificada. Além disso, vai ser usado cada vez mais para comunicar a Palavra do Senhor.

III – O servo tem de ser enviado


O apóstolo Paulo escreveu:
“Como crerão naquele de quem não ouviram? Como ouvirão se não há quem pregue? Como pregarão
se não foram enviados?” (Rom. 10: 13-15).
O Senhor envia os seus servos. Mas a chamada a ir anunciar o evangelho em termos gerais não
constitui uma chamada para anunciar a Palavra. Uma consciência alerta à condição dos perdidos
também não é suficiente. Temos de receber, cada um de nós, uma chamada da parte do Senhor. Temos
que ser enviados pelo Senhor. Se alguém não foi enviado pelo Senhor, não deve ir, porque a missão
vai ser um fracasso total. Podemos contar com isso, pois quem for sem o Senhor só vai conhecer
derrotas.

3.1. O servo enviado tem nobreza


Quando o Senhor envia um servo para entregar a Palavra, ele tem de entender a nobreza da sua
função como porta-voz do Senhor. Ele vem da parte do Senhor e está representando o Senhor.
Charles H. Spurgeon, numa ocasião, disse para um grupo de jovens que queriam servir o Senhor: “Se
a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores, não baixeis de posto deixando de ser
embaixadores do Rei dos reis.” É um privilégio ir diante do povo com a Palavra, como representante
do Senhor!
Por esse motivo, o mensageiro tem de comportar-se com grande dignidade: 1. Deve ir lavado e
penteado, com roupa lavada mas sem chamar demasiada atenção para o vestuário. Caso contrário,
isto pode tornar-se, no mínimo, uma distração e até pode fazer com que a Palavra seja ridiculizada e
zombada.
2. Deve ter consciência daquilo que faz no púlpito. Não deve estar como um poste no púlpito, sem
nunca olhar para as pessoas. Também deve procurar eliminar gestos nervosos, como saltar de uma
perna para a outra, ou alisar constantemente as folhas da Bíblia. Deve procurar apresentar-se o mais
natural possível. O servo deve levantar a cabeça e procurar falar com clareza. As pessoas precisam
de ouvir a Palavra. Falar baixinho não é sinal de santidade.
3. Deve procurar ler a passagem na Bíblia sem se enganar. Se souber a passagem de antemão, pode
verificar que sabe lê-la corretamente. Ela é a Palavra de Deus e merece todo o nosso respeito.

3.2. O servo enviado não vai sozinho


O Senhor disse ao jovem Jeremias:
“Não digas: Eu sou uma criança; porque aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar,
dirás. Não temas diante deles; porque eu sou contigo para te livrar” (Jer. 1: 6-8).
E a Josué, servo de Moisés, o Senhor disse:
“Como fui com Moisés assim serei contigo, não te deixarei nem te desampararei. Esforça-te e tem bom
ânimo…porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares” (Jos. 1: 2-9).
O servo que é enviado pelo Senhor sobe ao púlpito tremendo, mas o Senhor está com ele. Quando o
Senhor envia um servo, dá-lhe aquilo de que necessita. O Senhor reconhece as limitações dos seus
servos. Foi por isso que disse aos discípulos: “Sem mim nada podeis fazer.” Isto não significa que não
podiam fazer nada. Podiam fazer muitas coisas, mas os seus esforços não iriam trazer benefícios. “Se
o Senhor não edifica a casa, em vão trabalham os edificadores.”

3.3. O servo enviado é capacitado pelo Senhor


Às vezes, o entendimento da sua fraqueza e incapacidade para a tarefa pode levar um servo ao ponto
de querer desistir. Moisés quis desistir. Mas o servo do Senhor tem de confiar nEle. Deus tem grandes
recursos e coloca tudo à disposição dos Seus servos. Ele dá o Seu Espírito aos que envia. Isaías disse:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu, para pregar boas obras, enviou-me a
restaurar os contritos de coração” (Isa. 61: 1).
Esta foi uma profecia acerca do ministério de Jesus mas, em primeiro lugar, dizia respeito ao
ministério de Isaías. O profeta entendeu que o Espírito estava sobre ele, capacitando-o para a tarefa.
O servo que é enviado pelo Senhor para entregar a Palavra é insuficiente para a tarefa. A sua
capacitação vem do Espírito Santo. O poder do Senhor aperfeiçoa-se na fraqueza (II Cor. 12: 9).
Significa isso que, quanto mais o servo entende as suas limitações e confia no Senhor, mais Ele o usa
com poder e mais glória o Senhor recebe.

IV – O servo tem de saber a Palavra para cada


ocasião
O servo enviado da parte do Senhor traz a Palavra do Senhor. Seria ridículo ser enviado sem saber o
que deveria dizer.
Na língua grega há duas palavras que se traduzem por “palavra”. A primeira é logos, que significa a
palavra eterna. A outra é rhema, que é a palavra para o momento. Aquilo que o servo tem que trazer é
a rhema, a palavra para a ocasião.
Quando a palavra certa é entregue, o Espírito Santo vivifica-a e ela toca no coração do homem,
oferecendo vida espiritual. O profeta Isaías focou este aspeto quando falou a respeito do ministério
do Senhor Jesus. Neste texto, Jesus, o Servo do Senhor, declara: “O Senhor Jeová me deu uma língua
erudita, para que saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado” (Isa. 50: 4).
No século XIX, a vida de um jovem inglês foi transformada através de uma mensagem simples,
entregue por um homem inculto. Tal aconteceu porque aquele homem entregou a mensagem certa no
momento certo.
Mais tarde o jovem escreveu: “Eu tenho de agradecer ao Senhor pela palavra pregada através de um
homem sem qualquer instrução, mas que foi usado para dizer: ‘Olhai para mim e sereis salvos’. A
palavra revelada acordou-me e a palavra pregada salvou-me.” Esse jovem foi Charles H. Spurgeon,
que entregou a sua vida ao Senhor e foi muito usado para anunciar a Palavra com poder.
Mas, se a palavra for uma palavra errada para o momento, não traz vida. Pode ser uma palavra cheia
de revelação e ser muito bem entregue, mas, se não é a palavra determinada pelo Senhor para aquela
ocasião, seria melhor não ter sido entregue. Pois o Espírito Santo não opera através dela. É por isso
que a mesma mensagem pode trazer bênção quando entregue numa certa ocasião e não trazer bênção
noutra ocasião.
O povo não precisa de ouvir a palavra do servo, mas a Palavra do Senhor. Não precisa de ouvir a voz
do servo, mas a voz do Senhor. Por esta razão o Senhor só permitiu que o profeta Ezequiel falasse ao
povo quando tinha uma palavra do Senhor para ele. O Senhor disse-lhe: “Eu farei que a tua língua se
pegue ao teu paladar, e ficarás mudo… mas quando eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás:
Assim diz o Senhor…” (Ezeq. 3: 26,27).
Só o Senhor sabe a necessidade de cada pessoa que vai estar presente em cada culto. Ele quer revelar
a Sua palavra para cada ocasião. Inicialmente, aquilo que o Senhor revela pode ser apenas um
versículo que o Senhor aponta, ou um tema, como o amor de Deus, ou uma necessidade particular
para aquela ocasião.
O servo fiel vem sempre preparado para falar. Logo que sabe aquilo que o Senhor quer, ele revê as
mensagens ou estudos que traz consigo. Geralmente, no meio de tudo, encontra a Palavra para a
ocasião.
Mas, por vezes, o Senhor mostra, para aflição do servo, que não quer nada do que ele traz consigo,
mas alguma coisa nova. Quando isto acontece uns minutos antes do início de um culto, o servo
entende como nunca a sua própria incapacidade de falar e tem vontade de fugir para casa. Mas, de
uma maneira muito especial, é nestas ocasiões que o Senhor dá ao servo diligente uma experiência
extraordinária e o usa com poder.
Estas intervenções do Senhor a favor do servo diligente e do povo presente têm, infelizmente, levado
alguns servos a não entender a necessidade de estarem na presença do Senhor com a Bíblia aberta.
Estão sempre despreparados para a Palavra, porque confiam que o Senhor vai sempre resolver a sua
situação. A realidade é que eles passam a vida enganados, pensando que o Senhor está a usá-los com
poder em cada culto. Aquilo que acontece, na prática, é entregarem sempre as mesmas três ou quatro
mensagens que têm, embora os textos que leem sejam diferentes. Vão sempre dar à mesma coisa. A
palavra que é entregue é apenas pão bolorento que, não só não alimenta o povo, mas também tira a
vontade de comer.
Quando o servo sabe qual a mensagem que deve entregar, ele precisa de orar para que esta palavra
possa fazer parte dele. À medida que confia no Espírito Santo, a mensagem enche o seu coração a
ponto de arder dentro de si. De facto, ela torna-se um peso e uma responsabilidade para o servo e ele
sofre até que ela seja entregue. Alguns servos do Senhor no Velho Testamento testemunharam deste
facto: Eliú, que estava cheio do Espírito Santo, disse a Jó: “Estou cheio de palavras; o meu espírito me
constrange. Eis que o meu ventre é como o mosto sem respiradouro, e virá a arrebentar, como odres
novos. Falarei e respirarei; abrirei os meus lábios, e responderei” (Jó 32: 18-20).
Davi escreveu: “Incendeu-se dentro de mim o meu coração; enquanto meditava se acendeu um fogo:
então falei com a minha língua” (Sal. 39: 3).
O profeta Jeremias escreveu: “Isso foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos;
e estou fatigado de sofrer, e não posso” (Jer. 20: 9).

V – A entrega da Palavra

5.1. Ser entregue no Espírito


É quando a Palavra certa é entregue no Espírito que o servo passa verdadeiramente a ser o porta-voz
de Deus.
Assim, quando o servo comparece diante do povo, deve fazê-lo clamando no seu coração ao Senhor,
para que o sustente e o ajude a comunicar, fielmente, a palavra que tem recebido dEle, de modo a que
a Palavra que transmite possa glorificar o nome do Senhor e tocar nos corações daqueles que estão a
ouvir. Ao longo de toda a mensagem deve manter a confiança no Espírito Santo para fazer a Sua
obra.
Mas como deve o servo entregar a mensagem? Eis apenas algumas sugestões que podem servir como
guias:

5.2. Ser fiel à Palavra


Quando o Senhor envia um servo com a Sua palavra e ele a transmite fielmente, ele fala com
autoridade. A autoridade vem do Senhor e está ligada à Palavra. Se ele não entregar aquilo que o
Senhor quer para aquele culto, fala sem autoridade. Mesmo que grite, para compensar, não tem
autoridade espiritual. É o Espírito Santo que convence as pessoas de que o servo está falando como
porta-voz do Senhor.
Temos um exemplo disto no ministério de George Whitefield, grande evangelista do século XVIII.
Numa cidade em que se encontrava a pregar, estava continuamente a ser perturbado por um grupo de
homens que se intitulavam “O clube do fogo do inferno.” Zombavam dele e do seu trabalho.
Certa vez, um deles, chamado Thorpe, estava a imitar Whitefield para divertir os amigos, entregando
um dos sermões do pregador com toda a exatidão, citando perfeitamente a Palavra de Deus e
imitando até as expressões faciais dele. De repente foi convencido, no seu coração, pelo Espírito
Santo, de que Whitefield estava apenas a pregar a Palavra de Deus. Sentou-se e converteu-se ali
mesmo.

5.3. Ser guiado pelo Espírito Santo


Alguns pensam que ser guiado pelo Espírito Santo significa falar sem saber aquilo que se vai dizer a
seguir. Estas pessoas tendem a criticar os irmãos que usam apontamentos ou um esboço escrito. Mas
ser guiado pelo Espírito Santo não tem, necessariamente, nada a ver com usar ou não apontamentos.
Ao longo da história, os servos agiam de várias maneiras. Dois homens muito usados pelo Senhor
foram Jonatham Edwards e George Whitefield. Ambos conheciam bem a Bíblia e eram homens
cheios do Espírito Santo. George Whitefield pregava ao ar livre durante duas horas sem
apontamentos e os pecadores eram tocados pela Palavra.
Conta-se que, na zona de minas de carvão na Escócia, os mineiros todos sujos, depois dum dia de
trabalho, vinham ouvir a palavra que Whitefield entregava nos campos perto da povoação. Enquanto
ele anunciava a Palavra, os mineiros choravam, o que deixava sulcos de lágrimas nos seus rostos
pretos com o pó do carvão.
Jonathan Edwards, por outro lado, lia as suas mensagens, palavra por palavra, em templos cheios de
pessoas. Tinha problemas com a vista, de modo que lia com a folha escrita mesmo em frente do
nariz. Além disso, falava com uma voz pouco interessante. Mas era muito usado pelo Senhor e
muitos eram tocados pelo Espírito enquanto ele entregava a Palavra, chegando a ajoelhar-se e
implorar ao Senhor que tivesse misericórdia deles, a ponto de às vezes mal se poder ouvir as
palavras do pregador.
O servo que prefere não usar apontamentos não é necessariamente mais aberto à operação do
Espírito Santo. Tem uma vantagem na medida em que não confia no que escreveu, porém, tem a
desvantagem de cair na tentação de confiar na sua própria capacidade. O servo que usa apontamentos
tem uma vantagem, que é a de conseguir prosseguir uma linha de pensamento com mais facilidade,
porém tem a desvantagem de poder depender demasiadamente da sua escrita. Aquilo que interessa é
que o servo, com apontamentos ou sem eles, seja usado pelo Espírito Santo para entregar a Palavra
com poder.
No Novo Testamento lemos que os homens santos no passado eram inspirados pelo Espírito Santo (II
Ped. 1: 21). A palavra grega que é traduzida por “inspirados” é feromenoi. Esta palavra está ligada à
navegação dos tempos antigos, em que os barcos eram apenas a remos, ou a velas, ou ambos. Para se
mover um barco à vela os marinheiros tinham que levantar a vela grande para que o vento pudesse
enchê-la. Deste modo o barco era “levado” ou “movido” pelo vento. O apóstolo Pedro está a dizer
que os homens santos foram “levados” ou “movidos” pelo Espírito Santo.
Assim, quando um servo entrega a Palavra, deve levantar a vela maior e deixar o Espírito Santo levá-
lo. Só assim é que pode entregar a Palavra com poder.
Por vezes, quando falamos em ser usado pelo Espírito Santo, pensamos no servo sendo usado com
muita emoção a ponto de quase perder o controlo de si. Ser usado pelo Espírito Santo não é isso. É
ser usado para dizer as palavras que Ele quer que falemos. Isto pode ser dito com muita calma e
tranquilidade. Gritaria não é sinónimo do poder do Espírito, pois o Senhor Jesus estava cheio do
Espírito e não levantava a Sua voz na praça (Isa. 42: 2).
Tudo que o servo fala tem de ter base na Bíblia, mas ele tem de ser sensível ao Espírito Santo, mesmo
quando usa apontamentos, a ponto de saber quando o Espírito quer usá-lo para falar uma coisa que
não pensou dizer. Tem de ter o discernimento daquilo que é do Espírito e daquilo que é de si mesmo.
Se é de si, será melhor não o dizer. Pode estragar toda a mensagem. Mas se é do Espírito, não pode
deixar de falar. Por vezes, é a parte melhor da Palavra que está a entregar.
Às vezes, é quando diante do povo, no meio duma palavra, que o Espírito Santo nos dá a melhor
revelação. O Espírito Santo põe nas nossas mentes aquilo que nunca pensámos. Esses momentos
trazem refrigério à alma do servo que está a trazer a Palavra e alimento ao povo. Quando isso
acontece, a glória do Senhor vem sobre o servo e ele alcança aquilo que, humanamente, não poderia
alcançar.

5.4. Ser natural


O servo do Senhor, quando está à frente do povo, deve procurar ser ele mesmo. Deve falar com a sua
voz normal e não com uma voz religiosa, nem com uma voz de teatro. Deve evitar imitar os gestos
ou a terminologia de outro pregador. Se não for natural, vai prejudicar a Palavra. As pessoas vão
logo notar que é um ato de teatro que estão a presenciar.
O servo também deve falar usando palavras que o povo entenda. O servo não é chamado para se
exibir mostrando que tem cultura, mas para comunicar a Palavra. Se usa palavras que o povo não
entende, está anulando a sua função. Foi enviado para comunicar a Palavra. A Palavra não pode ser
comunicada se as pessoas não entendem a linguagem.
“Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” (I Cor. 14: 8).
O Senhor Jesus, que é o exemplo perfeito do servo do Senhor, não usou uma linguagem complicada,
mas falava a língua do povo. Ao ler os Evangelhos, notamos que a linguagem é perfeitamente
acessível a todas as pessoas. De facto o Senhor fez com que o Novo Testamento fosse escrito no
grego popular que o povo falava e não no grego clássico que só os eruditos entendiam. O Evangelho
de Marcos até foi escrito num grego totalmente não literário, sendo simples e popular no seu estilo.

5.5. Seguir a estrutura da mensagem


Toda a mensagem deve ter um princípio, um meio e um fim. Uma mensagem desorganizada pode ser
espontânea, mas não glorifica o Senhor. Uma mensagem sem uma estrutura clara é como uma casa
mal construída, com o teto no chão e o chão no teto, com as janelas nos lugares das portas e vice-
versa. Uma mensagem sem estrutura que dura 10 minutos parece mais longa do que uma mensagem
estruturada de 20 minutos.
Se a mensagem é de 10 a 15 minutos, a introdução deve ser o mais breve possível, no máximo 2
minutos. Nesta parte deve chamar-se a atenção do povo para o assunto. Se, durante esta pequena
introdução, o pregador não capta a atenção do povo, perdeu a batalha.
A seguir vem o meio da mensagem. Esta é a parte mais importante, onde a preocupação do servo é
explicar a revelação na Palavra. Infelizmente, é aqui que tantas vezes o servo falha. Às vezes falha
porque se limita a contar, repetindo, quase palavra por palavra, aquilo que estava no texto bíblico que
leu no princípio. Assim, quando o texto relata uma história do ministério de Jesus, alguns contentam-
se em contar a mesma história nas suas próprias palavras. O servo não pode falhar aqui. Ele tem de
conhecer a revelação central da passagem e saber trazer isto à atenção do povo.

Quando o servo sabe qual é a revelação central, esta tem de estar sempre diante dele como uma meta
a atingir. Tudo o que ele diz tem o propósito de chegar ali.
Numa mensagem o servo deve evitar citar muitos versículos bíblicos como apoio porque, ao fazê-lo,
vai, inconscientemente, desviar as pessoas da meta que tem. Num estudo bíblico, estes versículos de
apoio são muito úteis, mas numa mensagem rápida podem dificultar a compreensão. De igual modo,
o servo, com a meta firmemente diante de si, não pode andar a divagar por todo o lugar, falando de
coisas que nada têm ver com o texto ou o assunto. Para evitar estes erros, o mensageiro deve
aprender a auto-disciplinar-se.

Há quem fique satisfeito quando alcança a meta, vendo a sua tarefa realizada. Mas o servo experiente
sabe como é o ser humano e que muitos daqueles que estão a ouvir distraíram-se e não o ouviram
quando ele alcançou a meta. Por isso, ele deve repetir a revelação central da mensagem várias vezes
ao longo da pregação, mas tendo o cuidado de não se tornar monótono.
Quando um servo está no Espírito, até parece que a mensagem se passa num instante porque, antes
que demos conta, chega a parte final. Chegando ao fim, é aconselhável rematar rapidamente a
Palavra. Nesta fase, o servo tem que terminar rapidamente a mensagem, deixando claro que aquela é
a palavra do Senhor para os presentes.
Infelizmente, é nesta fase que muitos comprometem tudo. Cada mensagem tem um fim. Mas como o
povo sofre quando o servo chega ao fim e não termina! Quando o servo diz várias vezes “e por
último, irmãos”, isso cansa as pessoas e fá-las sofrer.
O servo deve evitar dar alguns “retoques” para “melhorar” aquilo que disse. O pior é quando começa
a repetir tudo o que disse desde o princípio, pensando que falou pouca coisa. Se a palavra foi
entregue, é tempo de se calar. Tendo entregado a Palavra, o servo deve confiar no Senhor e terminar
enquanto tem a atenção do povo. Aquele que não confia no Senhor, mas confia mais nele próprio,
alonga a mensagem para “ajudar” o Espírito.

5.6. Ser direto


O servo do Senhor é enviado a falar àqueles que estão presentes. Por vezes, alguns servos, por
nervosismo, têm dificuldade de olhar para as pessoas presentes e preferem olhar para um objeto no
fundo do salão ou para as paredes. Esse não é um bom hábito e estes servos devem pedir ao Senhor
que os ajude a olhar para os rostos das pessoas presentes. Caso contrário, pode dar a ideia de que o
servo, e o Senhor, não estão interessados naqueles que estão presentes.
O servo também deve evitar falar em termos gerais, ou deixar a ideia de que está a falar acerca de
outras pessoas não presentes. As pessoas presentes devem entender que a mensagem que estão a ouvir
é a palavra de Deus para elas. Falar que “o homem precisa de Deus” e que “Deus ama ao homem” é
muito vago e leva a mensagem para um nível teórico. A mensagem no Espírito tem que ser direta.
Assim, em vez de “o homem precisa de Deus,” o servo pode dizer “nós precisamos de Deus” ou
ainda mais direto: “Você precisa de Deus.” Quando um servo fala com autoridade e diz: “Você precisa
de Deus,” o Espírito Santo fala ao coração das pessoas presentes confirmando: “Eu preciso de Deus.”
É esta pregação que traz convicção da parte do Espírito. Ela convence do pecado, traz as pessoas ao
arrependimento, quebra o coração endurecido, consola o quebrantado, alegra o triste, dá vida
espiritual, adverte o rebelde, alimenta o que tem fome, edifica o povo e produz louvor e adoração no
meio da igreja.

5.7. Ser visual
O servo tem que transmitir a Palavra de modo que não haja dúvidas quanto a ela. Não pode entregue a
mensagem como se fosse uma teoria fria e abstrata. Não está a lidar com o funcionamento de uma
máquina, nem com a solução de uma equação matemática. Está a lidar com a Palavra da vida.
Por esta razão, o Senhor Jesus nunca falou de maneira teórica ou abstrata, mas de uma forma visual.
Na Sua sabedoria, usou ilustrações da vida diária para esclarecer a Sua mensagem.
Por isso, notamos que falou de crianças a brincar nas praças, galinhas, ovelhas e cordeirinhos, reis e
pessoas nobres, trabalhadores e escravos. As ilustrações que Jesus usou não desviavam a atenção do
povo, antes serviam para que a verdade ficasse mais clara.
De modo semelhante, o servo sábio, sem se desviar da sua meta, deve procurar ilustrar melhor as
verdades contidas na Palavra que traz ao povo. Tenho observado servos usando, com sucesso,
ilustrações simples da vida diária para esclarecer um aspeto importante na sua mensagem.
Os gestos também devem ser usados para tornar a Palavra mais visual. Quando duas pessoas
conversam, geralmente não o fazem com as mãos quietas, penduradas ao lado. Conversam com os
braços e as mãos. É natural. O forçado seria ficar rígido. Da mesma forma, o servo do Senhor, diante
do povo, deve usar gestos naturais para transmitir aquilo que está no seu coração. A pessoa que se
mantém no púlpito rígido como um poste não inspira confiança. As expressões faciais também são
importantes.

5.8. Apontar para Cristo


Seja qual for a mensagem que o servo trouxer, o seu propósito deve ser sempre conduzir as pessoas
ao Senhor Jesus. Ele deve procurar não chamar atenção sobre si próprio, mas chamar a atenção do
povo para Jesus. Foi isso que João Batista fez. Disse a respeito de Jesus: “Este é aquele que vem após
mim, que é antes de mim, do qual não sou digno de desatar a correia da alparca” (João 1: 27).
Só Jesus é o único e suficiente Salvador. Quanto mais O exaltarmos, mais o Espírito Santo se
alegrará e mais realizará a sua Obra maravilhosa no nosso meio (João 16: 14). Quanto mais falarmos
bem de Jesus, mais o Espírito Santo levará as pessoas a confiar nEle.

5.9. Ser urgente


O servo tem que levar as pessoas a entender que hoje é o dia de salvação e que, para aquele que não
decide viver para Cristo hoje, amanhã pode ser tarde.
O pregador puritano Richard Baxter disse: “Eu vou pregar como um homem moribundo para
homens moribundos.”

5.10. Ser humilde para aprender com os outros
Algum tempo depois de ter pregado a mensagem, é bom fazer uma avaliação, juntamente com
outros, para saber se realmente se alcançou a meta ou não. O servo humilde, que aceita correção e
procura corrigir aquilo que não trouxe proveito, vai ser ainda mais usado pelo Senhor no futuro.

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