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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA.


DISCIPLINA: TEORIA SOCIOLÓGICA I
DOCENTE: Rossana Marinho.

Carlito Lins de Almeida Filho.


Francisco Alves de Oliveira Junior.
Raianny do Nascimento Silva.
Vivianne de Oliveira Costa.

AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA


Émile Durkheim.

Teresina - PI
Abril de 2019.
Introdução
Durkheim ao escrever “As formas elementares da vida religiosa”, preocupou-se
em escrever sobre o fenômeno da religião sistematicamente e sociologicamente. Para
isso, ele trata da religião como um fato social e a toma como coisa, e a frase mais
célebre da obra é que “não existem religiões falsas, todas são verdadeiras a seu modo:
todas correspondem ainda que de maneiras diferentes, a condições dadas da existência
humana” (p.7). Ele vê que a religião é uma instituição social e que serve para manter
coesão no grupo social da qual se fazem por compartilhar, e que assegura o equilíbrio
da sociedade, a tarefa de Durkheim foi então sistematizar que o sociólogo para
compreender o fenômeno religioso precisaria despir-se dos seus conceitos pré-
estabelecidos sobre o assunto e observar de fora o fenômeno a ser analisado, assim
como averiguar, as forças sociais que se estendem no indivíduo diante do sentimento de
coletividade, por isso a sua proposta é a de examinar o que existe na coletividade para
assim entender o fenômeno religioso em sua forma mais elementar.

Capítulo I
No primeiro capítulo da obra, o autor se propõe a definir o fenômeno religioso e
a Religião. Para isso ele faz um trajeto com alguns outros estudiosos sobre o assunto,
como Fraser e Spencer. Propõe também que não façamos nenhum tipo de juízo de valor
diante do assunto, caso contrário, não estaríamos cumprindo com o método correto para
o entendimento dessa questão. Primeiramente, ele diz que religião é atrelado ao que é
sobrenatural, ou seja, uma ordem de coisa que ultrapassa nosso entendimento, de forma
que diante d e uma “história da religião”, a explicação dava-se pelas causas
extraordinárias, aquelas que não faziam parte do convencional, Durkheim diz que o
objeto de tais concepções religiosas não é explicar o que existe de anormal ou
excepcional, e sim o que existe nela de regular e de constante. Para Durkheim, só é
possível entender o fenômeno da religião se explorarmos as culturas primitivas, ou seja,
é apenas analisando as sociedades ditas não complexas que conseguiremos compreender
veemente o fenômeno religioso em sua essência. Nisso, o autor nos leva a alguns
conceitos baseados em pressupostos, como por exemplo, o que constitui uma religião?
É possível chegar a conceito sobre o que é a religião? Ao final do capítulo primeiro da
obra o autor responde suas questões, e diz que religião é um sistema solidário de
crenças e práticas relativas as coisas sagradas(p.32), desmistifica a ideia de magia
atrelada a igreja, já que para ele não existe igreja mágica, e se para Durkheim não existe
sociedade sem indivíduo, com a religião não é diferente, pois são os indivíduos que
partilham de uma coletividade e sentido-se ligados a ela por uma fé comum.

Capítulo IV

Criticando fenômenos dos sistemas apresentados anteriormente, o animismo e o


naturismo, Durkheim apresenta o que a etnografia denomina de totemismo. A ideia
central das concepções anteriores não poderia prosperar pois supunham uma verdadeira
criação ex nihilo, configurando a religião em um produto de uma interpretação delirante.

Durkheim aponta que para além que fora chamado de animismo ou naturismo,
deve haver um outro culto mais fundamental e mais primitivo, do qual os primeiros são
apenas formas derivadas ou aspectos particulares. O totemismo aparece então pela
primeira vez na literatura etnográfica no livro de J. Long, reconhecido como uma
instituição exclusivamente americana. Mais tarde, em 1841, Grey apontou a existência
de práticas totêmicas na Austrália.

A partir de então, vários estudos se desenvolveram neste sentido. Mac Lennan


tentou vincular o totemismo à história geral, procurando mostrar não apenas o caráter
religioso do totemismo, mas que dele se derivou grande parte de crenças e práticas que
se encontram em sistemas religiosos avançados. Havia também entre os americanistas
uma ideia de que o totemismo era solidário de uma organização social determinada,
tendo como base a divisão da sociedade em clãs.

Na América, embora contenham traços de totemismo, as religiões americanas


superaram a fase totêmica. Não se tinha entrado em contato, portanto, com uma religião
totêmica funcionando. É somente com Spencer e Gillen, que se descobre no interior do
continente australiano um número considerável de práticas totêmicas, estudos que
surgiram como um breviário para facilitar as pesquisas que dali nasceriam mais tarde.

Durkheim, no entanto, recusa o método dos antropólogos americanos, e vem


reafirmar que os fatos sociais são função do sistema social do qual fazem parte, não
podendo ser estudados fora deles. É necessário, segundo a concepção de Durkheim, que
essas sociedades se assemelhem, sendo variedades de uma mesma espécie. Ainda
construindo as noções metodológicas do estudo, o sociólogo aponta para a necessidade
de uma pesquisa concentrada num tipo determinado, a fim de evitar abranger todo tipo
de sociedade, o que acarretaria em uma pesquisa superficial.
Por fim, Durkheim explicita o porquê da escolha das sociedades australianas:
Uma vez preenchendo todos os requisitos metodológicos, as sociedades totêmicas
australianas se mostraram o modelo ideal para a pesquisa. São perfeitamente
homogêneas, pertencendo a um mesmo tipo, organizadas em clãs. E ainda, delimita o
objeto da pesquisa, que é a religião mais primitiva, utilizando as sociedades totêmicas
americanas apenas para preencher as lacunas e a título complementar dos estudos
relacionados às sociedades australianas.

LIVRO II
Capítulo I
No primeiro capítulo deste livro, Émile Durkheim aponta que para estudar uma
religião é necessário perceber o que há de geral e externo á ela, e é justamente o que ele
faz no capítulo do segundo livro. Sendo assim, Durkheim ao tentar entender como
funcionam as religiões totêmicas, busca estudar crenças e ritos, pois são componentes-
base das religiões. Deste modo, Durkheim tem como um primeiro campo de pesquisas
sociedades australianas, onde começa a descrever que estas são constituídas em clãs,
onde observa que o totem é um elemento fundamental que expressa não só a
religiosidade, mas toda uma organização social.

O pensador ao relatar as regras pelas quais os clãs, fratrias e classes


matrimoniais vão sendo reguladas, segue fazendo um paralelo á outros tipos de
sociedades, como por exemplo os indígenas da América do Norte. Neste paralelo, vai
descrevendo as diferenciações quanto á relação ao totem, onde cada vez mais observa-
se o quanto o totem é fundamental para sociedade a ponto de estabelecer o que é
profano ou sagrado. Logo, Durkheim analisa que o Totem não é somente algo que
representa um nome, um emblema, mas também estabelece uma relação de identidade
entre os povos, onde funciona não só como um componente religioso, mas também
como marcador identitário.

Conclusão
Durkheim elabora a conclusão de sua obra dividindo-a em 4 tópicos. No
primeiro, o autor deposita seu olhar na distinção entre a promoção que os indivíduos
fazem das divindades, e por muito a “ciência” o tomou por base fundante da observação
dos fenômenos religiosos, e as principais atitudes ritualísticas, nas quais ele caracteriza
a distinção entre o sagrado e o profano, e estes, como os mais elementais (essenciais)
para a formulação de conceitos científicos para com as religiões.
Também elucida que a verdadeira função da religião não é nos fazer pensar ou
enriquecer o conhecimento individual, mas sim o de acrescentar as representações
coletivas “motivações” para manter a coesão social, ou seja, estabelecer laços entre os
indivíduos, auxiliando a consciência coletiva. Pois as forças religiosas são forças
humanas, surgem da consciência coletiva a fim de manter a saúde das relações
coletivas, e para tal, a elaboração entre sagrado e profano, estabelece-se como
elementos da coesão e coercitividade das sociedades.
No tópico II, Durkheim debruça-se sobre a importância da avaliação histórica do
objeto estudado, pois estes, assim como o próprio disse, “é da própria vida e não de um
passado morto que pode sair um culto vivo”, e, - o sagrado e o profano -, estão voltados
a regulação e organização da vida social. Também explicita-se neste tópico, o embate
ideológico entre ciência e religião, no qual Durkheim atribui o método científico como
elemento validativo, e para a religião, a análise dedutiva.
No tópico III, Durkheim argumenta sobre os usos de generalizações nos quais a
ciência e as religiões, atribuíram de forma errônea aos objetos observados, para tal, o
autor dialoga sobre a etimologia da palavra conceito, atentando a importância de
considerar não somente o que se remete a origem, mas também sua variação de acordo
com o tempo e o espaço, e desta forma, poderia-se extrair a essência do objeto
observado, e sua significação coletiva, e não meras abstrações individuais.
No tópico IV, Durkheim continua a estabelecer o diálogo sobre a importância
dos conceitos na observação científica, porém, também aprofunda o debate,
apresentando a importância da observação dos símbolos (linguísticos, religiosos, etc.)
para a avaliação científica, além de observar a totalidade do objeto, segundo ela se
manifesta na consciência coletiva da sociedade.
Durkheim finaliza argumentando que a consciência coletiva, assim como os
elementos religiosos mais elementais (sagrado e profano), promovem os limites da
moral e da ética da sociedade, garantindo a estado de normalidade desta.

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