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Introdução
O Senhor, que escolheu revelar-se aos homens pela Palavra, também escolheu usar homens para a
transmitir. Muitos falam em métodos eficientes e eficazes de transmitir a Palavra, mas o único
método que o Senhor aprova é o homem consagrado.
A Palavra não foi entregue aos anjos. Os anjos não receberam essa honra. O anjo que o Senhor
enviou a Cornélio não lhe anunciou o evangelho, mas mandou que chamassem Pedro. É uma honra
ser-se chamado a anunciar a Palavra do Senhor. Isaías disse: “Quão suaves (ou formosos) são sobre os
montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a
salvação.” Isa. 52: 7 (Rom. 10: 15)
Todo o servo é chamado a comunicar a Palavra ao testemunhar do Senhor, mas estas páginas são
dirigidas, especificamente, àqueles servos e servas que são usados na transmissão da Palavra do
Senhor nos cultos ou em outras reuniões. Vamos abordar este assunto tratando de vários aspetos:
1. O servo tem de estar preparado.
2. O servo tem de conhecer a Palavra.
3. O servo tem de ser enviado.
4. O servo tem de saber qual é a Palavra para cada ocasião.
5. O servo tem de entregar a Palavra no Espírito.
O servo que levava a palavra do rei tinha de estar preparado para o representar bem. Não podia
aparecer com um aspeto mal cuidado e tinha de se comportar impecavelmente. Tinha de desempenhar
as suas funções com toda a dignidade, ao comunicar a palavra do rei.
Se assim sucedia nesse contexto, quanto mais bem preparados precisamos nós de estar como servos
que fomos chamados para comunicar a Palavra do Deus vivo!
Muitas vezes desvalorizamos a importância do preparo do servo, sendo levados a pensar que aquilo
que importa é ter uma mensagem ou um estudo muito bem preparado e ter um certo “jeito” com as
palavras. Por mais importante que seja o preparo da Palavra e o desembaraço do servo diante do
povo, essas coisas são insignificantes se as compararmos com a importância de uma vida preparada
pelo Senhor.
O segredo de comunicar a Palavra do Senhor está na vida da pessoa. Servos do Senhor como Moisés,
Davi, Jeremias e Paulo entenderam isto perfeitamente. Outros ao longo da história da igreja, como
Wesley, Whitefield, McCheyne, Spurgeon, Edwards, Baxter e Bunyan entenderam o mesmo. As vidas
destes homens eram revestidas do poder do Espírito Santo e eles viviam numa comunhão tão íntima
com o Senhor que era fácil a verdade tornar-se evidente, quando era transmitida por eles.
O apóstolo Paulo escreveu à igreja de Tessalónica, explicando que havia uma forte ligação entre a
transmissão do evangelho no poder do Espírito e a vida que os servos levavam (I Tess. 1: 5). Também
escreveu cartas aos pastores Timóteo e Tito, frisando a importância de uma vida consagrada ao
Senhor: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina, persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te
salvarás” (I Tim. 4: 16).
“Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade,
linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer
de nós” (Tito 2: 7).
O servo do Senhor tem de ter cuidado com o modo como vive. Se não vive aquilo que diz, o Espírito
Santo não vai confirmar a Palavra que ele traz e as suas palavras serão ocas. A palavra que trazemos
tem de estar em evidência nas nossas vidas. Isto é, a palavra tem que estar “encarnada” em nós. Por
isso o servo tem de estar preparado a vários níveis, com veremos a seguir.
V – A entrega da Palavra
Quando o servo sabe qual é a revelação central, esta tem de estar sempre diante dele como uma meta
a atingir. Tudo o que ele diz tem o propósito de chegar ali.
Numa mensagem o servo deve evitar citar muitos versículos bíblicos como apoio porque, ao fazê-lo,
vai, inconscientemente, desviar as pessoas da meta que tem. Num estudo bíblico, estes versículos de
apoio são muito úteis, mas numa mensagem rápida podem dificultar a compreensão. De igual modo,
o servo, com a meta firmemente diante de si, não pode andar a divagar por todo o lugar, falando de
coisas que nada têm ver com o texto ou o assunto. Para evitar estes erros, o mensageiro deve
aprender a auto-disciplinar-se.
Há quem fique satisfeito quando alcança a meta, vendo a sua tarefa realizada. Mas o servo experiente
sabe como é o ser humano e que muitos daqueles que estão a ouvir distraíram-se e não o ouviram
quando ele alcançou a meta. Por isso, ele deve repetir a revelação central da mensagem várias vezes
ao longo da pregação, mas tendo o cuidado de não se tornar monótono.
Quando um servo está no Espírito, até parece que a mensagem se passa num instante porque, antes
que demos conta, chega a parte final. Chegando ao fim, é aconselhável rematar rapidamente a
Palavra. Nesta fase, o servo tem que terminar rapidamente a mensagem, deixando claro que aquela é
a palavra do Senhor para os presentes.
Infelizmente, é nesta fase que muitos comprometem tudo. Cada mensagem tem um fim. Mas como o
povo sofre quando o servo chega ao fim e não termina! Quando o servo diz várias vezes “e por
último, irmãos”, isso cansa as pessoas e fá-las sofrer.
O servo deve evitar dar alguns “retoques” para “melhorar” aquilo que disse. O pior é quando começa
a repetir tudo o que disse desde o princípio, pensando que falou pouca coisa. Se a palavra foi
entregue, é tempo de se calar. Tendo entregado a Palavra, o servo deve confiar no Senhor e terminar
enquanto tem a atenção do povo. Aquele que não confia no Senhor, mas confia mais nele próprio,
alonga a mensagem para “ajudar” o Espírito.